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Título do Tema Sempre Dentro do Triângulo Verde (máximo 4 linhas) Nome do Autor no TriânguloPRIMEIROS SOCORROS LUCIMARA FERREIRA GUIMARÃES Primeiros socorros 2 Apresentação Seja bem-vindo à disciplina de Primeiros Socorros! Vamos adentrar os conceitos relacionados com primeiros socorros para estudantes da área da saúde. Esses conhecimentos são importantes, visto que os profissionais possuem obrigação de prestar assistência à vítima nos casos em que presenciem tais situações. Assim, devem é necessário ter os conhecimentos básicos de primeiros socorros, a fim de ter condições de prestar socorro e acionar o serviço de assistência avançada mais adequada para cada caso. Unidade I - Introdução aos primeiros socorros e direcionamentos para as urgências e emergências 3 Introdução Nesta unidade, abordaremos conceitos básicos relacionados com os termos utilizados em Primeiros Socorros, como: condições das vítimas, dos locais, situações adversas, entre outros. Em um segundo momento da unidade, trataremos sobre os sinais e sintomas da vítima, assim como as formas de manusear os objetos no momento do socorro. Assim, você poderá compreender como se deve ser feita a avaliação inicial da vítima e também observar os cuidados para se prestar o melhor atendimento, mesmo não fazendo parte de uma equipe de atendimento especializado. Bom, vamos lá?! Objetivos de Aprendizagem Ao final desta unidade, esperamos que você seja capaz de: • Reconhecer e diferenciar as situações de urgências e emergências, bem como atuar para minimizar os riscos nessas situações. • Realizar avaliação inicial da vítima. • Conhecer os sistemas de emergências médicas, as medidas de segurança para o socorrista, sua equipe e vítima. • Saiba recorrer à Rede de atendimento às urgências: SAMU, Corpo de Bombei- ros, UPA, hospital. 4 Introdução aos primeiros socorros: conceitos Em primeiro lugar, vamos pensar como seria uma situação em que você poderia presenciar um acidente. Bem, eles não terão o melhor e mais adequado local para se realizar determinados atendimentos. Em algumas vezes, o acesso será fácil e em outras vezes será mais complicado. Assim, temos que nos imaginar nas mais variadas situações para que possamos ter em mente como poderíamos contribuir para o socorro da vítima, da melhor forma possível e mantendo a segurança. Logo, primeiros socorros é um tipo de atendimento temporário e imediato, prestado a um ferido ou doente repentino (KARREN et al., 2013). Acidentes automobilísticos têm sido cada vez mais comuns no Brasil e atingiu cerca de 64 mil acidentes, sendo que cerca de 5 mil pessoas morreram no ano de 2021 (EM 2021..., 2022). Assim, esses acidentes. podem apresentar grande complexidade, ocorrendo dentro de cidades, áreas rurais ou rodovias. Na maior parte das vezes eles são causados por imprudências e excesso de velocidade, o que aumenta ainda mais o risco de maiores traumas das vítimas e até mesmo o óbito instantâneo. Assim, devemos estar atentos a cada um dos sinais nesse tipo de acidente. Primeiramente, pensando em um contexto rodoviário. Não poderemos ter acesso a muitos recursos para acomodar as vítimas e até mesmo o sinal de telefone pode estar comprometido em determinadas regiões. Assim, devemos primeiramente manter a calma para pensar com a maior agilidade e frieza possível no momento da tomada de decisão. Outros tópicos mais avançados trarão os devidos conhecimentos relacionados com o posicionamento e outros cuidados com a vítima. Neste primeiro momento, chamamos a sua atenção para o cuidado que se deve ter com o local do acidente. Observar se há risco de explosão, de novos choques, iluminação, presença de animais, ou de qualquer outro risco que possa ser iminente para a vítima e que possa colocar a sua própria segurança em risco. Em uma área rural poderemos pensar similarmente ao citado anteriormente, locais de difícil acesso, ou acidentes em que o automóvel caiu em riachos ou montanhas. Assim, para acessar os locais fica cada vez mais difícil e sua função nesse momento será observar o entorno e a situação das vítimas, observando o que se pode fazer por elas até que o serviço especializado chegue ou se há algo que possa fazer com segurança. Outros contextos mais simples também devem observar a situação do local e as condições da vítima, para que se possa entender o caso e comunicar imediatamente 5 ao serviço competente. Isso é importante, visto que o resgate deverá ser preciso e possuir todo o equipamento necessário para prestar o socorro às vítimas. Como sabemos, os custos com equipamentos e o acesso a eles não é abundante. Então, entende-se que, mesmo nas unidades especializadas, os materiais e equipamentos podem ser escassos, a ponto de revezamento entre dois tipos de acidentes similares ao mesmo tempo. Contextos para Primeiros Socorros Outros contextos de situações para primeiros socorros. Situações para primeiros socorros Fonte: © Macrovector, Freepik (2022). #pratodosverem: Na imagem podemos ver outros contextos dentre os mais diversos, onde prestar é necessário socorro à vítima. Materiais para prestar socorro. Nem todo contexto terá acesso aos materiais necessários. Materiais de primeiros socorros Fonte: © jcomp Freepik (2022). #pratodosverem: imagem ilustrando materiais usados nos primeiros socorros. Prestando socorro. Contextos dos primeiros socorros e seus desfechos. Prestando socorro © Nampix, Freepik (2022). #pratodosverem: na figura, o que veremos mais adiante, sobre uma das condições que podem estar a vítima e o cuidado que deve ser prestado nesse caso, na ressuscitação cardiopulmonar que acontece quando não há pulso ou respiração.. Em casos de queimadas, por exemplo, algumas cidades não possuem suporte adequado para conter grandes incêndios, dependendo assim, do ponto mais próximo 6 de serviço especializado. É claro que tudo isso é contabilizado e normatizado, para que em todo o território seja possível cobrir os acidentes das mais diversas formas, mas devemos ter a consciência de que incidentes podem acontecer e que em algum momento o serviço pode falhar com a população. Assim, nossa primeira tarefa ao adentrar uma urgência ou emergência será observar bem o local e todas as circunstâncias envolvidas naquela situação. É importante também que o cuidado seja prestado por uma pessoa em plena saúde mental e em condições emocionais para a situação, visto a necessidade de se manter o controle até que o caso seja encaminhado para o serviço especializado. Logo, mesmo que você saiba todos os passos a serem seguidos, mas não se sentir seguro para realizar tal procedimento, poderá passar a outra pessoa no local que esteja devidamente preparada (VARA, 2020). Em termos legais, o profissional de saúde tem por obrigação prestar socorro à vítima, desde que esteja no local e tenha condições físicas e mentais para tal. De acordo com o Código Penal, Decreto de lei n. 2848, de 7 de dezembro de 1940: Art. 135 Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena Detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta em morte (BRASIL, 1940). Assim, temos também o respaldo de prestar o socorro em segundo plano caso consideremos que seja um risco à própria saúde ou à da vítima. Mas lembre-se de que a lei está voltada para a atenção à vítima e à necessidade de lidar com o outro como nosso próximo e necessitado nas mais variadas condições de risco à vida. 7 Conceitos: primeiros socorros Urgência e emergência são nomes dados às adversidades que podem ser encontradas em uma situação de socorro. Aqui daremos conceitos básicos sobre essas suas condições, para que você possa identificá-las deforma simples e fácil. A emergência consiste em uma situação em que observa agravos à saúde, de forma que o indivíduo apresenta sofrimento intenso ou risco iminente de morte, necessitando o cuidado imediato. Já a urgência consiste também em uma condição em que há o agravo da saúde do indivíduo, mas de forma que ele não tenha risco potencial de vida e possa esperar um pouco mais pelo serviço de assistência médica (VARA, 2020). Assim, podemos perceber a diferença tênue que há entre as situações de urgência e de emergência e como elas podem ser facilmente confundidas pelos mais leigos. Logo, ao avistar o local, tomar os devidos cuidados com a sinalização e organização do local do acidente, você deverá identificar que tipo de situação a vítima ou as vítimas se encontram, para que possa passar adiante essa e outras informações importantes, isto é, para a equipe que dará continuidade no atendimento assistencial. Mais adiante serão descritas as condições que podem envolver cada uma dessas situações, a título de exemplificação dos mais variados tipos de ocorrências que podem acontecer nos diversificados tipos de acidentes. A princípio é importante ter o conhecimento do número de contato do SAMU, que é o 192 e é indicado para casos em que há vítimas em situações de urgência e emergência. Mas, nos casos em que for detectada a presença de traumas, o bombeiro é a melhor opção a se chamar, através do número 193 (VARA, 2020). Agora ficamos na dúvida sobre qual o tipo de atendimento poderemos chamar em cada caso, não é mesmo? Veja no link a, a indicação de um site com as mais variadas condições e as indicações para cada um dos casos. Lembre-se de que ao chamar qualquer um dos serviços, você deverá ter em plena consciência de que estará “ocupando” o serviço, para isso, que o seja da forma mais adequada possível. Saiba mais Dando continuidade aos conceitos, é importante nos atentarmos para a diferença que há entre o Suporte Básico de Vida (SBV) e o Suporte Avançado de Vida (SAV). Pelo nome, podemos ter alguma noção do nível de complexidade de cada um deles. 8 Mas é importante salientar que o primeiro, no SBV, será constituído por uma equipe de auxiliar ou técnico de enfermagem e o condutor de veículos de emergência. Já no segundo caso (SAV), a equipe será constituída pelo enfermeiro, médico e o condutor do veículo de emergência. Podemos perceber também que os equipamentos e materiais que essas equipes irão transportar também apresentarão níveis de complexidade maiores ou menores, o que dependerá do chamado e das condições da vítima informadas por você no momento do contato (VARA, 2020). Por isso é tão importante estar bem orientado, consciente e calmo no momento da ligação, para que as informações sejam passadas de forma eficiente. Ainda para sabermos um pouco mais sobre os transportes e os tipos de serviços que podem ser prestados pelas equipes de assistência à vítima, observemos o quadro a seguir. Tipos de atendimentos e transportes em urgência e emergência Veículo Equipe Serviço Ambulância de transporte • Condutor do veículo; • Auxiliar ou técnico de enfermagem. • Remoção e transporte simples, eletivo. Ambulância de Suporte Básico de Vida • Condutor do veículo; • Auxiliar ou técnico de enfermagem. • Atendimento pré-hospitalar com risco de vida não conhecido; • Transporte inter-hospitalar com risco de vida; • Intervenções não invasivas. Ambulância de resgate, Suporte Básico de Vida • Condutor do veículo; • Profissionais militares (rodoviário, bombeiro); • 2 profissionais capacitados para SBV, salvamento e resgate. • Atendimento pré-hospitalar com risco para a vida não conhecido; • Intervenções não invasivas; • Resgate e salvamento de vítimas de acidentes e em locais de difícil acesso. Ambulância de Suporte Avançado de Vida • Condutor do veículo; • Enfermeiro. • Médico. • Atendimento pré-hospitalar com intervenções invasivas, de alta complexidade, destinado a pacientes com alta gravidade; • Transporte inter-hospitalar do paciente de alto risco; • Asa rotativa: atendimento pré-hospitalar realizado por transporte aéreo (helicóptero); • Asa fixa: transporte inter- hospitalar realizado por meio de aeronave (avião). 9 Veículo de intervenção rápida • Condutor; • Enfermeiro; • Médico. Transporte da equipe de SAV para atendimento ou fornecer suporte aos profissionais da ambulância; Veículo leve, não transporta o paciente. Fonte: Tobase e Tomazini, (2017). #pratodosverem: o quadro acima diferencia os tipos de transportes e os tipos de serviços que cada equipe utiliza para prestar a assistência à vítima. Assim, podemos perceber que o momento dos primeiros socorros consiste naquele momento inicial, de reconhecimento do acidente, situação, do local, das vítimas e preparação para a tomada de decisão. Além disso, o profissional da área da saúde deverá, a partir de seus conhecimentos clínicos, auxiliar no direcionamento do atendimento, passando informações básicas sobre a vítima. Por isso esse é um conteúdo importante e essencial para todo e qualquer aluno da área da saúde. No tópico a seguir, veremos informações sobre como medir os dados vitais e observar os sinais e sintomas da vítima, o que vai auxiliar bastante no direcionamento dos primeiros socorros. Logo, os objetivos deste primeiro momento foram introduzir o que seriam esses conceitos básicos e conhecer de que forma poderemos presenciar e auxiliar na assistência de uma vítima acidentada. Vale lembrar que o exemplo aqui foi com vítimas de acidentes automobilísticos, mas poderão acontecer devido a diversas outras situações que serão mais bem descritas em outra unidade. Urgências e emergências em primeiros socorros Primeiramente, como já foi citado, o primeiro momento deve ser de muito cuidado e atenção do socorrista, para que nenhum detalhe deixe passar em branco. Assim, após detectar todo o ambiente, os riscos para si e para a vítima, orientar quem ali estiver, entre outras condições possíveis, o socorrista deve planejar em sua mente como será o plano de ação. Se possível, deverá delegar funções a pessoas que possam lhe auxiliar, como no caso de sinalizar a via em que o acidente aconteceu, ou mesmo auxiliar no processo de ressuscitação cardiopulmonar, caso seja preciso. O atendimento à vítima pode ser numerado de forma didática, para compreendermos melhor como esses momentos devem ser divididos e que atitudes devemos tomar a cada um desses instantes, pensando que cada segundo pode ser essencial para a vítima. Podemos dividir os momentos em quatro: A, B, C e D. 10 Momento A Devemos ter o objetivo de reconhecer a situação, local, vítima e todas as condições que envolvem a(s) vítima(s) no momento. Nesse momento já podemos classificar a vítima com relação à sua situação se é uma urgência ou emergência, e no caso de ter mais vítimas, verificar também a situação das demais, sendo que as que possuem melhor prognóstico clínico, isto é, maiores chances de sobreviver, deverão ter um nível de atenção maior. Momento B Deve-se preocupar logo com a chamada do suporte de saúde, que será definido a partir do momento anterior, isto é, que tipo de assistência deve chamar, visto que cada uma delas possui suas características e indicações próprias. Momento C Preocuparemos diretamente com a vítima e seus sinais vitais, isto é, com a circulação sanguínea e respirações. Esse momento será mais bem detalhado no próximo subtópico, para que você possa realizar as medidas treinando em algum colega. Momento D Poderá ser dividido entre as atenções necessárias específicas a cada tipo de caso. Caso a vítima esteja perdendo sangue, por exemplo, talvez seja indicado controlar o sangramento até que a assistência chegue. Mas não se preocupe nesse tipo de caso, pois provavelmente na própria ligação você poderá ser orientado sobre como deverá fazer. Ainda nesse momento D, devemos nos preocupar em manter as condições de segurança do local e dasdemais pessoas que possam estar presentes, evitar infecções, em casos de ferimentos abertos, por exemplo, e deixar a vítima de forma mais confortável possível. 11 Em primeiro momento, a vítima mais grave deverá ser classificada como emergência em relação à outra que corra menos risco de vida, mas as ordens são de que não se deve deixar de dar atenção às vítimas, ganhando sua confiança, visto que o momento pode ser de muita tensão, ocasionando outros riscos desnecessários. Além disso, partindo-se de outro pressuposto, devemos dar maior atenção às vítimas que possuem maior gravidade, a fim de evitar riscos ainda maiores. Lembre-se de que essa é uma enorme responsabilidade com o outro! Atenção Avaliação inicial da vítima Em primeiro momento, o prestador de Socorro deverá, após todo o segmento anterior realizado, entrar em contato com a vítima. Encostar-se a ela, pedir licença, oferecendo ajuda, verificando também se ela responde, já que pode estar desacordada. Assim, nesse primeiro momento procure se identificar e manter a atenção da vítima, para que ela colabore com sua atuação e os resultados sejam os melhores possíveis. Em casos de emergências traumáticas, por exemplo, deve-se entender o que aconteceu, caso a vítima não possa ou consiga falar, de forma a orientar que ela permaneça imóvel até uma tomada de decisão, caso seja necessário posicioná-la ou transportá- la (KARREN et al., 2013). Assim, pensando na maior gravidade que pode envolver acidentes em que há traumas, os procedimentos a serem realizados na verificação dos sinais vitais da vítima deverão ser de acordo com o objeto de aprendizagem a seguir: Primeira fase: controle das vias aéreas e estabilidade cervical. Primeiro deve-se estabelecer e manter o controle das vias áreas e estabilidade da coluna cervical. Primeira fase Fonte: © wavebreakmedia_micro, Freepik (2022). #pratodosverem: na imagem, podemos ver o posicionamento da região cervical a fim de aumentar o espaço das vias aéreas e também a posição de segurança para essa região. 12 Segunda e terceira fase: verificação dos sinais vitais. Depois verificar a respiração e posteriormente a circulação sanguínea. Segunda e terceira fase Fonte: Freepik (2022). #pratodosverem: na imagem, podemos ver uma enfermeira verificando o pulso na artéria radial de uma senhora. Quarta e quinta fase: verificação de lesões secundárias. E, finalmente, verificar sinais de choque e incapacidade. Quarta e quinta fase Fonte: © brgfx, Freepik (2022). #pratodosverem: Observe que além da Escala de Glasgow e da avaliação de outras lesões visíveis, a vítima também pode responder sobre a dor que está sentido, a partir dessa escala analógica. Na primeira fase, para manter o controle da via aérea é necessário posicionar a cabeça da vítima em pequena extensão de coluna cervical, caso não seja contraindicado devido ao trauma ter sido na região. Assim, pode-se adaptar um pano, ou qualquer objeto que possa auxiliar no posicionamento da cervical nessa posição para que a vítima consiga respirar melhor. Em caso de trauma suspeito na região cervical, o melhor a se fazer é procurar a estabilização local, visto que toda a anatomia dessa região é muito delicada, e um pequeno fragmento ou deslocamento ósseo podem gerar sequelas irreversíveis ou mesmo o óbito. Além disso, na fase 2, para verificar a respiração da vítima, em alguns casos será necessário aproximar seu rosto da boca da vítima, de forma a observar os menores sussurros. Isso é importante, visto que nessa região do rosto podemos ter mais sensibilidade e ao mesmo tempo escutar melhor se há passagem de ar nas vias aéreas da vítima. Lembrando que os valores de referência para respirações são em torno de 15 a 20 respirações por minuto e caso esse valor seja muito alto, isto é, maior que 30, podemos considerar o risco de uma acidose, decorrente de lesões cardiovasculares mais graves (KARREN et al., 2013). 13 Verificando a respiração da vítima Fonte: Plataforma Deduca (2022). #pratodosverem: a imagem mostra uma simulação de como deve ser a aproxi- mação da vítima, para verificar os sinais respiratórios. Após essa fase, na fase 3, verifica-se os sinais circulatórios da vítima, isto é, se há batimentos cardíacos. A forma mais fácil de realizar o procedimento é acessar uma das maiores artérias do corpo em busca desse pulso. As artérias mais calibrosas e de fácil acesso são as do pulso (artéria radial), carótidas (na região do pescoço) e femoral (na região inguinal). Lembrando que os valores de normalidade para os batimentos cardíacos são em torno de 60 a 80 batimentos por minuto, quando o indivíduo está em repouso, sendo considerável o momento de estresse e também a depressão de seu sistema nervoso, o que pode causar grande alta ou baixa nos valores, respectivamente (KARREN et al., 2013). Na fase 4, observa-se se a vítima apresenta sinais de choque, isto é, se apresenta sinais de hipotensão, sudorese, palidez, tremores ou alteração no nível de consciência. A hipotensão pode acontecer em situações em que o indivíduo apresente grande perda de volume sanguíneo ou até mesmo em grandes descompensações do sistema nervoso central. Os demais sinais podem estar também associados pela hiper ou hipoexcitação do sistema nervoso, causado pelo estímulo nocivo recebido pela vítima (KARREN et al., 2013). 14 Em último caso, na fase aqui dividida como 5, pode se observar o nível de incapacidade da vítima, a partir da escala de coma de Glasgow, em que se deve priorizar os pacientes que apresentem grau 13 ou mais (KARREN et al., 2013). A escala de coma de Glasglow é comumente utilizada para avaliar pacientes hospitalizados, mas por sua facilidade de aplicação e versatilidade, é indicada também para avaliar a o nível de consciência e capacidade de uma vítima em situações de urgência e emergência. Veja no link como fazer essa avaliação, bem como os sinais que poderão ser observados na vítima. Saiba mais Outros sinais vitais importantes e que poderão auxiliar na triagem da vítima são a temperatura e a pressão arterial. Em algumas condições, pode ser que a vítima esteja aquecida demais ou desaquecida demais, o que também lhe direcionará para os devidos cuidados. Em choques mais graves e em situações de frio extremo é comum que a vítima possa apresentar hipotermia, situação que poderá comprometer seu curso clínico caso não seja controlado. Nesses casos, procura-se por panos, tecidos ou qualquer objeto que possa envolver a vítima, evitando que ela perca ainda mais calor corporal. Assim, a temperatura deve estar por volta de 36 e 37°C, mas lembrando que dificilmente será possível mensurar esse dado. No caso da pressão arterial, é importante saber que os valores normais são entre 120x80mmHg e 140X90mmHg, mas que também será um dado dificilmente mensurado pela dificuldade de se ter um aparelho medidor no local do acidente (KARREN et al., 2013). Você sabia que existe um mnemônico do cuidado com a vítima? Isso mesmo! O “XABCDE”! Funciona assim, antes era considerado somente o “ABCDE”, mas agora inseriram o “X” para identificar sinais de hemorragias graves, visto que são grandes causas de mortes em acidentes mais graves. Assim, o “X” indica para identificação se há hemorragia grave, o “A” para verificar as vias aéreas, o “B” para verificar a respiração, o “C” para verificar a circulação, o “D” para verificar alterações neurológicas, e o “E” para verificar condições de exposição e manutenção da segurança no local. Curiosidade 15 Conclusão Bom, vamos ficando por aqui, agora que já vimos uma pequena introdução sobre os primeiros socorros, que tipo de situação é essa e como nós, profissionais da saúde, devemos nos portar ao nos depararmos com tais situações. Aqui temos um passo a passo sobre os conceitos mais básicos, os conhecimentos mais trabalhados sobre as equipes que prestam o socorro mais especializado, o início da atenção à vítima que nós mesmos deveremos prestar no momentodo acidente. Nas próximas unidades, daremos continuidade com tudo o que você precisa saber sobre esse tema. Até lá! Referências EM 2021, 5 mil pessoas morreram em 64 mil acidentes de carro. Agência Brasil, [S. l.], maio 2022. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2022-05/ em-2021-5-mil-pessoas-morreram-em-64-mil-acidentes-de-carro#:~:text=O%20 n%C3%BAmero%20de%20acidentes%20subiu,5.291%20registradas%20no%20 ano%20anterior. Acesso em: 4 dez. 2022. BRASIL. Decreto-Lei n. 2.828, de 7 de dezembro de 1940. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Rio de Janeiro, 31 dez. 1940. Disponível em: https://www2.camara. leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-2848-7-dezembro-1940-412868- publicacaooriginal-1-pe.html. Acesso em: 4 dez. 2022. KARREN, K. J. et al. Primeiros socorros para estudantes. 10. ed. Barueri: Manole, 2013. TOBASE, L.; TOMAZINI, E. A. S. Urgências e emergências em enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. VARA, M. F. F. Primeiros socorros: um estudo pelo viés da educação física. Curitiba: Intersaberes, 2020.
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