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Aula 5 - Drenagem Urbana conceito e objetivos

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Drenagem urbana: conceito e 
objetivos
Apresentação
O sistema de drenagem urbana, também conhecido como manejo das águas pluviais, é composto 
por inúmeras infraestruturas, que têm como objetivo solucionar problemas relacionados ao 
escoamento das águas superficiais. Nesse sentido, as enchentes são os problemas mais citados.
Nesta Unidade de Aprendizagem, serão abordados os conceitos e objetivos vinculados à drenagem 
urbana. Tais intervenções são de suma importância para o aumento da qualidade de vida e do meio 
natural, em ambiente tão alterado como o dos centros urbanos.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Conceituar drenagem urbana e gestão de drenagem urbana.•
Reconhecer os objetivos de um sistema de drenagem urbana.•
Justificar a necessidade dos projetos vinculados com drenagem urbana.•
Infográfico
O sistema de drenagem urbana tem por objetivo principal melhorar a qualidade de vida urbana e o 
meio ambiente, evitando riscos ambientais. 
Conteúdo do livro
A drenagem urbana é um assunto intimamente relacionado ao planejamento urbano, além de 
envolver outras áreas interdisciplinares do conhecimento. O planejamento da ocupação de 
qualquer espaço urbano deve ser pensado de forma a apresentar soluções seguras para o 
escoamento das águas pluviais, principalmente em locais intensamente impermeabilizados.
Esse capítulo apresenta os principais conceitos da drenagem urbana e discorre sobre os aspectos 
relacionados a sua gestão. Além disso, apresentam-se os principais objetivos dos sistemas de 
drenagem bem como a importância e a necessidade de dimensionamentos adequados dos projetos 
vinculados com a drenagem das águas pluviais urbanas.
 
SISTEMA DE 
DRENAGEM 
URBANA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Conceituar drenagem urbana e gestão de drenagem urbana.
 > Reconhecer os objetivos de um sistema de drenagem urbana.
 > Justificar a necessidade dos projetos vinculados com drenagem urbana.
Introdução
A drenagem urbana pode envolver diversos segmentos profissionais, como 
administração, direito, engenharia, arquitetura, geologia, biologia, entre outros. 
É importante que o profissional reconheça essas interfaces e as relacione aos 
diferentes aspectos de planejamento e gestão das cidades.
Nesse sentido, é fundamental ter os conhecimentos teóricos sobre o tema, 
para que o profissional possa interagir e entender os conceitos de drenagem 
que comumente são empregados em projetos que envolvem o escoamento de 
águas pluviais em meios urbanos.
Neste capítulo, você vai ver os conceitos relativos à drenagem urbana e 
os principais aspectos da gestão das águas pluviais em meios intensamente 
urbanizados. Além disso, vai reconhecer os objetivos essenciais de um sistema 
de drenagem urbana. Por fim, vai estudar a necessidade dos projetos vinculados 
à drenagem urbana para o planejamento das cidades.
Drenagem urbana: 
conceito e objetivos
Thiago Boeno Patricio Luiz
Urbanização, inundações e drenagem 
urbana
O processo de urbanização é um fenômeno que tem como principal carac-
terística a mudança de aspectos rurais de uma determinada localidade para 
aspectos urbanos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE), 84,72% da população brasileira vive em áreas urbanas, enquanto 15,28% 
vive em áreas rurais (PEREIRA, 2016). O processo de urbanização, quando não 
tem um planejamento adequado durante a sua implantação, tende a provocar 
uma série de impactos ao meio ambiente.
Esses impactos ocorrem, sobretudo, devido a alterações do meio físico 
natural, afetando o equilíbrio hidrológico nas bacias hidrográficas. A partir 
da impermeabilização de superfícies e da redução da cobertura vegetal, 
ocorre a redução drástica da capacidade de armazenamento natural do solo, 
gerando riscos de alagamentos e inundações em épocas que ocorrem chuvas 
mais intensas. Além do aumento de alagamentos e inundações, Tucci (2012) 
cita que processos de urbanização mal planejados geram a deterioração da 
qualidade da água nos rios e a perda de qualidade de vida da população.
Dessa forma, a urbanização muda os fluxos naturais dos recursos hídricos, 
alterando os seguintes aspectos principais nas bacias hidrográficas (YAZAKI; 
MONTENEGRO; COSTA, 2018, p. 32).
 � O escoamento superficial aumenta, pois passa a receber a contribuição 
do volume de água que infiltrava no solo, que era retido pela vegetação 
e que se acumulava nas depressões naturais.
 � As galerias de águas pluviais aceleram a velocidade de escoamento, 
reduzindo o tempo de deslocamento (ou tempo de concentração) das 
ondas de cheias. As vazões máximas aumentam e seus picos são an-
tecipados. Têm-se, então, vazões maiores em tempos mais curtos.
 � Com a redução da infiltração, o nível do aquífero subsuperficial (lençol 
freático) decresce por falta de alimentação. A adução hídrica dos cursos 
de água por meio do escoamento subterrâneo reduz, diminuindo as 
vazões de tempo seco. Enquanto as vazões máximas aumentam, as 
vazões mínimas diminuem.
 � Com a redução da cobertura natural e, consequentemente, da evapo-
transpiração, diminui o aporte de água para a atmosfera. Em decorrência 
disso, a umidade do ar diminui e a temperatura aumenta.
Drenagem urbana: conceito e objetivos2
Todas essas alterações do sistema natural podem acarretar alagamentos 
e inundações nas cidades, principalmente quando existe uma ineficiência 
no sistema de drenagem urbana. A inundação ocorre quando as águas dos 
rios, riachos e galerias pluviais saem do leito de escoamento, por causa da 
falta de capacidade de transporte de um desses sistemas, e ocupa áreas 
que a população utiliza para moradia, transporte (ruas, rodovias, calçadas), 
recreação, comércio, indústria, etc. (TUCCI, 2003).
Tucci (2003) ainda salienta que os eventos de inundações podem ocorrer 
devido ao comportamento natural dos rios ou serem ampliados por causa de 
alterações produzidas pelo homem na urbanização, como a impermeabilização 
das superfícies e a canalização dos rios. As inundações ocorrem quando o 
escoamento atinge níveis superiores ao leito menor, atingindo o leito maior, 
que é identificado como limite da área de inundação (Figura 1). Os impactos 
resultantes da inundação ocorrem quando as áreas limites são ocupadas pela 
população (áreas ribeirinhas).
Figura 1. Características dos leitos dos rios.
Fonte: Adaptada de Tucci (2008).
Limite de área de inundação
Leito menor
Nível mínimo
Dessa forma, em uma concepção tradicional, a drenagem urbana é toda 
infraestrutura que possibilita uma condução controlada das águas de chuva 
nos meios urbanos. Assim, a drenagem urbana corresponde às atividades 
de manejo das águas pluviais, sendo parte do saneamento básico brasileiro 
e englobando toda a infraestrutura e instalação operacional responsável 
pela drenagem das águas da chuva (BRASIL, 2020). A ocorrência de intensas 
precipitações em cidades altamente impermeabilizadas tende a acumular 
água no meio urbano, sendo necessário escoar esse volume para algum local 
adequado. Se a cidade não tem um bom sistema de drenagem, a água da chuva 
vai acumular nas ruas e certamente vai causar transtornos.
Drenagem urbana: conceito e objetivos 3
Os sistemas de drenagem são classificados como microdrenagem e ma-
crodrenagem. A microdrenagem é definida pelo sistema de condutos pluviais 
ou canais nos loteamentos ou na rede primária urbana. São estruturas pro-
jetadas na escala micro a nível do terreno, como os sistemas de drenagem 
nos lotes e pavimentos, as guias e sarjetas, as bocas de lobo, as trincheiras, 
as valas, etc. Esse tipo de drenagem envolve o atendimento de precipitações 
com risco moderado (TUCCI, 2003). A Figura 2 mostra exemplos de estruturas 
de microdrenagem. 
Figura 2. Exemplos de estruturas para microdrenagem urbana: (a) boca de lobo; (b) trincheira 
para drenagem pluvial.
Fonte: (a) ungvar/Shutterstock.com; (b) Bespaliy/Shutterstock.com.
A B
A macrodrenagem é composta por sistemas coletoresde diferentes sis-
temas de microdrenagem, sendo consideradas como medidas estruturais 
para o ambiente urbano. Como exemplos, é possível citar as canalizações, os 
barramentos, os diques de contenção, as grandes galerias de águas pluviais, 
as bacias de amortecimento, os reservatórios de águas, etc. Os projetos que 
envolvem macrodrenagem devem ser dimensionados para acomodar preci-
pitações superiores às da microdrenagem, considerando os riscos potenciais 
(TUCCI, 2003).
A Figura 3 mostra exemplos de estruturas de macrodrenagem. Na 
Figura 3a, há uma tubulação para drenagem em vias de construção. Esse tipo 
de tubulação, geralmente feita de concreto, é instalado nas vias públicas 
para receber as águas provenientes das estruturas de microdrenagem para 
posterior deságue nos corpos hídricos (Figura 3b).
Drenagem urbana: conceito e objetivos4
Figura 3. Exemplos de estruturas para macrodrenagem urbana: (a) tubulação de drenagem; 
(b) deságue nos corpos hídricos; (c) canal; (d) estrutura de galeria em construção.
Fonte: (a) kaninw/Shutterstock.com; (b) Neophuket/Shutterstock.com; (c) Russamee/Shutterstock.
com; (d) Ricardo de Paula Ferreira/Shutterstock.com.
A
C
D B
O sistema de drenagem deve ser projetado e executado separada-
mente à rede de esgoto. As ligações clandestinas de esgotamento 
sanitário diretamente à rede de drenagem trazem uma série de prejuízos para 
a população e o meio ambiente, sendo um dos maiores problemas encontrados 
atualmente nas cidades brasileiras.
Gestão integrada da drenagem urbana
Todo planejamento ou gerenciamento de drenagem urbana envolve neces-
sariamente um problema de alocação de espaço. De acordo com Tucci (2012), 
a gestão das ações dentro do ambiente urbano pode ser definida de acordo 
com a relação de dependência da água. Isso é definido por meio da bacia 
Drenagem urbana: conceito e objetivos 5
hidrográfica ou da jurisdição administrativa da cidade, do estado ou da nação. 
A tendência da gestão dos recursos hídricos tem sido realizada por meio 
da bacia hidrográfica. No entanto, a gestão do uso do solo é realizada pelo 
município ou pelo grupo de municípios de uma região metropolitana.
No espaço da bacia hidrográfica, os planos de bacia são instrumentos 
definidos pela Política Nacional de Recursos Hídricos (PNHR) e pelos planos 
dos recursos hídricos (BRASIL, 1997). No espaço do município, o instrumento 
principal de gestão da drenagem urbana é o Plano Diretor de Drenagem 
Urbana (PDDU). O PDDU é o conjunto de diretrizes que determinam a gestão 
do sistema de drenagem, cujo objetivo é minimizar o impacto ambiental no 
escoamento das águas pluviais (PINTO; PINHEIRO, 2006).
Dessa forma, de acordo com a principal lei diretriz do saneamento básico 
no Brasil (Lei nº 11.445/2007) (BRASIL, 2007), consideram-se serviços públicos 
de manejo das águas pluviais urbanas aqueles constituídos obrigatoriamente 
pelas atividades de drenagem urbana, transporte de águas pluviais urbanas, 
detenção ou retenção de águas pluviais urbanas para amortecimento de 
vazões de cheias e tratamento e disposição final de águas pluviais urbanas.
O conceito de saneamento básico é amplo e inclui uma série de 
atividades. De acordo com a Lei nº 11.445/2007 (BRASIL, 2007), o sane-
amento básico é definido como um conjunto de serviços públicos, infraestruturas 
e instalações operacionais de: abastecimento de água potável, esgotamento 
sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo 
das águas pluviais urbanas.
De acordo com Tucci (2012, p. 11), a estrutura da gestão das águas urbanas 
tem como base os seguintes grupos de componentes (Figura 4).
 � Planejamento urbano: disciplina o uso do solo da cidade com base nas 
necessidades dos seus componentes de infraestrutura.
 � Serviços de saneamento: abastecimento de água, esgotamento sani-
tário, resíduos sólidos e drenagem urbana.
 � Metas dos serviços: conservação do meio ambiente urbano e da quali-
dade de vida. Aqui estão incluídas a redução de cheias e a eliminação 
de doenças de veiculação hídrica.
Drenagem urbana: conceito e objetivos6
 � Institucional: baseia-se em gerenciamento de serviços, legislação, 
capacitação e monitoramento de forma geral.
Figura 4. Concepção estratégica da gestão integrada das águas urbanas.
Fonte: Adaptada de Tucci (2012).
Planejamento
urbano
Institucional:
legislação e
gestão
Metas:
qualidade de
vida e meio
ambiente
Drenagem
Saneamento
Resíduos
sólidos
EsgotoÁgua
Finalidades dos sistemas de drenagem 
urbana
Todos os projetos de alteração do espaço urbano devem sempre considerar 
as condições hidrológicas locais. Em um país territorialmente tão grande 
quanto o Brasil, as características pluviais são muito diferentes em cada 
região, e isso interfere diretamente nos dimensionamentos dos sistemas 
de drenagem. Via de regra, toda intervenção urbana deve ser projetada de 
forma a não aumentar as cheias naturais dos rios e os alagamentos urbanos, 
permitindo que as águas pluviais sejam corretamente conduzidas para locais 
adequados do sistema de drenagem.
Além disso, deve-se ter cuidado com intervenções no meio ambiente que 
provoquem aumento ou transferência de enchentes para outros locais (tanto 
à montante quanto à jusante). Em uma abordagem mais tradicional da enge-
nharia sanitária, a drenagem urbana consiste simplesmente em transportar de 
forma técnica os excessos pluviais por meio de canais e tubulações enterradas. 
Entretanto, atualmente, opta-se por uma abordagem mais ambientalista, 
considerando a manutenção e a recuperação do meio ambiente, de forma a 
torná-lo saudável e sustentável.
Drenagem urbana: conceito e objetivos 7
Assim, o processo de urbanização tende a impermeabilizar o solo e a 
acelerar o escoamento por condutos e canais, gerando os impactos a seguir 
(TUCCI, 2012, p. 17).
 � Aumento da vazão máxima e sua frequência das inundações.
 � Aumento da velocidade do escoamento, resultando em erosão do solo 
e produção de sedimentos para o sistema de drenagem.
 � Aumento dos resíduos sólidos que escoam para o sistema de condu-
tos. Os sólidos produzem entupimento e reduzem a capacidade de 
escoamento de condutos e canais, produzindo maiores inundações.
 � Deterioração da qualidade da água pluvial em razão da lavagem das 
superfícies urbanas.
Esses impactos demonstram a complexidade das abordagens necessá-
rias para o atendimento da drenagem urbana nas cidades. A instalação e 
manutenção da drenagem urbana nos municípios inclui aspectos técnicos 
sanitários, ecológicos, legais, econômicos, de engenharia e de gestão dos 
espaços urbanos. Veja na Figura 5 a tendência da ocupação e o impacto da 
urbanização no espaço de uma bacia hidrográfica.
Geralmente, a tendência da urbanização é de ocorrer no sentido de jusante 
para montante, na macrodrenagem urbana, em razão das características de 
relevo. Quando um loteamento é projetado, é necessário que o projeto con-
sidere a futura urbanização, de forma que a drenagem pluvial seja eficiente 
para drenar a água do loteamento. Quando o poder público não controla essa 
urbanização ou não amplia a capacidade da macrodrenagem, a ocorrência 
das enchentes aumenta.
Figura 5. Tendência da ocupação e impacto da urbanização no espaço de uma bacia hidrográfica.
Fonte: Tucci (2012, p. 21).
Drenagem urbana: conceito e objetivos8
Na Figura 5, é possível observar o processo de urbanização em escala 
de bacia hidrográfica vista por cima (desenho em planta) e o perfil A-A’, 
demonstrando a variação do nível (∆s) de um rio devido à urbanização a 
montante. As consequências da falta de planejamento e regulamentação 
são sentidas em, praticamente, todas as cidades de médio e grande porte 
do Brasil. Depois que o espaço está todo ocupado, as soluções disponíveis 
são extremamente caras, como canalizações, diques com bombeamentos, 
reversões e barragens, entre outras.
Nesse sentido, para que a drenagem tenha sua finalidade atingida, podem 
ser adotadas medidas de controle de inundações. Elas podemser classificadas 
em medidas estruturais e não estruturais (PARANÁ, 2002).
 � Medidas estruturais: modificam o sistema, buscando reduzir o risco de 
enchentes pela implantação de obras para conter, reter ou melhorar 
a condução dos escoamentos. Essas medidas envolvem a construção 
de barragens, diques, canalizações, reflorestamento, etc.
 � Medidas não estruturais: quando são propostas ações de convivência 
com as enchentes ou são estabelecidas diretrizes para reversão ou 
minimização do problema. Essas medidas envolvem o zoneamento de 
áreas de inundações associado ao Plano Diretor Urbano, previsão de 
cheia, seguro de inundação, legislações diversas, etc.
No entanto, de acordo com Tucci (2012), não se deve reduzir o controle da 
drenagem urbana a um receituário de medidas estruturais e não estruturais. 
Todas as medidas de controle devem integrar-se ao planejamento ambiental 
do meio urbano, deixando de ser apenas um problema de engenharia e de 
planejamento administrativo.
A Lei nº 14.026 atualizou o marco legal do saneamento básico (Lei 
nº 11.445/2007) em julho de 2020 (BRASIL, 2020). O novo marco legal 
trouxe uma série de alterações para atingir a universalização do acesso ao 
saneamento no Brasil. O novo marco estabelece a disponibilidade, nas áreas 
urbanas, de serviços de drenagem e manejo das águas pluviais e tratamento, 
limpeza e fiscalização preventiva das redes. Esses serviços devem ser adequa-
dos à saúde pública, à proteção do meio ambiente e à segurança da vida e do 
patrimônio público e privado.
Drenagem urbana: conceito e objetivos 9
Importância da drenagem no contexto 
urbano
A partir do conhecimento da topografia local, é possível ter indicações pro-
váveis do caminho percorrido pela água da chuva sobre as superfícies da 
bacia hidrográfica. No meio urbano, o percurso de enxurradas em ocasiões 
de chuvas fortes pode se comportar seguindo a topografia e o traçado das 
ruas, obedecendo as mudanças de declividade, direção e seção.
Atualmente, para os municípios receberem investimentos federais para 
a construção de mecanismos estruturais e não estruturais para a drenagem 
urbana, é necessário que eles criem PDDUs em consonância com os Planos 
Municipais de Saneamento. O PDDU visa a planejar a distribuição da água 
no território urbano a partir do zoneamento de áreas de inundações, a fim 
de controlar as ocupações das áreas de riscos de inundações e enchentes. 
Além disso, o PDDU deve apontar soluções em drenagem urbana para evitar 
ou minimizar os riscos provenientes de uma chuva intensa.
Dessa forma, as diretrizes de projetos de drenagem devem compreender 
cálculos e conceitos adequados de drenagem pluvial, obedecendo a critérios 
técnicos de reconhecidas formulações teóricas. Atualmente, muitos PDDUs 
têm utilizado modelos matemáticos de simulação que possibilitam reproduzir 
ondas de cheias sob diversas condições nas bacias hidrográficas (TUCCI, 
2012). Além disso, é importante que o PDDU considere elementos de gestão 
pública em sua formulação.
Como exemplo de PDDU, podemos citar o de Porto Alegre (RS), com-
posto por quatro eixos principais (MOTA, 2013).
 � Fundamentos do plano: trata da regulamentação proposta e das diretrizes 
adotadas para o desenvolvimento do plano.
 � Manual de drenagem urbana: estabelece critérios de planejamento, controle 
e projeto.
 � Revisão do sistema de proteção de inundação de Porto Alegre: trata da re-
visão hidrológica do funcionamento do sistema de diques e estações de 
bombas da cidade.
 � Planos de controle de drenagem de seis bacias hidrográficas: contempla, 
principalmente, o levantamento de dados e informações sobre uso do solo, 
legislação, rede de drenagem, diagnóstico da situação atual, plano de ações 
com a delimitação da área urbana futura, análise de medidas estruturais e 
não estruturais e processo de divulgação e discussão com a comunidade.
Drenagem urbana: conceito e objetivos10
Alagamentos em área urbana
O principal objetivo de um plano de drenagem urbana e manejo de águas 
pluviais é criar mecanismos de gestão para a bacia hidrográfica, o zoneamento 
urbano e as estruturas de macro e microdrenagem. Essa gestão deve estar 
baseada em um planejamento prévio que vise a evitar perdas econômicas e 
a melhorar as condições de saneamento e a qualidade do meio ambiente da 
cidade. O PDDU de Porto Alegre teve como principais produtos os seguintes 
(MOTA, 2013, p. 4).
 � Regulamentação dos novos empreendimentos: feita por meio de um 
decreto municipal que estabelece critérios para o desenvolvimento da 
drenagem urbana para as novas obras na cidade. Essa regulamentação 
tem o objetivo de evitar impactos indesejáveis gerados por esses novos 
empreendimentos, como drenagem inadequada e impermeabilização 
excessiva dos lotes.
 � Plano de controle estrutural e não estrutural: estabelece alternativas 
de controle estrutural (por exemplo, obras de macro e microdrenagem) 
e não estrutural (educação ambiental, coleta de lixo, varrição das ruas, 
etc.) para controlar os impactos em cada bacia, reduzindo os riscos 
de inundação nela.
 � Manual de drenagem urbana: documento que orienta a implementação 
de projetos de drenagem na cidade.
Na Figura 6, é possível ver o antes e depois da implantação das ações do 
PDDU em uma avenida de Porto Alegre.
A drenagem urbana, quando corretamente planejada, evita perdas eco-
nômicas e uma série de transtornos à população e ao poder público, além de 
melhorar a qualidade do meio ambiente urbano.
Drenagem urbana: conceito e objetivos 11
Figura 6. Antes e depois da implantação de ações do PDDU em uma avenida de Porto Alegre.
Fonte: Mota (2013, p. 4).
Referências
BRASIL. Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos 
Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos... Brasília, DF: 
Presidência da República, 1997. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/l9433.htm. Acesso em: 11 set. 2021. 
BRASIL. Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece as diretrizes nacionais para 
o saneamento básico; cria o Comitê Interministerial de Saneamento Básico... Brasília, 
DF: Presidência da República, 2007. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm. Acesso em: 11 set. 2021. 
Drenagem urbana: conceito e objetivos12
BRASIL. Lei nº 14.026, de 15 de julho de 2020. Atualiza o marco legal do saneamento 
básico e altera a Lei n. 9.984, de 17 de julho de 2000, para atribuir à Agência Nacional 
de Águas e Saneamento Básico (ANA) competência para editar normas... Brasília, 
DF: Presidência da República, 2020. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/_ato2019-2022/2020/lei/l14026.htm. Acesso em: 11 set. 2021.
MOTA, É. (coord.). Iniciativas inspiradoras: Plano Diretor de Drenagem Urbana de Porto 
Alegre/RS. São Paulo: ABCP, 2013. Disponível em: https://www.solucoesparacidades.
com.br/wp-content/uploads/2013/07/AF_Inic%20Insp03_pl%20drenagem_web.pdf. 
Acesso em: 11 set. 2021. 
PARANÁ. Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Superintendência 
de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (Suderhsa). Manual 
de drenagem urbana: Região Metropolitana de Curitiba- PR. Curitiba: Suderhsa, 2002. 
[versão 1.0 - dez. 2002]. Disponível em: http://www.iat.pr.gov.br/sites/agua-terra/ar-
quivos_restritos/files/documento/2020-07/mdu_versao01.pdf. Acesso em: 11 set. 2021. 
PEREIRA, C. A. (coord.). Pesquisa nacional por amostra de domicílios: síntese de indi-
cadores 2015. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/
visualizacao/livros/liv98887.pdf. Acesso em: 11 set. 2021. 
PINTO, L. H.; PINHEIRO, S. A. Orientações básicas para drenagem urbana. Belo Horizonte: 
Feam, 2006. Disponível em: http://www.feam.br/images/stories/arquivos/Cartilha%20
Drenagem.pdf. Acesso em: 11 set. 2021. 
TUCCI, C. E. M. Águas urbanas. Estudos Avançados, v. 22, n. 63, p. 97-112, 2008. Disponível 
em: https://www.revistas.usp.br/eav/article/view/10295/11943.Acesso em: 11 set. 2021. 
TUCCI, C. E. M. Gestão da drenagem urbana. Brasília, DF: Cepal: Ipea, 2012. (Textos para 
Discussão Cepal - Ipea, n. 48).
TUCCI, C. E. M. Inundações e drenagem urbana. In: TUCCI, C. E. M.; BERTONI, J. C. (org.). 
Inundações urbanas na América do Sul. Porto Alegre: ABRH, 2003. p. 45-150. 
YAZAKI, L. F. O.; MONTENEGRO, M. H. F.; COSTA, J. (ed.). Manual de drenagem e manejo de 
águas pluviais urbanas do Distrito Federal. Brasília, DF: Adasa: Unesco, 2018. Disponível 
em: http://www.adasa.df.gov.br/images/storage/area_de_atuacao/drenagem_urbana/
Manual_Drenagem/Manual_Drenagem.pdf. Acesso em: 11 set. 2021.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos 
testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da 
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas 
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os edito-
res declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou 
integralidade das informações referidas em tais links.
Drenagem urbana: conceito e objetivos 13
Dica do professor
Os principais conceitos e objetivos a respeito de drenagem urbana estão ilustrados no vídeo a 
seguir.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/25afbbf8acd9cb7185e3b1485efb6966
Exercícios
1) Drenagem urbana pode ser entendida como: 
A) um conjunto de técnicas aplicadas em área urbana que visa otimizar o escoamento das águas 
pluviais.
B) um conjunto de melhoramentos públicos aplicados em área rurais que visa otimizar o 
escoamento das águas pluviais.
C) um conjunto de melhoramentos públicos aplicados em área urbana que visa otimizar o 
escoamento das águas pluviais.
D) um conjunto de melhoramentos públicos aplicados em área urbana que visa otimizar o 
escoamento das águas subterrâneas.
E) um conjunto de normas aplicadas nas áreas urbanas que visa otimizar o escoamento das 
águas pluviais.
2) São temas que poderiam justificar a elaboração de projetos de drenagem urbana, EXCETO: 
A) processo erosivo.
B) alagamentos.
C) manutenção dos equipamentos.
D) migração lateral de canais lóticos naturais.
E) desmatamento em margem de rio, Área de Preservação Permanente (APP).
3) Marque a opção que NÃO expressa um objetivo que pode estar relacionado em projetos de 
sistema de drenagem urbana: 
A) aumentar a impermeabilidade dos solos.
B) preservar a biodiversidade.
C) preservar os padrões de drenagem natural.
D) aumentar a permeabilidade dos solos.
E) realizar a manutenção dos equipamentos de drenagem urbana.
4) São fotografias que ilustram algum equipamento dos sistemas de drenagem urbana, 
EXCETO: 
A) 
 
 B) 
 
C) 
 
 D) 
 
E) 
 
5) Marque a alternativa que coloca corretamente o conceito de gestão de drenagem urbana. 
A) Compreende o conjunto de infraestrutura com respeito ao escoamento das águas pluviais em 
áreas urbanas.
B) Compreende a administração de um conjunto de técnicas, ações e infraestrutura com 
respeito ao escoamento das águas pluviais em áreas urbanas.
C) Compreende a administração de infraestruturas com respeito ao escoamento das águas 
pluviais em áreas urbanas.
D) Compreende a administração de um conjunto de técnicas, ações e infraestrutura com 
respeito ao escoamento das águas oceânicas em áreas costeiras.
E) Compreende um conjunto de técnicas com respeito ao escoamento das águas pluviais em 
áreas urbanas.
Na prática
Imagine-se assumindo um cargo público no Departamento de Esgotos Pluviais de seu município. 
Seu chefe apresenta a você o departamento e discorre a respeito do assunto. Destaca que o 
serviço realizado nesse departamento garante gerenciamento e melhoramentos da infraestrutura 
de drenagem da cidade. Ele então apresenta a você sua mesa, entregando-lhe a primeira pasta, 
como são chamados os projetos em andamento do setor.
Você abre a pasta e analisa os documentos que tratam do gerenciamento da limpeza periódica de 
uma bacia de retenção. Você corretamente procede à vistoria e detecta entupimento nas galerias 
mais superficiais do sistema. Facilmente, liga o fato à falta de limpeza periódica dos resíduos 
maiores.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
GESTÃO DA DRENAGEM URBANA NO BRASIL: 
DESAFIOS PARA A SUSTENTABILIDADE
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
A NECESSIDADE DA DRENAGEM URBANA
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
DIRETRIZES BÁSICAS PARA PROJETOS DE DRENAGEM 
URBANA NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://periodicos.ufba.br/index.php/gesta/article/view/7105/4877
https://www.youtube.com/embed/l8NmPkOId7w
https://docplayer.com.br/9521956-Diretrizes-basicas-para-projetos-de-drenagem-urbana-no-municipio-de-sao-paulo-lilian-satiko-murata-juan-urzua-menares.html

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