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Prévia do material em texto

CÓD: SL-117JN-24
7908433247814
CONCURSO NACIONAL UNIFICADO
CNU 
Conhecimentos gerais 
para os BLOCOS 1, 2, 3, 4, 
5, 6 e 7
a solução para o seu concurso!
Editora
EDITAIS Nº 1, 2, 3, 4, 5, 6 E 7/2024
INTRODUÇÃO
a solução para o seu concurso!
Editora
Como passar em um concurso público?
Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro 
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como 
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.
Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução 
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.
Então mãos à obra!
• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter 
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;
• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você 
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma 
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;
• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito, 
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não 
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;
• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É 
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha 
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;
• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto 
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque 
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.
• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses 
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais 
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;
• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma 
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é 
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.
A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo 
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.
Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação 
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.
A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!
ÍNDICE
a solução para o seu concurso!
Editora
Políticas Públicas
1. Introdução às políticas públicas: conceitos e tipologias ............................................................................................................ 7
2. Ciclos de políticas públicas: agenda e formulação; processos de decisão; implementação, seus planos, projetos e programas; 
monitoramento e avaliação ....................................................................................................................................................... 17
3. Institucionalização das políticas em Direitos Humanos como políticas de Estado .................................................................... 18
4. Federalismo e descentralização de políticas públicas no Brasil: organização e funcionamento dos sistemas de programas 
nacionai ..................................................................................................................................................................................... 18
Desafios do Estado de Direito: Democracia e Cidadania
1. Estado de direito e a Constituição Federal de 1988: consolidação da democracia, representação política e participação cida-
dã ............................................................................................................................................................................................... 23
2. Divisão e coordenação de Poderes da República ....................................................................................................................... 23
3. Presidencialismo como sistema de governo: noções gerais, capacidades governativas e especificidades do caso brasileiro .. 24
4. Efetivação e reparação de Direitos Humanos: memória, autoritarismo e violência de Estado ................................................. 25
5. Programa Nacional de Direitos Humanos PNDH-3 (Decreto nº 7.037/2009) ............................................................................ 25
6. Combate às discriminações, desigualdades e injustiças: de renda, regional, racial, etária e de gênero ................................... 62
7. Desenvolvimento sustentável, meio ambiente e mudança climática ........................................................................................ 63
Ética e Integridade
1. Princípios e valores éticos do serviço público, seus direitos e deveres à luz do artigo 37 da Constituição Federal de 1988, e do 
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal (Decreto nº 1.171/1994) ........................... 67
2. Governança pública e sistemas de governança (Decreto nº 9.203, de 22 de novembro de 2017); Gestão de riscos e medidas 
mitigatórias na Administração Pública ....................................................................................................................................... 74
3. Integridade pública (Decreto nº 11.529/2023) .......................................................................................................................... 80
4. Transparência e qualidade na gestão pública, cidadania e equidade social .............................................................................. 83
5. Governo eletrônico e seu impacto na sociedade e na Administração Pública; Lei nº 14.129/2021 .......................................... 88
6. Acesso à informação; Lei nº 12.527/2011 ................................................................................................................................. 97
7. Transparência e imparcialidade nos usos da inteligência artificial no âmbito do serviço público ............................................. 104
Diversidade e Inclusão na Sociedade
1. Diversidade de sexo, gênero e sexualidade; diversidade étnico-racial; diversidade cultural ..................................................... 107
2. Desafios sociopolíticos da inclusão de grupos vulnerabilizados: crianças e adolescentes; idosos; LGBTQIA+; pessoas com 
deficiências; pessoas em situação de rua, povos indígenas, comunidades quilombolas e demais minorias sociais ................. 110
ÍNDICE
a solução para o seu concurso!Editora
Administração Pública Federal
1. Princípios constitucionais e normas que regem a administração pública (artigos de 37 a 41 da Constituição Federal de 
1988) .......................................................................................................................................................................................... 115
2. Estrutura organizacional da Administração Pública Federal (Decreto Lei nº 200/1967)............................................................ 121
3. Agentes públicos: Regime Jurídico Único (Lei nº 8.112/1990 e suas alterações) ...................................................................... 152
Finanças Públicas
1. Atribuições econômicas do Estado ............................................................................................................................................ 195
2. Fundamentos das finanças públicas, tributação e orçamento ................................................................................................... 196
3. Financiamento das Políticas Públicas: estrutura de receitas e despesas do Estado brasileiro .................................................. 196
4. Noções de orçamento público: Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual 
(LOA) .......................................................................................................................................................................................... 197
5. Federalismo fiscal no Brasil; Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000) ................................................ 244
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a solução para o seu concurso!
Editora
POLÍTICAS PÚBLICAS
INTRODUÇÃO ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS: CONCEITOS E TIPOLOGIAS
Políticas Públicas são conjuntos de programas, ações e atividades desenvolvidas pelo Estado diretamente ou indiretamente, com a 
participação de entes públicos ou privados, que visam assegurar determinado direito de cidadania, de forma difusa ou para determinado 
seguimento social, cultural, étnico ou econômico. 
Para Seichi1 as Políticas Públicas, analiticamente, ocorrem com o monopólio de atores estatais, segundo esta concepção, o que 
determina se uma política é ou não “pública” é a personalidade jurídica do formulador, em outras palavras, é política pública somente 
quando emanada de ator estatal.
As Políticas Públicas são formadas para atender as demandas da sociedade nas mais diversas áreas ou seguimentos, a iniciativa 
ocorre por parte dos poderes executivo e legislativo. A lei que institui uma política pública pode, se necessário, assegurar a participação 
da sociedade na criação, no processo, no acompanhamento e na avaliação da lei, a participação pode ocorrer em forma de conselhos 
estabelecidos no âmbito municipal, estadual ou federal.
O quadro a seguir apresenta alguns conceitos de Políticas Públicas dados por estudiosos da área, os conceitos se integram e completam 
o significado ainda que em diferentes períodos: 
Autor Definição de Políticas Públicas Ano
Mead Campo dentro do estudo da política que analisa o governo à luz de grandes questões públicas. 1995
Lynn Conjunto específico de ações do governo que irão produzir efeitos específicos 1980
Peters
Soma das atividades dos governos, que agem diretamente 
ou através de delegação, e que influenciam as vidas dos 
cidadãos.
1986
Dye O que o governo escolhe fazer ou não fazer. 1984
Laswell Responder às seguintes questões: quem ganha o quê, por que e que diferença faz. 1958
Fonte: Oliveira (2012).
Assim as Políticas Públicas podem ainda ser consideradas como “outputs”2 como tratado na linguagem dos processos estabelecidos 
em uma organização, elas são resultados das atividades políticas. 
A política pública difere da decisão política, há uma necessidade de envolver diversas ações estratégicas para se implementar decisões 
tomadas e não apenas uma escolha entre outras alternativas, sendo assim, nem todas as decisões políticas podem ser consideradas como 
políticas públicas.
A complexidade da sociedade moderna ocorre devido a fatores como: idade, religião, sexo, estado civil, renda, escolaridade, profissão, 
ideais, interesses, costumes, e tudo isso causa em algum momento uma série de conflitos. 
O gerenciamento desses conflitos pode assegurar a sobrevivência e progresso da sociedade como um todo, e isto é estabelecido por 
meio da política. Segundo Seichi3, organizações privadas, organizações não governamentais, organismos multilaterais, redes de políticas 
públicas (policy networks), juntamente com atores estatais, são protagonistas no estabelecimento das políticas públicas.
Dica: Política Pública é um conceito que comporta diferentes expressões, existem várias definições esclarecedoras a respeito, que são 
importantes para formar uma ideia geral sobre o que seja política e política pública.
1 SECCHI, L.; Políticas Públicas: Conceitos, Esquemas de Análise, Casos Práticos. SP: Cengage Learning, 2010.
2 Saídas
3 SECCHI, L.; Políticas Públicas: Conceitos, Esquemas de Análise, Casos Práticos. SP: Cengage Learning, 2010.
POLÍTICAS PÚBLICAS
22
a solução para o seu concurso!
Editora
Convém lembrar que Política Pública é diferente de política, 
porque Política é ampla, envolve um conjunto de procedimentos 
formais e informais que expressam relações de poder e que se des-
tinam à resolução pacífica dos conflitos quanto a bens públicos, já 
Política Pública possui soluções/ações específicas. 
Os instrumentos que compõem as Políticas Públicas são: 
- Planejamento: os planos são direcionados a estabelecerem 
as diretrizes, prioridades e objetivos em geral, ao estabelecerem os 
planos são firmadas metas estratégicas para períodos longos.
- Execução: os programas são estabelecidos buscando atender 
objetivos gerais com foco em um determinado tema, público, 
conjunto ou área.
- Monitoramento: o monitoramento é realizado por meio de 
ações que visam alcançar determinados objetivos preestabelecidos 
no programa. 
- Avaliação: as atividades de avaliação são estabelecidas com 
o objetivo de avaliar os resultados ou percursos alcançados a partir 
dos objetivos preestabelecidos.
Atores das Políticas Públicas
Esse é o nome dado aos grupos que apresentam as 
reivindicações que possivelmente poderão ser convertidas em 
Políticas Públicas, as ações estabelecidas por este grupo levam aos 
dirigentes os interesses da sociedade e promovem uma integração 
dos grupos com o Sistema Político. 
Esses atores são todas as pessoas, grupos ou instituições que, 
direta ou indiretamente participam da formulação e implementação 
de uma política. Os envolvidos no processo de discussão, criação 
e execução das Políticas Públicas podem ser classificados como 
estatais ou privados: 
- Estatais: são os procedentes do Governo ou do Estado, alguns 
foram eleitos pela sociedade por um período determinado (os 
políticos eleitos) e outros atuarão de forma permanente exercendo 
funções públicas no Estado (servidores). Os servidores teoricamente 
deveriam atuar de forma neutra, sem agir de acordo com os 
interesses pessoais, mas sim contribuindo de modo essencial para 
um bom desempenho das ações governamentais.
- Privados: são os procedentes da Sociedade Civil, eles não 
possuem um vínculo direto com a administração do Estado, esse 
grupo é formado por sindicatos de trabalhadores, sindicatos 
patronais, entidades de representação da Sociedade Civil 
Organizada, a imprensa, os centros de pesquisa, entre outros.
Ao longo dos anos as mudanças que ocorreram na sociedade 
como um todo levaram o Estado a ampliar seu papel de atuação 
que concentrava-se na segurança pública e defesa externa em caso 
de ataques inimigos. Essa ampliação foi tomada pela democracia e 
pelas novas responsabilidades que levaram o Estado a atuar pelo 
bem-estar da sociedade como um todo.
As atividades realizadas pelo Estado no exercício e busca pelo 
bem-estar comum são desenvolvidas nas mais diversas áreas como: 
saúde, trabalho, educação,meio ambiente, segurança, etc.
Dessa forma, as políticas públicas são ações que buscam atingir 
resultados nessas diversas áreas e consequentemente promover o 
bem-estar da sociedade, sendo assim, elas podem ser compreen-
didas como um conjunto de ações e decisões do governo, voltadas 
para a solução (ou não) de problemas da sociedade, que é a soma 
das ações, metas e planos que os governos estabelecem buscando 
alcançar o bem-estar da sociedade.
A maneira pela qual a sociedade expressa os interesses e ne-
cessidades é através de solicitações aos grupos organizados. Essas 
necessidades são apresentas aos vereadores/deputados/senado-
res, e estes levam os interesses e demandas da sociedade aos pre-
feitos/governadores/presidente da República, membros do Poder 
Executivo escolhidos para representar a sociedade e atender ao 
bem-estar coletivo. 
Os grupos organizados podem ser chamados de Sociedade Civil 
Organizada, incluindo também sindicatos, associações, entidades 
empresariais, associações patronais e ONGs em geral.
Vivemos em uma sociedade que se caracteriza por uma grande 
diversidade, ou seja, diferentes valores, cultura, costumes, religião, 
idade, sexo, profissão, interesses e ainda por inúmeras necessida-
des com uma quantidade escassa de recursos. 
A formação de grupos que possuem interesses comuns é um 
caminho muito comum para criar força e se organizar para reivindi-
car direitos e melhorias para a sociedade, é importante que essas 
ações sejam sempre estabelecidas de acordo com as conformida-
des da legislação vigente. 
Levando em conta que as necessidades são ilimitadas faz-se 
necessário ao formulador de políticas públicas selecionar as prio-
ridades de modo que as políticas sejam então respostas que aten-
dam as expectativas e demandas da sociedade voltando o governo 
para o atendimento dos interesses públicos da sociedade buscando 
assim atender o bem-estar da sociedade.
Os interesses apresentados pelos grupos aos dirigentes do go-
verno podem ser específicos para atender uma parte específica do 
grupo de pessoas, como por exemplo a construção de uma creche, 
ou um sistema de captação de águas, ou mesmo de interesse geral 
da sociedade, como por exemplo, a necessidade de melhorias na 
saúde pública ou na questão da segurança. 
A apresentação das demandas e interesses não significa ne-
cessariamente que serão atendidas mas a força, justificativas ou 
o impacto com que as reivindicações chegam aos dirigentes pode 
demonstrar a urgência e importância de tal ação para o grupo ou 
a sociedade.
Modelos de Tomada de Decisão em Políticas Públicas
As decisões são escolhas entre diferentes cursos de ações pos-
síveis, normalmente uma pessoa faz escolhas diariamente para 
diferentes situações ou circunstâncias e isso também ocorre no 
contexto organizacional, essas decisões têm inúmeras implicações, 
inclusive no alcance de resultados e no consumo de recursos da 
empresa. 
O estudo sistemático do processo decisório pode maximizar as 
chances de decisões boas a serem tomadas e minimizar as chances 
de serem tomadas decisões que tragam consequências negativas 
para a organização. 
Com a finalidade de descobrir a melhor decisão para determi-
nadas situações, cabe ao indivíduo tomador de decisões construir 
o máximo de alternativas possíveis para que então possa escolher 
o melhor caminho otimizando e possibilitando o crescimento e 
desenvolvimento da empresa nesse contexto de competitividade 
agressiva.
POLÍTICAS PÚBLICAS
3
a solução para o seu concurso!
Editora
Etapas para Solução de Problemas
Seguir critérios racionais e etapas estabelecidas pode ser um 
caminho para resolução de problemas e tomada de decisões no 
contexto organizacional. Abaixo foram litadas as etapas da solução 
de problemas e as principais técnicas de cada uma. 
Deve-se primeiramente realizar a identificação do problema 
ou da oportunidade, pode ser caracterizada pela existência de um 
obstáculo ao alcance de objetivos organizacionais, por uma nova 
oportunidade, por um problema nos processos de trabalho ou por 
um acontecimento qualquer que exija uma decisão e, subsequente-
mente, a adoção de determinadas ações. 
O diagnóstico do problema consiste na caracterização do pro-
blema, devemos entender o problema, seu contexto, suas causas e 
suas consequências ante de iniciar o processo de resolução. Chia-
venato destaca condições sob as quais a decisão pode ser tomada: 4
1. Incerteza: situação em que o tomador de decisão tem pouca 
ou nenhuma informação a respeito da probabilidade de ocorrência 
de cada evento futuro. 
2. Risco: é a situação em que sabemos a probabilidade de 
ocorrência de um evento, mas que tomamos diferentes decisões, 
de acordo com os riscos que estamos dispostos a assumir. Por 
exemplo: na prova desse concurso, se cair uma questão que trate 
de um assunto acercado do qual nunca ouvimos falar, e todas as 
alternativas parecem igualmente plausíveis, temos 20% de chance 
de acertar e 80% de chance de errar. Para marcar o gabarito, cada 
um adotará uma tática, considerando os riscos e benefícios envolvi-
dos. Neste caso, a intuição, que vimos anteriormente, também pode 
estar presente. 
3. Certeza: é a situação em que temos sob controle todos os 
fatores que afetam a tomada de decisão, aqui sabemos quais são 
os riscos e probabilidades de ocorrência de eventos, temos infor-
mações acerca de custo, sabemos quais são os fatores potenciali-
zadores e restritivos, e possuímos estudos de viabilidade das alter-
nativas etc.
4. Turbulência: é a condição para tomada de decisão que ocor-
re quando as metas não são claras ou quando o meio ambiente 
muda muito depressa. 
Decisões Racionais
As decisões ordenadas de forma lógica são chamadas de deci-
sões racionais, uma vez que seguem critérios para escolher a me-
lhor alternativa buscando os melhores resultados com os menores 
custos, algumas características são a busca pelo resultado e evitar 
a incerteza. 
É necessário considerar que não é possível obter todas as in-
formações de modo a tomar uma decisão cem por cento racional, 
considerando que nem todas as variáveis estão sob nosso total con-
trole.
Decisões Intuitivas
As decisões baseadas em sentimentos, intuição, percepção são 
chamadas de decisões intuitivas, esse tipo de decisão normalmente 
ocorre quando as informações, dados não são suficientes para se 
tomar uma decisão racional ou mesmo quando não há tempo para 
se analisar todas as variáveis. 
4 CHIAVENATO, I.; Administração nos novos tempos. 2ª ed., RJ: Elsevier, 2004.
São muitos os fatores que afetam uma decisão, tais como: cus-
tos, fatores políticos, objetivos, riscos que podem ser assumidos, 
tempo disponível para decidir, quantidade de informações disponí-
veis, viabilidade das soluções, autoridade e responsabilidade do to-
mador de decisão, estrutura de poder da organização entre outros. 
Decisões Programadas e Não Programadas
As decisões podem ainda ser programadas ou não programa-
das, as programadas são aquelas para a qual a organização dispõe 
de soluções padronizadas e preestabelecidas. São tomadas com 
base em regras e procedimentos preestabelecidos aplicam-se a 
problemas rotineiros, cujas soluções podem ser previstas. Neste 
caso, não seguiremos as etapas de decisão, pois o diagnóstico já 
foi identificado, aconselha-se no contexto organizacional tomar o 
maior número possível de decisões programáveis. 
Já as decisões não programáveis ou não programadas são 
aquelas referentes a problemas inéditos, novos ou problemas que 
as soluções programadas não são capazes de resolver. As transfor-
mações que ocorrem no mundo organizacional contribuem para 
que decisões não programáveis sejam frequentemente necessárias, 
esse tipo de decisão exige que sejam seguidas todas as etapas de 
tomada de decisão (identificação do problema, diagnóstico etc.). 
Há tipos de decisão quanto ao nível organizacional em que ela 
é tomada, assim:
- Decisões Estratégicas: são aquelas mais amplas, referentes à 
organização como um todoe sua relação com o ambiente, elas são 
tomadas nos níveis mais altos da hierarquia e possuem consequên-
cias de longo prazo.
- Decisões Táticas: ou chamadas também de administrativas, 
são tomadas nos níveis das unidades organizacionais ou departa-
mentos. 
- Decisões Operacionais: são aquelas tomadas no dia-a-dia, 
relacionadas a tarefas e aspectos cotidianos da realidade organi-
zacional.
- Decisões Autocráticas: são decisões tomadas sem discussões, 
acordos e debates. O tomador de decisão deve ser um gerente ou 
alguém com responsabilidade e autoridade para tal. É uma forma 
rápida de tomada de decisão e não devem ser questionadas. Muitas 
vezes, são decisões de cunho estritamente técnico. 
- Decisões Compartilhadas: são aquelas decisões tomadas de 
forma compartilhada, entre gerente e equipe. Têm características 
marcantes, tais como o debate, participação e busca de consenso. 
Podem ser consultivas, quando a decisão é tomada após a consulta, 
ou participativa, quando a decisão é tomada de forma conjunta. 
- Decisões Delegadas: são tomadas pela equipe ou pessoa que 
recebeu poderes para isso. As decisões delegadas não precisam ser 
aprovadas ou revistas pela administração. A pessoa ou grupo assu-
me plena responsabilidade pelas decisões, tendo para isso a infor-
mação, a maturidade, as qualificações e as atitudes suficientes para 
decidir da melhor maneira possível.
 
Serão apresentadas abaixo cinco etapas sequenciais no proces-
so de decisão, este processo começa com a identificação da situa-
ção e vai até monitoração e feedback. 
1ª Etapa - Reconhecimento: ocorre aqui a identificação/
diagnóstico da situação, é a etapa mais difícil, pois é necessário 
reconhecer um problema e/ou oportunidade. Ela é fundamental 
POLÍTICAS PÚBLICAS
44
a solução para o seu concurso!
Editora
porque, se não for bem-feita, todo trabalho de uma equipe será 
perdido, essa etapa é considerada a mais difícil das cinco etapas do 
processo decisório.
 2ª Etapa - Planejamento: nessa etapa acontece o desenvolvi-
mento de alternativas, ou seja, aqui são elaboradas as alternativas 
de ação. Faz-se necessária a elaboração de alternativas porque é a 
partir delas que uma decisão deverá ser tomada, e sem elas, não 
existe decisão a ser tomada. Para facilitar essa etapa, pode ser de-
senvolvido um instrumento gráfico, denominado “árvore de deci-
são”, que avalia as alternativas disponíveis (esse processo é normal-
mente usado quando há muitas alternativas a serem discutidas).
3ª Etapa - Avaliação: ocorre aqui a avaliação e escolha das al-
ternativas, que foram desenvolvidas na etapa anterior. Nesta etapa, 
deverá ser feita uma análise das vantagens e desvantagens das al-
ternativas desenvolvidas, e é importante destacar que realmente 
deve-se avaliar as vantagens e as desvantagens de cada alternativa 
utilizando senso crítico ao avaliar as alternativas.
4ª Etapa - Decisão e implementação: faz-se a seleção e depois 
a implementação, ou seja, nessa etapa é o momento de selecio-
nar a melhor alternativa. Uma vez escolhida, deve-se anunciá-la 
com confiança e de forma decisiva, pois caso contrário poderá ser 
despertado um sentimento de insegurança nos outros. Para a im-
plementação da alternativa escolhida, deve-se também, verificar 
o momento oportuno de implementá-la, é um erro comum imple-
mentar a alternativa escolhida na época errada.
5ª Etapa - Controle: ocorre aqui a monitoração e o feedback, 
para que se alcance os resultados desejados e para um bom contro-
le do andamento e do processo, faz-se necessário a avaliação dos 
resultados da decisão. Nessa etapa é necessário humildade, pois 
em se verificando que os resultados não atingiram o esperado é 
preferível admitir o erro que manter a decisão, pois as consequên-
cias poderão ser danosas.
Modelos de Tomada de Decisão
Com relação as Políticas Públicas, os modelos de tomada de 
decisão são classificados como: 
Modelo Incremental: segundo informações do Ministério do 
Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), o modelo de tomada 
de decisão incremental pode ser visto como um processo político 
caracterizado pela barganha e pelo compromisso entre decisores 
auto orientados. As decisões limitam-se a decisões sucessivas an-
teriores, sendo, portanto, apenas marginalmente diferentes das an-
teriores. Dessa forma, ocorreriam apenas mudanças incrementais 
no status quo. 
O modelo incremental traz duas constatações ao processo de 
políticas públicas: 
1) Por mais adequada que seja a fundamentação técnica de 
uma alternativa, a decisão envolve relações de poder; 
2) Os governos democráticos não possuem efetivamente liber-
dade total na alocação de recursos públicos. 
A principal crítica a este modelo se refere à sua pouca compa-
tibilidade com as necessidades de mudanças necessárias à gestão 
de programas e projetos, podendo gerar prejuízos à eficiência do 
Estado e legitimar um viés conservador no processo decisório. 
Modelo Racional: segundo ainda informações do MPOG, nes-
te modelo, a tomada de decisão segue as seguintes atividades se-
quenciais:
- Um objetivo para solucionar um problema é estabelecido.
- Todas as estratégias alternativas para alcançar o objetivo são 
exploradas e listadas.
- Todas as sequências significantes de cada alternativa estraté-
gica são previstas e as probabilidades dessas consequências ocorre-
rem são estimadas.
- Por fim, a estratégia que parece resolver o problema ou que o 
resolve com menor custo é selecionada.
Esse modelo parte de um pressuposto ingênuo de que a infor-
mação é perfeita e não considera limites cognitivos em se analisar 
todas as opções de políticas. Tampouco, considera adequadamente 
o peso das relações de poder na tomada de decisões. Os decisores, 
muitas vezes, são obrigados a selecionar políticas públicas em bases 
políticas, ideológicas ou aleatoriamente, sem referência a padrões 
de eficiência.
Tipos de Políticas Públicas
Veja como Oliveira5 explica as os tipos de políticas públicas:
Políticas Distributivas: referem-se a decisões alocativas, 
sem contrapartidas fiscais, esse tipo de política implica nas ações 
cotidianas que todo e qualquer governo precisa fazer. Ela diz 
respeito à oferta de equipamentos e serviços públicos, mas sempre 
feita de forma pontual ou setorial, de acordo com a demanda social 
ou a pressão dos grupos de interesse. 
São exemplos de políticas públicas distributivas: as podas 
de árvores, os reparos em uma creche, a implementação de um 
projeto de educação ambiental ou a limpeza de um córrego, dentre 
outros. O seu financiamento é feito pela sociedade como um todo 
através do orçamento geral de um estado.
Políticas Regulatórias: disciplinam aspectos da atividade social, 
esse tipo consiste na elaboração das leis que autorizarão os governos 
a fazerem ou não determinada política pública redistributiva ou 
distributiva. Se estas duas implicam no campo de ação do poder 
executivo, a política pública regulatória é, essencialmente, campo 
de ação do poder legislativo.
Políticas Redistributivas: são aquelas que de várias formas 
(transferências, isenções, etc.) redistribuem recursos de qualquer 
natureza, entre grupos sociais. Consistem em redistribuição de 
renda em forma de recursos e financiamentos de equipamentos e 
serviços públicos. 
São exemplos de políticas públicas redistributivas: os 
programas de bolsa-escola, bolsa-universitária, cesta básica, renda 
cidadã, isenção de IPTU e de taxas de energia/água para famílias 
carentes, dentre outros. 
5 OLIVEIRA, A.F. Políticas Públicas Educacionais: conceito e contextualização 
numa perspectiva didática. SINPRODF. 2012.
POLÍTICAS PÚBLICAS
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a solução para o seu concurso!
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Do ponto de vista da justiça social o seu financiamento deveria ser feito pelos estratos sociais de maior poder aquisitivo, de modo 
que se pudesse ocorrer, portanto, a redução das desigualdades sociais. No entanto, por conta do poder de organização e pressão desses 
estratos sociais, o financiamento dessas políticas acaba sendo feitopelo orçamento geral do ente estatal (união, estado federado ou 
município).
Políticas Constitucionais: estabelecem procedimentos para a adoção de decisões públicas e relações entre os vários aparatos do 
Estado. Cada tipo de política pressupõe uma arena de poder diferente, uma rede diferente de atores, uma diferente estrutura decisional 
e um contexto institucional diferente.
Fases das Políticas Públicas
As fases das Políticas Públicas também são conhecidas como “Processo de Formulação de Políticas Públicas” ou “Ciclo das Políticas 
Públicas”. Veja na tabela a seguir, as cincos fases das Políticas Públicas:
1ª Fase Formação da Agenda: seleção das prioridades.
2ª Fase Formação de Políticas: apresentação das alternativas ou soluções.
3ª Fase Processo de Tomada de Decisão: determinação ou escolha das ações.
4ª Fase Implementação: execução das ações.
5ª Fase Avaliação: verificação dos resultados alcançados.
Fonte: Elaborado com base no SEBRAE.
1ª Fase - Formação de Agenda: dá-se o nome de formação de agenda para o procedimento de escolha da lista com os principais pro-
blemas da sociedade a serem tratados. Estabelecer quais os assuntos ou questões serão tratadas pelo Governo é fundamental, uma vez 
que, ilimitados são as reivindicações e interesses da sociedade em meio a uma limitada quantidade de recursos.
Faz-se necessário definir as questões a serem tratadas bem como reconhecer aquelas que não serão levadas adiante, alguns elemen-
tos poderão ser levados em conta para a inserção de um problema na Agenda Governamental. Veja os exemplos abaixo:
Exemplo 1: se um número elevado de pequenas empresas encerra os negócios nos primeiros meses de existência, uma política pública 
voltada especificamente para esta situação poderia ser criada como medida de controle ou influência.
Exemplo 2: acontecimentos como crimes violentos podem levar a população a uma comoção, o impacto social causado por evento 
específico pode levar os dirigentes do governo a estabelecerem ações que possam evitar a repetição do ato ocorrido.
O feedback das ações governamentais que podem contribuir para o apontamento de falhas em medidas adotadas pelo programa 
avaliado ou outros programas que não receberam atenção governamental. 
O período onde ocorre transição entre os governos pode ser considerado como um período onde a agenda passa por mudanças, 
diante desta circunstância faz-se necessário valorizar e dedicar maior atenção aos temas já selecionados como mais relevantes entre as 
demandas da sociedade. 
Porém ainda que uma questão esteja selecionada na Agenda Governamental, isso não significa obrigatoriamente que será dedicada 
uma atenção especial ou prioridade. Isso normalmente ocorrerá quando outros fatores são somados a esta questão como, por exemplo, 
mobilização popular, vontade política, percepção dos custos de não se resolver a questão versus os custos de resolver.
2ª Fase - Formulação de Políticas: faz-se necessário definir quais caminhos ou ações deverão ser tomadas para solucionar uma situa-
ção já vista como um problema inserido na Agenda Governamental.
Diante da realidade mencionada anteriormente compreende-se que esse processo nem sempre é tomado como um processo pacífico, 
embora as ações ou medidas tomadas sejam favoráveis e de interesse de determinado grupo/parte da sociedade, outros grupos poderão 
considerar as ações não favoráveis aos seus interesses e necessidades. 
Por isso, definir os objetivos da política, os programas e metas a serem desenvolvidas fazem-se importantes e necessárias, ainda que 
provoque rejeições de várias propostas de ação.
As decisões devem ser tomadas após ouvir o corpo técnico da administração pública, considerando recursos materiais, econômicos, 
técnicos, pessoais, e ainda após verificação do posicionamento dos grupos sociais.
Veja abaixo alguns importantes passos para a elaboração de Políticas Públicas:
- A conversão de estatísticas em informação relevante para o problema;
- Análise das preferências dos atores; e
- Ação baseada no conhecimento adquirido.
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a solução para o seu concurso!
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Deve haver uma comunicação entre o responsável pela elabo-
ração da Política Pública e os atores envolvidos no contexto com o 
propósito de facilitar a formulação de propostas, onde ela irá ser 
implantada e requerer a eles uma proposta sobre qual seria a me-
lhor forma de proceder. As diversas opiniões poderão servir como 
um banco de ideias que poderão apontar o caminho desejado por 
cada segmento social.
Uma análise objetiva precisa ser realizada com relação as opi-
niões do grupo e ainda considerar a viabilidade técnica, legal, fi-
nanceira e política. Comparar e medir as alternativas, os riscos, a 
eficácia e eficiência pode conduzir a um melhor atendimento aos 
interesses e objetivos sociais.
3ª Fase - Processo de Tomada de Decisão: embora seja neces-
sário tomar decisões em todos os momentos no ciclo de Políticas 
Públicas, esta fase concentra-se em um importante momento de 
ação em resposta aos problemas escolhidos para a Agenda. Defi-
nem-se os recursos e o prazo temporal da ação política. As formali-
zações das escolhas são expressas por meio de leis, normas, resolu-
ções, decretos, e outros atos da administração pública.
É importante ressaltar que na terceira fase ou processo de to-
mada de decisão, verificam-se os procedimentos a seguir antes de 
tomar a decisão. Faz-se necessário decidir aqueles que participarão 
do processo e ainda se o mesmo será aberto ou fechado. Se for 
aberto faz-se necessário verificar se ocorrerá participação dos be-
neficiários, se a decisão será ou não tomada por votação, e em qual 
grau direto ou indireto. 
As decisões serão fortemente influenciadas por diferentes for-
mas de decisão e diferentes controladores da Agenda. 
Pesquisadores e estudiosos desenvolveram modelos que po-
derão amenizar erros e elevar eficiência desse processo. Dentre os 
diversos modelos, cabe a Abordagem das Organizações, que pres-
supõe que o governo é um conjunto de organizações dos mais di-
versos níveis, dotadas de maior ou menor autonomia. A forma dos 
governos perceberem problemas são os sensores das organizações, 
e as informações fornecidas por tais sensores se constituem em re-
curso para se solucionar os problemas inseridos nesse modelo, as 
Políticas Públicas passam a ser entendidas como resultado da atua-
ção das organizações.
Assim, os atores são as próprias organizações que concorrem 
em termos de poder e influência para promover a sua perspectiva 
e interpretação dos problemas tratados. Sob este enfoque, expli-
cam-se as decisões basicamente como o resultado de interações 
políticas entre as organizações burocráticas. As soluções ajustam-se 
aos procedimentos operacionais padronizados, ou seja, às rotinas 
organizacionais.
Segundo esse modelo, uma boa decisão seria aquela que per-
mitisse a efetiva acomodação de todos os pontos de conflito envol-
vidos naquela Política Pública. Os principais atores, ou seja, aque-
les que têm condições efetivas de inviabilizar uma Política Pública 
devem ter a convicção de que saíram ganhando. Na pior hipótese, 
nenhum deles deve se sentir completamente prejudicado. Na práti-
ca, isso requer que os atores que podem impedir a execução devem 
sentir que poderão não ter ganhos reais mas, ao menos, não terão 
prejuízos com a política proposta.
4ª Fase - Implementação: Na quarta fase, na implementação 
ocorre a transformação do planejamento e das escolhas em atos. 
O principal responsável pela execução da política ou ação direta é 
o corpo administrativo. Devem realizar a aplicação, o controle e o 
monitoramento das medidas já definidas. Dependendo da postura 
do corpo administrativo a política poderá sofrer mudanças drásticas 
durante este período/fase. Mencionaremos aqui dois modelos de 
implementação das Políticas Públicas, o de cima para baixo e o de 
baixo para cima.
De Cima para Baixo: aplicação descendente, do governo para 
população. Este modelo representa um modelo centralizadoonde 
um número muito pequeno de funcionários participa das decisões 
e pode opinar sobre a forma da implementação das Políticas Pú-
blicas. As decisões tomadas pela administração pública devem ser 
cumpridas sem quaisquer questionamentos.
De Baixo para Cima: aplicação ascendente, da população para 
o governo. Este modelo representa um modelo descentralizado. 
Ocorre participação dos beneficiários ou usuário final das políticas 
em questão. O contato direto com aqueles que serão os beneficiá-
rios, o cidadão, permite uma perspectiva participativa nas Políticas 
Públicas.
Nesta fase deve-se chamar a atenção para fatores que podem 
comprometer a eficácia das políticas, as disputas de poder entre 
as organizações, os fatores internos e externos que podem afetar 
o desempenho das organizações, suas estruturas, sua preparação 
formal.
Dentre os fatores de disputas entre as organizações, desta-
cam-se a quantidade de agências ou organizações envolvidas no 
acompanhamento e controle das políticas e o grau de cooperação 
ou lealdade entre elas. 
Quanto maior o número de organizações envolvidas na execu-
ção de uma política, maior será o número de comandos ou ordens 
que tem de ser expedidas e, consequentemente, o tempo deman-
dado para a realização das tarefas, a extensão da cadeia de coman-
do mede-se pelo número de decisões que é necessário adotar para 
que o programa funcione.
A extensão de comando afeta o grau de cooperação entre as 
organizações, tornando o controle e monitoração do processo de 
implementação mais complexo e difícil. Dessa forma, quanto mais 
elos (agências e organizações da administração pública envolvidas 
na execução de tarefas) tiver a cadeia de comando (canais de trans-
missão das ordens para execução das tarefas) mais sujeita a defici-
ências estará a implementação de políticas.
Dentre os fatores internos que afetam as organizações, pode-
mos enumerar, em primeiro lugar, as características estruturais das 
agências burocráticas (recursos humanos, financeiros e materiais) e 
a relação entre quantidade de mudanças exigidas por uma política 
e extensão do consenso sobre seus objetivos e metas. 
As características das agências abrangem aspectos objetivos 
(como tamanho, hierarquia, autonomia, sistemas de comunicação 
e de controle) e qualitativos (como a competência da equipe e a 
vitalidade de seus membros). 
Essas características estruturais são responsáveis não apenas 
pela eficácia na execução das tarefas como também pela compre-
ensão mais ou menos precisa dos implementadores acerca da polí-
tica e pela abertura ou adaptabilidade da organização às mudanças.
Quanto ao segundo fator interno, cabe destacar a existência 
de consenso dentro da burocracia, com efeito, a relação entre a 
quantidade de mudanças exigidas afeta inversamente o consenso 
sobre a política, ou seja, quanto mais mudanças no padrão de inte-
ração dos atores ou nas estruturas forem necessárias, menor será 
o consenso sobre como atingi-las. Isso afeta negativamente o grau 
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de cooperação entre as organizações e a lealdade da burocracia aos 
formuladores, provocando deficiências e deturpações na imple-
mentação das Políticas Públicas.
Os fatores externos, por fim, também afetam as Políticas Pú-
blicas, com efeito, a opinião pública, a disposição das elites, as con-
dições econômicas e sociais da população e a posição de grupos 
privados podem tornar problemática a execução das políticas.
A indiferença e descaso gerais, a resistência passiva ou a mobili-
zação intensa contra as medidas podem configurar uma conjuntura 
negativa que prejudique a aplicação dos objetivos e metas propos-
tas na política. Para melhor se entender isso, é importante ressaltar 
quais características possuem os indivíduos que podem contribuir 
para o aparecimento dos fatores externos. 
Além da diferença na escala social (grupos de alta, média ou 
baixa posição), as características mais importantes dos atores polí-
ticos são: a racionalidade, os interesses e as capacidades que pos-
suem para agir. Se entendermos essas três características, entende-
remos como ocorre a formulação de Políticas Públicas na prática. 
A racionalidade é a capacidade de um Grupo Social (um ator) 
definir estratégias e cursos de ação para alcançar seus objetivos. Os 
interesses representam as preferências de um dado ator por uma 
certa política com a qual possui mais afinidade em detrimento de 
outras que desconhece ou não possui simpatia.
A capacidade reflete os recursos (carisma, possibilidade de mo-
bilização, liderança, unidade, acesso aos meios de comunicação) 
que um ator possui na sua relação com seus representados, o que 
faz com que a sociedade ouça seus argumentos e os leve em consi-
deração (ou não).
5ª Fase - Monitoramento ou Avaliação: o fato de que o “Mo-
nitoramento e Avaliação” são classificados como a quinta fase não 
significa que suas atuações ocorram somente no final. A avaliação 
pode ser realizada em todos os momentos do ciclo de Políticas Pú-
blicas. O constante exercício do monitoramento e avaliação pode 
contribuir para o sucesso das ações governamentais e para a maxi-
mização dos resultados obtidos com os recursos. O monitoramento 
e avaliação tem vital importância no processo de percepção sobre 
quais ações tendem a elevar melhores resultados.
O monitoramento e a avaliação permitem à administração:
- Corrigir e prevenir falhas;
- Prestar contas de seus atos;
- Justificar as ações e explicar as decisões;
- Gerar informações úteis para futuras Políticas Públicas;
- Fomentar a coordenação e a cooperação entre esses atores;
- Identificar as barreiras que impedem o sucesso de um pro-
grama;
- Promover o diálogo entre os vários atores individuais e cole-
tivos envolvidos; e
- Responder se os recursos, que são escassos, estão produzindo 
os resultados esperados e da forma mais eficiente possível;
O processo de avaliação de uma política leva em conta seus 
impactos e as funções cumpridas pela política, busca determinar 
sua relevância, analisar a eficiência, eficácia e sustentabilidade das 
ações desenvolvidas, e ainda serve como um meio de aprendizado 
para os atores públicos.
Os impactos se referem aos efeitos que uma Política Pública 
provoca nas capacidades dos atores e grupos sociais, por meio da 
redistribuição de recursos e valores, afetando interesses e suas es-
truturas de preferências. A avaliação de impacto analisa as modifi-
cações na distribuição de recursos, a magnitude dessas modifica-
ções, os segmentos afetados, as contribuições dos componentes da 
política na consecução de seus objetivos.
A avaliação de uma política também deve enfocar os efeitos 
que esses impactos provocam e que se traduzem em novas deman-
das de decisão por parte das autoridades, com o objetivo de anular 
ou reforçar a execução da medida. Também é importante analisar 
se a política produziu algum impacto importante não previsto ini-
cialmente, bem como determinar quais são os maiores obstáculos 
para o seu sucesso.
Quanto às funções cumpridas pela política, a avaliação deve 
comparar em que medida a Política Pública, nos termos em que 
foi formulada e implementada, cumpre os requisitos de uma boa 
política. Idealmente, uma boa política deve cumprir as seguintes 
funções:
- Promover e melhorar os níveis de cooperação entre os atores 
envolvidos;
- Constituir-se num programa factível, isto é, implementável;
- Reduzir a incerteza sobre as consequências das escolhas fei-
tas;
- Evitar o deslocamento da solução de um problema político por 
meio da transferência ou adiamento para outra arena, momento 
ou grupo;
- Ampliar as opções políticas futuras e não presumir valores 
dominantes e interesses futuros nem predizer a evolução dos co-
nhecimentos. Uma boa política deveria evitar fechar possíveis alter-
nativas de ação.
Para se determinar a relevância de uma política deve se per-
guntar se as ações desenvolvidas por ela são apropriadas para o 
problema enfrentado. 
Parase analisar a eficácia e eficiência de um programa, uma 
avaliação deve buscar responder se os produtos alcançados são ge-
rados em tempo hábil, se o custo para tais produtos são os meno-
res possíveis e se esses produtos atendem aos objetivos da política. 
Quanto à sustentabilidade, uma política deve ser capaz de que seus 
efeitos positivos se mantenham após o término das ações governa-
mentais na área foco da Política Pública avaliada.
Por fim, é importante se apreender, dentre outras coisas, quais 
seriam outras alternativas de ações que poderiam ter sido adota-
das – e que poderão ser em intervenções futuras – e quais lições 
se tirar da experiência – tanto daquilo que deu certo como do que 
deu errado.
A avaliação pode ser dividida de forma interna ou externa. A 
primeira divisão se dá entre a avaliação interna – que é conduzida 
pela equipe responsável pela operacionalização do programa – e a 
externa – feita por especialistas que não participam do programa. 
A vantagem da primeira se dá devido ao fato de que, ao es-
tarem inseridos no programa, a equipe terá maior conhecimento 
sobre ele, além de acesso facilitado às informações necessárias, o 
que diminui o tempo e os custos da avaliação. 
Em contrapartida, a equipe envolvida no programa pode não 
contar com a separação do objeto avaliado, necessária para se ga-
rantir a imparcialidade. Já a avaliação externa tem como ponto fra-
co o tempo necessário para se familiarizar com o objeto de estudo, 
porém conta com imparcialidade maior.
POLÍTICAS PÚBLICAS
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a solução para o seu concurso!
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A segunda divisão se refere ao objetivo da avaliação, e pode 
ser formativa, quando se busca informações úteis para a equipe na 
parte inicial do programa, ou a somativa, que busca gerar informa-
ções sobre o valor ou mérito do programa a partir de seus resulta-
dos, para que a autoridade responsável possa tomar sua decisão 
de manter, diminuir, aumentar ou encerrar as ações do programa.
Controle Social
Transparência e Participação social: Os novos Arranjos de Po-
líticas e Políticas Públicas
A complexidade das políticas públicas tem originado iniciati-
vas pontuais, fragmentadas e descontinuadas no tempo, em face 
das constantes mudanças decorrentes de influências políticas e da 
incapacidade de resolver consistentemente os problemas que são 
postos pela sociedade para o Estado e para a Administração Públi-
ca, e essa é a imagem da política pública transmitida pelos meios 
de comunicação.
No Brasil vigora e está em desenvolvimento um regime de-
mocrático, os princípios democráticos refletem profundamente no 
modo como as políticas públicas são desenvolvidas e implementa-
das. Em regimes democráticos é importante considerar que existem 
condições essenciais a serem observadas e respeitadas no que tan-
ge à gestão de interesses públicos por meio de políticas públicas.
Os fundamentos democráticos que contextualizam e parame-
trizam o desenvolvimento de políticas públicas são:
a) o jogo político ocorre com base em regras preestabelecidas, 
haja vista que as ações e decisões políticas são pautadas direta ou 
indiretamente por regras constitucionais;
b) as eleições são periódicas e têm como base o sufrágio (voto) 
universal – logo, constituem fontes de manifestação de preferências 
e escolhas do eleitorado sobre amplos programas de governo de 
políticas públicas;
c) os mandatos dos eleitos são limitados temporalmente e 
quanto ao alcance de decisões e ações, o que exige a definição de 
consistentes linhas de ação, preferencialmente, institucionalizadas 
em legislação e instrumentos orçamentários de longo prazo para 
que as políticas públicas tenham continuidade;
d) a prevalência da vontade da maioria da população, limitada 
por regras preestabelecidas, é que determinará que tipos de políti-
cas públicas serão priorizadas em cada governo;
e) a oposição tem participação legítima do jogo político e deve 
ter condições de assumir o poder por meio do voto popular – logo, 
sempre terá importância o seu papel de crítica sobre como estão 
sendo conduzidas políticas públicas e como propositora de diferen-
tes agendas a serem cumpridas caso venha a assumir o poder;
f) os representantes são responsáveis frente ao eleitorado, de 
modo que ao cidadão sempre caberá o direito de cobrar a criação 
de novas políticas púbicas de seu interesse e pela eficiência e eficá-
cia das já existentes;
g) os clássicos direitos civis (direito à vida, liberdade, seguran-
ça, igualdade, dentre outros) são garantidos – logo, exigem ações 
concretas dos governantes para manutenção de políticas públicas 
permanentes para que os cidadãos os desfrutem na sua plenitude.
Os elementos acima ganharam força na condução dos interes-
ses públicos, principalmente a partir dos fundamentos da Reforma 
Gerencial de 1995, com a Reforma Gerencial houve claro delinea-
mento sobre o papel da administração pública e o perfil de atuação 
do Estado na gestão de políticas públicas. 
Nessa concepção a administração pública não se restringe à 
execução de rotinas ou ao gerenciamento de órgãos públicos: ela 
é bem mais ampla que isso, compreende a estrutura organizacio-
nal do Estado, em seus três poderes. O Estado, por sua vez, é mais 
abrangente, compreende também o sistema constitucional-legal, 
que regula a população nos limites de um território.
Portanto, a concepção, a implementação e a avaliação de po-
líticas públicas devem ser balizadas pelos condicionantes de um 
regime democrático. A gestão pública deixa de ser voltada para 
somente rotinas e procedimentos burocráticos internos para se 
colocar também como meio para que governantes, políticos, ad-
ministradores e sociedade a utilizem para viabilização de políticas 
públicas capazes de fortalecer a democracia por meio da elevação 
dos níveis de justiça social e fomentar o desenvolvimento econômi-
co sustentável.
A ampliação das discussões e a abertura de espaços para no-
vos participantes com influências na concepção e implementação 
de políticas públicas deve ser regra na democracia, pois “se demo-
cracia é participação dos cidadãos, uma participação insuficiente 
debilita-a” (Bobbio et al., 1998).
Por que a participação é tão importante no processo de for-
mação de políticas públicas?
A falta de participação torna difícil para os agentes públicos e 
governantes perceberem demandas não expressas pelo número re-
duzido de cidadãos que se manifestam nas esferas políticas, essa 
falta de percepção dos problemas enfrentados pela sociedade fra-
giliza a produção legislativa que regula a distribuição de recursos 
entre grupos na sociedade. 
Numa situação como essa, existe a tendência de que os recur-
sos públicos sejam direcionados para os poucos cidadãos que par-
ticipam dos processos políticos de elaboração de políticas públicas 
em detrimento da maioria da população não participante, o que 
gera falta de legitimidade dos governos perante a sociedade.
Assim, como o nosso sistema é democrático, não há alternativa 
diferente para compreender as políticas públicas e utilizá-las para 
fazer cumprir o que constitucionalmente foi determinado. Veja a 
importância da participação que vem sendo atribuída na elabora-
ção do Plano Plurianual federal e de alguns estados e municípios. É 
o cidadão e a sociedade civil organizada obtendo um espaço para 
priorizar a alocação de recursos orçamentários em políticas que 
consideram prioritárias.
Antes de ser vista como coisa de políticos, a política deve ser 
compreendida por servidores públicos, agentes políticos e cida-
dãos, para que consigam se instrumentalizar, se capacitar e se arti-
cular com eficiência com vistas a planejar e executar ações públicas 
capazes de encontrarem um mínimo de legitimidade, eficiência e 
eficácia perante a sociedade. 
Como a Administração Pública trabalha para o público, não 
pode esperar, principalmente dos que detêm cargos com capacida-
de decisória, que “um chefe” diga o que e como fazer política pú-
blica. Desenvolver políticas públicas é, portanto, atividadeque en-
volve políticos, administradores e servidores públicos, e cidadãos.
POLÍTICAS PÚBLICAS
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a solução para o seu concurso!
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No processo de transformação de modos de governo centra-
lizado para governos mais descentralizados, a governança passou 
a significar um modo de governo distinto do modelo de controle 
hierárquico, característico do Estado intervencionista. 
A acepção atual de governança diz respeito a um novo estilo de 
governo, distinto do modelo de controle hierárquico. Está relacio-
nada a governos que atuam procurando maior grau de cooperação 
e de interação entre o Estado e os atores não estatais em redes 
decisórias mistas situadas na intersecção entre o espaço público e 
o espaço privado.
A governança expande o foco para incluir atores públicos, pri-
vados e da sociedade civil como componentes essenciais do proces-
so de governo, daí na nova governança a abertura de espaços e de 
canais institucionais para ampliação da participação nos processos 
de concepção e implementação de políticas públicas é consequên-
cia lógica no processo de fortalecimento da democracia brasileira.
DICA: A nova governança pública representa um novo modo 
de governar: mais democrático, mais participativo, mais descen-
tralizado e com maior número de atores participantes.
A gestão pública brasileira vive um intenso processo de trans-
formação, ainda sob a influência principal da redemocratização do 
país e da reforma do Estado, que tem na descentralização um de 
seus eixos principais para aproximação da ação pública das reais 
aspirações da sociedade.
No âmbito local, surgem tendências de crescente constituição 
de estruturas organizacionais em forma de rede envolvendo organi-
zações estatais, não governamentais e privadas para atuarem coo-
perativamente em contextos de múltiplas e sobrepostas jurisdições. 
As relações entre tais organizações têm fundamentos que vão 
além de simples relações contratuais. Num processo de negociação 
contínua em longos períodos tende a haver formação de laços so-
ciopolíticos em que a confiança entre os atores assume papel rele-
vante; logo, as relações se diferenciam substancialmente daquelas 
constituídas em regras puras de mercado. 
Nessa linha, estudos têm mostrado que o resgate da importân-
cia do município na definição e condução de políticas públicas e na 
gestão do território está, cada vez mais, exigindo a concepção de 
novas formas de intervenção voltadas ao atendimento das necessi-
dades locais, assim como a incorporação de uma multiplicidade de 
novos atores na articulação dos interesses da comunidade. 
A qualidade da gestão local passa a depender da capacidade 
de obtenção de equilíbrios dinâmicos nas articulações entre atores 
internos, integrantes do próprio poder público, e externos, oriun-
dos da iniciativa privada ou da sociedade em geral, participando da 
concepção e implementação de políticas públicas.
As estruturas locais de governança são vistas mais como inicia-
tivas orgânicas que mecanicistas, logo, a forma de gestão de inicia-
tivas locais tende a ser descentralizada e distribuída. Esta lógica da 
governança leva à constituição de configurações únicas de conjun-
tos de atores em torno de projetos específicos. 
Os projetos, neste caso, apresentam a peculiaridade de ir além 
da atuação das organizações e, ao mesmo tempo, serem conduzi-
dos sob uma lógica própria de gestão desenvolvida em espaço de 
intersecção de condicionantes do setor público e do setor privado 
local.
Nessa nova perspectiva de condução das atividades estatais, no 
Brasil apostou-se no controle social realizado por meio de comis-
sões/conselhos de cidadãos para avaliação da qualidade de servi-
ços, possibilitando, deste modo, influir nas mudanças da gestão dos 
equipamentos sociais. 
A gestão de serviços tende a ser deixada a cargo da comunida-
de, das organizações não governamentais ou mesmo de especialis-
tas e voluntários, com patrocínio parcial de empresas com objetivos 
de melhorar sua imagem e evitar efeitos negativos dos problemas 
sociais que pudessem atingi-las. Ao Estado caberia manter o fun-
cionamento e controle dessas políticas por meio de uma burocracia 
preparada para tal função.
Com a Reforma do Estado de 1995 foi dado início ao processo 
de publicização, como incentivo à constituição de organizações hí-
bridas de propriedade pública não estatal, submetidas ao controle 
social, para ocupar o espaço compreendido entre o Estado e a so-
ciedade para prestação de serviços sociais e competitivos. 
Nesse sentido, a chamada Lei do Terceiro Setor (Lei n° 
9.790/1999), instituiu o Termo de Parceria como instrumento de 
regulação das relações entre o poder público e as entidades quali-
ficadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público. 
O objetivo foi formar vínculos de cooperação entre as partes, 
para o fomento e a execução de políticas públicas e de atividades 
de interesse público. Além disso, essa lei reforçou a atuação dos 
Conselhos de Políticas Públicas nos diferentes níveis de governo ao 
determinar a necessidade de consultas a eles quanto à intenção de 
firmar Termos de Parceria com organizações privadas e do terceiro 
setor.
Um ponto positivo nesse processo de descentralização da ges-
tão de políticas públicas foi instituição e ampliação da atuação dos 
conselhos como espaços públicos (não estatais). Isso sinalizou para 
a possibilidade de representação de interesses coletivos na cena 
política e na definição da agenda pública, apresentando um caráter 
híbrido, uma vez que são, ao mesmo tempo, parte do Estado e da 
sociedade.
Esses conselhos, como canais institucionalizados de participa-
ção política, de controle público sobre a ação governamental, de 
deliberação legalmente aceita e de publicação das ações do gover-
no, marcam uma reconfiguração das relações entre Estado e so-
ciedade que, idealmente, busca a corresponsabilização quanto ao 
desenho, monitoramento e avaliação de políticas públicas.
Ao lado de vários outros conselhos já institucionalizados que 
figuram como arena de manifestação da sociedade civil dentro de 
um novo espaço “público não estatal” de interseção entre Estado 
e a Sociedade, a Lei de Responsabilidade Fiscal ampliou as insti-
tuições democráticas, ao trazer a figura dos Conselhos de Gestão 
Fiscal. 
Tais conselhos são integrados por representantes do Estado, 
além de contar com a presença do Ministério Público e entidades 
representativas da sociedade, que têm como função a promoção de 
avaliação continuada da gestão. 
Embora com funcionamento ainda precário, esses conselhos se 
apresentam como instrumentos de controle social sobre o Estado 
ao viabilizarem um canal de participação da população na formula-
ção, implementação e no controle da execução de políticas públicas 
mais concatenadas com as demandas dos segmentos sociais a que 
se destinam.
POLÍTICAS PÚBLICAS
1010
a solução para o seu concurso!
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Os conselhos de políticas públicas funcionam como uma espé-
cie de fórum para negociação e captação de demandas de grupos 
sociais, possibilitando a participação pública de segmentos menos 
representativos. 
As principais dificuldades enfrentadas pelos conselhos são: 
- A desigualdade de condições entre seus participantes; 
- A ausência de garantia de que suas decisões sejam efetiva-
mente implementadas; e 
- A ausência de instrumentos jurídicos que imponham ao Poder 
Executivo o cumprimento das decisões emanadas dos conselhos.
Não obstante a precariedade, os conselhos como bem explici-
tam Iglesias e Souza6 (Pinho et al, 2006), representam arranjos que 
podem vir a viabilizar caminhos para maior proximidade dos cida-
dãos em direção à formulação e implementação de políticas públi-
cas, bem como da prestação de serviços pelo governo.
DICA: Esses conselhos existem nas políticas públicas mais bem 
estruturadas. Têm amparo legal com atribuições definidas e atuam 
mais no planejamento e fiscalização. Em regra são paritários (50% 
de participantes públicos e 50% não públicos),e nem todos são 
obrigatórios.
O aumento das atividades associativas voluntárias propiciou a 
distribuição mais equitativa de serviços do governo, e o fortaleci-
mento da cidadania e da democracia no Brasil. Exemplo disso foi 
a criação de mais de 170 projetos de orçamento participativo ins-
talados, a instalação de cerca de 5000 conselhos de saúde, e de 
milhares de comissões de planejamento urbano.7
Além disso, são realizadas audiências públicas em diferentes 
âmbitos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para tratar 
de assuntos que afetam interesses coletivos.
No contexto das políticas há mudanças na concepção sobre a 
natureza dos serviços prestados e novas propostas são aplicadas 
para fazer frente a novos desafios, como a ampliação de espaços de 
cidadania, com atenção a minorias excluídas, aliadas à ampliação e 
reconstrução da esfera de atuação dos governos locais dentro de 
um processo de reconstrução da esfera pública, orientado para a 
democratização da gestão das políticas públicas.8
A democracia brasileira vai, assim, deixando de ser uma demo-
cracia de elites para se transformar em uma democracia de opinião 
pública na qual já podem ser percebidas características da demo-
cracia participativa ou republicana, na medida em que se multipli-
cam os processos participativos oriundos de organizações da socie-
dade civil, sejam elas públicas não estatais, de controle e advocacia 
social, ou corporativas, como associações representativas de inte-
resses e sindicatos.
Nesse sentido, os governos locais assumem assim um papel de 
coordenação e de liderança, mobilizando atores governamentais 
e não governamentais e procurando estabelecer um processo de 
‘concertação’ de diversos interesses e de diferentes recursos em 
torno de objetivos comuns. 
6 IGLESIAS, D.; e SOUZA, A. C. P. de; Governo Eletrônico, Transparência, 
Accountability e Participação: o que portais de governos estaduais no Brasil 
mostram. 2005.
7 AVRITZER, L. Sociedade Civil e Democratização. Belo Horizonte: Del Rey, 
1994.
8 FARAH, M. F. S. Parcerias, novos arranjos institucionais e políticas públicas no 
nível local de governo. RAP- Revista de Administração Pública, 2001.
Através dos novos arranjos institucionais assim constituídos 
tende a crescer a perspectiva de sustentabilidade de políticas públi-
cas que, de outra forma, poderiam sofrer solução de continuidade 
a cada mudança de governo. 
O enraizamento das políticas em um espaço público que trans-
cende a esfera estatal reforça a possibilidade de políticas de longo 
prazo, com repercussões sobre a eficiência e a efetividade das polí-
ticas implantadas.9
Não obstante os conselhos e a formação de novos arranjos de 
governança e de gestão pública, ainda persistem profundamente 
arraigadas culturalmente tendências de condução dos interesses 
públicos “a portas fechadas”. 
Os espaços efetivos para os cidadãos se fazerem presentes ain-
da, por um lado, são bastante diminutos e, por outro, a maioria dos 
cidadãos ainda não detêm suficiente clareza sobre os seus direitos 
em relação à administração e aos administradores públicos.
Outros Aspectos de Políticas Públicas
Instituições Públicas
Quase todas as políticas públicas são executadas por institui-
ções públicas, essas instituições têm papel decisivo: influenciam as 
decisões com seu poder, condicionam as decisões com sua estru-
tura, limitam as decisões com suas normas, e impõem seu estilo 
próprio de agir. Portanto, as instituições influenciam na escolha, na 
forma e na implementação das políticas públicas. 
Instituições, políticos, gestores e servidores não são neutros: 
cada um tem seus interesses e nem sempre esses interesses são 
harmônicos.
DICA: As instituições impõem limites e procuram moldar o 
comportamento dos atores na direção que lhes interessa.
É comum abordar o aspecto da racionalidade nas instituições: 
A racionalidade substantiva utiliza valores absolutos e preocupa-
-se com a efetividade dos resultados, mas nessa ótica os fins não 
justificam os meios. É utilizada por políticos e refere-se à ética da 
convicção. 
Na racionalidade instrumental, funcional ou da conveniência, 
os fins justificam os meios, nessa ótica os valores não são absolu-
tos (os valores são conscientes), e busca-se selecionar os melhores 
meios que possibilitem alcançar os resultados desejados, é típica 
das Organizações e refere-se à ética da responsabilidade.
Pluralismo e Elitismo: O pluralismo admite a existência de di-
versos grupos de poder e pressão e entende que as soluções podem 
ser diferentes para os mesmos problemas. O pluralismo beneficia as 
minorias organizadas. 
O Elitismo compreende a tese de que apenas poucas pessoas 
detêm o poder, definem e controlam as políticas públicas com a 
finalidade de obter vantagens. É a denominada elite dominante, em 
que os interesses da população são relegados a um segundo plano.
Carona: Em políticas públicas, carona é aquele cidadão que se 
beneficia das políticas públicas sem ter concorrido para isso. Ex.: 
políticas de preservação do meio ambiente, de controle da qualida-
de do ar, etc. Carona também é o cidadão que não paga os impostos 
9 Idem
POLÍTICAS PÚBLICAS
11
a solução para o seu concurso!
Editora
que financiam a produção de bens/serviços pelo Estado e mesmo 
assim utiliza esses bens/serviços produzidos. Ex.: serviços de saúde, 
de educação etc.
O carona é irracional do ponto de vista da sociedade, mas racio-
nal sob a ótica do indivíduo/carona, visto que os cidadãos procuram 
obter os melhores benefícios com um mínimo de custo ou esforço.
O carona também se aplica a entes estatais como Estados-
-membros e Municípios. Ex.: Investir menos em programas sociais 
para não atrair beneficiários de outros entes, ou, até mesmo, forçar 
cidadãos da comunidade a buscar atendimentos em outros Municí-
pios e/ou Estados-membros.
Empresário Político: São empresários/atores de origem diversa 
que têm disposição e recursos para investir em políticas públicas 
que lhes favoreçam ou gerem algum benefício. O empresário pode 
ser um político (eleito ou não), jornalistas, lobistas, servidores pú-
blicos, acadêmicos, etc.
DICA: O empresário político, em regra, não é um comercial/
industrial.
Equilíbrio Interrompido: utiliza-se esse termo para explicar as 
políticas públicas que são implementadas por longos períodos, mas 
que em determinado momento são interrompidas em face de insta-
bilidades que provocam mudanças nas políticas anteriores.
Tipos de Demandas: considera três tipos de demandas: as de-
mandas novas resultam do surgimento de novos atores políticos ou 
de novos problemas; as demandas recorrentes se referem a proble-
mas não resolvidos ou mal resolvidos, que retornam com frequên-
cia ao debate e à agenda governamental; e as demandas reprimidas 
contemplam problemas já existentes que não foram considerados 
problemas, mas apenas um “estado de coisas”.
CICLOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS: AGENDA E FORMULA-
ÇÃO; PROCESSOS DE DECISÃO; IMPLEMENTAÇÃO, SEUS 
PLANOS, PROJETOS E PROGRAMAS; MONITORAMENTO E 
AVALIAÇÃO.
Ciclo das Políticas Públicas
Compreende cinco etapas:
1) Construção da Agenda: no início do ciclo, ocorre a identifi-
cação e seleção de questões ou problemas que merecem atenção e 
ação por parte do governo. Isso é influenciado por diversos atores 
e fatores, como grupos de interesse, eventos atuais e necessidades 
da sociedade. A montagem da agenda de políticas públicas, con-
forme Wöhlke, começa com a identificação de um problema, sua 
transformação em uma questão pública e sua inclusão nas priorida-
des do governo. Nesse processo, diversos atores sociais desempe-
nham um papel crucial, incluindo atores formais, como os poderes 
legislativo e executivo, e atores informais, como sindicatos, ONGs e 
mídia, que influenciam a seleção dos temas públicos relevantes a 
serem transformados em políticas públicas.
2) Formulação da Política: a fase de formulação de políticas 
públicas envolve o planejamento das ações que foram previamente 
identificadasna agenda. Nesta etapa, é essencial realizar um diag-
nóstico do problema, a fim de elaborar alternativas viáveis. Estabe-
lecer objetivos claros é fundamental, pois eles orientarão o proces-
so de formulação, bem como as fases subsequentes de tomada de 
decisão, implementação e avaliação das políticas públicas. Durante 
essa fase, são realizadas reuniões, consultas públicas e audiências 
para analisar os cenários e considerar os aspectos jurídicos, admi-
nistrativos e financeiros relacionados à política pública. Essa etapa 
é crucial para o sucesso das fases subsequentes.
3) Processo Decisório: analisa quem será responsável por to-
mar decisões e como isso será feito após o processo de formulação 
de políticas públicas. Durante esta etapa, determina-se o curso de 
ação a ser seguido.
Existem alguns modelos que servem de base para a tomada de 
decisão:
– Modelo de Racionalidade Absoluta: neste modelo, os atores 
calculam os custos e benefícios de cada alternativa para encontrar 
a melhor solução.
– Modelo de Racionalidade Limitada: aqui, a decisão é base-
ada em opções satisfatórias, não necessariamente nas melhores.
– Modelo Incremental: este modelo considera mais o elemen-
to político do que o critério técnico. A melhor decisão é aquela que 
garante o melhor acordo entre os envolvidos.
– Modelo de Fluxos Múltiplos: no modelo de fluxos múltiplos, 
há uma convergência de problemas, soluções e situações favorá-
veis.
A tomada de decisão visa encontrar a melhor solução possível 
com o mínimo uso de recursos disponíveis, com base em uma aná-
lise de custo-benefício.
4) Implementação: uma vez que uma política é aprovada, ela 
entra na fase de implementação. Isso envolve a tradução das polí-
ticas em ações concretas, alocação de recursos, definição de res-
ponsabilidades e execução dos programas e serviços relacionados à 
política. Na fase de implementação, a política pública é efetivamen-
te colocada em prática, transformando as intenções políticas em 
ações concretas. Isso ocorre após a delimitação da política pública, 
a tomada de decisão, a alocação de recursos e o desenho institu-
cional.
No entanto, esta fase pode enfrentar desafios, como:
– Desenho inadequado da política;
– Caráter genérico da política;
– Envolvimento de várias organizações na implementação;
– Níveis de consenso em relação à opinião política.
Esses desafios podem impactar a eficácia da implementação da 
política pública.
5) Avaliação: após a implementação da política pública, é ne-
cessário realizar uma avaliação para verificar se seus objetivos e 
metas estão sendo alcançados. Isso envolve verificar se a política 
está tendo um impacto positivo no público-alvo e se está cumprin-
do sua finalidade.
A avaliação pode ocorrer tanto após a implementação da polí-
tica, para corrigir possíveis problemas, quanto antes da implemen-
tação, para prevenir efeitos indesejados.
Com base na avaliação, é possível tomar várias decisões, como:
– Continuar a política pública sem alterações;
– Fazer modificações em alguns aspectos da política;
– Encerrar a política pública quando o problema foi resolvido 
ou quando a implementação se mostrou ineficaz.
POLÍTICAS PÚBLICAS
1212
a solução para o seu concurso!
Editora
É importante notar que, embora essas etapas sejam apresen-
tadas de forma sequencial, na prática, elas muitas vezes se sobre-
põem e interagem entre si. Além disso, o processo de políticas pú-
blicas envolve uma ampla gama de atores e interesses, tornando-o 
complexo e sujeito a mudanças ao longo do tempo.
As três principais causas que podem levar ao fim de uma Polí-
tica Pública são:
a) Quando o problema público é resolvido;
b) Quando a política pública se torna ineficaz para resolver o 
problema;
c) Quando o problema público, mesmo não resolvido, perde 
sua importância na agenda política e no programa de governo.
INSTITUCIONALIZAÇÃO DAS POLÍTICAS EM DIREITOS HU-
MANOS COMO POLÍTICAS DE ESTADO
A institucionalização das políticas em direitos humanos como 
políticas de Estado representa um marco fundamental na promo-
ção e proteção dos direitos fundamentais de todos os cidadãos. 
Este processo envolve a incorporação de princípios e normas de 
direitos humanos em todos os níveis de governança e em todas as 
áreas da administração pública, assegurando que esses direitos se-
jam respeitados, protegidos e cumpridos pelo Estado.
Fundamentos e Importância
Os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres 
humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, 
idioma, religião ou qualquer outra condição. A institucionalização 
desses direitos nas políticas de Estado visa garantir que as práticas 
governamentais sejam consistentemente orientadas pelos padrões 
internacionais de direitos humanos. Isso é essencial não apenas 
para proteger os indivíduos contra abusos e violações, mas tam-
bém para promover o bem-estar e a dignidade de todas as pessoas.
Políticas de Estado e Estruturas Institucionais
As políticas de Estado em direitos humanos requerem estru-
turas institucionais sólidas. Isso inclui a criação de órgãos governa-
mentais especializados, como comissões ou secretarias de direitos 
humanos, que são responsáveis por formular, implementar e mo-
nitorar políticas nesta área. Também é fundamental a existência de 
um quadro legal abrangente que alinhe a legislação nacional com as 
obrigações internacionais em matéria de direitos humanos.
Educação e Conscientização
A institucionalização efetiva também passa pela educação 
e conscientização. Isso significa integrar os direitos humanos nos 
currículos educacionais e promover campanhas de conscientização 
pública para informar os cidadãos sobre seus direitos e sobre como 
protegê-los. Uma população bem informada sobre seus direitos é 
mais capaz de reivindicá-los e defender-se contra abusos.
Participação Pública e Sociedade Civil
Outro aspecto chave é a participação pública e o envolvimento 
da sociedade civil. Políticas eficazes de direitos humanos exigem um 
diálogo aberto entre o governo e a sociedade, incluindo organiza-
ções não governamentais, grupos de defesa de direitos, acadêmicos 
e outros atores relevantes. A participação ativa desses grupos asse-
gura que as políticas sejam inclusivas, representativas e sensíveis às 
necessidades de diferentes comunidades.
Monitoramento e Responsabilidade
Para garantir a eficácia dessas políticas, é crucial ter mecanis-
mos de monitoramento e responsabilização. Isso pode ser realizado 
através de relatórios regulares, revisões independentes e a criação 
de órgãos de supervisão que possam avaliar o cumprimento dos 
compromissos de direitos humanos e responsabilizar as autorida-
des por falhas ou violações.
Desafios e Perspectivas Futuras
Apesar de sua importância, a institucionalização das políticas 
de direitos humanos enfrenta desafios, incluindo resistências po-
líticas, limitações de recursos e a necessidade de harmonização 
das práticas locais com padrões internacionais. A superação desses 
desafios requer compromisso político, recursos adequados e uma 
abordagem colaborativa entre diferentes setores da sociedade.
Em conclusão, a institucionalização das políticas em direitos 
humanos como políticas de Estado é fundamental para a constru-
ção de sociedades justas e equitativas. Ela promove o respeito à 
dignidade humana, a proteção contra abusos e a promoção de uma 
cultura de respeito e valorização dos direitos humanos. Esta abor-
dagem não apenas fortalece o estado de direito e a democracia, 
mas também contribui para a estabilidade social e o desenvolvi-
mento sustentável. Portanto, assegurar que os direitos humanos 
sejam uma prioridade nas políticas de Estado é um imperativo tanto 
ético quanto prático para governos comprometidos com o bem-es-
tar de seus cidadãos e o progresso de sua nação.
FEDERALISMO E DESCENTRALIZAÇÃO DE POLÍTICAS PÚ-
BLICAS NO BRASIL: ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO 
DOS SISTEMAS DE PROGRAMAS NACIONAIS
O federalismo e a descentralização de políticas públicas noBrasil representam aspectos fundamentais da organização política 
e administrativa do país. A estrutura federal brasileira é compos-
ta pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, cada um com 
competências e responsabilidades específicas definidas pela Consti-
tuição de 1988. Essa estrutura visa equilibrar o poder entre diferen-
tes níveis de governo, ao mesmo tempo que promove a autonomia 
regional e local.
Federalismo Brasileiro
O federalismo no Brasil é caracterizado pela distribuição de po-
deres entre os diferentes níveis de governo. A União detém compe-
tências exclusivas em áreas como defesa nacional, política externa, 
e regulação do comércio internacional. Os Estados possuem compe-
tências residuais, ou seja, tudo aquilo que não é exclusivo da União 
ou atribuído aos Municípios. Já os Municípios são responsáveis por 
questões de interesse local, como educação básica e serviços de 
saúde de atenção primária.
Descentralização de Políticas Públicas
A descentralização no Brasil foi intensificada com a Constitui-
ção de 1988, que ampliou as competências dos Estados e Municí-
pios, especialmente em áreas como saúde, educação e assistência 
POLÍTICAS PÚBLICAS
13
a solução para o seu concurso!
Editora
social. Essa mudança visou aproximar a administração dos serviços 
públicos dos cidadãos, buscando maior eficiência e adequação às 
realidades locais. A descentralização é vista como um meio de pro-
mover a participação cidadã, aumentar a transparência e melhorar 
a alocação de recursos.
Organização e Funcionamento dos Sistemas de Programas 
Nacionais
No contexto desse federalismo descentralizado, os sistemas de 
programas nacionais são organizados de modo a assegurar a uni-
formidade de diretrizes em todo o território nacional, ao mesmo 
tempo que permitem adaptações às especificidades locais e regio-
nais. Por exemplo, no sistema de saúde, o Sistema Único de Saúde 
(SUS) estabelece diretrizes nacionais, mas permite que Estados e 
Municípios adaptem suas políticas e programas de acordo com as 
necessidades locais.
A gestão desses programas envolve um constante processo de 
negociação e coordenação entre os diferentes níveis de governo. 
Mecanismos como consórcios intermunicipais, conferências de po-
líticas públicas e comissões intergestoras são exemplos de como 
essa coordenação é realizada na prática. Esses mecanismos visam 
promover a integração entre os diferentes níveis de governo e ga-
rantir a coerência e a efetividade das políticas públicas.
Desafios e Perspectivas
Apesar dos benefícios potenciais, a descentralização enfrenta 
desafios significativos no Brasil. A variação na capacidade admi-
nistrativa e financeira entre os Municípios e Estados pode levar a 
desigualdades significativas na qualidade dos serviços públicos ofe-
recidos. Além disso, a complexidade na coordenação entre os dife-
rentes níveis de governo pode resultar em sobreposição de funções 
e ineficiências.
Para enfrentar esses desafios, é necessário fortalecer mecanis-
mos de cooperação e coordenação, aprimorar a capacidade admi-
nistrativa dos governos locais e regionais e garantir uma distribuição 
mais equitativa de recursos. Além disso, a avaliação contínua das 
políticas públicas e a promoção da transparência e da participação 
cidadã são essenciais para assegurar a eficácia e a responsabilidade 
na gestão pública.
o federalismo e a descentralização de políticas públicas no Bra-
sil oferecem um quadro complexo, mas potencialmente eficaz, para 
a gestão de serviços e programas em um país de dimensões conti-
nentais e de grande diversidade regional. Ao equilibrar a autono-
mia dos governos locais com a coordenação e supervisão em nível 
federal, busca-se promover políticas públicas que sejam ao mesmo 
tempo uniformes em qualidade e adaptadas às necessidades locais. 
A efetivação desse modelo, contudo, requer um compromisso con-
tínuo com a melhoria da capacidade administrativa, a cooperação 
intergovernamental e a participação ativa da sociedade.
QUESTÕES
 
1. (DETRAN-MT - Administrador – UFMT) Políticas Públicas con-
sistem em:
(A) Outputs resultantes da atividade política, em áreas como 
emprego, educação, segurança e saúde.
(B) Procedimentos formais e informais que expressam relações 
de poder na solução de conflitos.
(C) Centros de competências instituídos para o desempenho de 
funções estatais, por meio de seus agentes.
(D) Procedimentos que permitem aos gestores públicos tornar 
públicas suas ações, garantindo-lhes transparência.
 
2. (ANVISA - Técnico Administrativo – CETRO) A respeito das 
Políticas Públicas, é correto afirmar que 
(A) geram bens públicos e privados.
(B) são o resultado da atividade política.
(C) não possuem aspecto coercitivo.
(D) leis orgânicas municipais são políticas públicas.
(E) Estados e Municípios priorizam a ocupação do que se con-
vencionou denominar a high politics.
 
3. (BANPARÁ - Assistente Social – EXATUS) Sobre conselhos de 
Políticas Públicas, julgue as alternativas e assinale a INCORRETA:
(A) Os conselhos, nos moldes definidos pela Constituição Fe-
deral de 1988, são espaços públicos com força legal para atuar 
nas políticas públicas, na definição de suas prioridades, de seus 
conteúdos e recursos orçamentários, de segmentos sociais a 
serem atendidos e na avaliação dos resultados. 
(B) A composição plural e heterogênea, com representação da 
sociedade civil e do governo em diferentes formatos, caracte-
riza os conselhos como instâncias de negociação de conflitos 
entre diferentes grupos e interesses, portanto, como campo de 
disputas políticas, de conceitos e processos, de significados e 
resultantes políticos.
(C) Os conselhos são canais importantes de participação cole-
tiva, que possibilitam a criação de uma nova cultura política e 
novas relações políticas entre governos e cidadãos. 
(D) Os conselhos representam o esvaziamento das responsa-
bilidades públicas do Estado, de qualificação das instâncias de 
representação coletivas, de fragmentação do espaço público, 
de despolitização da política e de processos que fragilizam a 
capacidade de a sociedade civil exercer pressão direta sobre os 
rumos da ação estatal. 
(E) Em termos da tradição política brasileira, os conselhos de 
políticas públicas são arranjos institucionais inéditos, uma con-
quista da sociedade civil para imprimir níveis crescentes de de-
mocratização às políticas públicas e ao Estado, que em nosso 
país têm forte trajetória de centralização e concentração de 
poder.
 
POLÍTICAS PÚBLICAS
1414
a solução para o seu concurso!
Editora
4. (TJ-GO - Analista Judiciário – FGV) O conceito de política pú-
blica e seus diversos significados seguem uma tradicional classifi-
cação, que divide em ciclos essa atividade estatal e o seu processo. 
A perspectiva “de cima para baixo” tem suas raízes no modelo de 
estágios, que devem ser claramente distintos. 
Um desses estágios é o da implementação da política pública, 
que pode ser definido como:
(A) o processo de julgamentos deliberados sobre a validade de 
propostas para a ação pública;
(B) o processo de execução e efetuação, que pressupõe um ato 
anterior e direcionado à consecução de objetivos;
(C) a determinação do caminho definitivo para a solução do 
problema que a originou;
(D) a discrepância entre o status quo e uma situação ideal pos-
sível;
(E) o conjunto de problemas ou temas que a comunidade políti-
ca percebe como merecedor de intervenção pública.
 
5. (DPE-RJ - Técnico Superior Especializado – Administração – 
FGV) Os modelos de elaboração de Políticas Públicas que aspiram 
à generalidade desconsideram o fato de que diferentes ambientes 
sociais, que configuram a situação em que é feita a escolha da polí-
tica, aparentemente levam os tomadores de decisão a fazer opções 
significativamente distintas. Deste modo, para que haja adequabili-
dade de um modelo teórico, deve-se levar em conta que:
(A) não existe diferença entre a busca de um modelo para os 
países desenvolvidos e os países em desenvolvimento. 
(B) o analistadeve vincular-se com rigidez a um modelo em 
particular, não devendo, necessariamente, ter que observar os 
aspectos do ambiente em estudo. 
(C) nem sempre há necessidade de identificar e estruturar os 
aspectos da política a ser analisada. 
(D) esse modelo deve estar ligado às metas fixadas e como pro-
duto da participação das massas. 
(E) na elaboração de políticas, as percepções e os interesses 
dos atores individuais estão presentes em todos os estágios.
 
6. FGV - 2022 
As políticas públicas resultam do processo decisório governa-
mental. Nelas, são identificados problemas, prioridades, estratégias 
e atores que concorrem para sua execução. E sua avaliação permite 
aprimorar, inovar e, até mesmo, mudar o rumo da ação governa-
mental.
O processo de formulação, implementação e avaliação das po-
líticas públicas é complexo e dinâmico. No entanto, estudos trazem 
a noção de ciclo de políticas públicas como um referencial para pen-
sar e pôr em prática as políticas públicas. Na perspectiva do ciclo, 
cada etapa ressalta um aspecto desse processo, sem descartar pos-
sibilidades de interação entre cada uma delas.
Considerando o ciclo das políticas públicas, a teoria do equilí-
brio pontuado, que ajuda a identificar momentos de estabilidade e 
de mudanças incrementais no foco das políticas públicas, está me-
lhor relacionada com a seguinte etapa do ciclo:
(A) formulação de alternativas.
(B) avaliação.
(C) tomada de decisão. 
(D) formação da agenda.
(E) implementação.
 
7. IBFC - 2020 
O ciclo de políticas públicas deve conter diversas etapas. Assi-
nale a alternativa que não compreenda uma das fases do ciclo de 
políticas públicas.
(A) Formulação da agenda
(B) Tomada de decisão
(C) Implementação
(D) Propaganda eleitoral
 
8. FGV - 2021 
O conceito de política pública modificou-se ao longo das úl-
timas décadas. Atualmente considera-se que as políticas públicas 
têm uma natureza bastante complexa e controversa. O ciclo clássi-
co de políticas públicas que englobava três etapas foi ampliado, no 
sentido de se compreender melhor seu processo.
Considerando essa nova perspectiva, as fases e a respectiva or-
dem de desenvolvimento das políticas públicas são:
(A) agenda, formulação, estratégia, execução, implementação 
e monitoramento;
(B) formação da agenda, decisão de implementação, execução 
e monitoramento;
(C) agenda, elaboração, formulação, implementação, execução, 
acompanhamento e avaliação;
(D) formulação, execução, implementação, acompanhamento 
e avaliação;
(E) agenda, formulação, execução, monitoramento e avaliação.
 
9. Qual é o principal objetivo da institucionalização das políti-
cas de direitos humanos como políticas de Estado?
(A) Assegurar que as práticas governamentais estejam orienta-
das pelos padrões internacionais de direitos humanos.
(B) Promover a supremacia do governo sobre as legislações in-
ternacionais.
(C) Limitar a participação da sociedade civil no processo legis-
lativo.
(D) Centralizar o poder legislativo em órgãos governamentais 
especializados.
 
10. Por que a educação e a conscientização são essenciais na 
institucionalização das políticas de direitos humanos?
(A) Para aumentar o controle do Estado sobre a população.
(B) Para informar os cidadãos sobre seus direitos e como pro-
tegê-los.
(C) Para reduzir a influência da sociedade civil e de organiza-
ções não governamentais.
(D) Para centralizar a formulação de políticas de direitos huma-
nos no governo.
 
11. Qual é o papel da sociedade civil na institucionalização das 
políticas de direitos humanos como políticas de Estado?
(A) Reduzir a transparência e a prestação de contas do governo.
(B) Assegurar que as políticas sejam inclusivas e representati-
vas das necessidades de diferentes comunidades.
(C) Centralizar as decisões de políticas de direitos humanos nas 
mãos de grupos selecionados.
(D) Promover uma agenda política específica, independente 
dos direitos humanos.
 
POLÍTICAS PÚBLICAS
15
a solução para o seu concurso!
Editora
12. Qual dos seguintes aspectos é um desafio significativo en-
frentado pela descentralização de políticas públicas no Brasil?
(A) Uniformidade de diretrizes em todo o território nacional.
(B) Cooperação entre Estados e Municípios.
(C) Variação na capacidade administrativa e financeira entre 
Municípios e Estados.
(D) Implementação de políticas de saúde em nível nacional.
 
13. No contexto do federalismo brasileiro, quais são as respon-
sabilidades primárias dos Municípios?
(A) Defesa nacional e política externa.
(B) Regulação do comércio internacional.
(C) Educação básica e serviços de saúde de atenção primária.
(D) Gestão de políticas ambientais e recursos naturais.
 
14. Como os sistemas de programas nacionais são organizados 
no federalismo descentralizado brasileiro?
(A) Através da centralização das decisões em um único nível 
de governo.
(B) Mediante a eliminação total da autonomia dos governos 
locais.
(C) Estabelecendo diretrizes nacionais, mas permitindo adapta-
ções às necessidades locais.
(D) Por meio da uniformidade estrita de implementação em to-
dos os estados e municípios.
 
15. FGV - 2023 - AL-MA - Técnico de Gestão Administrativa - Ci-
ências Sociais (Sociólogo) -O estudo das políticas públicas usa mo-
delos na forma de ciclos de etapas sucessivas, de modo a facilitar 
sua análise e identificar uma possível intervenção, como no exem-
plo proposto a seguir.
Nesse modelo, a(s) etapa(s)
(A) identificação do problema e formação da Agenda corres-
pondem aos processos de reconhecimento de uma questão 
social como problema público e de sua legitimação na pauta 
pública, em determinado momento.
(B) formulação das alternativas consiste na escolha técnico-po-
lítica dos rumos a seguir, decidindo entre as alternativas formu-
ladas de ação efetiva ou não.
(C) tomada de decisão refere-se à capacidade de oferecer uma 
solução consistente indicando os encaminhamentos e progra-
mas para o problema social diagnosticado.
(D) implementação contribui para os esforços de efetivação da 
ação governamental, mediante a verificação da pertinência, 
viabilidade e eficácia potencial de um programa.
(E) avaliação identifica o conjunto de assuntos e problemas 
que os gestores públicos e a comunidade política entendem 
como mais relevantes em um dado momento.
GABARITO
1 A
2 B
3 D
4 B
5 E
6 D
7 D
8 C
9 A
10 B
11 B
12 C
13 C
14 C
15 A
ANOTAÇÕES
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POLÍTICAS PÚBLICAS
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a solução para o seu concurso!
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DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: 
DEMOCRACIA E CIDADANIA
ESTADO DE DIREITO E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988: 
CONSOLIDAÇÃO DA DEMOCRACIA, REPRESENTAÇÃO PO-
LÍTICA E PARTICIPAÇÃO CIDADÃ
O Estado de Direito e a Constituição Federal de 1988 no Bra-
sil estão intrinsecamente ligados à consolidação da democracia, à 
representação política e à participação cidadã. A Constituição de 
1988, frequentemente chamada de “Constituição Cidadã”, marca 
um ponto de virada na história política brasileira, estabelecendo as 
bases para um Estado democrático de direito e enfatizando os direi-
tos e garantias fundamentais.
Consolidação da Democracia
A Constituição de 1988 foi promulgada após um longo período 
de regime militar autoritário, representando um forte movimento 
de redemocratização. Ela estabeleceu um sistema de governo de-
mocrático, baseado na separação de poderes - Executivo, Legisla-
tivo e Judiciário - e no respeito aos direitos humanos e liberdades 
fundamentais. A Constituição também reforçou as instituições de-
mocráticas, estabelecendo regras claras para eleições livres e justas, 
o funcionamento dos partidos políticos e a alternância de poder. 
Esses elementos são essenciais para a consolidação da democracia, 
pois garantem que o governo reflita a vontade do povo e que haja 
mecanismos para a accountability e a transparência.
Representação Política
A representação política é um pilar central da democracia, e 
a Constituição Federal de 1988 abordou essa questão com grande 
ênfase. Ela estabeleceu um sistema político representativo, no qual 
os cidadãos elegem seus representantes para atuar em seu nome 
nos níveis federal, estadual e municipal. A Constituição também 
procurou garantir uma representação mais equitativa e plural, re-
conhecendo a diversidade da sociedade brasileira e incentivando a 
participação de grupos historicamente marginalizados. Este aspecto 
é crucial, pois a representação política efetiva é fundamental para 
que todos os segmentos da sociedade tenham suas vozes ouvidas e 
seus interesses atendidos. Além disso, a representação política sob 
a égide da Constituição de 1988 visa assegurar que os processos de 
tomada de decisão sejam responsivos e responsáveis, fortalecendo 
assim os princípios democráticos.
Participação Cidadã
A Constituição de 1988 também colocou um foco especial na 
participação cidadã como um meio de fortalecer a democracia. Ela 
reconheceu que a democracia vai além do simples ato de votar, en-
globando a participação ativa dos cidadãos na vida política e nas 
decisões que afetam suas vidas. Isso se manifesta de várias formas, 
incluindo a participação direta em plebiscitos e referendos, o enga-
jamento em audiências públicas e o direito de propor legislação por 
meio de iniciativas populares. A Constituição também estimulou a 
formação de associações civis, organizações não governamentais e 
outros grupos de interesse, reconhecendo o papel vital que essas 
entidades desempenham na articulação de interesses e na promo-
ção de mudanças sociais.
Desafios e Avanços
Apesar dos avanços significativos trazidos pela Constituição 
Federal de 1988, a consolidação da democracia no Brasil continua 
a enfrentar desafios. Questões como a corrupção, a desigualdade 
social, e a efetiva implementação de políticas públicas permanecem 
como obstáculos significativos. No entanto, a Constituição forneceu 
uma estrutura robusta para o enfrentamento desses desafios, es-
tabelecendo um sistema legal e institucional capaz de promover 
reformas e garantir a justiça social.
A Constituição Federal de 1988 foi um marco decisivo na his-
tória do Brasil, estabelecendo as fundações de um Estado de Di-
reito democrático. Ela consolidou a democracia, reforçou a repre-
sentação política e ampliou a participação cidadã, tornando-se um 
símbolo de uma nova era na política brasileira. Embora desafios 
permaneçam, a Constituição de 1988 continua a ser um guia para 
o desenvolvimento democrático e a justiça social no Brasil, ofere-
cendo um caminho para um futuro mais inclusivo e representativo. 
Através dela, os cidadãos têm não apenas direitos, mas também 
canais para participar ativamente na construção de uma sociedade 
mais justa e igualitária. A experiência brasileira destaca a importân-
cia de uma constituição democrática não apenas como um docu-
mento legal, mas como um compromisso vivo com os valores da 
democracia, da justiça e da participação cidadã.
DIVISÃO E COORDENAÇÃO DE PODERES DA REPÚBLICA
A divisão e coordenação de poderes da República são conceitos 
fundamentais em qualquer democracia moderna, incluindo a Repú-
blica Federativa do Brasil. Estes princípios estão arraigados na ideia 
de que para haver um governo eficiente e justo, é necessário dividir 
as funções estatais entre diferentes órgãos, garantindo, ao mesmo 
tempo, a sua coordenação e equilíbrio.
A Divisão de Poderes
O conceito de divisão de poderes foi popularizado por Montes-
quieu no século XVIII. Ele propôs que o poder do Estado deveria ser 
dividido em três ramos independentes: o Legislativo, o Executivo e 
o Judiciário. Essa divisão tem como objetivo evitar a concentração 
de poder nasmãos de uma única entidade ou grupo, o que poderia 
levar à tirania. Cada um desses poderes tem funções específicas e 
distintas:
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
2424
a solução para o seu concurso!
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• Poder Legislativo: É responsável pela elaboração e aprovação 
das leis. No Brasil, este poder é bicameral, composto pela Câmara 
dos Deputados e pelo Senado Federal, que representam, respecti-
vamente, o povo e os estados.
• Poder Executivo: Tem a função de executar as leis aprovadas 
pelo Legislativo, além de administrar os assuntos do Estado e con-
duzir a política externa. No Brasil, é representado pelo Presidente 
da República, que é auxiliado por ministros de Estado.
• Poder Judiciário: Seu papel é interpretar as leis, garantindo 
que sejam aplicadas de maneira justa e imparcial. No Brasil, o siste-
ma judiciário é complexo e inclui diversos tribunais, como o Supre-
mo Tribunal Federal (STF), que é a mais alta corte do país.
Coordenação entre os Poderes
Embora a divisão de poderes seja essencial, também é neces-
sário que haja uma coordenação entre eles para garantir o bom 
funcionamento do Estado. Essa coordenação é alcançada por meio 
de um sistema de “freios e contrapesos”, no qual cada poder tem 
a capacidade de limitar ou verificar os outros, prevenindo abusos e 
garantindo um equilíbrio.
Por exemplo, o Presidente da República pode vetar leis aprova-
das pelo Congresso Nacional, mas o Congresso pode derrubar esse 
veto. Da mesma forma, o Judiciário pode declarar a inconstituciona-
lidade de leis aprovadas pelo Legislativo ou atos do Executivo. Esse 
sistema de checagens mútuas assegura que nenhum dos poderes 
exceda suas prerrogativas constitucionais.
Desafios na Coordenação de Poderes
• A coordenação entre os poderes, embora ideal
mente projetada para garantir a harmonia e o equilíbrio, pode 
enfrentar desafios. Conflitos entre os poderes podem surgir, espe-
cialmente quando há interpretações divergentes da Constituição ou 
dos limites de autoridade de cada poder. Além disso, o sistema po-
lítico pode ser desafiado por crises que exigem respostas rápidas e 
eficientes, colocando em teste a capacidade de coordenação entre 
os poderes.
• Importância da Interação e Respeito Mútuo
Para o bom funcionamento da República, é essencial que haja 
uma interação respeitosa entre os poderes. Embora independen-
tes, eles devem trabalhar juntos para o benefício do país e de seus 
cidadãos. O respeito mútuo e a colaboração são fundamentais para 
a resolução de conflitos e para a promoção do bem-estar social e do 
desenvolvimento.
A Constituição como Base da Divisão e Coordenação de Po-
deres
A Constituição do Brasil estabelece as bases para a divisão e 
coordenação de poderes. Ela define não apenas as funções de cada 
poder, mas também os limites de sua atuação. A Constituição é, 
portanto, o documento fundamental que assegura a manutenção 
do equilíbrio entre os poderes e o respeito às suas funções e com-
petências.
PRESIDENCIALISMO COMO SISTEMA DE GOVERNO: NO-
ÇÕES GERAIS, CAPACIDADES GOVERNATIVAS E ESPECIFI-
CIDADES DO CASO BRASILEIRO
O presidencialismo é um sistema de governo adotado por di-
versos países, incluindo o Brasil, caracterizado pela eleição direta 
do chefe de Estado e de governo, que é o presidente. Esse siste-
ma difere significativamente do parlamentarismo, onde o chefe de 
governo geralmente é diferente do chefe de Estado e é escolhido 
pela maioria parlamentar. O presidencialismo possui especificida-
des e capacidades governativas que impactam diretamente a forma 
como um país é administrado e suas políticas são implementadas.
Noções Gerais do Presidencialismo
No presidencialismo, o presidente é eleito diretamente pelo 
povo, para um mandato fixo, e não pode ser destituído do cargo 
por uma votação parlamentar, a menos que seja por meio de um 
processo de impeachment, que exige procedimentos legais e justifi-
cativas sólidas. O presidente tem amplos poderes, incluindo a admi-
nistração do executivo, a condução da política externa, a nomeação 
de ministros e altos funcionários do governo, e, em muitos casos, a 
capacidade de vetar legislações aprovadas pelo legislativo.
Capacidades Governativas do Presidencialismo
O sistema presidencialista permite uma clara separação entre 
o Executivo e o Legislativo. Isso pode gerar uma estabilidade gover-
namental, pois o presidente, uma vez eleito, possui um mandato 
fixo. Por outro lado, essa separação pode levar a impasses políticos, 
especialmente se o presidente não possui apoio da maioria no le-
gislativo. O sistema presidencialista também é caracterizado pela 
centralização do poder executivo, o que pode agilizar a tomada de 
decisões e a implementação de políticas. No entanto, isso também 
coloca uma grande responsabilidade nas mãos de um único indiví-
duo, o que pode ser um desafio em termos de checks and balances 
democráticos.
Especificidades do Caso Brasileiro
No Brasil, o presidencialismo foi adotado desde a proclamação 
da república em 1889, com algumas interrupções durante períodos 
de regime militar. A Constituição Federal de 1988 reforçou o siste-
ma presidencialista, estabelecendo um equilíbrio de poderes entre 
o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Uma característica marcan-
te do presidencialismo brasileiro é o sistema de coalizão, no qual o 
presidente muitas vezes precisa formar alianças com vários partidos 
para garantir apoio legislativo. Isso é em parte devido ao grande 
número de partidos políticos e à fragmentação do Congresso.
Desafios do Presidencialismo Brasileiro
Um dos principais desafios do presidencialismo no Brasil é a go-
vernabilidade. A necessidade de formar coalizões amplas e muitas 
vezes heterogêneas pode levar a um alto custo político e à lentidão 
na implementação de políticas. Além disso, o sistema tem sido cri-
ticado por possibilitar um certo grau de “presidencialismo de coa-
lizão”, onde o presidente tem que negociar extensivamente com o 
Congresso, muitas vezes concedendo cargos e favores políticos em 
troca de apoio.
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
25
a solução para o seu concurso!
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Vantagens do Sistema Brasileiro
Apesar dos desafios, o sistema presidencialista no Brasil tam-
bém tem suas vantagens. Ele permite uma representação direta da 
vontade popular na escolha do líder executivo e oferece uma cer-
ta estabilidade governamental, uma vez que o presidente tem um 
mandato fixo. Além disso, em situações de crise, o sistema pode 
permitir uma resposta rápida e coordenada, dada a centralização 
do poder executivo.
o presidencialismo como sistema de governo apresenta tanto 
desafios quanto oportunidades para a governança. No caso brasilei-
ro, essas particularidades são evidenciadas pela interação complexa 
entre o presidente e um Congresso multipartidário. Enquanto o sis-
tema permite uma representação direta e pode facilitar a estabili-
dade e a tomada de decisões rápidas, ele também exige habilidade 
política significativa para a formação de coalizões e a condução de 
políticas efetivas. A experiência brasileira com o presidencialismo 
ilustra a importância do equilíbrio entre estabilidade e responsa-
bilidade democrática, bem como os desafios de governar em um 
ambiente político diversificado e frequentemente fragmentado.
EFETIVAÇÃO E REPARAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS: ME-
MÓRIA, AUTORITARISMO E VIOLÊNCIA DE ESTADO
A efetivação e reparação de direitos humanos são temas cen-
trais no contexto de sociedades que vivenciaram períodos de au-
toritarismo e violência de Estado. Essas questões abrangem não 
apenas a necessidade de reconhecer e responder aos abusos come-
tidos, mas também a importância da memória para a construção de 
um futuro mais justo e democrático.
Memória e Direitos Humanos
A memória desempenha um papel crucial na efetivação dos 
direitos humanos, especialmente em contextos pós-autoritários. A 
recordação de abusos e injustiças do passado não é apenas uma 
forma de honrar as vítimas, mastambém um meio de conscien-
tizar a sociedade sobre os perigos do autoritarismo. O processo 
de lembrar e reconhecer os erros históricos é fundamental para a 
construção de uma cultura de respeito aos direitos humanos e para 
prevenir a repetição de tais abusos. Isso pode envolver a criação de 
museus, memoriais, dias de lembrança, e a inclusão dessa história 
nos currículos educacionais.
Autoritarismo e Violação de Direitos Humanos
Regimes autoritários frequentemente perpetraram violações 
graves de direitos humanos, incluindo tortura, desaparecimentos 
forçados, execuções extrajudiciais e supressão de liberdades civis. 
Essas violações, muitas vezes cometidas em nome da segurança na-
cional ou da estabilidade do Estado, deixaram cicatrizes profundas 
nas vítimas, suas famílias e na sociedade como um todo. A transição 
para um regime democrático requer não apenas o reconhecimento 
dessas injustiças, mas também ações efetivas para reparar os danos 
causados.
Reparação e Justiça
A reparação dos direitos humanos envolve várias medidas, in-
cluindo a responsabilização dos perpetradores, compensações para 
as vítimas e garantias de não repetição. Processos de justiça de 
transição, como tribunais especiais ou comissões da verdade, são 
frequentemente estabelecidos para investigar os abusos e promo-
ver a justiça. Estes processos buscam equilibrar a necessidade de 
justiça com a promoção da reconciliação nacional.
Além da justiça legal, a reparação também pode incluir com-
pensações financeiras, assistência médica e psicológica, e esforços 
para restaurar a dignidade das vítimas. A reabilitação das vítimas e a 
reconstrução de suas vidas são componentes essenciais para a cura 
das feridas deixadas pela violência e pela opressão.
Violência de Estado e Seus Legados
A violência de Estado durante regimes autoritários deixa lega-
dos duradouros que podem persistir mesmo após a transição para 
a democracia. Estes legados incluem desconfiança nas instituições, 
trauma coletivo e divisões sociais profundas. Lidar com esses lega-
dos é um processo complexo que requer esforços contínuos de edu-
cação, diálogo e reformas institucionais para reconstruir a confiança 
no Estado e em suas instituições.
Educação e Prevenção
A educação desempenha um papel vital na efetivação dos di-
reitos humanos e na prevenção de futuras violações. Isso envolve 
educar as novas gerações sobre o passado, ensinando sobre os di-
reitos humanos e fomentando uma cultura de respeito e tolerância. 
A inclusão da história do autoritarismo e das violações de direitos 
humanos nos currículos escolares é crucial para garantir que as li-
ções do passado não sejam esquecidas.
A efetivação e reparação dos direitos humanos em contextos 
pós-autoritários são processos desafiadores, mas essenciais. Eles 
requerem um compromisso contínuo com a verdade, a justiça e a 
reparação. O papel da memória é fundamental, não apenas como 
um meio de honrar as vítimas, mas também como uma ferramen-
ta para construir uma sociedade mais justa e resiliente. Lidar com 
o legado da violência e do autoritarismo é um passo crucial para 
assegurar a dignidade de todos e para a construção de um futuro 
democrático e respeitoso dos direitos humanos.
PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS PNDH-3 
(DECRETO Nº 7.037/2009)
Política nacional é o instrumento que estabelece o patamar e 
orienta as ações governamentais futuras, buscando o aperfeiçoa-
mento de alguma das esferas consideradas essenciais para a socie-
dade. No caso, o Brasil adota como uma de suas políticas nacionais 
os direitos humanos, sendo que a aborda em detalhes em Progra-
mas Nacionais de Direitos Humanos, reelaborados periodicamente 
de acordo com as novas necessidades sociais.
“A política nacional de direitos humanos do Estado brasileiro, 
desenvolvida desde o retorno ao governo civil em 1985, e de forma 
mais definida, desde 1995, pelo governo do Presidente Fernando 
Henrique Cardoso, reflete e aprofunda uma concepção de direitos 
humanos partilhada por organizações de direitos humanos desde a 
resistência ao regime autoritário nos anos 1970. Pela primeira vez, 
entretanto, na história republicana, quase meio- século depois da 
Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948, os direitos hu-
manos passaram a ser assumidos como política oficial do governo, 
num contexto social e político deste fim de século extremamente 
adverso para a maioria das não-elites na população brasileira. [...]
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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a solução para o seu concurso!
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Em meados dos anos oitenta, já começava a ficar claro que o 
desenvolvimento econômico e social e a transição para democra-
cia, ainda que necessários, não eram suficientes para conter o au-
mento da criminalidade e da violência no Brasil. Ficava patente que 
esse fenômeno constituía um grande obstáculo e uma ameaça aos 
processos de desenvolvimento e de consolidação da democracia. 
A questão era saber se esta tendência de banalização da crimina-
lidade, da violência e da morte poderia ser controlada e revertida 
ou se ela acabaria por consumir os recursos humanos da sociedade 
brasileira a ponto de inviabilizar os processos de desenvolvimento e 
de consolidação da democracia no país. [...]
Com o objetivo de limitar, controlar e reverter as graves vio-
lações de direitos humanos e implementando uma recomendação 
da Conferência Mundial de Direitos Humanos realizada em Viena 
em 1993 - na qual o Brasil teve papel muito atuante, pois foi o em-
baixador Gilberto Sabóia quem coordenou o comitê de redação da 
Declaração e Programa de Viena ¾ o governo Fernando Henrique 
Cardoso decidiu integrar como política de governo a promoção e 
realização dos direitos humanos propondo um plano de ação para 
direitos humanos. Em 7 de setembro de 1995, o Presidente anun-
ciava: ‘Chegou a hora de mostrarmos, na prática, num plano nacio-
nal, como vamos lutar para acabar com a impunidade, como vamos 
lutar para realmente fazer com que os direitos humanos sejam res-
peitados’.
Ao assumir esse compromisso, o governo brasileiro reconhece 
a obrigação do estado de proteger e promover os direitos humanos 
e os princípios da universalidade e da indivisibilidade dos direitos 
humanos. [...]”.1
O principal mecanismo utilizado para exteriorizar e planejar a 
Política Nacional de Direitos humanos é o Programa Nacional de 
Direitos Humanos.
DECRETO Nº 7.037, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2009.
Aprova o Programa Nacional de Direitos Humanos - PNDH-3 e 
dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe 
confere o art. 84, inciso VI, alínea “a”, da Constituição,
DECRETA:
Art. 1º Fica aprovado o Programa Nacional de Direitos Huma-
nos - PNDH-3, em consonância com as diretrizes, objetivos estra-
tégicos e ações programáticas estabelecidos, na forma do Anexo 
deste Decreto.
Art. 2º O PNDH-3 será implementado de acordo com os seguin-
tes eixos orientadores e suas respectivas diretrizes:
I - Eixo Orientador I: Interação democrática entre Estado e so-
ciedade civil:
a) Diretriz 1: Interação democrática entre Estado e sociedade 
civil como instrumento de fortalecimento da democracia participa-
tiva;
b) Diretriz 2: Fortalecimento dos Direitos Humanos como ins-
trumento transversal das políticas públicas e de interação demo-
crática; e
1 PINHEIRO, Paúlo Sérgio; MESQUITA NETO, Paulo de. Direitos huma-
nos no Brasil: perspectivas no final do século. Disponível em: <http://
www.dhnet.org.br/direitos/militantes/pspinheiro/pspinheirodhbrasil.
html>.
c) Diretriz 3: Integração e ampliação dos sistemas de informa-
ções em Direitos Humanos e construção de mecanismos de avalia-
ção e monitoramento de sua efetivação;
II - Eixo Orientador II: Desenvolvimento e Direitos Humanos:
a) Diretriz 4: Efetivação de modelo de desenvolvimento sus-
tentável, com inclusão social e econômica, ambientalmente equi-
librado e tecnologicamente responsável, cultural e regionalmente 
diverso, participativo e não discriminatório;
b) Diretriz5: Valorização da pessoa humana como sujeito cen-
tral do processo de desenvolvimento; e
c) Diretriz 6: Promover e proteger os direitos ambientais como 
Direitos Humanos, incluindo as gerações futuras como sujeitos de 
direitos;
III - Eixo Orientador III: Universalizar direitos em um contexto 
de desigualdades:
a) Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de forma univer-
sal, indivisível e interdependente, assegurando a cidadania plena;
b) Diretriz 8: Promoção dos direitos de crianças e adolescentes 
para o seu desenvolvimento integral, de forma não discriminatória, 
assegurando seu direito de opinião e participação;
c) Diretriz 9: Combate às desigualdades estruturais; e
d) Diretriz 10: Garantia da igualdade na diversidade;
IV - Eixo Orientador IV: Segurança Pública, Acesso à Justiça e 
Combate à Violência:
a) Diretriz 11: Democratização e modernização do sistema de 
segurança pública;
b) Diretriz 12: Transparência e participação popular no sistema 
de segurança pública e justiça criminal;
c) Diretriz 13: Prevenção da violência e da criminalidade e pro-
fissionalização da investigação de atos criminosos;
d) Diretriz 14: Combate à violência institucional, com ênfase na 
erradicação da tortura e na redução da letalidade policial e carce-
rária;
e) Diretriz 15: Garantia dos direitos das vítimas de crimes e de 
proteção das pessoas ameaçadas;
f) Diretriz 16: Modernização da política de execução penal, 
priorizando a aplicação de penas e medidas alternativas à privação 
de liberdade e melhoria do sistema penitenciário; e
g) Diretriz 17: Promoção de sistema de justiça mais acessível, 
ágil e efetivo, para o conhecimento, a garantia e a defesa de direi-
tos;
V - Eixo Orientador V: Educação e Cultura em Direitos Huma-
nos:
a) Diretriz 18: Efetivação das diretrizes e dos princípios da po-
lítica nacional de educação em Direitos Humanos para fortalecer 
uma cultura de direitos;
b) Diretriz 19: Fortalecimento dos princípios da democracia e 
dos Direitos Humanos nos sistemas de educação básica, nas insti-
tuições de ensino superior e nas instituições formadoras;
c) Diretriz 20: Reconhecimento da educação não formal como 
espaço de defesa e promoção dos Direitos Humanos;
d) Diretriz 21: Promoção da Educação em Direitos Humanos no 
serviço público; e
e) Diretriz 22: Garantia do direito à comunicação democrática 
e ao acesso à informação para consolidação de uma cultura em Di-
reitos Humanos; e
VI - Eixo Orientador VI: Direito à Memória e à Verdade:
a) Diretriz 23: Reconhecimento da memória e da verdade como 
Direito Humano da cidadania e dever do Estado;
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
27
a solução para o seu concurso!
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b) Diretriz 24: Preservação da memória histórica e construção 
pública da verdade; e
c) Diretriz 25: Modernização da legislação relacionada com pro-
moção do direito à memória e à verdade, fortalecendo a democra-
cia.
Parágrafo único. A implementação do PNDH-3, além dos res-
ponsáveis nele indicados, envolve parcerias com outros órgãos fe-
derais relacionados com os temas tratados nos eixos orientadores 
e suas diretrizes.
Art. 3º As metas, prazos e recursos necessários para a imple-
mentação do PNDH-3 serão definidos e aprovados em Planos de 
Ação de Direitos Humanos bianuais.
Art. 4º (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
II - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
III - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
IV - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
V - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
§ 1º (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
I - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
II - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
III - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
IV - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
V - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
VI - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
VII - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
VIII - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
IX - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
X - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
XI - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
XII - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
XIII - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
XIV - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
XV - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
XVI - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
XVII - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
XVIII - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
XIX - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
XX - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
XXI - (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
§ 2º (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
§ 3º (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
§ 4º (Revogado pelo Decreto nº 10.087, de 2019) (Vigência)
Art. 5º Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e os órgãos 
do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e do Ministério Público, 
serão convidados a aderir ao PNDH-3.
Art. 6º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 7º Fica revogado o Decreto nº 4.229, de 13 de maio de 
2002.
Brasília, 21 de dezembro de 2009; 188º da Independência e 
121º da República.
ANEXO
Eixo Orientador I:
• Interação democrática entre Estado e sociedade civil
A partir da metade dos anos 1970, começam a ressurgir no Bra-
sil iniciativas de rearticulação dos movimentos sociais, a despeito 
da repressão política e da ausência de canais democráticos de par-
ticipação. Fortes protestos e a luta pela democracia marcaram esse 
período. Paralelamente, surgiram iniciativas populares nos bairros 
reivindicando direitos básicos como saúde, transporte, moradia e 
controle do custo de vida. Em um primeiro momento, eram inicia-
tivas atomizadas, buscando conquistas parciais, mas que ao longo 
dos anos foram se caracterizando como movimentos sociais orga-
nizados.
Com o avanço da democratização do País, os movimentos so-
ciais multiplicaram-se. Alguns deles institucionalizaram-se e passa-
ram a ter expressão política. Os movimentos populares e sindicatos 
foram, no caso brasileiro, os principais promotores da mudança e 
da ruptura política em diversas épocas e contextos históricos. Com 
efeito, durante a etapa de elaboração da Constituição Cidadã de 
1988, esses segmentos atuaram de forma especialmente articula-
da, afirmando-se como um dos pilares da democracia e influencian-
do diretamente os rumos do País.
Nos anos que se seguiram, os movimentos passaram a se con-
solidar por meio de redes com abrangência regional ou nacional, 
firmando-se como sujeitos na formulação e monitoramento das 
políticas públicas. Nos anos 1990, desempenharam papel funda-
mental na resistência a todas as orientações do neoliberalismo de 
flexibilização dos direitos sociais, privatizações, dogmatismo do 
mercado e enfraquecimento do Estado. Nesse mesmo período, 
multiplicaram-se pelo País experiências de gestão estadual e muni-
cipal em que lideranças desses movimentos, em larga escala, passa-
ram a desempenhar funções de gestores públicos.
Com as eleições de 2002, alguns dos setores mais organizados 
da sociedade trouxeram reivindicações históricas acumuladas, pas-
sando a influenciar diretamente a atuação do governo e vivendo de 
perto suas contradições internas.
Nesse novo cenário, o diálogo entre Estado e sociedade civil 
assumiu especial relevo, com a compreensão e a preservação do 
distinto papel de cada um dos segmentos no processo de gestão. A 
interação é desenhada por acordos e dissensos, debates de idéias 
e pela deliberação em torno de propostas. Esses requisitos são im-
prescindíveis ao pleno exercício da democracia, cabendo à socieda-
de civil exigir, pressionar, cobrar, criticar, propor e fiscalizar as ações 
do Estado.Essa concepção de interação democrática construída entre os 
diversos órgãos do Estado e a sociedade civil trouxe consigo resul-
tados práticos em termos de políticas públicas e avanços na inter-
locução de setores do poder público com toda a diversidade social, 
cultural, étnica e regional que caracteriza os movimentos sociais em 
nosso País. Avançou-se fundamentalmente na compreensão de que 
os Direitos Humanos constituem condição para a prevalência da 
dignidade humana, e que devem ser promovidos e protegidos por 
meio do esforço conjunto do Estado e da sociedade civil.
Uma das finalidades do PNDH-3 é dar continuidade à integra-
ção e ao aprimoramento dos mecanismos de participação existen-
tes, bem como criar novos meios de construção e monitoramento 
das políticas públicas sobre Direitos Humanos no Brasil.
No âmbito institucional o PNDH-3, amplia as conquistas na área 
dos direitos e garantias fundamentais, pois internaliza a diretriz se-
gundo a qual a primazia dos Direitos Humanos constitui princípio 
transversal a ser considerado em todas as políticas públicas.
As diretrizes deste capítulo discorrem sobre a importância de 
fortalecer a garantia e os instrumentos de participação social, o ca-
ráter transversal dos Direitos Humanos e a construção de mecanis-
mos de avaliação e monitoramento de sua efetivação. Isso inclui a 
construção de sistema de indicadores de Direitos Humanos e a arti-
culação das políticas e instrumentos de monitoramento existentes.
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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O Poder Executivo tem papel protagonista na coordenação e 
implementação do PNDH-3, mas faz-se necessária a definição de 
responsabilidades compartilhadas entre a União, Estados, Municí-
pios e do Distrito Federal na execução de políticas públicas, tanto 
quanto a criação de espaços de participação e controle social nos 
Poderes Judiciário e Legislativo, no Ministério Público e nas Defen-
sorias, em ambiente de respeito, proteção e efetivação dos Direitos 
Humanos. O conjunto dos órgãos do Estado – não apenas no âm-
bito do Executivo Federal – deve estar comprometido com a imple-
mentação e monitoramento do PNDH-3.
Aperfeiçoar a interlocução entre Estado e sociedade civil de-
pende da implementação de medidas que garantam à sociedade 
maior participação no acompanhamento e monitoramento das po-
líticas públicas em Direitos Humanos, num diálogo plural e trans-
versal entre os vários atores sociais e deles com o Estado. Ampliar o 
controle externo dos órgãos públicos por meio de ouvidorias, moni-
torar os compromissos internacionais assumidos pelo Estado brasi-
leiro, realizar conferências periódicas sobre a temática, fortalecer e 
apoiar a criação de conselhos nacional, distrital, estaduais e muni-
cipais de Direitos Humanos, garantindo-lhes eficiência, autonomia 
e independência são algumas das formas de assegurar o aperfeiço-
amento das políticas públicas por meio de diálogo, de mecanismos 
de controle e das ações contínuas da sociedade civil. Fortalecer as 
informações em Direitos Humanos com produção e seleção de in-
dicadores para mensurar demandas, monitorar, avaliar, reformular 
e propor ações efetivas, garante e consolida o controle social e a 
transparência das ações governamentais.
A adoção de tais medidas fortalecerá a democracia participati-
va, na qual o Estado atua como instância republicana da promoção 
e defesa dos Direitos Humanos e a sociedade civil como agente ati-
vo – propositivo e reativo – de sua implementação.
Diretriz 1: Interação democrática entre Estado e sociedade civil 
como instrumento de fortalecimento da democracia participativa.
Objetivo estratégico I:
Garantia da participação e do controle social das políticas pú-
blicas em Direitos Humanos, em diálogo plural e transversal entre 
os vários atores sociais.
Ações programáticas:
a)Apoiar, junto ao Poder Legislativo, a instituição do Conselho 
Nacional dos Direitos Humanos, dotado de recursos humanos, ma-
teriais e orçamentários para o seu pleno funcionamento, e efetuar 
seu credenciamento junto ao Escritório do Alto Comissariado das 
Nações Unidas para os Direitos Humanos como “Instituição Nacio-
nal Brasileira”, como primeiro passo rumo à adoção plena dos “Prin-
cípios de Paris”.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores
b)Fomentar a criação e o fortalecimento dos conselhos de 
Direitos Humanos em todos os Estados e Municípios e no Distrito 
Federal, bem como a criação de programas estaduais de Direitos 
Humanos.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
c)Criar mecanismos que permitam ação coordenada entre os 
diversos conselhos de direitos, nas três esferas da Federação, visan-
do a criação de agenda comum para a implementação de políticas 
públicas de Direitos Humanos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República, Secretaria-Geral da Presidência da Repú-
blica
d)Criar base de dados dos conselhos nacionais, estaduais, dis-
trital e municipais, garantindo seu acesso ao público em geral.
Responsáveis: Secretaria-Geral da Presidência da República; 
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Repú-
blica
e)Apoiar fóruns, redes e ações da sociedade civil que fazem 
acompanhamento, controle social e monitoramento das políticas 
públicas de Direitos Humanos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Secretaria-Geral da Presidência da Repú-
blica
f)Estimular o debate sobre a regulamentação e efetividade dos 
instrumentos de participação social e consulta popular, tais como 
lei de iniciativa popular, referendo, veto popular e plebiscito.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Secretaria-Geral da Presidência da Repú-
blica
g)Assegurar a realização periódica de conferências de Direitos 
Humanos, fortalecendo a interação entre a sociedade civil e o po-
der público.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
Objetivo estratégico II:
Ampliação do controle externo dos órgãos públicos.
Ações programáticas:
a)Ampliar a divulgação dos serviços públicos voltados para a 
efetivação dos Direitos Humanos, em especial nos canais de trans-
parência.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
b)Propor a instituição da Ouvidoria Nacional dos Direitos Hu-
manos, em substituição à Ouvidoria-Geral da Cidadania, com in-
dependência e autonomia política, com mandato e indicação pelo 
Conselho Nacional dos Direitos Humanos, assegurando recursos 
humanos, materiais e financeiros para seu pleno funcionamento.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
c)Fortalecer a estrutura da Ouvidoria Agrária Nacional.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Agrário
Diretriz 2: Fortalecimento dos Direitos Humanos como instru-
mento transversal das políticas públicas e de interação democrá-
tica.
Objetivo estratégico I:
Promoção dos Direitos Humanos como princípios orientadores 
das políticas públicas e das relações internacionais.
Ações programáticas:
a)Considerar as diretrizes e objetivos estratégicos do PNDH-3 
nos instrumentos de planejamento do Estado, em especial no Plano 
Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei Orçamentária 
Anual.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Secretaria-Geral da Presidência da Repú-
blica; Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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b)Propor e articular o reconhecimento do status constitucional 
de instrumentos internacionais de Direitos Humanos novos ou já 
existentes ainda não ratificados.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministérioda Justiça; Secretaria de Rela-
ções Institucionais da Presidência da República
c)Construir e aprofundar agenda de cooperação multilateral 
em Direitos Humanos que contemple prioritariamente o Haiti, os 
países lusófonos do continente africano e o Timor-Leste.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores
d)Aprofundar a agenda Sul-Sul de cooperação bilateral em Di-
reitos Humanos que contemple prioritariamente os países lusófo-
nos do continente africano, o Timor-Leste, Caribe e a América La-
tina.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores
Objetivo estratégico II:
Fortalecimento dos instrumentos de interação democrática 
para a promoção dos Direitos Humanos.
Ações programáticas:
a)Criar o Observatório Nacional dos Direitos Humanos para 
subsidiar, com dados e informações, o trabalho de monitoramento 
das políticas públicas e de gestão governamental e sistematizar a 
documentação e legislação, nacionais e internacionais, sobre Direi-
tos Humanos.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
b)Estimular e reconhecer pessoas e entidades com destaque na 
luta pelos Direitos Humanos na sociedade brasileira e internacional, 
com a concessão de premiação, bolsas e outros incentivos, na for-
ma da legislação aplicável.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores
c)Criar selo nacional “Direitos Humanos”, a ser concedido às 
entidades públicas e privadas que comprovem atuação destacada 
na defesa e promoção dos direitos fundamentais.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Justiça
Diretriz 3: Integração e ampliação dos sistemas de informação 
em Direitos Humanos e construção de mecanismos de avaliação e 
monitoramento de sua efetivação.
Objetivo estratégico I:
Desenvolvimento de mecanismos de controle social das políti-
cas públicas de Direitos Humanos, garantindo o monitoramento e a 
transparência das ações governamentais.
Ações programáticas:
a)Instituir e manter sistema nacional de indicadores em Direi-
tos Humanos, de forma articulada com os órgãos públicos e a so-
ciedade civil.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
b)Integrar os sistemas nacionais de informações para elabora-
ção de quadro geral sobre a implementação de políticas públicas e 
violações aos Direitos Humanos.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
c)Articular a criação de base de dados com temas relacionados 
aos Direitos Humanos.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
d)Utilizar indicadores em Direitos Humanos para mensurar de-
mandas, monitorar, avaliar, reformular e propor ações efetivas.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas para as 
Mulheres da Presidência da República; Secretaria Especial de Políti-
cas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República; 
Ministério da Saúde; Ministério do Desenvolvimento Social e Com-
bate à Fome; Ministério da Justiça; Ministério das Cidades; Minis-
tério do Meio Ambiente; Ministério da Cultura; Ministério do Turis-
mo; Ministério do Esporte; Ministério do Desenvolvimento Agrário
e)Propor estudos visando a criação de linha de financiamento 
para a implementação de institutos de pesquisa e produção de es-
tatísticas em Direitos Humanos nos Estados.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
Objetivo estratégico II:
Monitoramento dos compromissos internacionais assumidos 
pelo Estado brasileiro em matéria de Direitos Humanos.
Ações programáticas:
a)Elaborar relatório anual sobre a situação dos Direitos Huma-
nos no Brasil, em diálogo participativo com a sociedade civil.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores
b)Elaborar relatórios periódicos para os órgãos de tratados da 
ONU, no prazo por eles estabelecidos, com base em fluxo de infor-
mações com órgãos do governo federal e com unidades da Fede-
ração.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores
c)Elaborar relatório de acompanhamento das relações entre o 
Brasil e o sistema ONU que contenha, entre outras, as seguintes 
informações:
• Recomendações advindas de relatores especiais do Conselho 
de Direitos Humanos da ONU;
• Recomendações advindas dos comitês de tratados do Meca-
nismo de Revisão Periódica;
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores
d)Definir e institucionalizar fluxo de informações, com respon-
sáveis em cada órgão do governo federal e unidades da Federação, 
referentes aos relatórios internacionais de Direitos Humanos e às 
recomendações dos relatores especiais do Conselho de Direitos Hu-
manos da ONU e dos comitês de tratados.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores
e)Definir e institucionalizar fluxo de informações, com respon-
sáveis em cada órgão do governo federal, referentes aos relatórios 
da Comissão Interamericana de Direitos Humanos e às decisões da 
Corte Interamericana de Direitos Humanos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores
f)Criar banco de dados público sobre todas as recomendações 
dos sistemas ONU e OEA feitas ao Brasil, contendo as medidas ado-
tadas pelos diversos órgãos públicos para seu cumprimento.
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores
Eixo Orientador II:
Desenvolvimento e Direitos Humanos
O tema “desenvolvimento” tem sido amplamente debatido por 
ser um conceito complexo e multidisciplinar. Não existe modelo 
único e preestabelecido de desenvolvimento, porém, pressupõe-
-se que ele deva garantir a livre determinação dos povos, o reco-
nhecimento de soberania sobre seus recursos e riquezas naturais, 
respeito pleno à sua identidade cultural e a busca de equidade na 
distribuição das riquezas.
Durante muitos anos, o crescimento econômico, medido pela 
variação anual do Produto Interno Bruto (PIB), foi usado como indi-
cador relevante para medir o avanço de um país. Acreditava-se que, 
uma vez garantido o aumento de bens e serviços, sua distribuição 
ocorreria de forma a satisfazer as necessidades de todas as pesso-
as. Constatou-se, porém, que, embora importante, o crescimento 
do PIB não é suficiente para causar, automaticamente, melhoria do 
bem estar para todas as camadas sociais. Por isso, o conceito de 
desenvolvimento foi adotado por ser mais abrangente e refletir, de 
fato, melhorias nas condições de vida dos indivíduos.
A teoria predominante de desenvolvimento econômico o defi-
ne como um processo que faz aumentar as possibilidades de acesso 
das pessoas a bens e serviços, propiciadas pela expansão da capa-
cidade e do âmbito das atividades econômicas. O desenvolvimento 
seria a medida qualitativa do progresso da economia de um país, 
refletindo transições de estágios mais baixos para estágios mais al-
tos, por meio da adoção de novas tecnologias que permitem e fa-
vorecem essa transição. Cresce nos últimos anos a assimilação das 
idéias desenvolvidas por Amartya Sem, que abordam o desenvol-
vimento como liberdade e seus resultados centrados no bem estar 
social e, por conseguinte, nos direitos do ser humano.
São essenciais para o desenvolvimento as liberdades e os direi-
tos básicos como alimentação, saúdee educação. As privações das 
liberdades não são apenas resultantes da escassez de recursos, mas 
sim das desigualdades inerentes aos mecanismos de distribuição, 
da ausência de serviços públicos e de assistência do Estado para a 
expansão das escolhas individuais. Este conceito de desenvolvimen-
to reconhece seu caráter pluralista e a tese de que a expansão das 
liberdades não representa somente um fim, mas também o meio 
para seu alcance. Em consequência, a sociedade deve pactuar as 
políticas sociais e os direitos coletivos de acesso e uso dos recursos. 
A partir daí, a medição de um índice de desenvolvimento humano 
veio substituir a medição de aumento do PIB, uma vez que o Índice 
de Desenvolvimento Humano (IDH) combina a riqueza per capita 
indicada pelo PIB aos aspectos de educação e expectativa de vida, 
permitindo, pela primeira vez, uma avaliação de aspectos sociais 
não mensurados pelos padrões econométricos.
No caso do Brasil, por muitos anos o crescimento econômico 
não levou à distribuição justa de renda e riqueza, mantendo-se ele-
vados índices de desigualdade. As ações de Estado voltadas para a 
conquista da igualdade socioeconômica requerem ainda políticas 
permanentes, de longa duração, para que se verifique a plena pro-
teção e promoção dos Direitos Humanos. É necessário que o mode-
lo de desenvolvimento econômico tenha a preocupação de aperfei-
çoar os mecanismos de distribuição de renda e de oportunidades 
para todos os brasileiros, bem como incorpore os valores de pre-
servação ambiental. Os debates sobre as mudanças climáticas e o 
aquecimento global, gerados pela preocupação com a maneira com 
que os países vêm explorando os recursos naturais e direcionan-
do o progresso civilizatório, está na agenda do dia. Esta discussão 
coloca em questão os investimentos em infraestrutura e modelos 
de desenvolvimento econômico na área rural, baseados, em grande 
parte, no agronegócio, sem a preocupação com a potencial violação 
dos direitos de pequenos e médios agricultores e das populações 
tradicionais.
O desenvolvimento pode ser garantido se as pessoas forem 
protagonistas do processo, pressupondo a garantia de acesso de 
todos os indivíduos aos direitos econômicos, sociais, culturais e am-
bientais, e incorporando a preocupação com a preservação e a sus-
tentabilidade como eixos estruturantes de proposta renovada de 
progresso. Esses direitos têm como foco a distribuição da riqueza, 
dos bens e serviços.
Todo esse debate traz desafios para a conceituação sobre os 
Direitos Humanos no sentido de incorporar o desenvolvimento 
como exigência fundamental. A perspectiva dos Direitos Humanos 
contribui para redimensionar o desenvolvimento. Motiva a passar 
da consideração de problemas individuais a questões de interesse 
comum, de bem-estar coletivo, o que alude novamente o Estado e 
o chama à corresponsabilidade social e à solidariedade.
Ressaltamos que a noção de desenvolvimento está sendo ama-
durecida como parte de um debate em curso na sociedade e no go-
verno, incorporando a relação entre os direitos econômicos, sociais, 
culturais e ambientais, buscando a garantia do acesso ao trabalho, 
à saúde, à educação, à alimentação, à vida cultural, à moradia ade-
quada, à previdência, à assistência social e a um meio ambiente sus-
tentável. A inclusão do tema Desenvolvimento e Direitos Humanos 
na 11a Conferência Nacional reforçou as estratégias governamen-
tais em sua proposta de desenvolvimento.
Assim, este capítulo do PNDH-3 propõe instrumentos de avan-
ço e reforça propostas para políticas públicas de redução das desi-
gualdades sociais concretizadas por meio de ações de transferência 
de renda, incentivo à economia solidária e ao cooperativismo, à ex-
pansão da reforma agrária, ao fomento da aquicultura, da pesca e 
do extrativismo e da promoção do turismo sustentável.
O PNDH-3 inova ao incorporar o meio ambiente saudável e as 
cidades sustentáveis como Direitos Humanos, propõe a inclusão do 
item “direitos ambientais” nos relatórios de monitoramento sobre 
Direitos Humanos e do item “Direitos Humanos” nos relatórios am-
bientais, assim como fomenta pesquisas de tecnologias socialmen-
te inclusivas.
Nos projetos e empreendimentos com grande impacto socio-
ambiental, o PNDH-3 garante a participação efetiva das populações 
atingidas, assim como prevê ações mitigatórias e compensatórias. 
Considera fundamental fiscalizar o respeito aos Direitos Humanos 
nos projetos implementados pelas empresas transnacionais, bem 
como seus impactos na manipulação das políticas de desenvolvi-
mento. Nesse sentido, avalia como importante mensurar o impacto 
da biotecnologia aplicada aos alimentos, da nanotecnologia, dos 
poluentes orgânicos persistentes, metais pesados e outros poluen-
tes inorgânicos em relação aos Direitos Humanos.
Alcançar o desenvolvimento com Direitos Humanos é capa-
citar as pessoas e as comunidades a exercerem a cidadania, com 
direitos e responsabilidades. É incorporar, nos projetos, a própria 
população brasileira, por meio de participação ativa nas decisões 
que afetam diretamente suas vidas. É assegurar a transparência dos 
grandes projetos de desenvolvimento econômico e mecanismos de 
compensação para a garantia dos Direitos Humanos das populações 
diretamente atingidas.
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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Por fim, este PNDH-3 reforça o papel da equidade no Plano Plu-
rianual, como instrumento de garantia de priorização orçamentária 
de programas sociais.
Diretriz 4: Efetivação de modelo de desenvolvimento susten-
tável, com inclusão social e econômica, ambientalmente equili-
brado e tecnologicamente responsável, cultural e regionalmente 
diverso, participativo e não discriminatório.
Objetivo estratégico I:
Implementação de políticas públicas de desenvolvimento com 
inclusão social.
Ações programáticas:
a)Ampliar e fortalecer as políticas de desenvolvimento social e 
de combate à fome, visando a inclusão e a promoção da cidadania, 
garantindo a segurança alimentar e nutricional, renda mínima e as-
sistência integral às famílias.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate 
à Fome
b)Expandir políticas públicas de geração e transferência de ren-
da para erradicação da extrema pobreza e redução da pobreza.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate 
à Fome
c)Apoiar projetos de desenvolvimento sustentável local para 
redução das desigualdades inter e intrarregionais e o aumento da 
autonomia e sustentabilidade de espaços sub-regionais.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento Agrário
d)Avançar na implantação da reforma agrária, como forma de 
inclusão social e acesso aos direitos básicos, de forma articulada 
com as políticas de saúde, educação, meio ambiente e fomento à 
produção alimentar.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Agrário
e)Incentivar as políticas públicas de economia solidária, de co-
operativismo e associativismo e de fomento a pequenas e micro 
empresas.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério 
do Desenvolvimento Agrário; Ministério das Cidades; Ministério do 
Desenvolvimento Social e Combate à Fome
f)Fortalecer políticas públicas de apoio ao extrativismo e ao 
manejo florestal comunitário ambientalmente sustentáveis.
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Ministério do De-
senvolvimento Agrário; Ministério do Desenvolvimento, Indústria e 
Comércio Exterior
g)Fomentar o debate sobre a expansão de plantios de mono-
culturas que geram impacto no meio ambiente e na cultura dos po-
vos e comunidades tradicionais, tais como eucalipto, cana-de-açú-
car, soja, e sobre o manejo florestal, a grande pecuária, mineração, 
turismo e pesca.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
h)Erradicar o trabalho infantil, bem como todas as formas de 
violência e exploração sexual de crianças e adolescentes nas ca-deias produtivas, com base em códigos de conduta e no Estatuto da 
Criança e do Adolescente.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério do Turismo
i)Garantir que os grandes empreendimentos e projetos de in-
fraestrutura resguardem os direitos dos povos indígenas e de comu-
nidades quilombolas e tradicionais, conforme previsto na Constitui-
ção e nos tratados e convenções internacionais.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério dos Trans-
portes; Ministério da Integração Nacional; Ministério de Minas e 
Energia; Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade 
Racial da Presidência da República; Ministério do Meio Ambiente; 
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministé-
rio da Pesca e Aquicultura; Secretaria Especial de Portos da Presi-
dência da República
j)Integrar políticas de geração de emprego e renda e políticas 
sociais para o combate à pobreza rural dos agricultores familiares, 
assentados da reforma agrária, quilombolas, indígenas, famílias de 
pescadores e comunidades tradicionais.
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e Comba-
te à Fome; Ministério da Integração Nacional; Ministério do Desen-
volvimento Agrário; Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério 
da Justiça; Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualda-
de Racial da Presidência da República; Ministério da Cultura; Minis-
tério da Pesca e Aquicultura
k)Integrar políticas sociais e de geração de emprego e renda 
para o combate à pobreza urbana, em especial de catadores de ma-
teriais recicláveis e população em situação de rua.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério 
do Meio Ambiente; Ministério do Desenvolvimento Social e Comba-
te à Fome; Ministério das Cidades; Secretaria dos Direitos Humanos 
da Presidência da República
l)Fortalecer políticas públicas de fomento à aquicultura e à pes-
ca sustentáveis, com foco nos povos e comunidades tradicionais de 
baixa renda, contribuindo para a segurança alimentar e a inclusão 
social, mediante a criação e geração de trabalho e renda alternati-
vos e inserção no mercado de trabalho.
Responsáveis: Ministério da Pesca e Aquicultura; Ministério do 
Trabalho e Emprego; Ministério do Desenvolvimento Social e Com-
bate à Fome
m)Promover o turismo sustentável com geração de trabalho e 
renda, respeito à cultura local, participação e inclusão dos povos 
e das comunidades nos benefícios advindos da atividade turística.
Responsáveis: Ministério do Turismo; Ministério do Desenvol-
vimento, Indústria e Comércio Exterior
Objetivo estratégico II:
Fortalecimento de modelos de agricultura familiar e agroeco-
lógica.
Ações programáticas:
a)Garantir que nos projetos de reforma agrária e agricultura fa-
miliar sejam incentivados os modelos de produção agroecológica e 
a inserção produtiva nos mercados formais.
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Minis-
tério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
b)Fortalecer a agricultura familiar camponesa e a pesca arte-
sanal, com ampliação do crédito, do seguro, da assistência técnica, 
extensão rural e da infraestrutura para comercialização.
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Minis-
tério da Pesca e Aquicultura
c)Garantir pesquisa e programas voltados à agricultura familiar 
e pesca artesanal, com base nos princípios da agroecologia.
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Mi-
nistério do Meio Ambiente; Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento; Ministério da Pesca e Aquicultura; Ministério do 
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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a solução para o seu concurso!
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d)Fortalecer a legislação e a fiscalização para evitar a contami-
nação dos alimentos e danos à saúde e ao meio ambiente causados 
pelos agrotóxicos.
Responsáveis: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abasteci-
mento; Ministério do Meio Ambiente; Ministério da Saúde; Minis-
tério do Desenvolvimento Agrário
e)Promover o debate com as instituições de ensino superior e 
a sociedade civil para a implementação de cursos e realização de 
pesquisas tecnológicas voltados à temática socioambiental, agro-
ecologia e produção orgânica, respeitando as especificidades de 
cada região.
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério do Desen-
volvimento Agrário
Objetivo estratégico III:
Fomento à pesquisa e à implementação de políticas para o de-
senvolvimento de tecnologias socialmente inclusivas, emancipató-
rias e ambientalmente sustentáveis.
Ações programáticas:
a)Adotar tecnologias sociais de baixo custo e fácil aplicabilida-
de nas políticas e ações públicas para a geração de renda e para a 
solução de problemas socioambientais e de saúde pública.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério 
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério do Meio 
Ambiente; Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério da 
Saúde
b)Garantir a aplicação do princípio da precaução na proteção 
da agrobiodiversidade e da saúde, realizando pesquisas que ava-
liem os impactos dos transgênicos no meio ambiente e na saúde.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério do Meio Am-
biente; Ministério de Ciência e Tecnologia
c)Fomentar tecnologias alternativas para substituir o uso de 
substâncias danosas à saúde e ao meio ambiente, como poluentes 
orgânicos persistentes, metais pesados e outros poluentes inorgâ-
nicos.
Responsáveis: Ministério de Ciência e Tecnologia; Ministério 
do Meio Ambiente; Ministério da Saúde; Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento; Ministério do Desenvolvimento, Indús-
tria e Comércio Exterior
d)Fomentar tecnologias de gerenciamento de resíduos sóli-
dos e emissões atmosféricas para minimizar impactos à saúde e ao 
meio ambiente.
Responsáveis: Ministério de Ciência e Tecnologia; Ministério 
do Meio Ambiente; Ministério da Saúde; Ministério das Cidades
e)Desenvolver e divulgar pesquisas públicas para diagnosticar 
os impactos da biotecnologia e da nanotecnologia em temas de Di-
reitos Humanos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Saúde; Ministério do Meio 
Ambiente; Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Mi-
nistério de Ciência e Tecnologia
f)Produzir, sistematizar e divulgar pesquisas econômicas e me-
todologias de cálculo de custos socioambientais de projetos de in-
fraestrutura, de energia e de mineração que sirvam como parâme-
tro para o controle dos impactos de grandes projetos.
Responsáveis: Ministério da Ciência e Tecnologia; Ministério 
de Minas e Energia; Ministério do Meio Ambiente; Secretaria de 
Assuntos Estratégicos da Presidência da República; Ministério da 
Integração Nacional
Objetivo estratégico IV:
Garantia do direito a cidades inclusivas e sustentáveis.
Ações programáticas:
a)Apoiar ações que tenham como princípio o direito a cidades 
inclusivas e acessíveis como elemento fundamental da implemen-
tação de políticas urbanas.
Responsáveis: Ministério das Cidades; Secretaria Especial dos 
Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério do De-
senvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
b)Fortalecer espaços institucionais democráticos, participati-
vos e de apoio aos Municípios para a implementação de planos di-
retores que atendam aos preceitos da política urbana estabelecidos 
no Estatuto da Cidade.
Responsável: Ministério das Cidades
c)Fomentar políticas públicas de apoio aos Estados, Distrito Fe-
deral e Municípios em ações sustentáveis de urbanização e regula-
rização fundiária dos assentamentos de população de baixa renda, 
comunidades pesqueiras e de provisão habitacional de interesse 
social, materializando a função social da propriedade.
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Meio Am-
biente; Ministério da Pesca e Aquicultura
d)Fortalecer a articulação entre os órgãos de governo e os con-
sórcios municipais para atuar na política desaneamento ambiental, 
com participação da sociedade civil.
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Meio Am-
biente; Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da Re-
pública
e)Fortalecer a política de coleta, reaproveitamento, triagem, 
reciclagem e a destinação seletiva de resíduos sólidos e líquidos, 
com a organização de cooperativas de reciclagem, que beneficiem 
as famílias dos catadores.
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Trabalho e 
Emprego; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; 
Ministério do Meio Ambiente
f)Fomentar políticas e ações públicas voltadas à mobilidade ur-
bana sustentável.
Responsável: Ministério das Cidades
g)Considerar na elaboração de políticas públicas de desenvolvi-
mento urbano os impactos na saúde pública.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério das Cidades
h)Fomentar políticas públicas de apoio às organizações de ca-
tadores de materiais recicláveis, visando à disponibilização de áreas 
e prédios desocupados pertencentes à União, a fim de serem trans-
formados em infraestrutura produtiva para essas organizações.
Responsáveis: Ministério do Planejamento, Orçamento e Ges-
tão; Ministério das Cidades; Ministério do Trabalho e Emprego; Mi-
nistério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
i)Estimular a produção de alimentos de forma comunitária, 
com uso de tecnologias de bases agroecológicas, em espaços ur-
banos e periurbanos ociosos e fomentar a mobilização comunitária 
para a implementação de hortas, viveiros, pomares, canteiros de 
ervas medicinais, criação de pequenos animais, unidades de pro-
cessamento e beneficiamento agroalimentar, feiras e mercados pú-
blicos populares.
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e Comba-
te à Fome; Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
33
a solução para o seu concurso!
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Diretriz 5: Valorização da pessoa humana como sujeito central 
do processo de desenvolvimento.
Objetivo estratégico I:
Garantia da participação e do controle social nas políticas pú-
blicas de desenvolvimento com grande impacto socioambiental.
Ações programáticas:
a)Fortalecer ações que valorizem a pessoa humana como su-
jeito central do desenvolvimento, enfrentando o quadro atual de 
injustiça ambiental que atinge principalmente as populações mais 
pobres.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério do Meio Ambiente
b)Assegurar participação efetiva da população na elaboração 
dos instrumentos de gestão territorial e na análise e controle dos 
processos de licenciamento urbanístico e ambiental de empreendi-
mentos de impacto, especialmente na definição das ações mitiga-
doras e compensatórias por impactos sociais e ambientais.
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Ministério das 
Cidades
c)Fomentar a elaboração do Zoneamento Ecológico Econômico 
(ZEE), incorporando o sócio e etnozoneamento.
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Meio Am-
biente
d)Assegurar a transparência dos projetos realizados, em todas 
as suas etapas, e dos recursos utilizados nos grandes projetos eco-
nômicos, para viabilizar o controle social.
Responsáveis: Ministério dos Transportes; Ministério da Inte-
gração Nacional; Ministério de Minas e Energia; Secretaria Especial 
dos Direitos Humanos da Presidência da República
e)Garantir a exigência de capacitação qualificada e participati-
va das comunidades afetadas nos projetos básicos de obras e em-
preendimentos com impactos sociais e ambientais.
Responsáveis: Ministério da Integração Nacional; Ministério de 
Minas e Energia; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
f)Definir mecanismos para a garantia dos Direitos Humanos das 
populações diretamente atingidas e vizinhas aos empreendimentos 
de impactos sociais e ambientais.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
g)Apoiar a incorporação dos sindicatos de trabalhadores e cen-
trais sindicais nos processos de licenciamento ambiental de empre-
sas, de forma a garantir o direito à saúde do trabalhador.
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Ministério do 
Trabalho e Emprego; Ministério da Saúde
h)Promover e fortalecer ações de proteção às populações mais 
pobres da convivência com áreas contaminadas, resguardando-as 
contra essa ameaça e assegurando-lhes seus direitos fundamentais.
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Ministério das 
Cidades; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; 
Ministério da Saúde
Objetivo estratégico II:
Afirmação dos princípios da dignidade humana e da equidade 
como fundamentos do processo de desenvolvimento nacional.
Ações programáticas:
a)Reforçar o papel do Plano Plurianual como instrumento de 
consolidação dos Direitos Humanos e de enfrentamento da concen-
tração de renda e riqueza e de promoção da inclusão da população 
de baixa renda.
Responsável: Ministério do Planejamento, Orçamento e Ges-
tão
b)Reforçar os critérios da equidade e da prevalência dos Direi-
tos Humanos como prioritários na avaliação da programação orça-
mentária de ação ou autorização de gastos.
Responsável: Ministério do Planejamento, Orçamento e Ges-
tão
c)Instituir código de conduta em Direitos Humanos para ser 
considerado no âmbito do poder público como critério para a con-
tratação e financiamento de empresas.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
d)Regulamentar a taxação do imposto sobre grandes fortunas 
previsto na Constituição.
Responsáveis: Ministério da Fazenda; Secretaria Especial dos 
Direitos Humanos da Presidência da República
e)Ampliar a adesão de empresas ao compromisso de responsa-
bilidade social e Direitos Humanos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento, Indústria 
e Comércio Exterior
Objetivo estratégico III:
Fortalecimento dos direitos econômicos por meio de políticas 
públicas de defesa da concorrência e de proteção do consumidor.
Ações programáticas:
a)Garantir o acesso universal a serviços públicos essenciais de 
qualidade.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério da Educação; 
Ministério de Minas e Energia; Ministério do Desenvolvimento So-
cial e Combate à Fome; Ministério das Cidades
b)Fortalecer o sistema brasileiro de defesa da concorrência 
para coibir condutas anticompetitivas e concentradoras de renda.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Fazenda
c)Garantir o direito à informação do consumidor, fortalecendo 
as ações de acompanhamento de mercado, inclusive a rotulagem 
dos transgênicos.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do Desenvol-
vimento, Indústria e Comércio Exterior; Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento
d)Fortalecer o combate à fraude e a avaliação da conformidade 
dos produtos e serviços no mercado.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do Desenvolvi-
mento, Indústria e Comércio Exterior
Diretriz 6: Promover e proteger os direitos ambientais como 
Direitos Humanos, incluindo as gerações futuras como sujeitos de 
direitos.
Objetivo estratégico I:
Afirmação dos direitos ambientais como Direitos Humanos.
Ações programáticas:
a)Incluir o item Direito Ambiental nos relatórios de monitora-
mento dos Direitos Humanos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério do Meio Ambiente
b)Incluir o tema dos Direitos Humanos nos instrumentos e rela-
tórios dos órgãos ambientais.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério do Meio Ambiente
c)Assegurar a proteção dos direitos ambientais e dos Direitos 
Humanos no Código Florestal.
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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a solução para o seu concurso!
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Responsável: Ministério do Meio Ambiente
d)Implementar e ampliar políticas públicas voltadaspara a re-
cuperação de áreas degradadas e áreas de desmatamento nas zo-
nas urbanas e rurais.
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Ministério das 
Cidades
e)Fortalecer ações que estabilizem a concentração de gases de 
efeito estufa em nível que permita a adaptação natural dos ecossis-
temas à mudança do clima, controlando a interferência das ativida-
des humanas (antrópicas) no sistema climático.
Responsável: Ministério do Meio Ambiente
f)Garantir o efetivo acesso a informação sobre a degradação e 
os riscos ambientais, e ampliar e articular as bases de informações 
dos entes federados e produzir informativos em linguagem acessí-
vel.
Responsável: Ministério do Meio Ambiente
g)Integrar os atores envolvidos no combate ao trabalho escra-
vo nas operações correntes de fiscalização ao desmatamento e ao 
corte ilegal de madeira.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério do Trabalho e Emprego; Minis-
tério do Meio Ambiente
Eixo Orientador III:
Universalizar direitos em um contexto de desigualdades
A Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma em seu 
preâmbulo que o “reconhecimento da dignidade inerente a todos 
os membros da família humana e de seus direitos iguais e inaliená-
veis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo”. 
No entanto, nas vicissitudes ocorridas no cumprimento da Declara-
ção pelos Estados signatários, identificou-se a necessidade de reco-
nhecer as diversidades e diferenças para concretização do princípio 
da igualdade.
No Brasil, ao longo das últimas décadas, os Direitos Humanos 
passaram a ocupar uma posição de destaque no ordenamento ju-
rídico. O País avançou decisivamente na proteção e promoção do 
direito às diferenças. Porém, o peso negativo do passado continua 
a projetar no presente uma situação de profunda iniquidade social.
O acesso aos direitos fundamentais continua enfrentando bar-
reiras estruturais, resquícios de um processo histórico, até secular, 
marcado pelo genocídio indígena, pela escravidão e por períodos 
ditatoriais, práticas que continuam a ecoar em comportamentos, 
leis e na realidade social.
O PNDH-3 assimila os grandes avanços conquistados ao longo 
destes últimos anos, tanto nas políticas de erradicação da miséria e 
da fome, quanto na preocupação com a moradia e saúde, e aponta 
para a continuidade e ampliação do acesso a tais políticas, funda-
mentais para garantir o respeito à dignidade humana.
Os objetivos estratégicos direcionados à promoção da cidada-
nia plena preconizam a universalidade, indivisibilidade e interde-
pendência dos Direitos Humanos, condições para sua efetivação 
integral e igualitária. O acesso aos direitos de registro civil, alimen-
tação adequada, terra e moradia, trabalho decente, educação, par-
ticipação política, cultura, lazer, esporte e saúde, deve considerar a 
pessoa humana em suas múltiplas dimensões de ator social e sujei-
to de cidadania.
À luz da história dos movimentos sociais e de programas de 
governo, o PNDH-3 orienta-se pela transversalidade, para que a im-
plementação dos direitos civis e políticos transitem pelas diversas 
dimensões dos direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais. 
Caso contrário, grupos sociais afetados pela pobreza, pelo racismo 
estrutural e pela discriminação dificilmente terão acesso a tais di-
reitos.
As ações programáticas formuladas visam enfrentar o desafio 
de eliminar as desigualdades, levando em conta as dimensões de 
gênero e raça nas políticas públicas, desde o planejamento até a sua 
concretização e avaliação. Há, neste sentido, propostas de criação 
de indicadores que possam mensurar a efetivação progressiva dos 
direitos.
Às desigualdades soma-se a persistência da discriminação, que 
muitas vezes se manifesta sob a forma de violência contra sujeitos 
que são histórica e estruturalmente vulnerabilizados.
O combate à discriminação mostra-se necessário, mas insufi-
ciente enquanto medida isolada. Os pactos e convenções que in-
tegram o sistema regional e internacional de proteção dos Direitos 
Humanos apontam para a necessidade de combinar estas medidas 
com políticas compensatórias que acelerem a construção da igual-
dade, como forma capaz de estimular a inclusão de grupos social-
mente vulneráveis. Além disso, as ações afirmativas constituem 
medidas especiais e temporárias que buscam remediar um passado 
discriminatório. No rol de movimentos e grupos sociais que deman-
dam políticas de inclusão social encontram-se crianças, adolescen-
tes, mulheres, pessoas idosas, lésbicas, gays, bissexuais, travestis, 
transexuais, pessoas com deficiência, pessoas moradoras de rua, 
povos indígenas, populações negras e quilombolas, ciganos, ribei-
rinhos, varzanteiros e pescadores, entre outros.
Definem-se, neste capítulo, medidas e políticas que devem ser 
efetivadas para reconhecer e proteger os indivíduos como iguais 
na diferença, ou seja, para valorizar a diversidade presente na po-
pulação brasileira para estabelecer acesso igualitário aos direitos 
fundamentais. Trata-se de reforçar os programas de governo e as 
resoluções pactuadas nas diversas conferências nacionais temáti-
cas, sempre sob o foco dos Direitos Humanos, com a preocupação 
de assegurar o respeito às diferenças e o combate às desigualdades, 
para o efetivo acesso aos direitos.
Por fim, em respeito à primazia constitucional de proteção e 
promoção da infância, do adolescente e da juventude, o capítulo 
aponta suas diretrizes para o respeito e a garantia das gerações fu-
turas. Como sujeitos de direitos, as crianças, os adolescentes e os 
jovens são frequentemente subestimadas em sua participação polí-
tica e em sua capacidade decisória. Preconiza-se o dever de assegu-
rar-lhes, desde cedo, o direito de opinião e participação.
Marcadas pelas diferenças e por sua fragilidade temporal, as 
crianças, os adolescentes e os jovens estão sujeitos a discrimina-
ções e violências. As ações programáticas promovem a garantia de 
espaços e investimentos que assegurem proteção contra qualquer 
forma de violência e discriminação, bem como a promoção da ar-
ticulação entre família, sociedade e Estado para fortalecer a rede 
social de proteção que garante a efetividade de seus direitos.
Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de forma universal, 
indivisível e interdependente, assegurando a cidadania plena.
Objetivo estratégico I:
Universalização do registro civil de nascimento e ampliação 
do acesso à documentação básica.
Ações programáticas:
a)Ampliar e reestruturar a rede de atendimento para a emissão 
do registro civil de nascimento visando a sua universalização.
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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• Interligar maternidades e unidades de saúde aos cartórios, 
por meio de sistema manual ou informatizado, para emissão de re-
gistro civil de nascimento logo após o parto, garantindo ao recém 
nascido a certidão de nascimento antes da alta médica.
• Fortalecer a Declaração de Nascido Vivo (DNV), emitida pelo 
Sistema Único de Saúde , como mecanismo de acesso ao registro 
civil de nascimento, contemplando a diversidade na emissão pelos 
estabelecimentos de saúde e pelas parteiras.
• Realizar orientação sobre a importância do registro civil de 
nascimento para a cidadania por meio da rede de atendimento 
(saúde, educação e assistência social) e pelo sistema de Justiça e de 
segurança pública.
• Aperfeiçoar as normas e o serviço público notarial e de re-
gistro, em articulação com o Conselho Nacional de Justiça, para ga-
rantia da gratuidade e da cobertura do serviço de registro civil em 
âmbito nacional.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério do Desenvolvi-
mento Social e Combate à Fome; Ministério da Previdência Social; 
Ministério da Justiça; Ministério do Planejamento, Orçamento e 
Gestão; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da 
República
b)Promover a mobilização nacional com intuito de reduzir o nú-
mero de pessoas sem registrocivil de nascimento e documentação 
básica.
• Instituir comitês gestores estaduais, distrital e municipais 
com o objetivo de articular as instituições públicas e as entidades da 
sociedade civil para a implantação de ações que visem à ampliação 
do acesso à documentação básica.
• Realizar campanhas para orientação e conscientização da po-
pulação e dos agentes responsáveis pela articulação e pela garantia 
do acesso aos serviços de emissão de registro civil de nascimento e 
de documentação básica.
• Realizar mutirões para emissão de registro civil de nascimen-
to e documentação básica, com foco nas regiões de difícil acesso e 
no atendimento às populações específicas como os povos indíge-
nas, quilombolas, ciganos, pessoas em situação de rua, institucio-
nalizadas e às trabalhadoras rurais.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério do Desenvolvi-
mento Social e Combate à Fome; Ministério da Defesa; Ministério 
da Fazenda; Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério da Jus-
tiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da 
República
c)Criar bases normativas e gerenciais para garantia da universa-
lização do acesso ao registro civil de nascimento e à documentação 
básica.
• Implantar sistema nacional de registro civil para interligação 
das informações de estimativas de nascimentos, de nascidos vivos 
e do registro civil, a fim de viabilizar a busca ativa dos nascidos não 
registrados e aperfeiçoar os indicadores para subsidiar políticas pú-
blicas.
• Desenvolver estudo e revisão da legislação para garantir o 
acesso do cidadão ao registro civil de nascimento em todo o terri-
tório nacional.
• Realizar estudo de sustentabilidade do serviço notarial e de 
registro no País.
• Desenvolver a padronização do registro civil (certidão de nas-
cimento, de casamento e de óbito) em território nacional.
• Garantir a emissão gratuita de Registro Geral e Cadastro de 
Pessoa Física aos reconhecidamente pobres.
• Desenvolver estudo sobre a política nacional de documenta-
ção civil básica.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério do Desenvol-
vimento Social e Combate à Fome; Ministério do Planejamento, 
Orçamento e Gestão; Ministério da Fazenda; Ministério da Justiça; 
Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério da Previdência Social; 
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Repú-
blica
d)Incluir no questionário do censo demográfico perguntas para 
identificar a ausência de documentos civis na população.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
Objetivo estratégico II:
Acesso à alimentação adequada por meio de políticas estru-
turantes.
Ações programáticas:
a)Ampliar o acesso aos alimentos por meio de programas e 
ações de geração e transferência de renda, com ênfase na partici-
pação das mulheres como potenciais beneficiárias.
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e Com-
bate à Fome; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da 
Presidência da República
b)Vincular programas de transferência de renda à garantia da 
segurança alimentar da criança, por meio do acompanhamento da 
saúde e nutrição e do estímulo de hábitos alimentares saudáveis, 
com o objetivo de erradicar a desnutrição infantil.
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e Comba-
te à Fome; Ministério da Educação; Ministério da Saúde
c)Fortalecer a agricultura familiar e camponesa no desenvolvi-
mento de ações específicas que promovam a geração de renda no 
campo e o aumento da produção de alimentos agroecológicos para 
o autoconsumo e para o mercado local.
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Minis-
tério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
d)Ampliar o abastecimento alimentar, com maior autonomia 
e fortalecimento da economia local, associado a programas de in-
formação, de educação alimentar, de capacitação, de geração de 
ocupações produtivas, de agricultura familiar camponesa e de agri-
cultura urbana.
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e Com-
bate à Fome; Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; 
Ministério do Desenvolvimento Agrário
e)Promover a implantação de equipamentos públicos de segu-
rança alimentar e nutricional, com vistas a ampliar o acesso à ali-
mentação saudável de baixo custo, valorizar as culturas alimentares 
regionais, estimular o aproveitamento integral dos alimentos, evitar 
o desperdício e contribuir para a recuperação social e de saúde da 
sociedade.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate 
à Fome
f)Garantir que os hábitos e contextos regionais sejam incorpo-
rados nos modelos de segurança alimentar como fatores da produ-
ção sustentável de alimentos.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate 
à Fome
g)Realizar pesquisas científicas que promovam ganhos de pro-
dutividade na agricultura familiar e assegurar estoques reguladores.
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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a solução para o seu concurso!
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Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e Comba-
te à Fome; Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Objetivo estratégico III:
Garantia do acesso à terra e à moradia para a população de 
baixa renda e grupos sociais vulnerabilizados.
Ações programáticas:
a)Fortalecer a reforma agrária com prioridade à implementação 
e recuperação de assentamentos, à regularização do crédito fundi-
ário e à assistência técnica aos assentados, atualização dos índices 
Grau de Utilização da Terra (GUT) e Grau de Eficiência na Exploração 
(GEE), conforme padrões atuais e regulamentação da desapropria-
ção de áreas pelo descumprimento da função social plena.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Ministé-
rio da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
b)Integrar as ações de mapeamento das terras públicas da 
União.
Responsável: Ministério do Planejamento, Orçamento e Ges-
tão
c)Estimular o saneamento dos serviços notariais de registros 
imobiliários, possibilitando o bloqueio ou o cancelamento adminis-
trativo dos títulos das terras e registros irregulares.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do Desenvolvi-
mento Agrário
d)Garantir demarcação, homologação, regularização e desin-
trusão das terras indígenas, em harmonia com os projetos de futu-
ro de cada povo indígena, assegurando seu etnodesenvolvimento e 
sua autonomia produtiva.
Responsável: Ministério da Justiça
e)Assegurar às comunidades quilombolas a posse dos seus ter-
ritórios, acelerando a identificação, o reconhecimento, a demarca-
ção e a titulação desses territórios, respeitando e preservando os 
sítios de valor simbólico e histórico.
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da 
Igualdade Racial da Presidência da República; Ministério da Cultura; 
Ministério do Desenvolvimento Agrário
f)Garantir o acesso a terra às populações ribeirinhas, varzan-
teiras e pescadoras, assegurando acesso aos recursos naturais que 
tradicionalmente utilizam para sua reprodução física, cultural e eco-
nômica.
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Minis-
tério do Meio Ambiente
g)Garantir que nos programas habitacionais do governo sejam 
priorizadas as populações de baixa renda, a população em situação 
de rua e grupos sociais em situação de vulnerabilidade no espaço 
urbano e rural, considerando os princípios da moradia digna, do de-
senho universal e os critérios de acessibilidade nos projetos.
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Desenvol-
vimento Social e Combate à Fome
h)Promover a destinação das glebas e edifícios vazios ou subu-
tilizados pertencentes à União, para a população de baixa renda, 
reduzindo o déficit habitacional.
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Planeja-
mento, Orçamento e Gestão
i)Estabelecer que a garantia da qualidade de abrigos e alber-
gues, bem como seu caráter inclusivo e de resgate da cidadania à 
população em situação de rua, estejam entre os critériosde con-
cessão de recursos para novas construções e manutenção dos exis-
tentes.
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério do Desenvol-
vimento Social e Combate à Fome
j)Apoiar o monitoramento de políticas de habitação de inte-
resse social pelos conselhos municipais de habitação, garantindo 
às cooperativas e associações habitacionais acesso às informações.
Responsável: Ministério das Cidades
k)Garantir as condições para a realização de acampamentos ci-
ganos em todo o território nacional, visando a preservação de suas 
tradições, práticas e patrimônio cultural.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério das Cidades
Objetivo estratégico IV:
Ampliação do acesso universal a sistema de saúde de qualida-
de.
Ações programáticas:
a)Expandir e consolidar programas de serviços básicos de saú-
de e de atendimento domiciliar para a população de baixa renda, 
com enfoque na prevenção e diagnóstico prévio de doenças e defi-
ciências, com apoio diferenciado às pessoas idosas, indígenas, ne-
gros e comunidades quilombolas, pessoas com deficiência, pessoas 
em situação de rua, lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, 
crianças e adolescentes, mulheres, pescadores artesanais e popula-
ção de baixa renda.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Polí-
ticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República; 
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da 
República; Ministério da Pesca e Aquicultura
b)Criar programas de pesquisa e divulgação sobre tratamentos 
alternativos à medicina tradicional no sistema de saúde.
Responsável: Ministério da Saúde
c)Reformular o marco regulatório dos planos de saúde, de 
modo a diminuir os custos para a pessoa idosa e fortalecer o pacto 
intergeracional, estimulando a adoção de medidas de capitalização 
para gastos futuros pelos planos de saúde.
Responsável: Ministério da Saúde
d)Reconhecer as parteiras como agentes comunitárias de saú-
de.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Polí-
ticas para as Mulheres da Presidência da República
e)Aperfeiçoar o programa de saúde para adolescentes, especi-
ficamente quanto à saúde de gênero, à educação sexual e reprodu-
tiva e à saúde mental.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Po-
líticas para as Mulheres da Presidência da República; Secretaria Es-
pecial dos Direitos Humanos da Presidência da República
f)Criar campanhas e material técnico, instrucional e educativo 
sobre planejamento reprodutivo que respeite os direitos sexuais e 
reprodutivos, contemplando a elaboração de materiais específicos 
para a população jovem e adolescente e para pessoas com defici-
ência.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Po-
líticas para as Mulheres da Presidência da República; Secretaria Es-
pecial dos Direitos Humanos da Presidência da República
g)Estimular programas de atenção integral à saúde das mulhe-
res, considerando suas especificidades étnico-raciais, geracionais, 
regionais, de orientação sexual, de pessoa com deficiência, priori-
zando as moradoras do campo, da floresta e em situação de rua.
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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a solução para o seu concurso!
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Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Po-
líticas para as Mulheres da Presidência da República; Secretaria Es-
pecial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência 
da República; Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à 
Fome
h)Ampliar e disseminar políticas de saúde pré e neonatal, com 
inclusão de campanhas educacionais de esclarecimento, visando à 
prevenção do surgimento ou do agravamento de deficiências.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Po-
líticas para as Mulheres da Presidência da República; Secretaria Es-
pecial dos Direitos Humanos da Presidência da República
i)Expandir a assistência pré-natal e pós-natal por meio de pro-
gramas de visitas domiciliares para acompanhamento das crianças 
na primeira infância.
Responsável: Ministério da Saúde
j)Apoiar e financiar a realização de pesquisas e intervenções 
sobre a mortalidade materna, contemplando o recorte étnico-racial 
e regional.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Polí-
ticas para as Mulheres da Presidência da República
k)Assegurar o acesso a laqueaduras e vasectomias ou reversão 
desses procedimentos no sistema público de saúde, com garantia 
de acesso a informações sobre as escolhas individuais.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Polí-
ticas para as Mulheres da Presidência da República
l)Ampliar a oferta de medicamentos de uso contínuo, especiais 
e excepcionais, para a pessoa idosa.
Responsável: Ministério da Saúde
m)Realizar campanhas de diagnóstico precoce e tratamento 
adequado às pessoas que vivem com HIV/AIDS para evitar o estágio 
grave da doença e prevenir sua expansão e disseminação.
Responsável: Ministério da Saúde
n)Proporcionar às pessoas que vivem com HIV/AIDS programas 
de atenção no âmbito da saúde sexual e reprodutiva.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Polí-
ticas para as Mulheres da Presidência da República
o)Capacitar os agentes comunitários de saúde que realizam a 
triagem e a captação nas hemorredes para praticarem abordagens 
sem preconceito e sem discriminação.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
p)Garantir o acompanhamento multiprofissional a pessoas 
transexuais que fazem parte do processo transexualizador no Siste-
ma Único de Saúde e de suas famílias.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
q)Apoiar o acesso a programas de saúde preventiva e de prote-
ção à saúde para profissionais do sexo.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Polí-
ticas para as Mulheres da Presidência da República
r)Apoiar a implementação de espaços essenciais para higiene 
pessoal e centros de referência para a população em situação de 
rua.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento Social e 
Combate à Fome
s)Investir na política de reforma psiquiátrica fomentando pro-
gramas de tratamentos substitutivos à internação, que garantam às 
pessoas com transtorno mental a possibilidade de escolha autôno-
ma de tratamento, com convivência familiar e acesso aos recursos 
psiquiátricos e farmacológicos.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República; Ministério da Cultura
t)Implementar medidas destinadas a desburocratizar os ser-
viços do Instituto Nacional de Seguro Social para a concessão de 
aposentadorias e benefícios.
Responsável: Ministério da Previdência Social
u)Estimular a incorporação do trabalhador urbano e rural ao 
regime geral da previdência social.
Responsável: Ministério da Previdência Social
v)Assegurar a inserção social das pessoas atingidas pela hanse-
níase isoladas e internadas em hospitais-colônias.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Saúde
w)Reconhecer, pelo Estado brasileiro, as violações de direitos 
às pessoas atingidas pela hanseníase no período da internação e 
do isolamento compulsórios, apoiando iniciativas para agilizar as 
reparações com a concessão de pensão especial prevista na Lei no 
11.520/2007.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
x)Proporcionar as condições necessárias para conclusão do 
trabalho da Comissão Interministerial de Avaliação para análise 
dos requerimentos de pensão especial das pessoas atingidas pela 
hanseníase, que foram internadas e isoladas compulsoriamente em 
hospitais-colônia até 31 de dezembro de 1986.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
Objetivoestratégico V:
Acesso à educação de qualidade e garantia de permanência na 
escola.
Ações programáticas:
a)Ampliar o acesso a educação básica, a permanência na escola 
e a universalização do ensino no atendimento à educação infantil.
Responsável: Ministério da Educação
b)Assegurar a qualidade do ensino formal público com seu mo-
nitoramento contínuo e atualização curricular.
Responsáveis: Ministério da Educação; Secretaria Especial dos 
Direitos Humanos da Presidência da República
c)Desenvolver programas para a reestruturação das escolas 
como pólos de integração de políticas educacionais, culturais e de 
esporte e lazer.
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da Cultura; 
Ministério do Esporte
d)Apoiar projetos e experiências de integração da escola com a 
comunidade que utilizem sistema de alternância.
Responsável: Ministério da Educação
e)Adequar o currículo escolar, inserindo conteúdos que valo-
rizem as diversidades, as práticas artísticas, a necessidade de ali-
mentação adequada e saudável e as atividades físicas e esportivas.
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da Cultura; 
Ministério do Esporte; Ministério da Saúde
f)Integrar os programas de alfabetização de jovens e adultos 
aos programas de qualificação profissional e educação cidadã, 
apoiando e incentivando a utilização de metodologias adequadas 
às realidades dos povos e comunidades tradicionais.
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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a solução para o seu concurso!
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Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério do Desen-
volvimento Social e Combate à Fome; Ministério do Trabalho e Em-
prego; Ministério da Pesca e Aquicultura
g)Estimular e financiar programas de extensão universitária 
como forma de integrar o estudante à realidade social.
Responsável: Ministério da Educação
h)Fomentar as ações afirmativas para o ingresso das popula-
ções negra, indígena e de baixa renda no ensino superior.
Responsáveis: Ministério da Educação; Secretaria Especial de 
Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da Repú-
blica; Ministério da Justiça
i)Ampliar o ensino superior público de qualidade por meio da 
criação permanente de universidades federais, cursos e vagas para 
docentes e discentes.
Responsável: Ministério da Educação
j)Fortalecer as iniciativas de educação popular por meio da 
valorização da arte e da cultura, apoiando a realização de festivais 
nas comunidades tradicionais e valorizando as diversas expressões 
artísticas nas escolas e nas comunidades.
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da Cultura; 
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Repú-
blica
k)Ampliar o acesso a programas de inclusão digital para popu-
lações de baixa renda em espaços públicos, especialmente escolas, 
bibliotecas e centros comunitários.
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da Cultura; 
Ministério da Ciência e Tecnologia; Ministério da Pesca e Aquicul-
tura
l)Fortalecer programas de educação no campo e nas comuni-
dades pesqueiras que estimulem a permanência dos estudantes 
na comunidade e que sejam adequados às respectivas culturas e 
identidades.
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério do Desen-
volvimento Agrário; Ministério da Pesca e Aquicultura
Objetivo estratégico VI:
Garantia do trabalho decente, adequadamente remunerado, 
exercido em condições de equidade e segurança.
Ações programáticas:
a)Apoiar a agenda nacional de trabalho decente por meio do 
fortalecimento do seu comitê executivo e da efetivação de suas 
ações.
Responsável: Ministério do Trabalho e Emprego
b)Fortalecer programas de geração de emprego, ampliando 
progressivamente o nível de ocupação e priorizando a população 
de baixa renda e os Estados com elevados índices de emigração.
Responsável: Ministério do Trabalho e Emprego
c)Ampliar programas de economia solidária, mediante políticas 
integradas, como alternativa de geração de trabalho e renda, e de 
inclusão social, priorizando os jovens das famílias beneficiárias do 
Programa Bolsa Família.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério 
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
d)Criar programas de formação, qualificação e inserção profis-
sional e de geração de emprego e renda para jovens, população em 
situação de rua e população de baixa renda.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério do 
Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério da Educação
e)Integrar as ações de qualificação profissional às atividades 
produtivas executadas com recursos públicos, como forma de ga-
rantir a inserção no mercado de trabalho.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério 
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
f)Criar programas de formação e qualificação profissional para 
pescadores artesanais, industriais e aquicultores familiares.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério 
da Pesca e Aquicultura
g)Combater as desigualdades salariais baseadas em diferenças 
de gênero, raça, etnia e das pessoas com deficiência.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria 
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
h)Acompanhar a implementação do Programa Nacional de 
Ações Afirmativas, instituído pelo Decreto no 4.228/2002, no âm-
bito da administração pública federal, direta e indireta, com vistas 
à realização de metas percentuais da ocupação de cargos comissio-
nados pelas mulheres, população negra e pessoas com deficiência.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
i)Realizar campanhas envolvendo a sociedade civil organizada 
sobre paternidade responsável, bem como ampliar a licença-pa-
ternidade, como forma de contribuir para a corresponsabilidade e 
para o combate ao preconceito quanto à inserção das mulheres no 
mercado de trabalho.
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres 
da Presidência da República; Ministério do Trabalho e Emprego
j)Elaborar diagnósticos com base em ações judiciais que envol-
vam atos de assédio moral, sexual e psicológico, com apuração de 
denúncias de desrespeito aos direitos das trabalhadoras e trabalha-
dores, visando orientar ações de combate à discriminação e abuso 
nas relações de trabalho.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria 
Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidên-
cia da República; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres 
da Presidência da República; Secretaria Especial dos Direitos Huma-
nos da Presidência da República
k)Garantir a igualdade de direitos das trabalhadoras e trabalha-
dores domésticos com os dos demais trabalhadores.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria 
Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República; 
Ministério da Previdência Social
l)Promover incentivos a empresas para que empreguem os 
egressos do sistema penitenciário.
Responsáveis: Ministério da Fazenda; Ministério do Trabalho e 
Emprego; Ministério da Justiça
m)Criar cadastro nacional e relatório periódico de empregabili-
dade de egressos do sistema penitenciário.
Responsável: Ministério da Justiça
n)Garantir os direitos trabalhistas e previdenciários de profis-
sionais do sexo por meio da regulamentação de sua profissão.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria 
Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República.
° Objetivo estratégico VII:
° Combate e prevenção ao trabalho escravo.
Ações programáticas:
a)Promover a efetivação do Plano Nacional para Erradicação do 
Trabalho Escravo.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria 
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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a solução para o seu concurso!
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b)Apoiar a coordenação e implementação de planos estaduais, 
distrital e municipais para erradicação do trabalho escravo.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-sidência da República
c)Monitorar e articular o trabalho das comissões estaduais, dis-
trital e municipais para a erradicação do trabalho escravo.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria 
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
d)Apoiar a alteração da Constituição para prever a expropria-
ção dos imóveis rurais e urbanos nos quais forem encontrados tra-
balhadores reduzidos à condição análoga a de escravos.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria de 
Relações Institucionais da Presidência da República; Secretaria Es-
pecial dos Direitos Humanos da Presidência da República
e)Identificar periodicamente as atividades produtivas em que 
há ocorrência de trabalho escravo adulto e infantil.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria 
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
f)Propor marco legal e ações repressivas para erradicar a inter-
mediação ilegal de mão de obra.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria 
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Secre-
taria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
g)Promover a destinação de recursos do Fundo de Amparo ao 
Trabalhador (FAT) para capacitação técnica e profissionalizante de 
trabalhadores rurais e de povos e comunidades tradicionais, como 
medida preventiva ao trabalho escravo, assim como para imple-
mentação de política de reinserção social dos libertados da condi-
ção de trabalho escravo.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria 
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
h)Atualizar e divulgar semestralmente o cadastro de emprega-
dores que utilizaram mão-de-obra escrava.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria 
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
Objetivo estratégico VIII:
Promoção do direito à cultura, lazer e esporte como elementos 
formadores de cidadania.
Ações programáticas:
a)Ampliar programas de cultura que tenham por finalidade pla-
nejar e implementar políticas públicas para a proteção e promoção 
da diversidade cultural brasileira, em formatos acessíveis.
Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério do Esporte
b)Elaborar programas e ações de cultura que considerem os 
formatos acessíveis, as demandas e as características específicas 
das diferentes faixas etárias e dos grupos sociais.
Responsável: Ministério da Cultura
c)Fomentar políticas públicas de esporte e lazer, considerando 
as diversidades locais, de forma a atender a todas as faixas etárias 
e aos grupos sociais.
Responsável: Ministério do Esporte
d)Elaborar inventário das línguas faladas no Brasil.
Responsável: Ministério da Cultura
e)Ampliar e desconcentrar os pólos culturais e pontos de cul-
tura para garantir o acesso das populações de regiões periféricas e 
de baixa renda.
Responsável: Ministério da Cultura
f)Fomentar políticas públicas de formação em esporte e lazer, 
com foco na intersetorialidade, na ação comunitária na intergera-
cionalidade e na diversidade cultural.
Responsável: Ministério do Esporte
g)Ampliar o desenvolvimento de programas de produção au-
diovisual, musical e artesanal dos povos indígenas.
Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério da Justiça
h)Assegurar o direito das pessoas com deficiência e em sofri-
mento mental de participarem da vida cultural em igualdade de 
oportunidade com as demais, e de desenvolver e utilizar o seu po-
tencial criativo, artístico e intelectual.
Responsáveis: Ministério do Esporte; Ministério da Cultura; Se-
cretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
i)Fortalecer e ampliar programas que contemplem participação 
dos idosos nas atividades de esporte e lazer.
Responsáveis: Ministério do Esporte; Secretaria Especial dos 
Direitos Humanos da Presidência da República
j)Potencializar ações de incentivo ao turismo para pessoas ido-
sas.
Responsáveis: Ministério do Turismo; Secretaria Especial dos 
Direitos Humanos da Presidência da República
Objetivo estratégico IX:
Garantia da participação igualitária e acessível na vida política.
Ações programáticas:
a)Apoiar campanhas para promover a ampla divulgação do 
direito ao voto e participação política de homens e mulheres, por 
meio de campanhas informativas que garantam a escolha livre e 
consciente.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial de Po-
líticas para as Mulheres da Presidência da República
b)Apoiar o combate ao crime de captação ilícita de sufrágio, 
inclusive com campanhas de esclarecimento e conscientização dos 
eleitores.
Responsável: Ministério da Justiça
c)Apoiar os projetos legislativos para o financiamento público 
de campanhas eleitorais.
Responsável: Ministério da Justiça
d)Garantir acesso irrestrito às zonas eleitorais por meio de 
transporte público e acessível e apoiar a criação de zonas eleitorais 
em áreas de difícil acesso.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério das Cidades
e)Promover junto aos povos indígenas ações de educação e ca-
pacitação sobre o sistema político brasileiro.
Responsável: Ministério da Justiça
f)Apoiar ações de formação política das mulheres em sua diver-
sidade étnico-racial, estimulando candidaturas e votos de mulheres 
em todos os níveis.
Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres 
da Presidência da República
g)Garantir e estimular a plena participação das pessoas com 
deficiência no ato do sufrágio, seja como eleitor ou candidato, as-
segurando os mecanismos de acessibilidade necessários, inclusive 
a modalidade do voto assistido.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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a solução para o seu concurso!
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Diretriz 8: Promoção dos direitos de crianças e adolescentes 
para o seu desenvolvimento integral, de forma não discriminató-
ria, assegurando seu direito de opinião e participação.
Objetivo estratégico I:
Proteger e garantir os direitos de crianças e adolescentes por 
meio da consolidação das diretrizes nacionais do ECA, da Política 
Nacional de Promoção, Proteção e Defesa dos Direitos da Criança 
e do Adolescente e da Convenção sobre os Direitos da Criança da 
ONU.
Ações programáticas:
a)Formular plano de médio prazo e decenal para a política na-
cional de promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do 
adolescente.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
b)Desenvolver e implementar metodologias de acompanha-
mento e avaliação das políticas e planos nacionais referentes aos 
direitos de crianças e adolescentes.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
c)Elaborar e implantar sistema de coordenação da política dos 
direitos da criança e do adolescente em todos os níveis de governo, 
para atender às recomendações do Comitê sobre Direitos da Crian-
ça, dos relatores especiais e do Comitê sobre Direitos Econômicos, 
Sociais e Culturais da ONU.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores
d)Criar sistema nacional de coleta de dados e monitoramen-
to junto aos Municípios, Estados e Distrito Federal acerca do cum-
primento das obrigações da Convenção dos Direitos da Criança da 
ONU.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
e)Assegurar a opinião das crianças e dos adolescentes que es-
tiverem capacitados a formular seus próprios juízos, conforme o 
disposto no artigo 12 da Convenção sobre os Direitos da Criança, na 
formulação das políticas públicas voltadas para estes segmentos, 
garantindo sua participação nas conferências dos direitos das crian-
ças e dos adolescentes.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
Objetivo estratégico II:
Consolidar o Sistema de Garantia de Direitos de Crianças e 
Adolescentes, com o fortalecimento do papeldos Conselhos Tu-
telares e de Direitos.
Ações programáticas:
a)Apoiar a universalização dos Conselhos Tutelares e de Direi-
tos em todos os Municípios e no Distrito Federal, e instituir parâme-
tros nacionais que orientem o seu funcionamento.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
b)Implantar escolas de conselhos nos Estados e no Distrito Fe-
deral, com vistas a apoiar a estruturação e qualificação da ação dos 
Conselhos Tutelares e de Direitos.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
c)Apoiar a capacitação dos operadores do sistema de garantia 
dos direitos para a proteção dos direitos e promoção do modo de 
vida das crianças e adolescentes indígenas, afrodescendentes e co-
munidades tradicionais, contemplando ainda as especificidades da 
população infanto-juvenil com deficiência.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Justiça
d)Fomentar a criação de instâncias especializadas e regionali-
zadas do sistema de justiça, de segurança e defensorias públicas, 
para atendimento de crianças e adolescentes vítimas e autores de 
violência.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Justiça
e)Desenvolver mecanismos que viabilizem a participação de 
crianças e adolescentes no processo das conferências dos direitos, 
nos conselhos de direitos, bem como nas escolas, nos tribunais e 
nos procedimentos judiciais e administrativos que os afetem.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
f)Estimular a informação às crianças e aos adolescentes sobre 
seus direitos, por meio de esforços conjuntos na escola, na mídia 
impressa, na televisão, no rádio e na Internet.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação
Objetivo estratégico III:
Proteger e defender os direitos de crianças e adolescentes com 
maior vulnerabilidade.
Ações programáticas:
a)Promover ações educativas para erradicação da violência na 
família, na escola, nas instituições e na comunidade em geral, im-
plementando as recomendações expressas no Relatório Mundial de 
Violência contra a Criança da ONU.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
b)Desenvolver programas nas redes de assistência social, de 
educação e de saúde para o fortalecimento do papel das famílias 
em relação ao desenvolvimento infantil e à disciplina não violenta.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério do 
Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério da Saúde
c)Propor marco legal para a abolição das práticas de castigos 
físicos e corporais contra crianças e adolescentes.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Justiça
d)Implantar sistema nacional de registro de ocorrência de vio-
lência escolar, incluindo as práticas de violência gratuita e reiterada 
entre estudantes (bullying), adotando formulário unificado de re-
gistro a ser utilizado por todas as escolas.
Responsável: Ministério da Educação
e)Apoiar iniciativas comunitárias de mobilização de crianças 
e adolescentes em estratégias preventivas, com vistas a minimizar 
sua vulnerabilidade em contextos de violência.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Justiça; Ministério do Es-
porte; Ministério do Turismo
f)Extinguir os grandes abrigos e eliminar a longa permanência 
de crianças e adolescentes em abrigamento, adequando os serviços 
de acolhimento aos parâmetros aprovados pelo CONANDA e CNAS.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate 
à Fome
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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a solução para o seu concurso!
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g)Fortalecer as políticas de apoio às famílias para a redução dos 
índices de abandono e institucionalização, com prioridade aos gru-
pos familiares de crianças com deficiências.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento Social e 
Combate à Fome
h)Ampliar a oferta de programas de famílias acolhedoras para 
crianças e adolescentes em situação de violência, com o objetivo 
de garantir que esta seja a única opção para crianças retiradas do 
convívio com sua família de origem na primeira infância.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate 
à Fome
i)Estruturar programas de moradia coletivas para adolescentes 
e jovens egressos de abrigos institucionais.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate 
à Fome
j)Fomentar a adoção legal, por meio de campanhas educativas, 
em consonância com o ECA e com acordos internacionais.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério das Relações Exteriores
k)Criar serviços e aprimorar metodologias para identificação e 
localização de crianças e adolescentes desaparecidos.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
l)Exigir em todos os projetos financiados pelo Governo Federal 
a adoção de estratégias de não discriminação de crianças e adoles-
centes em razão de classe, raça, etnia, crença, gênero, orientação 
sexual, identidade de gênero, deficiência, prática de ato infracional 
e origem.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
m)Reforçar e centralizar os mecanismos de coleta e análise sis-
temática de dados desagregados da infância e adolescência, espe-
cialmente sobre os grupos em situação de vulnerabilidade, histori-
camente vulnerabilizados, vítimas de discriminação, de abuso e de 
negligência.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
n)Estruturar rede de canais de denúncias (Disques) de violência 
contra crianças e adolescentes, integrada aos Conselhos Tutelares.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
o)Estabelecer instrumentos para combater a discriminação re-
ligiosa sofrida por crianças e adolescentes.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República
Objetivo estratégico IV:
Enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescen-
tes.
Ações programáticas:
a)Revisar o Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Se-
xual contra Crianças e Adolescentes, em consonância com as reco-
mendações do III Congresso Mundial sobre o tema.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
b)Ampliar o acesso e qualificar os programas especializados em 
saúde, educação e assistência social, no atendimento a crianças e 
adolescentes vítimas de violência sexual e de suas famílias
Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério da Educação; 
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Secreta-
ria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
c)Desenvolver protocolos unificados de atendimento psicosso-
cial e jurídico a vítimas de violência sexual.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Saúde; Ministério do De-
senvolvimento Social e Combate à Fome; Secretaria Especial de Po-
líticas para as Mulheres da Presidência da República
d)Desenvolver ações específicas para combate à violência e à 
exploração sexual de crianças e adolescentes em situação de rua.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento Social e 
Combate à Fome.
e)Estimular a responsabilidade social das empresas para ações 
de enfrentamento da exploração sexual e de combate ao trabalho 
infantil em suas organizações e cadeias produtivas.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério do Trabalho eEmprego; Mi-
nistério do Turismo;
f)Combater a pornografia infanto-juvenil na Internet, por meio 
do fortalecimento do Hot Line Federal e da difusão de procedimen-
tos de navegação segura para crianças, adolescentes, famílias e 
educadores.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos 
Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da Edu-
cação
Objetivo estratégico V:
Garantir o atendimento especializado a crianças e adolescentes 
em sofrimento psíquico e dependência química.
Ações programáticas:
a)Universalizar o acesso a serviços de saúde mental para crian-
ças e adolescentes em cidades de grande e médio porte, incluindo 
a garantia de retaguarda para as unidades de internação socioedu-
cativa.
Responsável: Ministério da Saúde
b)Fortalecer políticas de saúde que contemplem programas de 
desintoxicação e redução de danos em casos de dependência quí-
mica.
Responsável: Ministério da Saúde
Objetivo estratégico VI:
Erradicação do trabalho infantil em todo o território nacional.
Ações programáticas:
a)Erradicar o trabalho infantil, por meio das ações interseto-
riais no Governo Federal, com ênfase no apoio às famílias e educa-
ção em tempo integral.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério 
da Educação; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presi-
dência da República
b)Fomentar a implantação da Lei de Aprendizagem (Lei no 
10.097/2000), mobilizando empregadores, organizações de traba-
lhadores, inspetores de trabalho, Judiciário, organismos internacio-
nais e organizações não governamentais.
Responsável: Ministério do Trabalho e Emprego
c)Desenvolver pesquisas, campanhas e relatórios periódicos 
sobre o trabalho infantil, com foco em temas e públicos que reque-
rem abordagens específicas, tais como agricultura familiar, trabalho 
doméstico, trabalho de rua.
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
4242
a solução para o seu concurso!
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Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria 
Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República; 
Ministério do Desenvolvimento Agrário; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República; Ministério do Desen-
volvimento Social e Combate à Fome; Ministério da Justiça
Objetivo estratégico VII:
Implementação do Sistema Nacional de Atendimento Socioe-
ducativo (SINASE).
Ações programáticas:
a)Elaborar e implementar um plano nacional socioeducativo 
e sistema de avaliação da execução das medidas daquele sistema, 
com divulgação anual de seus resultados e estabelecimento de me-
tas, de acordo com o estabelecido no ECA.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
b)Implantar módulo específico de informações para o sistema 
nacional de atendimento educativo junto ao Sistema de Informação 
para a Infância e Adolescência, criando base de dados unificada que 
inclua as varas da infância e juventude, as unidades de internação e 
os programas municipais em meio aberto.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
c)Implantar centros de formação continuada para os operado-
res do sistema socioeducativo em todos os Estados e no Distrito 
Federal.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério do 
Desenvolvimento Social e Combate à Fome
d)Desenvolver estratégias conjuntas com o sistema de justiça, 
com vistas ao estabelecimento de regras específicas para a aplica-
ção da medida de privação de liberdade em caráter excepcional e 
de pouca duração.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
e)Apoiar a expansão de programas municipais de atendimento 
socioeducativo em meio aberto.
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Social e Comba-
te à Fome; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência 
da República
f)Apoiar os Estados e o Distrito Federal na implementação de 
programas de atendimento ao adolescente em privação de liberda-
de, com garantia de escolarização, atendimento em saúde, esporte, 
cultura e educação para o trabalho, condicionando a transferência 
voluntária de verbas federais à observância das diretrizes do plano 
nacional.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da 
Saúde; Ministério do Esporte; Ministério da Cultura; Ministério do 
Trabalho e Emprego
g)Garantir aos adolescentes privados de liberdade e suas famí-
lias informação sobre sua situação legal, bem como acesso à defesa 
técnica durante todo o período de cumprimento da medida socio-
educativa.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Justiça
h)Promover a transparência das unidades de internação de 
adolescentes em conflito com a lei, garantindo o contato com a fa-
mília e a criação de comissões mistas de inspeção e supervisão.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
i)Fomentar a desativação dos grandes complexos de unidades 
de internação, por meio do apoio à reforma e construção de novas 
unidades alinhadas aos parâmetros estabelecidos no SINASE e no 
ECA, em especial na observância da separação por sexo, faixa etária 
e compleição física.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
j)Desenvolver campanhas de informação sobre o adolescente 
em conflito com a lei, defendendo a não redução da maioridade 
penal.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
k)Estabelecer parâmetros nacionais para a apuração adminis-
trativa de possíveis violações dos direitos e casos de tortura em 
adolescentes privados de liberdade, por meio de sistema indepen-
dente e de tramitação ágil.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
Diretriz 9: Combate às desigualdades estruturais.
Objetivo estratégico I:
Igualdade e proteção dos direitos das populações negras, his-
toricamente afetadas pela discriminação e outras formas de into-
lerância.
Ações programáticas:
a)Apoiar, junto ao Poder Legislativo, a aprovação do Estatuto 
da Igualdade Racial.
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da 
Igualdade Racial da Presidência da República; Secretaria Especial 
dos Direitos Humanos da Presidência da República
b)Promover ações articuladas entre as políticas de educação, 
cultura, saúde e de geração de emprego e renda, visando incidir di-
retamente na qualidade de vida da população negra e no combate 
à violência racial.
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da 
Igualdade Racial da Presidência da República; Ministério da Educa-
ção; Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério do Desenvolvi-
mento Social e Combate à Fome; Ministério da Saúde
c)Elaborar programas de combate ao racismo institucional e 
estrutural, implementando normas administrativas e legislação na-
cional e internacional.
Responsável: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da 
Igualdade Racial da Presidência da República
d)Realizar levantamento de informações para produção de 
relatórios periódicos de acompanhamento das políticas contra a 
discriminação racial, contendo, entre outras, informações sobre in-
clusão no sistema de ensino (básico e superior), inclusão no merca-
do de trabalho, assistência integrada à saúde, número de violações 
registradas e apuradas, recorrências de violações, e dados popula-
cionais e de renda.
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da 
Igualdade Racial da Presidência da República; Secretaria Especial 
dos Direitos Humanos da Presidência da República
e)Analisar periodicamente os indicadores que apontam desi-
gualdades visando à formulação e implementação de políticas pú-
blicas afirmativas que valorizem a promoção da igualdade racial.
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da 
Igualdade Racialda Presidência da República; Secretaria Especial 
dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da 
Educação; Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério do Desen-
volvimento Social e Combate à Fome; Ministério da Saúde
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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a solução para o seu concurso!
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f)Fortalecer a integração das políticas públicas em todas as co-
munidades remanescentes de quilombos localizadas no território 
brasileiro.
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da 
Igualdade Racial da Presidência da República; Ministério da Cultura
g)Fortalecer os mecanismos existentes de reconhecimento das 
comunidades quilombolas como garantia dos seus direitos especí-
ficos .
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Minis-
tério da Cultura; Secretaria Especial de Política de Promoção da 
Igualdade Racial da Presidência da República
h)Fomentar programas de valorização do patrimônio cultural 
das populações negras.
Responsável: Ministério da Cultura; Secretaria Especial de Pro-
moção da Igualdade Racial da Presidência da República
i)Assegurar o resgate da memória das populações negras, me-
diante a publicação da história de resistência e resgate de tradições 
das populações das diásporas.
Responsável: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da 
Igualdade Racial da Presidência da República
Objetivo estratégico II:
Garantia aos povos indígenas da manutenção e resgate das 
condições de reprodução, assegurando seus modos de vida.
Ações programáticas:
a)Assegurar a integridade das terras indígenas para proteger e 
promover o modo de vida dos povos indígenas.
Responsável: Ministério da Justiça
b)Proteger os povos indígenas isolados e de recente contato 
para garantir sua reprodução cultural e etnoambiental.
Responsável: Ministério da Justiça
c)Aplicar os saberes dos povos indígenas e das comunidades 
tradicionais na elaboração de políticas públicas, respeitando a Con-
venção no 169 da OIT.
Responsável: Ministério da Justiça
d)Apoiar projetos de lei com objetivo de revisar o Estatuto do 
Índio com base no texto constitucional de 1988 e na Convenção no 
169 da OIT.
Responsável: Ministério da Justiça
e)Elaborar relatório periódico de acompanhamento das políti-
cas indigenistas que contemple dados sobre os processos de de-
marcações das terras indígenas, dados sobre intrusões e conflitos 
territoriais, inclusão no sistema de ensino (básico e superior), assis-
tência integrada à saúde, número de violações registradas e apura-
das, recorrências de violações e dados populacionais.
Responsável: Ministério da Justiça
f)Proteger e promover os conhecimentos tradicionais e medici-
nais dos povos indígenas.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde
g)Implementar políticas de proteção do patrimônio dos povos 
indígenas, por meio dos registros material e imaterial, mapeando os 
sítios históricos e arqueológicos, a cultura, as línguas e a arte.
Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério da Justiça
h)Promover projetos e pesquisas para resgatar a história dos 
povos indígenas.
Responsável: Ministério da Justiça
i)Promover ações culturais para o fortalecimento da educação 
escolar dos povos indígenas, estimulando a valorização de suas pró-
prias formas de produção do conhecimento.
Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério da Justiça
j)Garantir o acesso à educação formal pelos povos indígenas, 
bilíngues e com adequação curricular formulada com a participação 
de representantes das etnias indigenistas e especialistas em edu-
cação.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Educação
k)Assegurar o acesso e permanência da população indígena no 
ensino superior, por meio de ações afirmativas e respeito à diversi-
dade étnica e cultural.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Educação
l)Adotar medidas de proteção dos direitos das crianças indíge-
nas nas redes de ensino, saúde e assistência social, em consonância 
com a promoção dos seus modos de vida.
Responsáveis: Ministério da Educação; Ministério da Saúde; 
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; Secreta-
ria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
Objetivo estratégico III:
Garantia dos direitos das mulheres para o estabelecimento das 
condições necessárias para sua plena cidadania.
Ações programáticas:
a)Desenvolver ações afirmativas que permitam incluir plena-
mente as mulheres no processo de desenvolvimento do País, por 
meio da promoção da sua autonomia econômica e de iniciativas 
produtivas que garantam sua independência.
Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres 
da Presidência da República
b)Incentivar políticas públicas e ações afirmativas para a parti-
cipação igualitária, plural e multirracial das mulheres nos espaços 
de poder e decisão.
Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres 
da Presidência da República
c)Elaborar relatório periódico de acompanhamento das políti-
cas para mulheres com recorte étnico-racial, que contenha dados 
sobre renda, jornada e ambiente de trabalho, ocorrências de assé-
dio moral, sexual e psicológico, ocorrências de violências contra a 
mulher, assistência à saúde integral, dados reprodutivos, mortalida-
de materna e escolarização.
Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres 
da Presidência da República
d)Divulgar os instrumentos legais de proteção às mulheres, 
nacionais e internacionais, incluindo sua publicação em formatos 
acessíveis, como braile, CD de áudio e demais tecnologias assistivas.
Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres 
da Presidência da República
e)Ampliar o financiamento de abrigos para mulheres em situa-
ção de vulnerabilidade, garantindo plena acessibilidade.
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres 
da Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento Social 
e Combate à Fome
f)Propor tratamento preferencial de atendimento às mulheres 
em situação de violência doméstica e familiar nos Conselhos Gesto-
res do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social e junto ao 
Fundo de Desenvolvimento Social.
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres 
da Presidência da República; Ministério das Cidades; Ministério do 
Desenvolvimento Social e Combate à Fome
g) Considerar o aborto como tema de saúde pública, com a ga-
rantia do acesso aos serviços de saúde. (Redação dada pelo Decreto 
nº 7.177, de 2010)
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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a solução para o seu concurso!
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Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Po-
líticas para as Mulheres da Presidência da República; Ministério da 
Justiça
h)Realizar campanhas e ações educativas para desconstruir os 
estereótipos relativos às profissionais do sexo.
Responsável: Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres 
da Presidência da República
Diretriz 10: Garantia da igualdade na diversidade.
Objetivo estratégico I:
Afirmação da diversidade para construção de uma sociedade 
igualitária.
Ações programáticas:
a)Realizar campanhas e ações educativas para desconstrução 
de estereótipos relacionados com diferenças étnico-raciais, etárias, 
de identidade e orientação sexual, de pessoas com deficiência, ou 
segmentos profissionais socialmente discriminados.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas de Pro-
moção da Igualdade Racial da Presidência da República; Secretaria 
Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República; 
Ministério da Cultura
b)Incentivar e promover a realização de atividades de valori-
zação da cultura das comunidades tradicionais, entre elas ribeiri-
nhos, extrativistas, quebradeiras de coco, pescadores artesanais, 
seringueiros, geraizeiros, varzanteiros, pantaneiros, comunidades 
de fundo de pasto, caiçaras e faxinalenses.
Responsáveis: Ministério da Cultura; Ministério do Desenvolvi-mento Social e Combate à Fome; Ministério do Esporte
c)Fomentar a formação e capacitação em Direitos Humanos, 
como meio de resgatar a autoestima e a dignidade das comunida-
des tradicionais, rurais e urbanas.
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da 
Igualdade Racial da Presidência da República; Ministério da Justiça; 
Ministério da Cultura
d)Apoiar políticas de acesso a direitos para a população cigana, 
valorizando seus conhecimentos e cultura.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate 
à Fome
e)Apoiar e valorizar a associação das mulheres quebradeiras 
de coco, protegendo e promovendo a continuidade de seu trabalho 
extrativista.
Responsável: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate 
à Fome
f)Elaborar relatórios periódicos de acompanhamento das polí-
ticas direcionadas às populações e comunidades tradicionais, que 
contenham, entre outras, informações sobre população estimada, 
assistência integrada à saúde, número de violações registradas e 
apuradas, recorrência de violações, lideranças ameaçadas, dados 
sobre acesso à moradia, terra e território e conflitos existentes.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde; Se-
cretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da 
Presidência da República; Secretaria Especial dos Direitos Humanos 
da Presidência da República
Objetivo estratégico II:
Proteção e promoção da diversidade das expressões culturais 
como Direito Humano.
Ações programáticas:
a)Promover ações de afirmação do direito à diversidade das ex-
pressões culturais, garantindo igual dignidade e respeito para todas 
as culturas.
Responsável: Ministério da Cultura
b)Incluir nos instrumentos e relatórios de políticas culturais a 
temática dos Direitos Humanos.
Responsável: Ministério da Cultura
Objetivo estratégico III:
Valorização da pessoa idosa e promoção de sua participação 
na sociedade.
Ações programáticas:
a)Promover a inserção, a qualidade de vida e a prevenção de 
agravos aos idosos, por meio de programas que fortaleçam o conví-
vio familiar e comunitário, garantindo o acesso a serviços, ao lazer, 
à cultura e à atividade física, de acordo com sua capacidade fun-
cional.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Cultura; Ministério do Es-
porte
b)Apoiar a criação de centros de convivência e desenvolver 
ações de valorização e socialização da pessoa idosa nas zonas ur-
banas e rurais.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Cultura
c)Fomentar programas de voluntariado de pessoas idosas, vi-
sando valorizar e reconhecer sua contribuição para o desenvolvi-
mento e bem-estar da comunidade.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
d)Desenvolver ações que contribuam para o protagonismo da 
pessoa idosa na escola, possibilitando sua participação ativa na 
construção de uma nova percepção intergeracional.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
e)Potencializar ações com ênfase no diálogo intergeracional, 
valorizando o conhecimento acumulado das pessoas idosas.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
f)Desenvolver ações intersetoriais para capacitação continuada 
de cuidadores de pessoas idosas.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Ministério da Cultura
g)Desenvolver política de humanização do atendimento ao ido-
so, principalmente em instituições de longa permanência.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Cultura
h)Elaborar programas de capacitação para os operadores dos 
direitos da pessoa idosa.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República.
i)Elaborar relatório periódico de acompanhamento das políti-
cas para pessoas idosas que contenha informações sobre os Cen-
tros Integrados de Atenção a Prevenção à Violência, tais como: 
quantidade existente; sua participação no financiamento público; 
sua inclusão nos sistemas de atendimento; número de profissionais 
capacitados; pessoas idosas atendidas; proporção dos casos com 
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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a solução para o seu concurso!
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resoluções; taxa de reincidência; pessoas idosas seguradas e apo-
sentadas; famílias providas por pessoas idosas; pessoas idosas em 
abrigos; pessoas idosas em situação de rua; principal fonte de ren-
da dos idosos; pessoas idosas atendidas, internadas e mortas por 
violência ou maus-tratos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Saúde; Ministério da Previ-
dência Social; Ministério da Justiça; Ministério do Desenvolvimento 
Social e Combate à Fome
Objetivo estratégico IV:
Promoção e proteção dos direitos das pessoas com deficiên-
cia e garantia da acessibilidade igualitária.
Ações programáticas:
a)Garantir às pessoas com deficiência igual e efetiva proteção 
legal contra a discriminação.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Justiça
b)Garantir salvaguardas apropriadas e efetivas para prevenir 
abusos a pessoas com deficiência e pessoas idosas.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
c)Assegurar o cumprimento do Decreto de Acessibilidade (De-
creto no 5.296/2004), que garante a acessibilidade pela adequação 
das vias e passeios públicos, semáforos, mobiliários, habitações, es-
paços de lazer, transportes, prédios públicos, inclusive instituições 
de ensino, e outros itens de uso individual e coletivo.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério do Trabalho e Emprego; Mi-
nistério das Cidades
d)Garantir recursos didáticos e pedagógicos para atender às 
necessidades educativas especiais.
Responsável: Ministério da Educação
e)Disseminar a utilização dos sistemas braile, tadoma, escrita 
de sinais e libras tátil para inclusão das pessoas com deficiência em 
todo o sistema de ensino.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação
f)Instituir e implementar o ensino da Língua Brasileira de Sinais 
como disciplina curricular facultativa.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação
g)Propor a regulamentação das profissões relativas à imple-
mentação da acessibilidade, tais como: instrutor de Libras, guia-in-
térprete, tradutor-intérprete, transcritor, revisor e ledor da escrita 
braile e treinadores de cães-guia.
Responsável: Ministério do Trabalho e Emprego
h)Elaborar relatórios sobre os Municípios que possuam frota 
adaptada para subsidiar o processo de monitoramento do cumpri-
mento e implementação da legislação de acessibilidade.
Responsáveis: Ministério das Cidades; Secretaria Especial dos 
Direitos Humanos da Presidência da República
Objetivo estratégico V:
Garantia do respeito à livre orientação sexual e identidade de 
gênero.
Ações programáticas:
a)Desenvolver políticas afirmativas e de promoção de cultura 
de respeito à livre orientação sexual e identidade de gênero, favo-
recendo a visibilidade e o reconhecimento social.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
b)Apoiar projeto de lei que disponha sobre a união civil entre 
pessoas do mesmo sexo.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Justiça
c)Promover ações voltadas à garantia do direito de adoção por 
casais homoafetivos.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República; Secretaria Especial de 
Políticas para as Mulheres da Presidência da República
d)Reconhecer e incluir nos sistemas de informação do serviço 
público todas as configurações familiares constituídaspor lésbicas, 
gays, bissexuais, travestis e transexuais, com base na desconstrução 
da heteronormatividade.
Responsável: Ministério do Planejamento, Orçamento e Ges-
tão
e)Desenvolver meios para garantir o uso do nome social de tra-
vestis e transexuais.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
f)Acrescentar campo para informações sobre a identidade de 
gênero dos pacientes nos prontuários do sistema de saúde.
Responsável: Ministério da Saúde
g)Fomentar a criação de redes de proteção dos Direitos Huma-
nos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT), 
principalmente a partir do apoio à implementação de Centros de 
Referência em Direitos Humanos de Prevenção e Combate à Homo-
fobia e de núcleos de pesquisa e promoção da cidadania daquele 
segmento em universidades públicas.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
h)Realizar relatório periódico de acompanhamento das polí-
ticas contra discriminação à população LGBT, que contenha, entre 
outras, informações sobre inclusão no mercado de trabalho, as-
sistência à saúde integral, número de violações registradas e apu-
radas, recorrências de violações, dados populacionais, de renda e 
conjugais.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
Objetivo estratégico VI:
Respeito às diferentes crenças, liberdade de culto e garantia 
da laicidade do Estado.
Ações programáticas:
a)Instituir mecanismos que assegurem o livre exercício das di-
versas práticas religiosas, assegurando a proteção do seu espaço 
físico e coibindo manifestações de intolerância religiosa.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Cultura; Se-
cretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República
b)Promover campanhas de divulgação sobre a diversidade re-
ligiosa para disseminar cultura da paz e de respeito às diferentes 
crenças.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Cultura; Secretaria Especial 
de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da Re-
pública
c) (Revogado pelo Decreto nº 7.177, de 2010)
Responsável: (Revogado pelo Decreto nº 7.177, de 2010)
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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a solução para o seu concurso!
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d)Estabelecer o ensino da diversidade e história das religiões, 
inclusive as derivadas de matriz africana, na rede pública de ensino, 
com ênfase no reconhecimento das diferenças culturais, promoção 
da tolerância e na afirmação da laicidade do Estado.
Responsáveis: Ministério da Educação; Secretaria Especial dos 
Direitos Humanos da Presidência da República
e)Realizar relatório sobre pesquisas populacionais relativas a 
práticas religiosas, que contenha, entre outras, informações sobre 
número de religiões praticadas, proporção de pessoas distribuídas 
entre as religiões, proporção de pessoas que já trocaram de religião, 
número de pessoas religiosas não praticantes e número de pessoas 
sem religião.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
Eixo Orientador IV:
Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência
Por muito tempo, alguns segmentos da militância em Direitos 
Humanos mantiveram-se distantes do debate sobre as políticas 
públicas de segurança no Brasil. No processo de consolidação da 
democracia, por diferentes razões, movimentos sociais e entidades 
manifestaram dificuldade no tratamento do tema. Na base dessa 
dificuldade, estavam a memória dos enfrentamentos com o aparato 
repressivo ao longo de duas décadas de regime ditatorial, a postu-
ra violenta vigente, muitas vezes, em órgãos de segurança pública, 
a percepção do crime e da violência como meros subprodutos de 
uma ordem social injusta a ser transformada em seus próprios fun-
damentos.
Distanciamento análogo ocorreu nas universidades, que, com 
poucas exceções, não se debruçaram sobre o modelo de polícia 
legado ou sobre os desafios da segurança pública. As polícias bra-
sileiras, nos termos de sua tradição institucional, pouco aproveita-
ram da reflexão teórica e dos aportes oferecidos pela criminologia 
moderna e demais ciências sociais, já disponíveis há algumas dé-
cadas às polícias e aos gestores de países desenvolvidos. A cultura 
arraigada de rejeitar as evidências acumuladas pela pesquisa e pela 
experiência de reforma das polícias no mundo era a mesma que 
expressava nostalgia de um passado de ausência de garantias indi-
viduais, e que identificava na idéia dos Direitos Humanos não a mais 
generosa entre as promessas construídas pela modernidade, mas 
uma verdadeira ameaça.
Estavam postas as condições históricas, políticas e culturais 
para que houvesse um fosso aparentemente intransponível entre 
os temas da segurança pública e os Direitos Humanos.
Nos últimos anos, contudo, esse processo de estranhamento 
mútuo passou a ser questionado. De um lado, articulações na so-
ciedade civil assumiram o desafio de repensar a segurança pública 
a partir de diálogos com especialistas na área, policiais e gestores. 
De outro, começaram a ser implantadas as primeiras políticas públi-
cas buscando caminhos alternativos de redução do crime e da vio-
lência, a partir de projetos centrados na prevenção e influenciados 
pela cultura de paz.
A proposição do Sistema Único de Segurança Pública, a moder-
nização de parte das nossas estruturas policiais e a aprovação de 
novos regimentos e leis orgânicas das polícias, a consciência cres-
cente de que políticas de segurança pública são realidades mais 
amplas e complexas do que as iniciativas possíveis às chamadas 
“forças da segurança”, o surgimento de nova geração de policiais, 
disposta a repensar práticas e dogmas e, sobretudo, a cobrança da 
opinião pública e a maior fiscalização sobre o Estado, resultante do 
processo de democratização, têm tornado possível a construção de 
agenda de reformas na área.
O Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania 
(Pronasci) e os investimentos já realizados pelo Governo Federal na 
montagem de rede nacional de altos estudos em segurança pública, 
que têm beneficiado milhares de policiais em cada Estado, simboli-
zam, ao lado do processo de debates da 1ª Conferência Nacional de 
Segurança Pública, acúmulos históricos significativos, que apontam 
para novas e mais importantes mudanças.
As propostas elencadas neste eixo orientador do PNDH-3 ar-
ticulam-se com tal processo histórico de transformação e exigem 
muito mais do que já foi alcançado. Para tanto, parte-se do pressu-
posto de que a realidade brasileira segue sendo gravemente mar-
cada pela violência e por severos impasses estruturais na área da 
segurança pública.
Problemas antigos, como a ausência de diagnósticos, de pla-
nejamento e de definição formal de metas, a desvalorização pro-
fissional dos policiais e dos agentes penitenciários, o desperdício 
de recursos e a consagração de privilégios dentro das instituições, 
as práticas de abuso de autoridade e de violência policial contra 
grupos vulneráveis e a corrupção dos agentes de segurança pública, 
demandam reformas tão urgentes quanto profundas.
As propostas sistematizadas no PNDH-3 agregam, nesse con-
texto, as contribuições oferecidas pelo processo da 11ª Conferência 
Nacional dos Direitos Humanos e avançam também sobre temas 
que não foram objeto de debate, trazendo para o PNDH-3 parte do 
acúmulo crítico que tem sido proposto ao País pelos especialistas e 
pesquisadores da área.
Em linhas gerais, o PNDH-3 aponta para a necessidade de am-
pla reforma no modelo de polícia e propõe o aprofundamento do 
debate sobre a implantação do ciclo completo de policiamento às 
corporações estaduais. Prioriza transparência e participação popu-
lar, instando ao aperfeiçoamento das estatísticas e à publicação de 
dados, assim como à reformulação do Conselho Nacional de Segu-
rança Pública. Contempla a prevenção da violência e da criminalida-
de como diretriz, ampliandoo controle sobre armas de fogo e indi-
cando a necessidade de profissionalização da investigação criminal.
Com ênfase na erradicação da tortura e na redução da letalida-
de policial e carcerária, confere atenção especial ao estabelecimen-
to de procedimentos operacionais padronizados, que previnam as 
ocorrências de abuso de autoridade e de violência institucional, e 
confiram maior segurança a policiais e agentes penitenciários. Re-
afirma a necessidade de criação de ouvidorias independentes em 
âmbito federal e, inspirado em tendências mais modernas de po-
liciamento, estimula as iniciativas orientadas por resultados, o de-
senvolvimento do policiamento comunitário e voltado para a solu-
ção de problemas, elencando medidas que promovam a valorização 
dos trabalhadores em segurança pública. Contempla, ainda, a cria-
ção de sistema federal que integre os atuais sistemas de proteção a 
vítimas e testemunhas, defensores de Direitos Humanos e crianças 
e adolescentes ameaçados de morte.
Também como diretriz, o PNDH-3 propõe profunda reforma da 
Lei de Execução Penal que introduza garantias fundamentais e no-
vos regramentos para superar as práticas abusivas, hoje comuns. E 
trata as penas privativas de liberdade como última alternativa, pro-
pondo a redução da demanda por encarceramento e estimulando 
novas formas de tratamento dos conflitos, como as sugeridas pelo 
mecanismo da Justiça Restaurativa.
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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a solução para o seu concurso!
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Reafirma-se a centralidade do direito universal de acesso à Jus-
tiça, com a possibilidade de acesso aos tribunais por toda a popula-
ção, com o fortalecimento das defensorias públicas e a moderniza-
ção da gestão judicial, de modo a garantir respostas judiciais mais 
céleres e eficazes. Destacam-se, ainda, o direito de acesso à Justiça 
em matéria de conflitos agrários e urbanos e o necessário estímulo 
aos meios de soluções pacíficas de controvérsias.
O PNDH-3 apresenta neste eixo, fundamentalmente, propos-
tas para que o Poder Público se aperfeiçoe no desenvolvimento de 
políticas públicas de prevenção ao crime e à violência, reforçando 
a noção de acesso universal à Justiça como direito fundamental, 
e sustentando que a democracia, os processos de participação e 
transparência, aliados ao uso de ferramentas científicas e à profis-
sionalização das instituições e trabalhadores da segurança, assina-
lam os roteiros mais promissores para que o Brasil possa avançar no 
caminho da paz pública.
Diretriz 11: Democratização e modernização do sistema de 
segurança pública
Objetivo estratégico I:
Modernização do marco normativo do sistema de segurança 
pública.
Ações programáticas:
a)Propor alteração do texto constitucional, de modo a conside-
rar as polícias militares não mais como forças auxiliares do Exército, 
mantendo-as apenas como força reserva.
Responsável: Ministério da Justiça
b)Propor a revisão da estrutura, treinamento, controle, empre-
go e regimentos disciplinares dos órgãos de segurança pública, de 
forma a potencializar as suas funções de combate ao crime e prote-
ção dos direitos de cidadania, bem como garantir que seus órgãos 
corregedores disponham de carreira própria, sem subordinação à 
direção das instituições policiais.
Responsável: Ministério da Justiça
c)Propor a criação obrigatória de ouvidorias de polícias inde-
pendentes nos Estados e no Distrito Federal, com ouvidores pro-
tegidos por mandato e escolhidos com participação da sociedade.
Responsável: Ministério da Justiça
d)Assegurar a autonomia funcional dos peritos e a moderni-
zação dos órgãos periciais oficiais, como forma de incrementar sua 
estruturação, assegurando a produção isenta e qualificada da prova 
material, bem como o princípio da ampla defesa e do contraditório 
e o respeito aos Direitos Humanos.
Responsável: Ministério da Justiça
e)Promover o aprofundamento do debate sobre a instituição 
do ciclo completo da atividade policial, com competências reparti-
das pelas polícias, a partir da natureza e da gravidade dos delitos.
Responsável: Ministério da Justiça
f)Apoiar a aprovação do Projeto de Lei no 1.937/2007, que dis-
põe sobre o Sistema Único de Segurança Pública.
Responsável: Ministério da Justiça
Objetivo estratégico II:
Modernização da gestão do sistema de segurança pública.
Ações programáticas:
a)Condicionar o repasse de verbas federais à elaboração e revi-
são periódica de planos estaduais, distrital e municipais de seguran-
ça pública que se pautem pela integração e pela responsabilização 
territorial da gestão dos programas e ações.
Responsável: Ministério da Justiça
b)Criar base de dados unificada que permita o fluxo de infor-
mações entre os diversos componentes do sistema de segurança 
pública e a Justiça criminal.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
c)Redefinir as competências e o funcionamento da Inspetoria-
-Geral das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Defesa
Objetivo estratégico III:
Promoção dos Direitos Humanos dos profissionais do sistema 
de segurança pública, assegurando sua formação continuada e 
compatível com as atividades que exercem.
Ações programáticas:
a)Proporcionar equipamentos para proteção individual efetiva 
para os profissionais do sistema federal de segurança pública.
Responsável: Ministério da Justiça
b)Condicionar o repasse de verbas federais aos Estados, ao Dis-
trito Federal e aos Municípios, à garantia da efetiva disponibilização 
de equipamentos de proteção individual aos profissionais do siste-
ma nacional de segurança pública.
Responsável: Ministério da Justiça
c)Fomentar o acompanhamento permanente da saúde mental 
dos profissionais do sistema de segurança pública, mediante servi-
ços especializados do sistema de saúde pública.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde
d)Propor projeto de lei instituindo seguro para casos de aci-
dentes incapacitantes ou morte em serviço para os profissionais do 
sistema de segurança pública.
Responsável: Ministério da Justiça;
e)Garantir a reabilitação e reintegração ao trabalho dos profis-
sionais do sistema de segurança pública federal, nos casos de defi-
ciência adquirida no exercício da função.
Responsável: Ministério da Justiça;
Diretriz 12: Transparência e participação popular no sistema de 
segurança pública e justiça criminal.
Objetivo estratégico I:
Publicação de dados do sistema federal de segurança pública.
Ação programática
a)Publicar trimestralmente estatísticas sobre:
• Crimes registrados, inquéritos instaurados e concluídos, pri-
sões efetuadas, flagrantes registrados, operações realizadas, armas 
e entorpecentes apreendidos pela Polícia Federal em cada Estado 
da Federação;
• Veículos abordados, armas e entorpecentes apreendidos e 
prisões efetuadas pela Polícia Rodoviária Federal em cada Estado 
da Federação;
• Presos provisórios e condenados sob custódia do sistema pe-
nitenciário federal e quantidade de presos trabalhando e estudan-
do por sexo, idade e raça ou etnia;
• Vitimização de policiais federais, policiais rodoviários fede-
rais, membros da Força Nacional de Segurança Pública e agentes 
penitenciários federais;
• Quantidade e tipos de laudos produzidos pelos órgãos fede-
rais de perícia oficial.
Responsável: Ministério da Justiça
Objetivo estratégico II:
Consolidação de mecanismos de participação popular na ela-
boração das políticas públicas de segurança.
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a solução para o seu concurso!
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Ações programáticas:
a)Reformular o Conselho Nacional de Segurança Pública, asse-
gurando a participação da sociedade civil organizada em sua com-
posição e garantindo sua articulação com o Conselho Nacional de 
Política Criminal e Penitenciária.
Responsável: Ministério da Justiça
b)Fomentar mecanismos de gestão participativa das políticas 
públicas de segurança,como conselhos e conferências, ampliando 
a Conferência Nacional de Segurança Pública.
Responsável: Ministério da Justiça
Diretriz 13: Prevenção da violência e da criminalidade e profis-
sionalização da investigação de atos criminosos.
Objetivo estratégico I:
Ampliação do controle de armas de fogo em circulação no 
País.
Ações programáticas:
a)Realizar ações permanentes de estímulo ao desarmamento 
da população.
Responsável: Ministério da Justiça
b)Propor reforma da legislação para ampliar as restrições e os 
requisitos para aquisição de armas de fogo por particulares e em-
presas de segurança privada.
Responsável: Ministério da Justiça
c)Propor alteração da legislação para garantir que as armas 
apreendidas em crimes que não envolvam disparo sejam inutiliza-
das imediatamente após a perícia.
Responsável: Ministério da Justiça
d)Registrar no Sistema Nacional de Armas todas as armas de 
fogo destruídas.
Responsável: Ministério da Defesa
Objetivo estratégico II:
Qualificação da investigação criminal.
Ações programáticas:
a)Propor projeto de lei para alterar o procedimento do inquéri-
to policial, de modo a admitir procedimentos orais gravados e trans-
formar em peça ágil e eficiente de investigação criminal voltada à 
coleta de evidências.
Responsável: Ministério da Justiça
b)Fomentar o debate com o objetivo de unificar os meios de 
investigação e obtenção de provas e padronizar procedimentos de 
investigação criminal.
Responsável: Ministério da Justiça
c)Promover a capacitação técnica em investigação criminal 
para os profissionais dos sistemas estaduais de segurança pública.
Responsável: Ministério da Justiça
d)Realizar pesquisas para qualificação dos estudos sobre técni-
cas de investigação criminal.
Responsável: Ministério da Justiça
Objetivo estratégico III:
Produção de prova pericial com celeridade e procedimento pa-
dronizado.
Ações programáticas:
a)Propor regulamentação da perícia oficial.
Responsável: Ministério da Justiça
b)Propor projeto de lei para proporcionar autonomia adminis-
trativa e funcional dos órgãos periciais federais.
Responsável: Ministério da Justiça
c)Propor padronização de procedimentos e equipamentos a se-
rem utilizados pelas unidades periciais oficiais em todos os exames 
periciais criminalísticos e médico-legais.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
d)Desenvolver sistema de dados nacional informatizado para 
monitoramento da produção e da qualidade dos laudos produzidos 
nos órgãos periciais.
Responsável: Ministério da Justiça
e)Fomentar parcerias com universidades para pesquisa e de-
senvolvimento de novas metodologias a serem implantadas nas 
unidades periciais.
Responsável: Ministério da Justiça
f)Promover e apoiar a educação continuada dos profissionais 
da perícia oficial, em todas as áreas, para a formação técnica e em 
Direitos Humanos.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
Objetivo estratégico IV:
Fortalecimento dos instrumentos de prevenção à violência.
Ações programáticas:
a)Elaborar diretrizes para as políticas de prevenção à violência 
com o objetivo de assegurar o reconhecimento das diferenças gera-
cionais, de gênero, étnico-racial e de orientação sexual.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial de Po-
líticas para as Mulheres da Presidência da República; Secretaria Es-
pecial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência 
da República
b)Realizar anualmente pesquisas nacionais de vitimização.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
c)Fortalecer mecanismos que possibilitem a efetiva fiscalização 
de empresas de segurança privada e a investigação e responsabili-
zação de policiais que delas participem de forma direta ou indireta.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
d)Desenvolver normas de conduta e fiscalização dos serviços 
de segurança privados que atuam na área rural.
Responsável: Ministério da Justiça
e)Elaborar diretrizes para atividades de policiamento comuni-
tário e policiamento orientado para a solução de problemas, bem 
como catalogar e divulgar boas práticas dessas atividades.
Responsável: Ministério da Justiça
f)Elaborar diretrizes para atuação conjunta entre os órgãos de 
trânsito e os de segurança pública para reduzir a violência no trân-
sito.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério das Cidades
g)Realizar debate sobre o atual modelo de repressão e estimu-
lar a discussão sobre modelos alternativos de tratamento do uso e 
tráfico de drogas, considerando o paradigma da redução de danos.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República; Gabinete de Seguran-
ça Institucional; Ministério da Saúde
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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Objetivo estratégico V:
Redução da violência motivada por diferenças de gênero, raça 
ou etnia, idade, orientação sexual e situação de vulnerabilidade.
Ações programáticas:
a)Fortalecer a atuação da Polícia Federal no combate e na apu-
ração de crimes contra os Direitos Humanos.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
b)Garantir aos grupos em situação de vulnerabilidade o conhe-
cimento sobre serviços de atendimento, atividades desenvolvidas 
pelos órgãos e instituições de segurança e mecanismos de denún-
cia, bem como a forma de acioná-los.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República; Secretaria Especial de 
Políticas para as Mulheres da Presidência da República; Secretaria 
Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidên-
cia da República
c)Desenvolver e implantar sistema nacional integrado das re-
des de saúde, de assistência social e educação para a notificação 
de violência.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Saúde; Ministério do De-
senvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério da Educação; 
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da 
Presidência da República
d)Promover campanhas educativas e pesquisas voltadas à pre-
venção da violência contra pessoas com deficiência, idosos, mulhe-
res, indígenas, negros, crianças, adolescentes, lésbicas, gays, bisse-
xuais, transexuais, travestis e pessoas em situação de rua.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento Social e 
Combate à Fome; Secretaria Especial de Políticas de Promoção da 
Igualdade Racial da Presidência da República; Secretaria Especial de 
Políticas para as Mulheres da Presidência da República; Ministério 
da Justiça; Ministério do Turismo; Ministério do Esporte
e)Fortalecer unidade especializada em conflitos indígenas na 
Polícia Federal e garantir sua atuação conjunta com a FUNAI, em 
especial nos processos conflituosos de demarcação.
Responsável: Ministério da Justiça
f)Fomentar cursos de qualificação e capacitação sobre aspec-
tos da cultura tradicional dos povos indígenas e sobre legislação 
indigenista para todas as corporações policiais, principalmente para 
as polícias militares e civis especialmente nos Estados e Municípios 
em que as aldeias indígenas estejam localizadas nas proximidades 
dos centros urbanos.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
g)Fortalecer mecanismos para combater a violência contra a 
população indígena, em especial para as mulheres indígenas víti-
mas de casos de violência psicológica, sexual e de assédio moral.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde; Se-
cretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da 
República
h)Apoiara implementação do pacto nacional de enfrentamen-
to à violência contra as mulheres de forma articulada com os planos 
estaduais de segurança pública e em conformidade com a Lei Maria 
da Penha (Lei no 11.340/2006).
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial de Po-
líticas para as Mulheres da Presidência da República; Ministério da 
Saúde; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da 
República
i)Avaliar o cumprimento da Lei Maria da Penha com base nos 
dados sobre tipos de violência, agressor e vítima.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial de Po-
líticas para as Mulheres da Presidência da República
j)Fortalecer ações estratégicas de prevenção à violência contra 
jovens negros.
Responsáveis: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da 
Igualdade Racial da Presidência da República; Ministério da Justiça
k)Estabelecer política de prevenção de violência contra a popu-
lação em situação de rua, incluindo ações de capacitação de poli-
ciais em Direitos Humanos.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
l)Promover a articulação institucional, em conjunto com a so-
ciedade civil, para implementar o Plano de Ação para o Enfrenta-
mento da Violência contra a Pessoa Idosa.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Justiça; Ministério do De-
senvolvimento Social e Combate à Fome; Ministério da Saúde
m)Fomentar a implantação do serviço de recebimento e enca-
minhamento de denúncias de violência contra a pessoa idosa em 
todas as unidades da Federação.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
n)Capacitar profissionais de educação e saúde para identificar 
e notificar crimes e casos de violência contra a pessoa idosa e con-
tra a pessoa com deficiência.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Saúde; Ministério da Edu-
cação
o)Implementar ações de promoção da cidadania e Direitos Hu-
manos das lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis, com 
foco na prevenção à violência, garantindo redes integradas de aten-
ção.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
Objetivo estratégico VI:
Enfrentamento ao tráfico de pessoas.
Ações programáticas:
a)Desenvolver metodologia de monitoramento, disseminação 
e avaliação das metas do Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfi-
co de Pessoas, bem como construir e implementar o II Plano Nacio-
nal de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do Turismo; Se-
cretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da 
República; Ministério do Trabalho e Emprego; Secretaria Especial 
dos Direitos Humanos da Presidência da República
b)Estruturar, a partir de serviços existentes, sistema nacional 
de atendimento às vítimas do tráfico de pessoas, de reintegração e 
diminuição da vulnerabilidade, especialmente de crianças, adoles-
centes, mulheres, transexuais e travestis.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas para as 
Mulheres da Presidência da República; Ministério da Justiça
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c)Implementar as ações referentes a crianças e adolescentes 
previstas na Política e no Plano Nacional de Enfrentamento ao Trá-
fico de Pessoas.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
d)Consolidar fluxos de encaminhamento e monitoramento de 
denúncias de casos de tráfico de crianças e adolescentes.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República; Secretaria Especial de 
Políticas para as Mulheres da Presidência da República
e)Revisar e disseminar metodologia para atendimento de 
crianças e adolescentes vítimas de tráfico.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
f)Fomentar a capacitação de técnicos da gestão pública, orga-
nizações não governamentais e representantes das cadeias produ-
tivas para o enfrentamento ao tráfico de pessoas.
Responsável: Ministério do Turismo
g)Desenvolver metodologia e material didático para capacitar 
agentes públicos no enfrentamento ao tráfico de pessoas.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério do Turismo; Ministério da Jus-
tiça; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidên-
cia da República
h)Realizar estudos e pesquisas sobre o tráfico de pessoas, in-
clusive sobre exploração sexual de crianças e adolescentes.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério do Turismo; Ministério da Jus-
tiça; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidên-
cia da República
Diretriz 14: Combate à violência institucional, com ênfase na 
erradicação da tortura e na redução da letalidade policial e carce-
rária.
Objetivo estratégico I:
Fortalecimento dos mecanismos de controle do sistema de 
segurança pública.
Ações programáticas:
a)Criar ouvidoria de polícia com independência para exercer 
controle externo das atividades das Polícias Federais e da Força 
Nacional de Segurança Pública, coordenada por um ouvidor com 
mandato.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
b)Fortalecer a Ouvidoria do Departamento Penitenciário Na-
cional, dotando-a de recursos humanos e materiais necessários ao 
desempenho de suas atividades, propondo sua autonomia funcio-
nal.
Responsável: Ministério da Justiça
c)Condicionar a transferência voluntária de recursos federais 
aos Estados e ao Distrito Federal ao plano de implementação ou à 
existência de ouvidorias de polícia e do sistema penitenciário, que 
atendam aos requisitos de coordenação por ouvidor com mandato, 
escolhidos com participação da sociedade civil e com independên-
cia para sua atuação.
Responsável: Ministério da Justiça
d)Elaborar projeto de lei para aperfeiçoamento da legislação 
processual penal, visando padronizar os procedimentos da investi-
gação de ações policiais com resultado letal.
Responsável: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
e)Dotar as Corregedorias da Polícia Federal, da Polícia Rodovi-
ária Federal e do Departamento Penitenciário Nacional de recursos 
humanos e materiais suficientes para o desempenho de suas ativi-
dades, ampliando sua autonomia funcional.
Responsável: Ministério da Justiça
f)Fortalecer a inspetoria da Força Nacional de Segurança Públi-
ca e tornar obrigatória a publicação trimestral de estatísticas sobre 
procedimentos instaurados e concluídos e sobre o número de poli-
ciais desmobilizados.
Responsável: Ministério da Justiça
g)Publicar trimestralmente estatísticas sobre procedimentos 
instaurados e concluídos pelas Corregedorias da Polícia Federal e 
da Polícia Rodoviária Federal, e sobre a quantidade de policiais in-
fratores e condenados, por cargo e tipo de punição aplicada.
Responsável: Ministério da Justiça
h)Publicar trimestralmente informações sobre pessoas mortas 
e feridas em ações da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal 
e da Força Nacional de Segurança Pública.
Responsável: Ministério da Justiça
i)Criar sistema de rastreamento de armas e de veículos usados 
pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional de 
Segurança Pública, e fomentar a criação de sistema semelhante nos 
Estados e no Distrito Federal.
Responsável: Ministério da Justiça
Objetivo estratégico II:
Padronização de procedimentos e equipamentos do sistema 
de segurança pública.
Ações programáticas:
a)Elaborar procedimentos operacionais padronizados para as 
forças policiaisfederais, com respeito aos Direitos Humanos.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
b)Elaborar procedimentos operacionais padronizados sobre re-
vistas aos visitantes de estabelecimentos prisionais, respeitando os 
preceitos dos Direitos Humanos.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República; Secretaria Especial de 
Políticas para as Mulheres da Presidência da República
c)Elaborar diretrizes nacionais sobre uso da força e de armas de 
fogo pelas instituições policiais e agentes do sistema penitenciário.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
d)Padronizar equipamentos, armas, munições e veículos apro-
priados à atividade policial a serem utilizados pelas forças policiais 
da União, bem como aqueles financiados com recursos federais nos 
Estados, no Distrito Federal e nos Municípios.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
e)Disponibilizar para a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Fe-
deral e para a Força Nacional de Segurança Pública munição, tecno-
logias e armas de menor potencial ofensivo.
Responsável: Ministério da Justiça
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Objetivo estratégico III:
Consolidação de política nacional visando à erradicação da 
tortura e de outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou 
degradantes.
Ações programáticas:
a)Elaborar projeto de lei visando a instituir o Mecanismo Pre-
ventivo Nacional, sistema de inspeção aos locais de detenção para 
o monitoramento regular e periódico dos centros de privação de 
liberdade, nos termos do protocolo facultativo à convenção da ONU 
contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos 
ou degradantes.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos 
Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério das Re-
lações Exteriores;
b)Instituir grupo de trabalho para discutir e propor atualização 
e aperfeiçoamento da Lei no 9.455/1997, que define os crimes de 
tortura, de forma a atualizar os tipos penais, instituir sistema na-
cional de combate à tortura, estipular marco legal para a definição 
de regras unificadas de exame médico-legal, bem como estipular 
ações preventivas obrigatórias como formação específica das forças 
policiais e capacitação de agentes para a identificação da tortura.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
c)Promover o fortalecimento, a criação e a reativação dos co-
mitês estaduais de combate à tortura.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
d)Propor projeto de lei para tornar obrigatória a filmagem dos 
interrogatórios ou audiogravações realizadas durante as investiga-
ções policiais.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
e)Estabelecer protocolo para a padronização de procedimen-
tos a serem realizados nas perícias destinadas a averiguar alegações 
de tortura.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
f)Elaborar matriz curricular e capacitar os operadores do siste-
ma de segurança pública e justiça criminal para o combate à tortura.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
g)Capacitar e apoiar a qualificação dos agentes da perícia ofi-
cial, bem como de agentes públicos de saúde, para a identificação 
de tortura.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
h)Incluir na formação de agentes penitenciários federais curso 
com conteúdos relativos ao combate à tortura e sobre a importân-
cia dos Direitos Humanos.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
i)Realizar campanhas de prevenção e combate à tortura nos 
meios de comunicação para a população em geral, além de cam-
panhas específicas voltadas às forças de segurança pública, bem 
como divulgar os parâmetros internacionais de combate às práticas 
de tortura.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
j)Estabelecer procedimento para a produção de relatórios anu-
ais, contendo informações sobre o número de casos de torturas e 
de tratamentos desumanos ou degradantes levados às autoridades, 
número de perpetradores e de sentenças judiciais.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
• Objetivo estratégico IV:
• Combate às execuções extrajudiciais realizadas por agentes 
do Estado.
Ações programáticas:
a)Fortalecer ações de combate às execuções extrajudiciais re-
alizadas por agentes do Estado, assegurando a investigação dessas 
violações.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
b)Desenvolver e apoiar ações específicas para investigação e 
combate à atuação de milícias e grupos de extermínio.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
Diretriz 15: Garantia dos direitos das vítimas de crimes e de 
proteção das pessoas ameaçadas.
Objetivo estratégico I:
Instituição de sistema federal que integre os programas de 
proteção.
Ações programáticas:
a)Propor projeto de lei para integração, de forma sistêmica, dos 
programas de proteção a vítimas e testemunhas ameaçadas, defen-
sores de Direitos Humanos e crianças e adolescentes ameaçados 
de morte.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
b)Desenvolver sistema nacional que integre as informações das 
ações de proteção às pessoas ameaçadas.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
c)Ampliar os programas de proteção a vítimas e testemunhas 
ameaçadas, defensores dos Direitos Humanos e crianças e adoles-
centes ameaçados de morte para os Estados em que o índice de 
violência aponte a criação de programas locais.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
d)Garantir a formação de agentes da Polícia Federal para a pro-
teção das pessoas incluídas nos programas de proteção de pessoas 
ameaçadas, observadas suas diretrizes.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
e)Propor ampliação os recursos orçamentários para a realiza-
ção das ações dos programas de proteção a vítimas e testemunhas 
ameaçadas, defensores dos Direitos Humanos e crianças e adoles-
centes ameaçados de morte.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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Objetivo estratégico II:
Consolidação da política de assistência a vítimas e a testemu-
nhas ameaçadas.
Ações programáticas:
a)Propor projeto de lei para aperfeiçoar o marco legal do Pro-
grama Federal de Assistência a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas, 
ampliando a proteção de escolta policial para as equipes técnicas 
do programa, e criar sistema de apoio à reinserção social dos usuá-
rios do programa.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
b)Regulamentar procedimentos e competências para a execu-
ção do Programa Federal de Assistência a Vítimas e Testemunhas 
Ameaçadas, em especial para a realização de escolta de seus usu-
ários.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
c)Fomentar a criação de centros de atendimento a vítimas de 
crimes e a seus familiares, com estrutura adequada e capaz de ga-
rantir o acompanhamentopsicossocial e jurídico dos usuários, com 
especial atenção a grupos sociais mais vulneráveis, assegurando o 
exercício de seus direitos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas para as 
Mulheres da Presidência da República
d)Incentivar a criação de unidades especializadas do Serviço de 
Proteção ao Depoente Especial da Polícia Federal nos Estados e no 
Distrito Federal.
Responsável: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
e)Garantir recursos orçamentários e de infraestrutura ao Servi-
ço de Proteção ao Depoente Especial da Polícia Federal, necessários 
ao atendimento pleno, imediato e de qualidade aos depoentes es-
peciais e a seus familiares, bem como o atendimento às demandas 
de inclusão provisória no programa federal.
Responsável: Ministério da Justiça
Objetivo estratégico III:
Garantia da proteção de crianças e adolescentes ameaçados 
de morte.
Ações programáticas:
a)Ampliar a atuação federal no âmbito do Programa de Prote-
ção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte nas unidades 
da Federação com maiores taxas de homicídio nessa faixa etária.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
b)Formular política nacional de enfrentamento da violência le-
tal contra crianças e adolescentes.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
c)Desenvolver e aperfeiçoar os indicadores de morte violenta 
de crianças e adolescentes, assegurando publicação anual dos da-
dos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Saúde
d)Desenvolver programas de enfrentamento da violência letal 
contra crianças e adolescentes e divulgar as experiências bem su-
cedidas.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Justiça
Objetivo estratégico IV:
Garantia de proteção dos defensores dos Direitos Humanos e 
de suas atividades.
Ações programáticas:
a)Fortalecer a execução do Programa Nacional de Proteção aos 
Defensores dos Direitos Humanos, garantindo segurança nos casos 
de violência, ameaça, retaliação, pressão ou ação arbitrária, e a de-
fesa em ações judiciais de má-fé, em decorrência de suas ativida-
des.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
b)Articular com os órgãos de segurança pública de Direitos Hu-
manos nos Estados para garantir a segurança dos defensores dos 
Direitos Humanos.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
c)Capacitar os operadores do sistema de segurança pública e 
de justiça sobre o trabalho dos defensores dos Direitos Humanos.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
d)Fomentar parcerias com as Defensorias Públicas dos Estados 
e da União para a defesa judicial dos defensores dos Direitos Huma-
nos nos processos abertos contra eles.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
e)Divulgar em âmbito nacional a atuação dos defensores e mi-
litantes dos Direitos Humanos, fomentando cultura de respeito e 
valorização de seus papéis na sociedade.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
Diretriz 16: Modernização da política de execução penal, prio-
rizando a aplicação de penas e medidas alternativas à privação de 
liberdade e melhoria do sistema penitenciário.
Objetivo estratégico I:
Reestruturação do sistema penitenciário.
Ações programáticas:
a)Elaborar projeto de reforma da Lei de Execução Penal (Lei no 
7.210/1984), com o propósito de:
• Adotar mecanismos tecnológicos para coibir a entrada de 
substâncias e materiais proibidos, eliminando a prática de revista 
íntima nos familiares de presos;
• Aplicar a Lei de Execução Penal também a presas e presos 
provisórios e aos sentenciados pela Justiça Especial;
• Vedar a divulgação pública de informações sobre perfil psi-
cológico do preso e eventuais diagnósticos psiquiátricos feitos nos 
estabelecimentos prisionais;
• Instituir a obrigatoriedade da oferta de ensino pelos estabe-
lecimentos penais e a remição de pena por estudo;
• Estabelecer que a perda de direitos ou a redução de acesso 
a qualquer direito ocorrerá apenas como consequência de faltas de 
natureza grave;
• Estabelecer critérios objetivos para isolamento de presos e 
presas no regime disciplinar diferenciado;
• Configurar nulidade absoluta dos procedimentos disciplina-
res quando não houver intimação do defensor do preso;
• Estabelecer o regime de condenação como limite para casos 
de regressão de regime;
• Assegurar e regulamentar as visitas íntimas para a população 
carcerária LGBT.
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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a solução para o seu concurso!
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Responsável: Ministério da Justiça
b)Elaborar decretos extraordinários de indulto a condenados 
por crimes sem violência real, que reduzam substancialmente a po-
pulação carcerária brasileira.
Responsável: Ministério da Justiça
c)Fomentar a realização de revisões periódicas processuais dos 
processos de execução penal da população carcerária.
Responsável: Ministério da Justiça
d)Vincular o repasse de recursos federais para construção de 
estabelecimentos prisionais nos Estados e no Distrito Federal ao 
atendimento das diretrizes arquitetônicas que contemplem a exis-
tência de alas específicas para presas grávidas e requisitos de aces-
sibilidade.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial de Po-
líticas para as Mulheres da Presidência da República
e)Aplicar a Política Nacional de Saúde Mental e a Política para 
a Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas no sistema 
penitenciário.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde
f)Aplicar a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mu-
lher no contexto prisional, regulamentando a assistência pré-natal, 
a existência de celas específicas e período de permanência com 
seus filhos para aleitamento.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde; Se-
cretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da 
República
g)Implantar e implementar as ações de atenção integral aos 
presos previstas no Plano Nacional de Saúde no Sistema Peniten-
ciário.
Responsável: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde
h)Promover estudo sobre a viabilidade de criação, em âmbi-
to federal, da carreira de oficial de condicional, trabalho externo e 
penas alternativas, para acompanhar os condenados em liberdade 
condicional, os presos em trabalho externo, em qualquer regime de 
execução, e os condenados a penas alternativas à prisão.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do Planejamen-
to, Orçamento e Gestão
i)Avançar na implementação do Sistema de Informações Peni-
tenciárias (InfoPen), financiando a inclusão dos estabelecimentos 
prisionais dos Estados e do Distrito Federal e condicionando os re-
passes de recursos federais à sua efetiva integração ao sistema.
Responsável: Ministério da Justiça
j)Ampliar campanhas de sensibilização para inclusão social de 
egressos do sistema prisional.
Responsável: Ministério da Justiça
k)Estabelecer diretrizes na política penitenciária nacional que 
fortaleçam o processo de reintegração social dos presos, internados 
e egressos, com sua efetiva inclusão nas políticas públicas sociais.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do Desenvolvi-
mento Social e Combate à Fome; Ministério da Saúde; Ministério da 
Educação; Ministério do Esporte
l)Debater, por meio de grupo de trabalho interministerial, 
ações e estratégias que visem assegurar o encaminhamento para o 
presídio feminino de mulheres transexuais e travestis que estejam 
em regime de reclusão.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República; SecretariaEspecial de 
Políticas para as Mulheres da Presidência da República
Objetivo estratégico II:
Limitação do uso dos institutos de prisão cautelar.
Ações programáticas:
a)Propor projeto de lei para alterar o Código de Processo Penal, 
com o objetivo de:
• Estabelecer requisitos objetivos para decretação de prisões 
preventivas que consagrem sua excepcionalidade;
• Vedar a decretação de prisão preventiva em casos que envol-
vam crimes com pena máxima inferior a quatro anos, excetuando 
crimes graves como formação de quadrilha e peculato;
• Estabelecer o prazo máximo de oitenta e um dias para prisão 
provisória.
Responsável: Ministério da Justiça
b)Alterar a legislação sobre abuso de autoridade, tipificando de 
modo específico as condutas puníveis.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
Objetivo estratégico III:
Tratamento adequado de pessoas com transtornos mentais.
Ações programáticas:
a)Estabelecer diretrizes que garantam tratamento adequado às 
pessoas com transtornos mentais, em consonância com o princípio 
de desinstitucionalização.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde
b)Propor projeto de lei para alterar o Código Penal, prevendo 
que o período de cumprimento de medidas de segurança não deve 
ultrapassar o da pena prevista para o crime praticado, e estabele-
cendo a continuidade do tratamento fora do sistema penitenciário 
quando necessário.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde
c)Estabelecer mecanismos para a reintegração social dos inter-
nados em medida de segurança quando da extinção desta, median-
te aplicação dos benefícios sociais correspondentes.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Saúde; Mi-
nistério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Objetivo estratégico IV:
Ampliação da aplicação de penas e medidas alternativas.
Ações programáticas:
a)Desenvolver instrumentos de gestão que assegurem a sus-
tentabilidade das políticas públicas de aplicação de penas e medi-
das alternativas.
Responsáveis: Ministério da Justiça
b)Incentivar a criação de varas especializadas e de centrais de 
monitoramento do cumprimento de penas e medidas alternativas.
Responsável: Ministério da Justiça
c)Desenvolver modelos de penas e medidas alternativas que 
associem seu cumprimento ao ilícito praticado, com projetos temá-
ticos que estimulem a capacitação do cumpridor, bem como penas 
de restrição de direitos com controle de frequência.
Responsável: Ministério da Justiça
d)Desenvolver programas-piloto com foco na educação, para 
aplicação da pena de limitação de final de semana.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério da Educação
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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Diretriz 17: Promoção de sistema de justiça mais acessível, ágil 
e efetivo, para o conhecimento, a garantia e a defesa dos direitos.
Objetivo estratégico I:
Acesso da população à informação sobre seus direitos e sobre 
como garanti-los.
Ações programáticas:
a)Difundir o conhecimento sobre os Direitos Humanos e sobre 
a legislação pertinente com publicações em linguagem e formatos 
acessíveis.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
b)Fortalecer as redes de canais de denúncia (disque-denúncia) 
e sua articulação com instituições de Direitos Humanos.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
c)Incentivar a criação de centros integrados de serviços públi-
cos para prestação de atendimento ágil à população, inclusive com 
unidades itinerantes para obtenção de documentação básica.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Justiça
d)Fortalecer o governo eletrônico com a ampliação da disponi-
bilização de informações e serviços para a população via Internet, 
em formato acessível.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República
Objetivo estratégico II:
Garantia do aperfeiçoamento e monitoramento das normas ju-
rídicas para proteção dos Direitos Humanos.
Ações programáticas:
a)Implementar o Observatório da Justiça Brasileira, em parce-
ria com a sociedade civil.
Responsável: Ministério da Justiça
b)Aperfeiçoar o sistema de fiscalização de violações aos Direi-
tos Humanos, por meio do aprimoramento do arcabouço de san-
ções administrativas.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Saúde; Ministério da Justi-
ça; Ministério do Trabalho e Emprego
c)Ampliar equipes de fiscalização sobre violações dos Direitos 
Humanos, em parceria com a sociedade civil.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
d)Propor projeto de lei buscando ampliar a utilização das ações 
coletivas para proteção dos interesses difusos, coletivos e individu-
ais homogêneos, garantindo a consolidação de instrumentos coleti-
vos de resolução de conflitos.
Responsável: Ministério da Justiça
e)Propor projetos de lei para simplificar o processamento e jul-
gamento das ações judiciais; coibir os atos protelatórios; restringir 
as hipóteses de recurso ex officio e reduzir recursos e desjudicializar 
conflitos.
Responsável: Ministério da Justiça
f)Aperfeiçoar a legislação trabalhista, visando ampliar novas 
tutelas de proteção das relações do trabalho e as medidas de com-
bate à discriminação e ao abuso moral no trabalho.
Responsáveis: Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério 
da Justiça; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Pre-
sidência da República
g)Implementar mecanismos de monitoramento dos serviços 
de atendimento ao aborto legalmente autorizado, garantindo seu 
cumprimento e facilidade de acesso.
Responsáveis: Ministério da Saúde; Secretaria Especial de Polí-
ticas para as Mulheres da Presidência da República
Objetivo estratégico III:
Utilização de modelos alternativos de solução de conflitos.
Ações programáticas:
a)Fomentar iniciativas de mediação e conciliação, estimulando 
a resolução de conflitos por meios autocompositivos, voltados à 
maior pacificação social e menor judicialização.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério do Desenvolvi-
mento Agrário; Ministério das Cidades
b)Fortalecer a criação de núcleos de justiça comunitária, em 
articulação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e 
apoiar o financiamento de infraestrutura e de capacitação.
Responsável: Ministério da Justiça
c)Capacitar lideranças comunitárias sobre instrumentos e téc-
nicas de mediação comunitária, incentivando a resolução de confli-
tos nas próprias comunidades.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
d)Incentivar projetos pilotos de Justiça Restaurativa, como for-
ma de analisar seu impacto e sua aplicabilidade no sistema jurídico 
brasileiro.
Responsável: Ministério da Justiça
e)Estimular e ampliar experiências voltadas para a solução de 
conflitos por meio da mediação comunitária e dos Centros de Re-
ferência em Direitos Humanos, especialmente em áreas de baixo 
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e com dificuldades de 
acesso a serviços públicos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Justiça
Objetivo estratégico IV:
Garantia de acesso universal ao sistema judiciário.
Ações programáticas:
a)Propor a ampliação da atuação da Defensoria Pública da 
União.
Responsável: Ministério da Justiça
b)Fomentar parcerias entre Municípios e entidades de prote-
ção dos Direitos Humanos para atendimento da população com difi-
culdade de acesso ao sistema de justiça, com base no mapeamento 
das principais demandas da população local e no estabelecimento 
de estratégias para atendimento e ações educativas e informativas.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dosDi-
reitos Humanos da Presidência da República
c)Apoiar a capacitação periódica e constante dos operadores 
do Direito e servidores da Justiça na aplicação dos Direitos Huma-
nos voltada para a composição de conflitos.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
d)Dialogar com o Poder Judiciário para assegurar o efetivo 
acesso das pessoas com deficiência à justiça, em igualdade de con-
dições com as demais pessoas.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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e)Apoiar os movimentos sociais e a Defensoria Pública na ob-
tenção da gratuidade das perícias para as demandas judiciais, indi-
viduais e coletivas, e relacionadas a violações de Direitos Humanos.
Responsável: Ministério da Justiça
Objetivo estratégico V:
Modernização da gestão e agilização do funcionamento do 
sistema de justiça.
Ações programáticas:
a)Propor legislação de revisão e modernização dos serviços no-
tariais e de registro.
Responsável: Ministério da Justiça
b)Desenvolver sistema integrado de informações do Poder Exe-
cutivo e Judiciário e disponibilizar seu acesso à sociedade.
Responsável: Ministério da Justiça
Objetivo estratégico VI:
Acesso à Justiça no campo e na cidade.
Ações programáticas:
a)Assegurar a criação de marco legal para a prevenção e media-
ção de conflitos fundiários urbanos, garantindo o devido processo 
legal e a função social da propriedade.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério das Cidades
b)Propor projeto de lei voltado a regulamentar o cumprimento 
de mandados de reintegração de posse ou correlatos, garantindo a 
observância do respeito aos Direitos Humanos.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Ministério das Cidades; 
Ministério do Desenvolvimento Agrário
c)Promover o diálogo com o Poder Judiciário para a elaboração 
de procedimento para o enfrentamento de casos de conflitos fundi-
ários coletivos urbanos e rurais.
Responsáveis: Ministério das Cidades; Ministério da Justiça; 
Ministério do Desenvolvimento Agrário
d) Propor projeto de lei para institucionalizar a utilização da 
mediação nas demandas de conflitos coletivos agrários e urbanos, 
priorizando a oitiva do INCRA, institutos de terras estaduais, Minis-
tério Público e outros órgãos públicos especializados, sem prejuízo 
de outros meios institucionais para solução de conflitos. (Redação 
dada pelo Decreto nº 7.177, de 2010)
Responsáveis: Ministério do Desenvolvimento Agrário; Minis-
tério da Justiça
Eixo Orientador V:
Educação e cultura em Direitos Humanos
A educação e a cultura em Direitos Humanos visam à formação 
de nova mentalidade coletiva para o exercício da solidariedade, do 
respeito às diversidades e da tolerância. Como processo sistemático 
e multidimensional que orienta a formação do sujeito de direitos, 
seu objetivo é combater o preconceito, a discriminação e a violên-
cia, promovendo a adoção de novos valores de liberdade, justiça e 
igualdade.
A educação em Direitos Humanos, como canal estratégico 
capaz de produzir uma sociedade igualitária, extrapola o direito à 
educação permanente e de qualidade. Trata-se de mecanismo que 
articula, entre outros elementos: a) a apreensão de conhecimentos 
historicamente construídos sobre Direitos Humanos e a sua rela-
ção com os contextos internacional, regional, nacional e local; b) 
a afirmação de valores, atitudes e práticas sociais que expressem 
a cultura dos Direitos Humanos em todos os espaços da socieda-
de; c) a formação de consciência cidadã capaz de se fazer presente 
nos níveis cognitivo, social, ético e político; d) o desenvolvimento 
de processos metodológicos participativos e de construção coleti-
va, utilizando linguagens e materiais didáticos contextualizados; e) 
o fortalecimento de políticas que gerem ações e instrumentos em 
favor da promoção, da proteção e da defesa dos Direitos Humanos, 
bem como da reparação das violações.
O PNDH-3 dialoga com o Plano Nacional de Educação em Di-
reitos Humanos (PNEDH) como referência para a política nacional 
de Educação e Cultura em Direitos Humanos, estabelecendo os ali-
cerces a serem adotados nos âmbitos nacional, estadual, distrital e 
municipal.
O PNEDH, refletido neste programa, se desdobra em cinco 
grandes áreas:
Na educação básica, a ênfase do PNDH-3 é possibilitar, desde 
a infância, a formação de sujeitos de direito, priorizando as popula-
ções historicamente vulnerabilizadas. A troca de experiências entre 
crianças de diferentes raças e etnias, imigrantes, com deficiência 
física ou mental, fortalece, desde cedo, sentimento de convivência 
pacífica. Conhecer o diferente, desde a mais tenra idade, é perder 
o medo do desconhecido, formar opinião respeitosa e combater o 
preconceito, às vezes arraigado na própria família.
No PNDH-3, essa concepção se traduz em propostas de mu-
danças curriculares, incluindo a educação transversal e permanente 
nos temas ligados aos Direitos Humanos e, mais especificamente, o 
estudo da temática de gênero e orientação sexual, das culturas in-
dígena e afro-brasileira entre as disciplinas do ensino fundamental 
e médio.
No ensino superior, as metas previstas visam a incluir os Direi-
tos Humanos, por meio de diferentes modalidades como discipli-
nas, linhas de pesquisa, áreas de concentração, transversalização 
incluída nos projetos acadêmicos dos diferentes cursos de gradu-
ação e pós-graduação, bem como em programas e projetos de ex-
tensão.
A educação não formal em Direitos Humanos é orientada pe-
los princípios da emancipação e da autonomia, configurando-se 
como processo de sensibilização e formação da consciência crítica. 
Desta forma, o PNDH-3 propõe inclusão da temática de Educação 
em Direitos Humanos nos programas de capacitação de lideranças 
comunitárias e nos programas de qualificação profissional, alfabe-
tização de jovens e adultos, entre outros. Volta-se, especialmente, 
para o estabelecimento de diálogo e parcerias permanentes como o 
vasto leque brasileiro de movimentos populares, sindicatos, igrejas, 
ONGs, clubes, entidades empresariais e toda sorte de agrupamen-
tos da sociedade civil que desenvolvem atividades formativas em 
seu cotidiano.
A formação e a educação continuada em Direitos Humanos, 
com recortes de gênero, relações étnico-raciais e de orientação 
sexual, em todo o serviço público, especialmente entre os agentes 
do sistema de Justiça de segurança pública, são fundamentais para 
consolidar o Estado Democrático e a proteção do direito à vida e 
à dignidade, garantindo tratamento igual a todas as pessoas e o 
funcionamento de sistemas de Justiça que promovam os Direitos 
Humanos.
Por fim, aborda-se o papel estratégico dos meios de comuni-
cação de massa, no sentido de construir ou desconstruir ambiente 
nacional e cultura social de respeito e proteção aos Direitos Huma-
nos. Daí a importância primordial de introduzir mudanças que as-
segurem ampla democratização desses meios, bem como de atuar 
permanentemente junto a todos os profissionais e empresas do 
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
5656
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setor (seminários, debates, reportagens, pesquisas e conferências), 
buscando sensibilizar e conquistar seu compromisso ético com a 
afirmação histórica dos Direitos Humanos.
Diretriz 18: Efetivação das diretrizes e dos princípios da política 
nacional de educação em Direitos Humanos para fortalecer cultura 
de direitos.
Objetivo estratégico I:
Implementação do Plano Nacional de Educação em Direitos 
Humanos - PNEDH
Ações programáticas:
a)Desenvolver ações programáticas e promover articulação 
que viabilizem a implantação e a implementação do PNEDH.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da 
Justiça
b)Implantar mecanismos e instrumentos de monitoramento, 
avaliaçãoe atualização do PNEDH, em processos articulados de mo-
bilização nacional.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da 
Justiça
c)Fomentar e apoiar a elaboração de planos estaduais e muni-
cipais de educação em Direitos Humanos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da 
Justiça
d)Apoiar técnica e financeiramente iniciativas em educação em 
Direitos Humanos, que estejam em consonância com o PNEDH.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da 
Justiça
e)Incentivar a criação e investir no fortalecimento dos comitês 
de educação em Direitos Humanos em todos os Estados e no Dis-
trito Federal, como órgãos consultivos e propositivos da política de 
educação em Direitos Humanos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Justiça
Objetivo Estratégico II:
Ampliação de mecanismos e produção de materiais pedagógi-
cos e didáticos para Educação em Direitos Humanos.
Ações programáticas:
a)Incentivar a criação de programa nacional de formação em 
educação em Direitos Humanos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da 
Justiça; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presi-
dência da República
b)Estimular a temática dos Direitos Humanos nos editais de 
avaliação e seleção de obras didáticas do sistema de ensino.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação;
c)Estabelecer critérios e indicadores de avaliação de publica-
ções na temática de Direitos Humanos para o monitoramento da 
escolha de livros didáticos no sistema de ensino.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação
d)Atribuir premiação anual de educação em Direitos Humanos, 
como forma de incentivar a prática de ações e projetos de educação 
e cultura em Direitos Humanos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação
e)Garantir a continuidade da “Mostra Cinema e Direitos Huma-
nos na América do Sul” e o “Festival dos Direitos Humanos” como 
atividades culturais para difusão dos Direitos Humanos.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
f)Consolidar a revista “Direitos Humanos” como instrumento 
de educação e cultura em Direitos Humanos, garantindo o caráter 
representativo e plural em seu conselho editorial.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
g)Produzir recursos pedagógicos e didáticos especializados 
e adquirir materiais e equipamentos em formato acessível para a 
educação em Direitos Humanos, para todos os níveis de ensino.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação
h)Publicar materiais pedagógicos e didáticos para a educação 
em Direitos Humanos em formato acessível para as pessoas com 
deficiência, bem como promover o uso da Língua Brasileira de Si-
nais (Libras) em eventos ou divulgação em mídia.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação.
i)Fomentar o acesso de estudantes, professores e demais pro-
fissionais da educação às tecnologias da informação e comunicação.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação
Diretriz 19: Fortalecimento dos princípios da democracia e 
dos Direitos Humanos nos sistemas de educação básica, nas insti-
tuições de ensino superior e outras instituições formadoras.
Objetivo Estratégico I:
Inclusão da temática de Educação e Cultura em Direitos Hu-
manos nas escolas de educação básica e em outras instituições 
formadoras.
Ações Programáticas:
a)Estabelecer diretrizes curriculares para todos os níveis e mo-
dalidades de ensino da educação básica para a inclusão da temática 
de educação e cultura em Direitos Humanos, promovendo o reco-
nhecimento e o respeito das diversidades de gênero, orientação se-
xual, identidade de gênero, geracional, étnico-racial, religiosa, com 
educação igualitária, não discriminatória e democrática.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação; Secretaria Espe-
cial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República
b)Promover a inserção da educação em Direitos Humanos nos 
processos de formação inicial e continuada de todos os profissio-
nais da educação, que atuam nas redes de ensino e nas unidades 
responsáveis por execução de medidas socioeducativas.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação
c)Incluir, nos programas educativos, o direito ao meio ambien-
te como Direito Humano.
Responsáveis: Ministério do Meio Ambiente; Secretaria Espe-
cial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério 
da Educação
d)Incluir conteúdos, recursos, metodologias e formas de avalia-
ção da educação em Direitos Humanos nos sistemas de ensino da 
educação básica.
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação
e)Desenvolver ações nacionais de elaboração de estratégias de 
mediação de conflitos e de Justiça Restaurativa nas escolas, e outras 
instituições formadoras e instituições de ensino superior, inclusive 
promovendo a capacitação de docentes para a identificação de vio-
lência e abusos contra crianças e adolescentes, seu encaminhamen-
to adequado e a reconstrução das relações no âmbito escolar.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da 
Justiça
f)Publicar relatório periódico de acompanhamento da inclusão 
da temática dos Direitos Humanos na educação formal que conte-
nha, pelo menos, as seguintes informações:
• Número de Estados e Municípios que possuem planos de 
educação em Direitos Humanos;
• Existência de normas que incorporam a temática de Direitos 
Humanos nos currículos escolares;
• Documentos que atestem a existência de comitês de educa-
ção em Direitos Humanos;
• Documentos que atestem a existência de órgãos governa-
mentais especializados em educação em Direitos Humanos.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
g)Desenvolver e estimular ações de enfrentamento ao bullying 
e ao cyberbulling.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação
h)Implementar e acompanhar a aplicação das leis que dispõem 
sobre a inclusão da história e cultura afro-brasileira e dos povos in-
dígenas em todos os níveis e modalidades da educação básica.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação
Objetivo Estratégico II:
Inclusão da temática da Educação em Direitos Humanos nos 
cursos das Instituições de Ensino Superior .
Ações Programáticas:
a)Propor a inclusão da temática da educação em Direitos Hu-
manos nas diretrizes curriculares nacionais dos cursos de gradua-
ção.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação
b)Incentivar a elaboração de metodologias pedagógicas de ca-
ráter transdisciplinar e interdisciplinar para a educação em Direitos 
Humanos nas Instituições de Ensino Superior.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação
c)Elaborar relatórios sobre a inclusão da temática dos Direitos 
Humanos no ensino superior, contendo informações sobre aexis-
tência de ouvidorias e sobre o número de:
• cursos de pós-graduação com áreas de concentração em Di-
reitos Humanos;
• grupos de pesquisa em Direitos Humanos;
• cursos com a transversalização dos Direitos Humanos nos 
projetos políticos pedagógicos;
• disciplinas em Direitos Humanos;
• teses e dissertações defendidas;
• associações e instituições dedicadas ao tema e com as quais 
os docentes e pesquisadores tenham vínculo;
• núcleos e comissões que atuam em Direitos Humanos;
• educadores com ações no tema Direitos Humanos;
• projetos de extensão em Direitos Humanos;
Responsáveis: Ministério da Educação; Secretaria Especial dos 
Direitos Humanos da Presidência da República
d)Fomentar a realização de estudos, pesquisas e a implementa-
ção de projetos de extensão sobre o período do regime 1964-1985, 
bem como apoiar a produção de material didático, a organização de 
acervos históricos e a criação de centros de referências.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da 
Justiça
e)Incentivar a realização de estudos, pesquisas e produção bi-
bliográfica sobre a história e a presença das populações tradicio-
nais.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação; Secretaria Espe-
cial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da 
República; Ministério da Justiça
Objetivo Estratégico III:
Incentivo à transdisciplinariedade e transversalidade nas ati-
vidades acadêmicas em Direitos Humanos.
Ações Programáticas:
a)Incentivar o desenvolvimento de cursos de graduação, de 
formação continuada e programas de pós-graduação em Direitos 
Humanos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação; Secretaria Espe-
cial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da 
República; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Pre-
sidência da República
b)Fomentar núcleos de pesquisa de educação em Direitos Hu-
manos em instituições de ensino superior e escolas públicas e priva-
das, estruturando-as com equipamentos e materiais didáticos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da Ci-
ência e Tecnologia
c)Fomentar e apoiar, no Conselho Nacional de Desenvolvimen-
to Científico e Tecnológico (CNPq) e na Coordenação de Aperfei-
çoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a criação da área 
“Direitos Humanos” como campo de conhecimento transdisciplinar 
e recomendar às agências de fomento que abram linhas de finan-
ciamento para atividades de ensino, pesquisa e extensão em Direi-
tos Humanos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da 
Fazenda
d)Implementar programas e ações de fomento à extensão uni-
versitária em direitos humanos, para promoção e defesa dos Direi-
tos Humanos e o desenvolvimento da cultura e educação em Direi-
tos Humanos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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Diretriz 20: Reconhecimento da educação não formal como 
espaço de defesa e promoção dos Direitos Humanos.
Objetivo Estratégico I:
Inclusão da temática da educação em Direitos Humanos na 
educação não formal.
Ações programáticas:
a)Fomentar a inclusão da temática de Direitos Humanos na 
educação não formal, nos programas de qualificação profissional, 
alfabetização de jovens e adultos, extensão rural, educação social 
comunitária e de cultura popular.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério do Desenvolvimento Agrário; 
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da 
Presidência da República; Ministério da Cultura; Secretaria Especial 
de Políticas para as Mulheres da Presidência da República
b)Apoiar iniciativas de educação popular em Direitos Humanos 
desenvolvidas por organizações comunitárias, movimentos sociais, 
organizações não governamentais e outros agentes organizados da 
sociedade civil.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas de Pro-
moção da Igualdade Racial da Presidência da República; Secretaria 
Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República; 
Ministério da Cultura; Ministério da Justiça
c)Apoiar e promover a capacitação de agentes multiplicadores 
para atuarem em projetos de educação em Direitos Humanos.
Responsável: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Pre-
sidência da República
d)Apoiar e desenvolver programas de formação em comunica-
ção e Direitos Humanos para comunicadores comunitários.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério das Comunicações; Ministério 
da Cultura
e)Desenvolver iniciativas que levem a incorporar a temática da 
educação em Direitos Humanos nos programas de inclusão digital e 
de educação à distância.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério das 
Comunicações; Ministério de Ciência e Tecnologia
f)Apoiar a incorporação da temática da educação em Direi-
tos Humanos nos programas e projetos de esporte, lazer e cultura 
como instrumentos de inclusão social.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da 
Cultura; Ministério do Esporte
g)Fortalecer experiências alternativas de educação para os 
adolescentes, bem como para monitores e profissionais do sistema 
de execução de medidas socioeducativas.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da 
Justiça
Objetivo estratégico II:
Resgate da memória por meio da reconstrução da história dos 
movimentos sociais.
Ações programáticas:
a)Promover campanhas e pesquisas sobre a história dos mo-
vimentos de grupos historicamente vulnerabilizados, tais como o 
segmento LGBT, movimentos de mulheres, quebradeiras de coco, 
castanheiras, ciganos, entre outros.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas para as 
Mulheres da Presidência da República
b)Apoiar iniciativas para a criação de museus voltados ao resga-
te da cultura e da história dos movimentos sociais.
Responsáveis: Ministério da Cultura; Secretaria Especial dos 
Direitos Humanos da Presidência da República
Diretriz 21: Promoção da Educação em Direitos Humanos no 
serviço público.
Objetivo Estratégico I:
Formação e capacitação continuada dos servidores públicos 
em Direitos Humanos, em todas as esferas de governo.
Ações programáticas:
a) Apoiar e desenvolver atividades de formação e capacitação 
continuadas interdisciplinares em Direitos Humanos para servido-
res públicos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da 
Justiça; Ministério da Saúde; Ministério do Planejamento, Orça-
mento e Gestão; Ministério das Relações Exteriores
b)Incentivar a inserção da temática dos Direitos Humanos nos 
programas das escolas de formação de servidores vinculados aos 
órgãos públicos federais.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas para as 
Mulheres da Presidência da República; Secretaria Especial de Polí-
ticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República
c)Publicar materiais didático-pedagógicos sobre Direitos Hu-
manos e função pública, desdobrando temas e aspectos adequados 
ao diálogo com as várias áreas de atuação dos servidores públicos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidênciada República; Ministério do Planejamento, Orçamento 
e Gestão
Objetivo Estratégico II:
Formação adequada e qualificada dos profissionais do siste-
ma de segurança pública.
Ações programáticas:
a)Oferecer, continuamente e permanentemente, cursos em Di-
reitos Humanos para os profissionais do sistema de segurança pú-
blica e justiça criminal.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República; Secretaria Especial de 
Políticas para as Mulheres da Presidência da República; Secretaria 
Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidên-
cia da República
b)Oferecer permanentemente cursos de especialização aos 
gestores, policiais e demais profissionais do sistema de segurança 
pública.
Responsável: Ministério da Justiça
c)Publicar materiais didático-pedagógicos sobre segurança pú-
blica e Direitos Humanos.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
d)Incentivar a inserção da temática dos Direitos Humanos nos 
programas das escolas de formação inicial e continuada dos mem-
bros das Forças Armadas.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Defesa
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
59
a solução para o seu concurso!
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e)Criar escola nacional de polícia para educação continuada 
dos profissionais do sistema de segurança pública, com enfoque 
prático.
Responsável: Ministério da Justiça
f)Apoiar a capacitação de policiais em direitos das crianças, em 
aspectos básicos do desenvolvimento infantil e em maneiras de li-
dar com grupos em situação de vulnerabilidade, como crianças e 
adolescentes em situação de rua, vítimas de exploração sexual e 
em conflito com a lei.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
Diretriz 22: Garantia do direito à comunicação democrática e 
ao acesso à informação para consolidação de uma cultura em Di-
reitos Humanos.
Objetivo Estratégico I:
Promover o respeito aos Direitos Humanos nos meios de co-
municação e o cumprimento de seu papel na promoção da cultura 
em Direitos Humanos.
Ações Programáticas:
a) Propor a criação de marco legal, nos termos do art. 221 da 
Constituição, estabelecendo o respeito aos Direitos Humanos nos 
serviços de radiodifusão (rádio e televisão) concedidos, permitidos 
ou autorizados. (Redação dada pelo decreto nº 7.177, de 2010)
Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Espe-
cial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério 
da Justiça; Ministério da Cultura
b)Promover diálogo com o Ministério Público para proposição 
de ações objetivando a suspensão de programação e publicidade 
atentatórias aos Direitos Humanos.
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Di-
reitos Humanos da Presidência da República
c)Suspender patrocínio e publicidade oficial em meios que vei-
culam programações atentatórias aos Direitos Humanos.
Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Espe-
cial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério 
da Justiça
d)(Revogado pelo decreto nº 7.177, de 2010)
Responsáveis: (Revogado pelo decreto nº 7.177, de 2010)
e)Desenvolver programas de formação nos meios de comuni-
cação públicos como instrumento de informação e transparência 
das políticas públicas, de inclusão digital e de acessibilidade.
Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Espe-
cial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério 
da Cultura; Ministério da Justiça
f)Avançar na regularização das rádios comunitárias e promover 
incentivos para que se afirmem como instrumentos permanentes 
de diálogo com as comunidades locais.
Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Espe-
cial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério 
da Cultura; Ministério da Justiça
g)Promover a eliminação das barreiras que impedem o aces-
so de pessoas com deficiência sensorial à programação em todos 
os meios de comunicação e informação, em conformidade com o 
Decreto no 5.296/2004, bem como acesso a novos sistemas e tec-
nologias, incluindo Internet.
Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Espe-
cial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério 
da Justiça
Objetivo Estratégico II:
Garantia do direito à comunicação democrática e ao acesso à 
informação.
Ações Programáticas:
a)Promover parcerias com entidades associativas de mídia, 
profissionais de comunicação, entidades sindicais e populares para 
a produção e divulgação de materiais sobre Direitos Humanos.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Cultura; Ministério das Co-
municações
b)Incentivar pesquisas regulares que possam identificar for-
mas, circunstâncias e características de violações dos Direitos Hu-
manos na mídia.
Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Espe-
cial dos Direitos Humanos da Presidência da República
c)Incentivar a produção de filmes, vídeos, áudios e similares, 
voltada para a educação em Direitos Humanos e que reconstrua a 
história recente do autoritarismo no Brasil, bem como as iniciativas 
populares de organização e de resistência.
Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Espe-
cial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério 
da Cultura; Ministério da Justiça
Eixo Orientador VI:
Direito à Memória e à Verdade
A investigação do passado é fundamental para a construção da 
cidadania. Estudar o passado, resgatar sua verdade e trazer à tona 
seus acontecimentos caracterizam forma de transmissão de expe-
riência histórica, que é essencial para a constituição da memória 
individual e coletiva.
O Brasil ainda processa com dificuldades o resgate da memória 
e da verdade sobre o que ocorreu com as vítimas atingidas pela 
repressão política durante o regime de 1964. A impossibilidade de 
acesso a todas as informações oficiais impede que familiares de 
mortos e desaparecidos possam conhecer os fatos relacionados aos 
crimes praticados e não permite à sociedade elaborar seus próprios 
conceitos sobre aquele período.
A história que não é transmitida de geração a geração torna-se 
esquecida e silenciada. O silêncio e o esquecimento das barbáries 
geram graves lacunas na experiência coletiva de construção da iden-
tidade nacional. Resgatando a memória e a verdade, o País adquire 
consciência superior sobre sua própria identidade, a democracia se 
fortalece. As tentações totalitárias são neutralizadas e crescem as 
possibilidades de erradicação definitiva de alguns resquícios daque-
le período sombrio, como a tortura, por exemplo, ainda persistente 
no cotidiano brasileiro.
O trabalho de reconstituir a memória exige revisitar o passado 
e compartilhar experiências de dor, violência e mortes. Somente 
depois de lembrá-las e fazer seu luto, será possível superar o trau-
ma histórico e seguir adiante. A vivência do sofrimento e das perdas 
não pode ser reduzida a conflito privado e subjetivo, uma vez que se 
inscreveu num contexto social, e não individual.
A compreensão do passado por intermédio da narrativa da he-
rança histórica e pelo reconhecimento oficial dos acontecimentos 
possibilita aos cidadãos construírem os valores que indicarão sua 
atuação no presente. O acesso a todos os arquivos e documentos 
produzidos durante o regime militar é fundamental no âmbito das 
políticas de proteção dos Direitos Humanos.
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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Desde os anos 1990, a persistência de familiares de mortos e 
desaparecidos vem obtendo vitórias significativas nessa luta, com 
abertura de importantes arquivos estaduais sobre a repressão po-
lítica do regime ditatorial. Em dezembro de 1995, coroando difícil 
e delicado processo de discussão entre esses familiares, o Minis-
tério da Justiça e o PoderLegislativo Federal, foi aprovada a Lei no 
9.140/95, que reconheceu a responsabilidade do Estado brasileiro 
pela morte de opositores ao regime de 1964.
Essa Lei instituiu Comissão Especial com poderes para deferir 
pedidos de indenização das famílias de uma lista inicial de 136 pes-
soas e julgar outros casos apresentados para seu exame. No art. 4o, 
inciso II, a Lei conferiu à Comissão Especial também a incumbência 
de envidar esforços para a localização dos corpos de pessoas desa-
parecidas no caso de existência de indícios quanto ao local em que 
possam estar depositados.
Em 24 de agosto de 2001, foi criada, pela Medida Provisória no 
2151-3, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Esse marco 
legal foi reeditado pela Medida Provisória no 65, de 28 de agosto de 
2002, e finalmente convertido na Lei no 10.559, de 13 de novembro 
de 2002. Essa norma regulamentou o art. 8o do Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias (ADCT) da Constituição de 1988, que 
previa a concessão de anistia aos que foram perseguidos em decor-
rência de sua oposição política. Em dezembro de 2005, o Governo 
Federal determinou que os três arquivos da Agência Brasileira de 
Inteligência (ABIN) fossem entregues ao Arquivo Nacional, subordi-
nado à Casa Civil, onde passaram a ser organizados e digitalizados.
Em agosto de 2007, em ato oficial coordenado pelo Presidente 
da República, foi lançado, pela Secretaria Especial dos Direitos Hu-
manos da Presidência da República e pela Comissão Especial sobre 
Mortos e Desaparecidos Políticos, o livro-relatório “Direito à Me-
mória e à Verdade”, registrando os onze anos de trabalho daquela 
Comissão e resumindo a história das vítimas da ditadura no Brasil.
A trajetória de estudantes, profissionais liberais, trabalhadores 
e camponeses que se engajaram no combate ao regime militar apa-
rece como documento oficial do Estado brasileiro. O Ministério da 
Educação e a Secretaria Especial dos Direitos Humanos formularam 
parceria para criar portal que incluirá o livro-relatório, ampliado 
com abordagem que apresenta o ambiente político, econômico, 
social e principalmente os aspectos culturais do período. Serão dis-
tribuídas milhares de cópias desse material em mídia digital para 
estudantes de todo o País.
Em julho de 2008, o Ministério da Justiça e a Comissão de Anis-
tia promoveram audiência pública sobre “Limites e Possibilidades 
para a Responsabilização Jurídica dos Agentes Violadores de Direi-
tos Humanos durante o Estado de Exceção no Brasil”, que discutiu 
a interpretação da Lei de Anistia de 1979 no que se refere à contro-
vérsia jurídica e política, envolvendo a prescrição ou imprescritibili-
dade dos crimes de tortura.
A Comissão de Anistia já realizou setecentas sessões de julga-
mento e promoveu, desde 2008, trinta caravanas, possibilitando 
a participação da sociedade nas discussões, e contribuindo para a 
divulgação do tema no País. Até 1o de novembro de 2009, já ha-
viam sido apreciados por essa Comissão mais de cinquenta e dois 
mil pedidos de concessão de anistia, dos quais quase trinta e cinco 
mil foram deferidos e cerca de dezessete mil, indeferidos. Outros 
doze mil pedidos aguardavam julgamento, sendo possível, ainda, 
a apresentação de novas solicitações. Em julho de 2009, em Belo 
Horizonte, o Ministro de Estado da Justiça realizou audiência pú-
blica de apresentação do projeto Memorial da Anistia Política do 
Brasil, envolvendo a remodelação e construção de novo edifício 
junto ao antigo “Coleginho” da Universidade Federal de Minas Ge-
rais (UFMG), onde estará disponível para pesquisas todo o acervo 
da Comissão de Anistia.
No âmbito da sociedade civil, foram levadas ao Poder Judiciário 
importantes ações que provocaram debate sobre a interpretação 
das leis e a apuração de responsabilidades. Em 1982, um grupo de 
familiares entrou com ação na Justiça Federal para a abertura de 
arquivos e localização dos restos mortais dos mortos e desapareci-
dos políticos no episódio conhecido como “Guerrilha do Araguaia”. 
Em 2003, foi proferida sentença condenando a União, que recorreu 
e, posteriormente, criou Comissão Interministerial pelo Decreto no 
4.850, de 2 de outubro de 2003, com a finalidade de obter informa-
ções que levassem à localização dos restos mortais de participantes 
da “Guerrilha do Araguaia”. Os trabalhos da Comissão Interminis-
terial encerraram-se em março de 2007, com a divulgação de seu 
relatório final.
Em agosto de 1995, o Centro de Estudos para a Justiça e o Direi-
to Internacional (CEJIL) e a Human Rights Watch/América (HRWA), 
em nome de um grupo de familiares, apresentaram petição à Co-
missão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), denunciando 
o desaparecimento de integrantes da “Guerrilha do Araguaia”. Em 
31 de outubro de 2008, a CIDH expediu o Relatório de Mérito no 
91/08, onde fez recomendações ao Estado brasileiro. Em 26 de 
março de 2009, a CIDH submeteu o caso à Corte Interamericana 
de Direitos Humanos, requerendo declaração de responsabilidade 
do Estado brasileiro sobre violações de direitos humanos ocorridas 
durante as operações de repressão àquele movimento.
Em 2005 e 2008, duas famílias iniciaram, na Justiça Civil, ações 
declaratórias para o reconhecimento das torturas sofridas por seus 
membros, indicando o responsável pelas sevícias. Ainda em 2008, 
o Ministério Público Federal em São Paulo propôs Ação Civil Pública 
contra dois oficiais do exército acusados de determinarem prisão 
ilegal, tortura, homicídio e desaparecimento forçado de dezenas de 
cidadãos.
Tramita também, no âmbito do Supremo Tribunal Federal, 
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, proposta 
pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, que so-
licita a mais alta corte brasileira posicionamento formal para saber 
se, em 1979, houve ou não anistia dos agentes públicos responsá-
veis pela prática de tortura, homicídio, desaparecimento forçado, 
abuso de autoridade, lesões corporais e estupro contra opositores 
políticos, considerando, sobretudo, os compromissos internacio-
nais assumidos pelo Brasil e a insuscetibilidade de graça ou anistia 
do crime de tortura.
Em abril de 2009, o Ministério da Defesa, no contexto da deci-
são transitada em julgado da referida ação judicial de 1982, criou 
Grupo de Trabalho para realizar buscas de restos mortais na região 
do Araguaia, sendo que, por ordem expressa do Presidente da Re-
pública, foi instituído Comitê Interinstitucional de Supervisão, com 
representação dos familiares de mortos e desaparecidos políticos, 
para o acompanhamento e orientação dos trabalhos. Após três me-
ses de buscas intensas, sem que tenham sido encontrados restos 
mortais, os trabalhos foram temporariamente suspensos devido às 
chuvas na região, prevendo-se sua retomada ao final do primeiro 
trimestre de 2010.
Em maio de 2009, o Presidente da República coordenou o ato 
de lançamento do projeto Memórias Reveladas, sob responsabili-
dade da Casa Civil, que interliga digitalmente o acervo recolhido ao 
Arquivo Nacional após dezembro de 2005, com vários outros arqui-
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
61
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vos federais sobre a repressão política e com arquivos estaduais de 
quinze unidades da federação, superando cinco milhões de páginas 
de documentos (www.memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br).
Cabe, agora, completar esse processo mediante recolhimento 
ao Arquivo Nacional de todo e qualquer documento indevidamente 
retido ou ocultado, nos termos da Portaria Interministerial assinada 
na mesma data daquele lançamento. Cabe também sensibilizar o 
Legislativo pela aprovação do Projeto de Lei no 5.228/2009, assina-
do pelo Presidente da República, que introduz avanços democrati-
zantes nas normas reguladoras do direito de acesso à informação.
Iimportância superior nesse resgate da história nacional está 
no imperativo de localizar os restos mortais de pelo menos cento 
e quarenta brasileiros e brasileiras que foram mortospelo apare-
lho de repressão do regime ditatorial. A partir de junho de 2009, 
a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República 
planejou, concebeu e veiculou abrangente campanha publicitária 
de televisão, internet, rádio, jornais e revistas de todo o Brasil bus-
cando sensibilizar os cidadãos sobre essa questão. As mensagens 
solicitavam que informações sobre a localização de restos mortais 
ou sobre qualquer documento e arquivos envolvendo assuntos da 
repressão política entre 1964 e 1985 sejam encaminhados ao Me-
mórias Reveladas. Seu propósito é assegurar às famílias o exercício 
do direito sagrado de prantear seus entes queridos e promover os 
ritos funerais, sem os quais desaparece a certeza da morte e se per-
petua angústia que equivale a nova forma de tortura.
As violações sistemáticas dos Direitos Humanos pelo Estado 
durante o regime ditatorial são desconhecidas pela maioria da po-
pulação, em especial pelos jovens. A radiografia dos atingidos pela 
repressão política ainda está longe de ser concluída, mas calcula-se 
que pelo menos cinquenta mil pessoas foram presas somente nos 
primeiros meses de 1964; cerca de vinte mil brasileiros foram sub-
metidos a torturas e cerca de quatrocentos cidadãos foram mortos 
ou estão desaparecidos. Ocorreram milhares de prisões políticas 
não registradas, cento e trinta banimentos, quatro mil, oitocentos e 
sessenta e duas cassações de mandatos políticos, uma cifra incalcu-
lável de exílios e refugiados políticos.
As ações programáticas deste eixo orientador têm como fina-
lidade assegurar o processamento democrático e republicano de 
todo esse período da história brasileira, para que se viabilize o dese-
jável sentimento de reconciliação nacional. E para se construir con-
senso amplo no sentido de que as violações sistemáticas de Direitos 
Humanos registradas entre 1964 e 1985, bem como no período do 
Estado Novo, não voltem a ocorrer em nosso País, nunca mais.
Diretriz 23: Reconhecimento da memória e da verdade como 
Direito Humano da cidadania e dever do Estado.
Objetivo Estratégico I:
Promover a apuração e o esclarecimento público das viola-
ções de Direitos Humanos praticadas no contexto da repressão 
política ocorrida no Brasil no período fixado pelo art. 8o do ADCT 
da Constituição, a fim de efetivar o direito à memória e à verdade 
histórica e promover a reconciliação nacional.
Ação Programática:
a)Designar grupo de trabalho composto por representantes da 
Casa Civil, do Ministério da Justiça, do Ministério da Defesa e da Se-
cretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, 
para elaborar, até abril de 2010, projeto de lei que institua Comis-
são Nacional da Verdade, composta de forma plural e suprapartidá-
ria, com mandato e prazo definidos, para examinar as violações de 
Direitos Humanos praticadas no contexto da repressão política no 
período mencionado, observado o seguinte:
• O grupo de trabalho será formado por representantes da 
Casa Civil da Presidência da República, que o presidirá, do Minis-
tério da Justiça, do Ministério da Defesa, da Secretaria Especial dos 
Direitos Humanos da Presidência da República, do presidente da 
Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, criada 
pela Lei no 9.140/95 e de representante da sociedade civil, indicado 
por esta Comissão Especial;
• Com o objetivo de promover o maior intercâmbio de informa-
ções e a proteção mais eficiente dos Direitos Humanos, a Comissão 
Nacional da Verdade estabelecerá coordenação com as atividades 
desenvolvidas pelos seguintes órgãos:
• Arquivo Nacional, vinculado à Casa Civil da Presidência da 
República;
• Comissão de Anistia, vinculada ao Ministério da Justiça;
• Comissão Especial criada pela Lei no 9.140/95, vinculada à 
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da Repú-
blica;
• Comitê Interinstitucional de Supervisão instituído pelo Decre-
to Presidencial de 17 de julho de 2009;
• Grupo de Trabalho instituído pela Portaria no 567/MD, de 29 
de abril de 2009, do Ministro de Estado da Defesa;
• No exercício de suas atribuições, a Comissão Nacional da Ver-
dade poderá realizar as seguintes atividades:
• requisitar documentos públicos, com a colaboração das res-
pectivas autoridades, bem como requerer ao Judiciário o acesso a 
documentos privados;
• colaborar com todas as instâncias do Poder Público para a 
apuração de violações de Direitos Humanos, observadas as disposi-
ções da Lei no 6.683, de 28 de agosto de 1979;
• promover, com base em seus informes, a reconstrução da 
história dos casos de violação de Direitos Humanos, bem como a 
assistência às vítimas de tais violações;
• promover, com base no acesso às informações, os meios e 
recursos necessários para a localização e identificação de corpos e 
restos mortais de desaparecidos políticos;
• identificar e tornar públicas as estruturas utilizadas para a 
prática de violações de Direitos Humanos, suas ramificações nos 
diversos aparelhos do Estado e em outras instâncias da sociedade;
• registrar e divulgar seus procedimentos oficiais, a fim de ga-
rantir o esclarecimento circunstanciado de torturas, mortes e de-
saparecimentos, devendo-se discriminá-los e encaminhá-los aos 
órgãos competentes;
• apresentar recomendações para promover a efetiva reconci-
liação nacional e prevenir no sentido da não repetição de violações 
de Direitos Humanos.
• A Comissão Nacional da Verdade deverá apresentar, anual-
mente, relatório circunstanciado que exponha as atividades realiza-
das e as respectivas conclusões, com base em informações colhidas 
ou recebidas em decorrência do exercício de suas atribuições.
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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Diretriz 24: Preservação da memória histórica e construção 
pública da verdade.
Objetivo Estratégico I:
Incentivar iniciativas de preservação da memória histórica e 
de construção pública da verdade sobre períodos autoritários.
Ações programáticas:
a)Disponibilizar linhas de financiamento para a criação de cen-
tros de memória sobre a repressão política, em todos os Estados, 
com projetos de valorização da história cultural e de socialização do 
conhecimento por diversos meios de difusão.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Justiça; Ministério da Cul-
tura; Ministério da Educação
b)Criar comissão específica, em conjunto com departamen-
tos de História e centros de pesquisa, para reconstituir a história 
da repressão ilegal relacionada ao Estado Novo (1937-1945). Essa 
comissão deverá publicar relatório contendo os documentos que 
fundamentaram essa repressão, a descrição do funcionamento da 
justiça de exceção, os responsáveis diretos no governo ditatorial, 
registros das violações, bem como dos autores e das vítimas.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da 
Justiça; Ministério da Cultura
c) Identificar e tornar públicos as estruturas, os locais, as insti-
tuições e as circunstâncias relacionados à prática de violações de di-
reitos humanos, suas eventuais ramificações nos diversos aparelhos 
estatais e na sociedade, bem como promover, com base no acesso 
às informações, os meios e recursos necessários para a localização e 
identificação de corpos e restos mortais de desaparecidos políticos. 
(Redação dada pelo Decreto nº 7.177, de 2010)
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Casa Civil da Presidência da República; 
Ministério da Justiça; Secretaria de Relações Institucionais da Presi-
dência da República
d)Criar e manter museus, memoriais e centros de documenta-
ção sobre a resistência à ditadura.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Justiça; Ministério da Cultu-
ra; Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República
e)Apoiar técnica e financeiramente a criação deobservatórios 
do Direito à Memória e à Verdade nas universidades e em organiza-
ções da sociedade civil.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação
f) Desenvolver programas e ações educativas, inclusive a pro-
dução de material didático-pedagógico para ser utilizado pelos 
sistemas de educação básica e superior sobre graves violações de 
direitos humanos ocorridas no período fixado no art. 8º do Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição de 1988. 
(Redação dada pelo Decreto nº 7.177, de 2010)
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Educação; Ministério da 
Justiça; Ministério da Cultura; Ministério de Ciência e Tecnologia
Diretriz 25: Modernização da legislação relacionada com pro-
moção do direito à memória e à verdade, fortalecendo a demo-
cracia.
Objetivo Estratégico I:
Suprimir do ordenamento jurídico brasileiro eventuais nor-
mas remanescentes de períodos de exceção que afrontem os 
compromissos internacionais e os preceitos constitucionais sobre 
Direitos Humanos.
Ações Programáticas:
a)Criar grupo de trabalho para acompanhar, discutir e articular, 
com o Congresso Nacional, iniciativas de legislação propondo:
• revogação de leis remanescentes do período 1964-1985 que 
sejam contrárias à garantia dos Direitos Humanos ou tenham dado 
sustentação a graves violações;
• revisão de propostas legislativas envolvendo retrocessos na 
garantia dos Direitos Humanos em geral e no direito à memória e 
à verdade.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Justiça; Secretaria de Rela-
ções Institucionais da Presidência da República
b)Propor e articular o reconhecimento do status constitucional 
de instrumentos internacionais de Direitos Humanos novos ou já 
existentes ainda não ratificados.
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Justiça; Secretaria de Re-
lações Institucionais da Presidência da República; Ministério das 
Relações Exteriores
c) Fomentar debates e divulgar informações no sentido de que 
logradouros, atos e próprios nacionais ou prédios públicos não re-
cebam nomes de pessoas identificadas reconhecidamente como 
torturadores. (Redação dada pelo Decreto nº 7.177, de 2010)
Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos 
Direitos Humanos da Presidência da República; Casa Civil da Presi-
dência da República; Secretaria de Relações Institucionais da Presi-
dência da República
d) Acompanhar e monitorar a tramitação judicial dos processos 
de responsabilização civil sobre casos que envolvam graves viola-
ções de direitos humanos praticadas no período fixado no art. 8º do 
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição de 
1988. (Redação dada pelo Decreto nº 7.177, de 2010)
Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da 
Presidência da República; Ministério da Justiça
COMBATE ÀS DISCRIMINAÇÕES, DESIGUALDADES E INJUS-
TIÇAS: DE RENDA, REGIONAL, RACIAL, ETÁRIA E DE GÊNE-
RO
O combate às discriminações, desigualdades e injustiças de 
renda, regionais, raciais, etárias e de gênero é um desafio global 
que requer uma abordagem multifacetada e comprometimento 
contínuo de todos os setores da sociedade. Esta luta não é apenas 
uma questão de justiça social, mas também um imperativo para o 
desenvolvimento sustentável e a coesão social.
Discriminação e Desigualdade de Renda
A disparidade de renda é uma das formas mais visíveis e persis-
tentes de desigualdade. Ela se manifesta através da concentração 
de riqueza nas mãos de poucos, enquanto uma grande parcela da 
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
63
a solução para o seu concurso!
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população luta para atender às necessidades básicas. Esse fenôme-
no tem raízes profundas em sistemas econômicos que favorecem 
os já privilegiados, perpetuando ciclos de pobreza e privação. Para 
combatê-lo, é essencial implementar políticas econômicas inclusi-
vas, promover a educação financeira, garantir salários justos e in-
centivar modelos de negócios que distribuam mais equitativamente 
os lucros.
Desigualdades Regionais
As desigualdades regionais refletem disparidades no desenvol-
vimento, acesso a serviços e oportunidades entre diferentes áreas 
geográficas. Áreas rurais, por exemplo, frequentemente enfrentam 
falta de acesso a serviços de saúde, educação e infraestrutura bá-
sica, comparadas às regiões urbanas. Uma abordagem eficaz para 
reduzir essas desigualdades inclui investimentos direcionados em 
infraestrutura, políticas de descentralização de serviços e incentivos 
para negócios que promovam o desenvolvimento local.
Discriminação Racial
A discriminação racial é um legado histórico que continua a 
afetar milhões de pessoas ao redor do mundo. Ela se manifesta em 
diferentes formas, incluindo preconceitos implícitos, racismo ins-
titucional e violência. O combate a essa discriminação exige uma 
mudança cultural profunda, que pode ser alcançada através da edu-
cação, legislação anti-discriminatória e políticas de ação afirmativa. 
Além disso, é crucial reconhecer e valorizar a diversidade cultural, 
promovendo uma sociedade mais inclusiva e empática.
Desigualdades Etárias
Desigualdades etárias se referem às diferentes formas como 
jovens e idosos são tratados e percebidos na sociedade. Enquanto 
os jovens podem enfrentar estereótipos e falta de oportunidades, 
os idosos muitas vezes lidam com isolamento, discriminação e fal-
ta de acesso a cuidados adequados. Para enfrentar estas questões, 
políticas de inclusão etária, programas de mentoria intergeracionais 
e a garantia de direitos e serviços adequados para todas as faixas 
etárias são fundamentais.
Discriminação de Gênero
A discriminação de gênero é uma das formas mais profunda-
mente enraizadas de desigualdade, afetando pessoas de todos os 
gêneros em diversos aspectos da vida. Ela se manifesta através de 
diferenças salariais, sub-representação em posições de liderança, 
estereótipos de gênero e, em casos mais extremos, violência de gê-
nero. O combate a essa forma de discriminação requer uma abor-
dagem holística que inclua a promoção da igualdade de gênero em 
todos os níveis da educação, políticas de equidade salarial, legis-
lação rigorosa contra a violência de gênero e a criação de espaços 
seguros e inclusivos para todas as identidades de gênero.
Uma estratégia fundamental nessa luta é a educação. A educa-
ção desempenha um papel crucial na mudança de atitudes e pre-
conceitos de longa data. Ensinar desde cedo sobre igualdade de gê-
nero, respeito pelas diferenças e a importância da diversidade pode 
moldar uma geração mais justa e igualitária. Além disso, a inclusão 
de mulheres e indivíduos de gêneros não-binários em posições de 
tomada de decisão garante que diversas perspectivas sejam consi-
deradas nas políticas e práticas institucionais.
Outro aspecto importante é a legislação. Leis que protegem 
contra a discriminação de gênero, assédio e violência são essenciais. 
No entanto, estas leis precisam ser adequadamente implementa-
das e reforçadas. A criação de mecanismos de denúncia acessíveis 
e processos judiciais justos e sensíveis ao gênero são fundamentais 
para garantir que essas leis não sejam apenas simbólicas, mas efe-
tivamente protejam os indivíduos contra a discriminação e a vio-
lência.
Além disso, é vital promover a equidade econômica entre os 
gêneros. Isso inclui abordar a diferença salarial de gênero e criar 
oportunidades iguais de emprego e progressão na carreira para to-
dos, independentemente do gênero. Políticas de licença parental 
igualitária e o fornecimento de serviços de cuidados infantis aces-
síveis também são cruciais para permitir que homens e mulheres 
compartilhem responsabilidades familiares de maneira igualitária.
Por fim, a participação e o engajamento da comunidade são 
essenciais para impulsionara mudança. O apoio a organizações e 
movimentos que lutam pela igualdade de gênero, a participação em 
campanhas de conscientização e a promoção de diálogos abertos 
sobre questões de gênero podem criar um impacto significativo. 
Além disso, é importante que cada indivíduo reflita sobre suas pró-
prias atitudes e comportamentos e se esforce para ser um aliado 
ativo na luta contra a discriminação de gênero.
O combate às discriminações e desigualdades de renda, regio-
nais, raciais, etárias e de gênero é um esforço contínuo que requer 
uma abordagem holística. Políticas inclusivas, educação, legislação 
apropriada, e a participação ativa da sociedade são fundamentais 
para alcançar uma sociedade mais justa e igualitária. Cada passo 
dado nesta direção não apenas melhora a vida dos indivíduos afeta-
dos, mas também fortalece o tecido social como um todo, criando 
um mundo onde todos têm a oportunidade de prosperar e contri-
buir plenamente.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, MEIO AMBIENTE E 
MUDANÇA CLIMÁTICA
O desenvolvimento sustentável, o meio ambiente e a mudança 
climática estão intrinsecamente ligados em um desafio global que 
exige atenção imediata e ação coordenada. O desenvolvimento sus-
tentável busca atender às necessidades das gerações atuais sem 
comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às suas 
próprias necessidades. Isso implica equilibrar o crescimento econô-
mico com a conservação ambiental e a justiça social.
Desenvolvimento Sustentável
O desenvolvimento sustentável aborda a interconexão entre 
três pilares fundamentais: econômico, social e ambiental. No con-
texto econômico, significa adotar práticas que promovam a prospe-
ridade sem esgotar recursos finitos. Socialmente, envolve garantir 
que todos tenham acesso a oportunidades, serviços e qualidade de 
vida adequados. E ambientalmente, implica a preservação e a res-
tauração dos ecossistemas naturais que sustentam a vida na Terra.
Isso requer uma transição para uma economia mais verde, 
onde a eficiência no uso de recursos, a produção de energia limpa e 
a redução das emissões de carbono sejam prioridades. Além disso, 
o desenvolvimento sustentável exige a promoção da justiça social, 
garantindo que os benefícios sejam distribuídos de forma equitati-
va, incluindo a erradicação da pobreza e a redução das desigualda-
des.
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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a solução para o seu concurso!
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Meio Ambiente
O meio ambiente é o nosso lar comum, e sua saúde é crucial 
para a sobrevivência de todas as formas de vida. A degradação am-
biental, a perda de biodiversidade, a poluição e o esgotamento de 
recursos naturais representam ameaças significativas. Para preser-
var o meio ambiente, é necessário adotar práticas sustentáveis em 
todos os setores, desde a agricultura até a indústria, e promover 
a conservação de ecossistemas críticos, como florestas, oceanos e 
rios.
Além disso, a gestão responsável dos resíduos e a redução do 
uso de plásticos descartáveis são medidas importantes para com-
bater a poluição e proteger os ecossistemas aquáticos e terrestres.
Mudança Climática
A mudança climática é um dos maiores desafios enfrentados 
pela humanidade. A emissão excessiva de gases de efeito estufa, 
principalmente provenientes da queima de combustíveis fósseis, 
tem causado o aumento da temperatura global, resultando em 
eventos climáticos extremos, derretimento de geleiras e elevação 
do nível do mar. Para enfrentar a mudança climática, é imperativo 
reduzir as emissões de carbono e adaptar-se aos impactos já em 
curso.
A transição para fontes de energia limpa, como a solar e a eóli-
ca, é fundamental para reduzir as emissões de carbono. Além disso, 
a conservação de florestas e a restauração de ecossistemas desem-
penham um papel vital na absorção de carbono atmosférico.
O desenvolvimento sustentável, a preservação do meio am-
biente e o combate à mudança climática são desafios complexos 
que exigem ação global e compromisso de todos os setores da so-
ciedade. Essa é uma responsabilidade compartilhada para garan-
tir um futuro sustentável e saudável para as gerações presentes e 
futuras. É necessário que governos, empresas e indivíduos atuem 
de forma coletiva e imediatamente para enfrentar esses desafios 
cruciais.
QUESTÕES
1. Qual foi um dos principais impactos da Constituição Federal 
de 1988 no sistema político brasileiro?
(A) Aumento da centralização do poder no governo federal.
(B) Estabelecimento de um sistema de governo democrático e 
reforço das instituições democráticas.
(C) Redução da participação cidadã na política.
(D) Limitação das funções do Poder Judiciário.
2. Como a Constituição Federal de 1988 abordou a questão da 
participação cidadã na democracia brasileira?
(A) Restringindo o direito ao voto apenas a determinadas clas-
ses sociais.
(B) Enfatizando apenas a participação em eleições periódicas.
(C) Promovendo a participação direta em plebiscitos e referen-
dos e o engajamento em audiências públicas.
(D) Proibindo a formação de organizações civis e grupos de in-
teresse.
3. Qual é o objetivo principal da divisão de poderes em um Es-
tado democrático, conforme proposto por Montesquieu e adotado 
na Constituição Federal do Brasil?
(A) Centralizar o poder legislativo para eficiência na criação de 
leis.
(B) Prevenir a concentração de poder nas mãos de uma única 
entidade ou grupo, evitando a tirania.
(C) Facilitar a administração governamental delegando funções 
específicas.
(D) Estabelecer o predomínio do Poder Judiciário sobre os de-
mais poderes.
4. No contexto do sistema de freios e contrapesos na divisão 
de poderes, qual das seguintes afirmações descreve corretamente 
uma das funções do Poder Judiciário no Brasil?
(A) O Poder Judiciário pode vetar leis aprovadas pelo Poder Le-
gislativo.
(B) O Poder Judiciário tem a capacidade de declarar a inconsti-
tucionalidade de leis ou atos do Executivo.
(C) O Poder Judiciário é responsável por promulgar e executar 
as leis.
(D) O Poder Judiciário pode propor emendas à Constituição Fe-
deral.
5. Qual é um dos principais desafios enfrentados pelo sistema 
presidencialista brasileiro?
(A) Dificuldades em formar coalizões governamentais devido à 
fragmentação do Congresso.
(B) Centralização excessiva do poder legislativo.
(C) Eliminação da separação entre os poderes Executivo e Le-
gislativo.
(D) Independência total do Poder Judiciário em relação às de-
cisões presidenciais.
6. No sistema presidencialista brasileiro, como é caracterizada 
a relação entre o presidente e o Congresso Nacional?
(A) O Congresso Nacional tem o poder de nomear o Presidente.
(B) O Presidente pode dissolver o Congresso Nacional a qual-
quer momento.
(C) O Presidente necessita negociar com o Congresso para for-
mar coalizões e garantir apoio legislativo.
(D) O Congresso Nacional atua de forma totalmente indepen-
dente, sem interação com o Presidente.
7. Qual é o papel da memória no contexto da efetivação dos 
direitos humanos em sociedades pós-autoritárias?
(A) Promover o esquecimento coletivo das violações para ace-
lerar a reconciliação nacional.
(B) Conscientizar a sociedade sobre os perigos do autoritarismo 
e prevenir a repetição de abusos.
(C) Justificar as ações tomadas pelos regimes autoritários.
(D) Focar exclusivamente no futuro, ignorando as injustiças do 
passado.
DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
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a solução para o seu concurso!
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8. No processo de reparação de direitos humanos após um regi-
me autoritário, qual das seguintes medidas é geralmente adotada?
(A) Indenização financeira e exoneração dos perpetradores de 
violações de direitos humanos.
(B) Responsabilização dos perpetradores e compensação para 
as vítimas.
(C) Promoção exclusiva de compensações financeiras, sem in-
vestigação das violações.
(D) Anistia geral para todos os envolvidos em abusos, sem qual-
quer forma de compensação às vítimas.
9. Qual é um dos principais desafios no processo de lidar com o 
legado da violênciade Estado em regimes autoritários?
(A) Reconstruir a confiança nas instituições e lidar com o trau-
ma coletivo e divisões sociais.
(B) Eliminar completamente todas as formas de governo auto-
ritário futuras.
(C) Estabelecer um novo regime autoritário que seja mais be-
nevolente.
(D) Ignorar completamente o passado para evitar conflitos na 
sociedade.
10. Qual das seguintes é uma abordagem eficaz para combater 
as desigualdades regionais, conforme mencionado no texto?
(A) Redução do investimento em infraestrutura em áreas ur-
banas.
(B) Incentivos para negócios que promovam o desenvolvimen-
to local.
(C) Centralização de serviços públicos em grandes cidades.
(D) Ignorar as disparidades de desenvolvimento entre áreas ru-
rais e urbanas.
11. De acordo com o texto, qual é um dos principais meios para 
combater a discriminação racial?
(A) Aumento de barreiras comerciais entre países.
(B) Redução de investimentos em educação multicultural.
(C) Implementação de legislação anti-discriminatória e políticas 
de ação afirmativa.
(D) Promoção de políticas de isolamento cultural.
12. No contexto da luta contra a discriminação de gênero, qual 
a importância da educação, conforme discutido no texto?
(A) A educação é irrelevante para a questão da igualdade de 
gênero.
(B) Educação sobre igualdade de gênero desde cedo pode mol-
dar uma geração mais justa e igualitária.
(C) Educação formal deve ser evitada para promover a igualda-
de de gênero.
(D) Educação em igualdade de gênero deve ser restrita ao en-
sino superior.
13. O que significa o conceito de desenvolvimento sustentável 
e quais são seus três pilares fundamentais?
(A) Desenvolvimento sustentável refere-se apenas à preserva-
ção ambiental.
(B) Desenvolvimento sustentável é um termo usado exclusiva-
mente no contexto econômico.
(C) Desenvolvimento sustentável busca equilibrar os pilares 
econômico, social e ambiental.
(D) Desenvolvimento sustentável concentra-se apenas na erra-
dicação da pobreza.
14. Por que a gestão responsável de resíduos e a redução do 
uso de plásticos descartáveis são medidas importantes para prote-
ger o meio ambiente?
(A) Para promover a conveniência no descarte de resíduos.
(B) Para combater a poluição e proteger ecossistemas aquáti-
cos e terrestres.
(C) Para aumentar a produção de plásticos descartáveis.
(D) Para aumentar a demanda por recursos naturais.
15. O que causa a mudança climática e quais são algumas das 
medidas mencionadas no texto para enfrentá-la?
(A) A mudança climática é causada pelo aumento da produção 
agrícola, e a principal medida é a urbanização.
(B) A mudança climática é causada pela expansão da indústria 
de alimentos, e a principal medida é o desmatamento.
(C) A mudança climática é causada pela emissão excessiva de 
gases de efeito estufa, e medidas incluem a transição para fon-
tes de energia limpa e a conservação de florestas.
(D) A mudança climática é causada pela pesca excessiva, e me-
didas incluem a redução do consumo de frutos do mar.
GABARITO
1 B
2 C
3 B
4 B
5 A
6 C
7 B
8 B
9 A
10 B
11 C
12 B
13 C
14 B
15 C
ANOTAÇÕES
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ÉTICA E INTEGRIDADE
PRINCÍPIOS E VALORES ÉTICOS DO SERVIÇO PÚBLICO, 
SEUS DIREITOS E DEVERES À LUZ DO ARTIGO 37 DA CONS-
TITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, E DO CÓDIGO DE ÉTICA PRO-
FISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER EXE-
CUTIVO FEDERAL (DECRETO Nº 1.171/1994)
O serviço público desempenha um papel crucial na sociedade, 
proporcionando serviços essenciais, aplicando a lei e promovendo 
o bem-estar geral. Para garantir que o serviço público seja eficiente, 
transparente e justo,a Constituição Federal de 1988, no Artigo 37, 
estabelece princípios e valores éticos que devem orientar a atuação 
dos agentes públicos. Este texto explorará os princípios, valores, di-
reitos e deveres no contexto do serviço público brasileiro, conforme 
estabelecido pelo Artigo 37 da Constituição.
Princípios do Serviço Público
O Artigo 37 da Constituição Federal de 1988 estabelece diver-
sos princípios fundamentais que devem nortear a atuação dos ser-
vidores públicos. Alguns desses princípios incluem:
• Legalidade: Os agentes públicos devem atuar de acordo com 
a lei, respeitando os limites e competências definidos por ela.
• Impessoalidade: A atuação do servidor público deve ser neu-
tra, sem discriminação ou favorecimento pessoal.
• Moralidade: A administração pública deve pautar-se pela éti-
ca e probidade, buscando o bem comum.
• Publicidade: Os atos da administração pública devem ser 
transparentes, de forma a permitir o controle social.
• Eficiência: O serviço público deve ser prestado com qualidade 
e de forma eficiente, visando ao melhor atendimento das necessi-
dades da sociedade.
Valores Éticos no Serviço Público
Além dos princípios, o serviço público também é regido por va-
lores éticos fundamentais. Entre esses valores estão:
• Integridade: A honestidade e a retidão moral são valores es-
senciais para a atuação no serviço público.
• Respeito: O respeito pelos direitos e dignidade das pessoas é 
fundamental para a construção de uma sociedade justa.
• Responsabilidade: A responsabilidade na gestão dos recur-
sos públicos e no cumprimento das atribuições é crucial.
• Accountability: A prestação de contas é um valor que assegu-
ra a transparência e a responsabilização dos agentes públicos.
Direitos e Deveres dos Servidores Públicos
Os servidores públicos têm direitos garantidos pela Constitui-
ção, como a estabilidade no emprego, remuneração digna e acesso 
à capacitação. No entanto, esses direitos estão intrinsecamente li-
gados a deveres, como o cumprimento das obrigações funcionais, a 
atuação de acordo com os princípios éticos e a observância das leis 
e regulamentos.
A Constituição Federal também estabelece que o servidor pú-
blico deve dedicar-se integralmente ao serviço, não se envolver em 
atividades político-partidárias e atuar com zelo e probidade.
Os princípios e valores éticos do serviço público, conforme deli-
neados pelo Artigo 37 da Constituição Federal de 1988, constituem 
a base para a construção de uma administração pública transpa-
rente, eficiente e responsável. O cumprimento desses princípios e 
valores é essencial para garantir que o serviço público atenda aos 
interesses da sociedade, promovendo o bem-estar e o desenvolvi-
mento do país. É responsabilidade de todos os agentes públicos, em 
todas as esferas de governo, agir de acordo com esses princípios e 
valores, contribuindo para uma gestão pública ética e eficaz.
Direitos e Deveres dos Servidores Públicos1
Os direitos do servidor público estão consagrados, em grande 
parte, na Constituição Federal (arts. 37 a 41); não há impedimento, 
contudo, para que outros direitos sejam outorgados pelas Consti-
tuições Estaduais ou mesmo nas leis ordinárias dos Estados e Mu-
nicípios.
Os direitos e deveres do servidor público estatutário constam 
do Estatuto do Servidor que cada unidade da Federação tem com-
petência para estabelecer, ou da CLT, se o regime celetista for o es-
colhido para reger as relações de emprego. Em qualquer hipótese, 
deverão ser observadas as normas da Constituição Federal.
Os estatutos promulgados antes da atual Constituição consig-
nam os direitos e deveres do funcionário. A Lei nº 8.112/90, tam-
bém estabelece em seus artigos os direitos e deveres dos servido-
res públicos.
Dentre os direitos, incluem-se os concernentes a férias, licen-
ças, vencimento ou remuneração e demais vantagens pecuniárias, 
assistência, direito de petição, disponibilidade e aposentadoria, al-
guns deles já analisados no item concernente às normas constitu-
cionais.
Com relação à retribuição pecuniária (direito ao estipêndio), já 
foi visto que a Emenda Constitucional nº 19/98 introduziu, ao lado 
do regime de remuneração ou vencimento, o sistema de subsídio. 
Para estes, o estipêndio compõe-se de uma parcela única, vedado 
acréscimo de vantagens outras de qualquer espécie. Para os servi-
dores em regime de remuneração, continuam a existir as vantagens 
pecuniárias acrescidas ao padrão fixado em lei.
A legislação ordinária emprega, com sentidos precisos, os vo-
cábulos vencimento e remuneração, usados indiferentemente na 
Constituição. Na lei federal, vencimento é a retribuição pecuniária 
pelo efetivo exercício do cargo, correspondente ao padrão fixado 
em lei (art. 40 da Lei nº 8.112/90) e remuneração é o vencimento e 
mais as vantagens pecuniárias atribuídas em lei (art. 41). Provento 
1 [ Pietro, Maria Sylvia Zanella D. Direito Administrativo. (36th edição). 
Grupo GEN, 2023.]
ÉTICA E INTEGRIDADE
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a solução para o seu concurso!
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é a retribuição pecuniária a que faz jus o aposentado. E pensão é o 
benefício pago aos dependentes do servidor falecido. O vencimen-
to, o subsídio e a remuneração (inclusive as vantagens pecuniárias 
de qualquer espécie), os proventos e a pensão são definidos em lei 
(arts. 37, X, 40, §3º, 61, §1º, a e d, da Constituição).
Com relação às vantagens pecuniárias, Hely Lopes Meirelles, 
faz uma classificação que já se tornou clássica; para ele, “vantagens 
pecuniárias são acréscimos ao vencimento do servidor, concedidas 
a título definitivo ou transitório, pela decorrência do tempo de ser-
viço (ex facto temporis), ou pelo desempenho de funções especiais 
(ex facto officii), ou em razão das condições anormais em que se 
realiza o serviço (propter laborem), ou, finalmente, em razão de 
condições pessoais do servidor (propter personam). As duas primei-
ras espécies constituem os adicionais (adicionais de vencimento e 
adicionais de função), as duas últimas formam a categoria das grati-
ficações de serviço e gratificações pessoais”. A Lei nº 8.112/90, em 
seu artigo 49, prevê as vantagens que podem ser pagas ao servidor, 
incluindo, além dos adicionais e gratificações, também as indeniza-
ções, que compreendem a ajuda de custo, as diárias, o transporte e 
o auxílio-moradia (definidos nos artigos subsequentes).
São exemplos de adicionais por tempo de serviço os acréscimos 
devidos por quinquênio e a sexta parte dos vencimentos, previstos 
na Constituição paulista (art. 129). Eles aderem ao vencimento e 
incluem-se nos cálculos dos proventos de aposentadoria.
Os adicionais de função são pagos em decorrência da natureza 
especial da função ou do regime especial de trabalho, como as van-
tagens de nível universitário e o adicional de dedicação exclusiva. 
Em regra, também se incorporam aos vencimentos e aos proventos 
desde que atendidas as condições legais.
A gratificação de serviço é retribuição paga em decorrência das 
condições anormais em que o serviço é prestado. Como exemplo, 
podem ser citadas as gratificações de representação, de insalubri-
dade, de risco de vida e saúde.
As gratificações pessoais correspondem a acréscimos devidos 
em razão de situações individuais do servidor, como o salário-espo-
sa e o salário-família.
Embora a classificação citada seja útil, até para fins didáticos, 
o critério distintivo – incorporação dos adicionais aos vencimentos 
e não incorporação das gratificações – nem sempre é o que decor-
re da lei; esta é que define as condições em que cada vantagem 
é devida e calculada e estabelece as hipóteses de incorporação. 
É frequente a lei determinar que uma gratificação (por exemplo, 
a de risco de vida e saúde) se incorpore aos vencimentos depois 
de determinado período de tempo. É evidente, contudo, que, no 
silêncio da lei, tem-se que entender que a gratificação de serviço 
somente é devida enquanto perdurarem as condições especiais de 
sua execução, não havendo infringência ao princípio constitucional 
da irredutibilidadede vencimento na retirada da vantagem quando 
o servidor deixa de desempenhar a função que lhe conferiu o acrés-
cimo. As gratificações que não se incorporam não são incluídas nos 
vencimentos para fins de cálculo dos proventos de aposentadoria e 
de pensão dos dependentes.
O princípio da irredutibilidade de vencimentos diz respeito 
ao padrão de cada cargo, emprego ou função e às vantagens pe-
cuniárias já incorporadas; não abrange as vantagens transitórias, 
somente devidas em razão de trabalho que está sendo executado 
em condições especiais; cessado este, suspende-se o pagamento 
do acréscimo, correspondente ao cargo, emprego ou função.
Os vencimentos do servidor público (empregada a palavra em 
sentido amplo, para abranger também as vantagens pecuniárias) 
têm caráter alimentar e, por isso mesmo, não podem ser objeto 
de penhora, arresto ou sequestro, consoante artigos 649, IV, 821 e 
823 do CPC. Pelo artigo 833, IV, do novo CPC, são impenhoráveis os 
vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, 
os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os mon-
tepios. Pela mesma razão, o artigo 100 da Constituição e o artigo 33 
de suas disposições transitórias, ao excluírem os créditos de natu-
reza alimentar do processo especial de execução contra a Fazenda 
Pública, sempre foram interpretados de modo a incluir, na ressalva, 
os vencimentos devidos aos servidores públicos. Esse entendimen-
to foi adotado, no Estado de São Paulo, pelo Decreto nº 29.463, 
de 19-12-88, e pelo artigo 57, §3º, de sua Constituição. Agora, a 
matéria constitui objeto de preceito constitucional contido no ar-
tigo 100, §1º-A, da Constituição, com a redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 30/00; ficou expresso que “os débitos de natureza 
alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, venci-
mentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios 
previdenciários e indenizações por morte ou invalidez, fundadas na 
responsabilidade civil, em virtude de sentença transitada em julga-
do”.
Ainda com relação aos direitos dos funcionários, é importan-
te lembrar que muitos deles correspondem a benefícios previstos 
para os integrantes da Previdência Social ou, mais amplamente, da 
Seguridade Social (que abrange previdência, saúde e assistência).
Com efeito, em relação aos servidores, o Poder Público pode 
determinar a sua inclusão na previdência social (ressalvados aque-
les direitos, como aposentadoria e disponibilidade, que constituem 
encargos que a Constituição atribui ao Estado) ou assumi-los como 
encargos próprios. A primeira opção normalmente é utilizada para 
os servidores contratados pela legislação trabalhista e, a segunda, 
para os estatutários.
Assim, examinando-se os Estatutos funcionais, normalmente, 
encontram-se vantagens, como a licença para tratamento de saúde, 
licença-gestante, licença ao funcionário acidentado ou acometido 
de doença profissional e auxílio-funeral, entre outras. Na esfera fe-
deral, com a Lei nº 8.112/90, essas vantagens passaram a ter cará-
ter previdenciário (art. 185).
Em regra, os mesmos direitos dos trabalhadores da esfera pri-
vada se aplicam aos servidores públicos, como:
– Garantia de salário nunca inferior ao mínimo, incluindo aque-
les que recebem remuneração variável;
– Décimo terceiro salário;
– Remuneração do trabalho noturno superior ao diurno; 
– Remuneração das horas extras em no mínimo 50% a mais da 
hora normal;
– Salário família para os dependentes;
– Jornada de trabalho não superior a 8 horas diária e 44 sema-
nais + repouso semanal remunerado;
– Férias anuais remunerada com, pelo menos, um terço a mais 
do que o salário normal;
– Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, 
com duração de 120 a 180 dias;
– Licença paternidade, nos termos fixados em lei;
– Proteção do mercado de trabalho da mulher;
– Redução de riscos inerentes ao trabalho; 
– Proibição de diferença de salários, idade, cor ou estado civil.
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– No entanto, em todos esses direitos, é crucial verificar a lei 
que se aplica a você, porque a lei é diferente para servidor federal, 
estadual ou municipal.
Deveres dos Servidores Públicos
Os deveres dos servidores públicos vêm normalmente previs-
tos nas leis estatutárias, abrangendo, entre outros, os de assidui-
dade, pontualidade, discrição, urbanidade, obediência, lealdade. O 
descumprimento dos deveres enseja punição disciplinar.
Os deveres a serem abordados são: dever de agir, dever de 
eficiência, dever de probidade e dever de prestar contas.
O dever de agir se refere à obrigação do administrador públi-
co de se desincumbir no tempo próprio das atribuições inerentes a 
cargo, função ou emprego público de que é titular. Tais atribuições 
devem ser exercidas em sua plenitude e no momento legal. Sua 
omissão sujeita o agente público a punições de ordens administra-
tiva e penal (concussão e prevaricação).
O dever de eficiência traz como mandamento ao agente pú-
blico o rendimento em seu serviço, que deve ser demonstrado de 
maneira rápida e bem realizada. O serviço deve ser executado de 
forma que atenda ao interesse coletivo, em tempo hábil, e sem dei-
xar de lado a qualidade.
O dever de probidade impõe ao agente público o desempenho 
de suas atribuições de forma que indique atitudes retas, leais, jus-
tas e honestas, características próprias da integridade de caráter do 
ser humano. O administrador deve buscar sempre o melhor para a 
Administração Pública. É elemento essencial para legitimar os atos 
do administrador público. O art. 37, §4o, da Constituição Federal 
preceitua que os atos de improbidade administrativa importarão 
suspensão dos direitos políticos, perda da função pública, indispo-
nibilidade dos bens e ressarcimento ao erário na forma da lei. 
O dever de prestar contas se refere à própria gestão de bens, 
direitos e serviços alheios. Portanto, não foge ao administrador pú-
blico a responsabilidade de prestar contas de sua atuação na gestão 
do patrimônio público, não se restringindo apenas aos atos de na-
tureza econômico-financeira, mas também aos planos de governo.
Os regimes jurídicos modernos impõem uma série de deveres 
aos servidores públicos como requisitos para o bom desempenho 
de seus encargos e regular funcionamento dos serviços públicos. 
A Lei de Improbidade Administrativa, de natureza nacional, diz que 
constituem ato de improbidade administrativa que atenta contra os 
princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que 
viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e leal-
dade às instituições. (Lei 8.429/92, art. 10 cap), as quais, para serem 
punidas, pressupõem que o agente as pratique com a consciência 
da ilicitude, isto é, dolosamente.
O dever de lealdade exige do servidor maior dedicação ao ser-
viço e o integral respeito às leis e as instituições.
O dever de obediência impõe ao servidor o acatamento às or-
dens legais de seus superiores e sua fiel execução.
Dever de conduta ética decorre do princípio constitucional da 
moralidade administrativa e impõem ao servidor de jamais despre-
zar o elemento ético de sua conduta.
Dever de eficiência, conforme acima explanado, decorre do in-
ciso LXXVIII do art. 5º da CF, acrescentado pela EC 45/2004.
Outros deveres são comumente especificados nos estatutos, 
procurando adequar a conduta do servidor. O servidor, por estar 
submetido à hierarquia administrativa, deve atuar segundo os pa-
drões legais e éticos impostos, estabelecendo a Lei 8.112/1990 um 
rol, meramente exemplificativo, de deveres impostos aos agentes 
públicos. Vejamos:
a) Exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo.
b) Ser leal às instituições a que servir.
c) Observar as normas legais e regulamentares.
d) Cumprir as ordens superiores, exceto quando manifesta-
mente ilegais.
e) Atender com presteza: ao público em geral, prestando as 
informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; à ex-
pedição de certidões requeridaspara defesa de direito ou esclare-
cimento de situações de interesse pessoal; às requisições para a 
defesa da fazenda pública.
f) Levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do 
cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver 
suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autori-
dade competente para apuração.
g) Zelar pela economia do material e a conservação do patri-
mônio público.
h) Guardar sigilo sobre assunto da repartição.
i) Manter conduta compatível com a moralidade administrati-
va.
j) Ser assíduo e pontual ao serviço.
k) Tratar com urbanidade as pessoas.
l) Representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder: 
a representação será encaminhada pela via hierárquica e apreciada 
pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegu-
rando-se ao representando ampla defesa.
Servidores Públicos
Os servidores públicos são pessoas físicas que prestam serviços 
à administração pública direta, às autarquias ou fundações públi-
cas, gerando entre as partes um vínculo empregatício ou estatutá-
rio. Esses serviços são prestados à União, aos Estados-membros, ao 
Distrito Federal ou aos Municípios.
As disposições sobre os Servidores Públicos estão elencadas 
dos Artigos 39 a 41 da CF. Vejamos:
SEÇÃO II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único 
e planos de carreira para os servidores da administração pública 
direta, das autarquias e das fundações públicas.
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
instituirão conselho de política de administração e remuneração de 
pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Po-
deres.
§1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais 
componentes do sistema remuneratório observará:
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos 
cargos componentes de cada carreira;
II - os requisitos para a investidura;
III - as peculiaridades dos cargos.
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§2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas 
de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores 
públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos 
requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a 
celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.
§3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o 
disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, 
XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados 
de admissão quando a natureza do cargo o exigir.
§4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os 
Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão 
remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, 
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, 
prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, 
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
§5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor 
remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer 
caso, o disposto no art. 37, XI.
§6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão 
anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e 
empregos públicos.
§7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários 
provenientes da economia com despesas correntes em cada 
órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento 
de programas de qualidade e produtividade, treinamento e 
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização 
do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de 
produtividade.
§8º A remuneração dos servidores públicos organizados em 
carreira poderá ser fixada nos termos do §4º.
§9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter 
temporário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou 
de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores 
titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, 
mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores 
ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que 
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência 
social será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 103, de 2019)
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em 
que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese 
em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para 
verificação da continuidade das condições que ensejaram a conces-
são da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federa-
tivo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo 
de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta 
e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, 
se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, 
e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na 
idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Cons-
tituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os 
demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo 
ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, 
de 2019)
§2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores 
ao valor mínimo a que se refere o §2º do art. 201 ou superiores 
ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência 
Social, observado o disposto nos §§14 a 16. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria 
serão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados 
para concessão de benefícios em regime próprio de previdência 
social, ressalvado o disposto nos §§4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar 
do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição 
diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência, 
previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por 
equipe multiprofissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019)
§4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar 
do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição 
diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente 
penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos 
de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput 
do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar 
do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição 
diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades 
sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos 
e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, 
vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima 
reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da 
aplicação do disposto no inciso III do §1º, desde que comprovem 
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na 
educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei 
complementar dorespectivo ente federativo. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos 
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção 
de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de 
previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e condições 
para a acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no 
Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019)
§7º Observado o disposto no §2º do art. 201, quando se 
tratar da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o 
benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do 
respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a 
hipótese de morte dos servidores de que trata o §4º-B decorrente 
de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para 
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme 
critérios estabelecidos em lei.
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§9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou 
municipal será contado para fins de aposentadoria, observado 
o disposto nos §§9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço 
correspondente será contado para fins de disponibilidade. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem 
de tempo de contribuição fictício.
§11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total 
dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes 
da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de 
outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral 
de previdência social, e ao montante resultante da adição de 
proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável 
na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei 
de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo.
§12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em 
regime próprio de previdência social, no que couber, os requisitos 
e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, 
de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e 
exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, 
ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, 
regime de previdência complementar para servidores públicos 
ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos 
benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor das 
aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência 
social, ressalvado o disposto no §16. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019)
§15. O regime de previdência complementar de que trata o §14 
oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição 
definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por 
intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou 
de entidade aberta de previdência complementar. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto 
nos §§14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado 
no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do 
correspondente regime de previdência complementar.
§17. Todos os valores de remuneração considerados para o 
cálculo do benefício previsto no §3° serão devidamente atualizados, 
na forma da lei.
§18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias 
e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que 
superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime 
geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual 
igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.
§19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do 
respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo 
que tenha completado as exigências para a aposentadoria 
voluntária e que opte por permanecer em atividade poderá fazer 
jus a um abono de permanência equivalente, no máximo, ao 
valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade 
para aposentadoria compulsória. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019)
§20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de 
previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora 
desse regime em cada ente federativo, abrangidos todos os 
poderes, órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão 
responsáveis pelo seu financiamento, observados os critérios, os 
parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei complementar de 
que trata o §22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, 
de 2019)
§21. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 103, de 2019)
§22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de 
previdência social, lei complementar federal estabelecerá, para os 
que já existam, normas gerais de organização, de funcionamento 
e de responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros 
aspectos, sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 
2019)
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o 
Regime Geral de Previdência Social; (Incluído pela Emenda Consti-
tucional nº 103, de 2019)
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos re-
cursos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
III - fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
V - condições para instituição do fundo com finalidade previ-
denciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recur-
sos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de 
qualquer natureza; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 
2019)
VI - mecanismos de equacionamento do déficit atuarial; (Inclu-
ído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, ob-
servados os princípios relacionados com governança, controle in-
terno e transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, 
de 2019)
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles 
que desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indireta-
mente, com a gestão do regime; (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal nº 103, de 2019)
IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição 
de alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias. (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser-
vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de 
concurso público.
§1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu-
rada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem-
penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
§2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor 
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se 
estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, 
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com 
remuneração proporcional ao tempo de serviço.
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§3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor 
estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional

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