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Redes Industriais e Sistemas Supervisórios Aula 10: Sistemas Supervisórios: parte 2 Apresentação A evolução dos sistemas supervisórios torna-os cada vez mais e�cientes e aumenta de maneira considerável suas possibilidades. Este desenvolvimento fez com que surgissem diferentes modos de operação e uma maior quantidade de funcionalidades. Algumas funções de grande importância dentro de um sistema supervisório são o uso de bancos de dados e a possibilidade da programação de alarmes. Tais bancos de dados permitem armazenar informações, as quais possibilitam o estudo de tendências dentro da produção. Já o uso de alarmes auxilia o alerta de qualquer anomalia na planta industrial, permitindo ser executada uma ação o mais rápido possível. Objetivos Demonstrar os modos de operação de um sistema supervisório; Analisar o uso e armazenamento de dados coletados pelo sistema supervisório; Avaliar o uso de alarmes em um sistema supervisório. Troca de informações Os sistemas supervisórios foram desenvolvidos para que fossem possíveis o monitoramento e o controle da planta industrial de maneira mais e�ciente, como relatado em aulas anteriores. Desta forma, torna-se evidente que um sistema supervisório está ligado diretamente à troca de informações, a qual pode ser realizada de alguns modos: Comunicação por polling ou por interrupção A comunicação com os equipamentos de campo, realizada através de um protocolo em comum, protocolo este que pode ser proprietário ou de uso aberto, geralmente pode ocorrer por polling ou por interrupção. Comunicação por polling A comunicação por polling, ou mestre- escravo, faz com que o mestre ou estação central tenha o controle total das comunicações. Neste modelo, é realizado o polling aos dados de cada escravo ou estação remota, de maneira sequencial. Continue lendo...1 Comunicação com as estações Nas comunicações por interrupção, o PLC ou o RTU monitora os seus valores de entrada e, ao detectar alterações signi�cativas ou valores que ultrapassem os limites de�nidos, envia as informações para a estação central. Continue lendo...2 A comunicação com as estações de um sistema supervisório ocorre utilizando protocolos de comunicação, os quais podem ser proprietários ou abertos. Alguns destes protocolos podem ser desenvolvidos pelo mesmo desenvolvedor do sistema supervisório. Além disso, a cada dia aumenta o uso da Internet como meio de comunicação para os sistemas SCADA. Isto ocorre principalmente devido ao aumento do uso da Ethernet industrial e de protocolos como TCP/IP, HTTP e HTML. Uso da internet O uso da internet nos sistemas supervisórios tornou possível a supervisão e o controle, em tempo real, da planta industrial a grandes distâncias. Além disso, o uso da internet tem outras vantagens como o grande número de pro�ssionais habilitados tanto para a elaboração quanto para a manutenção dos sistemas. A comunicação com outros sistemas também é possível com o uso de módulos especí�cos, a partir de bancos de dados ou tecnologias como XML e OPC (OLE for Process Control). https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0197/aula10.html https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0197/aula10.html https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0197/aula10.html https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0197/aula10.html Fonte: Shutterstock A existência de diferentes fabricantes de hardwares, necessários em vários sistemas supervisórios, demandava o uso de interfaces proprietárias ou personalizadas. Entretanto, uma iniciativa da Microsoft possibilitou a superação desse obstáculo. A iniciativa da Microsoft resultou no desenvolvimento das tecnologias OLE, COM e DCOM. Estas tinham o objetivo de conectar e facilitar a comunicação de módulos distribuídos através de uma rede de computadores. Posteriormente, alguns dos principais fabricantes de hardwares e softwares passaram a contribuir através da OPC Foundation. Devido a isso, foi criada uma API (Application Programming Interface) padrão, a qual permite a criação de aplicações que se comuniquem com diferentes dispositivos. A partir do uso da OPC, as indústrias passaram a ter acesso a diversas vantagens como: • Criação de uma API uni�cada para todos os servidores de OPC; • Possibilidade do desenvolvimento de aplicações a partir de ambientes que utilizem COM e ActiveX; • Identi�car os servidores que podem disponibilizar aos clientes determinados itens OPC; • Possibilidade de uso de acesso distribuído e remoto através do DCOM. O padrão OCP Dentre os principais problemas de se interfacear equipamentos e sistemas no chão de fábrica, destaca-se a compatibilização dos protocolos da camada de aplicação. Assim, foi criado o MMS (Manufacturing Message Speci�cation), o qual foi uma tentativa de padronização que fracassou por falta de adeptos. O padrão OCP é hoje o padrão de fato da indústria. Sem um padrão, nós teríamos que utilizar ou desenvolver um driver que atendesse perfeitamente à combinação entre sistema SCADA, sistema operacional e cartão de comunicação PC/CLP. Isto implicaria na existência de centenas de drivers de comunicação, que só atenderiam a versões especí�cas da combinação de fatores apresentada acima. Assim, o protocolo OPC elimina essa situação, permitindo que um fabricante de CLP sempre forneça com o seu equipamento um servidor OPC. O fabricante de SCADA também fornecerá o cliente OPC. Isto também ocorre com um fornecedor de inversores, de relés inteligentes ou de qualquer outro dispositivo industrial inteligente. Saiba mais O padrão OPC é baseado em comunicações cíclicas ou por exceção. Cada transação pode ter de uma a milhares de itens de dados, o que torna o protocolo muito e�ciente, superando o MMS para aplicações práticas. As especi�cações do protocolo OPC estão disponíveis no site da OPC Foundation e incluem além da especi�cação básica para a construção de drives (OPC Data Access Speci�cation – versão 2.05) outras especi�cações. O servidor OPC é um objeto COM. Entre suas funções principais ele permite: 1. Gerenciar grupos: Criar, clonar e deletar grupos de desativar grupos; 2. Incluir e remover itens em um grupo; 3. Navegar pelas tags existentes (browser interface); 4. Ver os atributos ou campos associado a cada tag; 5. De�nir a linguagem de comunicação a ser usada; 6. Associar mensagens signi�cativas a códigos de erro; 7. Obter o status de funcionamento do servidor; 8. Ser avisada caso o servidor saia do ar. Um grupo de dados constitui uma maneira conveniente da aplicação organizar os dados de que necessita. Cada grupo de dados pode ter uma taxa de leitura especí�ca que pode ser lida periodicamente ou por exceção. A interface de grupo permite: Cada item pode ser interpretado como um objeto OPC, o qual proporciona uma conexão com uma entrada física de dados. Estes itens fornecem ao cliente informação como: valor, time stamp, qualidade do dado e tipo de dado. Além disso, é possível de�nir um vetor de objetos como um único item. Isto otimiza a comunicação de dados, visto que apenas um time stamp e uma palavra de qualidade de dados é utilizada para cada conjunto de dados. As leituras de dados podem ser de três tipos: 2 1 Leitura cíclica (polling) Leitura assíncrona (o cliente é avisado quando a leitura se completa) 3 Por exceção (assinatura) Gerenciamento de alarmes O gerenciamento de alarmes é uma função de extrema importância em sistemas SCADA. Ele recebe os eventos excepcionais do processo e os registra identi�cando: • Data e hora do evento; • Variável alarmada; • Valor no momento do alarme; • Descrição do evento; • Data e hora de normalização do evento; • Status do evento: alarmado, normalizado, reconhecido pelo operador. Fonte: Shutterstock Depois de ocorridos, os eventos são armazenados em um buffer circular em disco ou memória que armazena os últimos eventos correspondendo geralmente a um turno de operação. Em seguida, o arquivo pode ser salvo em disco para análise histórica, sendo transferidopara um banco de dados em um servidor. Uma janela de alarmes poderá ser exibida com os alarmes mais recentes. O operador pode também solicitar a exibição de um relatório de alarmes contendo certa quantidade de alarmes recentes, identi�cando o evento que deseja. Atenção Quando um alarme ocorre, o operador pode ser avisado por diversas maneiras, os mais usados são alertas sonoros e luminosos. O operador deve declarar que está ciente do problema, reconhecendo o alarme mais recente ou todos os alarmes simultaneamente. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Gerenciamento de dados históricos O armazenamento de dados é de grande importância, podendo ser utilizado para identi�car tendências, traçar estratégias de melhora de e�ciência e servir de fonte de busca de informações caso necessário. Essas informações são armazenadas em bancos de dados, os quais podem ser arquivados �sicamente em servidores na empresa ou em servidores externos (até mesmo nas denominadas nuvens). Os registradores de tendências fornecem grá�cos de tendência de uma ou mais variáveis. O usuário deverá de�nir duas coisas: Os períodos de amostragem podem variar conforme o usuário deseje, mas tipicamente varia de 100ms a 1 hora. Esses dados são geralmente armazenados em um buffer circular. Além disso, o período total de armazenagem de dados dependerá de questões como período de amostragem e do tamanho do buffer. O grá�co apresenta: Movimentação de cursor Um cursor grá�co vertical é passeado pela �gura fornecendo a leitura dos pontos onde o cursor intercepta as curvas. Serve para examinar os valores críticos da variável e o momento em que um evento ocorre; Paginação Realiza paginação horizontal do grá�co para visualização dos pontos passados; Zoom horizontal e vertical Realiza ampliação da parte do grá�co selecionada por uma janela de edição. A redução de escala pode ser feita para se retornar à escala original, ou para uma atingir uma escala reduzida, gerada pela compressão dos dados armazenados. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Leia mais sobre gerenciamento de dados históricos Clique no botão acima. Para se obter dados de tendência histórica, são utilizados valores de variáveis armazenados por períodos de até um ano. O registro histórico possui um período de amostragem tipicamente maior que o da tendência instantânea, a qual é analisada a partir de dados de apenas alguns minutos. Os valores amostrados podem ser: Em sistemas mais modernos é possível a visualização de grá�cos de tendência instantânea e histórica de forma concatenada, em um único sistema de coordenadas. Porém, algumas empresas preferem realizar todas as funções históricas de um sistema SCADA em um software externo denominado PIMS (Process/Plant Information Management System). Os PIMS possuem melhores algoritmos de compressão de dados e armazenam tipicamente 5 anos de operação. Esses sistemas possuem uma grande variedade de funções para manipulação dos registros históricos: Rápida importação de variáveis de processo através do tag browser; Grá�co de tendência con�gurado desta maneira pode ser salvo e constituir uma vista personalizada do processo de um operador em particular;Funções de panning e zoom possibilitam inserir múltiplos cursores no grá�co para visualização dos valores das variáveis; Incluir o sinóptico em uma mensagem e enviá-la por e-mail a algum especialista que esteja em casa e queira analisar os dados; Suspensão da impressão de qualquer das penas por tempo indeterminado. Outra questão importante para uma indústria é a geração de relatórios. Evidentemente uma das principais funções dos sistemas SCADA reside na sua capacidade de armazenar dados e produzir relatórios de produção ao �nal de um turno, dia ou mês. Esses relatórios de produção, os quais podem incluir relatórios de balanço de massa, demonstram quanto uma determinada planta produziu, quanto consumiu de insumos, de energia e de qualquer outra variável de consumo, constituindo o principal relatório de interesse gerencial. Outro relatório de grande interesse é o relacionado ao funcionamento da planta industrial, pois são os relatórios de monitoramento de equipamentos que relatam qualquer alteração no seu funcionamento. O usuário deve de�nir as variáveis que devem fazer parte do relatório e o seu período de amostragem. Os temas abordados se apresentam como vitais para o planejamento de um sistema supervisório. Quando se deseja implementar um sistema supervisório, algumas etapas devem ser seguidas: Entendimento do processo realizado na instalação; Conhecimento das variáveis a serem monitoradas e/ou controladas; Planejamento do banco de dados; Planejamento dos alarmes do sistema; Determinação da hierarquia a ser seguida pelo sistema; Planejamento da IHM; De�nição das características grá�cas; Planejamento dos sistemas de segurança; Escolha dos protocolos e padrões a serem aplicados. Atualmente existem diversas empresas voltadas para a implementação de sistemas supervisórios, tanto brasileiras quando estrangeiras. Uma empresa nacional que se destaca no desenvolvimento de sistemas SCADA é a Elipse, atuando no mercado nacional e internacional. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Atividades 1. Qual das alternativas abaixo não se enquadra em uma das funções permitidas pelo servidor OPC? a) Eliminar uma tag. b) Gerenciar grupos. c) Incluir e remover itens em um grupo. d) Navegar pelas tags existentes. e) Ver os atributos ou campos associado a cada tag. 2. Para se obter dados de tendência histórica, são utilizados valores de variáveis armazenados por períodos de até quanto tempo? a) Dez anos. b) Dois anos. c) Um ano. d) Uma hora. e) Um dia. 3. Qual empresa desenvolveu inicialmente as tecnologias OLE, COM e DCOM? a) Microsoft. b) Google. c) Apple. d) Modcom. e) Intel. Notas Continue lendo...1 A estação remota responde à estação central após a recepção de um pedido. Isso traz simplicidade ao processo de coleta de dados, inexistência de colisões no tráfego da rede, facilidade na detecção de falhas de ligação e permite o uso de estações remotas mais simples. Porém, esse modelo é incapaz de comunicar situações à estação central por iniciativa das estações remotas. Continue lendo...2 Isto evita a transferência de informação desnecessária, diminuindo o tráfego na rede, além de permitir uma rápida detecção de informação urgente e a comunicação entre estações remotas. Porém, neste modo também existem desvantagens, como um possível atraso para a estação central detectar falhas na ligação e a necessidade de métodos para obter os valores apresentados ao sistema supervisório estejam sempre atualizados.Referências ______. Sistemas Supervisórios. Disponível em: https://docplayer.com.br/18200114-Sistemas-supervisorios.html. Acesso em: 16 set. 2019. javascript:void(0); COELHO, M. S. Sistemas Supervisórios. Cubatão: IFSP, 2010. Disponível em: //professorcesarcosta.com.br/upload/imagens_upload/Apostila_%20Sistema%20Supervis%C3%B3rio.pdf. Acesso em: 16 set. 2019. BOYER, S. A. SCADA: Supervisory Control and Data Aquisition. 2. ed. Durhan: Instrument Society of America, 1999. QUEIROZ, M. H.; CURY, J. E. R. Controle Supervisório Modular de Sistemas de Manufatura. SBA. Sociedade Brasileira de Automática, Campinas, v. 13, n. 2, pp. 123-133, 2002. QUEIROZ, M. H.; CURY, J. E. R. Synthesis and implementation of local modular supervisory control for a manufacturing cell. In: Sixth International Workshop on Discrete Event Systems, Zaragoza, 2002. SILVA, Y. G.; QUEIROZ, M. H. Formal synthesis, simulation and automatic code generation of supervisory control for a manufacturing cell. Proceedings of the 20th International Congress of Mechanical Engineering, Gramado, Brazil, 2009. SOISSON, H. E. Instrumentação Industrial. 2. ed. São Paulo: Hemus, 2008. Explore mais ActI9 supervision and switchboard control: https://www.schneider-electric.com/en/product-subcategory/1630-acti-9-supervision-and-switchboard-control/javascript:void(0); javascript:void(0);
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