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Raymond Chang Kenneth A. Goldsby C456q Chang, Raymond. Química [recurso eletrônico] / Raymond Chang, Kenneth A. Goldsby ; [tradução: M. Pinho Produtos Digitais Unipessoal Lda.]; revisão técnica: Denise de Oliveira Silva, Vera Regina Leopoldo Constantino. - 11. ed. - Dados eletrônicos. - Porto Alegre : AMGH, 2013. Editado também como hvro impresso em 2013. ISBN 978-85-8055-256-0 1. Química. I. Goldsby, Kenneth A. II. Título. CDU 54 Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus - CRB10/2052 Raymond Chang Kenneth A. Goldsby Química I V edição Revisão técnica: Denise de Oliveira Silva Bacharel e Doutora em Química pela USP Pós-doutora em Química Inorgânica pela Texas A & M University Professora do Instituto de Química da USP Vera Regina Leopoldo Constantino Bacharel e Doutora em Química pela UNESP Pós-doutora em Química pela Michigan State University Professora do Instituto de Química da USP Versão impressa desta obra: 2013 Mc Graw Híll Educatíon AMGH Editora Ltda. 2013 Obra originalmente publicada sob o título Chemistry, 11 th Edition ISBN 0073402680 / 9780073402680 Original edition Copyright © 2012, The McGraw-Hill Companies, Inc., New York, New York 10020. All rights reserved. Portuguese language translation copyright©2013, AMGH Editora Ltda., a Grupo A Educação S.A. company. All rights reserved. Gerente editorial: Arysinha Jacques Ajfonso Colaboraram nesta edição: Editora: Verônica de Abreu Amaral Capa: VS Digital, arte sobre capa original Foto da capa: A água é o composto mais importante da Terra. Faz parte de muitos processos químicos e de quase todos os processos biológicos. Ao contrário do gelo, a estrutura da água líquida ainda não foi completamente compreendida. Estudos recentes sugerem que as moléculas da água formam entre si anéis e cadeias com ligações fortes de hidrogênio. Preparação de originais: Mônica Stefani Tradução: M. Pinho - Produtos Digitais, Unipessoal, Lda. Conferência final: Daniele DalTOglio Stangler e Danielle Teixeira Editoração: Techbooks Reservados todos os direitos de publicação, em língua portuguesa, à AMGH EDITORA LTDA., uma parceria entre GRUPO A EDUCAÇÃO S.A. e McGRAW-HILL EDUCATION Av. Jerônimo de Omelas, 670 - Santana 90040-340 - Porto Alegre - RS Fone: (51) 3027-7000 Fax: (51) 3027-7070 É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição na Web e outros), sem permissão expressa da Editora. Unidade São Paulo Av. Embaixador Macedo Soares, 10.735 - Pavilhão 5 - Cond. Espace Center Vila Anastácio - 05095-035 - São Paulo - SP Fone: (11) 3665-1100 Fax: (11) 3667-1333 SAC 0800 703-3444 - www.grupoa.com.br IMPRESSO NO BRASIL PRINTEDINBRAZIL http://www.grupoa.com.br Capítulo 2 ♦ Átomos, moléculas e íons 47 Como outro exemplo, considere dois isótopos comuns de urânio com nú meros de massa de 235 e 238, respectivamente: 235tt 238tt92U 92U O primeiro isótopo é usado nos reatores nucleares e em bombas atômicas, enquanto o segundo isótopo não tem as propriedades necessárias para estas aplicações. Com exceção do hidrogênio, que tem nomes diferentes para cada um dos seus isótopos, os isótopos dos elementos são identificados pelos seus números de massa. Assim, os dois isótopos anteriores são chamados urânio-235 (pronunciado “urânio duzen tos e trinta e cinco”) e urânio-238 (pronunciado “urânio duzentos e trinta e oito”). As propriedades químicas de um elemento são determinadas pelos pró tons e elétrons nos seus átomos: os nêutrons não participam das transformações químicas em condições normais. Por isso, os isótopos do mesmo elemento têm químicas semelhantes, formando os mesmos tipos de compostos e apresentando reatividades semelhantes. O Exemplo 2.1 mostra como calcular o número de prótons, nêutrons e elétrons usando números atômicos e números de massa. Exemplo 2.1 Indique o número de prótons, nêutrons e elétrons em cada uma das seguintes espé cies: (a) nNa, (b) ??Na, (c) e (d) carbono-14. Estratégia Lembre-se de que o número superior indica o número de massa, e o número inferior, o número atômico. O número de massa é sempre maior do que o nú mero atômico. (A única exceção é o |H, onde o número de massa é igual ao número atômico.) No caso de não ser apresentado qualquer índice, como nos itens (c) e (d), o número atômico pode ser deduzido a partir do símbolo ou do nome do elemento. Para determinar o número de elétrons, lembre-se de que os átomos são eletricamente neutros e, por isso, o número de elétrons é igual ao número de prótons. Resolução (a) O número atômico é 11, logo, há 11 prótons. O número de massa é 20, portanto, o número de nêutrons é 20 — 11 = 9. O número de elétrons é igual ao número de prótons, ou seja, 11. (b) O número atômico é o mesmo do item (a), ou 11. O número de massa é 22, as sim, o número de nêutrons é 22 — 11 = 1 1 .0 número de elétrons é 11. Repare que as espécies em (a) e (b) são constituídas por isótopos de sódio quimicamen- te semelhantes. (c) O número atômico do O (oxigênio) é 8, por isso, existem 8 prótons. O número de massa é 17. Assim, existem 17 — 8 = 9 nêutrons. Existem 8 elétrons. (d) O carbono-14 também pode ser representado por O número atômico do car bono é 6, por isso, existem 14 — 6 = 8 nêutrons. O número de elétrons é 6. Exercício Quantos prótons, nêutrons e elétrons existem no isótopo de cobre: Revisão de conceitos (a) Qual é o número atômico de um elemento se um de seus isótopos tem 117 nêutrons e um número de massa 195? (b) Qual dos seguintes símbolos fornece mais informações? ou gO. 2.4 A Tabela Periódica Mais de metade dos elementos hoje conhecidos foi descoberta entre 1800 e 1900. Durante este período, os químicos notaram que muitos elementos apresentam for- Problemas semelhantes: 2.15, 2.16. 48 Química tes semelhanças entre si. O reconhecimento da regularidade periódica nas proprie dades físicas e químicas e a necessidade de organizar um grande volume de infor mações disponíveis acerca das propriedades das substâncias elementares levaram ao desenvolvimento da Tabela Periódica, um quadro em que os elementos com propriedades físicas e químicas semelhantes estão agrupados. A Figura 2.10 mos tra a Tabela Periódica moderna na qual os elementos estão ordenados pelo seu nú mero atômico (que aparece acima do símbolo do elemento) em linhas horizontais chamadas períodos e em colunas verticais chamadas grupos ou famílias, de acor do com as semelhanças nas suas propriedades químicas. Repare que os elementos 113 a 118 foram sintetizados recentemente e ainda não foram denominados. Os elementos podem ser divididos em três categorias - metais, não metais e metaloides.* Um metal é um bom condutor de calor e eletricidade, enquanto um não metal é um mau condutor de calor e eletricidade. Um metaloide ou se- mimetal tem propriedades intermediárias entre as dos metais e dos não metais. A Figura 2.10 mostra que a maioria dos elementos conhecidos são metais; ape nas 17 elementos são não metais e 8 elementos são metaloides. Da esquerda para a direita ao longo de um período, as propriedades físicas e químicas dos elemen tos variam gradualmente de metáhcas para não metáhcas. Muitas vezes nos referimos aos elementos de uma forma coletiva, pelo nú mero do seu grupo na Tabela Periódica (Grupo 1, Grupo 2, etc.).** Contudo, por 18 8A Figura 2.10 A Tabela Periódica moderna. Os elementos estão dispostos de acordo com os números atômicos representados acima dos seus símbolos. Com a exceção do hidrogênio (H), os não metais aparecem na extrema direita da tabela. As duas filas de metais que aparecem abaixo do corpo principal da tabela estão colocadas assim por convenção, para evitar que a tabela fique muito larga. Na reali dade, o cério (Ce) deveria aparecer depois do lantânio (La), e o tório (Th), depois do actínio (Ac). A designação de 1 -18 foi recomendada pela União Internacional de QuímicaPura e Aplicada (lUPAC), mas ainda não é utilizada amplamente. Ainda não foram atribuídos nomes aos elementos 113-118. * N. de T.: Em português é comum designar os metaloides por semimetais. ** N. de T.: Segundo as recomendações recentes da lUPAC (União Internacional de Química Pura e Aplicada), os grupos são numerados de 1 a 18. Esta recomendação é geralmente seguida no Brasil, sendo utilizada nesta tradução. A distribuição dos eiementos na Terra e nos sistemas vivos A maioria dos elementos ocorre de forma natural. Como eles se distribuem na Terra e quais são essenciais para os seres vivos? A crosta terrestre estende-se desde a superfície a uma profundidade de cerca de 40 km. Devido a dificuldades técni cas, os cientistas não têm conseguido estudar a parte interior da Terra com a mesma facilidade da crosta. Apesar disso, crê- -se que há um núcleo sólido constituído essencialmente por ferro no centro da Terra. À volta deste núcleo há uma camada chamada manto, que consiste em um fluido quente contendo ferro, carbono, silício e enxofre. Dos 83 elementos que se encontram na natureza, 12 constituem 99,7% em massa da crosta terrestre. Eles são, por ordem decrescente de abundância natural, o oxigênio (O), o silício (Si), o alumínio (Al), o ferro (Fe), o cálcio (Ca), o magnésio (Mg), o sódio (Na), o potássio (K), o titânio (Ti), o hidrogênio (H), o fósforo (P) e o manganês (Mn). Na discus são da abundância natural dos elementos, devemos ter presente que (1) os elementos não estão uniformemente distribuídos na crosta terrestre e (2) a maior parte dos elementos ocorre em formas combinadas. Estes fatos constituem a base para a maior parte dos métodos de obtenção dos elementos puros a partir dos seus compostos, como veremos em capítulos posteriores. O quadro anexo apresenta uma lista dos elementos es senciais no corpo humano. De especial interesse são os ele- mentos-traço, como o ferro (Fe), o cobre (Cu), o zinco (Zn), o iodo (I) e o cobalto (Co), que em conjunto perfazem cerca de 0,1% da massa do corpo. Estes elementos são necessários para funções biológicas, como o crescimento, o transporte de oxigênio para o metabolismo e a defesa contra as doenças. Há um equilíbrio delicado nas quantidades destes elementos no nosso corpo, já que, se por um longo período de tempo eles es tiverem em excesso ou em deficiência, podem levar a doenças graves, atraso mental ou mesmo à morte. Manto 2900 km 3480 km Estrutura do interior da Terra. Elementos essenciais no corpo humano Elemento Porcentagem em massa* Elemento Porcentagem em massa* Oxigênio 65 Sódio 0,1 Carbono 18 Magnésio 0,05 Hidrogênio 10 Ferro < 0,05 Nitrogênio 3 Cobalto < 0 ,05 Cálcio 1,6 Cobre < 0,05 Fósforo 1,2 Zinco < 0,05 Potássio 0,2 Iodo < 0,05 Enxofre 0,2 Selênio < 0,01 Cloro 0,2 Flúor < 0,01 * A porcentagem em massa indica a massa do elemento em gramas em uma amostra de 100 g. (a) Abundância natural dos elementos em porcentagem em massa. Por exemplo, a abundância do oxigênio é 45,5%. Isto significa que em uma amostra de 100 g da crosta terrestre há, em média, 45,5 g do elemento oxigênio. (b) A abundância dos ele mentos no corpo humano em porcentagem em massa. Oxigênio 65% Todos os outros 1,2% Fósforo 1,2% Cálcio 1,6% Nitrogênio 3% Hidrogênio 10% (b) 50 Química Discutiremos a natureza das ligações químicas nos Capítulos 9 e 10. 1 18 h ] 2 13 1415 1 6 1 7 P _ n [n Io I f __________ g _ I I I I I I I I I ~ Br Elementos que existem na forma de mo léculas diatômicas. conveniência, alguns grupos de elementos têm um nome especial. Os elementos do Grupo 1 (Li, Na, K, Rb, Cs e Fr) são chamados de metais alcalinos, e os elementos do Grupo 2 (Be, Mg, Ca, Sr, Ba e Ra), de metais alcalino-terrosos. Os elementos do Grupo \1 (F, Cl, Br, l e At) são conhecidos como halogênios, e os elementos do Grupo 18 (He, Ne, Ar, Kr, Xe e Rn), como gases nobres, ou gases raros. A Tabela Periódica é uma ferramenta útil que relaciona as propriedades dos elementos de forma sistemática e ajuda a fazer previsões sobre o compor tamento químico. Analisaremos esta pedra angular da química no Capítulo 8. O texto Química em Ação na página 49 descreve a distribuição dos ele mentos na Terra e no corpo humano. Revisão de conceitos Observe a Tabela Periódica. Você acha que as propriedades químicas se alteram mais acentuadamente ao longo de um período ou para baixo em um grupo? 2.5 Moléculas e íons De todos os elementos, apenas os gases nobres do Grupo 18 da Tabela Periódica (He, Ne, Ar, Kr, Xe e Rn) existem na natureza como átomos isolados. Por isso, são chamados gases monoatômicos (que significa um átomo único). A maior parte da matéria é composta por moléculas ou íons formados por átomos. Moléculas Uma molécula é um agregado de, pelo menos, dois átomos, ligados deforma precisa por forças químicas (também chamadas ligações químicas). Uma molé cula pode conter átomos do mesmo elemento ou átomos de dois ou mais elemen tos unidos em uma razão fixa, de acordo com a lei das proporções definidas ex posta na Seção 2.1. Assim, uma molécula não é necessariamente um composto, o qual, por definição, é constituído por dois ou mais elementos (ver Seção 1.4). O hidrogênio gasoso, por exemplo, é um elemento puro, mas consiste em molé culas feitas com dois átomos de H cada. A água, por outro lado, é um composto molecular que contém hidrogênio e oxigênio na proporção de dois átomos de H e um átomo de O. Tal como os átomos, as moléculas são eletricamente neutras. A molécula de hidrogênio, simboüzada como H2, é denominada molécula diatômica porque contém apenas dois átomos. Outros elementos que existem normalmente na forma de moléculas diatômicas são o nitrogênio (N2) e o oxigê nio (O2), tal como os elementos do Grupo 17 - o flúor (F2), o cloro (CI2), o bro- mo (Br2) e o iodo (I2). Claro que uma molécula diatômica pode conter átomos de elementos diferentes. Exemplos disso são o cloreto de hidrogênio (HCl) e o monóxido de carbono (CO). A grande maioria das moléculas contém mais do que dois átomos. Podem ser átomos do mesmo elemento, como no ozônio (O3), que é constituído por três átomos de oxigênio, ou podem ser combinações de dois ou mais elementos diferentes. As moléculas que contêm mais do que dois átomos são chamadas moléculas poliatômicas, como o ozônio, a água (H2O) e a amônia (NH3). íons Um íon é um átomo ou grupo de átomos que tem uma carga positiva ou negati va. O número de prótons com carga positiva no núcleo de um átomo mantém-se o mesmo durante as transformações químicas normais (chamadas reações quí micas), mas poderá ganhar ou perder elétrons de carga negativa. A perda de um
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