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AMBIENTAL-APOSTILA

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INCLUI:
• Quadros de ATENÇÃO
• Tabelas Comparativas
• Esquemas Didáticos
• Referências a temas 
cobrados em provas anteriores
ATUALIZADO COM:
• Lei nº14.064/2020 (Maus-
tratos cães e gatos)
• Lei nº14.026/2020 
(Saneamento Básico)
39º EXAME
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Alteração Legislativa Atenção Exemplo
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SUMÁRIO 
1. PRINCÍPIOS DE DIREITO AMBIENTAL 
1.1. PREVENÇÃO 
1.2. PRECAUÇÃO
1.3. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
1.4. POLUIDOR – PAGADOR
1.5. PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO
1.6. PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE OU EQUIDADE INTERGERACIONAL
1.7. PRINCÍPIO DO PROTETOR RECEBEDOR
2. MEIO AMBIENTE 
2.1. MEIO AMBIENTE NATURAL 
2.2. MEIO AMBIENTE ARTIFICIAL 
2.3. MEIO AMBIENTE CULTURAL 
2.4. MEIO AMBIENTE DO TRABALHO
3. DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS SOBRE DIREITO AMBIENTAL 
3.1. COMPETÊNCIA MATERIAL 
3.2. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA
3.3. DEMAIS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS IMPORTANTES PARA O DIREITO AMBIENTAL
4. POLÍTICA NACIONAL E SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
5. LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
6. ESTUDOS AMBIENTAIS 
7. SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO - SNUC
8. NOVO CÓDIGO FLORESTAL
8.1. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE 
8.2. RESERVA LEGAL 
9. MATA ATLÂNTICA 
10. GESTÃO DE FLORESTAS PÚBLICAS 
11. RESPONSABILIDADE PELO DANO AMBIENTAL 
11.1. RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL
11.2. RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA AMBIENTAL 
11.3. RESPONSABILIDADE PENAL AMBIENTAL 
12. POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS
13. SANEAMENTO BÁSICO
14. POLÍTICA NACIONAL DOS RECURSOS HÍDRICOS 
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14.1. FUNDAMENTOS E OBJETIVOS 
14.2. INSTRUMENTOS 
15. POLÍTICA NACIONAL SOBRE MUDANÇAS DO CLIMA 
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1. PRINCÍPIOS DE DIREITO AMBIENTAL 
Em termos gerais, pode-se afirmar que o direito ambiental objetiva traçar parâmetros de 
preservação do meio ambiente em relação à conduta humana, estabelecendo normas para 
harmonizar as relações econômicos e sociais com o meio ambiente, garantindo o bem-estar 
da população.
Abaixo destacamos os princípios ambientais mais importantes para a prova da OAB/FGV. 
1.1. PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO 
O princípio da prevenção determina a adoção de medidas prévias para inibir a ocorrência de 
danos ambientais já cientificamente conhecidos e, consequentemente, preservar o meio ambiente 
ecologicamente equilibrado para a presente e futuras gerações. 
Não se pode esperar a ocorrência de um dano ambiental para somente depois o Poder Público 
atuar, mesmo porque esses danos são muitas vezes irreversíveis. As ações, portanto, devem ser 
direcionadas para inibir a ocorrência do dano e não apenas para repará-lo, como no caso da 
elaboração dos estudos ambientais, que o objetivam antecipar os riscos ambientais para preveni-
los TEMA COBRADO NOS EXAMES X e XXXIII DA OAB/FGV.
A aplicação do princípio da prevenção pode ocorrer pela via legislativa, administrativa ou judicial. 
LEGISLATIVA ADMINISTRATIVA JUDICIAL 
Criação de mecanismos que 
objetivam evitar a ocorrência 
de danos ambientais 
(Licenciamento ambiental, 
EIA/RIA) 
Políticas Públicas de 
proteção ao meio ambiente 
Fiscalização e a aplicação de 
sanções administrativas
Concessão de medidas 
liminares, objetivando 
a preservação do meio 
ambiente 
1.2. PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO 
A ideia do princípio da precaução é muito semelhante ao da prevenção, já que ambos objetivam 
evitar a ocorrência de danos ambientais. 
A diferença entre ambos, entretanto, é que, enquanto no princípio da prevenção os riscos nocivos já 
são cientificamente conhecidos, no princípio da precaução não se há certeza sobre a ocorrência do dano, 
mas há elementos científicos suficientes para indicar a probabilidade de sua ocorrência. 
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Interessante destacar que o Preâmbulo da Convenção sobre Diversidade Biológica – CDB se 
refere ao princípio da precaução ao dispor que: “quando exista uma ameaça de redução ou perda 
substancial da diversidade biológica, não deve ser invocada a falta de completa certeza científica 
como razão para adiar a tomada de medidas destinadas a evitar ou minimizar essa ameaça”.
 Além disso, o princípio da precaução está expressamente previsto na Declaração do Rio de 1992: 
PRINCÍPIO 15: “Com o fim de proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deverá ser 
amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça 
de danos graves ou irreversíveis, a ausência de certeza científica absoluta não será utilizada 
como razão para o adiamento de medidas economicamente viáveis para prevenir a degradação 
ambiental”.
1.3. PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O Princípio do Desenvolvimento Sustentável consagra que o desenvolvimento econômico e 
social não pode ser visto isoladamente, mas sim em harmonia com a preservação do meio ambiente. 
Nesse aspecto, a própria Constituição Federal de 1988 prevê que a ordem econômica, fundada 
na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos a existência 
digna, conforme os ditames da justiça social, e deve observar a defesa do meio ambiente, inclusive 
mediante tratamento diferenciado, conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de 
seus processos de elaboração e prestação (art. 170, VI).
A lei n. 6.938/81, por sua vez, prevê que a Política Nacional do Meio Ambiente visará à 
compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio 
ambiente e do equilíbrio ecológico;
Já no âmbito internacional, o princípio do Desenvolvimento Sustentável possui previsão 
também na Declaração do Rio de 1992: 
PRINCÍPIO 4: “Para alcançar o desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental constituirá 
parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente deste”.
PRINCÍPIO 8: “Para alcançar o desenvolvimento sustentável e uma qualidade de vida mais 
elevada para todos, os Estados devem reduzir e eliminar os padrões insustentáveis de produção e 
consumo, e promover políticas demográficas adequadas”.
1.4. PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR E DO USUÁRIO PAGADOR 
O princípio do poluidor-pagador determina a necessidade de se responsabilizar financeiramente 
Enquanto que o princípio da prevenção se relaciona a riscos e impactos ambientais já conhecidos, 
no princípio da precaução não há certeza acerca da existência do dano, mas isso não afasta a 
necessidade de adoção de medidas concretas para evitar a sua ocorrência.
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o poluidor pela degradação ambiental, seja de forma preventiva ou reparatória. Assim, aqueles que 
desenvolverem atividades potencialmente nocivas são obrigados a arcar com o custo necessário 
para se evitar o dano ambiental (caráter preventivo) e, havendo a utilização indevida dos recursos 
naturais, o poluidor deverá arcar financeiramente com o seu ato (caráter reparatório). 
O princípio do poluidor-pagador possui previsão expressa na Declaração do Rio de 1992, 
conforme abaixo transcrito: 
PRINCÍPIO 16: “As autoridades nacionais devem procurar promover a internacionalização dos 
custos ambientais e o uso de instrumentos econômicos, tendo em vista a abordagem segundoa qual o poluidor deve, em princípio, arcar com o custo da poluição, com a devida atenção ao 
interesse público e sem provocar distorções no comércio e nos investimentos internacionais”.
O princípio do usuário-pagador, por sua vez, determina que aquele que utilizar recursos 
naturais com fins econômicos deve pagar ao Estado pela sua utilização, tendo em vista que o 
recurso natural não pertence ao particular e sim à coletividade. 
O princípio do usuário-pagador possui previsão na parte final do inciso VII do art. 4° da Lei 
n. 6.938/81, que dispõe: “A Política Nacional do Meio Ambiente visará à imposição, ao poluidor 
e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da 
contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos”.
O princípio do usuário-pagador exige a contribuição financeira apenas pelo o uso dos recursos 
naturais, enquanto que o princípio do poluidor-pagador preceitua a necessidade de investimento 
pelo desenvolvimento de atividade potencialmente nociva ou pagamento de multa para recompor 
o dano já concretizado. Ressalta-se ainda que a responsabilidade do poluidor pagador é objetiva, 
isto é, independentemente da existência de culpa (§ 1º do art. 14 da Lei n. 6.938/81).
1.5. PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO 
O princípio da informação preceitua a necessidade de se dar conhecimento à população sobre 
as questões que envolvem o meio ambiente, por meio de informações claras e precisas sobre as 
atividades, eventos e decisões que possam ter reflexo ambiental. 
No plano infraconstitucional, pode-se citar como decorrência do princípio da informação a Lei 
10.650/2003, conhecida como Lei de Acesso à Informação Ambiental, que garante a qualquer 
interessado o acesso público aos dados e informações existentes nos órgãos e entidades 
integrantes do SISNAMA. 
Art. 2º Lei n. 10.650/2003:
§ 1º Qualquer indivíduo, independentemente da comprovação de interesse 
específico, terá acesso às informações de que trata esta Lei, mediante 
requerimento escrito, no qual assumirá a obrigação de não utilizar as 
informações colhidas para fins comerciais, sob as penas da lei civil, penal, de 
direito autoral e de propriedade industrial, assim como de citar as fontes, caso, 
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por qualquer meio, venha a divulgar os aludidos dados.
1.6. PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE OU EQUIDADE INTERGERACIONAL 
De acordo com o princípio da solidariedade ou equidade intergeracional, a preservação do meio 
ambiente é um dever imposto a todos para garantir à presente e às futuras gerações o direito de 
usufruir dos recursos ambientais.
O art. 225 da CF/88 consagra o princípio da solidariedade ao dispor que todos têm direito 
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia 
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-
lo para as presentes e futuras gerações.
1.7. PRINCÍPIO PROTETOR-RECEBEDOR 
De acordo com o princípio do protetor-recebedor, que possui previsão expressa no art. 6º, II, da 
Lei n. 12.305/10, aquele que proteger o meio ambiente poderá receber uma vantagem econômica 
em virtude de sua conduta, como forma inclusive de se estimular a preservação ambiental. 
Os incentivos financeiros poderão assumir vários aspectos, citando-se, como exemplo, a 
possibilidade de isenção do Imposto Territorial Rural- ITR, para os proprietários de terras que as 
transformem em Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPNs).
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2. MEIO AMBIENTE 
Conforme disposto no art. 3º da Lei n. 6.938/81, entende-se por meio ambiente “o conjunto de 
condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e 
rege a vida em todas as suas formas” 
Ocorre, entretanto, que o dispositivo supratranscrito traz um conceito restritivo de meio 
ambiente, não se conciliando com a doutrina atual ambiental, que entende que o meio ambiente 
não se restringe apenas aos recursos naturais (meio ambiente natural), abrangendo ainda o meio 
ambiente cultural, artificial e do trabalho. 
MEIO 
AMBIENTE 
NATURAL 
MEIO 
AMBIENTE 
CULTURAL 
MEIO 
AMBIENTE 
ARTIFICIAL 
MEIO 
AMBIENTE DO 
TRABALHO 
MEIO AMBIENTE 
2.1. MEIO AMBIENTE NATURAL 
O meio ambiente natural, também conhecido como patrimônio físico, corresponde à natureza, o 
que inclui a atmosfera, águas (subterrâneas e superficiais, mar territorial), solo, subsolo, fauna e flora. 
O principal fundamento de proteção ao meio ambiente natural possui previsão no art. 225 
da CF/88, que, em seu caput, dispõe que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao 
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras 
gerações”, cabendo ao Poder Público garantir a efetividade do meio ambiente equilibrado.
O art. 225 da CF/88 é de extrema importância para a prova da OAB/FGV e, portanto, de leitura 
obrigatória, seguindo abaixo a sua literal transcrição. 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
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I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico 
das espécies e ecossistemas; 
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as 
entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; 
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes 
a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente 
através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos 
que justifiquem sua proteção; (Regulamento)
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora 
de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a 
que se dará publicidade; (Regulamento)
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias 
que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; (Regulamento)
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização 
pública para a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em 
risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais 
a crueldade. (Regulamento)
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente 
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na 
forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão 
os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-
Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma 
da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive 
quanto ao uso dos recursos naturaisTEMA COBRADO DO XII EXAME DA OAB/
FGV.
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações 
discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em 
lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram 
cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações 
culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas como 
bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser 
regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.
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A EC n. 96/2017 acrescentou o § 7º ao art. 225 da CF/88, passando a dispor que não se consideram 
cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, como por exemplo a vaquejada, desde que 
sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 da Constituição Federal, registradas 
como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser 
regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.
Nesse aspecto, a Lei nº 13.364/2016, alterada recentemente pela Lei nº 13.873/2019, 
reconhece o rodeio, a vaquejada e o laço como manifestações culturais nacionais, elevando 
essas atividades à condição de bens de natureza imaterial integrantes do patrimônio cultural 
brasileiro e estabelecendo condições para a proteção do bem-estar animal.
2.2. MEIO AMBIENTE ARTIFICIAL 
O meio ambiente artificial diz respeito ao espaço urbano construído, ou seja, o conjunto de 
edificações fechadas (espaço urbano fechado) e abertas (espaço urbano aberto), como ruas, 
praças, áreas verdes, etc.
O art. 182 da CF/88 é o principal fundamento de tutela do meio ambiente artificial, sendo 
o responsável pela política de desenvolvimento urbano, conforme regulamentado pela Lei n. 
10.257/2001, conhecida como Estatuto da Cidade.
Conforme previsto no § 1º do art. 182 da CF/88, o plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, 
obrigatório para cidades com mais de 20.000 (vinte mil) habitantes, é o instrumento básico da 
política de desenvolvimento e de expansão urbana TEMA COBRADO NO XX EXAME DA OAB/FGV. 
Nesse aspecto, apenas a propriedade que obedecer ao estabelecido no plano diretor é que 
estará cumprindo com sua função social (§ 2º do art. 182), sendo que o Poder Público municipal, 
mediante lei específica para área incluída no plano diretor, poderá exigir, nos termos da lei 
federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova 
seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: I - parcelamento ou edificação 
compulsórios; II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; 
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente 
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, 
iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais (§ 4º do art. 182). 
 TEMA COBRADO NO XXIV EXAME DA OAB/FGV. 
Sobre a Lei n. 10.257/2001 (Estatuto da Cidade), destacamos os pontos que consideramos mais 
importantes para a prova da OAB/FGV: 
A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da 
cidade e da propriedade urbana, destacando-se as seguintes diretrizes gerais: audiência do Poder 
Público municipal e da população interessada nos processos de implantação de empreendimentos 
ou atividades com efeitos potencialmente negativos sobre o meio ambiente natural ou construído; 
o conforto ou a segurança da população (inciso XIII da CF/88); simplificação da legislação de 
parcelamento, uso e ocupação do solo e das normas edilícias, com vistas a permitir a redução dos 
custos e o aumento da oferta dos lotes e unidades habitacionais (inciso XV do art.2º); tratamento 
prioritário às obras e edificações de infraestrutura de energia, telecomunicações, abastecimento 
de água e saneamento (inciso XVIII do art. 2º da CF/88). 
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Compete à União: I – legislar sobre normas gerais de direito urbanístico; II - legislar sobre 
normas para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios em relação 
à política urbana, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito 
nacional; III - promover, por iniciativa própria e em conjunto com os Estados, o Distrito Federal 
e os Municípios, programas de construção de moradias e melhoria das condições habitacionais, 
de saneamento básico, das calçadas, dos passeios públicos, do mobiliário urbano e dos demais 
espaços de uso público; IV - instituir diretrizes para desenvolvimento urbano, inclusive habitação, 
saneamento básico, transporte e mobilidade urbana, que incluam regras de acessibilidade aos 
locais de uso público (art. 3º).
Prevê a criação do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), que será executado de forma a 
contemplar os efeitos positivos e negativos do empreendimento ou atividade quanto à qualidade de vida 
da população residente na área e suas proximidades. O EIV será obrigatório nas atividades privadas ou 
públicas definidas em Lei Municipal e a sua elaboração não substitui a elaboração e a aprovação do 
estudo prévio de impacto ambiental (EIA). Além disso, os documentos do EIV devem ficar à disposição 
no órgão competente municipal para a consulta de qualquer interessado (art. 35, 36 e 37).
O plano diretor, instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana, deve 
englobar o território do Município como um todo (art. 40, § 2º)
2.3. MEIO AMBIENTE CULTURAL 
O meio ambiente cultural compreende o patrimônio artístico, paisagístico, arqueológico, 
histórico e turístico. Representa o espaço criado pelo homem com valor agregado especial, 
relacionado à identidade, costumes, memórias e à cultura da sociedade. 
O art. 216 da CF/88 dispõe que o patrimônio cultural brasileiro é constituído pelos bens de 
natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência 
à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos 
quais se incluem: I - as formas de expressão; II - os modos de criar, fazer e viver; III - as criações 
científicas, artísticas e tecnológicas; IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais 
espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V - os conjuntos urbanos e sítios de valor 
histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
O § 1º do art. 216, por sua vez, estabelece que cabe ao Poder Público, com a colaboração 
da comunidade, promover e proteger o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, 
registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento 
e preservação. Além disso, ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de 
reminiscências históricas dos antigos quilombos (§ 1º do art. 216).
No Brasil, o principal órgão de preservação, defesa e valorização do patrimônio cultural 
brasileiro é ó Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. Já, no âmbito 
internacional, o principal órgão de proteção é a UNESCO, que pertence à ONU. 
Digno de nota, ainda, que o § 6º do art. 216 permite que os Estados e o Distrito Federal vinculem 
ao fundo estadual de fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, 
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para o financiamento de programas e projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no 
pagamento de I - despesas com pessoal e encargos sociais; II - serviço da dívida; III - qualquer outra 
despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiadas.
O patrimônio cultural, portanto, pode ser material ou imaterial. O primeiro representa os 
bens móveis e imóveis sujeitos a um regime especial de proteção, a exemplo das obras, objetos, 
documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais, 
bem como os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, 
paleontológico, ecológico e científico. Já o patrimônio imaterial é aquele que não é físico, não 
possui forma, como as formas de expressão (dança, culinária, música, etc.) e os modos de criar, 
fazer e viver. 
Outro tema importante para a prova da OAB diz respeito aos instrumentos necessários para 
a proteção do meio ambiente cultural, conforme previsto no § 1º do art. 216 da CF/88, a saber: 
tombamento, registro, inventário, vigilância, desapropriação e outras formas de acautelamento e 
preservação do patrimônio cultural. 
TOMBAMENTO 
O tombamento possui previsão no Decreto Lei n. 25/1937 e representa o instrumento de 
proteção do patrimônio cultural material por meio da inscrição do bem em livro público de tombo 
(Livro Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, Livro Tombo Histórico, Livro Tombo das Belas 
Artes e Livro Tombo das Artes Aplicadas), como forma de restringir o seu uso, gozo e disposição.
O bem objeto do tombamento não poderá ser destruído, demolido ou deteriorado. Em caso de 
necessidade de restauração ou pintura, o proprietário do bem deverá pedir autorização prévia ao 
órgão ambiental cultural que tombou o bem.
Digno de nota, ainda, que a competência para instituição do tombamento é comum entre todos 
os entes federativos, permitindo-se inclusive o tombamento do mesmo bem por mais de um ente 
da Federação. 
O Tombamento destina-se à proteção dos bens materiais (móveis ou imóveis) integrantes do 
patrimônio cultural. Os bens imateriais são protegidos por meio do registro. No entanto, deve-
se salientar que existe doutrina no âmbito do Direito Administrativo que defende a possibilidade 
de se tombar bem imaterial.
REGISTRO 
Trata-se de instrumento de proteção do patrimônio cultural imaterial por meio da inscrição 
em livro de registro (Livro de Registro dos Saberes, Livro de Registro das Celebrações, Livro de 
Registro das Formas de Expressão e Livro de Registro dos Lugares), objetivando a continuidade 
histórica do bem e sua relevância nacional para a memória, a identidade e a formação da sociedade 
brasileira, conforme regulamentado pelo Decreto n. 3.551/2000. 
De acordo com o art. 6º do Decreto n. 3.551/200, cabe ao Ministério da Cultura assegurar ao 
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bem registrado a documentação por todos os meios técnicos admitidos, cabendo ao IPHAN manter 
banco de dados com o material produzido durante a instrução do processo, bem como a sua ampla 
divulgação e promoção.
Entre os bens do patrimônio cultural já registrados no IPHAN destacam-se: Frevo, Fandango 
Caiçara, Samba de Roda do Recôncavo Baiano, Roda de Capoeira e Ofício dos Mestres de Capoeira 
e a Festa do Divino Espírito Santo de Paraty.
INVENTÁRIO 
Inventariar significa descrever e relacionar os bens que guarnecem determinado local. No 
âmbito ambiental, o inventário representa o instrumento de identificação e descrição do bem 
cultural que será tutelado, identificando-se as suas principais características e o seu estado 
de conservação.
VIGILÂNCIA 
A vigilância se refere ao poder de polícia dado aos entes federativos para que possam exercer a 
fiscalização permanente dos bens culturais sob sua tutela. O art. 20 do Decreto Lei n. 25/37 dispõe 
sobre a vigilância dos bens tombados, estabelecendo que: “As coisas tombadas ficam sujeitas 
à vigilância permanente do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que poderá 
inspecioná-los sempre que for julgado conveniente, não podendo os respectivos proprietários ou 
responsáveis criar obstáculos à inspeção, sob pena de multa de cem mil réis, elevada ao dobro em 
caso de reincidência”.
DESAPROPRIAÇÃO 
A desapropriação é meio de intervenção na propriedade, por meio do qual ela é transferida 
compulsoriamente ao patrimônio público por razões de interesse público ou sancionatórias, 
mediante pagamento prévio de indenização. A desapropriação pode ser utilizada para proteger o 
patrimônio cultural, em razão do interesse público, conforme previsto inclusive no art. 5, “k” “l”, “m” 
do Decreto Lei n. 3.365/41.
O rol de instrumentos de proteção ao meio ambiente cultural previsto no § 1º do art. 216 da 
CF/88 é meramente exemplificativo, sendo possível a criação de outros instrumentos.
2.4. MEIO AMBIENTE DO TRABALHO 
O meio ambiente do trabalho é o local onde os trabalhadores prestam suas atividades, sendo 
direito de todo trabalhador a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de 
saúde, higiene e segurança, conforme previsto no art. 7º, XXII, da CF/88.
O art. 200, VIII, da CF/88, por sua vez, se refere expressamente ao meio ambiente de trabalho 
ao dispor que cabe ao sistema único de saúde, entre outras atribuições, colaborar na proteção do 
meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
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Meio Ambiente 
Natural 
Meio Ambiente 
Artificial 
Meio Ambiente 
Cultural 
Meio Ambiente 
do Trabalho
Compreende a 
atmosfera, águas 
(subterrâneas e 
superficiais, mar 
territorial), solo, 
subsolo, fauna e 
flora.
Fundamento: art. 
225, §1º I e VII, e 
§4º, da CF/88.
Representa o 
espaço urbano 
construído, ou 
seja, o conjunto 
de edificações 
fechadas (espaço 
urbano fechado) 
e abertas (espaço 
urbano aberto).
Fundamento: 
arts. 21, XX e 182 
da CF/88 e Lei 
n. 10.257/2001 
(Estatuto da 
Cidade).
Compreende 
patrimônio artístico, 
paisagístico, 
arqueológico, 
histórico e turístico.
Fundamento: art. 
216 da CF/88
Local onde 
as pessoas 
desenvolvem as 
suas atividades 
laborais, 
remuneradas ou 
não remuneradas.
Fundamento: art. 
7º, XXIII, e 200, VII, 
da CF/88. 
Desse modo, levando-se em consideração as espécies de meio ambiente acima delimitadas, 
José Afonso da Silva conceitua meio ambiente como “interação do conjunto de elementos naturais, 
artificiais, e culturais que propiciem o desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas”1
1 SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional. 3ª ed. rev.atual. São Paulo: Malheiros,2000, p.20
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3. DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS SOBRE DIREITO AMBIENTAL 
A Constituição Federal adotou um complexo sistema de repartição de competência, baseado no 
princípio da predominância do interesse, sendo que, se a matéria for de predominante interesse 
geral ou nacional, a competência é da União; se for de interesse regional, a competência é dos 
Estados e, se de interesse local, a competência será dos Municípios.
3.1. COMPETÊNCIA MATERIAL 
As competências materiais subdividem-se em exclusivas (art. 21 da CF/88) e comuns (art. 
23 da CF/88), sendo que, enquanto as primeiras não podem ser delegadas, porque se referem a 
assuntos de interesse exclusivoda União, como soberania e segurança do Estado, nas competências 
comuns, a atuação de um ente federado não exclui a atuação dos demais, incluindo os Municípios, 
devendo a lei complementar fixar normas para a cooperação entre os entes, o que foi feito, em 
material ambiental, pela Lei Complementar n. 140/2011. 
Sintetizamos as competências constitucionais materiais no quadro abaixo. 
COMPETÊNCIA MATERIAL 
EXCLUSIVA 
COMPETÊNCIA MATERIAL COMUM 
Instituir sistema nacional de gerenciamento 
de recursos hídricos e definir critérios de 
outorga de direitos de seu uso (art. 21, XIX);
Explorar os serviços e instalações 
nucleares de qualquer natureza e exercer 
monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, 
o enriquecimento e reprocessamento, a 
industrialização e o comércio de minérios 
nucleares e seus derivados, atendidos os 
seguintes princípios e condições (art. 21, XXIII);
Estabelecer as áreas e as condições para 
o exercício da atividade de garimpagem, 
em forma associativa (art. 21, XXV)
Proteger os documentos, as obras e outros 
bens de valor histórico, artístico e cultural, 
os monumentos, as paisagens naturais 
notáveis e os sítios arqueológicos (art. 23, III);
Impedir a evasão, a destruição e a 
descaracterização de obras de arte 
e de outros bens de valor histórico, 
artístico ou cultural (art. 23, IV);
Proteger o meio ambiente e combater a 
poluição em qualquer de suas formas (art. 
23, VI);
Preservar as florestas, a fauna e a flora (art. 
23, VII);
Registrar, acompanhar e fiscalizar 
as concessões de direitos de pesquisa 
e exploração de recursos hídricos e 
minerais em seus territórios art. 23, XI).
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Assim, com base na distribuição de competência demostrada acima, é importante 
consignar que todos os entes da federação possuem competência material comum para 
proteger o meio ambiente e combater a poluição, fiscalizando e, consequentemente, 
aplicando sanções aos infratores da lei ambiental, ainda que a lei descumprida seja federal. 
 TEMA COBRADO NO XVI EXAME DA OAB/FGV. 
Destaca-se, ainda, que, em matéria ambiental, o art. 30 da CF/88, incisos VIII e IX, atribui aos 
Municípios a competência para promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, 
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano, bem 
como promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação 
fiscalizadora federal e estadual TEMA COBRADO NO II EXAME DA OAB/FGV. 
Transcrevemos, por fim, as principais competências administrativas de cada ente federativo 
de acordo com a Lei Complementar n. 140/2011: 
Art. 7º São ações administrativas da União: 
I - formular, executar e fazer cumprir, em âmbito nacional, a Política Nacional do Meio Ambiente; 
II - exercer a gestão dos recursos ambientais no âmbito de suas atribuições; 
III - promover ações relacionadas à Política Nacional do Meio Ambiente nos âmbitos nacional 
e internacional; 
IV - promover a integração de programas e ações de órgãos e entidades da administração 
pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, relacionados à proteção 
e à gestão ambiental; 
V - articular a cooperação técnica, científica e financeira, em apoio à Política Nacional do 
Meio Ambiente; 
VI - promover o desenvolvimento de estudos e pesquisas direcionados à proteção e à gestão 
ambiental, divulgando os resultados obtidos; 
VII - promover a articulação da Política Nacional do Meio Ambiente com as de Recursos 
Hídricos, Desenvolvimento Regional, Ordenamento Territorial e outras; 
VIII - organizar e manter, com a colaboração dos órgãos e entidades da administração pública 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o Sistema Nacional de Informação sobre 
Meio Ambiente (Sinima); 
IX - elaborar o zoneamento ambiental de âmbito nacional e regional; 
X - definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos; 
XI - promover e orientar a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização 
pública para a proteção do meio ambiente; 
XII - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias 
que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente, na forma da lei; 
XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja atribuição para 
licenciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida à União; 
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XIV - promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades: 
a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; 
b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona 
econômica exclusiva; 
c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas; 
d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União, exceto 
em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); 
e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados; 
f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato do Poder 
Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas, conforme disposto 
na Lei Complementar n. 97, de 9 de junho de 1999; 
g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor 
material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer 
de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear 
(Cnen); ou 
h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição 
da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho 
Nacional do Meio Ambiente (Conama), e considerados os critérios de porte, potencial poluidor 
e natureza da atividade ou empreendimento;
XV - aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de florestas e formações sucessoras em: 
a) florestas públicas federais, terras devolutas federais ou unidades de conservação 
instituídas pela União, exceto em APAs; e 
b) atividades ou empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pela União; 
XVI - elaborar a relação de espécies da fauna e da flora ameaçadas de extinção e de espécies 
sobre-explotadas no território nacional, mediante laudos e estudos técnico-científicos, 
fomentando as atividades que conservem essas espécies in situ; 
XVII - controlar a introdução no País de espécies exóticas potencialmente invasoras que 
possam ameaçar os ecossistemas, habitats e espécies nativas; 
XVIII - aprovar a liberação de exemplares de espécie exótica da fauna e da flora em 
ecossistemas naturais frágeis ou protegidos; TEMA COBRADO NO IX EXAME DA 
OAB/FGV.
XIX - controlar a exportação de componentes da biodiversidade brasileira na forma 
de espécimes silvestres da flora, micro-organismos e da fauna, partes ou produtos 
deles derivados; 
XX - controlar a apanha de espécimes da fauna silvestre, ovos e larvas; 
XXI - proteger a fauna migratória e as espécies inseridas na relação prevista no inciso XVI; 
XXII - exercer o controle ambiental da pesca em âmbito nacional ou regional; 
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XXIII - gerir o patrimônio genético e o acesso ao conhecimento tradicional associado, 
respeitadas as atribuições setoriais; 
XXIV - exercer o controle ambiental sobre o transporte marítimo de produtos perigosos; e 
XXV - exercer o controle ambiental sobre o transporte interestadual, fluvial ou terrestre, de 
produtos perigosos. 
Parágrafoúnico. O licenciamento dos empreendimentos cuja localização compreenda 
concomitantemente áreas das faixas terrestre e marítima da zona costeira será de atribuição 
da União exclusivamente nos casos previstos em tipologia estabelecida por ato do Poder 
Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação 
de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e considerados os critérios 
de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento. 
Art. 8º São ações administrativas dos Estados: 
I - executar e fazer cumprir, em âmbito estadual, a Política Nacional do Meio Ambiente e 
demais políticas nacionais relacionadas à proteção ambiental; 
II - exercer a gestão dos recursos ambientais no âmbito de suas atribuições; 
III - formular, executar e fazer cumprir, em âmbito estadual, a Política Estadual de Meio Ambiente; 
IV - promover, no âmbito estadual, a integração de programas e ações de órgãos e entidades 
da administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
relacionados à proteção e à gestão ambiental; 
V - articular a cooperação técnica, científica e financeira, em apoio às Políticas Nacional e 
Estadual de Meio Ambiente; 
VI - promover o desenvolvimento de estudos e pesquisas direcionados à proteção e à gestão 
ambiental, divulgando os resultados obtidos; 
VII - organizar e manter, com a colaboração dos órgãos municipais competentes, o Sistema 
Estadual de Informações sobre Meio Ambiente; 
VIII - prestar informações à União para a formação e atualização do Sinima; 
IX - elaborar o zoneamento ambiental de âmbito estadual, em conformidade com os 
zoneamentos de âmbito nacional e regional; 
X - definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos; 
XI - promover e orientar a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização 
pública para a proteção do meio ambiente; 
XII - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias 
que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente, na forma da lei; 
XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja atribuição para 
licenciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida aos Estados; 
XIV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos utilizadores de 
recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, 
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de causar degradação ambiental, ressalvado o disposto nos arts. 7º e 9º; 
XV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos localizados 
ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pelo Estado, exceto em Áreas de 
Proteção Ambiental (APAs); 
XVI - aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de florestas e formações sucessoras em: 
a) florestas públicas estaduais ou unidades de conservação do Estado, exceto em Áreas de 
Proteção Ambiental (APAs); 
b) imóveis rurais, observadas as atribuições previstas no inciso XV do art. 7º; e 
c) atividades ou empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pelo Estado; 
XVII - elaborar a relação de espécies da fauna e da flora ameaçadas de extinção no respectivo 
território, mediante laudos e estudos técnico-científicos, fomentando as atividades que 
conservem essas espécies in situ; 
XVIII - controlar a apanha de espécimes da fauna silvestre, ovos e larvas destinadas à 
implantação de criadouros e à pesquisa científica, ressalvado o disposto no inciso XX do art. 7º; 
XIX - aprovar o funcionamento de criadouros da fauna silvestre; 
XX - exercer o controle ambiental da pesca em âmbito estadual; e 
XXI - exercer o controle ambiental do transporte fluvial e terrestre de produtos perigosos, 
ressalvado o disposto no inciso XXV do art. 7º. 
Art. 9º São ações administrativas dos Municípios: 
I - executar e fazer cumprir, em âmbito municipal, as Políticas Nacional e Estadual de Meio 
Ambiente e demais políticas nacionais e estaduais relacionadas à proteção do meio ambiente; 
II - exercer a gestão dos recursos ambientais no âmbito de suas atribuições; 
III - formular, executar e fazer cumprir a Política Municipal de Meio Ambiente; 
IV - promover, no Município, a integração de programas e ações de órgãos e entidades da 
administração pública federal, estadual e municipal, relacionados à proteção e à gestão ambiental; 
V - articular a cooperação técnica, científica e financeira, em apoio às Políticas Nacional, 
Estadual e Municipal de Meio Ambiente; 
VI - promover o desenvolvimento de estudos e pesquisas direcionados à proteção e à gestão 
ambiental, divulgando os resultados obtidos; 
VII - organizar e manter o Sistema Municipal de Informações sobre Meio Ambiente; 
VIII - prestar informações aos Estados e à União para a formação e atualização dos Sistemas 
Estadual e Nacional de Informações sobre Meio Ambiente; 
IX - elaborar o Plano Diretor, observando os zoneamentos ambientais; 
X - definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos; 
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XI - promover e orientar a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização 
pública para a proteção do meio ambiente; 
XII - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias 
que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente, na forma da lei; 
XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja atribuição para 
licenciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida ao Município; 
XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei 
Complementar, promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos: 
a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia 
definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios 
de porte, potencial poluidor e natureza da atividade; ou 
b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de 
Proteção Ambiental (APAs); 
XV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei 
Complementar, aprovar: 
a) a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações sucessoras em florestas 
públicas municipais e unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas 
de Proteção Ambiental (APAs); e 
b) a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações sucessoras em 
empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pelo Município. 
Art. 10. São ações administrativas do Distrito Federal as previstas nos arts. 8º e 9º.
3.2. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA 
Entende-se por competência legislativa ambiental a atribuição do poder de legislar sobre 
meio ambiente. 
Quando se tratar de tema relacionado ao art. 22 da CF/88, cujos incisos trazem assuntos 
concernentes ao interesse nacional e estratégico da União, a competência legislativa é privativa 
da União (art. 22 da CF/88), ou seja, caberá apenas à União legislar sobre o tema, podendo, 
entretanto, por lei complementar federal, delegar a competência aos Estados-membros para 
tratarem de questões específicas.
A delegação da competência privativa poderá ser feita apenas aos Estados-Membros, ou seja, 
não há delegação de competência privativa aos Municípios. 
Por outro lado, quando se tratar de tema previsto no art. 24 da CF/88, a competência 
legislativa será concorrente, isto é, competirá à União estabelecer normas gerais sobre o tema, 
mas, inexistindo lei federal (norma geral), os Estados e o Distrito Federal poderãoexercer a 
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competência legislativa plena. Neste caso, se posteriormente a União resolver legislar sobre 
norma geral, a norma geral que o Estado (ou DF) havia elaborado terá a sua eficácia suspensa no 
que lhe for contrário. 
Os Municípios não são contemplados com a competência legislativa concorrente, podendo 
apenas legislar quando houver interesse local (art. 30 da CF/88), ou para complementar normas 
gerais, observadas as peculiaridades do Município (posicionamento majoritário no STF). TEMA 
COBRADO NO XII EXAME DA OAB/FGV.
Os Estados, por sua vez, podem legislar sobre as matérias de competência privativa (art. 22 
da CF/88), desde que haja delegação por meio de lei complementar, bem como sobre matérias de 
competência concorrente, inclusive sobre normas gerais se a União não houver legislado, e sobre 
as matérias que não lhe sejam vedadas pela Constituição Federal. 
COMPETÊNCIA 
LEGISLATIVA DA 
UNIÃO
COMPETÊNCIA 
LEGISLATIVA DOS 
ESTADOS E DO DF
COMPETÊNCIA 
LEGISLATIVA DOS 
MUNICÍPIOS
Competência Privativa 
(art. 22): águas, 
energia, informática, 
telecomunicações e 
radiodifusão (inciso IV); 
jazidas, minas, outros 
recursos minerais e 
metalurgia (inciso XII) e 
atividades nucleares (inciso 
XXVI); Lei complementar 
poderá autorizar os 
Estados a legislar sobre 
questões específicas das 
matérias ora citadas. 
Competência Concorrente 
(art. 24): normas gerais 
sobre, florestas, caça, 
pesca, fauna, conservação 
da natureza, defesa do solo 
e dos recursos naturais, 
proteção do meio ambiente 
e controle da poluição (inciso 
VI); proteção ao patrimônio 
histórico, cultural, artístico, 
turístico e paisagístico 
(inciso VII), responsabilidade 
por dano ao meio ambiente, 
ao consumidor, a bens e 
direitos de valor artístico, 
estético, histórico, turístico 
e paisagístico Inciso VIII); 
Questões específicas 
sobre as matérias de 
competência privativa da 
União, desde que haja lei 
complementar autorizando.
Matérias não 
vedadas pela CF/88.
Competência Suplementar 
dos Estados para os temas 
de competência concorrente, 
mas, não havendo norma 
geral da União, os Estados 
e o Distrito Federal poderão 
exercer a competência 
legislativa plena. Nesse 
caso, se posteriormente 
a União resolver legislar 
sobre norma geral, a norma 
geral que o Estado (ou 
DF) havia elaborado terá 
a sua eficácia suspensa 
no que lhe for contrário. 
Os Municípios podem 
legislar apenas quando 
houver interesse local 
(art. 30 da CF/88), ou 
para complementação 
das normas gerais, para 
atender as peculiaridades 
locais (posicionamento 
majoritário no STF)
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3.3. DEMAIS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS IMPORTANTES PARA O 
DIREITO AMBIENTAL
Além do art. 225 da CF/88 que, conforme mencionado anteriormente, é de leitura obrigatória 
para a prova da OAB/FGV, há outros dispositivos constitucionais que entendemos relevantes. 
INCENTIVOS FISCAIS 
Os Estados Membros podem instituir incentivos fiscais aos municípios que atingirem as metas 
ambientais estipuladas em lei estadual, por meio de distribuição de parte do ICMS arrecadado (1/4 
do produto dos 25% da arrecadação), o denominado “ICMS verde” ou “ICMS ecológico”, conforme 
art. 158, IV e parágrafo único, II, da CF/88 TEMA COBRADO NO XII EXAME DA OAB/FGV.
TERRAS INDÍGENAS 
Embora as terras indígenas sejam bens da União, a própria Constituição Federal de 1988 
assegura às comunidades indígenas a posse permanente das terras que tradicionalmente ocupam, 
além do usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes (§ 2º do art. 
231 da CF/88).
Além disso, de acordo com o § 3º do art. 231 da CF/88, o aproveitamento dos recursos hídricos, 
incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas 
só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades 
afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei. TEMA 
COBRADO NO XXXIV EXAME DA OAB/FGV.
TERRAS INDÍGENAS 
O Estatuto do Índio, por sua vez, garante aos índios a exploração exclusiva das riquezas do solo, 
nas áreas indígenas, cabendo-lhes com exclusividade o exercício da garimpagem, faiscação e cata 
das áreas referidas (art. 44)
Já em relação ao corte de madeira nas florestas indígenas, consideradas em regime de 
preservação permanente, ele está condicionado à existência de programas ou projetos para o 
aproveitamento das terras na exploração agropecuária, na indústria ou no reflorestamento (art. 
46).
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4. POLÍTICA NACIONAL E SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
A lei n. 6.938/1981, que instituiu o a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), é de 
extrema importância para a prova da OAB/FGV, porque representa o diploma normativo norteador 
das demais leis referentes ao Direito Ambiental, estabelecendo os objetivos, princípios e os 
instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente. 
A PNMA tem como objetivo geral a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental 
propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos 
interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana (art. 2º). 
Do conceito acima transcrito, é possível visualizar que objetivo do PNMA está relacionado 
principalmente a três verbos: preservar (manter o meio ambiente sem intervenção humana), 
melhorar (aprimorar as condições ambientais) e recuperar (retornar ao estado inicial) a qualidade 
do meio ambiente. 
Outro ponto importante da Lei n. 6.938/1981 diz respeito aos conceitos trazidos pelo art. 3º, que 
tratam de temas essenciais para o Direito Ambiental. 
DEFINIÇÕES FEITAS PELO ART. 3º 
DA LEI N. 6.938/81 COMENTÁRIOS 
Meio ambiente: conjunto de condições, 
leis, influências e interações de ordem física, 
química e biológica, que permite, abriga 
e rege a vida em todas as suas formas;
O conceito é muito criticado pela doutrina 
porque não trata das outras espécies de meio 
ambiente (artificial, cultural e do trabalho)
Poluição: a degradação da qualidade 
ambiental resultante de atividades que direta 
ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, 
a segurança e o bem-estar da população; b) 
criem condições adversas às atividades sociais 
e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a 
biota (flora e fauna de um determinado local); 
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias 
do meio ambiente; e) lancem matérias ou 
energia em desacordo com os padrões 
ambientais estabelecidos (gases, resíduos, etc);
Traz um conceito jurídico e amplo sobre 
poluição. É importante salientar ainda que 
a poluição, além de constituir infração 
administrativa, também é considerada crime. 
Poluidor: pessoa física ou jurídica, de 
direito público ou privado, responsável, 
direta ou indiretamente, por atividade 
causadora de degradação ambiental;
A poluição é causada pela atividade humana. 
Eventual degradação do meio ambiente 
pela própria natureza (vulcão, terremoto, 
etc) não interessa ao direito ambiental. A 
responsabilidade do poluidor será objetiva. 
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A lei n. 6.938/81 estabeleceu diversos instrumentos para a efetivação dos objetivos da Política 
Nacional do Meio ambiente (art. 9º), dentre os quais destacamos os maisimportantes para a prova 
da OAB/FGV: 
Padrões de qualidade ambiental – estabelece padrões para o lançamento de gases, resíduos, e 
outros elementos, para a manutenção da qualidade do meio ambiente. Os padrões são estabelecidos 
pelas Resoluções do CONAMA. 
Zoneamento Ambiental – refere-se ao dimensionamento do solo, definindo áreas para o 
desenvolvimento econômico (áreas de uso estritamente industrial, de uso diversificado, por 
exemplo) e definindo áreas de preservação e conservação ambiental. 
Avaliação de Impacto ambiental (AIA) – os empreendimentos e atividades econômicas devem 
avaliar os riscos ambientais, por meio de procedimentos de controle preventivo, o que é feito 
por meio de estudos ambientais, cuja principal espécie é o estudo prévio de impacto ambiental, 
previsto no art. 225, § 1º, IV, da CF/88. 
Licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras - o licenciamento 
ambiental é regulamentado pelo art. 10 Lei n. 6.938/81 e pela Resolução 237/97 do CONAMA, 
sendo concedido apenas após a análise do estudo prévio de impacto ambiental (EPIA). 
Sistema Nacional de informações sobre o meio ambiente – sistematizar e gerenciar os dados 
e as informações dos órgãos ambientais. 
Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos 
recursos ambientais - inscrição no cadastro objetiva fazer um mapeamento das atividades 
poluidoras e que se valem de recursos ambientais.
Prestação de informações relativas ao Meio Ambiente - o poder público tem o dever de 
prestar as informações sobre o meio ambiente e, se não as possuir, deverá produzí-las. 
Instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental 
e outros.
Concessão Florestal Servidão Ambiental Seguro Ambiental
O poder público, por 
meio de licitação, poderá 
delegar de forma onerosa 
a exploração econômica de 
florestas públicas, como 
no caso de comercialização 
de madeira de construção 
hoteleira. 
Representa a possibilidade 
de o particular renunciar 
total ou parcialmente a 
utilização dos recursos 
naturais de sua propriedade, 
o que pode ser feito de forma 
temporária ou permanente. 
A servidão não pode ser 
constituída sobre área 
de reserva legal florestal 
nem área de preservação 
permanente. 
Ainda pendente de 
regulamentação. 
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A Lei n. 6.938/81, em seu artigo 6º, cria ainda o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, 
que reúne os órgãos e instituições ambientais da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito 
Federal, responsáveis pela proteção e melhoria ambiental, sendo que qualquer interessado 
poderá ter acesso a suas informações, conforme previsto no art. 2º, §1º, da Lei nº 10.650/03 
 TEMA COBRADO NO IV EXAME DA OAB/FGV.
De acordo com o artigo 6º da Lei n. 6.938/81, o SISNAMA possui a seguinte estrutura: 
Órgão SUPERIOR - Conselho de Governo – assessorar o Presidente da República
Órgão CONSULTIVO e DELIBERATIVO – CONAMA, assessorar o Conselho de Governo
Órgão CENTRAL – Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República (atual Ministério 
do Meio Ambiente)
Órgãos EXECUTORES - IBAMA e ICMBio
Órgãos SECCIONAIS – Estados, responsáveis pelo controle e fiscalização de atividades capazes 
de causar degradação ambiental
Órgãos LOCAIS – Municípios, responsáveis pela fiscalização e controle na sua jurisdição
Na estrutura do SISNAMA, destaca-se o CONAMA, órgão consultivo e deliberativo, com a 
finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas 
governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua 
competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente 
equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida. 
Já em relação aos órgãos executores do SISNAMA, temos o IBAMA e o Instituto Chico Mendes 
(ICMBio). 
IBAMA INSTITUTO CHICO MENDES 
Autarquia Federal 
Entre as atribuições destacam-se o 
licenciamento ambiental de atividades e obras 
com impacto ambiental regional ou nacional, 
bem como o poder de polícia. 
Autarquia Federal 
Responsável pelo Sistema Nacional de 
Unidades Conservação (SNUC). 
Importante destacar que os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas de sua 
jurisdição, elaborarão normas supletivas e complementares e padrões relacionados com o meio 
ambiente, observados os que forem estabelecidos pelo CONAMA. 
Os Municípios, observadas as normas e os padrões federais e estaduais, também poderão 
elaborar as normas mencionadas no parágrafo anterior (supletivas e complementares).
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5. LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
Conforme mencionado anteriormente, o licenciamento ambiental, que decorre do poder de 
polícia ambiental, é um dos instrumentos previstos na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente 
(art. 10 da Lei n. 6.938/81) e tem por objetivo condicionar a construção, instalação, ampliação e 
funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou 
potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, ao 
cumprimento prévio de exigências ambientais TEMA COBRADO NO XXI EXAME DA OAB/FGV. 
Estão sujeitos ao licenciamento ambiental os empreendimentos e as atividades relacionadas 
exemplificadamente no Anexo 1 da Resolução n. 237/97 do CONAMA, como extração e tratamento de 
minerais, indústria metalúrgica, indústria de material elétrico, indústria de material de transporte, 
Indústria de madeira, Indústria de papel e celulose, etc. 
 A lista trazida pelo Anexo 1 da Resolução n. 237/97 não é exaustiva, podendo o órgão 
licenciador exigir o licenciamento do empreendimento potencialmente poluidor ou capaz de 
causar degradação ambiental. 
O licenciamento ambiental é um procedimento administrativo composto por três atos 
administrativos principais: licença prévia, licença de instalação e licença de operação. 
Licença prévia (LP) Licença de instalação 
(LI) 
Licença de operação 
(LO)
Concedida na fase 
preliminar do planejamento 
do empreendimento ou 
atividade, aprovando sua 
localização e concepção, 
atestando a viabilidade 
ambiental e estabelecendo 
os requisitos básicos e 
condicionantes a serem 
atendidos nas próximas 
fases de sua implementação 
(art. 8º, I, da Resolução 
n. 237 do CONAMA).
Prazo Máximo: 5 anos
Autoriza a instalação 
(construção) do 
empreendimento ou 
atividade de acordo com as 
especificações constantes 
dos planos, programas 
e projetos aprovados, 
incluindo as medidas 
de controle ambiental e 
demais condicionantes, da 
qual constituem motivo 
determinante (art. 8º, 
II, da Resolução n. 237 
do CONAMA).
Prazo Máximo: 6 anos
Autoriza a operação 
da atividade ou 
empreendimento, após 
a verificação do efetivo 
cumprimento do que consta 
das licenças anteriores, 
com as medidas de controle 
ambiental e condicionantes 
determinados para a 
operação, conforme art. 
8º, III, da Resolução n. 
237 do CONAMA. 
TEMA COBRADO NO XIV 
EXAME DA OAB/FGV
Prazo mínimo de 4 anos e 
máximo de 10 anos
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Ressalta-se que as licenças ambientais são temporárias e não geram direito adquirido. 
Nesse sentido, o art. 19 da Resolução nº 237/97 do CONAMA dispõe que o órgão ambiental 
competente, mediante decisão motivada, poderá modificar as condicionantes e as medidas de 
controle e adequação, suspender ou cancelar uma licença expedida, quando ocorrer: I - violação 
ou inadequação de quaisquercondicionantes ou normas legais; II - omissão ou falsa descrição de 
informações relevantes que subsidiaram a expedição da licença; III - superveniência de graves 
riscos ambientais e de saúde. TEMA COBRADO NO VII EXAME DA OAB/FGV.
Destaca-se, ainda, que, conforme mencionado no item sobre competência material ambiental, 
todos os entes federativos possuem competência para proteger o meio ambiente e combater a 
poluição em qualquer de suas formas (art. 23, VI, da CF88). 
Entretanto, para garantir segurança e evitar conflitos entre os licenciamentos, a Lei Complementar 
n. 140/2011 delimitou a competência de cada uma das esferas administrativas. 
Licenciamento pela 
União (IBAMA)
Licenciamento pelos 
Estados e DF
Licenciamento pelos 
Municípios e DF 
Principais hipóteses: 
empreendimentos e 
atividades localizados 
ou desenvolvidos 
conjuntamente no Brasil 
e em país limítrofe; em 2 
(dois) ou mais Estados, 
no mar territorial, na 
plataforma continental 
ou na zona econômica 
exclusiva; em terras 
indígenas; em unidades de 
conservação instituídas pela 
União, exceto em Áreas de 
Proteção Ambiental (APAs), 
destinados a pesquisar, 
lavrar, produzir, beneficiar, 
transportar, armazenar e 
dispor material radioativo 
ou energia nuclear (art. 
7º, XIV da LC n. 140/2011).
Principais hipóteses: 
atividades ou 
empreendimentos não 
incluídos na competência 
da União e dos Municípios 
e os empreendimentos 
localizados ou desenvolvidos 
em unidades de conservação 
instituídas pelo Estado, 
exceto em Áreas de 
Proteção Ambiental (APAs).
(art. 8º, XIV e XV, da LC n. 
140/2011)
Principais hipóteses: 
obras, atividades e 
empreendimentos de 
impacto local, conforme 
definido pelos Conselhos 
Estaduais de Meio Ambiente, 
bem como os localizados em 
unidades de conservação 
instituídas pelo Município, 
exceto em Áreas de 
Proteção Ambiental (APAs); 
(art. 9º, XIV, da LC n. 
140/2011)
Conforme quadro acima, o Distrito Federal conjuga as competências dos estados membros e 
dos municípios.
A Lei Complementar traz também os conceitos de atuação supletiva e subsidiária. 
Atuação supletiva (arts. 2º e 15 da LC n. 140/2011): ocorre quando a competência originária é de um 
ente Federativo, mas outro ente o substitui para fazer o licenciamento. Assim, se a competência para 
o licenciamento for do Município, mas este não contar com órgão ambiental capacitado ou Conselho de 
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Meio Ambiente, o licenciamento será feito pelo Estado. Se o Estado, por sua vez, também não contar 
com órgão ambiental capacitado ou Conselho de Meio Ambiente, o licenciamento será feito pela União
 TEMA COBRADO NO EXAME XXXV DA OAB/FGV. .
Atuação subsidiária (art. 16 da LC n. 140/2011): um ente Federativo que detém a competência 
originária solicita apoio a outro ente para realizar o licenciamento. O apoio pode ser econômico, técnico, 
administrativo ou funcional. 
Importante destacar, ainda, que cabe ao órgão responsável pelo licenciamento a fiscalização da 
atividade ou do empreendimento licenciado, conforme previsto no art. 17, caput, da LC n. 140/2011: 
“Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização, conforme o caso, de um 
empreendimento ou atividade, lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo 
para a apuração de infrações à legislação ambiental cometidas pelo empreendimento ou atividade 
licenciada ou autorizada”.
Contudo, levando-se em consideração que a fiscalização se trata de competência comum (art. 23 
da CF/88), qualquer outro ente poderá fiscalizar o empreendimento e lavrar auto de infração sendo 
que, nos casos de iminência ou ocorrência de degradação da qualidade ambiental, o ente federativo 
que tiver conhecimento do fato deverá determinar medidas para evitá-la, fazer cessá-la ou mitigá-la, 
comunicando imediatamente ao órgão competente para as providências cabíveis (§ 2º do art. 17).
Ressalta-se que, na hipótese de lavratura de mais de um auto de infração, deverá prevalecer 
o auto lavrado pelo órgão de competência originária para o licenciamento, conforme § 3º do art. 17 
 TEMA COBRADO NO EXAME XI DA OAB/FGV. 
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6. ESTUDOS AMBIENTAIS 
6.1. ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA/RIMA)
Conforme mencionado acima, a Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) é um dos instrumentos 
da Política Nacional do Meio Ambiente e compreende os estudos necessários para avaliar 
empreendimentos ou atividades que possam causar danos ambientais.
Entre os estudos que integram a avaliação de impactos ambientais, o mais importante para a prova 
da OAB/FGV é o Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), que possui previsão expressa 
no art. 225, § 1º, IV, da CF/88, e representa o documento de avaliação prévia de empreendimento, 
obra ou atividade que tenha potencial de causar significativa degradação ambiental, devendo ser 
elaborado por equipe técnica multidisciplinar escolhida pelo empreendedor e às suas expensas. 
Ao EIA deverá ser dada publicidade TEMA COBRADO NOS EXAMES XVIII E XXXI DA OAB/FGV.
A Administração Pública não possui discricionariedade para dispensar o EIA/RIMA, ou seja, 
o estudo será obrigatório sempre que o empreendimento puder gerar significativa degradação 
ambiental (artigo 225, § 1º, IV, da CF/88), a exemplo das hipóteses citadas no artigo 2º da Resolução 
CONAMA 01/1986.
O pressuposto para a realização do estudo prévio ambiental é a possibilidade de ocorrência 
de significativos danos ambientais. Se a atividade ou empreendimento não for potencialmente 
causadora de impactos ambientais significativos, não haverá a necessidade do estudo prévio de 
impacto ambiental e sim de outros estudos ambientais mais simples. 
Sobre o Estudo Prévio de Impacto Ambiental é importante destacar as suas principais consequências: 
• Prevenção aos danos ambientais – o Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA) 
avalia os possíveis impactos positivos e negativos do empreendimento, de modo 
que, a partir do conhecimento dos riscos, é possível adotar medidas preventivas ou 
mitigadoras dos danos ambientais. 
• Transparência administrativa – o EIA é um procedimento dotado de publicidade, 
o que contempla o acesso material (acesso ao documento), bem como o acesso 
intelectual, que representa a simplificação das informações técnicas do estudo, 
para que ele seja acessível à população. A simplificação das informações técnicas 
ocorre por meio relatório de Impacto ao Meio Ambiente (RIMA), obrigatório em todo 
estudo prévio de impacto ambiental (EIA). A publicidade do EIA/RIMA é uma exigência 
prevista na própria CF/88 (art. 225, § 1º, IV), podendo ser restringida apenas nos 
casos de declaração de sigilo industrial, devidamente fundamentado.
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• Instrumento de consulta aos interessados – a população possui direito de ser ouvida e 
obter esclarecimentos sobre o EIA/RIMA, o que ocorre por meio de audiências públicas. 
 As audiências públicas estão regulamentadas pela Resolução n. 9/87 do CONAMA e podem 
ser requeridas pelo próprio órgão ambiental que analisa o EIA/RIMA, pelo MPF ou MPE, por 
entidades da sociedade civil ou ainda por 50 (cinquenta) ou mais cidadãos. A audiência pública, 
uma vez requerida, deve ser obrigatoriamente realizada e deverá ocorrer em local de fácil 
acesso para a população. TEMA COBRADO NO XXVIII EXAME DA OAB/FGV
Destaca-se, ainda, que o art. 2º da Resolução n. 1/86 do CONAMA apresenta um rol 
meramente exemplificativo das atividades causadorasde significativa degradação e, portanto, 
necessárias de análise no EIA/RIMA. Em outras palavras, se a critério da autoridade ambiental 
o empreendimento ou a atividade for potencialmente causadora de significativo impacto 
ambiental, haverá a necessidade de EIA/RIMA ainda que a atividade não esteja prevista no art. 
2º da Resolução n. 1 do CONAMA. 
6.2. ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA
A Lei n. 10.257/2001 (Estatuto da Cidade) prevê a criação do Estudo de Impacto de Vizinhança 
(EIV), que será executado de forma a contemplar os efeitos positivos e negativos do empreendimento 
ou atividade quanto à qualidade de vida da população residente na área e suas proximidades. 
O EIV será obrigatório nas atividades privadas ou públicas em área urbana definidas em Lei 
Municipal e a sua elaboração não substitui a elaboração e a aprovação do estudo prévio de impacto 
ambiental (EIA). Além disso, os documentos do EIV devem ficar à disposição no órgão competente 
municipal para a consulta de qualquer interessado (arts. 35, 36 e 37 da Lei n. 10.257/2001). 
 TEMA COBRADO NOS EXAMES III, XVI e XXXVII DA OAB/FGV. 
 Apenas os empreendimentos e atividades privados ou públicos em área urbana que podem 
ser obrigados a elaborar estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV), conforme art. 36 
Lei nº 10.257/2001.
De acordo com o Estatuto da Cidade (art. 37), a elaboração do estudo de impacto de vizinhança 
deverá conter a análise de algumas questões que são consideradas mínimas e essenciais para a 
conclusão do estudo, a saber:
I – adensamento populacional;
II – equipamentos urbanos e comunitários;
III – uso e ocupação do solo;
IV – valorização imobiliária;
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V – geração de tráfego e demanda por transporte público;
VI – ventilação e iluminação;
VII – paisagem urbana e patrimônio natural e cultural.
Além disso, conforme já mencionado anteriormente, será dada publicidade aos documentos 
integrantes do EIV, que ficarão disponíveis para consulta, no órgão competente do Poder Público 
municipal, por qualquer interessado. 
A elaboração do EIV não substitui a elaboração e a aprovação de estudo prévio de impacto 
ambiental (EIA), requeridas nos termos da legislação ambiental.
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7. SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (SNUC)
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 225, §1º, III, destaca os espaços especialmente 
protegidos, dentre os quais se destacam as unidades de conservação, regulamentadas pela Lei n. 
9.985/2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação. 
De acordo com o art. 2º, I, da Lei n. 9.985/2000, entende-se por unidade de conservação o 
espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características 
naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e 
limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas 
de proteção. 
Há dois grupos de unidades de conservação: 1) Unidades de Proteção Integral (UPI) e 2) 
Unidades de Uso Sustentável. 
Unidades de Proteção Integral (UPI): objetivam a preservação e permitem somente o uso 
indireto de seus recursos naturais. 
Pertencem ao grupo das Unidades de Proteção Integral: 1) Estação Ecológica, 2) Reserva 
Biológica, 3) Parque Nacional, 4) Monumento Natural e 5) Refúgio de Vida Silvestre. 
Estação 
Ecológica 
(art. 9º)
Reserva 
Biológica 
(art. 10)
Parque 
Nacional 
(art. 11)
Monumento 
Natural 
(art. 12)
Refúgio de 
Vida Silvestre 
(art. 13)
Objetiva a 
preservação 
da natureza e 
a realização 
de pesquisas 
científicas, mas 
essas pesquisas 
tem o limite de 
3% da área e não 
podem ultrapassar 
1.500 hectares. 
Posse e domínio 
público, sendo 
que as áreas 
particulares serão 
desapropriadas, 
com indenização 
prévia e em dinheiro 
 TEMA 
COBRADO NO XIII 
EXAME DA OAB/
FGV. 
Objetiva a 
preservação 
integral da biota 
(fauna e flora) e 
demais atributos 
inseridos nos seus 
limites, permitindo-
se a intervenção 
humana apenas 
para proteger o 
ecossistema. 
Posse e domínio 
público, sendo 
que as áreas 
particulares serão 
desapropriadas.
Objetiva a 
preservação de 
ecossistemas naturais 
de grande relevância 
ecológica e beleza 
cênica, possibilitando 
a realização de 
pesquisas científicas 
e o desenvolvimento 
de atividades 
de educação e 
interpretação 
ambiental, de 
recreação em contato 
com a natureza e de 
turismo ecológico. (Ex: 
Parque do Iguaçu). 
Posse e domínio 
público, sendo 
que as áreas 
particulares serão 
desapropriadas. 
 TEMA COBRADO 
NOS EXAMES XIX e 
XXXIII DA OAB/FGV. 
Objetiva 
preservar sítios 
naturais raros, 
singulares ou 
de grande 
beleza cênica.
Pode ser 
constituído por 
áreas particulares. 
Havendo 
incompatibilidade 
entre os objetivos 
da área e as 
atividades privadas 
ou não havendo 
concordância 
do proprietário, 
a área deve ser 
desapropriada.
Objetiva proteger 
ambientes naturais 
onde se asseguram 
condições para 
a existência ou 
reprodução de 
espécies ou 
comunidades da 
flora local e da 
fauna residente ou 
migratória.
Pode ser 
constituído por 
áreas particulares, 
mas havendo 
incompatibilidade 
ou não concordância 
do proprietário, 
a área deve ser 
desapropriada.
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COMPENSAÇÃO AMBIENTAL: De acordo com o art. 36, da Lei 9.985/2000, nos casos de 
licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim 
considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento em estudo de impacto 
ambiental e respectivo relatório – EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação 
e manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral. Cabe ao órgão 
ambiental licenciador definir as unidades de conservação a serem beneficiadas, considerando 
as propostas apresentadas no EIA/RIMA e ouvido o empreendedor, podendo inclusive ser 
contemplada a criação de novas unidades de conservação. Importante destacar, ainda, que o 
STF julgou parcialmente procedente o pedido feito na ADI 3378, ficando sem validade o disposto 
no § 1º do art. 36, que estipulava um percentual mínimo de 0,5% do custo do empreendimento 
para a implementação da compensação. Sendo assim, embora a compensação ambiental tenha 
sido considerada constitucional, o órgão competente deve fixar um valor proporcional ao grau 
de impacto ambiental para a sua concretização, sem a existência de um percentual mínimo 
legal a ser pago pelo empreendedor TEMA COBRADO NO VI EXAME DA OAB/FGV. 
A Lei nº 13.668/2018 acrescentou o § 4º ao art. 36 Lei 9.985/2000, que passou a dispor que a 
obrigação de compensação ambiental poderá, em virtude do interesse público, ser cumprida 
em unidades de conservação de posse e domínio públicos do grupo de Uso Sustentável, 
especialmente as localizadas na Amazônia Legal. 
Unidades de Uso Sustentável: objetivam a conservação da natureza e admitem o uso de parcela 
de seus recursos naturais, ou seja, permite-se o desenvolvimento de atividade econômica dentro 
do seu espaço. 
São espécies de Unidades de Uso Sustentável: 1) Área de proteção ambiental (APA), 2) Área de 
Relevante Interessante ecológico, 3) Floresta Nacional, 4) Reserva Extrativista, 5) Reserva de 
Fauna, 6) Reserva de Desenvolvimento Sustentável e 7) Reserva Particular do Patrimônio Natural. 
Área de Proteção 
Ambiental – APA 
(art. 15)
Área, pública ou privada, com certo grau de ocupação humana, 
dotada de atributos abióticos, bióticos,

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