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PRIMEIRO EXAME DA ORDEM UNIFICADO PARTE 02 DE 05 SOBRE O PROFESSOR Jorge Henrique Sousa Frota é natural de Nova Russas – CE. É formado em Direito pela Universidade de Fortaleza – UNIFOR. Possui especialização em Direito Tributário, Direito Constitucional Aplicado, Direito Administrativo, Neuroeducação e Neuroaprendizagem. Além de professor, o autor é advogado, com inscrição na seccional cearense – OAB/CE: n° 32.626. Publicou alguns artigos na seara tributária, dentre eles: “A ética no plano tributário”; “A concepção de tributo sob a ótica do direito tributário brasileiro”; “A remuneração adicional das férias gozadas do terço constitucional como hipótese de incidência do Imposto de Renda”; “Da admissibilidade da isenção de impostos em relação à compra de armas, munições e artefatos afins por militares da ativa, aposentados e da reserva – breves comentários acerca do Projeto de Lei 3600/2015” “Breve introdução à ciência jurídica tributária – do conceito e finalidade do direito tributário à sua autonomia como ramo jurídico”, e outros. Escreveu os seguintes livros: 01. EXAME DA ORDEM DE FORMA OBJETIVA - 1ª FASE: O QUE ESTUDAR E COMO ESTUDAR. 02. MANDADO DE SEGURANÇA: PERGUNTAS E RESPOSTAS. 03. MANUAL DE DIREITO TRIBUTÁRIO PARA O EXAME DA ORDEM - PARTE 01: CONCEITOS. 04. MANUAL DE DIREITO TRIBUTÁRIO PARA O EXAME DA ORDEM - PARTE 02: QUESTÕES COMENTADAS. 05. MANUAL DE DIREITO TRIBUTÁRIO PARA O EXAME DA ORDEM - PARTE 03: PEÇAS JURÍDICAS. 06. MANUAL DE DIREITO TRIBUTÁRIO - PARTE 04: ZONA DE TREINAMENTO. 07. MANUAL DE DIREITO ADMINISTRATIVO PARA O EXAME DA ORDEM: PALAVRAS CHAVES DE ESTUDO, ESTATÍSTICAS, QUESTÕES COMENTADAS E PEÇAS JURÍDICAS. 08. PROVAS COMENTADAS DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS – FGV - MAIS DE 700 QUESTÕES COMENTADAS DE FORMA PORMENORIZADA. 09. INTRODUÇÃO AOS DIREITOS CONSTITUCIONAL, TRIBUTÁRIO E ADMINISTRATIVO: UM RÁPIDO PASSEIO ACERCA DOS SEUS PRINCIPAIS INSTITUTOS. 10. DIREITO TRIBUTÁRIO: CONCEITOS E QUESTÕES COMENTADAS EM CONCURSOS DE CONTABILIDADE. Dentre outros. REDES SOCIAIS INSTAGRAM FACEBOOK LINKEDIN JUSBRASIL YOUTUBE. DADOS ESTATÍSTICOS DA PROVA E INFORMAÇÕES RELEVANTES QUESTÕES ANULADAS E DESATUALIZADAS QUESTÃO 02 (QUESTÃO ANULADA) QUESTÃO 11 (QUESTÃO ANULADA) QUESTÃO 24 (QUESTÃO ANULADA) QUESTÃO 31 (QUESTÃO ANULADA) QUESTÃO 33 (QUESTÃO ANULADA) QUESTÃO 38 (QUESTÃO DESATUALIZADA) QUESTÃO 41 (QUESTÃO DESATUALIZADA) QUESTÃO 47 (QUESTÃO DESATUALIZADA) QUESTÃO 52 (QUESTÃO DESATUALIZADA) QUESTÃO 53 (QUESTÃO DESATUALIZADA) QUESTÃO 54 (QUESTÃO DESATUALIZADA) QUESTÃO 55 (QUESTÃO DESATUALIZADA) QUESTÃO 68 (QUESTÃO DESATUALIZADA) QUESTÃO 73 (QUESTÃO DESATUALIZADA) As questões anuladas e desatualizadas foram substituídas por questões análogas de outros concursos. ESTATÍSTICA “JORGE FROTA PROFESSOR” A estatística “Jorge Frota Professor”, pauta-se na seguinte divisão: 01. Questões “letra de lei” (abarca as questões que podem ser resolvidas pela legislação: lei, resolução, etc.). 02. Questões entendimento sumulado/pacificado (abarca as questões que podem ser resolvidas por entendimentos pacificados: súmula, temas repetitivos, enunciados FONAJE, etc.). 03. Questões “doutrina/jurisprudência” (abarca as questões que não se encaixam no ponto 01 e 02). Obs. Caso uma questão se utilize de fundamento de “letra de lei” e “entendimento pacificado” para sua resolução, ela será classificada como questão entendimento sumulado/pacificado. Com base no primeiro exame da ordem unificado (que teve 100 questões) e as adaptações realizadas, pode-se afirmar que: 01. 84 questões podiam ser respondidas por “letra de lei” são elas: 01. 02. 03. 04. 05. 06. 07. 08. 09. 10. 13. 15. 16. 17. 18. 19. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. 44. 46. 47. 48. 49. 51. 52. 53. 54. 55. 56. 57. 58. 59. 60. 61. 62. 63. 64. 65. 66. 67. 68. 69. 70. 71. 72. 73. 75. 77. 82. 83. 84. 85. 86. 87. 88. 89. 90. 91. 93. 94. 95. 96. 97. 98. 99. 100), o que equivale a 84% da prova. 02. 09 questões podiam ser respondidas por “entendimento sumulado/pacificado” (são elas: 20. 45. 74. 76. 78. 79. 80. 81. 92.), o que equivale a 09% da prova. 03. 07 questões podiam ser respondidas por “doutrina/jurisprudência” (são elas: 11. 12. 14. 21. 31. 32. 50.), o que equivale a 07% da prova. PRIMEIRO EXAME DA ORDEM UNIFICADO. DIREITO CONSTITUCIONAL QUESTÃO 21 Considerando as repercussões processuais das garantias constitucionais, assinale a opção correta. A) Impõe-se, por ser norma de processo civil, de aplicação imediata, a legislação superveniente à impetração do mandado de segurança. B) A ausência de decisão administrativa em prazo razoável não enseja mandado de segurança, pois o Poder Judiciário não pode fixar prazo para decisões do Poder Executivo. C) Estrangeiro residente no exterior não pode impetrar mandado de segurança no Brasil. D) Mandado de segurança coletivo impetrado pela OAB deve ser ajuizado perante a justiça federal, ainda que não se trate de postulação de direito próprio. LETRA “D” CORRETA. FUNDAMENTO: DOUTRINA/JURISPRUDÊNCIA NÃO SUMULADA (MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO IMPETRADO PELA OAB DEVE SER AJUIZADO PERANTE A JUSTIÇA FEDERAL, AINDA QUE NÃO SE TRATE DE POSTULAÇÃO DE DIREITO PRÓPRIO). Vejamos: “(...) 3. Nesse contexto, a natureza da pessoa jurídica não será o elemento chave para a identificação da competência para o processamento do mandado de segurança. O que deverá ser observado, nessas situações, é a origem da função que foi delegada à autoridade. 4. As funções atribuídas à OAB pelo art. 44, I e II, da Lei n. 8.906/94 possuem natureza federal. Não há como conceber que a defesa do Estado Democrático de Direito, dos Direitos Fundamentais, a regulação da atividade profissional dos advogados, dentre outras, constituam atribuições delegadas pelos Estados Membros. (...) (AgRg no REsp 1255052/AP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/11/2012, DJe 14/11/2012)” Sobre o tema sugiro a leitura do texto nominado de “Justiça Federal é competente para julgar ações em que a OAB figure como parte” da revista CONJUR. Segue o link. QUESTÃO 22 Assinale a opção correta no que se refere às limitações estabelecidas no texto constitucional ao cargo de presidente da República. https://www.conjur.com.br/2016-ago-31/cabe-justica-federal-julgar-acoes-oab-figure-parte/ A) O presidente da República pode escolher e nomear livremente os ministros de Estado, com exceção do ministro das Relações Exteriores, cuja indicação deve ser aprovada pelo Senado Federal, assim como ocorre com os candidatos ao cargo de embaixador. B) A nomeação, pelo presidente da República, do advogado-geral da União depende da prévia aprovação do Senado Federal, que o fará em escrutínio secreto. C) Embora nomeado pelo presidente da República para um mandato de dois anos, o procurador-geral da República poderá ser destituído do cargo, de ofício, antes do término do mandato, por decisão da maioria absoluta dos senadores. D) Os ministros de Estado são nomeados livremente pelo presidente da República, podendo o Congresso Nacional, por deliberação da maioria absoluta de seus membros, exonerá-los a qualquer tempo. LETRA “C” CORRETA. FUNDAMENTO: ART. 52, XI DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. Vejamos: Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: (...) XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato. DIREITO EMPRESARIAL QUESTÃO 23 De acordo com o que dispõe a Lei das Sociedades por Ações, as ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a seus titulares, podem ser ordinárias, preferenciais ou de fruição. As ações de fruição A) constituem títulos que podem ser atribuídos aos acionistas após suas ações serem integralmente amortizadas. B) conferem aos titularesapenas os direitos comuns de acionista sem quaisquer privilégios ou vantagens. C) conferem ao titular algum privilégio ou vantagem de ordem patrimonial, sem que, entretanto, o acionista tenha direito de participação nos lucros reais. D) são tipicamente usadas por acionistas especuladores, ou por aqueles que não têm interesse na gestão da sociedade. LETRA “A” CORRETA. FUNDAMENTO: ART. 44, §5º DA LEI Nº 6.404, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1976. (DISPÕE SOBRE AS SOCIEDADES POR AÇÕES). Vejamos: Art. 44. O estatuto ou a assembléia-geral extraordinária pode autorizar a aplicação de lucros ou reservas no resgate ou na amortização de ações, determinando as condições e o modo de proceder-se à operação. § 1º O resgate consiste no pagamento do valor das ações para retirá-las definitivamente de circulação, com redução ou não do capital social, mantido o mesmo capital, será atribuído, quando for o caso, novo valor nominal às ações remanescentes. § 2º A amortização consiste na distribuição aos acionistas, a título de antecipação e sem redução do capital social, de quantias que lhes poderiam tocar em caso de liquidação da companhia. § 3º A amortização pode ser integral ou parcial e abranger todas as classes de ações ou só uma delas. § 4º O resgate e a amortização que não abrangerem a totalidade das ações de uma mesma classe serão feitos mediante sorteio; sorteadas ações custodiadas nos termos do artigo 41, a instituição financeira especificará, mediante rateio, as resgatadas ou amortizadas, se outra forma não estiver prevista no contrato de custódia. § 5º As ações integralmente amortizadas poderão ser substituídas por ações de fruição, com as restrições fixadas pelo estatuto ou pela assembléia-geral que deliberar a amortização; em qualquer caso, ocorrendo liquidação da companhia, as ações amortizadas só concorrerão ao acervo líquido depois de assegurado às ações não a amortizadas valor igual ao da amortização, corrigido monetariamente. § 6o Salvo disposição em contrário do estatuto social, o resgate de ações de uma ou mais classes só será efetuado se, em assembléia especial convocada para deliberar essa matéria específica, for aprovado por acionistas que representem, no mínimo, a metade das ações da(s) classe(s) atingida(s). (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) QUESTÃO 24 (CESPE - 2013 - TRF - 1ª REGIÃO - JUIZ FEDERAL) João emitiu, em 1.º/10/2012, um cheque em pagamento de uma mercadoria no valor de R$ 500,00 avalizado por Bosco — que aceitou dar o aval no valor de R$ 300,00. Dois dias após a celebração do contrato, João constatou um grave defeito na mercadoria, que impedia seu funcionamento. Ao procurar o vendedor, para devolver a mercadoria e receber seu cheque de volta, João foi por ele informado de que o cheque havia sido endossado a Pedro, que, procurado por João, informou-lhe que endossara o cheque em branco. Carlos, que havia recebido o cheque, tendo preenchido o endosso em seu nome, apresentou-o, no dia 28/10/2012, para pagamento. O pagamento do cheque foi recusado por falta de fundos, motivo declarado no próprio cheque pela câmara de compensação. Com base na situação hipotética apresentada acima, assinale a opção correta. A) Apenas depois de cobrar de Pedro o pagamento do cheque, poderá Carlos cobrar dos demais portadores do cheque, já que foi Pedro quem lhe endossou o cheque. B) Para não perder o direito de cobrar de João e dos demais endossantes o valor do cheque, Carlos deve protestá-lo. C) É válido o aval parcial dado por Bosco, estando ele, portanto, obrigado a pagar R$ 300,00. D) Em defesa contra eventual cobrança de Carlos, João pode negar-se a pagar sob o argumento de que a mercadoria por ele adquirida parentou grave defeito. E) A transmissão do cheque feita a Carlos é inválida, pois não se admite, na lei, tal modalidade de endosso. LETRA “C” CORRETA. FUNDAMENTO: ART. 29 DA LEI Nº 7.357, DE 2 DE SETEMBRO DE 1985 (DISPÕE SOBRE O CHEQUE E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS). Vejamos: “Art. 29. O pagamento do cheque pode ser garantido, no todo ou em parte, por aval prestado por terceiro, exceto o sacado, ou mesmo por signatário do título”. QUESTÃO 25 Suponha que Maria tenha ajuizado ação de cobrança contra a pessoa jurídica Y, a qual, no curso da referida ação de conhecimento, teve sua falência decretada pelo juízo competente. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta com base na legislação de regência. A) A decretação da falência de Y não pode suspender o curso da ação proposta por Maria. B) Caso a sede de Y esteja localizada fora do país, o juízo competente para a decretação da falência será o do local de sua filial no Brasil. C) O juízo competente para processar a ação proposta por Maria, poderá determinar, de imediato, a reserva da importância que estimar devida na falência. D) Se a habilitação do crédito de Maria ocorrer após a homologação do quadro geral de credores e for recebida como retardatária, Maria perderá o direito aos rateios eventualmente realizados, mas o valor de seu crédito será acrescido de juros e atualizado monetariamente até a data de sua integral satisfação. LETRA “B” CORRETA. FUNDAMENTO: ART. 3º DA LEI Nº 11.101, DE 9 DE FEVEREIRO DE 2005 (REGULA A RECUPERAÇÃO JUDICIAL, A EXTRAJUDICIAL E A FALÊNCIA DO EMPRESÁRIO E DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA). Vejamos: “Art. 3º É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil”. DIREITO DO CONSUMIDOR QUESTÃO 26 Acerca da disciplina jurídica da proteção contratual do consumidor, assinale a opção correta. A) A lei confere ao consumidor a possibilidade de desistir do contrato, no prazo máximo de quinze dias a contar do recebimento do produto, no caso de contratação de fornecimento de produtos ocorrida fora do estabelecimento empresarial. B) Reputam-se nulas de pleno direito as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que infrinjam normas ambientais ou possibilitem a violação dessas normas. C) A garantia contratual exclui a garantia legal, desde que conferida mediante termo escrito que discipline, de maneira adequada, a constituição daquela garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar para o seu exercício. D) A lei limita a 10% do valor da prestação as multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu termo, no caso de fornecimento de produtos que envolva concessão de financiamento ao consumidor. LETRA “B” CORRETA. FUNDAMENTO: ART. 51, XIV DA LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990 (DISPÕE SOBRE A PROTEÇÃO DO CONSUMIDOR E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS). Vejamos: “Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: (...) XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais”. QUESTÃO 27 Assinale a opção correta a respeito da disciplina normativa da defesa, em juízo, do consumidor. A) É lícita às associações legalmente constituídas há mais de um ano a propositura de ação coletiva para a defesa dos direitos de seus associados, desde que haja prévia autorização em assembleia. B) Na hipótese de ação coletiva para a defesa de interesses individuais homogêneos, é exclusivamente competente para a execução coletiva o juízo da liquidação da sentença ou o da ação condenatória. C) Tratando-se de ações coletivas para a defesa de direitos individuais homogêneos, a sentença fará coisa julgada erga omnes, no caso de procedência ou improcedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas. D) De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, as ações coletivas para a defesa de interesses ou de direitos coletivos não induzem litispendência para as ações individuais. LETRA “D” CORRETA. FUNDAMENTO: ART. 104 DA LEI Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990 (DISPÕE SOBRE APROTEÇÃO DO CONSUMIDOR E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS). Vejamos: “Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não induzem litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva”. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL QUESTÃO 28 Acerca das obrigações de dar, fazer e não fazer, assinale a opção correta. A) No caso de entrega de coisa incerta, se houver, antes da escolha, perda ou deterioração do bem, ainda que decorrente de caso fortuito ou força maior, a obrigação ficará resolvida para ambas as partes. B) Em caso de obrigação facultativa, o perecimento da coisa devida não implica a liberação do devedor do vínculo obrigacional, podendo-se dele exigir a realização da obrigação devida. C) É divisível a obrigação de prestação de coisa indeterminada. D) Tratando-se de obrigação de entrega de coisa certa, a obrigação será extinta caso a coisa se perca sem culpa do devedor, antes da tradição ou mediante condição suspensiva. LETRA “D” CORRETA. FUNDAMENTO: ARTS. 233 E 234 DA LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 (INSTITUI O CÓDIGO CIVIL). Vejamos: Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. QUESTÃO 29 Assinale a opção correta de acordo com o Código Civil brasileiro. A) A sub-rogação objetiva ou real ocorre pela substituição de uma das partes, sem a extinção do vínculo obrigacional. B) Caso o sub-rogado não consiga receber a importância devida, ele poderá cobrá- la do credor original. C) Aplica-se à dação em pagamento o regime jurídico dos vícios redibitórios. D) Opera-se novação quando o devedor oferece nova garantia ao credor. LETRA “C” CORRETA. FUNDAMENTO: ARTS. 357 E 441 DA LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 (INSTITUI O CÓDIGO CIVIL). Vejamos: Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as partes regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda. Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor. Contrato de compra e venda é um exemplo contrato comutativo. Logo, é correto afirmar que se aplica à dação em pagamento o regime jurídico dos vícios redibitórios. UM POUCO MAIS! O vício redibitório, no contexto do Direito Civil, representa um elemento crucial que visa proteger as partes envolvidas em contratos comutativos, nos quais ambas as partes assumem obrigações específicas. Este conceito refere-se a defeitos ocultos que comprometem um bem, seja ele móvel ou imóvel, resultando na diminuição de seu valor ou tornando-o impróprio para o consumo. A base legal para o entendimento e aplicação do vício redibitório encontra-se no Art. 441 do Código Civil. Este artigo estabelece que a coisa adquirida por meio de um contrato comutativo pode ser rejeitada se apresentar vícios ou defeitos ocultos que a tornem inadequada para o uso ao qual se destina, ou se houver uma diminuição significativa em seu valor. É relevante ressaltar que o vício redibitório não se aplica a todos os tipos de contratos, sendo restrito aos contratos comutativos. Estes contratos são caracterizados pela previsão de obrigações específicas para ambas as partes envolvidas. Dessa forma, a legislação visa assegurar que as partes não sejam prejudicadas ao receberem bens defeituosos ou com vícios ocultos, garantindo o equilíbrio contratual. O parágrafo único do Art. 441 estende a aplicação desse dispositivo também às doações onerosas, ampliando sua abrangência para além dos contratos estritamente comutativos. Assim, a disposição legal busca abarcar situações em que há transferência de bens mediante uma contraprestação, garantindo a proteção do adquirente, mesmo em contextos diferentes dos contratos tradicionais. Em síntese, o vício redibitório desempenha um papel essencial no ordenamento jurídico, salvaguardando as partes de contratos comutativos e doações onerosas, ao possibilitar a rejeição de bens com defeitos ocultos, preservando a equidade nas relações contratuais. QUESTÃO 30 Assinale a opção correta com relação à responsabilidade civil. A) O dano deve ser certo, por essa razão não é possível a indenização por dano eventual, decorrente da perda de uma chance. B) Tratando-se de responsabilidade subjetiva contratual, a responsabilidade do agente pode subsistir mesmo nos casos de força maior e de caso fortuito, desde que a lei não coíba a sua previsão. C) De acordo com o regime da responsabilidade civil traçado no Código Civil brasileiro, inexistem causas excludentes da responsabilidade civil objetiva. D) A extinção da punibilidade criminal sempre obsta a propositura de ação civil indenizatória. LETRA “B” CORRETA. FUNDAMENTO: ART. 399 DA LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 (INSTITUI O CÓDIGO CIVIL). Vejamos: “Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada”. A culpa é um dos elementos da responsabilidade civil subjetiva, juntamente com a conduta; o dano; e o nexo causal. Sendo, correto afirmar que tratando-se de responsabilidade subjetiva contratual, a responsabilidade do agente pode subsistir mesmo nos casos de força maior e de caso fortuito, desde que a lei não coíba a sua previsão. QUESTÃO 31 (FGV - 2024 - CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO - SP - PROCURADOR LEGISLATIVO) Em março de 2003, Homero e Agatha se casaram pelo regime da comunhão parcial de bens. Desde o ano passado, Homero teve ciência da infidelidade da esposa ao longo de todo matrimônio. Diante disso, realizou no mês passado exame de DNA de paternidade (DNA Figerprint) de seus filhos, Emanuel, 14 (quatorze) anos, e Sophia, 10 (dez) anos. O resultado reconheceu o vínculo biológico entre Homero e Sophia, porém negou o vínculo entre ele e Emanuel. Destaca-se que desde a concepção Homero sempre foi um pai dedicado, participando cotidianamente da vida de seus filhos, além de ser o principal provedor das despesas da família, o que gerou grande afeto, respeito e admiração dos filhos por ele. Perplexo pelo ocorrido, Homero procura consultoria jurídica desejando o divórcio culposo e a negatória de paternidade com anulação do registro respectivo. Sobre a hipótese, segundo o sistema jurídico brasileiro, assinale a afirmativa correta. A) A infidelidade comprovada é causa legal para o pedido de divórcio que levará a perda do direito ao nome e aos alimentos, além do dever de indenizar. B) Homero poderá promover a ação de divórcio culposo com o pedido de exclusão da adúltera a partilha dos bens. C) A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal aboliu do ordenamento jurídico brasileiro o divórcio culposo, contudo para a propositura da ação negatória basta o exame negativo de paternidade. D) Para propositura da ação negatória de paternidade, não basta o exame de DNA, que reconhece a inexistência do vínculo biológico, é preciso a confissão expressa da genitora, além do consentimento expresso do adolescente. E) Com base na jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça, para açãonegatória de paternidade cumulada com pedido de anulação de registro, é preciso demonstrar a inexistência de relação socioafetiva entre pai e filho. LETRA “E” CORRETA. FUNDAMENTO: DOUTRINA/JURISPRUDÊNCIA. Segue julgado que trata do tema: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE C/C ANULAÇÃO DE REGISTRO - DECLARANTE INDUZIDO EM ERRO - RELAÇÃO DE AFETO ESTABELECIDA ENTRE AS PARTES QUE FOI COMPLETAMENTE ROMPIDA APÓS O RESULTADO DO EXAME DE DNA - FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA NÃO CONSOLIDADA - PROCEDÊNCIA DO PEDIDO INAUGURAL - REFORMA DA SENTENÇA. - 'Em conformidade com os princípios do Código Civil de 2002 e da Constituição Federal de 1988, o êxito em ação negatória de paternidade depende da demonstração, a um só tempo, da inexistência de origem biológica e também de que não tenha sido constituído o estado de filiação, fortemente marcado pelas relações socioafetivas e edificado na convivência familiar. Vale dizer que a pretensão voltada à impugnação da paternidade não pode prosperar quando fundada apenas na origem genética, mas em aberto conflito com a paternidade socioafetiva.' (REsp 1352529/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 24/02/2015, DJe 13/04/2015). - Excluída pelo exame de DNA a paternidade biológica e não consolidada a filiação socioafetiva após a descoberta da verdade genética, julga-se procedente o pedido da ação negatória de paternidade, determinando-se a retificação do registro de nascimento realizado mediante vicio do consentimento (erro por parte do declarante). - Recurso provido e pedido julgado procedente" (e-STJ fl. 129). QUESTÃO 32 A respeito da vigência, aplicação, eficácia e interpretação da lei, assinale a opção correta. A) A derrogação torna sem efeito uma parte de determinada norma, não perdendo esta a sua vigência. B) A interpretação da norma presta-se a preencher as lacunas existentes no sistema normativo. C) O regime de bens obedece à lei do país em que for celebrado o casamento. D) Em regra, caso a lei revogadora venha a perder a vigência, restaura-se a lei revogada. LETRA “A” CORRETA. FUNDAMENTO: DOUTRINA/JURISPRUDÊNCIA NÃO SUMULADA (DERROGAÇÃO E ABROGAÇÃO). Vejamos: 01. Derrogação é a revogação parcial de uma lei. Ab-rogação é a revogação total de uma lei. Revogar é um termo utilizado no contexto jurídico para indicar o ato de anular, cancelar ou tornar sem efeito uma norma legal. Quando algo é revogado, significa que perde sua validade ou eficácia. QUESTÃO 33 (FGV - 2023 - CÂMARA DOS DEPUTADOS - CONSULTOR LEGISLATIVO - ÁREA II - TARDE) No dia 30 de agosto, Antônio, empresário, residente em São Paulo, contratou Helena, artista plástica, residente no Rio de Janeiro, para pintar uma tela que ele queria dar de presente à sua mulher, no aniversário desta, em 30 de setembro, por R$ 50.000,00. Foi ajustado o prazo de trinta dias para a realização do serviço, e multa de 40% sobre o valor da remuneração na hipótese de inadimplemento. Combinou-se, também, que a entrega ocorreria no escritório de Antônio, em São Paulo. Ocorre que Fábio, assistente de Helena, confundiu-se sobre a contagem do prazo. Equivocadamente, Fábio concluiu que o prazo de Helena venceria no dia 30 de setembro, e agendou a viagem de Helena para São Paulo em tal data, no primeiro voo. Para infelicidade de Helena, após pousar no Aeroporto de Congonhas, na manhã do dia 30 de setembro, a artista teve a ingrata surpresa de descobrir que sua bagagem, contendo a tela, havia sido extraviada. Ao explicar a Antônio o ocorrido, que Helena considerou um caso fortuito ou de força maior, os contratantes se desentenderam, e Antônio disse que cobraria judicialmente a multa. Helena afirmou que não pagaria, sobretudo por se tratar de multa abusiva. Com base nos fatos narrados, assinale a afirmativa correta. A) Assiste razão a Helena, vez que a impossibilidade do cumprimento da obrigação decorreu de caso fortuito ou de força maior. B) Assiste razão a Antônio, vez que Helena, no caso, responde até mesmo pela impossibilidade decorrente de caso fortuito ou força maior, e a multa está dentro do limite legal. C) A cobrança da multa contratual depende de prova de efetivo prejuízo. D) Assiste razão a Helena, vez que a tela ainda pode ser recuperada e entregue a Antônio. E) Helena, no caso, responde até mesmo pela impossibilidade decorrente de caso fortuito ou força maior, porém a multa contratual estabelecida excede o limite legal. LETRA “B” CORRETA. FUNDAMENTO: ARTS. 319 E 412 DA LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 (INSTITUI O CÓDIGO CIVIL). Vejamos: Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada. Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em segurança especial de outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena cominada, juntamente com o desempenho da obrigação principal. QUESTÃO 34 Assinale a opção correta com relação ao registro, exigido na transmissão da propriedade de bens imóveis. A) Realizado o registro do título translativo, este produzirá efeitos ex tunc, o que torna o adquirente proprietário desde a formalização do título. B) Sendo o registro, no âmbito do direito nacional, meio necessário para a transmissão da propriedade de bem imóvel, sua realização importa presunção absoluta de propriedade. C) Vendido o imóvel a duas pessoas diferentes, será válido o registro ainda que realizado pelo adquirente que possua o título de data mais recente. D) Se uma pessoa vender imóvel seu a outra e esta, por sua vez, o vender a terceiro, será possível, provada a regularidade dos negócios, o registro desse último título translativo sem que se registre o primeiro. LETRA “C” CORRETA. FUNDAMENTO: ART. 1.246 DA LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 (INSTITUI O CÓDIGO CIVIL) E/OU ART. 186 DA LEI Nº 6.015, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1973 (DISPÕE SOBRE OS REGISTROS PÚBLICOS, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS), Vejamos: Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título ao oficial do registro, e este o prenotar no protocolo. Art. 186. O número de ordem determinará a prioridade do título, e esta a preferência dos direitos reais, ainda que apresentados pela mesma pessoa mais de um título simultaneamente. É o que a doutrina chama de princípio da prioridade. Sobre o tema, dispõe Eduardo Augusto apud Camila Ramos: “uma vez apresentado um título no serviço registral competente, o mesmo deverá ser lançado no Livro de Protocolo, garantindo a prioridade do direito. Como o Direito não socorre quem dorme, o primeiro que apresentar um título ao Registrador terá assegurado seu direito posto em controvérsia com outro. A prioridade se presta, também, para autenticar a data da constituição, declaração, modificação ou extinção de direitos. Além da finalidade acima exposta, quando não há conflito entre dois ou mais títulos, a prioridade se presta como marco representativo de uma alteração jurídica envolvendo sujeitos e bens. Numa compra e venda de bem imóvel, por exemplo, a propriedade será adquirida quando da apresentação do título no Registro de Imóveis da situação do imóvel”. (RAMOS, Camila. Princípio da Prioridade no Cartório de Registro de Imóveis. Disponível em link. Acesso em 30 de janeiro de 2024). QUESTÃO 35 Considere que o filho de Mário Lins de Souza e de Luna Ferreira de Melo tenha sido registrado com o nome de Paulo de Souza. Nessa situação hipotética, A) Paulo, se assim o desejar, poderá, no prazo de até um ano após atingir a maioridade, introduzir em seu nome um patronímico materno, sem que precise justificar sua vontade. B) é obrigatória, em razão da abolição do traço patriarcal da legislação civil brasileira,a adoção do sobrenome materno, de modo que o registro de nascimento de Paulo poderá ser alterado a qualquer momento e, até mesmo, de ofício. C) apenas por meio do casamento será possível a Paulo alterar seu nome, o que será feito com a inclusão de sobrenome da esposa. D) Paulo poderá, se assim o desejar, incluir em seu nome apelido que seja notório, o que deverá ocorrer por meio de pedido devidamente instruído e dirigido ao oficial do cartório de registro civil. LETRA “A” CORRETA. FUNDAMENTO: ART. 57, I DA LEI Nº 6.015, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1973 (DISPÕE SOBRE OS REGISTROS PÚBLICOS, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS). Vejamos: Art. 57. A alteração posterior de sobrenomes poderá ser requerida pessoalmente perante o oficial de registro civil, com a apresentação de certidões e de documentos necessários, e será averbada nos assentos de nascimento e casamento, independentemente de autorização judicial, a fim de: (Redação dada pela Lei nº 14.382, de 2022) I - inclusão de sobrenomes familiares. (Incluído pela Lei nº 14.382, de 2022) Mudança de Patronímico é a alteração (adição e outros) do sobrenome dos genitores no registro de nascimento ou casamento de algum membro da prole. https://www.jusbrasil.com.br/artigos/principio-da-prioridade-no-cartorio-dehttps:/www.jusbrasil.com.br/artigos/principio-da-prioridade-no-cartorio-de-registro-de-imoveis/941560428registro-de-imoveis/941560428https:/www.jusbrasil.com.br/artigos/o-que-e-o-casamento-putativo-e-quais-seus-efeitos-juridicos/1181975428 QUESTÃO 36 A respeito dos defeitos dos negócios jurídicos, assinale a opção correta. A) A lesão é um defeito que surge concomitantemente à realização do negócio e enseja a sua anulabilidade. Entretanto, permite-se a revisão contratual para evitar a anulação, aproveitando-se, assim, o negócio. B) Se, na celebração do negócio, uma das partes induzir a erro a outra, levando-a a concluir o negócio e a assumir uma obrigação desproporcional à vantagem obtida pelo outro, esse negócio será nulo porque a manifestação de vontade emana de erro essencial e escusável. C) O dolo acidental, a despeito do qual o negócio seria realizado, embora por outro modo, acarreta a anulação do negócio jurídico. D) Tratando-se de negócio jurídico a título gratuito, somente se configura fraude quando a insolvência do devedor seja notória ou haja motivo para ser conhecida, admitindo-se a anulação do negócio pelo credor. LETRA “A” CORRETA. FUNDAMENTO: ART. 157 E §§ DA LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 (INSTITUI O CÓDIGO CIVIL). Vejamos: SEÇÃO V DA LESÃO Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. § 1 o Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico. § 2 o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito. Segundo Maria Helena Diniz, “o instituto da lesão visa proteger o contratante, que se encontra em posição de inferioridade, ante o prejuízo por ele sofrido na conclusão de contrato comutativo, devido à considerável desproporção existente, no momento da efetivação do contrato, entre as prestações das duas partes”. (DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro. 27 ed. São Paulo: Saraiva, 2010, v. 1, p. 489). QUESTÃO 37 Assinale a opção correta acerca da prestação de alimentos. A) Somente os filhos têm o direito de pedir alimentos. B) O direito a alimentos é recíproco entre pais e filhos. C) Após a separação judicial do casal, mesmo que o cônjuge venha a necessitar de alimentos, ele não mais poderá pleitear ao outro cônjuge a prestação alimentícia. D) Os créditos alimentares prescrevem em cinco anos. LETRA “B” CORRETA. FUNDAMENTO: ART. 1.696 DA LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 (INSTITUI O CÓDIGO CIVIL). Vejamos: “Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros”. QUESTÃO 38 (FGV - 2023 - TJ-GO - JUIZ SUBSTITUTO) Texto 1 Alexandre, menor absolutamente incapaz, ajuizou ação pelo procedimento comum, representado por seu genitor, em face de operadora de plano de saúde, pleiteando a condenação desta a custear determinado tratamento cuja cobertura lhe fora negada, bem como a lhe pagar verba reparatória de danos morais. A petição inicial, na qual também foi requerida a concessão de tutela provisória para o fim de se assegurar, desde logo, a cobertura do tratamento, foi instruída com cópia do contrato celebrado com a operadora, com a documentação comprobatória dos pagamentos das mensalidades e com laudos médicos atestando a necessidade imediata do tratamento prescrito para o autor, além de outros documentos essenciais para a propositura da ação. A ação foi ajuizada em um juízo cível da Comarca de Goiânia, embora o menor e o seu representante legal residam em Serranópolis, tendo a operadora demandada, por sua vez, sede na cidade de São Paulo/SP, sem ter qualquer estabelecimento ou filial na capital goiana. Quanto ao contrato, foi ele entabulado no Município em que reside a parte autora. Considerando a situação descrita no texto 1, é correto afirmar que: A) não há qualquer vício de incompetência; B) caso entenda que o juízo é incompetente para julgar o feito, caberá à ré ofertar o incidente de exceção de incompetência; C) caso reconheça o vício de incompetência, o magistrado deverá julgar extinto o feito, sem resolução do mérito; D) reputando configurado o vício de incompetência, o órgão do Ministério Público que intervier no feito poderá argui-lo; E) caso seja reconhecida a incompetência, a decisão concessiva da tutela provisória porventura proferida deverá ser anulada. LETRA “D” CORRETA. FUNDAMENTO: ART. 65, PARÁGRAFO ÚNICO DA LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 (INSTITUI O CÓDIGO CIVIL). Vejamos: “Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preliminar de contestação. Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que atuar”. QUESTÃO 39 Com relação aos atos processuais, assinale a opção correta. A) Comparecendo o réu apenas para arguir a nulidade da citação e sendo esta decretada, será considerada feita a citação na data em que for juntado aos autos o mandado de nova citação, devidamente cumprido, com os requisitos legais. B) São requisitos da citação por edital, entre outros, a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre vinte e quarenta dias, a partir da data da primeira publicação. C) Tratando-se de ações de estado, a citação será feita pelo correio, nas localidades atendidas pela entrega domiciliar de correspondência. D) Para a fixação do termo inicial da contagem de prazo processual, se a comunicação for feita por edital, o prazo para a prática do ato processual terá início a partir do termo final do prazo previsto no próprio edital para aperfeiçoamento da citação. LETRA “D” CORRETA. FUNDAMENTO: ART. 257, III DA LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015 (CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL). Vejamos: Art. 257. São requisitos da citação por edital: I - a afirmação do autor ou a certidão do oficial informando a presença das circunstâncias autorizadoras; II - a publicação do edital na rede mundial de computadores, no sítio do respectivo tribunal e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, que deve ser certificada nos autos; III - a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 (vinte) e 60 (sessenta) dias, fluindo da data da publicação única ou, havendo mais de uma, da primeira; IV - a advertência de que será nomeado curador especial em caso de revelia. Parágrafo único. O juiz poderá determinar que a publicaçãodo edital seja feita também em jornal local de ampla circulação ou por outros meios, considerando as peculiaridades da comarca, da seção ou da subseção judiciárias. QUESTÃO 40 Fabrício ajuizou ação de interdição contra José, seu pai, alegando, em síntese, que este sofria de demência senil. José foi, então, citado para comparecer ao interrogatório, ocasião em que respondeu às perguntas feitas pelo juiz e externou seu inconformismo com a ação ajuizada pelo filho. Aberto o prazo de cinco dias, após o interrogatório, para o interditando impugnar o pedido de sua interdição, este se quedou inerte, em que pese não ser portador de doença mental alguma, além de não haver, nos autos, prova da suposta demência. Na situação hipotética acima, em face dos fatos apresentados, o juiz A) não poderá aplicar os efeitos da revelia, pois a ação versa sobre direito indisponível. B) deve reconhecer e aplicar os efeitos da revelia, presumindo verdadeiros os fatos alegados pelo autor. C) deve ordenar nova citação do requerido, obrigando-o a apresentar resposta. D) deve designar audiência preliminar para tentar conciliar as partes. LETRA “A” CORRETA. FUNDAMENTO: ART. 345, II DA LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015 (CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL). Vejamos: Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se: I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis; III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato; IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos.