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Leia o texto abaixo, publicado na Revista Superinteressante. Por que cometemos atos falhos? Culpa da memória, que preenche suas lacunas com a primeira coisa que vem à mente Por que você trocou o nome da namorada na hora H? Freud explica, mas é bom já saber que a neurociência discorda dele. Segundo a psicanalista Vera Warchavchik, a primeira explicação consta da obra Psicopatologia da Vida Cotidiana (1901), em que Freud descreveu o ato falho como “uma confusão com um sentido maior por trás”. Ou seja, para Freud, você fala "sem querer, querendo". Isso aí: todos temos nossos momentos Chaves. Já a neurociência considera esse deslize um esquecimento corriqueiro, sem nenhum significado especial. Ele acontece porque, ao contrário de uma filmadora, o cérebro não grava todos os mínimos detalhes dos acontecimentos, mas apenas as informações principais. Quando ativamos nosso banco de dados para buscar a situação completa, o cérebro monta esses dados como se editasse um filme. E, para ligar uma coisa à outra, preenche as lacunas com algumas invenções. Pronto! É exatamente nesse momento que surgem as confusões, que, se pegarem mal, serão consideradas atos falhos. A contragosto dos psicanalistas, seriam simples e pequenos tilts na memória sem nenhuma razão oculta. Por isso, na próxima vez que der uma mancada na cama, diga que a culpa é do seu cérebro. Disponível em: <https://super.abril.com.br/ciencia/por-que-cometemos-atos-falhos>. Acesso em: 02 fev. 2016. A reportagem acima traz a explicação da neurociência para justificar os famigerados e inoportunos atos falhos, ao considerá-los problemas insignificantes sem razão oculta e, ao contrário da psicanálise, não lhe atribuem nenhum significado especial. Em Sobre a psicopatologia da vida cotidiana (1901), Freud se insere no cotidiano nosso “de cada dia” para explicar os lapsos, enganos, esquecimentos... Constatamos no texto acima que o desenvolvimento da psicanálise como ciência favoreceu a compreensão do sofrimento humano. Com base nesse texto e nos próprios estudos, assinale a afirmativa correta: Alternativas: A: Ao abordar a questão dos atos falhos, Freud destacou que tais manifestações não-intencionais de ideias reprimidas emergem na vida de qualquer indivíduo. B: Para Freud, todos os indivíduos estão sujeitos aos atos falhos, frutos do acaso e da desatenção. C: Freud nos ensina que tais os atos falhos são “deslizes do processo de repressão bem sucedido” em indivíduos com alguma psicopatologia. D: Ao equipar o normal com o patológico, Freud afirma que os atos falhos são produzidos pela intenção consciente de incluir no discurso, ou na conduta, questões importantes para o indivíduo. E: Atos falhos são manifestações não-intencionais de ideias reprimidas que emergem somente nas interações sociais de indivíduos neuróticos. Resposta do aluno: A Justificativa(s) do aluno: Leia o texto apresentado a seguir. Marina e Gabriel são primos. Ela, com quatro anos e meio e ele, com cinco anos, foram surpreendidos por uma tia avó muito reprimida e repressora em brincadeiras sexuais. A tia avó, constrangida, reagiu dando uma severa bronca nas crianças e as colocando de castigo. As mães das crianças, embora irmãs, tiveram reações diferentes: a mãe de Marina conversou com ela, a acalmou e com tranquilidade lhe disse que cada criança pode brincar com o próprio corpo, mas somente com o próprio corpo; a mãe de Gabriel, muito irritada, gritou com o menino e o colocou de castigo. De acordo com seus estudos sobre sexualidade em Freud e considerando o episódio descrito, você pode afirmar que I a punição de Gabriel é desnecessária, pois, para as crianças estabelecerem diques de censura, elas precisam de supervisão e orientação até poderem compreender regras de convívio social. II o comportamento dessas crianças é preocupante porque nenhuma delas tem crítica sobre o que faz e ambas buscam prazer sexual, embora já devessem estar submetidas à repressão e censura. III a ampliação da sexualidade proposta pela psicanálise permite que o episódio narrado seja visto como natural do processo evolutivo normal, pois a sexualidade está presente desde os primeiros dias de vida do bebê, sem finalidade reprodutiva. IV esse episódio, apesar de normal, deve ser controlado e punido, como fez a mãe de Gabriel, pois as crianças precisam desenvolver recursos para controlarem a própria sexualidade a fim de conviverem socialmente. Está correto somente o afirmado em Alternativas: A: I. B: III. C: I e III. D: I e IV. E: II. Resposta do aluno: C Justificativa(s) do aluno: Leia o texto apresentado a seguir. Conselhos práticos para ajudar a deixar as fraldas Um dos aprendizados infantis que mais preocupam os pais é o controle dos esfíncteres e o uso do penico. Alguns ficam paralisados diante da incerteza sobre o momento mais indicado, e quais os passos a serem dados para acompanhar o filho. Outros, cheios de ansiedade, tratam de adiantar o processo para provar a si mesmos que seu filho superou mais uma etapa de amadurecimento. Apesar do abandono das fraldas ser um aprendizado relativamente difícil, é bom saber que, cedo ou tarde, todas as crianças acabam dominando esse aspecto de seu desenvolvimento. Disponível em: <https://discoverykidsbrasil.uol.com.br/pais/artigos/conselhos-praticos-para-ajudar-a-deixar-as-fraldas/>. Acesso em: 25 mar. 2014. A fase anal é particularmente difícil de ser vivida, visto que do ponto de vista do desenvolvimento psíquico a criança será submetida a limites. Apesar dos ganhos psicomotores e de linguagem já conquistados em relação a fase anterior, ela deverá controlar seus esfíncteres. Nessa etapa do desenvolvimento psicossexual I as dificuldades da criança advêm do dilema a ela imposto: ou continua a apreciar sua criação (fezes) ou se rende às demandas educacionais e sociais. II a criança teme a perda do amor paterno por ter que renunciar à gratificação advinda do prazer de tocar o próprio órgão sexual (pênis ou vagina). III o nojo e a repugnância das fezes experimentados pela criança coincidem com seu conhecimento sobre o excremento anal. IV as fezes, como produto da criação da própria criança, tornam-se alvo de críticas e repreensões associadas às cobranças advindas dos adultos. Está correto somente o afirmado em Alternativas: A: I e II. B: I e IV. C: II e IV. D: II e III. E: I, III e IV. Resposta do aluno: B Justificativa(s) do aluno: Atente ao diálogo da Mafalda com sua mãe, na tirinha apresentada a seguir. A tirinha mostra um importante momento do desenvolvimento psíquico: após o declínio das vivências e angústias edípicas, a criança ingressa em nova fase. O diálogo de Mafalda com sua mãe pode ser compreendido como próprio I da fase fálica, durante a qual a libido sexual adormece e a criança dá início a atividades de cunho social. II da fase em que a criança é submetida à consciência moral, sendo por isso que na tirinha o Ego é o inquilino ao qual se refere Mafalda. III do período durante o qual a sexualidade da criança, ora reprimida, ora sublimada, determina o deslocamento do foco de suas preocupações para atividades intelectuais e sociais. IV de um período durante o qual as pulsões sexuais são reprimidas e/ou sublimadas. Está correto somente o afirmado em Alternativas: A: I e III. B: III e IV. C: IV. D: I, II e IV. E: II. Resposta do aluno: B Justificativa(s) do aluno: Considere a imagem a seguir. A imagem expressa o conflito entre as instâncias psíquicas Id, Ego e Superego, representados pela intransigência e urgência do Id, pela imposição dos valores éticos do Superego e pelo empenho do Ego para manter o equilíbrio. A revisão feita por Freud em O Id e o Ego (1923), agregou à noção de aparelho psíquico uma perspectiva dinâmica da relação dessas instâncias entre si. A partir da inserção da inserção teórica relativa à dinâmica contínua das instâncias, pode-se dizer que I em acordo com a analogia de um cavaleiro que monta seu cavalo e o controla,o Ego corresponde às rédeas que direcionam o animal. II o Superego, originado do Id, corresponde ao ideal de ser humano. III a formação do Ego se dá a partir do Superego, em decorrência da atuação do indivíduo no meio (Pcpt – CS). IV na imagem acima o Id corresponde à personagem central, barrada pela primeira e presa pela última, respectivamente Superego e Ego. Está correto somente o afirmado em Alternativas: A: I e IV. B: I. C: I, II e III. D: II e III. E: IV. Resposta do aluno: E Justificativa(s) do aluno: Leia o texto apresentado a seguir. João Pedro (35 anos), engenheiro civil, filho único, confidencia a um amigo que está pensando em separar-se da esposa. Casado com Ana Paula (40 anos) há mais de 10 anos, viu sua relação deixando de ser o que fora, quando sentia-se amado, importante, querido. No início de sua vida conjugal sua esposa não exercia atividades fora de casa e era absolutamente dedicada a ele, atendendo a todas as suas necessidades e desejos, sem que ele precisasse pedir. Contudo, há 4 anos essa situação começou a mudar. Ana Paula retomou seus estudos, cursou graduação e pós-graduação, começou a trabalhar fora e então surgiram problemas que culminaram na ideia de separação, pois Ana Paula deixou de atender às suas necessidades. João Pedro cobra da esposa um retorno à condição anterior, mas ela lhe diz que se sente realizada e feliz e não deseja voltar à rotina antiga. Com isso, instalou-se um conflito e ele lamenta e chora ao dizer que se sente contrariado, mal humorado e abandonado... Com base nesse texto, podemos ver implicações psicanalíticas na relação de João Pedro com Ana Paula. I Os sentimentos de abandono decorrem do abandono que João Pedro está de fato vivendo, uma vez que sua esposa, contra a sua vontade, não lhe oferece os cuidados antes oferecidos. II A relação de João Pedro com Ana Paula buscou o modelo de uma escolha analítica. III A relação de João Pedro com Ana Paula buscou o modelo de uma escolha narcísica. IV João Pedro faz uma escolha narcísica ao buscar ser amado pelo que é, pelo que foi e pelo que gostaria de ser. Está correto somente o afirmado em Alternativas: A: I e II. B: II e IV. C: II. D: IV. E: III e IV. Resposta do aluno: C Justificativa(s) do aluno: Observe a imagem a seguir. A imagem traduz uma das noções mais importantes da teoria psicanalítica, desenvolvida no texto de Freud, Sobre o narcisismo: uma introdução” (1914). Sob essa perspectiva de narcisismo, a tirinha revela uma forma característica de relação de um sujeito (sentado em sua poltrona) com o outro. Na dimensão do narcisismo, a atitude do sujeito sentado em sua poltrona expressa I um estado narcísico de renúncia à onipotência infantil. II uma fixação no estágio de narcisismo primário, em que o sujeito é o centro do mundo. III uma faceta do narcisismo primário que, como condição do desenvolvimento humano é, em si, prejudicial. IV que o narcisismo primário é uma fase do desenvolvimento psíquico e, sendo assim, perdurará inalterado ao longo do desenvolvimento do indivíduo. Está correto somente o afirmado em Alternativas: A: III e IV. B: II. C: II e III. D: I e IV. E: III. Resposta do aluno: B Justificativa(s) do aluno: Leia o texto apresentado a seguir. “Em todo homem, é claro, habita um demônio oculto: o demônio da cólera, o demônio do prazer voluptuoso frente aos gritos da vítima torturada, o demônio da luxúria sem peias” (Dostoievski, Os Irmãos Karamazov In: Freud, O mal estar na civilização (1929). Esse excerto e refere à luta incessante do homem durante toda a vida e estabelece um ponto de partida à criação da civilização. Refere-se, pois, a uma luta que ocorre antes de tudo na interioridade do próprio homem e que, de certa forma, impacta na evolução da civilização. Pela ótica psicanalítica, a motivação homicida é proveniente Alternativas: A: dos domínios da pulsão de morte, sem interferência dos fatores ambientais. B: dos domínios da violência, própria dos ambientes familiares desestruturados. C: da dimensão dos processos narcísicos patológicos. D: do domínio das pulsões de Eros na constante luta pela sobrevivência. E: da interação das pulsões internas agressivas com fatores ambientais. Resposta do aluno: E Justificativa(s) do aluno: Na introdução do caso Dora (1905) Freud destaca que aquela publicação teve por objetivo tentar demonstrar a importância da interpretação dos sonhos nos tratamentos, pois o conteúdo interpretado dos sonhos preenche lacunas deixadas por amnésias, o que contribui para o esclarecimento dos sintomas. O caso Dora passou a ser um dos casos de maior contribuição à técnica psicanalítica. A esse respeito, considere as afirmativas a seguir: I O primeiro tratamento clínico em que Freud utilizou o método psicanalítico como conhecemos hoje, foi pautado na hipnose, na interpretação de sonhos e na associação livre. II Dora decidiu abandonar o tratamento após narrar seu segundo sonho, cuja interpretação revelou seu desejo, transferencialmente determinado, de colocar Freud no lugar do Sr. K. III Por meio dessa publicação Freud tornou público seu fracasso no tratamento de Dora, mas abriu caminhos para a definição de parâmetros técnicos necessários ao tratamento clínico das neuroses. IV A notoriedade deste caso se consolidou graças à habilidade de Freud para lidar com os impulsos eróticos de Dora a ele dirigidos. Está correto somente o afirmado em Alternativas: A: II e III. B: III e IV. C: IV. D: I, II e IV. E: II. Resposta do aluno: A Justificativa(s) do aluno: Freud no texto Construções em análise (1937) compara o trabalho do psicanalista ao do arqueólogo: o arqueólogo reconstrói o todo reunindo fragmentos de pinturas, paredes, colunas. Trabalha com objetos destruídos, incapazes de retomarem sua forma original. O psicanalista reconstrói reunindo lembranças, comportamentos, discursos livremente associados, associações, com elementos ainda preservados. Mesmo elementos “aparentemente” esquecidos, permanecem presentes, “enterrados”, inacessíveis ao indivíduo. Essa analogia nos permite compreender a importância das construções no processo psicanalítico. Podemos afirmar que a construção realizada durante o processo psicanalítico, de modo análogo à realizada pelos arqueólogos, I resgata objetos relevantes da história do paciente: o analista pontua elementos retirados do discurso do próprio paciente. II possibilita estabelecer um tipo de comunicação que permite ao analista realizar deduções, pautado em seu conhecimento teórico-técnico. III dispensa o uso da interpretação como recurso técnico. IV se restringe à ação de comunicar ao paciente um fragmento esquecido da fase primitiva de sua história. Está correto somente o afirmado em Alternativas: A: II. B: I, III e IV. C: IV. D: I e IV. E: I e II. Resposta do aluno: D Justificativa(s) do aluno: Considere a imagem apresentada a seguir. Uma menina de 6 anos brinca de casinha, nina sua boneca, coloca as sandálias de sua mãe, passa batom e faz de conta que sai para fazer compras, tal qual a mãe faz em sua presença... Essa brincadeira nos convida a refletir sobre um importante mecanismo que marca a vida afetiva de um sujeito, ao qual Freud se refere-se em Psicologia das massas e análise do eu (1921), o considerando determinante das relações objetais. Esse mecanismo de fundamental importância em nosso processo evolutivo é Alternativas: A: a identificação histérica que, mais visível no sintoma, cumpre a função de defesa contra impulsos e fantasias sexuais a ela correlatos. B: a transferência, constituída durante a atualização dos protótipos infantis. C: a identificação primária, que ocorre quando a criança ainda não estabeleceu nenhuma relação objetal. D: o narcisismo primário, que constitui nossa vida psíquica e determina nossas relações objetais. E: a identificação secundária, que supõe trocas com o meio, coincide com a fase do Édipo e constituirá o Superego. Respostado aluno: E Justificativa(s) do aluno: Leia o texto apresentado a seguir. Caminhos da violência Um retrato da obscura trajetória dos skinheads (ou, simplesmente, “carecas”), jovens que têm atuado de forma violenta e pregado o preconceito no Brasil. No ano passado, três integrantes do movimento white power skinheads foram detidos por espalharem na cidade de São Paulo cartazes condenando as cotas para negros nas universidades. O texto do cartaz diz: “Vestibulando branco. Hoje eles roubam sua vaga nas universidades públicas. E chamam isso de direitos iguais. Se você não agir agora, quem nos garante que eles não roubarão vagas nos concursos públicos?”. Os autores do protesto eram skins inspirados em grupos supremacistas brancos europeus e norte–americanos. O crime se inscreve em uma longa trajetória de ações violentas protagonizadas por skinheads brasileiros, racistas ou não, desde o início da década 1980. Disponível em https: <//www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos/caminhos-da-violencia>. Acesso em: 9 mai. 2014. Em Psicologia das massas e análise do eu (1921), Freud apresenta interessante compreensão do funcionamento do indivíduo em grupo. Com base nessa ótica, podemos inferir que o comportamento dos skinheads descrito acima demonstra que I a adesão do indivíduo aos grupos é uma tentativa de resgatar a imagem idealizada da figura materna. II a intolerância às diferenças dos skinheads pode ser explicada pelo fato de o outro ser o outro, diferente de determinado grupo de referência. III o investimento libidinal antes voltado à figura do pai, se volta agora à figura do líder do grupo. IV a vinculação dos skinheads a esse grupo relaciona-se ao investimento libidinal de cada um deles e decorre dos processos de identificação individual. Está incorreto somente o afirmado em Alternativas: A: II. B: I. C: III. D: IV. E: I e IV. Resposta do aluno: B Justificativa(s) do aluno: Leia o texto a seguir. Parece improvável que a humanidade em geral seja algum dia capaz de dispensar os “paraísos artificiais”, isto é... a busca da autotranscedência através das drogas ou... de umas férias químicas de si mesmo... A maioria de homens e mulheres levam vidas tão dolorosas – ou tão monótonas, pobres e limitadas, que a tentação de transcender a si mesmos, ainda que por alguns momentos, é e sempre foi um dos principais apetites da alma. HUXLEY, A.L. O texto parece complementar aquilo que aprendemos com Roudinesco (2000), quando considera a depressão uma epidemia psíquica que domina a subjetividade contemporânea e tece críticas às práticas que oferecem a ilusão de cura por via medicamentosa, mas revelando o desejo da sociedade moderna de expurgar de sua realidade a dor, o sofrimento, a morte e a violência, na manutenção de um lugar cativo ao homem, afastado de si mesmo. Considerando os estudos de psicanálise realizados, podemos afirmar que I muito embora, a medicalização do sofrimento psíquico esteja em alta, o deprimido tornou-se herdeiro de uma dependência autorizada, que o afasta de sua essência humana. II atualmente o tratamento da depressão por via medicamentosa favorece que o homem se abstenha da responsabilidade por seus sintomas, que passam a ser atribuídos a causas externas, sem registro da importância da psicanálise como modalidade de tratamento por meio da escuta do sujeito. III a psicofarmacologia reservou ao homem uma nova forma de alienação: a promessa de cura. Na verdade, só fez afastá-lo da própria essência humana. IV a busca por drogas lícitas, pela religiosidade, pelo culto do corpo perfeito, transformou-se em ideal de uma felicidade impossível que, na verdade, aproxima o homem de si mesmo. Está correto somente o afirmado em Alternativas: A: I, II e IV. B: III e IV. C: I, II e III. D: II e III. E: I, III e IV. Resposta do aluno: D Justificativa(s) do aluno: Ao postular a existência de uma dimensão inconsciente do psiquismo humano e propor a técnica de escuta psicanalítica, Freud rompeu com a Medicina da época por considerar a doença determinada por motivações inconscientes e não pela degenerescência do “corpo”. Vemos que segundo o novo paradigma trazido pela psicanálise, Alternativas: A: Freud mantinha uma visão cientificista que valorizava a racionalidade científica e expressou sua concepção e compreensão do sintoma histérico pelo funcionamento neurofisiológico. B: o método clínico investigativo de Freud valorizou um saber que não sabia a si mesmo e se manteve coerente com o saber da ciência positivista. C: o método clínico investigativo proposto por Freud manteve a visão positivista de ciência e fortaleceu a importância da objetividade em detrimento da importância da subjetividade. D: a compreensão do sintoma histérico se opõe à ideia de que a objetividade prevalece separada da subjetividade. E: as elaborações teóricas de Freud sustentam o reducionismo do psiquismo aos mecanismos cerebrais, cuja determinação biológica prepondera Resposta do aluno: D Justificativa(s) do aluno: Leia abaixo algumas considerações sobre a relação entre ética e psicanálise. “A psicanálise não é uma proposta ética, mas um saber de dimensões humanistas que pode contribuir para a construção de uma ética mais adequada às condições das sociedades contemporâneas, ao abordar o sujeito moderno em suas dimensões inseparáveis de conflito e liberdade, de solidão e sociabilidade. Essas dimensões fundamentais do humano estão na base da clínica psicanalítica e orientam o percurso que analista e analisando fazem juntos, em direção à cura do sofrimento psíquico. O percurso analítico não depende apenas de uma técnica. Tem ética própria, que no início deve ser sustentada pelo analista e que, ao final de uma análise, deve alcançar também o analisando. A responsabilidade pelo desejo inconsciente que age em cada um de nós, o respeito pelas diferenças do outro e a capacidade de enfrentar as dificuldades da vida com um certo senso de humor são alguns exemplos de atitudes éticas que a psicanálise pode nos ajudar a conquistar.” (Kehl, sd.) Na psicanálise, a discussão sobre ética, intrínseca à discussão sobre técnica, gera um paradoxo porque Alternativas: A: é preciso que ao realizar uma intervenção o psicanalista não contrarie os valores morais do paciente. B: em sua prática, o psicanalista se interessa pela verdade e pela singularidade de seu paciente e não apenas pela realização de uma terapêutica eficiente. C: a psicanálise, por fazer parte das forças da civilização, deve contribuir para a canalização das pulsões visando a promoção de pensamentos e sentimentos mais nobres. D: a psicanálise, com sua ética e sua técnica, só pode ser aplicada a fenômenos individuais e nunca a fenômenos sociais e culturais. E: sendo o sofrimento psíquico resultante de intensos conflitos morais entre ego e superego, ao psicanalista compete optar por um desses polos do conflito. Resposta do aluno: B Justificativa(s) do aluno: Em O Mal-Estar na Civilização (1930) Freud afirma que as restrições à liberdade impostas pela civilização trazem consequências para a economia psíquica, pois, dependendo da via utilizada para contenção de seus impulsos agressivos, o resultado pode ser seu sofrimento. Freud, S. O mal-Estar na civilização (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, Vol. 21). Rio de Janeiro: Imago, 1996a. (Originalmente publicado em 1930). Em relação a isso podemos afirmar que I da restrição dos impulsos agressivos sempre resultam sintomas. II parte da agressividade contida se volta para o próprio eu, formando o superego. III é impossível para o ser humano seguir à risca determinações do princípio do prazer. IV a sublimação é um destino possível para os impulsos agressivos. Está incorreto somente o afirmado em Alternativas: A: II e III. B: IV. C: III. D: II E: I. Resposta do aluno: E Justificativa(s) do aluno: Em Psicologia de Grupo e Análise do Ego (1921) Freud traz o seguinte exemplo: Uma criançapesarosa pela perda de um gatinho declarou francamente que agora ela era o gatinho e passou a andar de quatro e não comer à mesa. Nesse exemplo temos a descrição I de uma identificação com o objeto como um todo, que ocorre sempre. II da introjeção do objeto perdido pela criança, tal como ocorre na melancolia. III de uma identificação, cujo processo é consciente. IV de uma identificação, a mais remota expressão de um laço emocional com um objeto. Está correto somente o afirmado em Alternativas: A: I e IV B: II e III C: II e IV. D: I, II e IV. E: I, II e III. Resposta do aluno: C Justificativa(s) do aluno: Em uma conceituada escola particular de São Paulo, Luciana, menina de sete anos, enfrenta a rejeição unânime dos colegas de classe. Seu sofrimento alcança tal proporção, que seus pais decidem transferir a filha para outra escola. Tomando por base o referencial psicanalítico para compreensão de fenômenos grupais, podemos considerar que I recaiu sobre Luciana o papel de bode expiatório do grupo, ou seja, de objeto sobre o qual as demais crianças projetam os próprios aspectos indesejáveis como recurso de se livrarem deles. II o fato de sermos mais racionais e percebermos melhor as coisas quando estamos em grupo permitirá que a direção da escola solucione o problema vivido por Luciana. III o grupo percebeu que Luciana traços de personalidade perversa e essa avaliação grupal deve ser considerada. IV o fato de estarem em grupo favoreceu a adoção de atitudes por parte dos colegas de Luciana, que não teriam sido adotadas pelas crianças isoladamente. Está correto somente o afirmado em Alternativas: A: I, III e IV. B: II. C: III. D: I e IV. E: II e III. Resposta do aluno: D Justificativa(s) do aluno: Leia o trecho da reportagem apresentado a seguir. Briga generalizada entre torcidas interrompe duelo entre Atlético-PR e Vasco O jogo entre Atlético-PR e Vasco, pela última rodada do Campeonato Brasileiro, foi interrompido aos 16min por causa de uma briga generalizada nas arquibancadas da Arena Joinville, em Santa Catarina. A partida já estava 1 a 0 para o Furacão, quando torcedores paranaenses decidiram enfrentar os rivais. Os vascaínos responderam, mas foram encurralados. Um torcedor do Atlético-PR foi espancado por vascaínos no confronto e ficou desacordado. Ele foi atendido pelo helicóptero da Polícia Militar, que pousou no gramado após a briga. Um outro torcedor, este do Vasco, foi levado de ambulância rapidamente. Uma outra pessoa foi encaminhada ao hospital. Estavam Viana, William Batista e Diego Cordeiro da Costa são atendidas pela equipe médica do hospital São José. Disponível em: <https://esporte.uol.com.br/futebol/campeonatos/brasileiro/serie-a/ultimas-noticias/2013/12/08/briga- generalizada-entre-torcidas-interrompe-duelo-entre-atletico-pr-e-vasco.htm>. Acesso em: 21 fev. 2014. No texto Psicologia de Grupo e Análise de Ego (1921), Freud parte do fato fundamental de que um indivíduo em grupo fica sujeito a alterações em sua atividade mental. Suas emoções se intensificam e sua capacidade intelectual se reduz para que seja atingido o objetivo de aproximar-se dos demais componentes do grupo. Relacionando o texto dessa reportagem com o que vimos em Freud (1921), podemos afirmar que o fato narrado pode ser devido à Alternativas: A: resignação das expressões de inclinações pessoais e à remoção das inibições de instintos peculiares a cada indivíduo. B: coerção exercida pelo grupo, que ganha maior força devido à falta de convicção dos indivíduos sobre as próprias inclinações. C: valorização de valores sociais em detrimento de valores pessoais D: necessidade de se apoiar em um grupo para preservar a existência individual. E: personalidade impulsiva que, aliada a um déficit intelectual, não permite o controle dos impulsos. Resposta do aluno: A Justificativa(s) do aluno: Considere a imagem a seguir. Essa imagem nos mostra, em primeira vista, o perfil de um homem de barba e cabelos brancos. Ao olharmos mais detidamente, vemos um homem montado num cavalo às margens de um rio. Comparando esta imagem com a frase “nem tudo que reluz é ouro” e, a partir do que aprendemos com Freud sobre sonhos, podemos compreender porque nos sonhos, o que revela também esconde, pois I o conteúdo evitado no sonho se mantém reprimido graças à elaboração secundária. II ao rememorarmos um sonho, entra em ação a elaboração secundária, que tem por função apresentar o conteúdo onírico em imagem e cenário coerente, racional, inteligível. III a produção onírica acompanha cada etapa do sonho, mas seu efeito mais visível ocorre durante a vigília. IV a distorção provocada pela elaboração secundária tem a marca da realização de um desejo reprimido, verdadeira causa do sonho. Está correto somente o afirmado em Alternativas: A: II e IV. B: I e IV. C: I, II e IV. D: II e III. E: I, III e IV. Resposta do aluno: A Justificativa(s) do aluno:
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