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Ape���c��e, Do�nça di���t��u��r e Div����cu���� APENDICITE Principal causa de abdome agudo cirúrgico (pediátrico, gestante, idosos…) Inflamação aguda do apêndice cecal (localização: base do ceco -> retrocecal e intraperitoneal), secundária a obstrução luminal e infecção superposta. ● É a causa mais comum de abdome agudo; ● O tratamento é cirúrgico por risco de perfuração, pneumoperitônio e sepse ● Ocorre com maior frequência na segunda e terceira décadas de vida e em homens Fisiopatologia: Obstrução (apendicolito, cálculos, hiperplasia, tumores, infecção, declínio das placas de peyer -> hiperplasia linfoide) e aumento da pressão luminal e intramural , redução da drenagem venosa, trombose e isquemia, inflamação (24h) transmural, com translocação bacteriana (aeróbios predominam no início: Escherichia coli , Peptostreptococcus , Bacteroides fragilis e espécies de Pseudomonas) e /ou perfuração e necrose; Síndrome de compartimento: aumento de pressão intraluminal em compartimento fechado. Colabamento de vasos sanguíneos e consequente isquemia -> transladação bacteriana, necrose e perfuração. Fases: (1 e 2 não complicada) ● Flegmatosa: edema e hiperemia ● Supurado: acomete toda a parede até a serosa. Congestão e isquemia ● Grangenosa: sinais de necrose ● Perfurativa Clínica: Inicialmente dor mais difusa e difícil de localizar. Dor visceral periumbilcal. Após acometimento de serosa (peritônio visceral), quando acomete o peritônio parietal aparecem os sintomas de peritonite. Dor periumbilical, com migração (50-60% dos casos) para a Fossa Ilíaca Direita (FID em 12-24h). A dor bem localizada ocorre mais tardiamente, quando o peritônio parietal adjacente já foi acometido. Anorexia + febre baixa (4-12h), náusea e vômito. Pode ocorrer indigestão, flatulência, irregularidade menstrual, diarreia, mal estar generalizado, febre baixa. Extremos de idade tem apresentações clínicas atípicas. Crianças cursam com diarreia e febre com foco desconhecido. Idosos cursam sem febre. Apendicolito: Obstrução por fezes compactadas/calcificadas (radiopaco) Contém as camadas mucosa, submucosa, muscular (longitudinal e circular) e a cobertura serosa. Seu suprimento sanguíneo, a artéria apendicular, é um ramo terminal da artéria ileocólica. Ponto de Mcburney: Traça-se uma linha virtual/imaginária entre cicatriz umbilical e crista ilíaca; o ponto fica entre terço médio e terço distal. Alta sensibilidade. Sinal de Blumberg: é a descompressão dolorosa em fossa ilíaca direita em ponto de McBurney. Sinal de Rovsing: é a descompressão em fossa ilíaca esquerda com dor em fossa ilíaca direita (a dor é decorrente da distensão do ceco por gases pela palpação contralateral). Sinal do psoas está associado a um apêndice retrocecal. Isso se manifesta por dor no quadrante inferior direito com extensão passiva do quadril direito. Diagnóstico: Achados laboratoriais – Hemograma: Leucocitose leve (contagem de glóbulos brancos [leucócitos] >10.000 células/microL) está presente na maioria dos pacientes com apendicite aguda; EAS, PCR, Beta-HCG, Amilase… Rotina de abdome agudo ● Raio X de abdome (ortostático e em decúbito) e tórax (na cúpula diafragmática avalia-se pneumoperitônio) Em pé é possível verificar os níveis hidroaéreos em alças sentinelas. Padrão ouro: Tomografia Computadorizada com Contraste ● Deve ser evitada em crianças e é contraindicada para gestantes ● Observa-se o apêndice espessado (>7-8mm) ● É possível ver o apendicolito ● Ocorre densificação da gordura periapendicular ● O realce parietal ocorre por inflamação da parede ● Pode haver coleções fluidas na FID ● Hipodenso – PRETO ● Isodenso – CINZA ● Hiperdenso – BRANCO Densificação da gordura adjacente, espessamento do apêndice e realce parietal Apêndice normal Seta superior: apendicolito Setas inferiores: apêndice espessado com realce parietal, densificação da gordura adjacente e flegmão Seta apontando apendicolito. Apendicite com abscesso. Observa-se nível hidroaéreo (abdome agudo) USG: ● Apêndice não compressível (parede não colaba quando aperta-se o transdutor) ● Apendicolito com sombra acústica posterior ● Fluido, flegmão (líquido anecóico) em FID ● Fluxo aumentado ao Doppler (maior vascularização) na parede apendicular ● Anecóico – PRETO (líquido) – REFORÇO ACÚSTICO POSTERIOR (branco) ● Hipoecóico – CINZA (partes moles) ● Hiperecóico – BRANCO (cálcio, cálculos, osso) – SOMBRA ACÚSTICA POSTERIOR (preta) Diagnóstico diferencial Apêndice perfurado, diverticulite cecal, divertículo de Meckel, Ileíte aguda, Doença de Crohn, Abscesso tubo-ovariano, DIP, Cisto ovariano rompido, torção ovariana, endometriose, cólica renal, torção testicular, epididimite… Mesentérica superior vai pra direita (cólica direita ->ceco) Mesentérica inferior vai pra esquerda (cólon descendente) Tratamento A apendicite aguda é a emergência cirúrgica abdominal mais comum no mundo. O tratamento não operatório é uma estratégia na qual os pacientes recebem antibióticos com o objetivo de evitar a cirurgia. Antibiótico profilático : ● Cefalosporina de 2a geração ● Profilaxia Infecção ferida operatória ● Abscesso intra-abdominal Pode ser tanto aberta quanto por videolaparoscopia. Apendicectomia laparoscópica ● Realizada dentro das 24h em pacientes estáveis. ● Hidratação venosa e internação; ● Correção de anormalidades eletrolíticas ● Controle da dor e Antibioticoterapia EV (A flora do apêndice reflete a do cólon e inclui aeróbios e anaeróbios Gram-negativos.). ● Antibióticos pós-operatórios são desnecessários ● Se uso de DOACs aguardar 24h (depuração de creatinina> 50 mL /min) a 48 horas (depuração de creatinina ≤50 mL/min) desde a última dose. ● Se uso de Varfarina administrar Vitamina K e aguardar 48h. - Cefoxitina (2 g por via intravenosa [IV]) - Cefotetano (2 g IV) - Cefazolina (2 g se <120 kg ou 3 g se ≥120 kg IV) MAIS metronidazol (500 mg IV) - Em pacientes alérgicos a penicilinas e cefalosporinas, clindamicina MAIS um dos seguintes: ciprofloxacina , levofloxacina , gentamicina ou aztreonam ● Na videolaparoscopia, são utilizados três trocartes - na via supraumbilical (por onde o orgão sai), no acesso suprapúbico e o terceiro entre os dois, porém á esquerda da bainha do reto do abdome. Após a ressecção, a ligadura do coto é realizada através de Endoloop com fio inabsorvível de polipropileno. Apendicectomia Aberta ● É empregada a incisão transversa do quadrante inferior direito (no ponto de McBurney), chamada de Davis-Rockey, ou incisão oblíqua, chamada de McArthur-Rockey. ● A preferida dos cirurgiões é a primeira abordagem e após a divisão do mesoapêndice e posterior ressecção, o coto apendicular é ligado e sepultado na parede do ceco, com fio de sutura absorvível. Apendicite perfurada ● Antibioticoterapia largo espectro - 7 a 10 dias ● Cirurgia aberta ou laparoscópica ● Lavagem da cavidade ● Drenagem de abscesso ● Drenos ???
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