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INCLUI: • Quadros de ATENÇÃO • Tabelas Comparativas • Esquemas Didáticos • Referências a temas cobrados em provas anteriores ATUALIZADO COM: • Lei nº14.064/2020 (Maus- tratos cães e gatos) • Lei nº14.026/2020 (Saneamento Básico) 39º EXAME L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L Alteração Legislativa Atenção Exemplo 2 SUMÁRIO 1. PRINCÍPIOS DE DIREITO AMBIENTAL 1.1. PREVENÇÃO 1.2. PRECAUÇÃO 1.3. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 1.4. POLUIDOR – PAGADOR 1.5. PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO 1.6. PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE OU EQUIDADE INTERGERACIONAL 1.7. PRINCÍPIO DO PROTETOR RECEBEDOR 2. MEIO AMBIENTE 2.1. MEIO AMBIENTE NATURAL 2.2. MEIO AMBIENTE ARTIFICIAL 2.3. MEIO AMBIENTE CULTURAL 2.4. MEIO AMBIENTE DO TRABALHO 3. DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS SOBRE DIREITO AMBIENTAL 3.1. COMPETÊNCIA MATERIAL 3.2. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA 3.3. DEMAIS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS IMPORTANTES PARA O DIREITO AMBIENTAL 4. POLÍTICA NACIONAL E SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 5. LICENCIAMENTO AMBIENTAL 6. ESTUDOS AMBIENTAIS 7. SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO - SNUC 8. NOVO CÓDIGO FLORESTAL 8.1. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE 8.2. RESERVA LEGAL 9. MATA ATLÂNTICA 10. GESTÃO DE FLORESTAS PÚBLICAS 11. RESPONSABILIDADE PELO DANO AMBIENTAL 11.1. RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL 11.2. RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA AMBIENTAL 11.3. RESPONSABILIDADE PENAL AMBIENTAL 12. POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS 13. SANEAMENTO BÁSICO 14. POLÍTICA NACIONAL DOS RECURSOS HÍDRICOS L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 3 14.1. FUNDAMENTOS E OBJETIVOS 14.2. INSTRUMENTOS 15. POLÍTICA NACIONAL SOBRE MUDANÇAS DO CLIMA L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 1 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 4 1. PRINCÍPIOS DE DIREITO AMBIENTAL Em termos gerais, pode-se afirmar que o direito ambiental objetiva traçar parâmetros de preservação do meio ambiente em relação à conduta humana, estabelecendo normas para harmonizar as relações econômicos e sociais com o meio ambiente, garantindo o bem-estar da população. Abaixo destacamos os princípios ambientais mais importantes para a prova da OAB/FGV. 1.1. PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO O princípio da prevenção determina a adoção de medidas prévias para inibir a ocorrência de danos ambientais já cientificamente conhecidos e, consequentemente, preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado para a presente e futuras gerações. Não se pode esperar a ocorrência de um dano ambiental para somente depois o Poder Público atuar, mesmo porque esses danos são muitas vezes irreversíveis. As ações, portanto, devem ser direcionadas para inibir a ocorrência do dano e não apenas para repará-lo, como no caso da elaboração dos estudos ambientais, que o objetivam antecipar os riscos ambientais para preveni- los TEMA COBRADO NOS EXAMES X e XXXIII DA OAB/FGV. A aplicação do princípio da prevenção pode ocorrer pela via legislativa, administrativa ou judicial. LEGISLATIVA ADMINISTRATIVA JUDICIAL Criação de mecanismos que objetivam evitar a ocorrência de danos ambientais (Licenciamento ambiental, EIA/RIA) Políticas Públicas de proteção ao meio ambiente Fiscalização e a aplicação de sanções administrativas Concessão de medidas liminares, objetivando a preservação do meio ambiente 1.2. PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO A ideia do princípio da precaução é muito semelhante ao da prevenção, já que ambos objetivam evitar a ocorrência de danos ambientais. A diferença entre ambos, entretanto, é que, enquanto no princípio da prevenção os riscos nocivos já são cientificamente conhecidos, no princípio da precaução não se há certeza sobre a ocorrência do dano, mas há elementos científicos suficientes para indicar a probabilidade de sua ocorrência. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 5 Interessante destacar que o Preâmbulo da Convenção sobre Diversidade Biológica – CDB se refere ao princípio da precaução ao dispor que: “quando exista uma ameaça de redução ou perda substancial da diversidade biológica, não deve ser invocada a falta de completa certeza científica como razão para adiar a tomada de medidas destinadas a evitar ou minimizar essa ameaça”. Além disso, o princípio da precaução está expressamente previsto na Declaração do Rio de 1992: PRINCÍPIO 15: “Com o fim de proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deverá ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos graves ou irreversíveis, a ausência de certeza científica absoluta não será utilizada como razão para o adiamento de medidas economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental”. 1.3. PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL O Princípio do Desenvolvimento Sustentável consagra que o desenvolvimento econômico e social não pode ser visto isoladamente, mas sim em harmonia com a preservação do meio ambiente. Nesse aspecto, a própria Constituição Federal de 1988 prevê que a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos a existência digna, conforme os ditames da justiça social, e deve observar a defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado, conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação (art. 170, VI). A lei n. 6.938/81, por sua vez, prevê que a Política Nacional do Meio Ambiente visará à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; Já no âmbito internacional, o princípio do Desenvolvimento Sustentável possui previsão também na Declaração do Rio de 1992: PRINCÍPIO 4: “Para alcançar o desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental constituirá parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente deste”. PRINCÍPIO 8: “Para alcançar o desenvolvimento sustentável e uma qualidade de vida mais elevada para todos, os Estados devem reduzir e eliminar os padrões insustentáveis de produção e consumo, e promover políticas demográficas adequadas”. 1.4. PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR E DO USUÁRIO PAGADOR O princípio do poluidor-pagador determina a necessidade de se responsabilizar financeiramente Enquanto que o princípio da prevenção se relaciona a riscos e impactos ambientais já conhecidos, no princípio da precaução não há certeza acerca da existência do dano, mas isso não afasta a necessidade de adoção de medidas concretas para evitar a sua ocorrência. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 6 o poluidor pela degradação ambiental, seja de forma preventiva ou reparatória. Assim, aqueles que desenvolverem atividades potencialmente nocivas são obrigados a arcar com o custo necessário para se evitar o dano ambiental (caráter preventivo) e, havendo a utilização indevida dos recursos naturais, o poluidor deverá arcar financeiramente com o seu ato (caráter reparatório). O princípio do poluidor-pagador possui previsão expressa na Declaração do Rio de 1992, conforme abaixo transcrito: PRINCÍPIO 16: “As autoridades nacionais devem procurar promover a internacionalização dos custos ambientais e o uso de instrumentos econômicos, tendo em vista a abordagem segundoa qual o poluidor deve, em princípio, arcar com o custo da poluição, com a devida atenção ao interesse público e sem provocar distorções no comércio e nos investimentos internacionais”. O princípio do usuário-pagador, por sua vez, determina que aquele que utilizar recursos naturais com fins econômicos deve pagar ao Estado pela sua utilização, tendo em vista que o recurso natural não pertence ao particular e sim à coletividade. O princípio do usuário-pagador possui previsão na parte final do inciso VII do art. 4° da Lei n. 6.938/81, que dispõe: “A Política Nacional do Meio Ambiente visará à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos”. O princípio do usuário-pagador exige a contribuição financeira apenas pelo o uso dos recursos naturais, enquanto que o princípio do poluidor-pagador preceitua a necessidade de investimento pelo desenvolvimento de atividade potencialmente nociva ou pagamento de multa para recompor o dano já concretizado. Ressalta-se ainda que a responsabilidade do poluidor pagador é objetiva, isto é, independentemente da existência de culpa (§ 1º do art. 14 da Lei n. 6.938/81). 1.5. PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO O princípio da informação preceitua a necessidade de se dar conhecimento à população sobre as questões que envolvem o meio ambiente, por meio de informações claras e precisas sobre as atividades, eventos e decisões que possam ter reflexo ambiental. No plano infraconstitucional, pode-se citar como decorrência do princípio da informação a Lei 10.650/2003, conhecida como Lei de Acesso à Informação Ambiental, que garante a qualquer interessado o acesso público aos dados e informações existentes nos órgãos e entidades integrantes do SISNAMA. Art. 2º Lei n. 10.650/2003: § 1º Qualquer indivíduo, independentemente da comprovação de interesse específico, terá acesso às informações de que trata esta Lei, mediante requerimento escrito, no qual assumirá a obrigação de não utilizar as informações colhidas para fins comerciais, sob as penas da lei civil, penal, de direito autoral e de propriedade industrial, assim como de citar as fontes, caso, L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 7 por qualquer meio, venha a divulgar os aludidos dados. 1.6. PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE OU EQUIDADE INTERGERACIONAL De acordo com o princípio da solidariedade ou equidade intergeracional, a preservação do meio ambiente é um dever imposto a todos para garantir à presente e às futuras gerações o direito de usufruir dos recursos ambientais. O art. 225 da CF/88 consagra o princípio da solidariedade ao dispor que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações. 1.7. PRINCÍPIO PROTETOR-RECEBEDOR De acordo com o princípio do protetor-recebedor, que possui previsão expressa no art. 6º, II, da Lei n. 12.305/10, aquele que proteger o meio ambiente poderá receber uma vantagem econômica em virtude de sua conduta, como forma inclusive de se estimular a preservação ambiental. Os incentivos financeiros poderão assumir vários aspectos, citando-se, como exemplo, a possibilidade de isenção do Imposto Territorial Rural- ITR, para os proprietários de terras que as transformem em Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPNs). L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 8 2 2. MEIO AMBIENTE Conforme disposto no art. 3º da Lei n. 6.938/81, entende-se por meio ambiente “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas” Ocorre, entretanto, que o dispositivo supratranscrito traz um conceito restritivo de meio ambiente, não se conciliando com a doutrina atual ambiental, que entende que o meio ambiente não se restringe apenas aos recursos naturais (meio ambiente natural), abrangendo ainda o meio ambiente cultural, artificial e do trabalho. MEIO AMBIENTE NATURAL MEIO AMBIENTE CULTURAL MEIO AMBIENTE ARTIFICIAL MEIO AMBIENTE DO TRABALHO MEIO AMBIENTE 2.1. MEIO AMBIENTE NATURAL O meio ambiente natural, também conhecido como patrimônio físico, corresponde à natureza, o que inclui a atmosfera, águas (subterrâneas e superficiais, mar territorial), solo, subsolo, fauna e flora. O principal fundamento de proteção ao meio ambiente natural possui previsão no art. 225 da CF/88, que, em seu caput, dispõe que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”, cabendo ao Poder Público garantir a efetividade do meio ambiente equilibrado. O art. 225 da CF/88 é de extrema importância para a prova da OAB/FGV e, portanto, de leitura obrigatória, seguindo abaixo a sua literal transcrição. Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 9 I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; (Regulamento) IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; (Regulamento) V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; (Regulamento) VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. (Regulamento) § 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. § 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato- Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturaisTEMA COBRADO DO XII EXAME DA OAB/ FGV. § 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. § 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas. § 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 10 A EC n. 96/2017 acrescentou o § 7º ao art. 225 da CF/88, passando a dispor que não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, como por exemplo a vaquejada, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 da Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos. Nesse aspecto, a Lei nº 13.364/2016, alterada recentemente pela Lei nº 13.873/2019, reconhece o rodeio, a vaquejada e o laço como manifestações culturais nacionais, elevando essas atividades à condição de bens de natureza imaterial integrantes do patrimônio cultural brasileiro e estabelecendo condições para a proteção do bem-estar animal. 2.2. MEIO AMBIENTE ARTIFICIAL O meio ambiente artificial diz respeito ao espaço urbano construído, ou seja, o conjunto de edificações fechadas (espaço urbano fechado) e abertas (espaço urbano aberto), como ruas, praças, áreas verdes, etc. O art. 182 da CF/88 é o principal fundamento de tutela do meio ambiente artificial, sendo o responsável pela política de desenvolvimento urbano, conforme regulamentado pela Lei n. 10.257/2001, conhecida como Estatuto da Cidade. Conforme previsto no § 1º do art. 182 da CF/88, o plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de 20.000 (vinte mil) habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana TEMA COBRADO NO XX EXAME DA OAB/FGV. Nesse aspecto, apenas a propriedade que obedecer ao estabelecido no plano diretor é que estará cumprindo com sua função social (§ 2º do art. 182), sendo que o Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, poderá exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: I - parcelamento ou edificação compulsórios; II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais (§ 4º do art. 182). TEMA COBRADO NO XXIV EXAME DA OAB/FGV. Sobre a Lei n. 10.257/2001 (Estatuto da Cidade), destacamos os pontos que consideramos mais importantes para a prova da OAB/FGV: A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, destacando-se as seguintes diretrizes gerais: audiência do Poder Público municipal e da população interessada nos processos de implantação de empreendimentos ou atividades com efeitos potencialmente negativos sobre o meio ambiente natural ou construído; o conforto ou a segurança da população (inciso XIII da CF/88); simplificação da legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo e das normas edilícias, com vistas a permitir a redução dos custos e o aumento da oferta dos lotes e unidades habitacionais (inciso XV do art.2º); tratamento prioritário às obras e edificações de infraestrutura de energia, telecomunicações, abastecimento de água e saneamento (inciso XVIII do art. 2º da CF/88). L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 11 Compete à União: I – legislar sobre normas gerais de direito urbanístico; II - legislar sobre normas para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios em relação à política urbana, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional; III - promover, por iniciativa própria e em conjunto com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, programas de construção de moradias e melhoria das condições habitacionais, de saneamento básico, das calçadas, dos passeios públicos, do mobiliário urbano e dos demais espaços de uso público; IV - instituir diretrizes para desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico, transporte e mobilidade urbana, que incluam regras de acessibilidade aos locais de uso público (art. 3º). Prevê a criação do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), que será executado de forma a contemplar os efeitos positivos e negativos do empreendimento ou atividade quanto à qualidade de vida da população residente na área e suas proximidades. O EIV será obrigatório nas atividades privadas ou públicas definidas em Lei Municipal e a sua elaboração não substitui a elaboração e a aprovação do estudo prévio de impacto ambiental (EIA). Além disso, os documentos do EIV devem ficar à disposição no órgão competente municipal para a consulta de qualquer interessado (art. 35, 36 e 37). O plano diretor, instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana, deve englobar o território do Município como um todo (art. 40, § 2º) 2.3. MEIO AMBIENTE CULTURAL O meio ambiente cultural compreende o patrimônio artístico, paisagístico, arqueológico, histórico e turístico. Representa o espaço criado pelo homem com valor agregado especial, relacionado à identidade, costumes, memórias e à cultura da sociedade. O art. 216 da CF/88 dispõe que o patrimônio cultural brasileiro é constituído pelos bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: I - as formas de expressão; II - os modos de criar, fazer e viver; III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. O § 1º do art. 216, por sua vez, estabelece que cabe ao Poder Público, com a colaboração da comunidade, promover e proteger o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação. Além disso, ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos (§ 1º do art. 216). No Brasil, o principal órgão de preservação, defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro é ó Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. Já, no âmbito internacional, o principal órgão de proteção é a UNESCO, que pertence à ONU. Digno de nota, ainda, que o § 6º do art. 216 permite que os Estados e o Distrito Federal vinculem ao fundo estadual de fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, L ic en se d t o a le ja nd ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 12 para o financiamento de programas e projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de I - despesas com pessoal e encargos sociais; II - serviço da dívida; III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiadas. O patrimônio cultural, portanto, pode ser material ou imaterial. O primeiro representa os bens móveis e imóveis sujeitos a um regime especial de proteção, a exemplo das obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais, bem como os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. Já o patrimônio imaterial é aquele que não é físico, não possui forma, como as formas de expressão (dança, culinária, música, etc.) e os modos de criar, fazer e viver. Outro tema importante para a prova da OAB diz respeito aos instrumentos necessários para a proteção do meio ambiente cultural, conforme previsto no § 1º do art. 216 da CF/88, a saber: tombamento, registro, inventário, vigilância, desapropriação e outras formas de acautelamento e preservação do patrimônio cultural. TOMBAMENTO O tombamento possui previsão no Decreto Lei n. 25/1937 e representa o instrumento de proteção do patrimônio cultural material por meio da inscrição do bem em livro público de tombo (Livro Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, Livro Tombo Histórico, Livro Tombo das Belas Artes e Livro Tombo das Artes Aplicadas), como forma de restringir o seu uso, gozo e disposição. O bem objeto do tombamento não poderá ser destruído, demolido ou deteriorado. Em caso de necessidade de restauração ou pintura, o proprietário do bem deverá pedir autorização prévia ao órgão ambiental cultural que tombou o bem. Digno de nota, ainda, que a competência para instituição do tombamento é comum entre todos os entes federativos, permitindo-se inclusive o tombamento do mesmo bem por mais de um ente da Federação. O Tombamento destina-se à proteção dos bens materiais (móveis ou imóveis) integrantes do patrimônio cultural. Os bens imateriais são protegidos por meio do registro. No entanto, deve- se salientar que existe doutrina no âmbito do Direito Administrativo que defende a possibilidade de se tombar bem imaterial. REGISTRO Trata-se de instrumento de proteção do patrimônio cultural imaterial por meio da inscrição em livro de registro (Livro de Registro dos Saberes, Livro de Registro das Celebrações, Livro de Registro das Formas de Expressão e Livro de Registro dos Lugares), objetivando a continuidade histórica do bem e sua relevância nacional para a memória, a identidade e a formação da sociedade brasileira, conforme regulamentado pelo Decreto n. 3.551/2000. De acordo com o art. 6º do Decreto n. 3.551/200, cabe ao Ministério da Cultura assegurar ao L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 13 bem registrado a documentação por todos os meios técnicos admitidos, cabendo ao IPHAN manter banco de dados com o material produzido durante a instrução do processo, bem como a sua ampla divulgação e promoção. Entre os bens do patrimônio cultural já registrados no IPHAN destacam-se: Frevo, Fandango Caiçara, Samba de Roda do Recôncavo Baiano, Roda de Capoeira e Ofício dos Mestres de Capoeira e a Festa do Divino Espírito Santo de Paraty. INVENTÁRIO Inventariar significa descrever e relacionar os bens que guarnecem determinado local. No âmbito ambiental, o inventário representa o instrumento de identificação e descrição do bem cultural que será tutelado, identificando-se as suas principais características e o seu estado de conservação. VIGILÂNCIA A vigilância se refere ao poder de polícia dado aos entes federativos para que possam exercer a fiscalização permanente dos bens culturais sob sua tutela. O art. 20 do Decreto Lei n. 25/37 dispõe sobre a vigilância dos bens tombados, estabelecendo que: “As coisas tombadas ficam sujeitas à vigilância permanente do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que poderá inspecioná-los sempre que for julgado conveniente, não podendo os respectivos proprietários ou responsáveis criar obstáculos à inspeção, sob pena de multa de cem mil réis, elevada ao dobro em caso de reincidência”. DESAPROPRIAÇÃO A desapropriação é meio de intervenção na propriedade, por meio do qual ela é transferida compulsoriamente ao patrimônio público por razões de interesse público ou sancionatórias, mediante pagamento prévio de indenização. A desapropriação pode ser utilizada para proteger o patrimônio cultural, em razão do interesse público, conforme previsto inclusive no art. 5, “k” “l”, “m” do Decreto Lei n. 3.365/41. O rol de instrumentos de proteção ao meio ambiente cultural previsto no § 1º do art. 216 da CF/88 é meramente exemplificativo, sendo possível a criação de outros instrumentos. 2.4. MEIO AMBIENTE DO TRABALHO O meio ambiente do trabalho é o local onde os trabalhadores prestam suas atividades, sendo direito de todo trabalhador a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança, conforme previsto no art. 7º, XXII, da CF/88. O art. 200, VIII, da CF/88, por sua vez, se refere expressamente ao meio ambiente de trabalho ao dispor que cabe ao sistema único de saúde, entre outras atribuições, colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 14 Meio Ambiente Natural Meio Ambiente Artificial Meio Ambiente Cultural Meio Ambiente do Trabalho Compreende a atmosfera, águas (subterrâneas e superficiais, mar territorial), solo, subsolo, fauna e flora. Fundamento: art. 225, §1º I e VII, e §4º, da CF/88. Representa o espaço urbano construído, ou seja, o conjunto de edificações fechadas (espaço urbano fechado) e abertas (espaço urbano aberto). Fundamento: arts. 21, XX e 182 da CF/88 e Lei n. 10.257/2001 (Estatuto da Cidade). Compreende patrimônio artístico, paisagístico, arqueológico, histórico e turístico. Fundamento: art. 216 da CF/88 Local onde as pessoas desenvolvem as suas atividades laborais, remuneradas ou não remuneradas. Fundamento: art. 7º, XXIII, e 200, VII, da CF/88. Desse modo, levando-se em consideração as espécies de meio ambiente acima delimitadas, José Afonso da Silva conceitua meio ambiente como “interação do conjunto de elementos naturais, artificiais, e culturais que propiciem o desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas”1 1 SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional. 3ª ed. rev.atual. São Paulo: Malheiros,2000, p.20 L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 15 3 3. DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS SOBRE DIREITO AMBIENTAL A Constituição Federal adotou um complexo sistema de repartição de competência, baseado no princípio da predominância do interesse, sendo que, se a matéria for de predominante interesse geral ou nacional, a competência é da União; se for de interesse regional, a competência é dos Estados e, se de interesse local, a competência será dos Municípios. 3.1. COMPETÊNCIA MATERIAL As competências materiais subdividem-se em exclusivas (art. 21 da CF/88) e comuns (art. 23 da CF/88), sendo que, enquanto as primeiras não podem ser delegadas, porque se referem a assuntos de interesse exclusivoda União, como soberania e segurança do Estado, nas competências comuns, a atuação de um ente federado não exclui a atuação dos demais, incluindo os Municípios, devendo a lei complementar fixar normas para a cooperação entre os entes, o que foi feito, em material ambiental, pela Lei Complementar n. 140/2011. Sintetizamos as competências constitucionais materiais no quadro abaixo. COMPETÊNCIA MATERIAL EXCLUSIVA COMPETÊNCIA MATERIAL COMUM Instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso (art. 21, XIX); Explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições (art. 21, XXIII); Estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa (art. 21, XXV) Proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos (art. 23, III); Impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural (art. 23, IV); Proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas (art. 23, VI); Preservar as florestas, a fauna e a flora (art. 23, VII); Registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios art. 23, XI). L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 16 Assim, com base na distribuição de competência demostrada acima, é importante consignar que todos os entes da federação possuem competência material comum para proteger o meio ambiente e combater a poluição, fiscalizando e, consequentemente, aplicando sanções aos infratores da lei ambiental, ainda que a lei descumprida seja federal. TEMA COBRADO NO XVI EXAME DA OAB/FGV. Destaca-se, ainda, que, em matéria ambiental, o art. 30 da CF/88, incisos VIII e IX, atribui aos Municípios a competência para promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano, bem como promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual TEMA COBRADO NO II EXAME DA OAB/FGV. Transcrevemos, por fim, as principais competências administrativas de cada ente federativo de acordo com a Lei Complementar n. 140/2011: Art. 7º São ações administrativas da União: I - formular, executar e fazer cumprir, em âmbito nacional, a Política Nacional do Meio Ambiente; II - exercer a gestão dos recursos ambientais no âmbito de suas atribuições; III - promover ações relacionadas à Política Nacional do Meio Ambiente nos âmbitos nacional e internacional; IV - promover a integração de programas e ações de órgãos e entidades da administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, relacionados à proteção e à gestão ambiental; V - articular a cooperação técnica, científica e financeira, em apoio à Política Nacional do Meio Ambiente; VI - promover o desenvolvimento de estudos e pesquisas direcionados à proteção e à gestão ambiental, divulgando os resultados obtidos; VII - promover a articulação da Política Nacional do Meio Ambiente com as de Recursos Hídricos, Desenvolvimento Regional, Ordenamento Territorial e outras; VIII - organizar e manter, com a colaboração dos órgãos e entidades da administração pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (Sinima); IX - elaborar o zoneamento ambiental de âmbito nacional e regional; X - definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos; XI - promover e orientar a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a proteção do meio ambiente; XII - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente, na forma da lei; XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja atribuição para licenciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida à União; L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 17 XIV - promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades: a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva; c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas; d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados; f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato do Poder Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas, conforme disposto na Lei Complementar n. 97, de 9 de junho de 1999; g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen); ou h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento; XV - aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de florestas e formações sucessoras em: a) florestas públicas federais, terras devolutas federais ou unidades de conservação instituídas pela União, exceto em APAs; e b) atividades ou empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pela União; XVI - elaborar a relação de espécies da fauna e da flora ameaçadas de extinção e de espécies sobre-explotadas no território nacional, mediante laudos e estudos técnico-científicos, fomentando as atividades que conservem essas espécies in situ; XVII - controlar a introdução no País de espécies exóticas potencialmente invasoras que possam ameaçar os ecossistemas, habitats e espécies nativas; XVIII - aprovar a liberação de exemplares de espécie exótica da fauna e da flora em ecossistemas naturais frágeis ou protegidos; TEMA COBRADO NO IX EXAME DA OAB/FGV. XIX - controlar a exportação de componentes da biodiversidade brasileira na forma de espécimes silvestres da flora, micro-organismos e da fauna, partes ou produtos deles derivados; XX - controlar a apanha de espécimes da fauna silvestre, ovos e larvas; XXI - proteger a fauna migratória e as espécies inseridas na relação prevista no inciso XVI; XXII - exercer o controle ambiental da pesca em âmbito nacional ou regional; L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 18 XXIII - gerir o patrimônio genético e o acesso ao conhecimento tradicional associado, respeitadas as atribuições setoriais; XXIV - exercer o controle ambiental sobre o transporte marítimo de produtos perigosos; e XXV - exercer o controle ambiental sobre o transporte interestadual, fluvial ou terrestre, de produtos perigosos. Parágrafoúnico. O licenciamento dos empreendimentos cuja localização compreenda concomitantemente áreas das faixas terrestre e marítima da zona costeira será de atribuição da União exclusivamente nos casos previstos em tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento. Art. 8º São ações administrativas dos Estados: I - executar e fazer cumprir, em âmbito estadual, a Política Nacional do Meio Ambiente e demais políticas nacionais relacionadas à proteção ambiental; II - exercer a gestão dos recursos ambientais no âmbito de suas atribuições; III - formular, executar e fazer cumprir, em âmbito estadual, a Política Estadual de Meio Ambiente; IV - promover, no âmbito estadual, a integração de programas e ações de órgãos e entidades da administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, relacionados à proteção e à gestão ambiental; V - articular a cooperação técnica, científica e financeira, em apoio às Políticas Nacional e Estadual de Meio Ambiente; VI - promover o desenvolvimento de estudos e pesquisas direcionados à proteção e à gestão ambiental, divulgando os resultados obtidos; VII - organizar e manter, com a colaboração dos órgãos municipais competentes, o Sistema Estadual de Informações sobre Meio Ambiente; VIII - prestar informações à União para a formação e atualização do Sinima; IX - elaborar o zoneamento ambiental de âmbito estadual, em conformidade com os zoneamentos de âmbito nacional e regional; X - definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos; XI - promover e orientar a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a proteção do meio ambiente; XII - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente, na forma da lei; XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja atribuição para licenciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida aos Estados; XIV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 19 de causar degradação ambiental, ressalvado o disposto nos arts. 7º e 9º; XV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pelo Estado, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); XVI - aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de florestas e formações sucessoras em: a) florestas públicas estaduais ou unidades de conservação do Estado, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); b) imóveis rurais, observadas as atribuições previstas no inciso XV do art. 7º; e c) atividades ou empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pelo Estado; XVII - elaborar a relação de espécies da fauna e da flora ameaçadas de extinção no respectivo território, mediante laudos e estudos técnico-científicos, fomentando as atividades que conservem essas espécies in situ; XVIII - controlar a apanha de espécimes da fauna silvestre, ovos e larvas destinadas à implantação de criadouros e à pesquisa científica, ressalvado o disposto no inciso XX do art. 7º; XIX - aprovar o funcionamento de criadouros da fauna silvestre; XX - exercer o controle ambiental da pesca em âmbito estadual; e XXI - exercer o controle ambiental do transporte fluvial e terrestre de produtos perigosos, ressalvado o disposto no inciso XXV do art. 7º. Art. 9º São ações administrativas dos Municípios: I - executar e fazer cumprir, em âmbito municipal, as Políticas Nacional e Estadual de Meio Ambiente e demais políticas nacionais e estaduais relacionadas à proteção do meio ambiente; II - exercer a gestão dos recursos ambientais no âmbito de suas atribuições; III - formular, executar e fazer cumprir a Política Municipal de Meio Ambiente; IV - promover, no Município, a integração de programas e ações de órgãos e entidades da administração pública federal, estadual e municipal, relacionados à proteção e à gestão ambiental; V - articular a cooperação técnica, científica e financeira, em apoio às Políticas Nacional, Estadual e Municipal de Meio Ambiente; VI - promover o desenvolvimento de estudos e pesquisas direcionados à proteção e à gestão ambiental, divulgando os resultados obtidos; VII - organizar e manter o Sistema Municipal de Informações sobre Meio Ambiente; VIII - prestar informações aos Estados e à União para a formação e atualização dos Sistemas Estadual e Nacional de Informações sobre Meio Ambiente; IX - elaborar o Plano Diretor, observando os zoneamentos ambientais; X - definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos; L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 20 XI - promover e orientar a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a proteção do meio ambiente; XII - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente, na forma da lei; XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja atribuição para licenciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida ao Município; XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei Complementar, promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos: a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade; ou b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); XV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei Complementar, aprovar: a) a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações sucessoras em florestas públicas municipais e unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); e b) a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações sucessoras em empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pelo Município. Art. 10. São ações administrativas do Distrito Federal as previstas nos arts. 8º e 9º. 3.2. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA Entende-se por competência legislativa ambiental a atribuição do poder de legislar sobre meio ambiente. Quando se tratar de tema relacionado ao art. 22 da CF/88, cujos incisos trazem assuntos concernentes ao interesse nacional e estratégico da União, a competência legislativa é privativa da União (art. 22 da CF/88), ou seja, caberá apenas à União legislar sobre o tema, podendo, entretanto, por lei complementar federal, delegar a competência aos Estados-membros para tratarem de questões específicas. A delegação da competência privativa poderá ser feita apenas aos Estados-Membros, ou seja, não há delegação de competência privativa aos Municípios. Por outro lado, quando se tratar de tema previsto no art. 24 da CF/88, a competência legislativa será concorrente, isto é, competirá à União estabelecer normas gerais sobre o tema, mas, inexistindo lei federal (norma geral), os Estados e o Distrito Federal poderãoexercer a L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 21 competência legislativa plena. Neste caso, se posteriormente a União resolver legislar sobre norma geral, a norma geral que o Estado (ou DF) havia elaborado terá a sua eficácia suspensa no que lhe for contrário. Os Municípios não são contemplados com a competência legislativa concorrente, podendo apenas legislar quando houver interesse local (art. 30 da CF/88), ou para complementar normas gerais, observadas as peculiaridades do Município (posicionamento majoritário no STF). TEMA COBRADO NO XII EXAME DA OAB/FGV. Os Estados, por sua vez, podem legislar sobre as matérias de competência privativa (art. 22 da CF/88), desde que haja delegação por meio de lei complementar, bem como sobre matérias de competência concorrente, inclusive sobre normas gerais se a União não houver legislado, e sobre as matérias que não lhe sejam vedadas pela Constituição Federal. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA DA UNIÃO COMPETÊNCIA LEGISLATIVA DOS ESTADOS E DO DF COMPETÊNCIA LEGISLATIVA DOS MUNICÍPIOS Competência Privativa (art. 22): águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão (inciso IV); jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia (inciso XII) e atividades nucleares (inciso XXVI); Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias ora citadas. Competência Concorrente (art. 24): normas gerais sobre, florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição (inciso VI); proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico (inciso VII), responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico Inciso VIII); Questões específicas sobre as matérias de competência privativa da União, desde que haja lei complementar autorizando. Matérias não vedadas pela CF/88. Competência Suplementar dos Estados para os temas de competência concorrente, mas, não havendo norma geral da União, os Estados e o Distrito Federal poderão exercer a competência legislativa plena. Nesse caso, se posteriormente a União resolver legislar sobre norma geral, a norma geral que o Estado (ou DF) havia elaborado terá a sua eficácia suspensa no que lhe for contrário. Os Municípios podem legislar apenas quando houver interesse local (art. 30 da CF/88), ou para complementação das normas gerais, para atender as peculiaridades locais (posicionamento majoritário no STF) L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 22 3.3. DEMAIS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS IMPORTANTES PARA O DIREITO AMBIENTAL Além do art. 225 da CF/88 que, conforme mencionado anteriormente, é de leitura obrigatória para a prova da OAB/FGV, há outros dispositivos constitucionais que entendemos relevantes. INCENTIVOS FISCAIS Os Estados Membros podem instituir incentivos fiscais aos municípios que atingirem as metas ambientais estipuladas em lei estadual, por meio de distribuição de parte do ICMS arrecadado (1/4 do produto dos 25% da arrecadação), o denominado “ICMS verde” ou “ICMS ecológico”, conforme art. 158, IV e parágrafo único, II, da CF/88 TEMA COBRADO NO XII EXAME DA OAB/FGV. TERRAS INDÍGENAS Embora as terras indígenas sejam bens da União, a própria Constituição Federal de 1988 assegura às comunidades indígenas a posse permanente das terras que tradicionalmente ocupam, além do usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes (§ 2º do art. 231 da CF/88). Além disso, de acordo com o § 3º do art. 231 da CF/88, o aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei. TEMA COBRADO NO XXXIV EXAME DA OAB/FGV. TERRAS INDÍGENAS O Estatuto do Índio, por sua vez, garante aos índios a exploração exclusiva das riquezas do solo, nas áreas indígenas, cabendo-lhes com exclusividade o exercício da garimpagem, faiscação e cata das áreas referidas (art. 44) Já em relação ao corte de madeira nas florestas indígenas, consideradas em regime de preservação permanente, ele está condicionado à existência de programas ou projetos para o aproveitamento das terras na exploração agropecuária, na indústria ou no reflorestamento (art. 46). L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 23 4. POLÍTICA NACIONAL E SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE A lei n. 6.938/1981, que instituiu o a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), é de extrema importância para a prova da OAB/FGV, porque representa o diploma normativo norteador das demais leis referentes ao Direito Ambiental, estabelecendo os objetivos, princípios e os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente. A PNMA tem como objetivo geral a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana (art. 2º). Do conceito acima transcrito, é possível visualizar que objetivo do PNMA está relacionado principalmente a três verbos: preservar (manter o meio ambiente sem intervenção humana), melhorar (aprimorar as condições ambientais) e recuperar (retornar ao estado inicial) a qualidade do meio ambiente. Outro ponto importante da Lei n. 6.938/1981 diz respeito aos conceitos trazidos pelo art. 3º, que tratam de temas essenciais para o Direito Ambiental. DEFINIÇÕES FEITAS PELO ART. 3º DA LEI N. 6.938/81 COMENTÁRIOS Meio ambiente: conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas; O conceito é muito criticado pela doutrina porque não trata das outras espécies de meio ambiente (artificial, cultural e do trabalho) Poluição: a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente: a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem desfavoravelmente a biota (flora e fauna de um determinado local); d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos (gases, resíduos, etc); Traz um conceito jurídico e amplo sobre poluição. É importante salientar ainda que a poluição, além de constituir infração administrativa, também é considerada crime. Poluidor: pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental; A poluição é causada pela atividade humana. Eventual degradação do meio ambiente pela própria natureza (vulcão, terremoto, etc) não interessa ao direito ambiental. A responsabilidade do poluidor será objetiva. 4 L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 24 A lei n. 6.938/81 estabeleceu diversos instrumentos para a efetivação dos objetivos da Política Nacional do Meio ambiente (art. 9º), dentre os quais destacamos os maisimportantes para a prova da OAB/FGV: Padrões de qualidade ambiental – estabelece padrões para o lançamento de gases, resíduos, e outros elementos, para a manutenção da qualidade do meio ambiente. Os padrões são estabelecidos pelas Resoluções do CONAMA. Zoneamento Ambiental – refere-se ao dimensionamento do solo, definindo áreas para o desenvolvimento econômico (áreas de uso estritamente industrial, de uso diversificado, por exemplo) e definindo áreas de preservação e conservação ambiental. Avaliação de Impacto ambiental (AIA) – os empreendimentos e atividades econômicas devem avaliar os riscos ambientais, por meio de procedimentos de controle preventivo, o que é feito por meio de estudos ambientais, cuja principal espécie é o estudo prévio de impacto ambiental, previsto no art. 225, § 1º, IV, da CF/88. Licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras - o licenciamento ambiental é regulamentado pelo art. 10 Lei n. 6.938/81 e pela Resolução 237/97 do CONAMA, sendo concedido apenas após a análise do estudo prévio de impacto ambiental (EPIA). Sistema Nacional de informações sobre o meio ambiente – sistematizar e gerenciar os dados e as informações dos órgãos ambientais. Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais - inscrição no cadastro objetiva fazer um mapeamento das atividades poluidoras e que se valem de recursos ambientais. Prestação de informações relativas ao Meio Ambiente - o poder público tem o dever de prestar as informações sobre o meio ambiente e, se não as possuir, deverá produzí-las. Instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros. Concessão Florestal Servidão Ambiental Seguro Ambiental O poder público, por meio de licitação, poderá delegar de forma onerosa a exploração econômica de florestas públicas, como no caso de comercialização de madeira de construção hoteleira. Representa a possibilidade de o particular renunciar total ou parcialmente a utilização dos recursos naturais de sua propriedade, o que pode ser feito de forma temporária ou permanente. A servidão não pode ser constituída sobre área de reserva legal florestal nem área de preservação permanente. Ainda pendente de regulamentação. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 25 A Lei n. 6.938/81, em seu artigo 6º, cria ainda o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, que reúne os órgãos e instituições ambientais da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, responsáveis pela proteção e melhoria ambiental, sendo que qualquer interessado poderá ter acesso a suas informações, conforme previsto no art. 2º, §1º, da Lei nº 10.650/03 TEMA COBRADO NO IV EXAME DA OAB/FGV. De acordo com o artigo 6º da Lei n. 6.938/81, o SISNAMA possui a seguinte estrutura: Órgão SUPERIOR - Conselho de Governo – assessorar o Presidente da República Órgão CONSULTIVO e DELIBERATIVO – CONAMA, assessorar o Conselho de Governo Órgão CENTRAL – Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República (atual Ministério do Meio Ambiente) Órgãos EXECUTORES - IBAMA e ICMBio Órgãos SECCIONAIS – Estados, responsáveis pelo controle e fiscalização de atividades capazes de causar degradação ambiental Órgãos LOCAIS – Municípios, responsáveis pela fiscalização e controle na sua jurisdição Na estrutura do SISNAMA, destaca-se o CONAMA, órgão consultivo e deliberativo, com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida. Já em relação aos órgãos executores do SISNAMA, temos o IBAMA e o Instituto Chico Mendes (ICMBio). IBAMA INSTITUTO CHICO MENDES Autarquia Federal Entre as atribuições destacam-se o licenciamento ambiental de atividades e obras com impacto ambiental regional ou nacional, bem como o poder de polícia. Autarquia Federal Responsável pelo Sistema Nacional de Unidades Conservação (SNUC). Importante destacar que os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas de sua jurisdição, elaborarão normas supletivas e complementares e padrões relacionados com o meio ambiente, observados os que forem estabelecidos pelo CONAMA. Os Municípios, observadas as normas e os padrões federais e estaduais, também poderão elaborar as normas mencionadas no parágrafo anterior (supletivas e complementares). L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 26 5 5. LICENCIAMENTO AMBIENTAL Conforme mencionado anteriormente, o licenciamento ambiental, que decorre do poder de polícia ambiental, é um dos instrumentos previstos na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (art. 10 da Lei n. 6.938/81) e tem por objetivo condicionar a construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, ao cumprimento prévio de exigências ambientais TEMA COBRADO NO XXI EXAME DA OAB/FGV. Estão sujeitos ao licenciamento ambiental os empreendimentos e as atividades relacionadas exemplificadamente no Anexo 1 da Resolução n. 237/97 do CONAMA, como extração e tratamento de minerais, indústria metalúrgica, indústria de material elétrico, indústria de material de transporte, Indústria de madeira, Indústria de papel e celulose, etc. A lista trazida pelo Anexo 1 da Resolução n. 237/97 não é exaustiva, podendo o órgão licenciador exigir o licenciamento do empreendimento potencialmente poluidor ou capaz de causar degradação ambiental. O licenciamento ambiental é um procedimento administrativo composto por três atos administrativos principais: licença prévia, licença de instalação e licença de operação. Licença prévia (LP) Licença de instalação (LI) Licença de operação (LO) Concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade, aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação (art. 8º, I, da Resolução n. 237 do CONAMA). Prazo Máximo: 5 anos Autoriza a instalação (construção) do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante (art. 8º, II, da Resolução n. 237 do CONAMA). Prazo Máximo: 6 anos Autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação, conforme art. 8º, III, da Resolução n. 237 do CONAMA. TEMA COBRADO NO XIV EXAME DA OAB/FGV Prazo mínimo de 4 anos e máximo de 10 anos L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 27 Ressalta-se que as licenças ambientais são temporárias e não geram direito adquirido. Nesse sentido, o art. 19 da Resolução nº 237/97 do CONAMA dispõe que o órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá modificar as condicionantes e as medidas de controle e adequação, suspender ou cancelar uma licença expedida, quando ocorrer: I - violação ou inadequação de quaisquercondicionantes ou normas legais; II - omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expedição da licença; III - superveniência de graves riscos ambientais e de saúde. TEMA COBRADO NO VII EXAME DA OAB/FGV. Destaca-se, ainda, que, conforme mencionado no item sobre competência material ambiental, todos os entes federativos possuem competência para proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas (art. 23, VI, da CF88). Entretanto, para garantir segurança e evitar conflitos entre os licenciamentos, a Lei Complementar n. 140/2011 delimitou a competência de cada uma das esferas administrativas. Licenciamento pela União (IBAMA) Licenciamento pelos Estados e DF Licenciamento pelos Municípios e DF Principais hipóteses: empreendimentos e atividades localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; em 2 (dois) ou mais Estados, no mar territorial, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva; em terras indígenas; em unidades de conservação instituídas pela União, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs), destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo ou energia nuclear (art. 7º, XIV da LC n. 140/2011). Principais hipóteses: atividades ou empreendimentos não incluídos na competência da União e dos Municípios e os empreendimentos localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pelo Estado, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs). (art. 8º, XIV e XV, da LC n. 140/2011) Principais hipóteses: obras, atividades e empreendimentos de impacto local, conforme definido pelos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, bem como os localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); (art. 9º, XIV, da LC n. 140/2011) Conforme quadro acima, o Distrito Federal conjuga as competências dos estados membros e dos municípios. A Lei Complementar traz também os conceitos de atuação supletiva e subsidiária. Atuação supletiva (arts. 2º e 15 da LC n. 140/2011): ocorre quando a competência originária é de um ente Federativo, mas outro ente o substitui para fazer o licenciamento. Assim, se a competência para o licenciamento for do Município, mas este não contar com órgão ambiental capacitado ou Conselho de L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 28 Meio Ambiente, o licenciamento será feito pelo Estado. Se o Estado, por sua vez, também não contar com órgão ambiental capacitado ou Conselho de Meio Ambiente, o licenciamento será feito pela União TEMA COBRADO NO EXAME XXXV DA OAB/FGV. . Atuação subsidiária (art. 16 da LC n. 140/2011): um ente Federativo que detém a competência originária solicita apoio a outro ente para realizar o licenciamento. O apoio pode ser econômico, técnico, administrativo ou funcional. Importante destacar, ainda, que cabe ao órgão responsável pelo licenciamento a fiscalização da atividade ou do empreendimento licenciado, conforme previsto no art. 17, caput, da LC n. 140/2011: “Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização, conforme o caso, de um empreendimento ou atividade, lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo para a apuração de infrações à legislação ambiental cometidas pelo empreendimento ou atividade licenciada ou autorizada”. Contudo, levando-se em consideração que a fiscalização se trata de competência comum (art. 23 da CF/88), qualquer outro ente poderá fiscalizar o empreendimento e lavrar auto de infração sendo que, nos casos de iminência ou ocorrência de degradação da qualidade ambiental, o ente federativo que tiver conhecimento do fato deverá determinar medidas para evitá-la, fazer cessá-la ou mitigá-la, comunicando imediatamente ao órgão competente para as providências cabíveis (§ 2º do art. 17). Ressalta-se que, na hipótese de lavratura de mais de um auto de infração, deverá prevalecer o auto lavrado pelo órgão de competência originária para o licenciamento, conforme § 3º do art. 17 TEMA COBRADO NO EXAME XI DA OAB/FGV. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 29 6 6. ESTUDOS AMBIENTAIS 6.1. ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA/RIMA) Conforme mencionado acima, a Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) é um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente e compreende os estudos necessários para avaliar empreendimentos ou atividades que possam causar danos ambientais. Entre os estudos que integram a avaliação de impactos ambientais, o mais importante para a prova da OAB/FGV é o Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), que possui previsão expressa no art. 225, § 1º, IV, da CF/88, e representa o documento de avaliação prévia de empreendimento, obra ou atividade que tenha potencial de causar significativa degradação ambiental, devendo ser elaborado por equipe técnica multidisciplinar escolhida pelo empreendedor e às suas expensas. Ao EIA deverá ser dada publicidade TEMA COBRADO NOS EXAMES XVIII E XXXI DA OAB/FGV. A Administração Pública não possui discricionariedade para dispensar o EIA/RIMA, ou seja, o estudo será obrigatório sempre que o empreendimento puder gerar significativa degradação ambiental (artigo 225, § 1º, IV, da CF/88), a exemplo das hipóteses citadas no artigo 2º da Resolução CONAMA 01/1986. O pressuposto para a realização do estudo prévio ambiental é a possibilidade de ocorrência de significativos danos ambientais. Se a atividade ou empreendimento não for potencialmente causadora de impactos ambientais significativos, não haverá a necessidade do estudo prévio de impacto ambiental e sim de outros estudos ambientais mais simples. Sobre o Estudo Prévio de Impacto Ambiental é importante destacar as suas principais consequências: • Prevenção aos danos ambientais – o Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA) avalia os possíveis impactos positivos e negativos do empreendimento, de modo que, a partir do conhecimento dos riscos, é possível adotar medidas preventivas ou mitigadoras dos danos ambientais. • Transparência administrativa – o EIA é um procedimento dotado de publicidade, o que contempla o acesso material (acesso ao documento), bem como o acesso intelectual, que representa a simplificação das informações técnicas do estudo, para que ele seja acessível à população. A simplificação das informações técnicas ocorre por meio relatório de Impacto ao Meio Ambiente (RIMA), obrigatório em todo estudo prévio de impacto ambiental (EIA). A publicidade do EIA/RIMA é uma exigência prevista na própria CF/88 (art. 225, § 1º, IV), podendo ser restringida apenas nos casos de declaração de sigilo industrial, devidamente fundamentado. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 30 • Instrumento de consulta aos interessados – a população possui direito de ser ouvida e obter esclarecimentos sobre o EIA/RIMA, o que ocorre por meio de audiências públicas. As audiências públicas estão regulamentadas pela Resolução n. 9/87 do CONAMA e podem ser requeridas pelo próprio órgão ambiental que analisa o EIA/RIMA, pelo MPF ou MPE, por entidades da sociedade civil ou ainda por 50 (cinquenta) ou mais cidadãos. A audiência pública, uma vez requerida, deve ser obrigatoriamente realizada e deverá ocorrer em local de fácil acesso para a população. TEMA COBRADO NO XXVIII EXAME DA OAB/FGV Destaca-se, ainda, que o art. 2º da Resolução n. 1/86 do CONAMA apresenta um rol meramente exemplificativo das atividades causadorasde significativa degradação e, portanto, necessárias de análise no EIA/RIMA. Em outras palavras, se a critério da autoridade ambiental o empreendimento ou a atividade for potencialmente causadora de significativo impacto ambiental, haverá a necessidade de EIA/RIMA ainda que a atividade não esteja prevista no art. 2º da Resolução n. 1 do CONAMA. 6.2. ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA A Lei n. 10.257/2001 (Estatuto da Cidade) prevê a criação do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), que será executado de forma a contemplar os efeitos positivos e negativos do empreendimento ou atividade quanto à qualidade de vida da população residente na área e suas proximidades. O EIV será obrigatório nas atividades privadas ou públicas em área urbana definidas em Lei Municipal e a sua elaboração não substitui a elaboração e a aprovação do estudo prévio de impacto ambiental (EIA). Além disso, os documentos do EIV devem ficar à disposição no órgão competente municipal para a consulta de qualquer interessado (arts. 35, 36 e 37 da Lei n. 10.257/2001). TEMA COBRADO NOS EXAMES III, XVI e XXXVII DA OAB/FGV. Apenas os empreendimentos e atividades privados ou públicos em área urbana que podem ser obrigados a elaborar estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV), conforme art. 36 Lei nº 10.257/2001. De acordo com o Estatuto da Cidade (art. 37), a elaboração do estudo de impacto de vizinhança deverá conter a análise de algumas questões que são consideradas mínimas e essenciais para a conclusão do estudo, a saber: I – adensamento populacional; II – equipamentos urbanos e comunitários; III – uso e ocupação do solo; IV – valorização imobiliária; L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 31 V – geração de tráfego e demanda por transporte público; VI – ventilação e iluminação; VII – paisagem urbana e patrimônio natural e cultural. Além disso, conforme já mencionado anteriormente, será dada publicidade aos documentos integrantes do EIV, que ficarão disponíveis para consulta, no órgão competente do Poder Público municipal, por qualquer interessado. A elaboração do EIV não substitui a elaboração e a aprovação de estudo prévio de impacto ambiental (EIA), requeridas nos termos da legislação ambiental. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 32 7 7. SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (SNUC) A Constituição Federal de 1988, em seu art. 225, §1º, III, destaca os espaços especialmente protegidos, dentre os quais se destacam as unidades de conservação, regulamentadas pela Lei n. 9.985/2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação. De acordo com o art. 2º, I, da Lei n. 9.985/2000, entende-se por unidade de conservação o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. Há dois grupos de unidades de conservação: 1) Unidades de Proteção Integral (UPI) e 2) Unidades de Uso Sustentável. Unidades de Proteção Integral (UPI): objetivam a preservação e permitem somente o uso indireto de seus recursos naturais. Pertencem ao grupo das Unidades de Proteção Integral: 1) Estação Ecológica, 2) Reserva Biológica, 3) Parque Nacional, 4) Monumento Natural e 5) Refúgio de Vida Silvestre. Estação Ecológica (art. 9º) Reserva Biológica (art. 10) Parque Nacional (art. 11) Monumento Natural (art. 12) Refúgio de Vida Silvestre (art. 13) Objetiva a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas, mas essas pesquisas tem o limite de 3% da área e não podem ultrapassar 1.500 hectares. Posse e domínio público, sendo que as áreas particulares serão desapropriadas, com indenização prévia e em dinheiro TEMA COBRADO NO XIII EXAME DA OAB/ FGV. Objetiva a preservação integral da biota (fauna e flora) e demais atributos inseridos nos seus limites, permitindo- se a intervenção humana apenas para proteger o ecossistema. Posse e domínio público, sendo que as áreas particulares serão desapropriadas. Objetiva a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. (Ex: Parque do Iguaçu). Posse e domínio público, sendo que as áreas particulares serão desapropriadas. TEMA COBRADO NOS EXAMES XIX e XXXIII DA OAB/FGV. Objetiva preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica. Pode ser constituído por áreas particulares. Havendo incompatibilidade entre os objetivos da área e as atividades privadas ou não havendo concordância do proprietário, a área deve ser desapropriada. Objetiva proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória. Pode ser constituído por áreas particulares, mas havendo incompatibilidade ou não concordância do proprietário, a área deve ser desapropriada. L ic en se d t o a le ja n d ra c ar d o so d e ar au jo - a le zi ze s@ g m ai l.c o m - 2 74 .5 54 .3 38 -5 9 OA B N A M ED ID A | D IR EI TO A M BI EN TA L 33 COMPENSAÇÃO AMBIENTAL: De acordo com o art. 36, da Lei 9.985/2000, nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo relatório – EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral. Cabe ao órgão ambiental licenciador definir as unidades de conservação a serem beneficiadas, considerando as propostas apresentadas no EIA/RIMA e ouvido o empreendedor, podendo inclusive ser contemplada a criação de novas unidades de conservação. Importante destacar, ainda, que o STF julgou parcialmente procedente o pedido feito na ADI 3378, ficando sem validade o disposto no § 1º do art. 36, que estipulava um percentual mínimo de 0,5% do custo do empreendimento para a implementação da compensação. Sendo assim, embora a compensação ambiental tenha sido considerada constitucional, o órgão competente deve fixar um valor proporcional ao grau de impacto ambiental para a sua concretização, sem a existência de um percentual mínimo legal a ser pago pelo empreendedor TEMA COBRADO NO VI EXAME DA OAB/FGV. A Lei nº 13.668/2018 acrescentou o § 4º ao art. 36 Lei 9.985/2000, que passou a dispor que a obrigação de compensação ambiental poderá, em virtude do interesse público, ser cumprida em unidades de conservação de posse e domínio públicos do grupo de Uso Sustentável, especialmente as localizadas na Amazônia Legal. Unidades de Uso Sustentável: objetivam a conservação da natureza e admitem o uso de parcela de seus recursos naturais, ou seja, permite-se o desenvolvimento de atividade econômica dentro do seu espaço. São espécies de Unidades de Uso Sustentável: 1) Área de proteção ambiental (APA), 2) Área de Relevante Interessante ecológico, 3) Floresta Nacional, 4) Reserva Extrativista, 5) Reserva de Fauna, 6) Reserva de Desenvolvimento Sustentável e 7) Reserva Particular do Patrimônio Natural. Área de Proteção Ambiental – APA (art. 15) Área, pública ou privada, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos,
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