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Apendicite Aguda DEFINIÇÃO É a inflamação do apêndice cecal ou vermiforme, que inicia com obstrução da luz apendicular, o que traz como consequência um aumento da pressão intraluminal por acumulo de moco associado com pouca elasticidade da serosa. ANATOMIA DO APÊNDICE CECAL Início: no ângulo de confluência das 3 cintillas do intestino grosso Forma: tubular, cilíndrico Tamanho: variável, desde 2,5 cm até 9 cm Posição: · Retrocecal ascendente (+F) 44% · Pélvica 24% · Descendente interna 16% · Descendente externa 12% · Ascendente interna 03% · Outras 01% HISTOLOGIA DO APÊNDICE CECAL Possui as 4 capas do intestino Na submucosa se encontra tecido linfoide desde a 2ª semana depois do nascimento O tecido linfoide aumente ao máximo entre os 12 e 20 anos, mas a partir dos 30 se reduz a metade Se continua com o ciego e algumas vezes se encontra um repliegue valvular chamado válvula de Gerlach A artéria apendicular nasce comumente da artéria cecal posterior e a vez da artéria ileocólica As veias drenam a veia mesentérica Os linfáticos do ciego drenam a cadeia ganglionar íleo cólica O nervo vem do plexo solar pelo plexo mesentérico superior Nos idosos podem apresentar uma fibrose que oblitera a luz EPIDEMIOLOGIA · É a causa mais comum de abdome agudo · A taxa de apendicectomias durante a vida é de 12% em mulheres e 25% em homens · Se reconhece uma ligeira predominância em homens · Mais prevalente entre 2ª e 3ª década de vida · Baixa mortalidade ETIOLOGIA O fator etiológico na apendicite predominante é a obstrução da luz por: fecalitos (+f), tecido linfoide hiperplásico, parasitos, tumores Também existem outras causas: · Hipertrofia do tecido linfoide · Sementes de vegetais ou frutas · Vermes intestinais Ascaris Lumbricoides · Impacto de Bario por estudos de Rx Sem obstrução da luz apendicular: compressão externa por bandas, bridas ou uma alta pressão intraluminal no ciego Se reconhecem fecalitos em 40% dos casos de apendicite aguda simples, em 65% das apendicites gangrenosas sem rotura e em quase 90% dos pacientes com apendicite gangrenosa com rotura Microorganismos comuns que se encontram em pacientes com apendicite aguda Aeróbios e facultativos Anaeróbios Bacilos G-: E. coli 80% Pseudomonas aeruginosa Especies de Klebsiella Cocos G+: Streptococcus anginosus Especies de Streptococcus Especies de Enterococcus Bacilos G-: Bacteroides fragilis 70% Especies de Bacteroides Especies de Fusobacterium Cocos G+: Especies de Peptostreptococcus Bacilos G+: Especies de Clostridium CLASSIFICAÇÃO · Apendicite congestiva ou catarral: Edema e congestão da serosa Aumento de bactérias Reação do tecido linfoide · Apendicite flegmonosa/Supurada Compromisso vascular Ulcerações pequenas Exudado fibrino-purulento · Apendicite gangrenosa ou necrótica Áreas de cor vermelho escuro Micro perfurações Liquido purulento Odor fecaloideo · Apendicite perfurada Perfuração, a qual é frequente em borde antimesenterico Liquido peritoneal purulento Plastron apendicular Abscesso apendicular FISIOPATOLOGIA · Obstrução da luz apendicular · Aumento da pressão intraluminal · Obstrução linfática e venosa · Isquemia da mucosa apendicular · Infeção bacteriana · Perfuração QUADRO CLÍNICO 1ª Fase visceral ou prodromica · Dor abdominal peri umbilical e migra para fossa ilíaca direita · Anorexia · Náusea e vômito · Febre elevação de 1°C em ausência de perfuração 2° Fase somática · Se inicia quase sempre em 4 – 6 horas · Dor localizada no epigástrio migra para o quadrante inferior direito do abdome (Ponto de McBurney) · Dor de grande intensidade, definido e irradiado a genitais · A dor é devido ao contato do apêndice inflamado com as terminações nervosas no peritônio · Dor que se acentua com o movimento, tosse, esforços · Náuseas e vômitos (+f em crianças) · Constipação EXAME FÍSICO Sinal de McBurney – ponto de máxima sensibilidade dolorosa. Localizado no tercio externo de uma linha reta imaginaria entre a espinha ilíaca antero superior e a cicatriz umbilical Sinal de Blumberg – sinal de rebote. Dor a descompressão na FID, indica irritação peritoneal Sinal de Rovsing – A pressão na FII e a descompressão da mesma causa dor na fossa ilíaca contralateral. Indica irritação peritoneal. Sinal do Obturador – Ao realizar rotação interna do musculo direito flexionando se apresenta dor. Indica: irritação perto ao musculo obturador Sinal do Psoas – pacientes acostados sobre seu lado esquerdo ao estender o musculo direito presenta dor. Indica: foco irritativo próximo ao musculo psoas ilíaco Sinal de Gueneau de Mussy – é um sinal de peritonite, se investiga descomprimindo qualquer zona do abdome: se produz dor Ponto de Lanz – Ponto situado entre o tercio externo direito e tercio médio da linha bi espinhosa. Indica: Apêndice pélvico Ponto de Lecene – Pressão a dos traveces de dedo por em cima e por atrás da espinha ilíaca antero superior (patognomonico de apendicite retrocecal e ascendente externa Ponto de Morris – Situado entre o tercio interno da linha íleo – umbilical (apendicite ascendente interna) Palpação: pode-se palpar uma massa em FID DIAGNÓSTICO · O dx de apendicite é clínico!!! · Diâmetro >5/7mm · Incompreensível · Parede espessada (>2/3mm) · Densificação da gordura periapendicular · Líquido livre · Visualização do apendicolito Score de Alvarado Sintomas Migração da dor Anorexia Náusea e/ou vômito 1 1 1 Sinais Defesa de parede no quadrante inferior direito do abdome Dor a descompressão Elevação da temperatura 2 1 1 Laboratório Leucocitose Desvio a esquerda 2 1 TOTAL 10 8, 9, 10 muito provável 5, 6, 7 provável <5 pouco provável Provas de laboratório Hemograma Leucocitose > 10.000/mm³ Leucocitose > 20.000/mm³ pode significar apendicite complicada com gangrena ou perfuração Exame de urina completo Grupo sanguíneo - Rh Exame de imagem: · USG abdominal: · Aumento do diâmetro apendicular, associado a mudanças inflamatórias do tecido adiposo adjacente, o que se aprecia hiperecogénico e não compressível · Apendicolitos se podem observar em uns 30% das apendicitis e estão associados a um maior risco de perfuração · TAC: · Hallazgos primários: · Aumento do diâmetro transverso do apêndice >6mm · Engrossamento da parede do apêndice > 1 mm · Realce anormal e heterogêneo da parede · Edema submucoso · Hallazgos secundários · Engrossamento das paredes do cego · Alteração na densidade da gordura apendicular (Adenomegalias regionais) · Sinais de perfuração gás extraluminal e abscesso · Radiografia simples de abdome – utilidade limitada · Estudo do padrão gaseoso do intestino · Impactação fecal · Calculo urinário radio opaco · Presença de apendicolito · Gás no quadrante inferior direito · Deformidade do gás ciego e do colón ascendente por presença de uma massa inflamatória a este nível · Íleo localizado, com presença de gás no ciego e resto do colón · Ecografia abdominal: · Sensibilidade de 85% - especificidade de 90% · Ajuda no dx diferencial nas mulheres · Seu valor em dx duvidosos: Hallazgos – Presença de estruturas tubulares não compressível e aperistaltica Paredes grosas = 6>7 mm Presença de coprolito Liquido peri apendicular - coleções TRATAMENTO · Apendicectomia · Aberta vs. Videolaparoscópica (padrão ouro) · Antibiótico Até a cirurgia se não complicada · 3 a 5 dias de pós-operatório se complicada · Liberar dieta oral após cirurgia · Alta no primeiro dia pós-operatório Se massa ou fleimão + paciente estável C – Conduta não operatória A – Antibiótico D – Drenagem percutânea E – Estabilização Colonoscopia 6 a 8 semanas Apendicectomia de intervalo DIAGNOSTICO DIFERENCIAL Outras causas de dor agudo intrabdominal: · Adenitis mesentérica · Diverticulo de Meckel · Intuscepción intestinal · Vólvulo · Pancreatitis aguda · Colecistitis aguda · Ulcera péptica perfurada · Hernia crural incarcelada Patologia urinaria · Infecção trato urinário · Litiasis renal· Hipertrofia prostática Dor de origem ginecológico · Doença inflamatória pélvica (DIP) · Foliculo de Graff roto · Gravidez ectópica roto · Quiste ovário direito com pedículo · Torcido · Ovulação · Endometritis · Perfuração uterina · Tumorações COMPLICAÇÕES 1. Perfuração 2. Peritonite 3. Flemón apendicular 4. Piletromboflebitis supurativa 5. Obstrução intestinal 6. Infeção da ferida qx. COMPLICAÇÕES DA QX 1° Dia – hemorragia, evisceración, íleo 2° ou 3° dia – dehiscencia de muñon, fístula 4° ou 5° dia – infeção de ferida 7° dia – abscesso intrabdominal 10° ou mais – bridas ou aderências Infeção de ferida operatória: - 5% não perfuradas - 30% perfuradas Abscessos intrabdominais (febre héctica e não sempre qx) Fístula cecal ou estercorácea (geralmente fecham espontaneamente) Pileflebitis ou piema portal (icterícia, febre) Íleo paralítico (mais de 72h)
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