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ERGONOMIA-CONCEITOS-E-TIPOS

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1 
 
 
2 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 
2 CONCEITOS E ETIMOLOGIAS .................................................................. 5 
3 Definições de Ergonomia ............................................................................ 6 
4 RISCOS ERGONÔMICOS .......................................................................... 9 
5 ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA - FREDERICK W. TAYLOR (1900)........ 10 
5.1 Considerações da Administração Científica de Taylor ....................... 12 
6 REAÇÃO DOS TRABALHADORES ......................................................... 13 
7 O DESENVOLVIMENTO ATUAL DA ERGONOMIA ................................. 14 
7.1 Os investimentos em Ergonomia proporcionam harmonia entre o 
homem e o seu trabalho ........................................................................................ 18 
8 O PROCESSO DE ERGONOMIA ............................................................. 22 
8.1 Metas do processo de ergonomia ...................................................... 23 
9 NOÇÕES BÁSICAS DE ANATOMIA E FISIOLOGIA ................................ 25 
9.1 Identificação das Limitações do Organismo Humano ........................ 25 
10 SISTEMA LOCOMOTOR ...................................................................... 27 
10.1 Sistema Esquelético ........................................................................ 28 
10.2 Coluna vertebral .............................................................................. 29 
10.3 Principais doenças da coluna .......................................................... 30 
10.4 Músculos ......................................................................................... 34 
10.5 Tendões .......................................................................................... 35 
11 POSTURA INADEQUADA ..................................................................... 37 
11.1 Repetitividade ................................................................................. 39 
11.2 Prevenção ....................................................................................... 42 
12 ANÁLISE POSTURAL DO CORPO HUMANO ...................................... 44 
12.1 O trabalho na postura sentada ........................................................ 49 
12.2 Antropometria .................................................................................. 51 
 
3 
12.3 Critérios par dimensionamento dos postos de trabalho .................. 54 
13 BIBLIOGRAFIAS ................................................................................... 57 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
1 INTRODUÇÃO 
 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
5 
2 CONCEITOS E ETIMOLOGIAS 
 
 Fonte: pt.slideshare.com 
As fábricas do início da Revolução Industrial não apresentavam o melhor dos 
ambientes de trabalho. As condições das fábricas eram precárias. Eram ambientes 
com péssima iluminação, abafados e sujos. Os salários recebidos pelos trabalhadores 
eram muito baixos e chegava-se a empregar o trabalho infantil e feminino. Os 
empregados chegavam a trabalhar até 18 horas por dia e estavam sujeitos a castigos 
físicos dos patrões. Não havia direitos trabalhistas como, por exemplo, férias, décimo 
terceiro salário, auxílio doença, descanso semanal remunerado ou qualquer outro 
benefício. Quando desempregados, ficavam sem nenhum tipo de auxílio e passavam 
por situações de precariedade (NETO, 2012). 
Em muitas regiões da Europa, os trabalhadores se organizavam para lutar por 
melhores condições de trabalho. Os empregados das fábricas formaram as trade 
unions (espécie de sindicatos) com o objetivo de melhorar as condições de trabalho 
dos empregados. Houve também movimentos mais violentos como “quebradores de 
maquinas”, os ludistas invadiam fabricas e destruíam seus equipamentos numa forma 
de protesto e revolta com relação a vida dos empregados (NETO, 2012). 
O cartismo foi mais brando na forma de atuação, pois optou pela vida política 
conquistando diversos direitos políticos para os trabalhadores. Nessa mesma época 
surgiram estudos encabeçados por Frank e Lilian Gilbreth e Morris Cooke adaptando 
os princípios da administração cientifica em organizações nas não industrias (NETO, 
2012). 
 
6 
Quase cem anos mais tarde, em 1949, um engenheiro inglês chamado Murrel 
criou na Inglaterra a primeira sociedade nacional de Ergonomia, a Ergonomic 
Research Society. Nesta espoca que iniciou a concepção sobre Ergonomia. 
Posteriormente, a ergonomia desenvolveu-se em números países industrializados, 
como a França, Estados Unidos, Alemanha, Japão e países escandinavos (NETO, 
2012). 
3 DEFINIÇÕES DE ERGONOMIA 
 
 Fonte: comunidadesebrae.com.br 
 
A ergonomia ou engenharia humana é uma ciência relativamente recente que 
estuda as relações entre o homem e seu ambiente de trabalho e definida pela OIT 
(Organização Internacional do Trabalho) como "A aplicação das ciências biológicas 
humanas em conjunto com os recursos e técnicas da engenharia para alcançar o 
ajustamento mútuo, ideal entre o homem e o seu trabalho, e cujos resultados se 
medem em termos de eficiência humana e bem-estar no trabalho" (KASSADA, 
LOPES, KASSADA, 2011). 
A ergonomia integra diferentes campos do conhecimento, como áreas de 
estudo da fisiologia e da psicologia quando estuda o homem em situação real de 
trabalho para identificar os elementos críticos sobre a saúde e a segurança originados 
nestas situações e a partir daí elabora recomendações de melhoria das condições de 
trabalho, bem como desenvolve instrumentos pedagógicos para qualificar os 
trabalhadores (ASSUNÇÃO, LIMA, 2003). 
 
7 
Para Slack et al (2002), entender como os locais de trabalho afetam o 
desempenho, a fadiga, os desgastes, os danos físicos é parte da abordagem 
ergonômica do posto de trabalho. 
De acordo com Iida (2004) “ao contrário de muitas outras ciências cujas origens 
se perdem no tempo e no espaço, a ergonomia tem uma data oficial de nascimento: 
12 de julho de 1949. Nesse dia, reuniu-se, pela primeira vez, na Inglaterra, um grupo 
de cientistas e pesquisadores interessados em discutir e formalizar a existência desse 
novo ramo de aplicação interdisciplinar da ciência”. 
Iida (2005) ainda diz que “em uma segunda reunião do grupo, ocorrida em 16 
de fevereiro de 1950, foi proposto o neologismo ergonomia, formado pelos termos 
gregos ergon= trabalho e nomos = regras, leis naturais. 
A ergonomia no seu processo evolutivo enquanto disciplina científica 
incorpora atividades de caráter sistêmico e interdisciplinar, pois, ao tratar das 
condições de trabalho humano tem que dar conta de dimensões múltiplas na 
sua avaliação. O termo ergonomia foi utilizado pelaprimeira vez em 1857 
pelo polonês Woitej Yastembowky. Ele publicou um artigo intitulado “Ensaios 
de ergonomia ou ciência do trabalho, baseado nas leis objetivas da ciência 
sobre a natureza” (IIDA, 2005. Apud BARBOSA FILHO, 2010). 
 
 
 Fonte: render.com.br 
 
 
Conceito da International Ergonomics Association (IEA): É o estudo científico 
da relação entre o homem e seus meios, métodos e espaços de trabalho. Seu objetivo 
é elaborar, mediante a contribuição de diversas disciplinas científicas que a compõem, 
um corpo de conhecimentos que, dentro de uma perspectiva de aplicação, deve 
 
8 
resultar em uma melhor adaptação ao homem dos meios tecnológicos e dos 
ambientes de trabalho e de vida” (FREITAS, MINETTE, 2014). 
Conceito da Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO): “A ergonomia é o 
estudo da adaptação do trabalho às características fisiológicas e psicológicas do ser 
humano”. 
Definição da OIT: É a aplicação das ciências biológicas humanas e o 
ajustamento mútuo ideal entre o homem e seu trabalho, cujos resultados se medem 
em termos de eficiência humana e bem estar no trabalho. É um conjunto de ciências 
e tecnologias que procura o ajuste confortável e produtivo entre o ser humano e o seu 
trabalho. 
Entende-se que a ergonomia já faz parte do ambiente organizacional de forma 
a contribuir de forma positiva para adaptação do trabalhador ao posto que ocupará. 
De acordo com Iida (2005) “os praticantes da ergonomia são chamados de 
ergonomistas e realizam o planejamento, projeto de tarefas, postos de trabalho, 
produtos, ambientes e sistemas, tornando-os compatíveis com as necessidades, 
habilidades e limitações das pessoas”. Iida (2005) ainda ressalta para a questão que 
os “ergonomistas analisam o trabalho de forma global, incluindo os aspectos físicos, 
cognitivos, sociais, organizacionais, ambientais e outros”. 
Segundo o mesmo autor, os ergonomistas trabalham em domínios 
especializados, abordando certas características específicas do sistema, tais como: 
Ergonomia física – ocupa-se das características da anatomia humana, 
antropometria, fisiologia e biomecânica, relacionados com a atividade física. Os 
tópicos relevantes incluem a postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos 
repetitivos, distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao trabalho, projeto de 
postos de trabalho, segurança e saúde do trabalhador. 
Ergonomia cognitiva – Ocupa-se dos processos mentais, como a percepção, 
memória, raciocínio e resposta motora, relacionados com as interações entre as 
pessoas e outros elementos de um sistema. Os tópicos relevantes incluem a carga 
mental, tomada de decisões, interação homem-computador, estresse e treinamento. 
Ergonomia organizacional – Ocupa-se da otimização dos sistemas sócio 
técnicos, abrangendo as estruturas organizacionais, políticas e processos. Os tópicos 
relevantes incluem comunicações, projeto de trabalho, programação do trabalho em 
grupo, projeto participativo, trabalho cooperativo, cultura organizacional, organizações 
em rede, tele trabalho e gestão da qualidade. 
 
9 
4 RISCOS ERGONÔMICOS 
 
 Fonte: conclusao.pt.com.br 
 
De acordo com Jorge e Alexandre (2005), a ergonomia está relacionada ao 
homem e seu ambiente de trabalho, este ambiente não se limita ao espaço físico, mas 
abrange os instrumentos, organização local e os métodos usados para desenvolver 
as atividades. Seu principal objetivo visa promover a saúde e bem-estar, adaptando o 
trabalho ao trabalhador. 
Os riscos ergonômicos são os fatores que podem afetar a integridade física ou 
mental do trabalhador, proporcionando-lhe desconforto ou doença. São considerados 
riscos ergonômicos: esforço físico, levantamento de peso, postura inadequada, 
controle rígido de produtividade, situação de estresse, trabalhos em período noturno, 
jornada de trabalho prolongada, monotonia e repetitividade, imposição de rotina 
intensa (KASSADA, LOPES, KASSADA, 2011). 
Contudo esses riscos podem gerar distúrbios psicológicos e fisiológicos e 
provocar sérios danos à saúde do trabalhador porque produzem alterações no 
organismo e estado emocional, comprometendo sua produtividade, saúde e 
segurança, tais como: LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos/ Distúrbios 
osteomusculares Relacionados ao Trabalho), cansaço físico, dores musculares, 
hipertensão arterial, alteração do sono, diabetes, doenças nervosas, taquicardia, 
doenças do aparelho digestivo (gastrite e úlcera), tensão, ansiedade, problemas de 
coluna, entre outras. Este trabalho teve por objetivo realizar uma revisão bibliográfica 
 
10 
sobre os principais riscos que comprometem as atividades e a saúde do trabalhador 
(KASSADA, LOPES, KASSADA, 2011). 
Os fatores de nível ergonômico estão relacionados a movimentos e esforços 
musculares excessivos e postura inadequadas, os de nível organizacional estão 
relacionados a gestos repetitivos, jornadas de trabalho prolongadas e ritmo intenso de 
trabalho, já os níveis de natureza psicossocial relacionam-se ao ambiente se este for 
tenso, se houver hierarquia na organização do trabalho, pressão de chefia e as 
relações interpessoais (BIGOTTO, SILVA, SAILER, 2009). 
Trabalho físico pesado, posturas incorretas, treinamento 
inadequado/inexistente, trabalhos em turno, Trabalho noturno, monotonia, 
repetitividade, ritmo excessivo, pressão explícita ou implícita para manter este ritmo, 
metas estabelecidas sem a participação dos empregados e colaboradores, patamares 
de metas de produção crescentes sem a adequação das condições para atingi-las, 
incentivo a maior produtividade por meio de diferenciação salarial e prêmios, 
induzindo as pessoas a ultrapassar seus limites, jornada de trabalho prolongada, falta 
de possibilidade de realizar pequenas pausas espontâneas, quando necessário, 
manutenção de postura fixa por tempo prolongado, mobiliário mal projetado, ambiente 
de trabalho desconfortável(muito seco, muito frio, muito quente, pouco iluminado, 
barulhento, apertado) (BIGOTTO, SILVA, SAILER, 2009). 
5 ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA - FREDERICK W. TAYLOR (1900) 
 
 Fonte: tourinews.es.com.br 
 
 
11 
No fim do século XIX surgiram os trabalhos de Frederick Winslow Taylor, que 
sistematizaram o conceito de produtividade, ou seja, a procura incessante por 
melhores métodos de trabalho e processos de produção, com o objetivo de obter 
melhoria da produtividade com o menor custo possível (SILVA, SILVA, SILVA, 
SOUZA, SANTOS, 2009). 
Taylor acreditava que, para resolver um dos principais problemas da época, os 
salários, era necessário descobrir, de maneira científica e exata, qual a velocidade 
máxima em que o trabalho poderia ser executado. Sua resposta para esse problema 
foi o que ele chamou de “estudo sistemático e científico do tempo”, que consistia em 
dividir cada tarefa em seus elementos básicos e, com a colaboração dos 
trabalhadores, cronometrá-la e registrá-la. Em seguida, eram definidos tempos padrão 
para os elementos básicos (MAXIMIANO, 2004). 
Para Robbins (2006), Taylor conseguiu, utilizando técnicas de administração 
cientificas, definir a melhor maneira de fazer cada trabalho. Dessa forma, ele poderia, 
depois de selecionar as pessoas certas para os trabalhos, treiná-las para que os 
executassem precisamente do melhor modo. Para motivar os trabalhadores, era 
favorável a planos de incentivo salarial. No geral, Taylor obteve melhorias constantes 
na produtividade, algo em torno de 200% ou mais. 
Frederick W. Taylor desenvolveu estudos a respeito de técnicas de 
racionalização do trabalho dos operários. Suas ideias preconizavam a prática da 
divisão do trabalho. A característica mais marcante do estudo de Taylor é à busca de 
uma organização científica do trabalho, enfatizando tempos e métodos e por isso é 
visto como o precursor da Teoriada Administração Científica. Taylor via necessidade 
de aplicar métodos científicos à administração para assegurar seus objetivos de 
máxima produção a mínimo custo, para tanto seguia os seguintes princípios: 
 Seleção científica do trabalhador - O funcionário desempenha a tarefa 
mais compatível com suas aptidões. É importante para o funcionário que 
é valorizado e para empresa, que aumenta sua produtividade e aumenta 
seus lucros; 
 Tempo padrão - O funcionário deve atingir a produção mínima 
determinada pela gerência. Esse controle torna-se importante pelo fato 
do ser humano ser naturalmente preguiçoso; 
 Plano de incentivo salarial - O funcionário ganha pelo que produz; 
 
12 
 Trabalho em conjunto aos interesses da empresa e dos funcionários 
quando aliados, resultam numa maior produtividade; 
 Gerentes planejam, funcionários executam - Cabe aos gerentes 
planejarem e aos funcionários agirem; 
 Divisão do trabalho - A tarefa subdivide-se ao máximo, dessa forma se 
ganha velocidade, produtividade e o funcionário garante lucro de acordo 
com seu esforço; 
 Supervisão - É especializada por áreas. Controla o trabalho dos 
funcionários verificando o número de peças feitas, assegurando o valor 
mínimo da produção; 
 Ênfase na eficiência - Há uma única maneira certa de se fazer o trabalho. 
Para descobri-la, a administração empreende um estudo de tempo e 
métodos, decompondo os movimentos das tarefas exercidas. 
5.1 Considerações da Administração Científica de Taylor 
Enfoque mecanicista - A organização é comparada com uma máquina, que 
segue um projeto pré-definido. Recebe críticas dos estudiosos em administração. A 
partir desta visão, cada funcionário é visto como uma engrenagem na empresa, 
desrespeitando sua condição de ser humano. 
Homo economicus - O salário é importante, mas não é fundamental para a 
satisfação dos funcionários. O Reconhecimento do trabalho, incentivos morais e a 
autor realização são aspectos importantes que a Administração Científica 
desconsidera. 
Abordagem fechada - A Administração Científica não faz referência ao 
ambiente da empresa. A organização é vista de forma fechada, desvinculada de seu 
mercado, negligenciando as influências que recebem e impõe ao que a cerca. 
Superespecialização do funcionário - Com a divisão de tarefas, a 
qualificação do funcionário passa a ser supérflua. Dessa forma, o funcionário executa 
tarefas repetidas, monótonas e gera uma desarticulação do funcionário no processo 
como um todo. 
Exploração dos empregados - A Administração Científica faz uso da 
exploração dos funcionários em prol de seus interesses particulares, uma vez que o 
 
13 
estímulo à alienação dos funcionários, falta de consideração do aspecto humano e 
deficiência das condições sociais da época. 
6 REAÇÃO DOS TRABALHADORES 
 
 Fonte: senaigo.com.br 
 
Em muitas regiões da Europa, os trabalhadores se organizaram para lutar por 
melhores condições de trabalho. Os empregados das fábricas formaram as trade 
unions (espécie de sindicatos) com o objetivo de melhorar as condições de trabalho 
dos empregados. Houve também movimentos mais violentos como, por exemplo, o 
ludismo. Também conhecidos como "quebradores de máquinas", os ludistas invadiam 
fábricas e destruíam seus equipamentos numa forma de protesto e revolta com 
relação à vida dos empregados (MAXIMIANO, 2004). 
O cartismo foi mais brando na forma de atuação, pois optou pela via política, 
conquistando diversos direitos políticos para os trabalhadores. Nessa mesma época 
surgiram estudos encabeçados pôr Frank e Lilian Gilbreth e Morris Cooke, os 
primeiros preocupados com os estudos dos movimentos de mão e corpo para a 
otimização dos esforços, eliminando-se movimentos inúteis e projetando o uso de 
ferramentas e equipamentos mais adequados para os trabalhadores, e Cooke 
adaptando os princípios da administração científica em organizações nas não 
industriais (MAXIMIANO, 2004). 
Quase cem anos mais tarde, em 1949, um engenheiro inglês chamado Murrel 
criou na Inglaterra a primeira sociedade nacional de ergonomia, a “Ergonomic 
 
14 
Research Society”. Nesta época que iniciou a concepção sobre Ergonomia. 
Posteriormente, a ergonomia desenvolveu-se em numerosos países industrializados, 
como a França, Estados Unidos, Alemanha, Japão e países escandinavos 
(MAXIMIANO, 2004). 
7 O DESENVOLVIMENTO ATUAL DA ERGONOMIA 
 
 Fonte: ergonomiadaatividade.com 
 
 
A busca por melhores índices de produtividade sempre foi um dos principais 
objetivos das organizações. Com o fenômeno da globalização, a produtividade passou 
a ser um diferencial competitivo para as empresas. A atividade produtiva na área de 
confecção não é imune a esse processo. Cresce a exigência dos consumidores com 
a qualidade e os preços dos produtos (SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA, SANTOS, 
2009). 
Dentre tais medidas, a adequação ergonômica dos postos de trabalho pode ser 
apontada como de significativa importância. Fornecer ao trabalhador condições de 
trabalho ergonomicamente adequadas, antes de ser uma imposição legal, revela-se 
um importante diferencial para as modernas organizações (SILVA, SILVA, SILVA, 
SOUZA, SANTOS, 2009). 
 A preocupação com a produtividade deve estar presente em todas as ações da 
empresa, sob pena de perder-se competitividade. Assim, é de fundamental 
importância o bom planejamento do posto de trabalho e seus aspectos ergonômicos. 
 
15 
Para Martins e Laugeni (2006), o trabalho e o local de trabalho devem se adequar ao 
homem e não o contrário. As empresas do ramo da indústria de confecções buscam 
oferecer aos seus colaboradores postos de trabalho que ofereçam condições 
adequadas para a obtenção de um nível satisfatório de produtividade com o mínimo 
desconforto. 
Modernamente, as organizações possuem uma função produção que objetiva 
produzir bens e serviços. Para tal fim, além de outros recursos, precisam de recursos 
humanos, os quais são coordenados pelos gerentes de produção, que respondem 
pelo desenvolvimento da atividade produtiva. Grandes mudanças ocorreram no 
contexto empresarial nas últimas décadas (SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA, SANTOS, 
2009). 
Algumas empresas abandonaram a produção em série e adotaram uma 
produção flexível, globalizada e mais adequada à demanda do mercado. A 
competição e os avanços tecnológicos geraram outras formas de gestão das 
empresas e, portanto, inúmeras transformações no mundo do trabalho 
(CELERINO, PEREIRA, 2008. Apud SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA, 
SANTOS, 2009). 
As organizações também mudaram sua forma de ver e tratar a gestão de 
pessoas, ampliando sua visão e atuação estratégica. Todo processo produtivo 
somente se realiza com a participação conjunta de diversos parceiros, cada qual 
contribuindo com algum recurso. Os empregados contribuem com seus 
conhecimentos, capacidades e habilidades, proporcionando decisões e ações que 
dinamizam a organização (SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA, SANTOS, 2009). 
Nesse contexto, adquirem importância para as organizações as condições de 
trabalho oferecidas ao trabalhador. É inegável, portanto, a relação de causa e efeito 
entre o ambiente de trabalho, o modo de organização da produção e a saúde do 
trabalhador (SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA, SANTOS, 2009). 
 A depender da forma como o processo de trabalho é organizado, o cotidiano 
no local de trabalho é configurado por contextos nos quais os modos de trabalhar, de 
se relacionar, de lidar com o tempo, com o espaço e com os equipamentos é 
sabidamente danoso à saúde (MONTEIRO, GOMES, 1998). 
 
 
 
16 
 
 Fonte: br.pinterest.com 
 
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em seu artigo 6°, 
inciso XXII, inclui com direito dos trabalhadores a redução dos riscos inerentes ao 
trabalho por meiode normas de saúde, higiene e segurança. Para que o Estado 
cumprisse seu papel de garantir os direitos básicos de cidadania foi necessária a 
formulação de políticas ações de governo norteadas por abordagem transversais e 
Inter setoriais (SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA, SANTOS, 2009). 
A implementação dessas políticas vem ocorrendo de forma precária haja vista 
que a fiscalização do que preceitua, legislação tem carecido tanto de recursos 
materiais quanto de pessoal. Nessa perspectiva, as ações de segurança e saúde do 
trabalhador exigem uma atuação multiprofissional, interdisciplinar Inter setorial capaz 
de contemplar a complexidade das relações entre produção-consumo, ambiente 
saúde (BRASIL, 2004). 
 A partir da constituição do Grupo de Trabalho Interministerial formado pelo 
Ministério da Previdência Social (MPS), Ministério da Saúde (MS) e Ministério do 
Trabalho e Emprego (MTE), por meio da Portaria Interministerial 153, de 13 de 
fevereiro de 2004, surgiu uma política nacional de segurança e saúde voltada ao 
trabalhador (SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA, SANTOS, 2009). 
Nesse sentido, o Ministério do Trabalho e Emprego tem expedido normas que 
objetivam resguardar a saúde e a segurança do trabalhador. Tais normas têm 
recebido a nomenclatura de Normas Regulamentadoras (NR), e a obrigatoriedade de 
seu cumprimento pelos empregadores é prevista na Consolidação das Leis do 
Trabalho (CLT), em seu artigo 155 (SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA, SANTOS, 2009). 
 
17 
A Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde do Trabalhador (NR 17) 
estatui em seu item 17.1: “Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer 
parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características 
psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, 
segurança e desempenho eficiente” (SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA, SANTOS, 2009). 
É de responsabilidade da administração do estabelecimento industrial verificar a 
adaptação dos postos de trabalho às regras ergonômicas, que visam oferecer ao 
colaborador mobiliário, equipamentos, condições ambientais e organização do 
trabalho adequados à eficiente atividade laborativa (SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA, 
SANTOS, 2009). 
Tal responsabilidade fica evidenciada no item 17.1.2, da NR 17: “Para avaliar a 
adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos 
trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, 
devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho conforme 
estabelecido nesta Norma Regulamentadora” (SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA, 
SANTOS, 2009). 
 
 
 Fonte: 9project.net.com.br 
 
Ainda, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em seu art. 157, inc. II, atribui 
às empresas a obrigação de instruir os empregados, mediante ordens de serviço, 
sobre precauções para evitar acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. No 
Brasil, o governo tem demonstrado cada vez mais interesse e preocupação com os 
aspectos relacionados à segurança e à saúde do trabalhador sobretudo face aos 
 
18 
prejuízos econômicos decorrentes de fatos danosos à integridade física e mental dos 
empregados (SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA, SANTOS, 2009). 
A Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador tem por finalidade a 
promoção da melhoria da qualidade de vida e da saúde do trabalhador, mediante a 
articulação e integração, de forma contínua, das ações de governo no campo das 
relações entre produção-consumo, ambiente e saúde (SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA, 
SANTOS, 2009). 
Tradicionalmente, no Brasil, as políticas de desenvolvimento têm se restringido 
aos aspectos econômicos e vêm sendo traçadas de maneira paralela e pouco 
articulada com as políticas sociais, às quais cabe arcar com os ônus tanto de possíveis 
danos gerados à saúde da população, dos trabalhadores em particular, quanto da 
degradação ambiental (SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA, SANTOS, 2009). 
 Normalmente, quando se aborda o gerenciamento da atividade produtiva em 
uma organização, tende-se a focar os estudos sobre as partes não humanas. 
Não há dúvida de que o fator humano desempenha papel importante no 
desenvolvimento de uma organização industrial (MAXIMIANO, 2004. Apud 
SILVA, SILVA, SILVA, SOUZA, SANTOS, 2009). 
 Para Maximiano (2004), desde o início da moderna sociedade industrial ficou 
claro que a produtividade e o desempenho das organizações dependem também do 
comportamento das pessoas, e não apenas da eficiência dos sistemas técnicos. 
7.1 Os investimentos em Ergonomia proporcionam harmonia entre o homem e 
o seu trabalho 
A ergonomia tem evoluído de forma significativa e, atualmente, pode ser 
considerada como um estudo científico interdisciplinar do ser humano e da sua 
relação com o ambiente de trabalho. Ela contribui no projeto e modificação dos 
ambientes de trabalho maximizando a produção, enquanto aponta as melhores 
condições de saúde e bem-estar para os que atuam nesses ambientes (FREITAS, 
MINETTE, 2014). 
No Brasil as empresas estão abarcando a ergonomia com grande ênfase para, 
além de facilitar a interação entre o homem e o trabalho, permitir que o ambiente de 
trabalho seja favorável a execução das tarefas e benéfico aos colaboradores. No 
Nordeste, em especifico na Paraíba, focando especialmente no ramo de vestuário não 
é diferente, pois as organizações enfrentam muitos problemas como: ritmo acelerado 
 
19 
de trabalho para garantir a produção, trabalho fragmentado (onde cada um exerce 
uma única tarefa de forma repetitiva), ambientes quentes, ruidosos, mal ventilados e 
mobiliário inadequado (FREITAS, MINETTE, 2014). 
Todos esses problemas geram distúrbios psicológicos, fisiológicos e provocam 
sérios danos à saúde como a LER (Lesões por Esforços Repetitivos) e a DORT 
(Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), o que compromete a 
produtividade, saúde e segurança (FREITAS, MINETTE, 2014). 
A melhoria das condições de trabalho e o projeto de dispositivos de técnica 
adaptado às características do homem, com base em critérios ergonômicos, 
têm um duplo objetivo. O primeiro refere-se ao conforto e a saúde dos 
operadores. Trata-se de evitar os riscos de acidentes e de doenças ligadas 
ao trabalho e de procurar diminuir, tanto quanto possível, todas as fontes de 
fadiga, sejam elas associadas ao metabolismo do corpo humano (trabalho 
em turnos, trabalho em altas temperaturas) à força muscular e das 
articulações, ou a exigências cognitivas do (tratamento de informação, 
resolução de problemas). O segundo objetivo da ergonomia visa à eficiência 
na utilização de produto ou na operação de um sistema de produção, que 
pode ser comprometida por exigências inadequadas ou excessivas das 
funções humanas (NAEL, 1995. Apud MASCIA, SZNELWAR, 2010). 
Atualmente a busca pela melhoria da qualidade do trabalho e o 
estabelecimento de programas que incentivem a saúde do trabalhador, estão levando 
as empresas a investir em projetos e estudos sobre as vantagens da ergonomia para 
a melhoria da produção. Se esse investimento por um lado, sugere maior gasto, por 
outro representa uma economia para a empresa, tendo como consequência, a 
melhoria da saúde do trabalhador (FREITAS, MINETTE, 2014). 
 
 
 Fonte: portal-administracao.com 
 
 
20 
As organizações estão cada vez mais empenhadas na criação de um dinamismo 
facilitador para sua evolução, produtividade, economia, ou seja, meios que otimize 
tempo e o alcance de suas metas. Nesse contexto um dos fatores de grande 
importância influencia é a ergonomia, que segundo Iida (2005), é o estudo da 
adaptação do trabalho ao homem. 
 O trabalho em uma acepção bastante ampla, abrangendo não apenas aqueles 
executados com maquinas e equipamentos, utilizados para transformar os materiais, 
mas também toda a situação em que ocorre o relacionamento entre o homem e uma 
atividade produtiva(MARQUESZ, TUARES, SOUZA, MAGALHÃES, LÉLLIS, 2010). 
A ergonomia é uma ferramenta multidisciplinar e holística abrangendo os 
mais diversos setores e componentes da empresa, suas possíveis 
consequências e interações, impactando desde aspectos físicos a 
organizacionais. Contudo viabiliza ainda o planejamento, projeto e avaliação 
das necessidades e limitações das pessoas, máquinas, ambiente e dos 
processos durante a realização do trabalho (IIDA, 2005. Apud MARQUESZ, 
TUARES, SOUZA, MAGALHÃES, LÉLLIS, 2010). 
O desempenho produtivo de uma organização depende das condições 
ergonômicas que ela disponibiliza procurando reduzir a fadiga, estresse, erros e 
acidentes; proporcionando segurança, satisfação e saúde aos trabalhadores para uma 
melhor qualidade de vida e que as atividades sejam executadas com mais motivação 
e empenho levando ao aumento da moral, conforto e melhoria nas comunicações 
entre os membros da equipe e dos fluxos de processo (MARQUESZ, TUARES, 
SOUZA, MAGALHÃES, LÉLLIS, 2010). 
 
 
 Fonte: reliza.com.br 
 
 
21 
A interação homem-máquina-ambiente é foco do estudo ergonômico, e a 
participação dos colaboradores e da empresa é fundamental para aprimorar, atualizar 
os meios de trabalho e mostrar a todos os benefícios de uma eficiente e comprometida 
ergonomia (MARQUESZ, TUARES, SOUZA, MAGALHÃES, LÉLLIS, 2010). 
Para uma empresa a aplicação de métodos ergonômicos é essencial, pois reduz 
o absenteísmo, aumenta à produtividade, qualidade do produto, motivação e 
qualidade de vida no trabalho proporcionando mais do que um posto de trabalho 
melhor, mas também uma vida melhor no trabalho; além de levar a organização a um 
crescente desenvolvimento, contribuir para que permaneça competitiva e alcance o 
sucesso (MARQUESZ, TUARES, SOUZA, MAGALHÃES, LÉLLIS, 2010). 
De acordo com Iida (2005), posto de trabalho pode ser considerado como a menor 
unidade produtiva, geralmente envolvendo um homem e o seu local de trabalho. Entre 
os vários enfoques de análise do posto de trabalho, destaca-se mais o de caráter 
ergonômico, no qual se observa o homem como centro das atenções. Para Iida (2005), 
o enfoque ergonômico tende a gerar resultados que possam ser aplicados no design 
de postos de trabalho que reduzam as exigências biomecânicas, elevam as condições 
de trabalho e facilitam a percepção de informações. 
Para Slack et al (2002), entender como os locais de trabalho afetam o 
desempenho, a fadiga o desgaste e os danos físicos é parte da abordagem 
ergonômica do posto de trabalho. A análise ergonômica é um trabalho construtivo e 
participativo para a resolução de problemas complexos que exige o conhecimento das 
tarefas, da atividade desenvolvida para realizá-las e das dificuldades enfrentadas para 
se atingirem o desempenho e a produtividade exigidos. 
Iida (2005) aponta alguns critérios para avaliar a adequação de um posto de 
trabalho, dentre eles estão o tempo gasto na operação, o índice de erros e acidentes, 
a postura e os esforços físicos exigidos dos trabalhadores, onde é possível determinar 
os principais pontos de concentração de tensões, que tendem a provocar dores e 
desconforto. 
Com relação à iluminação, para evitar reflexos, as superfícies de trabalho, 
paredes e pisos, devem ser foscas, é recomendado que se equilibre as iluminâncias 
usando cores suaves em tons mate. Os coeficientes de reflexão das superfícies do 
ambiente, devem estar em torno de: 80% para o Teto; 15 a 20% para o piso; 60% para 
a parede (parte alta); 40% para as Divisórias, para a parede (parte baixa) e para o 
mobiliário (MARQUESZ, TUARES, SOUZA, MAGALHÃES, LÉLLIS, 2010). 
 
22 
8 O PROCESSO DE ERGONOMIA 
 
 Fonte: reliza.com.br 
 
Segundo Iida (2005) os diversos fatores que influenciam no sistema produtivo, 
pois “procura reduzir as suas consequências nocivas sobre o trabalhador. Assim, ela 
procura reduzir a fadiga, estresse, erros e acidentes, proporcionando segurança, 
satisfação e saúde aos trabalhadores, durante o seu relacionamento com esse 
sistema produtivo”. 
Na perspectiva de Dul e Weerdmeester (2004), a ergonomia pode contribuir 
para solucionar um grande número de problemas, tendo como objetivo melhorar a 
segurança, a saúde, o conforto e a eficiência no trabalho. Falando sobre a ergonomia 
Minicucci (1995), demonstra que seu objetivo é estudar: 
 As características materiais do trabalho, como o peso dos instrumentos, 
a resistência dos comandos, a dimensão do posto de trabalho; 
 O meio ambiente físico (o ruído, iluminação, vibrações, ambiente 
térmico); 
 A duração da tarefa, os horários, as pausas no trabalho; 
 O modelo de treinamento e aprendizagem, e; 
 As lideranças e ordens dadas. 
O objetivo da ergonomia é proporcionar ao homem condições de trabalho que 
sejam favoráveis, com o intuito de torná-lo mais produtivo por meio de ambiente de 
trabalho saudáveis e seguros, que solicite dos trabalhadores menor exigência e, por 
 
23 
consequência, concorra para um menor desgaste e um maior resultado (BARBOSA 
FILHO, 2010). 
 Observa-se que os autores concordam que esta ciência veio para ajudar o 
trabalhador e organização para manter os trabalhadores satisfeitos e com isso 
conseguir alcançar as metas almejadas. 
O objetivo da ergonomia está voltado ao estudo das condições de trabalho que 
não apenas evitem a degradação da saúde, mas, também, favoreçam a construção 
da saúde. Esta perspectiva ativa é incapaz de ser focalizada prioritariamente pela 
ergonomia. Na maioria das vezes, ela é focalizada sobre uma visão instantânea do 
indivíduo (FALZON, 1996). 
Vale ressaltar a opinião de Barnes (1977), sobre o objetivo da ergonomia, ele 
afirma que a ergonomia pode ser definida como sendo o estudo da adaptação do 
trabalho ao homem. Tendo como objetivo principal o estudo do ser humano, suas 
habilidades e limitações. A partir dessas informações se torna fácil identificar quais 
são as ferramentas, materiais e métodos de trabalho que melhor atendem as 
necessidades dos trabalhadores. 
O objetivo da ergonomia é o estudo: Da adaptação das tarefas e do ambiente 
de trabalho às características sensoriais, perceptivas, mentais e físicas das 
pessoas. Essa adaptação leva a consecução de melhores projetos de 
equipamentos, de sistemas homem-máquina, de produtos de consumos, de 
métodos e ambientes de trabalho (ERNEST 1957. Apud BARNES, 1977). 
8.1 Metas do processo de ergonomia 
Para uma qualidade de vida organizacional adequada os colaboradores devem 
estar desempenhados, satisfeitos e motivados, pois todos os resultados são afetados 
pelo grau de satisfação dos colaboradores com o seu emprego. Empresas que 
investem na qualidade de vida do trabalhador melhoram seus resultados de forma 
mais rápida e eficiente e o desempenho financeiro da organização (PRATES, 2007). 
A valorização dos funcionários é positiva para reduzir custos, ter um clima 
organizacional mais leve e agradável, diminuição dos conflitos e aumento da 
confiança entre as equipes. Todos esses benefícios impactam diretamente os 
resultados da empresa, funcionários satisfeitos produzirão mais e com maior 
qualidade, e a organização aumentará sua rentabilidade (MÁSCULO, 2011). 
 
24 
Segundo Prates (2007), a questão da busca pela qualidade de vida no trabalho, 
está ligada a melhoria da produtividade; de maneira que os esforços para melhorar a 
qualidade de vida do trabalhador, deve atender as necessidades de produção da 
organização; e ser adaptado às exigências das tarefas almejando uma otimização do 
conforto, da segurança e da eficácia; assim conscientizando o trabalhador a usufruir 
os benefícios dos postos de trabalho com as limitações do seu corpo, certificando que 
o trabalhador permanece seguro e confortável, sendo assim mais produtivo e eficiente 
em suas atividades. 
De acordo com Limongi-França (2004),a QVT é um conjunto de ações que 
envolve diagnostico e implantação de melhorias e inovação gerenciais, tecnológicas 
e estruturais; quanto mais melhorias e condições plenas de desenvolvimento humano 
para e durante a realização do trabalho; mais produtiva e eficiente será a organização, 
podendo assim levar a resultados satisfatórios; à medida que, modificando os 
elementos parciais dos postos de trabalho como dimensões, iluminação, temperatura, 
dispondo de comodidade e tendo uma interação entre o homem, sistema e ambiente. 
Conforme Mario Persona (2010), ações voltadas a QVT nem sempre exigem 
grandes investimentos; porem exigem necessidades fundamentais para o 
enriquecimento do cargo capaz de trazer reconhecimento, motivação, satisfação e 
condições físicas para uma atividade eficiente e produtiva; visto que se sintam bem 
com seus colegas de trabalho, confiante com seu trabalho ao mesmo tempo que 
cooperam com o grupo; dado que com a competitividade do mercado, as 
organizações tem buscado melhorar o desempenho dos seus colaboradores cm 
ginastica laboral antes e depois do expediente, trazendo benefícios tanto para o 
colaborador quanto para a empresa. 
Segundo Jair Lot Vieira (2011), a ergonomia é o entendimento das interações 
entre seres humanos e outros elementos de um sistema; não só otimizar o bem-estar 
humano como o desempenho geral para uma boa produtividade; de forma que se a 
qualidade do trabalho for elevada conduzirá a um clima de confiança e respeito mútuo, 
no qual as pessoas tendem a aumentar suas contribuições e elevar suas 
oportunidades; buscando resolver problemas de doenças ocupacionais, por 
intermédio da consciência corporal, estimulando o seu próprio corpo com exercícios 
de compensação aos movimentos repetitivos ou a posturas desconfortáveis 
assumidas durante o período de trabalho. 
 
25 
O enfoque ergonômico tende a desenvolver postos de trabalho que reduzam 
as exigências biomecânicas e cognitivas, procurando colocar o operador em uma boa 
postura de trabalho. Os objetivos a serem manipulados ficam dentro da área de 
alcance dos movimentos corporais. As informações colocam-se em posições que 
facilite a sua percepção. Em outras palavras, o posto de trabalho deve envolver o 
operador como uma “vestimenta” bem adaptada, em que ele possa realizar o trabalho 
com conforto, eficiência e segurança. Um exemplo típico são as centrais de controle 
operacional de sistemas complexos (MÁSCULO, 2011). 
No enfoque ergonômico, as máquinas, equipamentos, ferramentas e materiais 
são adaptados às características dos trabalhos e capacidades do trabalhador, visando 
promover o equilíbrio biomecânico, reduzir as contrações estáticas da musculatura e 
o estresse geral. Assim, pode-se garantir a satisfação e segurança do trabalhador e a 
produtividade do sistema. Procura-se também eliminar tarefas altamente repetitivas 
(IIDA, 2005). 
9 NOÇÕES BÁSICAS DE ANATOMIA E FISIOLOGIA 
 
Fonte: designeinova.wordpress.com 
9.1 Identificação das Limitações do Organismo Humano 
Sabendo-se que a Ergonomia tem por objetivo adequar o trabalho às 
características do homem, sejam físicas, sejam psíquicas, é necessário ter-se 
conhecimentos mínimos de como nosso organismo funciona e quais são as limitações 
 
26 
do nosso corpo, para que se possam desenvolver projetos que correspondam a tais 
características (FREITAS, 2012). 
Através de conhecimentos de Anatomia e Fisiologia, compreenderemos o 
porquê de algumas das reações adversas no organismo humano. 
A Anatomia estuda a localização dos órgãos de nosso corpo, bem como lhes 
dá uma terminologia adequada, conforme tal localização. Já a Fisiologia estuda como 
funcionam os órgãos e qual a relação de interdependência de cada órgão com os 
sistemas que compõem o organismo humano (FREITAS, 2012). 
A aplicação da ergonomia procede-se para uma melhor interação entre trabalho 
e trabalhador no qual são identificadas necessidades de mudanças para obtenção de 
resultados que venham estabelecer ou restabelecer o equilíbrio do corpo, mente e 
espirito no sentido de eliminar hábitos algumas vezes despercebidos através de 
efeitos indesejáveis na postura corporal e na saúde como um todo (FREITAS, 2012). 
Os objetivos práticos da ergonomia são saúde, segurança, satisfação e o bem-
estar dos trabalhadores no seu relacionamento com sistemas produtivos. A eficiência 
virá como resultado. Em geral, não se aceita colocar a eficiência como sendo o 
objetivo principal da ergonomia, por que ela, isoladamente, poderia significar sacrifício 
e sofrimento dos trabalhadores e isso é inaceitável, por que a ergonomia visa, em 
primeiro lugar, o bem-estar do trabalhador (FREITAS, 2012). 
O trabalho para muitos estudiosos funciona como uma força elevada de 
socialização humana, representando, muitas vezes um aprendizado e um 
contato permanente entre as pessoas. Seu significado é de compreensão 
dialética, propicia a criatividade, a imaginação, o progresso para alguns e, 
para outros sofrimentos, a insatisfação e a doença (MIELNIK, 1976. Apud 
FREITAS, 2012). 
Entende-se que o estado de saúde de um trabalhador não independe de sua 
atividade profissional, porém, de um modo geral, o assunto acerca da relação saúde-
trabalho, está mais voltado a degradação de saúde enquanto ausência de doença ou 
dano funcional ao seu organismo. Não obstante isso deve-se ter em mente que as 
marcas deixadas por uma atividade profissional dependem de fatores, como a 
natureza da atividade, as condições nas quais ela se realiza, o tempo de duração 
desta atividade e as características individuais do trabalhador (MUSSI, 2006). 
É importante caracterizar o trabalho e ter conhecimento geral acerca do 
trabalho, analisando profundamente o seu cotidiano aspecto físico, cognitivo e 
psíquico. Pois possibilita o diagnóstico das condições reais de trabalho, verificando 
 
27 
problemas que possam interferir na qualidade de vida dos trabalhadores (FREITAS, 
2012). 
10 SISTEMA LOCOMOTOR 
 
 Fonte: conteudos.com.br 
 
O aparelho locomotor recebe continuamente informações do meio externo, que 
são captadas e interpretadas pelo sistema nervoso. Estas permitem a criação de uma 
resposta condizente ao estímulo percebido, favorecendo a adaptação do sujeito às 
condições do ambiente em que se encontra (GUYTON, 1992). 
Dependendo da eficiência do aparelho locomotor na recepção e interpretação 
das informações externas, o controle sobre o movimento do corpo pode ser 
modificado. Desta forma, o conhecimento da percepção das cargas externas torna-se 
importante quando se considera seu papel como elemento desencadeador das 
estratégias de adaptação às demandas mecânicas geradas pelo meio (FIOLKOWSKi, 
2005). 
Subdividiremos o estudo de tal sistema em Esquelético e Músculo-Ligamentar. 
O primeiro representa a estrutura de sustentação de todo o corpo, tanto como base à 
movimentação, quanto para proteger órgãos vitais. O segundo possibilita justamente 
os movimentos do corpo e a força aplicada nos diversos segmentos, bem como a 
velocidade e precisão de tais movimentos. 
 
28 
10.1 Sistema Esquelético 
 
Fonte: susttexchile.com.br 
A título de organização do estudo deste sistema, o mesmo pode ser dividido 
em três partes fundamentais: Cabeça, Tronco e Membros, a saber: 
 A cabeça, na extremidade superior do esqueleto, sustentada pela coluna 
vertebral; 
 O tronco, na região central do corpo, abrangendo a coluna vertebral e as 
costelas; 
 Os membros, superiores e inferiores, compreendendo, acima, os braços, 
antebraços, punhos e mãos e, abaixo, as pernas e pés; 
 As cinturas, escapular (acima) e pélvica (abaixo). 
Das partes acima descritas, algumas merecem destaque para o estudo e 
aplicação da Ergonomia, em função das posturas adotadas por nosso organismo, 
quando em atividade. 
 
29 
10.2 Coluna vertebralFonte: ergonomiaaplicada.com.br 
A coluna vertebral é uma haste óssea longitudinal, mediana, formada a partir 
da sobreposição das vértebras, estruturas discoides e irregulares. A coluna vertebral 
constitui um importante eixo de conexão anatômica e funcional entre o sistema 
nervoso central e o sistema nervoso periférico, por meio da medula espinhal, contida 
no canal vertebral da coluna vertebral (SIQUEIRA, SILVA, 2011). 
Constitui importante papel na postura, sustentação de peso, locomoção, 
proteção da medula espinhal e raízes nervosas. Ao sentar, a coluna vertebral 
transmite o peso do corpo por meio das articulações sacrilíacas para o osso ilíaco, e 
assim para as tuberosidades isquiáticas. Na postura ereta, o peso do corpo é 
transferido das articulações sacrilíacas para os acetábulos dos ossos do quadril, em 
seguida para os fêmures (SIQUEIRA, SILVA, 2011). 
 A coluna vertebral é uma estrutura flexível composta por 33 vértebras, localizadas em 
quatro regiões distintas: Região Cervical, Região Torácica ou Dorsal, Região Lombar 
e Região Sacrococcígea. Também se verificam as curvaturas que a coluna vertebral 
apresenta, quando vista lateralmente: A Lordose Cervical, a Cifose Dorsal e a Lordose 
Lombar (SIQUEIRA, SILVA, 2011). 
O amortecimento das pressões exercidas sobre cada vértebra, que forma o 
conjunto da coluna vertebral, é desempenhado essencialmente pelos núcleos 
pulposos (NP’s), que distribuem radialmente a pressão recebida. Isto equivale a dizer 
que o núcleo, que se encontra dentro dos anéis, tende sempre a aumentar seu 
 
30 
diâmetro quando recebe a carga de cima para baixo, fazendo pressão sobre as 
paredes dos anéis que o envolvem, enquanto diminui de altura (SIQUEIRA, SILVA, 
2011). 
 Os discos intervertebrais são extremamente complexos em sua anatomia, 
fisiologia e propriedades mecânicas. O ânulo é uma estrutura laminada composta de 
fibras colágenas orientadas a 30º do eixo horizontal. As fibras internas estão ligadas 
à placa de cartilagem, enquanto as fibras externas se ligam à estrutura óssea dos 
corpos vertebrais. As fibras colágenas só resistem à tensão (JUNIOR, BARROS, 
OLIVEIRA, UHLENDORFF, PEDROSA, NARDELLI, AMATUZZI, 1999). 
 Na rotação as fibras são colocadas em direção horizontal porque aumenta sua 
resistência à tensão. O núcleo pulposo apresenta matriz proteica, proteoglicanos e 
água que atua como gel não compressivo. Durante a compressão o núcleo e as fibras 
internas do anel transmitem forças de vértebra a vértebra, provocando deflexão dos 
platôs vertebrais adjacentes, protrusão discal e o desenvolvimento de tensão no 
ânulo. A compressão pura não causa a hérnia discal (JUNIOR, BARROS, OLIVEIRA, 
UHLENDORFF, PEDROSA, NARDELLI, AMATUZZI, 1999). 
10.3 Principais doenças da coluna 
 
Fonte: fisioterapeutico.com.br 
 
 
31 
Hérnia de disco 
A hérnia de disco é um problema ainda mais grave que a protusão discal. Na 
hérnia, o NP, após ter rompido todos os anéis, consegue extravasar-se de dentro do 
anel e sai do disco intervertebral, empurrando os tecidos da região, pressionando-os 
(veja a Ilustração 6, abaixo). Esta lesão se verifica mais na região lombar, 
principalmente quando o indivíduo flexiona o tronco para erguer cargas (hérnia 
posterior) e quando o rotaciona lateralmente, movimentando a carga da direita para a 
esquerda, por exemplo, (hérnia póstero-lateral). É possível ver uma hérnia 
pressionando uma terminação nervosa (SIQUEIRA, SILVA, 2011). 
A formação da hérnia inicia-se com o surgimento de fissuras no anel fibroso, 
por onde o conteúdo gelatinoso nuclear pulposo infiltra, acometendo as raízes 
nervosas espinhais de diferentes formas e graus. Nesse processo, pode haver desde 
o abaulamento do disco, até o rompimento da parede discal com extravasamento do 
conteúdo nuclear para o canal medular, o que chamamos respectivamente de 
protrusão e extrusão com sequestro (SUSSELA, BITTENCOURT, RAYMONDI, 
TERGOLINA, ZIEGLER, 2012). 
Estes eventos podem ocorrer em quatro zonas do disco - central, póstero 
lateral, foraminal ou extraforaminal - e, dessa forma, provocar apresentações clínicas 
distintas. Os danos às raízes nervosas podem ocorrer de duas formas principais, seja 
através da compressão mecânica direta, seja através da irritação nervosa pela ação 
de mediadores inflamatórios liberados durante este processo (SUSSELA, 
BITTENCOURT, RAYMONDI, TERGOLINA, ZIEGLER, 2012). 
 
Osteofitos marginais 
Caracteriza-se pela formação de protuberâncias ósseas nas paredes externas 
do corpo da vértebra, mais precisamente em locais onde há contato de um corpo de 
vértebra com outro, ocasião em que os dois entram em atrito. Este contato entre uma 
vértebra e a outra se dá pela ausência do Núcleo Pulposo no disco intervertebral, já 
herniado (extravasado) (ZAVANELA, RIENTE, MOREIRA, FERNANDES, OLIVEIRA, 
2008). 
 
32 
 
Fonte: dornacoluna.fst.br 
O tecido ósseo, quando submetido a pressões concentradas em determinados 
pontos, inicia um processo de multiplicação de suas células, formando um calo ósseo. 
Tal processo verifica-se como uma reação de defesa do tecido ósseo, mas traz o 
inconveniente de produzir, quando não controlada, a calcificação indesejada de 
protuberâncias (chamadas de Osteofitos), resultando em problemas graves de coluna 
(ZAVANELA, RIENTE, MOREIRA, FERNANDES, OLIVEIRA, 2008). 
Existem dois tipos de Osteofitos marginais. Um consiste na proteção para o 
espaço articular e o outro no desenvolvimento das inserções capsulares das 
extremidades das articulações. Em ambos os casos, o crescimento dos Osteofitos 
segue as linhas das forças mecânicas que incidem sobre a área de crescimento dando 
origem aos Osteofitos (ZAVANELA, RIENTE, MOREIRA, FERNANDES, OLIVEIRA, 
2008). 
Na vértebra, o tecido vai ficando mais denso na região central do corpo, 
empurrando os tecidos vizinhos, até chegar na periferia do corpo, onde se formam as 
protuberâncias. Um esclarecimento importante se faz presente: tanto a hérnia do disco 
quanto o bico de papagaio, por poderem pressionar nervos, podem produzir dores que 
se estendem às pernas, a chamada dor ciática (ZAVANELA, RIENTE, MOREIRA, 
FERNANDES, OLIVEIRA, 2008). 
 
Dor ciática 
É uma das consequências mais comuns dos problemas anteriores. A dor ciática 
se dá a partir da pressão que o núcleo pulposo herniado ou o Osteofitos fazem sobre 
 
33 
o conjunto de raízes nervosas que formam o nervo ciático. Estas raízes saem do 
espaço existente entre as vértebras L4 e L5 (ou seja, quarta vértebra lombar e quinta 
vértebra lombar) e S1 (primeira vértebra sacral). Também pode surgir dor proveniente 
das raízes que formam o nervo femoral, provenientes dos espaços entre L2 e L3 
(SCHMITT, HAHN, 2013). 
A síndrome do músculo piriforme é um termo aplicado a um tipo de dor ciática 
relacionada a uma condição de espasmo ou hipertrofia do músculo piriforme tendo em 
vista sua íntima relação topográfica com o nervo ciático. Aparentemente não existe 
uma causa comum que determine o aparecimento dessa síndrome (SCHMITT, HAHN, 
2013). 
Na literatura encontram-se múltiplas etiologias que incluem hipertrofia do 
músculo piriforme, pseudoaneurisma da artéria glútea inferior, excesso de exercícios, 
esforço repetitivo, inflamação e espasmo do músculo piriforme, traumas diretos ou 
indiretos nas regiões sacrilíaca ou glútea, contratura em flexão do quadril, infecção, 
variações anatômicas (SCHMITT, HAHN, 2013). 
Essa síndrome representa uma entidade clínica caracterizada por distúrbios 
sensitivos e motores na área de distribuição do nervo ciático. Os sintomas consistem 
principalmente na dor lombar, estendendo-se ao membro inferior. Pode ocorrer 
também atrofia glútea, parestesia do lado afetado e ligeira claudicação (SCHMITT, 
HAHN, 2013). 
 
 
 
Fonte: fisioterapia.com.br 
 
34 
10.4 Músculos 
Os músculos são tecidos que se caracterizam por ampla flexibilidade,por 
contração e alongamento de suas células, conhecidas por miofibrilas. Tais células são 
especialistas em retirar energia química proveniente dos alimentos que ingerimos e 
transportada pelo sangue, transformando-a em energia mecânica. O trabalho 
produzido pelos músculos é possibilitado pela vaso-irrigação que lhes garante a 
devida alimentação, mas dentro de determinadas condições (BATISTA, CAMARGO, 
SALVINI, 2008). 
A contração dos músculos recebe duas classificações básicas: 
 Contração Isotônica ou dinâmica: o tamanho do músculo é alterado, mas 
não há aumento de tensão em sua parte interna. Exemplo: Fletir o antebraço 
sobre o braço. 
 Contração Isométrica ou estática: ocorre o contrário, ou seja, não é alterado 
o tamanho do músculo, mas há um aumento de sua tensão interna. Exemplo: 
Sustentar uma carga com a mão, enquanto o braço permanece estendido. 
Tal classificação é muito importante, pois as diferentes contrações implicam 
num consumo variável de oxigênio pelo músculo. Assim, a contração dinâmica implica 
em maior consumo de oxigênio, mas possibilita um fluxo sanguíneo facilitado aos 
tecidos musculares, pois neste tipo de contração, há períodos intercalados de 
contração e relaxamento dos músculos (BATISTA, CAMARGO, SALVINI, 2008). 
Já na contração estática, há um aumento de pressão muscular externa sobre 
as artérias e vasos capilares, deixando-os parcial ou totalmente fechados, diminuindo 
muito o fluxo sanguíneo, e sem que haja relaxamento durante a atividade. Cada fibra 
muscular aperta a fibra vizinha, reduzindo, assim, o fluxo. Com esta diminuição do 
fluxo sanguíneo, a taxa de oxigênio nos tecidos cai e, ao mesmo tempo, aumenta a 
taxa de ácido lático, que é responsável por dores musculares (BATISTA, CAMARGO, 
SALVINI, 2008). 
 Dependendo do tempo de duração da contração, para realizar-se a atividade, 
haverá também a presença de espasmos musculares, que prejudicam a precisão dos 
trabalhos. Outro detalhe muito importante relacionado à alimentação dos músculos, 
seja qualquer a contração por eles apresentada, refere-se à carga hemodinâmica, que 
é a coluna a ser vencida pelo fluxo sanguíneo, quando um membro está elevado 
(BATISTA, CAMARGO, SALVINI, 2008). 
 
35 
Um ótimo exemplo é o do braço estendido acima do nível da cabeça, abduzido 
sobre o ombro, desenvolvendo alguma atividade (apertar parafusos com uma chave 
combinada, muito comum para mecânicos embaixo de veículos). Com os braços 
elevados, o fluxo de sangue encontra enorme dificuldade em subir até a extremidade 
(ponta das mãos), resultando em dormência no braço (BATISTA, CAMARGO, 
SALVINI, 2008). 
 
 
Fonte: naturallser.com.br 
10.5 Tendões 
São feixes de fibras formadas de tecido conjuntivo, denso e modelado, vez que 
tais fibras encontram-se orientadas em direções bem definidas, de modo a oferecer 
resistência alta em relação às forças que atuam sobre o tecido. Os tendões são 
estruturas anatômicas visco-elásticas, ou seja, possuem certo grau de elasticidade, 
mas este é inferior à elasticidade apresentada pelas fibras dos músculos, cuja 
capacidade de contração e expansão é muito maior, pois os músculos, como acima 
vimos, são abastecidos por sangue, o que não se dá com os tendões (VIEGAS, 
CAMANHO, 2003). 
Uma das características mais importantes dos tendões, em fisiologia, refere-se 
ao tempo de repouso necessário para que o tecido que os formam consiga retornar 
ao seu estado natural. Quando se sobrecarrega um tendão, solicitando-o em demasia, 
o mesmo tende a sofrer lesões nas fibras do tecido conjuntivo, pois o limite de 
elasticidade é facilmente ultrapassado (VIEGAS, CAMANHO, 2003). 
 
36 
A reparação do tendão não é efetuada pelos fibróticos (fibroblastos 
quiescentes), mas sim pelos fibroblastos da bainha interna, na ausência da bainha, 
isso ocorre pelo tecido conjuntivo frouxo circunjacente. Essas células crescem em 
direção ao interior da lesão e depositam novos feixes de fibras colágenas, restaurando 
assim a continuidade do tendão (ENWEMEKA, 2001). 
Por haver baixa vascularização, oxigenação e nutrição, o tendão possui baixa 
capacidade de regeneração. Os tendões consistem em feixes paralelos de fibras 
colágenas firmemente agrupadas, tendo entre as mesmas, fileiras de fibroblastos, 
formando um tecido denso e modelado, orientando as fibras do tendão e tornando-o 
resistente a uma resposta tensora. Os feixes de colágeno do tendão denominados 
feixes primários, se agrupam com feixes menores denominados feixes secundários, 
onde são envolvidos por tecido conjuntivo frouxo contendo poucos vasos sanguíneos 
e nervos, dando suprimento aos tendões (JUNQUEIRA, CARNEIRO, 2004). 
O colágeno é o maior componente da matriz extracelular, e abrange cerca de 
90% do peso úmido do tendão. No tendão, as fibras de colágeno possuem uma 
disposição que é resultado do seu processo de maturação, sendo usualmente 
denominados em fascículos de fibras que contêm unidades menores denominadas 
fibrilas, que se apresentam longas, cristalinas e extremamente alinhadas. O 
desenvolvimento dessa estrutura acontece devido à adaptação funcional normal dos 
tendões (BIRK, TRELSTAD, 1986). 
Os tendões são providos de receptores de Golgi, capazes de avaliar a tensão 
no tendão e transmitir essa informação ao sistema nervoso central. Este estudo tem 
por finalidade realizar uma revisão de literatura dos últimos seis anos, sobre os 
diversos tipos de tratamentos de lesões de tendões (JUNQUEIRA, CARNEIRO, 2004). 
 
37 
11 POSTURA INADEQUADA 
 
 Fonte: imgrum.net.com 
Segundo Iida (2005), a postura corporal é o estudo do posicionamento relativo 
de partes do corpo, como cabeça, tronco e membros no espaço. A boa postura é 
importante para a realização do trabalho sem desconforto e estresse, neste contexto 
cabe lembrar que a coluna vertebral é uma das estruturas mais fracas e delicadas do 
organismo, sujeita a muitas deformações, onde a maioria delas são adquiridas devido 
à má postura no posto de trabalho e o esforço físico. 
A postura corporal do homem não sofre alterações, ela se constrói a partir das 
vivências corporais e mudanças de atitude de cada um durante a vida. Esta seção 
começa fazendo uma breve introdução sobre a coluna vertebral, parte fundamental 
para o estudo da postura, em seguida abordaremos o estudo da postura corporal, 
onde trataremos a respeito das posturas adequadas e as consequências que a má 
postura poderá causar, por fim abordaremos a posição de pé, que é assumida em 
muitos postos de trabalho (MELO, 2017). 
A coluna vertebral é a estrutura do corpo mais afetada por sobrecargas e tem 
como resultado o aumento expressivo de problemas posturais na população mundial. 
Para entendermos a postura corporal é imprescindível o conhecimento da coluna 
vertebral e seu funcionamento. É uma estrutura complexa de suspensão, equilíbrio, 
postura e movimento do corpo humano (MELO, 2017). 
De acordo com Dangelo e Fatinni (2002) a principal utilidade da coluna vertebra 
é sustentar o peso do corpo, por meio da articulação sacrilíaca, para os ossos do 
 
38 
quadril. Independentemente do local de trabalho, nenhuma postura é neutra e a má 
postura é adquirida principalmente pelas condições de trabalho oferecidas e ao projeto 
deficiente dos equipamentos. 
Trabalhos estáticos, ou que requerem o excesso de movimentos repetitivos, 
causam fadiga e o trabalhador vai perdendo a força e a velocidade dos 
movimentos, podendo resultar em acidentes e, em boa parte dos casos, 
lesões graves. Cabe destacar que outros fatores também podem influenciar 
os problemas posturais, tais como as doenças, deixando o corpo fraco e 
debilitado (DANGELO, FATINNI ,2002. Apud MELO, 2017). 
Acrescente-se que a força muscular obtida de uma articulação diminui à medida 
em que o aumenta o ângulo da mesma. Em ângulo neutro, a força é de 100%. Em 
extensão, consegue-seapenas 75% de força na articulação do punho e, em flexão, 
apenas 45%. Se houver contração muscular estática, a força no membro cai para 
apenas 60% (MELO, 2017). 
Nos dias atuais, problemas posturais são apontados como um sério problema 
de saúde pública, pois atingem uma alta incidência na população economicamente 
ativa, incapacitando-a temporária ou definitivamente para atividades profissionais. De 
acordo com o Software Integrado de Gestão Ocupacional, a Pesquisa Nacional da 
Saúde, divulgada em 2014, concluiu que 18,5% da população adulta do Brasil é 
afetada por doenças crônicas na coluna, totalizando cerca de 27 milhões de pessoas 
e muitas dessas doenças estão relacionadas a má postura corporal. Os distúrbios 
localizados na região da lombar são os mais comuns e englobam 21% das mulheres 
e 15% dos homens (OLIVEIRA, 2008). 
Segundo o Instituto de Traumatologia e Ortopedia, a lombalgia normalmente 
manifesta-se na idade adulta e muitos casos estão relacionados com a má postura 
proveniente de ambientes de trabalho mal elaborados. Posturas incorretas ao longo 
do trabalho podem causar lesões na coluna, consequentemente dores nas costas, 
sendo a última a doença que mais afetou os trabalhadores brasileiros em 2013. É de 
extrema importância orientar os trabalhadores sobre os riscos ocasionados pela 
postura indevida, contribuindo para potencializar os resultados da empresa e o bem-
estar dos indivíduos (MELO, 2017). 
 
39 
 
Fonte: pt.slideshare.net 
11.1 Repetitividade 
As Lesões por Esforço Repetitivo/Distúrbios Osteomusculares Relacionados 
com o Trabalho (LER/DORT) são uma síndrome cuja terminologia não é consensual 
e, apesar de não haver nenhum diagnóstico com essa expressão no Código 
Internacional das Doenças (CID-10), sua utilização é bastante difundida na sociedade 
como um todo devido ao impacto social e aos danos provocados aos trabalhadores, 
sendo comum utilizar no cotidiano de trabalho a expressão “diagnóstico de LER” 
(MORAES, BASTOS, 2017). 
Na rotina laboral é possível observar pessoas dizendo que tem “ LER” ou que 
foram “diagnosticadas com LER”. Em certo sentido, qualquer pessoa, em algum 
momento da lida, pode sentir dores associadas à tarefa que realiza e à organização 
do trabalho. Com a intensificação de uma série de fatores psicossociais associados 
ao aumento do estresse, tais dores podem vir a se tornar insuportáveis (MORAES, 
BASTOS, 2017). 
Porém, essa utilização disseminada de uma noção pré-científica para 
descrever uma série de sintomas produz uma considerável imprecisão na observação 
do fenômeno das LER/DORT. Este artigo busca auxiliar na melhor descrição dos 
sintomas dolorosos e contribuir para aumentar a precisão na análise e interpretação 
desse fenômeno biopsicossocial que vem acometendo um contingente significativo de 
trabalhadores (MORAES, BASTOS, 2017). 
 
40 
Além das posturas inadequadas, temos um agravante: fazer isto durante muitas 
horas e muitas vezes. Claro está que se os nervos, tendões e músculos ficarem 
pressionados por horas a fio, pelo fato da pessoa fazer só uma coisa o dia todo, o 
problema será agravado. Quando a repetitividade é um problema isolado, a lesão 
também pode se manifestar (ou seja, sem postura inadequada e sem o uso da força), 
mas isto é raro de acontecer, pois normalmente um posto de trabalho apresenta de 
dois a quatro diferentes riscos para o aparecimento de DORT (MORAES, BASTOS, 
2017). 
 
 
Fonte: slideshare.net.com 
É um grupo de doenças que estão diretamente ligadas a vários danos à saúde, 
causadas por movimentos repetitivos e posições forçadas por um logo período de 
tempo, carga horária, trabalho em ritmo prolongado, podendo ocorrer de forma que se 
estabeleça por um longo período se tornando assim uma patologia que se instala de 
forma silenciosa (ISOSAKI, 2011). 
 Uma das principais características dessas doenças é a dor que pode se 
tornar crônica, também pode ocorrer fadiga muscular, sensação de peso, parestesia, 
fraqueza, dormência, formigamento, inchaços, e geralmente acomete mais os 
membros superiores (ISOSAKI, 2011). 
 Segundo Ribeiro et al (2012) a prevalência dos DORT pode se destacar em 
algumas partes do corpo, sendo elas, dedos, punho, mão, antebraços, cotovelo, 
pescoço e ombro, na região lombar, também podem ocorrer nos membros inferiores, 
 
41 
como pernas, joelhos, tornozelos e pés, podendo ser ocasionados devido ao tempo 
prolongado em uma só posição. 
Segundo Saldanha et al (2013) Distúrbios Osteomusculares (DORT) afeta 
grande parte dos trabalhadores, sendo mais ou menos 30% da população mundial 
com mais de 25 anos, são um dos principais agravos à saúde, que ocasiona 
afastamento do trabalho e consequentemente levam a recorrer ao auxílio doença. 
 A incidência de LER e DORT vêm aumentando progressivamente nos 
últimos anos em todo mundo, dentre as doenças ocupacionais, as mais comuns no 
Brasil foram relacionadas como sinovite, lesões no ombro, dorsalgia, tenossinovite, 
lombalgia e doença de Quervain, sendo que este conjunto que correspondeu mais o 
menos 10,8% do total de acidentes notificado pela previdência social (SALDANHA et 
al, 2013). 
 Foram analisados com o ano anterior, o total de acidentes de trabalho 
registrados apresentou uma baixa de 4,3%. Apesar da redução nos números de 
assistência médica em 5,8%, incapacidade temporária em 4,1% e incapacidade 
permanente em 3,5%, em trabalhadores (SALDANHA et al, 2013). 
Sendo assim as LER e DORT são responsáveis pelo grande número de 
trabalhadores que estão devidamente afastados do trabalho, grande parte de 
trabalhadores em plena idade produtiva e tem como consequência incapacidade seja 
ela temporário ou permanente (SALDANHA et al, 2013). 
 Este tema se deu por se tratar de doenças ocupacionais que causam danos 
aos trabalhadores, que geralmente podem levar afastamento permanente do trabalho 
e a fatores que afetam tanto o físico como o psicológico e emocional dos 
trabalhadores. 
Qualquer que seja o DORT que a pessoa venha a manifestar, sempre 
apresentará quatro fases distintas, que demonstram a evolução (piora) do quadro 
clínico: 
 Fase I - Nesta fase o portador da doença pode referir sensação de peso e 
desconforto no membro afetado, dor espontânea localizada nos membros 
superiores ou cintura escapular, as vezes com pontadas que aparecem 
esporadicamente durante a jornada de trabalho e sem interferência com a 
produtividade. Não há irradiação nítida de dor e a melhora ocorre com o 
repouso. É em geral leve e fugazes estando geralmente ausentes alguns sinais 
clínicos característicos das afecções. O prognóstico é bom. 
 
42 
 Fase II - a dor é em geral mais persistente e intensa e aparece durante a 
jornada de trabalho de forma intermitente. É tolerável e permite o desempenho 
das funções laborais, mas já com reconhecida redução de produtividade nos 
períodos de exacerbação. A dor torna-se mais localizada e pode estar 
acompanhada de Parestesia e calor, além de leves distúrbios de sensibilidade. 
Pode haver uma irradiação definida, sendo a recuperação em geral mais 
demorada. Ocasionalmente pode aparecer quadro doloroso fora do ambiente 
de trabalho, durante atividades domésticas e ou sociais. O prognóstico é 
favorável. 
 Fase III - a dor torna-se persistente, mais forte e com irradiação mais definida. 
O repouso em geral só atenua a intensidade da dor. São frequentes a perda de 
força muscular e Parestesia. Há sensível queda de produtividade e pode 
surgir impossibilidade de exercer as funções laborais. Os sinais clínicos estão 
presentes, com edema frequente e hipertonia muscular constante. Ocorrem 
alterações de sensibilidade e força. Aparecem quadros com comprometimento 
neurológico compressivo. Neste estágio o retorno às atividades laborais é 
problemático. O prognóstico é reservado. 
 Fase IV - a dor é forte, intensa e contínua,por vezes insuportável, levando o 
paciente a intenso sofrimento. Os movimentos acentuam consideravelmente a 
dor, que em geral se irradia por todo o membro afetado. A perda de força 
muscular e a perda dos movimentos se fazem presentes. As atrofias, 
principalmente dos dedos, são comuns. A capacidade laboral é anulada e a 
invalidez se caracteriza. Neste estágio são comuns alterações psicológicas 
com quadros de depressão, ansiedade e angústia. 
11.2 Prevenção 
Um programa de prevenção das Lesões por Esforços Repetitivos em uma 
empresa inicia-se pela criteriosa identificação dos fatores de risco (descritos 
anteriormente) presentes na situação de trabalho. A cada situação corresponde um 
conjunto de medidas de controle específicas, evitando o surgimento e a progressão 
da doença (MAENO, SARLENO, ROSSI, FULLER, 2006). 
A Norma Regulamentadora 17 do Ministério do Trabalho estabelece que 
compete ao empregador realizar a Análise Ergonômica do Trabalho, para avaliar a 
 
43 
adaptação das condições laborais às características psicofisiológicas do trabalhador. 
As medidas de controle a serem adotadas envolvem o dimensionamento adequado 
do posto de trabalho, os equipamentos e as ferramentas, as condições ambientais e 
a organização do trabalho (MAENO, SARLENO, ROSSI, FULLER, 2006). 
 
 
 Fonte: protecao.com.br 
 
No dimensionamento do posto de trabalho, deve-se avaliar as exigências a que 
está submetido o trabalhador (visuais, articulares, circulatórias, antropométricas, etc.) 
e as exigências que estão relacionadas com a tarefa, ao material e à organização da 
empresa. Por exemplo, deve-se adequar o mobiliário e os equipamentos de modo a 
reduzir a intensidade dos esforços aplicados e corrigir posturas desfavoráveis, 
valorizando a alternância postural (flexibilidade) (MAENO, SARLENO, ROSSI, 
FULLER, 2006). 
Sabe-se que os confortos térmico, visual e acústico favorecem a adoção de 
gestos de ação, observação e comunicação, garantindo o cumprimento da atividade 
com menor desgaste físico e mental, e maior eficiência e segurança para os 
trabalhadores. Quanto à organização do trabalho, deve-se permitir que o trabalhador 
possa agir individual e coletivamente sobre o conteúdo do trabalho, a divisão das 
tarefas, a divisão dos homens e as relações que mantêm entre si (MAENO, 
SARLENO, ROSSI, FULLER, 2006). 
A divisão das tarefas vai do seu conteúdo ao modo operatório e ao que é 
prescrito pela organização do trabalho. A Norma Regulamentadora 17 estabelece que 
nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço, 
 
44 
ombros, dorso e membros superiores e inferiores, a partir da análise ergonômica do 
trabalho, deve ser observado o seguinte: 
 Todo sistema de avaliação de desempenho para efeito de remuneração e 
vantagens de qualquer espécie deve levar em consideração as 
repercussões sobre a saúde dos trabalhadores; 
 Devem ser incluídas pausas de descanso. 
O resultado do programa de prevenção depende da participação e 
compromisso dos diferentes profissionais da empresa: trabalhadores, supervisores, 
cipeiros, engenheiros e técnicos de segurança do trabalho, médico do trabalho, 
gerentes e diretores (MAENO, SARLENO, ROSSI, FULLER, 2006). 
Os dois programas obrigatórios previstos desde 1.994 pelo MTE também 
devem estar integrados à Análise Ergonômica do Trabalho: o PCMSO (exames 
médicos) e o PPRA (identificação de riscos, adoção de medidas de controle). A Nota 
Técnica 060/01 do MTE deverá ser consultada em conjunto com a NR 17. 
12 ANÁLISE POSTURAL DO CORPO HUMANO 
 
 Fonte: novorumo.com.br 
 
 A postura do corpo é compreendida como o arranjo relativo entre as partes que 
compõem este corpo. A boa postura é aquela que se caracteriza pelo equilíbrio entre 
os diversos segmentos corporais estruturais (ossos e músculos, de modo geral), 
protegendo o organismo contra agressões e deformidades. Na BOA postura, portanto, 
as estruturas orgânicas desempenham suas funções de modo eficiente (DUL, 2004). 
 
45 
De acordo com Dul (2004), a postura e os movimentos corporais são 
importantes na Ergonomia, tanto no dia-a-dia quanto no posto de trabalho, para 
realizar os movimentos e manter a postura firme, são acionados vários segmentos 
corporais (músculos, ligamentos e articulações), os músculos são responsáveis pela 
força que o corpo precisa para manter a postura e realizar os movimentos, os 
ligamentos desempenham o papel de sustentar o corpo e as articulações servem para 
o deslocamento das partes. 
Para Dul (2004) na manutenção da postura é importante evitar movimentos 
inadequados e forçados por um tempo prolongado, afim de evitar dores e lesões. 
Ainda conforme o mesmo autor, a postura corporal na maioria das vezes é 
estabelecida pela natureza da tarefa ou do posto de trabalho. 
 
 
Fonte: dornacoluna.fst.br 
A má postura pode ser conceituada como aquela em que há desequilíbrio entre 
aquelas partes do corpo e também na qual o relacionamento entre as estruturas é 
ineficiente, induzindo o organismo à agressões e lesões diversas, localizadas ou 
generalizadas (DUL, 2004). 
Muitos trabalhadores, no desempenho de suas funções, adotam a postura em 
pé e, consequentemente, necessitam da coluna vertebral para executar as mais 
diversas posturas corporais, tanto nas atividades do dia-a-dia como no ambiente de 
trabalho, tais como os profissionais que trabalham em indústrias: linha de montagem, 
operadores de máquinas, assim como outros (RUMAQUELLA, 2009). 
 
46 
A postura em pé adotada pode influenciar diretamente no aparecimento de 
dores ou desconfortos musculoesqueléticos, por exigir uma constante verticalização 
do corpo durante o trabalho. O que pode implica em um aumento da sobrecarga nas 
estruturas da coluna vertebral o que pode levar a alguma forma de patologia. Patologia 
essa que pode ser resultado do efeito acumulativo de repetidos e pequenas 
sobrecargas durante um longo período de tempo ou de constantes sobrecargas 
anormais durante um curto período de tempo. Este fato torna-se ainda mais 
preocupante se a postura for inadequada e estiver associada ao levantamento manual 
de carga, flexão, torção e inclinação da coluna com movimentos repetitivos (MAGEE, 
2002). 
Dessa maneira, a ergonomia vem ao encontro dessas necessidades, pois seu 
propósito é justamente o estudo do homem durante o trabalho, com a busca 
constante de pesquisas e desenvolvimento global de condições que 
melhorem a qualidade de vida aos trabalhadores, com medidas que 
diminuem os riscos de posturas inadequadas e, consequentemente dores e 
distúrbios musculoesqueléticos (MAGEE, 2002. Apud RUMAQUELLA, 2009). 
Para relacionar as posturas corporais com o trabalho, associa-se o conjunto de 
todos os movimentos, sejam pequenos ou amplos, leves ou intensos, que produzem 
a maneira característica pela qual o indivíduo distribui seu corpo no espaço, seguindo 
as exigências impostas pela necessidade de cumprimento das tarefas. A 
dissociabilidade entre a postura e a atividade laborativa expressa-se nos fatores 
ligados à tarefa que influencia a própria postura, ou seja, a natureza da tarefa, os 
fatores ambientais e organizacionais (DELIBERATO, 2002). 
Greve (2007) reforça que a boa postura dispõe adequadamente os segmentos 
corporais a um esforço muscular mínimo. Ela não causa desequilíbrios e 
compensações indesejáveis a curto e médio prazo e permite o bom andamento de 
todas as funções corporais. Cada movimento realizado envolve equilíbrio, 
coordenação muscular e adaptações no segmento corporal a ser utilizado, com 
energia muscular necessária aplicada sobre cada articulação. 
 
 
47 
 
 Fonte: instrusul.com.br 
 
 Hamill e Knutzen (1999) defendem que as posições posturais mantidas pelo 
tronco são bem determinadas pela eficiência do movimento

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