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Responsável Técnico – RT MÓDULO 3 2 Sumário Módulo 3 – Parte 1 5 Unidade 1 | Normas no Manuseio e Armazenagem de Carga 6 1 Normas de Higiene 7 2 Segurança das Cargas e dos Trabalhadores 9 Atividades 12 Referências 13 Unidade 2 | Normas de Movimentação e Acondicionamento de Cargas 14 1 Layout Interno de Armazenagem 15 2 Montagem e Preparação de Pedidos 17 Atividades 19 Referências 20 Módulo 3 – Parte 2 21 Unidade 3 | Unitização de Cargas 22 1 Artefatos de Unitização de Cargas 23 2 Paletes e Contêineres 24 3 Identificação dos Artefatos de Unitização e suas Cargas 26 Atividades 27 Referências 28 Unidade 4 | Processos de Armazenamento de Produtos Materiais 29 1 Arrumação dos Materiais no Armazém 31 2 Métodos para Alocação de Produtos 31 2.1 Alocação de Produtos Segundo a Rotatividade do Item 32 2.2 Alocação de Produtos Segundo o Tamanho do Item 32 2.3 Índice de Volume por Pedido (IK) 33 3 2.4 Agrupamento em Famílias 33 3 Endereçamento dos Produtos no Armazém 34 Atividades 37 Referências 38 Módulo 3 – Parte 3 39 Unidade 5 | Dimensionamento da Frota 40 1 Dimensionamento da Frota 41 2 Roteiro para o Dimensionamento da Frota 43 3 Gestão da Frota para Atendimento da Demanda 44 3.1 Parcerias 44 3.2 Terceirização 44 3.3 Franquias ou Franchising 45 Atividades 46 Referências 47 Unidade 6 | Adequação de Veículos e Equipamentos 48 1 A Logística e o Planejamento do Transporte 49 2 Planejamento das Escalas de Trabalho 50 3 O Nível de Serviço Considerado no Planejamento 51 3.1 Disponibilidade 51 3.2 Confiabilidade 52 3.3 Desempenho Operacional 52 Atividades 54 Referências 55 Unidade 7 | Manutenção da Frota 56 1 Manutenção e Manutenabilidade 57 2 Manutenção Preventiva e Corretiva 58 4 3 Manutenção Decorrente de Falhas no Equipamento 59 Atividades 62 Referências 63 Módulo 3 – Parte 4 64 Unidade 8 | Fatores Operacionais que Interferem no Planejamento da Operação do Transporte 65 1 Fatores Operacionais que Devem ser Considerados para Desenvolver o Plano de Viagem 66 1.1 Veículo 66 1.2 Condutor 68 1.3 Cargas e Carrocerias 69 1.4 Manutenção 70 1.5 Tecnologia 71 1.6 Infraestrutura Viária 71 2 Plano de Viagem ou Rotograma 73 2.1 Dados que Devem Constar no Rotograma ou Plano de Viagem 73 Atividades 77 Referências 78 Unidade 9 | Procedimentos do Condutor para a Preparação da Viagem 79 1 Procedimentos Iniciais 80 2 Interpretação e Leitura de Mapas 83 3 Identificando as Rotas nos Mapas 88 4 Interpretação e Leitura de Guias Rodoviários 89 Atividades 93 Referências 94 Unidade 10 | Custos de Transportes 95 1 Modelos de Custos e Tarifação dos Serviços de Transporte 96 5 2 Variáveis Importantes – Cálculo dos Custos e Definição das Tarifas 97 2.1 Custos Fixos 97 2.2 Custos Variáveis 98 3 Gestão dos Custos e Formação de Preço 99 4 Controle de Custo Operacional 99 5 Como Dimensionar o Custo do Km Rodado 100 5.1 Custos Fixos 100 5.2 Custos Variáveis 103 Atividades 107 Referências 108 Unidade 11 | Elaboração de Contrato e Conhecimento de Transporte 109 1 Agentes Envolvidos na Prestação do Serviço de Transporte Rodoviário de Cargas 110 2 Fatores que Influenciam o Valor do Frete 111 3 Contratos de Transporte Rodoviário de Cargas 112 4 Conhecimento de Transporte Rodoviário de Carga (CTRC) 114 Atividades 117 Referências 118 Módulo 3 – Parte 5 119 Unidade 12 | Procedimentos de Conferência da Carga e da Nota Fiscal 120 1 Conferência da Carga 121 2 Pedido de Mercadorias 123 3 Nota Fiscal 124 4 Definição ou Verificação da Rota de Coleta ou Entrega 125 4.1 Etapas da Roteirização 127 5 Lacres de Segurança 127 Atividades 129 6 Referências 130 Unidade 13 | Procedimentos de Carga e Descarga 131 1 Recebimento das Mercadorias nos Depósitos ou Armazéns 132 2 Ferramentas e Processos Necessários para a Descarga do Caminhão 133 2.1 Manual 133 2.2 Mecânica 134 2.3 Automática 134 3 Expedição das Mercadorias dos Depósitos ou Armazéns 135 4 Arrumação Adequada das Cargas nos Veículos 136 5 Condições e Dicas para a Operação dos Veículos 138 5.1 Tacógrafo 139 5.2 Uso do Conta-Giros 140 5.3 Regras Obrigatórias para Operação pelos Motoristas de Veículos de Transporte 140 Atividades 142 Referências 143 Gabarito 144 Responsável Técnico – RT MÓDULO 3 – PARTE 1 8 UNIDADE 1 | NORMAS NO MANUSEIO E ARMAZENAGEM DE CARGA 9 Unidade 1 | Normas no Manuseio e Armazenagem de Carga Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) ao Módulo 3 do curso Responsável Técnico – RT! As normas de higiene e segurança para manuseio e armazenamento de cargas são importantes e devem ser seguidas à risca. Seu descumprimento pode afetar a saúde e a segurança das pessoas, não somente dos consumidores, mas também de todos aqueles que manipulam e movimentam os produtos transportados. Nesta unidade, estudaremos normas sanitárias de segurança no manuseio de armazenagem de cargas. Bons estudos! 1 Normas de Higiene A higiene das cargas deve ser observada principalmente no transporte de perecíveis, pois estes poderão sofrer alterações microbiológicas, dependendo dos cuidados durante sua manipulação. A alteração microbiológica ocorre quando o produto é contaminado por microrganismos e tem suas propriedades comprometidas, podendo acelerar a deterioração. Um exemplo dessa mudança de qualidade ocorre quando produtos lácteos não são armazenados na temperatura adequada. Quando a embalagem fica estufada significa que o produto fermentou, ou seja, sofreu uma alteração microbiológica que a torna inadequada para consumo. No entanto, é preciso ficar atento mesmo quando não há nenhuma mudança no aspecto do produto, já que os microrganismos que podem estar presentes, como o próprio nome diz, são muito pequenos (micro), invisíveis a olho nu. O consumo de produtos contaminados, dependendo do tipo de microrganismo, pode originar doenças muito graves. Voltando ao tema... Qual é a primeira coisa que você pensa quando se fala em higiene? Limpeza? 10 Ter cuidados com a higiene das cargas é principalmente garantir que embalagens, materiais, equipamentos e manipuladores estejam limpos. Mas, esses cuidados são suficientes para garantir a integridade do produto? É claro que manter tudo isso limpo já ajuda bastante, mas, temos de saber quais são as outras condições que podem contribuir para a deterioração e perda de uma carga, principalmente de produtos perecíveis, como é o caso de muitos alimentos (hortaliças, frutas, verduras, produtos lácteos etc.). Os produtos perecíveis possuem validade limitada. Para garantir um consumo seguro não adianta somente respeitar a data de validade. É preciso ficar atento para outros detalhes como: a temperatura e a umidade de armazenamento e transporte, a violação da embalagem, a exposição ao sol, o tipo de veículo ou material usado para o transporte e a armazenagem. Além disso, todos os equipamentos e utensílios empregados devem estar adequadamente limpos. h Para garantir a higiene dos produtos, não basta cuidar da limpeza nos armazéns e veículos. É importante garantir a higiene das outras instalações envolvidas no processo, como banheiros, vestiários e refeitórios. É importante saber que todos os produtos devem ser acondicionados, armazenados e transportados com higiene, sob pena de deterioração ou comprometimento da qualidade. Para manter a competitividade de sua empresa, mantenha seus equipamentos e armazéns limpos! 11 2 Segurança das Cargas e dos Trabalhadores A segurança está relacionada, principalmente, aos riscos durante o manuseio e à movimentação das cargas. Se algumas medidas de precaução não forem tomadas podem ocorrer acidentes, principalmente com as pessoas que estão em contato direto com os produtos, como motoristas e trabalhadores que circulam nos locais de movimentação e armazenagem. Vale lembrar que as quebras e avarias nas mercadorias ocorrem com maior frequência nas operações de carga e descarga, pois nestas etapas a manipulaçãodas mercadorias é inevitável. Saiba como reduzir essas avarias: • Utilizando veículos adequados, que facilitem a carga e descarga; • Unitizando a carga sempre que possível; • Treinando o pessoal que trabalha nas funções de carga e descarga; • Usando equipamentos apropriados; • Racionalizando o layout do armazém. A movimentação e o acondicionamento muitas vezes envolvem o manuseio de cargas pesadas em equipamentos como empilhadeiras, caminhões e guindastes. Por isso, muita atenção às instruções de segurança. Os trabalhadores também precisam ser protegidos! A legislação brasileira orienta empresas e trabalhadores quanto aos procedimentos que devem ser seguidos para garantir a adequada segurança na movimentação de cargas, seja ela manual ou mecânica. 12 A NR-11 estabelece os requisitos de segurança a serem observados nos locais de trabalho, no que se refere ao transporte, à movimentação, à armazenagem e ao manuseio de materiais, tanto de forma mecânica quanto manual, objetivando a prevenção de acidentes de trabalho. As principais orientações da NR-11 estão resumidas a seguir (MTE, 1978c): Fonte: MTE (1978c) Atividade Norma de segurança Operação de elevadores, guindastes, transportadores industriais e máquinas transportadoras Os equipamentos utilizados na movimentação (guindastes, empilhadeiras, esteiras rolantes e outros) devem ser calculados e construídos para garantir resistência e segurança, além de serem conservados em perfeitas condições de trabalho. A carga máxima de trabalho do equipamento deve ser indicada em lugar visível. Equipamentos de transporte motorizado devem possuir sinal de advertência sonora (buzina). Nos locais fechados ou pouco ventilados, a emissão de gases tóxicos por máquinas transportadoras deverá ser controlada para evitar concentrações, no ambiente de trabalho, acima dos limites permissíveis. Transporte de sacos A distância máxima para o transporte manual é de 60 metros. Além do limite de 60 metros, o transporte deve ser realizado mediante impulsão de vagonetes, carros, carretas, carros de mão apropriados ou qualquer tipo de tração macanizada. O piso do armazém deverá ser constituído de material não escorregadio ou molhados. A empresa deverá providenciar cobertura apropriada dos locais de carga e descarga da sacaria. Armazenagem de materiais O peso do material armazenado não poderá exceder a capacidade de carga calculada para o piso. O material armazenado deverá ser disposto de forma a evitar a obstrução de portas, equipamentos contra incêndio, saídas de emergência etc. O material empilhado deverá ficar afastado das estruturas laterais do prédio a uma distância de pelo menos 0,5 m A disposição de carga não deverá dificultar o trânsito, a iluminação e o acesso às saídas de emergência. O armazenamento deverá obedecer aos requisitos de segurança especiais a cada tipo de material. 13 Você conhece a CIPA da sua empresa? A CIPA é a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. e Toda empresa que tenha um número superior a 20 funcionários deve constituir essa comissão com representantes do empregador e dos empregados, em números proporcionais à quantidade de funcionários e de acordo com o grau de risco da atividade. Mesmo que na sua empresa não exista a CIPA, toda situação de risco deve ser imediatamente relatada ao seu superior, para que medidas preventivas e corretivas relacionadas à segurança possam ser tomadas de pronto. 14 a 1) Julgue verdadeiro ou falso. Quando a embalagem fica estufada, significa que o produto fermentou, ou seja, sofreu uma alteração microbiológica que a torna inadequada para consumo. Verdadeiro ( ) Falso ( ) 2) Julgue verdadeiro ou falso. Para garantir a higiene dos produtos, basta apenas cuidar da limpeza nos armazéns e veículos. Verdadeiro ( ) Falso ( ) Atividades 15 Referências ALVARENGA, A.; NOVAES, A. G. Logística aplicada. São Paulo: Pioneira, 2000. BALLOU, R. R. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993. BRASIL. Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão de motorista, para regular e disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção do motorista profissional; e dá outras providências. _______. Lei n° 11.442, de 05 de janeiro de 2007. Dispõe sobre o transporte rodoviário de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração e revoga a Lei no6.813, de 10 de julho de 1980. Brasília, 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11442.htm>. Acesso em: maio 2017. _______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais. Publicada em 08 de junho de 1978 e suas alterações. Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E60 12BEF1FA6256B00/nr_11.pdf>. Acesso em: abr. 2015. CENTODUCATO, D. O sonho de dez entre dez gestores de logística. Rev. Tecnologística – Especial TI, ago. 2010. Disponível em: < http://www.gpspamcary.com.br/ tecnologistica_ed_especial_-_ago2010.pdf>. Acesso em: março 2015. CNT — Confederação Nacional do Transporte. Pesquisa CNT de rodovias: 2014. Brasília: CNT, 2014. MOURA, R. A. Logística: suprimentos, armazenagem, distribuição física. São Paulo: IMAM, 1989. NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro: Campus, 2001. VALENTE, A. M.; NOVAES, A. G.; PASAGLIA, E.; VIEIRA, H. Gerenciamento de transporte e frotas. São Paulo: Cengage Learning, 2008. 16 UNIDADE 2 | NORMAS DE MOVIMENTAÇÃO E ACONDICIONAMENTO DE CARGAS 17 Unidade 2 | Normas de Movimentação e Acondicionamento de Cargas Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo à unidade 2! Todas as atividades desenvolvidas em um armazém devem ser consideradas no momento da definição de seu layout. Mas, para compreender melhor como são as operações nas áreas internas dos armazéns, é essencial compreender três conceitos importantes, que veremos ao longo dessa unidade: movimentação, acondicionamento e embalagem. • Movimentação: mudança de mercadorias de um lugar para outro. • Acondicionamento: contenção de produtos (embalados ou não). • Embalagem: elemento que envolve, contém e protege os produtos. 1 Layout Interno de Armazenagem É a maneira como os homens, máquinas e materiais estão dispostos no interior de uma instalação de armazenagem. Os objetivos do layout são dois: (1) redução do custo e (2) maior produtividade das máquinas, equipamentos, homens e espaços físicos. Para isso adotam-se as seguintes medidas: • Melhoria da utilização do espaço disponível; • Redução da movimentação de material, equipamentos e pessoal; • Definição de fluxo mais racional; • Redução do tempo para o desenvolvimento dos processos; 18 • Oferta de melhores condições de trabalho. Uma forma de organizar o layout de um armazém é dividi-lo conforme os serviços realizados no processo de armazenagem. Os principais são: Atividades do processo de armazenagem Descarga, conferência e recebimento Retirada das mercadorias a serem armazenadas do veículo transportador, inspeção e conferência das mercadorias e da documentação na descarga. Marcação e etiquetagem Marcação e etiquetagem dos volumes recebidos, identificando o lote, data do recebimento, destino da mercadoria e local onde será armazenada, identificação de cargas perigosas etc. Separação, segregação e endereçamento Separação dos volumes conforme a natureza dos produtos e as exigências de diferentes tipos de armazenagem. Ex: cargas perigosas, frigorificadas, cargas vivas etc. Em seguida, os produtos são encaminhados aos seus respectivos endereços no armazém, onde ficarão estocados. Armazenagem propriamente dita Transferência adequada dos volumes, desde a área de recebimento do armazém até o local onde as mercadorias serão armazenadas. Registros e controle Sequência de registrosmanuais, mecânicos ou eletrônicos que relatem o histórico de ocorrências de cada lote de mercadorias, desde seu recebimento até sua entrega final. Preparação de pedidos Montagem dos pedidos, a partir da requisição dos materiais dos locais de armazenagem, de acordo com os pedidos dos clientes. Envolve o empacotamento ou a unitização do pedido e seu envio para a doca de expedição do armazém. Preparação para a entrega É feita a conferência da documentação de retirada, a identificação do lote no armazém, a transferência do setor de armazenagem para o local da entrega etc. Serviços acessórios Serviços adicionais prestados pelo armazém, além das atividades básicas de armazenagem, tais como: embalagem, montagem, limpeza, vigilância etc. 19 2 Montagem e Preparação de Pedidos É a atividade do armazém na qual as cargas menores (colocadas em paletes, contêineres etc.) são separadas para formar o pedido de um cliente. Sua finalidade é atender ao pedido do cliente na cor, tamanho, estilo, sem danos, na data marcada e na quantidade pedida, nem mais nem menos. Isso será verificado na conferência qualitativa e quantitativa realizada antes de carregar a mercadoria no veículo de transporte, tal qual se efetuou no momento da entrada dos produtos no armazém, na fase de recebimento. Na maior parte dos armazéns, depósitos e terminais, os produtos são trazidos do estoque e, a seguir, são acondicionados em caixas, paletes, contêineres. Esses volumes são então marcados externamente com o nome e endereço do destinatário, para serem, depois, enviados à doca de embarque. A preparação dos pedidos demanda os seguintes cuidados: a. Para uma separação perfeita, é necessário que o pedido ou ordem de separação seja preenchido e recebido corretamente; b. O documento de separação deve conter o nome do destinatário ou um código para o nome, o local exato onde o item está estocado, o nome do produto e a quantidade para formar o pedido; c. A identificação nas prateleiras, estantes ou paletes, deve ser idêntica à pedida no documento de separação e ambas devem ser iguais à identificação do produto; d. A separação de pedidos também pode ser controlada por computador. Ele envia um alerta para cada separador, informando quais itens devem selecionar e a quantidade de cada um; e. A maioria das operações de separação de pedidos é a combinação de três métodos: a) a separação em carga unitizada — feita quando uma carga paletizada do produto é retirada do estoque; b) a separação em lote de caixas fechadas; c) a separação em caixa aberta — feita quando o pedido do cliente não comporta uma caixa fechada. 20 h A separação de pedidos pode ser manual, motorizada, automática ou uma combinação desses métodos. A forma de separar os pedidos pode ser dividida em separação descontínua ou em lotes. Na separação descontínua é montado um único pedido por vez, para o qual são recolhidos no depósito os itens necessários à formação daquele pedido. Uma vez montado, o pedido é transportado até a área de preparação de pedidos, onde pode ser consolidado com outros pedidos, recebe a identificação, o nome do destinatário, e aguarda o envio para a doca de expedição. Já a separação em lotes consiste na seleção simultânea de itens de vários pedidos. Depois de coletados no depósito, os itens dos diversos pedidos são levados até a área de preparação dos pedidos, sendo então fracionados nas quantidades de cada pedido, consolidados com os outros itens do pedido, identificados com o nome do destinatário e o código do pedido, e depois aguardam o momento de serem enviados para a expedição. Destaca-se que a unitização de cargas facilita bastante o processo de separação e preparação de pedidos, pois as mercadorias de cada cliente ficam colocadas sobre um palete ou contenedor, devidamente identificado e com endereçamento no local de estocagem até chegar o momento de fazer a entrega das mercadorias para aquele cliente. Cada armazém ou depósito poderá ter um layout diferente. É importante, porém, que os princípios para uma boa movimentação dos materiais e pessoas sejam seguidos, pois o processo de separação de pedidos envolve muitos deslocamentos de funcionários no interior dos locais de armazenagem. Sistemas empregados para separar pedidos Sistema manual Utiliza carrinhos de mão, com duas os quatro rodas, que são empurrados pelo separador ao longo do depósito e carregados manualmente. Sistema motorizado Utiliza veículos guiados ou não para transportar e/ou elevar o empregado do armazém ao longo das linhas de separação. Os paletes, os carrinhos ou os contenedores são carregados manualmente pelo separador de pedidos. Sistema automático Faz uso do computador para conduzir o indivíduo até o local de separação e orienta-lo sobre a separação dos pedidos. 21 a 1) Julgue verdadeiro ou falso. A montagem e a preparação de pedidos são atividades do armazém nas quais as cargas menores (colocadas em paletes, contêineres etc.) são separadas para formar o pedido de um cliente. Verdadeiro ( ) Falso ( ) 2) Julgue verdadeiro ou falso. Na maior parte dos armazéns, depósitos e terminais, os produtos são trazidos do estoque e, a seguir, são acondicionados em caixas, paletes, contêineres. Verdadeiro ( ) Falso ( ) Atividades 22 Referências ALVARENGA, A.; NOVAES, A. G. Logística aplicada. São Paulo: Pioneira, 2000. BALLOU, R. R. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993. BRASIL. Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão de motorista, para regular e disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção do motorista profissional; e dá outras providências. _______. Lei n° 11.442, de 05 de janeiro de 2007. Dispõe sobre o transporte rodoviário de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração e revoga a Lei no6.813, de 10 de julho de 1980. Brasília, 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11442.htm>. Acesso em: maio 2017. _______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais. Publicada em 08 de junho de 1978 e suas alterações. Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E60 12BEF1FA6256B00/nr_11.pdf>. Acesso em: abr. 2015. CENTODUCATO, D. O sonho de dez entre dez gestores de logística. Rev. Tecnologística – Especial TI, ago. 2010. Disponível em: < http://www.gpspamcary.com.br/ tecnologistica_ed_especial_-_ago2010.pdf>. Acesso em: março 2015. CNT — Confederação Nacional do Transporte. Pesquisa CNT de rodovias: 2014. Brasília: CNT, 2014. MOURA, R. A. Logística: suprimentos, armazenagem, distribuição física. São Paulo: IMAM, 1989. NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro: Campus, 2001. VALENTE, A. M.; NOVAES, A. G.; PASAGLIA, E.; VIEIRA, H. Gerenciamento de transporte e frotas. São Paulo: Cengage Learning, 2008. Responsável Técnico – RT MÓDULO 3 – PARTE 2 24 UNIDADE 3 | UNITIZAÇÃO DE CARGAS 25 Unidade 3 | Unitização de Cargas Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à unidade 3! Os artefatos de unitização de cargas e as embalagens são fundamentais para dar maior agilidade às operações de carga, descarga e de transporte de materiais. Eles também são importantes na arrumação das mercadorias, tanto no interior do armazém como nos veículos, pois oferecem melhores condições de segurança à carga quando de sua movimentação. Além da proteção, permitem uma ocupação otimizada dos espaços de armazenagem. No primeiro módulo do curso já estudamos os conceitos relacionados à unitização. Vamos relembrar! A unitização é o processo de agrupamento de embalagens ou volumes em uma carga maior, ou seja, é a arrumação de pequenos volumes de mercadorias em unidades maiores e padronizadas, possibilitando movimentações mecânicas. Nestaunidade, vamos aprofundar nossos conhecimentos sobre os artefatos empregados na unitização de mercadorias. Bons estudos! 1 Artefatos de Unitização de Cargas Você já imaginou como as operações de transporte e armazenagem ficariam complicadas se grandes volumes de mercadorias não pudessem ser padronizados e unitizados? Ficaria muito mais difícil calcular o peso das cargas e, consequentemente, determinar o custo do seu transporte. Além disso, seria mais demorado prever o tempo a despender em carregamento e descarregamento. O processo de unitizar cargas traz muitas vantagens para a logística. Vamos conhecer algumas! • Permite movimentação de cargas maiores; 26 • Reduz o tempo de carga e descarga; • Reduz o custo de movimentação e armazenamento de materiais; • Permite maior ocupação volumétrica de armazéns e veículos; • Melhora a organização do armazenamento; • Facilita a localização de itens estocados; • Facilita o inventário de materiais; • Reduz a probabilidade de danos nos materiais estocados; • Dificulta o furto de materiais estocados. Porém, fazer uso de carga unitizada apresenta alguns inconvenientes. Veja os principais: • Exige equipamentos especiais de movimentação e armazenamento; • Dificulta a inspeção aleatória de carga; • Os unitizadores precisam retornar ao proprietário. Vamos conhecer as características dos dois principais artefatos de unitização de cargas! 2 Paletes e Contêineres O palete é o elemento unitizador mais empregado e pode ser feito de madeira, aço, alumínio, plástico e papelão. Suas dimensões também podem variar, sendo que as mais comuns são: • 0,80 m x 1,00 m • 1,00 m x 1,00 m 27 • 1,00 m x 1,20 m • 1,20 m x 1,20 m e A movimentação dos paletes pode ser feita através de empilhadeiras ou paleteiras manuais ou elétricas. Lembre-se de que os equipamentos elétricos permitem a movimentação de maiores quantidades em menor tempo. Os contêineres, também conhecidos como cofre de carga, contentor ou contenedor, consistem em estruturas geralmente metálicas, de grandes dimensões, que permitem acomodar, estabilizar e proteger certa quantidade de materiais em seu interior. Esses equipamentos são habitualmente usados quando existe troca de modais de transporte no percurso entre um fornecedor e o cliente, como na integração entre navios e trens. e Existem contêineres para transporte terrestre, aéreo e marítimo/fluvial, sendo mais utilizado o marítimo, que possui 20 ou 40 pés de medida. Existem diversos modelos de contêineres, podendo ser refrigerados ou não, dependendo do produto a ser transportado. Esses grandes recipientes são também utilizados como tanques de gases ou líquidos para o transporte a granel. 28 3 Identificação dos Artefatos de Unitização e suas Cargas Atualmente, tecnologias de código de barras e de etiquetas inteligentes estão difundidas nas embalagens dos produtos e nos artefatos de unitização de cargas. Elas contêm as informações necessárias para o gerenciamento dos fluxos logísticos dos produtos no interior do armazém e nos veículos de transporte, mas também nos outros pontos de comercialização e movimentação ao longo da cadeia logística. Veja a seguir um exemplo de código de barras, presente em grande parte das mercadorias atualmente comercializadas! Os códigos de barras e as etiquetas inteligentes são fundamentais no processo de rastreamento do produto durante a movimentação e a armazenagem entre o fornecedor e o cliente. Com essa tecnologia, é possível conhecer a exata localização do produto durante o seu deslocamento. Isso ajuda bastante no planejamento das vendas e dos estoques, por exemplo. 29 a 1) Julgue verdadeiro ou falso. Os artefatos de unitização de cargas e as embalagens são fundamentais para dar maior agilidade às operações de carga, descarga e de transporte de materiais. Verdadeiro ( ) Falso ( ) 2) Julgue verdadeiro ou falso. O palete é o elemento unitizador mais empregado e pode ser feito de madeira, aço, alumínio, plástico e papelão. Verdadeiro ( ) Falso ( ) Atividades 30 Referências ALVARENGA, A.; NOVAES, A. G. Logística aplicada. São Paulo: Pioneira, 2000. BALLOU, R. R. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993. BRASIL. Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão de motorista, para regular e disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção do motorista profissional; e dá outras providências. _______. Lei n° 11.442, de 05 de janeiro de 2007. Dispõe sobre o transporte rodoviário de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração e revoga a Lei no6.813, de 10 de julho de 1980. Brasília, 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11442.htm>. Acesso em: maio 2017. _______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais. Publicada em 08 de junho de 1978 e suas alterações. Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E60 12BEF1FA6256B00/nr_11.pdf>. Acesso em: abr. 2015. CENTODUCATO, D. O sonho de dez entre dez gestores de logística. Rev. Tecnologística – Especial TI, ago. 2010. Disponível em: < http://www.gpspamcary.com.br/ tecnologistica_ed_especial_-_ago2010.pdf>. Acesso em: março 2015. CNT — Confederação Nacional do Transporte. Pesquisa CNT de rodovias: 2014. Brasília: CNT, 2014. MOURA, R. A. Logística: suprimentos, armazenagem, distribuição física. São Paulo: IMAM, 1989. NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro: Campus, 2001. VALENTE, A. M.; NOVAES, A. G.; PASAGLIA, E.; VIEIRA, H. Gerenciamento de transporte e frotas. São Paulo: Cengage Learning, 2008. 31 UNIDADE 4 | PROCESSOS DE ARMAZENAMENTO DE PRODUTOS MATERIAIS 32 Unidade 4 | Processos de Armazenamento de Produtos Materiais Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à unidade 4! A alocação do espaço físico para os produtos dentro de um armazém refere-se ao layout físico da mercadoria ou, em outras palavras, à determinação do local do depósito em que serão colocados os vários produtos. Ela visa minimizar as despesas de movimentação de materiais, obter melhor utilização do espaço do armazém, além de satisfazer a certas restrições relativas à localização do produto, tais como segurança, seguro contra incêndio e necessidades de preparação dos pedidos. Nos armazéns ou em seus pátios, a carga deve ser disposta e endereçada de forma racional (organizada e coerente) para que os movimentos sejam minimizados, e para que os itens sejam encontrados rapidamente quando forem solicitados. Além disso, o bom arranjo das cargas evita que haja deterioração, danos, perdas e contaminação entre os produtos. Nesta unidade, vamos conhecer algumas técnicas de disposição dos produtos no interior dos almoxarifados como forma de melhorar o serviço ao cliente e tornar a empresa mais competitiva. Bons estudos! 33 1 Arrumação dos Materiais no Armazém A disposição dos produtos no armazém pode ser baseada em quatro critérios. Veja! Com base nesses critérios, foram desenvolvidos alguns métodos intuitivos, com o objetivo de dividir o espaço disponível no armazém entre os vários tipos de produtos, de uma maneira racional e organizada, o que é buscado pela gestão moderna dos armazéns, sejam eles automáticos ou manuais. Vamos estudar essas técnicas de disposição dos produtos mais profundamente. 2 Métodos para Alocação de Produtos Existem alguns métodos para dividir o espaço disponível no armazém entre os vários produtos, de maneira racional. Este é um dos problemas que vêm sendo estudados pela gestão moderna dos armazéns, considerando tanto os sistemas de alocação e movimentação automáticos quanto os manuais. Critérios para arrumação de produtos nos armazéns Complementaridade Define que os itens geralmente requisitados juntos devem ficararmazenados em locais próximos no interior do armazém. Exemplo: lápis, canetas e borrachas escolares. Compativilidade Considera que há itens que não podem ser colocados próximos a outros. Exemplo: produtos alimentícios e produtos de limpeza. Popularidade Considera a rotatividade de diferentes produtos nos armazéns. Assim, itens com alta rotatividade são chamados de itens populares e devem ficar localizados, sempre que possível, próximos às áreas de saída para evitar viagens longas dentro do armazém. Tamanho e peso Determina que sejam armazenados os itens pequenos e leves próximos da saída do armazém. 34 2.1 Alocação de Produtos Segundo a Rotatividade do Item Neste sistema, divide-se o espaço do armazém de acordo com a rotatividade do item, de forma a reduzir as distâncias de deslocamento pelas máquinas e pessoas e o tempo de formação dos pedidos. Para atingir os objetivos de redução de distâncias e tempos, é necessário que os produtos com alta rotatividade (aqueles que têm alta movimentação, que vendem mais) sejam posicionados próximo às áreas de recepção ou expedição de mercadorias. 2.2 Alocação de Produtos Segundo o Tamanho do Item Neste método, separam-se os itens de pequenos volumes dos de grandes volumes, de maneira a permitir que os primeiros estejam localizados perto dos pontos de entrada de mercadorias (recepção). Dessa forma, a movimentação pode ser diminuída, já que uma maior quantidade de itens pode ser localizada nas vizinhanças das zonas de recebimento e expedição dos produtos. 35 2.3 Índice de Volume por Pedido (IK) O método consiste em combinar tanto o movimento quanto o volume solicitado do produto como fatores importantes para a alocação de produtos no armazém. O Índice de volume por pedido é definido pela razão entre o volume solicitado do produto (V) e a quantidade diária de pedidos em que se requisita esse produto (P). Ele é calculado pela equação: Ik=Vk/Pk Onde: k representa a quantidade de produtos ( k = 1, 2, 3, ... n ) Produtos com baixo Índice Ik devem ser alocados próximo às docas de recepção e expedição, o que assegura que o maior volume de estoque será movimentado por menores distâncias. 2.4 Agrupamento em Famílias Este sistema propõe que a alocação dos produtos no armazém siga o critério de se agrupar em locais próximos itens que possuem características comuns, ou que aparecem com frequência nos mesmos pedidos. São exemplos de famílias: mesmo tipo de produtos (telhas de barro, de cimento e de plástico), itens fabricados no mesmo material (objetos de madeira agrupados próximos, objetos de plástico agrupados em outro local), itens normalmente comprados juntos (material escolar, utensílios domésticos, materiais de limpeza). Com esses critérios a busca dos itens para montagem dos pedidos será facilitada. 36 3 Endereçamento dos Produtos no Armazém Você sabe como se faz para encontrar um produto ou para destiná-lo a um determinado local de estocagem no depósito? Isso funciona mais ou menos como a atividade de distribuição e coleta dos correios. Cada espaço nas prateleiras do depósito deve ter um endereço, tal qual temos o Código de Endereçamento Postal (CEP), para identificar o endereço exato de nossas residências. Assim que a carga é recebida, é importante identificar o local para sua estocagem. Aliás, essa decisão deve, preferencialmente, ser tomada antes do recebimento das mercadorias, evitando possíveis contratempos. A questão da localização envolve os métodos básicos de endereçamento das mercadorias no armazém, que são: o sistema de endereçamento fixo, o sistema de endereçamento variável e o sistema misto. a. Sistema de Endereços Fixos É designada uma localização permanente para cada produto, aos quais são associados códigos. A vantagem deste método é a facilidade de localização do produto no momento em que será procurado, pois ele estará sempre estocado no mesmo local dentro do armazém. Isso possibilita maior agilidade na formação do pedido, reduzindo o tempo de carregamento e a entrega dos produtos ao cliente. Por outro lado, o sistema apresenta a desvantagem de criar espaços ociosos, principalmente quando os níveis de estoque são inferiores ao pico da demanda, pois o espaço deve ser sempre suficiente para acomodar a demanda máxima de cada produto. b. Sistema de Endereços Variáveis O princípio desse sistema é colocar o produto em qualquer lugar disponível no momento de sua chegada ao depósito. Ele proporciona uma melhor utilização da área do almoxarifado, pois permite preencher os espaços de forma mais organizada e racional. 37 No entanto, para que o sistema funcione corretamente sem causar anarquia, as exigências de planejamento são maiores. É necessária uma codificação dos produtos bastante completa e eficaz, sendo mais indicado o uso de sistemas de armazenagem automatizados, que utilizam computadores e programas de informática para endereçar os produtos. Além disso, esse sistema poderá resultar em aumento dos deslocamentos no momento da formação dos pedidos, tendo em vista que um único tipo de produto pode estar disposto em vários locais dentro do depósito. Portanto, o endereçamento variável pode ser prejudicial à empresa se ela não contar com um rígido controle automatizado dos estoques. c. Sistema de Endereçamento Misto Baseado na utilização das características dos dois sistemas anteriores. Em outras palavras, determinadas categorias de produtos são aqui confinadas em certas zonas dentro do armazém (endereço fixo). No interior dessas zonas, os itens são colocados onde houver espaço disponível (endereço variável). O endereçamento misto mostrou-se bastante eficiente em armazéns paletizados (que usam paletes para armazenar mercadorias), com grande volume de movimentação. Sugestões para selecionar o sistema de endereçamento dos estoques: • Realizar a estocagem em função das características do produto (forma de acondicionamento, densidade, grau de periculosidade, perecibilidade, fragilidade, compatibilidade entre cargas diversas, estado físico etc.); • Usar grandes áreas para grandes lotes de carga e vice-versa; • Usar os locais mais altos de estocagem para os produtos que lá possam ser colocados com segurança e eficiência; • Estocar os itens de maior peso nos pisos mais resistentes e mais próximos da área de expedição; • Estocar os itens leves sobre os pisos menos resistentes ou sobre os mezaninos; • Localizar próximos os itens idênticos ou similares; 38 • Usar localizações distantes e altas para os itens inativos (fora de uso, obsoletos), ou para itens mais fáceis de serem manuseados (leves, pequenos etc.); • Estocar os itens que têm pouca rotatividade, ou que demorarão a ser utilizados, em áreas mais distantes do recebimento e da expedição, e nas posições mais altas do depósito; • Colocar os itens de maior rotatividade, ou que serão entregues imediatamente, perto da expedição ou mesmo próximo da doca de saída, e em localização mais baixa. Seja qual for o sistema escolhido, a utilização do código de barras e de etiquetas inteligentes para identificar o produto e seu endereço traz resultados bastante positivos na gestão dos estoques. Com o advento das novas tecnologias, como o código de barras e os sistemas informatizados de gestão de depósitos, basta entrar com os códigos do item no computador que o sistema indica rapidamente sua localização nas prateleiras ou estantes do armazém. 39 a 1) Julgue verdadeiro ou falso. Nos armazéns ou em seus pátios, não é necessário que a carga seja disposta de forma racional, pois de qualquer forma os itens serão encontrados rapidamente quando forem solicitados. Verdadeiro ( ) Falso ( ) 2) Julgue verdadeiro ou falso. No sistema de alocação de produtos segundo a rotatividade do item, divide-se o espaço do armazém de acordo com a rotatividade do item, de forma a reduzir as distâncias de deslocamento pelas máquinase pessoas e o tempo de formação dos pedidos. Verdadeiro ( ) Falso ( ) Atividades 40 Referências ALVARENGA, A.; NOVAES, A. G. Logística aplicada. São Paulo: Pioneira, 2000. BALLOU, R. R. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993. BRASIL. Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão de motorista, para regular e disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção do motorista profissional; e dá outras providências. _______. Lei n° 11.442, de 05 de janeiro de 2007. Dispõe sobre o transporte rodoviário de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração e revoga a Lei no6.813, de 10 de julho de 1980. Brasília, 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11442.htm>. Acesso em: maio 2017. _______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais. Publicada em 08 de junho de 1978 e suas alterações. Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E60 12BEF1FA6256B00/nr_11.pdf>. Acesso em: abr. 2015. CENTODUCATO, D. O sonho de dez entre dez gestores de logística. Rev. Tecnologística – Especial TI, ago. 2010. Disponível em: < http://www.gpspamcary.com.br/ tecnologistica_ed_especial_-_ago2010.pdf>. Acesso em: março 2015. CNT — Confederação Nacional do Transporte. Pesquisa CNT de rodovias: 2014. Brasília: CNT, 2014. MOURA, R. A. Logística: suprimentos, armazenagem, distribuição física. São Paulo: IMAM, 1989. NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro: Campus, 2001. VALENTE, A. M.; NOVAES, A. G.; PASAGLIA, E.; VIEIRA, H. Gerenciamento de transporte e frotas. São Paulo: Cengage Learning, 2008. Responsável Técnico – RT MÓDULO 3 – PARTE 3 42 UNIDADE 5 | DIMENSIONAMENTO DA FROTA 43 Unidade 5 | Dimensionamento da Frota Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à unidade 5! A administração da frota é a gestão dos veículos usados pela empresa, e envolve aspectos desde o dimensionamento adequado até a sua manutenção de forma eficiente, incluindo a roteirização, que permite determinar uma melhor sequência de visitas a um determinado número de clientes no interior de uma zona de coleta ou de distribuição. Bons estudos! 1 Dimensionamento da Frota Para o dimensionamento da frota, a primeira providência que se deve tomar é estimar ou conhecer a demanda. A demanda pode ser entendida como a quantidade (peso ou volume) do produto que será movimentado em determinado intervalo de tempo. Entretanto, podemos saber qual a demanda atual do produto, mas não sabemos precisamente como o mercado se comportará amanhã devido a uma série de elementos, como: • As pessoas podem consumir mais ou menos produtos, interferindo na necessidade por transporte; • Há muitas empresas concorrendo no mesmo mercado, ou seja, há muita oferta para pouca demanda; • Há outros modos de transporte que podem substituir o caminhão para executar determinado serviço de movimentação; • As características da carga mudam ao longo do tempo (contêineres, paletes etc.), tornando os veículos inadequados para executar o serviço; 44 • A configuração das cadeias logísticas evolui com o tempo, exigindo o uso de veículos de diferentes capacidades, de acordo com as formas adotadas para distribuição. Podemos dizer que há duas situações distintas com as quais as empresas se defrontam por ocasião do processo de dimensionamento da frota: (i) demanda desconhecida ou (ii) demanda conhecida. A primeira situação é aquela que traz maiores problemas. Nesse caso precisamos prever a demanda. O complexo trabalho de previsão é feito, em geral, por profissionais que trabalham com números, como economistas, engenheiros ou estatísticos, que possuem conhecimentos profundos em modelos matemáticos e estatísticos aplicado ao transporte. A determinação das equações matemáticas e modelos para calcular a demanda pelo serviço de transporte não será abordada neste curso. g O livro Gerenciamento de transportes e frotas (VALENTE et al., 2008) é uma excelente referência bibliográfica para aprofundar os seus conhecimentos sobre o assunto. Confira! Sabendo ou prevendo a demanda, em ambos os casos é conveniente, antes de tudo, dividir esta demanda por transporte em função das distâncias a serem percorridas entre a origem e o destino das cargas. Esse fator determina o tamanho e as características do veículo que serão utilizados. Em geral, temos duas situações a considerar: • Transporte de cargas de longo curso que, em geral, é realizado na área rural, ligando duas cidades que não estão situadas na mesma aglomeração. Há nessa situação uma distância significativa entre o ponto de origem e o de destino da carga (podem-se adotar distâncias acima de 200 km); e • Transporte de cargas no meio urbano — são as entregas e coletas realizadas nos centros urbanos ou aglomerações. 45 Se a empresa trabalhar nos dois tipos de mercado (urbano e rural), ela precisa dimensionar uma frota com veículos de diferentes tamanhos e características para atender às necessidades dos dois mercados. Caso ela opere somente em um mercado, poderá ter uma frota mais homogênea em termos de capacidade e características mecânicas. 2 Roteiro para o Dimensionamento da Frota Veja a seguir um roteiro que sua empresa pode adotar para o dimensionamento da frota: Passo a passo para o dimensionamento da frota Passo Descrição 1. Estimativa de demanda Determinar / estimar a demanda mensal de cargas e suas unidades (volume, peso etc). 2. Definir os dias de trabalho Fixar os dias de trabalho durante o mês e as horas de trabalho por dia. 3. Análise da rota Verificar as rotas a serem utilizadas, analisando o relevo, as condições de tráfego, as condições do pavimento, o tipo de pavimento etc. 4. Definição da velocidade Determinar a velocidade média de deslocamento durante o percurso. 5. Definição dos tempos de percurso e outras atividades Determinar os tempos de carga, descarga, paradas em filas, paradas para refeição e descanso dos motoristas, as horas em manutenção etc. 6. Seleção de veículos Analisar as especificações técnicas de cada modelo de veículo, para escolher o que melhor atende ás exigências do transporte desejado. 7. Avaliação da capacidade Identificar a capacidade de carga útil do veículo pode realizar. 8. Cálculo de viagem Calcular o número de viagens / mês que cada veículo pode realizar. 9. Cálculo da produtividade Determinar a quantidade de carga transportada por veículo e por mês. 10. Definição da quantidade de veículos necessários Calcular o número de veículos necessários dividindo-se a demanda mensal de carga pela quantidade transportada por veículo e por mês. 11. Definição da frota Acrescentar, ao número de veículos calculados, veículos adicionais para substituir os caminhões em manutenção. avariados etc. 46 3 Gestão da Frota para Atendimento da Demanda Todos sabemos que a demanda oscila ao longo do tempo, principalmente em função do desempenho da economia do país. Caso a empresa que tem frota própria dimensione seus veículos para a maior demanda mensal, como, por exemplo, nos meses de novembro e dezembro, poderá enfrentar meses de subutilização (ociosidade) em determinado período do ano. E, como sabemos, manter esses veículos parados gera aumento dos custos. Na prática as empresas usam alguns artifícios ou técnicas de gestão da frota para evitar esses períodos de ociosidade ou insuficiência de veículos. Veja alguns exemplos: 3.1 Parcerias Elas ocorrem entre duas ou mais empresas que se juntam para realizar determinado serviço de transporte. As demandas por serviços das empresas são unidas, assim como as frotas de veículos. Desta maneira, podem ser racionalizados os recursos (funcionários, equipamentos e veículos). Ao atuarem em parceria, as cargas das empresas podem sercolocadas no mesmo veículo, otimizando a capacidade. 3.2 Terceirização A terceirização é o uso de serviços de terceiros por uma empresa. Quando uma empresa tem uma demanda elevada de serviços e não tem frota suficiente, ela pode contratar um transportador autônomo, por exemplo, para realizar parte do transporte. 47 Se a empresa possuir motoristas em excesso, pode também locar outros veículos para executar o serviço. A terceirização evita que a empresa tenha que adquirir veículos novos quando a demanda é elevada e vendê-los quando a demanda volta ao normal. 3.3 Franquias ou Franchising Esse sistema é muito utilizado pelas empresas de transporte para expandir sua área de atuação no mercado. Elas possuem filiais que podem ser oferecidas a outras empresas que estejam interessadas em atuar com o nome da empresa franqueadora, aproveitando sua experiência, conhecimentos e contatos acumulados no setor. Assim, um agente de carga ou mesmo outro transportador pode adquirir uma franquia e trabalhar em mercados onde o franqueador não tem acesso ou condições de atendimento direto. 48 a 1) Julgue verdadeiro ou falso. Não sabemos precisamente como o mercado se comportará amanhã devido a uma série de elementos, entre eles podemos citar as características da carga que mudam ao longo do tempo, bem como outros modos de transporte que podem substituir o caminhão para executar determinado serviço de movimentação e mesmo o aumento ou diminuição do consumo/demanda. Verdadeiro ( ) Falso ( ) 2) Julgue verdadeiro ou falso. Entre o passo a passo que pode ser adotado para o dimensionamento da frota encontramos itens como analisar as especificações técnicas de cada modelo de veículo e determinar a velocidade média de deslocamento durante o percurso. Verdadeiro ( ) Falso ( ) Atividades 49 Referências ALVARENGA, A.; NOVAES, A. G. Logística aplicada. São Paulo: Pioneira, 2000. BALLOU, R. R. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993. BRASIL. Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão de motorista, para regular e disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção do motorista profissional; e dá outras providências. _______. Lei n° 11.442, de 05 de janeiro de 2007. Dispõe sobre o transporte rodoviário de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração e revoga a Lei no6.813, de 10 de julho de 1980. Brasília, 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11442.htm>. Acesso em: maio 2017. _______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais. Publicada em 08 de junho de 1978 e suas alterações. Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E60 12BEF1FA6256B00/nr_11.pdf>. Acesso em: abr. 2015. CENTODUCATO, D. O sonho de dez entre dez gestores de logística. Rev. Tecnologística – Especial TI, ago. 2010. Disponível em: < http://www.gpspamcary.com.br/ tecnologistica_ed_especial_-_ago2010.pdf>. Acesso em: março 2015. CNT — Confederação Nacional do Transporte. Pesquisa CNT de rodovias: 2014. Brasília: CNT, 2014. MOURA, R. A. Logística: suprimentos, armazenagem, distribuição física. São Paulo: IMAM, 1989. NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro: Campus, 2001. VALENTE, A. M.; NOVAES, A. G.; PASAGLIA, E.; VIEIRA, H. Gerenciamento de transporte e frotas. São Paulo: Cengage Learning, 2008. 50 UNIDADE 6 | ADEQUAÇÃO DE VEÍCULOS E EQUIPAMENTOS 51 Unidade 6 | Adequação de Veículos e Equipamentos Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à unidade 6! Para o responsável técnico, é imprescindível conhecer as etapas do processo logístico de movimentação de cargas. Nesta unidade, vamos estudar as atividades relacionadas ao planejamento da operação no transporte rodoviário de cargas e discutir alguns aspectos do desempenho operacional. Por fim, vamos conhecer aspectos do planejamento das escalas de trabalho dos condutores e do uso dos veículos. Bons estudos! 1 A Logística e o Planejamento do Transporte Como estudamos no Módulo 1, a logística é o processo de planejamento, implementação e controle eficiente e eficaz do fluxo e armazenagem de mercadorias, serviços e informações relacionadas. Este planejamento envolve o deslocamento da carga desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender às necessidades do cliente. e A logística envolve as atividades de comprar, receber, armazenar, separar, expedir, transportar e entregar o produto/serviço certo, na hora certa, no lugar certo, ao menor custo possível. Para isso, é preciso contar com planejamento eficiente das atividades logísticas! O planejamento é responsável pelo bom andamento das atividades de movimentação das mercadorias entre os pontos de fornecimento e os pontos de consumo. Mas isso não é tudo! O planejamento deve preocupar-se, também, em oferecer ao consumidor qualidade na prestação dos serviços, atendendo-o de acordo com suas necessidades. h Para oferecer um serviço de qualidade, é imprescindível planejar detalhadamente cada atividade logística! 52 2 Planejamento das Escalas de Trabalho Esta atividade consiste, basicamente, em construir e organizar as sequências de viagens que deverão ser executadas por cada um dos condutores, respeitando as restrições legais, contratuais e sindicais. O resultado desse planejamento é um conjunto de viagens programadas, que será executado em determinado período. Além disso, para cada viagem programada deverá ser definido o motorista e o veículo que será utilizado. e Não se esqueça de respeitar os limites e diretrizes estabelecidos pela Lei nº 13.103/15, que regula e disciplina a jornada de trabalho e o tempo de direção dos motoristas profissionais. O planejamento das escalas, seja ele semanal ou mensal, pode ser abordado através de dois enfoques: cíclico ou individualizado. O planejamento de escala cíclica consiste em construir uma sequência contendo todas as jornadas diárias de trabalho intercaladas por dias de folga. Esta sequência constitui-se num ciclo de trabalho que é repetida por todos os condutores, sendo que cada um a inicia em uma posição diferente. Já o planejamento individualizado consiste em construir sequências individuais de jornadas de trabalho, levando em consideração o histórico de cada condutor e horários preferenciais individualizados. No planejamento das escalas de trabalho, o objetivo principal da empresa não é de economizar recursos humanos de forma indiscriminada, uma vez que o número de condutores disponíveis está adequado às necessidades da empresa. A empresa deve ter como foco principal a racionalização do processo de formação de escala de trabalho, que resultará em benefícios tanto para os condutores quanto para a empresa. 53 3 O Nível de Serviço Considerado no Planejamento A qualidade do gerenciamento dos fluxos de cargas e do gerenciamento dos serviços é conhecida como nível de serviço logístico. Há três fatores fundamentais para identificar o nível de serviço logístico ao cliente: a. Disponibilidade b. Confiabilidade c. Desempenho 3.1 Disponibilidade A disponibilidade compreende a capacidade da empresa de ter o produto em estoque (disponível) no exato momento em que ele é desejado pelo cliente. c Duas empresas vendem o mesmo produto e, no entanto, uma delas não possui o produto em estoque quando o cliente vem procurá-lo. Esta empresa não poderá atender o cliente no exato momento em que ele efetivamente precisou do produto. Neste caso, o cliente irá optar por comprar o produto na outra empresa, que possui, em estoque, o produto necessário no momento da procura. Caso este fato seja recorrente, o cliente irá optar por procurar seus produtos diretamente na empresa que terá o produto disponível no momento em que ele precisa. 543.2 Confiabilidade Trata-se da variação de tempo em torno dos prazos fixados para o atendimento ao cliente, para a entrega das mercadorias, etc. A confiabilidade é a exatidão no cumprimento da programação estabelecida para o serviço de transporte, além da manutenção dos itinerários pré-fixados, caso sejam informados ao cliente. Para o cliente, alguns atrasos eventuais decorrentes de situações inesperadas são bastante compreensíveis. No entanto, quando estes atrasos passam a ser frequentes, ou ocorrem situação especial em que o cliente dependa muito daquela entrega, ele passa a não confiar mais no transporte. h Uma empresa confiável é aquela que cumpre os prazos acordados em contrato para disponibilizar o produto ao cliente! 3.3 Desempenho Operacional Avalia se o nível de serviço oferecido ao cliente está de acordo com o que foi estipulado no contrato. Ele pode ser medido por fatores como: • Velocidade. • Flexibilidade. • Integridade das cargas transportadas. Vamos compreender melhor o que é a flexibilidade. Este parâmetro está relacionado à capacidade da empresa de lidar com solicitações extraordinárias de serviço dos clientes. São exemplos: mudanças ocasionais nos serviços de entrega; entregas emergenciais; e troca de produtos fornecidos com defeitos. 55 Para o cliente, o esclarecimento em relação a estas mudanças ocasionais é muitas vezes mais importante do que a insatisfação pela ocorrência da mudança. Portanto, caso as mudanças sejam necessárias, informe imediatamente ao cliente, justificando os motivos e oferecendo as garantias de que ele será atendido da melhor maneira, tão logo seja possível. Como observamos, o planejamento e gestão do transporte rodoviário de cargas é uma atividade ampla, ou seja, engloba um conjunto de atividades, para as quais é necessário conhecimento abrangente para garantir o sucesso do planejamento do transporte. Para o gestor é essencial a oferta de um bom nível de serviço logístico. Assim, o planejador deve estar sempre atento à velocidade com que o sistema opera, à flexibilidade oferecida pelos seus serviços e, principalmente, à garantia da integridade das cargas transportadas. 56 a 1) Julgue verdadeiro ou falso. Além de envolver as atividades de comprar, receber, transportar e entregar o produto/ serviço, o planejamento logístico inclui a organização de viagens a serem executadas por cada um dos condutores, respeitando as restrições legais, contratuais e sindicais. Verdadeiro ( ) Falso ( ) 2) Julgue verdadeiro ou falso. Nível de serviço logístico é a qualidade do gerenciamento dos fluxos de cargas e do gerenciamento dos serviços. Disponibilidade, parcerias, franquias e desempenho são alguns dos seus fatores fundamentais para identificar o nível de serviço logístico ao cliente. Verdadeiro ( ) Falso ( ) Atividades 57 Referências ALVARENGA, A.; NOVAES, A. G. Logística aplicada. São Paulo: Pioneira, 2000. BALLOU, R. R. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993. BRASIL. Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão de motorista, para regular e disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção do motorista profissional; e dá outras providências. _______. Lei n° 11.442, de 05 de janeiro de 2007. Dispõe sobre o transporte rodoviário de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração e revoga a Lei no6.813, de 10 de julho de 1980. Brasília, 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11442.htm>. Acesso em: maio 2017. _______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais. Publicada em 08 de junho de 1978 e suas alterações. Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E60 12BEF1FA6256B00/nr_11.pdf>. Acesso em: abr. 2015. CENTODUCATO, D. O sonho de dez entre dez gestores de logística. Rev. Tecnologística – Especial TI, ago. 2010. Disponível em: < http://www.gpspamcary.com.br/ tecnologistica_ed_especial_-_ago2010.pdf>. Acesso em: março 2015. CNT — Confederação Nacional do Transporte. Pesquisa CNT de rodovias: 2014. Brasília: CNT, 2014. MOURA, R. A. Logística: suprimentos, armazenagem, distribuição física. São Paulo: IMAM, 1989. NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro: Campus, 2001. VALENTE, A. M.; NOVAES, A. G.; PASAGLIA, E.; VIEIRA, H. Gerenciamento de transporte e frotas. São Paulo: Cengage Learning, 2008. 58 UNIDADE 7 | MANUTENÇÃO DA FROTA 59 Unidade 7 | Manutenção da Frota Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à unidade 7! Nesta unidade, estudaremos a manutenção veicular, que é um dos fatores que contribuem para a redução dos custos operacionais, melhoria das condições de segurança e para a conservação do meio ambiente. Seu objetivo é manter ou reestabelecer as condições operacionais de máquinas, equipamentos e veículos, para que estes estejam adequadamente disponíveis para o transporte e a movimentação das mercadorias ao longo das cadeias logísticas. Bons estudos! 1 Manutenção e Manutenabilidade Uma manutenção bem executada é fundamental para que a vida útil prescrita de um veículo ou de um equipamento seja maximizada, tanto no que se refere ao seu desempenho quanto à sua disponibilidade. Os principais objetivos da manutenção são: • Otimizar os insumos, garantindo segurança e reduzindo os impactos ambientais; • Garantir a frota disponível para a operação do serviço; e • Manter o controle do histórico da manutenção veicular no período de vida útil do veículo. É importante lembrar que nem sempre reaproveitar e recuperar um item é a melhor decisão a ser tomada. Insistir no uso de peças, veículos e equipamentos que tenham ultrapassado muito sua vida útil pode ser antieconômico e inseguro. Outro conceito fundamental no processo de manutenção é a manutenabilidade. A manutenabilidade refere-se à capacidade ou grau de facilidade de o veículo ter sua manutenção executada de modo adequado. Ela é expressa em facilidade e economia de manutenção, disponibilidade do equipamento, segurança e precisão na execução de ações de manutenção. Tem a ver com as condições da garagem, ferramentas, equipamentos e oficinas. 60 2 Manutenção Preventiva e Corretiva A manutenção preventiva é frequentemente efetuada de acordo com os critérios preestabelecidos para reduzir a probabilidade de falha do veículo ou a degradação de algum serviço efetuado. Ela subdivide-se em: • Manutenção sistemática: executada de acordo com o tempo de uso; • Manutenção condicional: executada de acordo com o estado do equipamento após a evolução de um sintoma significativo. h Especialistas recomendam que a manutenção sistemática seja adotada somente se sua utilização criar uma oportunidade para reduzir falhas que não são detectáveis antecipadamente ou se ela for imposta por exigência de produção ou segurança. Um exemplo de manutenção preventiva em intervalos fixos é a troca de óleo por quilometragem rodada. Já a manutenção corretiva é aquela realizada, normalmente, após a ocorrência de alguma falha. Esse tipo de manutenção é usado para corrigir as causas e efeitos de ocorrências constatadas. Ela pode ser dividida em: • Manutenção de melhoramento; • Manutenção corretiva geral. A manutenção de melhoramento é um tipo de manutenção corretiva que reúne ações corretivas para a melhoria dos veículos, que passam a não precisar de tanta manutenção devido ao aumento da confiabilidade e desempenho. Ocorre antes de a peça ou veículo quebrar, por exemplo, quando o motorista comunica que está percebendo um barulho estranho. 61 A manutenção corretiva geral acontece quando o caminhão quebra durante a operação. Esse é o tipo de correção mais caro para a empresa pois, além de a peça quebrar, o veículo fica parado e a carga não chega ao local combinado, o quedeixa o cliente insatisfeito. Os custos da quebra não são apenas os da peça a ser trocada. Participam da composição de custos, também: valor do guincho, assistência técnica, custo de veículo substituto, mão de obra extra, entre outros. Devemos sempre evitar a manutenção corretiva! Recomenda-se que a empresa efetue a manutenção de melhoramento, procurando evoluir para a manutenção preventiva. 3 Manutenção Decorrente de Falhas no Equipamento Quando o equipamento apresenta alguma falha que prejudique a operação, não há saída. Ele precisará passar pela manutenção corretiva! c Uma falha ocorre quando o veículo apresenta um estrago, avaria, pane, paralisação etc. — qualquer problema que impeça o veículo de operar, ou que comprometa a segurança do condutor ou da carga. Quanto à velocidade ou forma de manifestação, as falhas podem ser: • Falhas que ocorrem progressivamente; • Falhas que ocorrem de forma repentina. Quanto ao momento de aparecimento, podem aparecer falhas durante: • O funcionamento do veículo; • Após o veículo parar de funcionar. Quanto ao grau de importância, podemos ter: • Falhas parciais, comprometendo parcialmente o funcionamento do veículo; 62 • Falha completa, aquelas que param completamente o veículo. Quanto à velocidade de aparecimento e grau de importância, podem ser: • Por degradação e ao mesmo tempo progressiva e parcial; • Catalítico, ao mesmo tempo repentino e total. Quanto à origem, podem ser: • Interna: relacionada à falha de um dos componentes do caminhão; • Externa: causada por agente externo, por exemplo um acidente. Quanto às consequências, as falhas podem ser: • Crítica: suscetível a danos corporais ou de consequências inaceitáveis; • Maior: de importância vital para a continuidade dos serviços; • Menor: sem grandes consequências para a continuidade dos serviços Quanto às características das falhas, estas podem ser classificadas em: • Intermitente: perda repetitiva momentânea, completa ou parcial de função, que aparece e desaparece; • Fugitiva ou transitória: perda de curta duração não repetitiva, completa ou parcial de uma função requisitada; • Sistemática: ligada a uma causa não eliminável, a não ser por modificação ou substituição de um determinado componente; • Reproduzível: que pode ser provocada ou induzida, simulando as suas prováveis causas; • De causa comum: que pode influenciar vários componentes do veículo. 63 Devemos, enfim, evitar o reaparecimento do defeito. Para isso, é necessário verificar as causas das falhas e sua natureza (mecânica, elétrica, eletrônica, hidráulica, pneumática). Quanto às causas, elas podem ser: • Por fraqueza na concepção de fabricação; • Por má utilização; • Por má conservação; • Por envelhecimento e desgaste; • Primária: provocada por falha de apenas um componente; • Secundária: ocorrida em um componente e causada por outro. • Sabe-se ainda que cada modelo de falha degrada um item mecânico de modo particular, mas geralmente os modos de falhas evoluem da seguinte forma: Dentre os modos de falhas mecânicas em funcionamento, os principais são: • Choque, geralmente provocado por acidente de comportamento; • Sobrecarga: transportar acima do permitido levando a ruptura ou deformação; • Fadiga: esforços alternados e repetitivos que levam à ruptura; • Desgaste pelo uso: devido ao atrito, gera perda do material das superfícies; • Abrasão: riscos por um corpo de dureza superior; a. Erosão, devido a impacto de partículas em grandes velocidades; b. Corrosões, de todas as naturezas (química, elétrica, bacteriana etc.); e c. Fluência: deformação por tensão mecânica e térmica, que vira permanente. A empresa deve buscar, na medida do possível, evitar que as falhas ocorram e, para isso, a manutenção é um procedimento essencial. A avaliação dos efeitos e da eficácia da manutenção para a gestão da frota é fundamental para que se possa buscar a melhoria constante do processo e para garantir a confiabilidade e segurança da operação. Como vimos, o tipo de manutenção deve ser, de preferência, preventivo, para evitar a paralisação do veículo e seu impacto na qualidade do serviço e na rentabilidade da empresa. 64 a 1) Julgue verdadeiro ou falso. A "manutenção preventiva condicional" se difere da "manutenção corretiva geral" por ser executada após a evolução de um sintoma significativo e não quando o caminhão quebra durante a operação. Verdadeiro ( ) Falso ( ) 2) Julgue verdadeiro ou falso. Dentre as falhas mecânicas que podem acontecer durante a operação, podemos citar a Fadiga por impacto de partículas em grandes velocidades e a Sobrecarga de todas as naturezas (química, elétrica, bacteriana etc.) Verdadeiro ( ) Falso ( ) Atividades 65 Referências ALVARENGA, A.; NOVAES, A. G. Logística aplicada. São Paulo: Pioneira, 2000. BALLOU, R. R. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993. BRASIL. Lei nº 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão de motorista, para regular e disciplinar a jornada de trabalho e o tempo de direção do motorista profissional; e dá outras providências. _______. Lei n° 11.442, de 05 de janeiro de 2007. Dispõe sobre o transporte rodoviário de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração e revoga a Lei no6.813, de 10 de julho de 1980. Brasília, 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11442.htm>. Acesso em: maio 2017. _______. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais. Publicada em 08 de junho de 1978 e suas alterações. Disponível em: <http://acesso.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E60 12BEF1FA6256B00/nr_11.pdf>. Acesso em: abr. 2015. CENTODUCATO, D. O sonho de dez entre dez gestores de logística. Rev. Tecnologística – Especial TI, ago. 2010. Disponível em: < http://www.gpspamcary.com.br/ tecnologistica_ed_especial_-_ago2010.pdf>. Acesso em: março 2015. CNT — Confederação Nacional do Transporte. Pesquisa CNT de rodovias: 2014. Brasília: CNT, 2014. MOURA, R. A. Logística: suprimentos, armazenagem, distribuição física. São Paulo: IMAM, 1989. NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro: Campus, 2001. VALENTE, A. M.; NOVAES, A. G.; PASAGLIA, E.; VIEIRA, H. Gerenciamento de transporte e frotas. São Paulo: Cengage Learning, 2008. Responsável Técnico – RT MÓDULO 3 – PARTE 4 67 UNIDADE 8 | FATORES OPERACIONAIS QUE INTERFEREM NO PLANEJAMENTO DA OPERAÇÃO DO TRANSPORTE 68 Unidade 8 | Fatores Operacionais que Interferem no Planejamento da Operação do Transporte Bem-vindo(a) à unidade 8! A operação do transporte deve ser realizada com planejamento prévio para cumprir o contrato que foi estabelecido entre o dono da carga e a empresa transportadora ou o transportador autônomo. Nesse sentido, diversos são os fatores que interferem no planejamento da operação e no plano de viagem. Nesta unidade, iremos estudá-los! Bons estudos! 1 Fatores Operacionais que Devem ser Considerados para Desenvolver o Plano de Viagem 1.1 Veículo Primeiramente, é necessário conhecer bem as características da frota de veículos que se tem à disposição para executar o serviço de transporte. Por ocasião do dimensionamento da frota, chega- se ao entendimento sobre as reais necessidades em termos de equipamento (quantidade, tipo, características operacionais, capacidade de carga, entre outros aspectos) para atender à demanda dos clientes. São vários os tipos, tamanhos e marcas de veículos existentes no mercado e o transportador deve estudar a composição adequada da frota, de modo a capacitá-la para corresponder ao desempenho esperado. De acordo com Valente, Novaes e Passaglia (2007), sinteticamente, pode-se dizer que há duas situações distintas com as quais as empresas se defrontam por ocasião do processo de dimensionamento dafrota: demanda desconhecida e demanda conhecida. 69 A primeira situação, quando é preciso prever a demanda, é a que traz maiores problemas. O complexo trabalho de previsão é, em geral, feito por profissionais que trabalham com números – economistas, engenheiros de tráfego e transporte, estatísticos, entre outras categorias profissionais – os quais possuem conhecimentos profundos em modelos matemáticos e estatísticos. Conhecendo ou prevendo a demanda, em ambos os casos é conveniente, antes de tudo, classificá-la em função das distâncias a serem percorridas entre a origem e o destino das cargas. Esse fator determina o tamanho e as características dos veículos que serão utilizados. Assim, teremos duas situações a considerar: • Transporte de cargas de longo curso: em geral realizado na área rural, ligando duas cidades que não estão situadas na mesma aglomeração. Há nessa situação uma distância significativa entre o ponto de origem e o de destino da carga (podem-se considerar distâncias acima de 200 km); e • Transporte de cargas no meio urbano: são as entregas e coletas realizadas nos centros urbanos ou aglomerações. Se o transportador trabalha nos dois tipos de mercado (urbano e rural), ele precisa de uma frota constituída por veículos de diferentes tamanhos e características para atender às necessidades dos dois mercados. Caso opere somente em um mercado, pode ter uma frota mais homogênea em termos de capacidade. Um roteiro para o dimensionamento da frota de veículos é proposto por Valente, Novaes e Passaglia (2007): 1. Determinar a demanda mensal de carga e sua unidade (volume, peso etc.). 2. Fixar os dias de trabalho durante o mês e as horas de trabalho por dia. 3. Verificar as rotas a serem utilizadas, analisando o relevo, as condições de tráfego, as condições do pavimento, o tipo de pavimento etc. 4. Determinar a velocidade média de deslocamento durante o percurso. 70 5. Determinar os tempos de carga, descarga, paradas em filas, paradas para refeição e descanso dos motoristas, as horas em manutenção etc. 6. Analisar as especificações técnicas de cada modelo de veículo, para escolher o que melhor atende às exigências do transporte desejado. 7. Identificar a capacidade de carga útil do veículo escolhido. 8. Calcular o número de viagens/mês que cada veículo pode realizar. 9. Determinar a quantidade de carga transportada por veículo durante o mês. 10. Calcular o número de veículos necessários dividindo-se a demanda mensal de carga pela quantidade transportada por veículo durante o mês. 11. Acrescentar ao número de veículos calculando unidades adicionais para substituir os caminhões em manutenção, os avariados etc. e Veja que a definição do veículo ou da frota de veículos a se utilizar para a execução do transporte influencia diretamente o programa de manutenção que será adotado para os veículos (marca, características operacionais, tipos etc.). E a frota já estará direcionada ao transporte de uma carga específica, uma vez que o transportador autônomo ou a empresa já terão estudado seus mercados. 1.2 Condutor O papel do condutor é fundamental na execução do transporte, além das características técnicas exigidas para a condução dos diferentes tipos de veículos (toco, truck, reboque, semirreboque) e de carrocerias (vários tipos de carga), ele precisa ter conhecimentos adicionais de primeiros socorros, noções de meio ambiente e de saúde ocupacional, para executar o planejamento da atividade de transporte com êxito. 71 Nesse sentido, os condutores precisam ter a habilitação exigida pela legislação para os diferentes tipos de veículos e serem capacitados nos outros aspectos. Também importante é a habilidade em utilizar as tecnologias embarcadas (GPS, computador de bordo, botão de pânico etc.) para ajudar no gerenciamento da viagem e no gerenciamento de risco (roubos, acidentes etc.). Finalmente, os condutores necessitam ter conhecimentos básicos de manutenção e de funcionamento dos veículos para poderem atuar em casos de emergência nas rodovias. 1.3 Cargas e Carrocerias Vimos no Módulo 1 deste curso que há diferentes tipos de carga. Cada tipo exige equipamento, tecnologia, carrocerias e gerenciamento adequados às suas características. É por isso, por exemplo, que os produtos perigosos são transportados em carrocerias e veículos bem específicos, em função da classificação da Organização das Nações Unidas (ONU) para essas cargas. Por outro lado, há cargas que exigem maiores cuidados por serem muito visadas por ladrões. Esse fator exige que o motorista seja treinado especificamente para gerenciar o risco e para utilizar diferentes tecnologias de apoio ao gerenciamento da viagem. Outras mercadorias são perecíveis, e necessitam de carrocerias e cuidados especiais por parte do condutor e do transportador, já que têm períodos curtos de validade, precisando ser disponibilizadas aos clientes com maior rapidez e nos prazos combinados. Também cabe destacar as cargas unitizadas em paletes e contêineres ou em outros artefatos de unitização de cargas. Esse tipo de carga necessita de equipamentos especiais para movimentação, carga e descarga nos caminhões. Logo, a carga e o tipo de carroceria relacionam-se com os outros fatores operacionais e influenciam diretamente o planejamento do transporte e as necessidades de tecnologia e equipamentos específicos para a sua movimentação. 72 1.4 Manutenção Os programas de manutenção da frota são vitais para o cumprimento dos níveis de serviço prometidos aos clientes e são diretamente influenciados pelo tipo e pela intensidade de uso do veículo. Também, dependem da forma de conduzir do motorista e das condições de infraestrutura das vias. Manutenção é um conjunto de ações para manter ou restabelecer um bem em um estado específico, ou para assegurar um serviço. Os programas de manutenção podem ser de três tipos: • Manutenção corretiva • Manutenção preventiva • Manutenção preditiva A manutenção corretiva é realizada, normalmente, após uma falha. Esse tipo de manutenção é usado para corrigir as causas e efeitos de ocorrências já constatadas. A manutenção preventiva é frequentemente realizada de acordo com os critérios preestabelecidos para reduzir probabilidades de falha do veículo ou a degradação de um serviço efetuado. A manutenção condicional ou preditiva é fazer a manutenção quando o equipamento realmente necessita. A prática dessa manutenção exige mecânicos bem treinados e motoristas capacitados para observarem qualquer alteração do veículo durante a operação. Além disso, é fundamental uma integração entre a manutenção e a operação. 73 A base dessa prática está na inspeção com auxílio de equipamentos e/ou sentidos humanos. Adicionalmente, é necessário conhecer os parâmetros de desempenho de cada peça para um determinado ambiente de operação, de forma a identificar problemas potenciais futuros e executar a manutenção antes. 1.5 Tecnologia Atualmente, a tecnologia embarcada auxilia muito os transportadores e seus condutores no planejamento e na execução da operação de transporte. Hardwares como GPS, computador de bordo, terminais de dados do motorista, entre outros, permitem que o veículo seja acompanhado e que se conheça, com precisão e de maneira instantânea, sua localização geográfica, em qualquer ponto do globo terrestre. Isso auxilia as centrais de monitoramento a detectar problemas como acidentes, roubos ou desvio de rotas, por meio de informações passadas por via satélite desde o veículo até a central. As tecnologias embarcadas combinadas com sistemas modernos de transmissão da informação permitem planejar melhor os deslocamentos, rastrear os veículos e monitorá-los ao longo de todo o percurso. 1.6 Infraestrutura Viária As rodovias ou estradas são os últimos fatores que têm influência e que precisam ser obrigatoriamente considerados pela empresa ou
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