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Laudo, parecer e os mecanismos de mediação de conflitos

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Laudo, parecer e os mecanismos de mediação de con�itos
Prof. Stephanie Kalynka
Descrição
O papel do laudo e do parecer pericial nos trabalhos técnicos contábeis
e a relação da contabilidade nos processos de negociação, conciliação,
mediação e arbitragem.
Propósito
Entender os aspectos aplicados à perícia contábil desenvolve uma visão
sistemática da sua aplicação dentro dos parâmetros legais e auxilia na
obtenção de uma capacidade de interpretação e análise das provas
contábeis, com o fim de preparar o profissional contábil para enfrentar
situações complexas.
Objetivos
Módulo 1
Laudo contábil
Identificar os aspectos do laudo contábil.
Módulo 2
Parecer pericial contábil
Identificar os aspectos do parecer pericial contábil.
Módulo 3
Negociação, conciliação, mediação e
arbitragem
Analisar os aspectos da negociação, conciliação, mediação e
arbitragem.
Introdução
Após a aplicação dos procedimentos de perícia, os peritos
precisam elaborar seus relatórios, cabendo ao perito nomeado a
elaboração do laudo pericial contábil e ao perito assistente o
parecer pericial contábil. Vamos aqui estudar esses relatórios.
Além disso, analisaremos o papel do perito nos procedimentos
de negociação, mediação e arbitragem.

1 - Laudo contábil
Ao �nal deste módulo, você será capaz de Identi�car os aspectos do laudo contábil.
Vamos começar!
Laudo pericial contábil
Neste vídeo, abordaremos o laudo pericial, sua função e estrutura.
Características
O perito deve apresentar seu laudo pericial, e o assistente técnico deve
oferecer seu parecer contábil após a conclusão dos trabalhos periciais
por meio da utilização dos procedimentos de perícia de:

Cabe ressaltar que o laudo pericial contábil e o parecer pericial contábil
devem ser elaborados somente por contador ou pessoa jurídica, se a lei
assim permitir, devidamente registrados e habilitados.
De acordo com a NBC TP 01, o laudo pericial contábil representa um
documento escrito, que deve registrar, de forma abrangente, o conteúdo
Exame
Vistoria
Indagação
Investigação
Arbitramento
Mensuração
Avaliação
Certi�cação
Testabilidade
da perícia e particularizar os aspectos e as minudências que envolvam o
seu objeto e as buscas de elementos de prova necessários para a
conclusão do seu trabalho.
Resumindo
O laudo pericial contábil representa um documento em que o
profissional da área se pronuncia sobre os fatos que foram submetidos
à análise.
Para ficar mais claro o entendimento, imagine, por exemplo, que o sócio
de uma empresa pediu para sair da sociedade e entendeu que foi
prejudicado quanto ao valor de quotas, entrando na Justiça para discutir
isso. O advogado do sócio sabe que, pela lei, seu cliente tem direito a
receber o valor de suas quotas na forma em que o contrato foi
estabelecido, mas não tem conhecimentos contábeis suficientes para
atestar isso.
Já o juiz, sendo também advogado, não dispõe de conhecimento
especializado para julgar e requer, portanto, a opinião de um perito-
contador por meio de um laudo pericial. O perito-contador irá analisar o
caso e emitirá um laudo sobre o objeto apreciado.
Comentário
Cabe ressaltar que o perito precisa no final do laudo registrar de forma
clara e precisa sua opinião, contendo argumentos. A NBC TP 01
determina que a linguagem adotada pelo perito em seu laudo deve ser
clara e concisa, evitando estender-se demais e sem “rodeios”,
possibilitando aos julgadores e às partes o devido conhecimento da
prova técnica e interpretação dos resultados obtidos.
As respostas aos quesitos (perguntas) devem ser objetivas, completas e
não sucintas. Os termos técnicos devem ser inseridos no laudo de
modo a se obter uma redação que qualifique o trabalho pericial,
respeitadas as Normas Brasileiras de Contabilidade.
Durante a utilização dos procedimentos de perícia e no momento de
elaboração do laudo pericial existem algumas terminologias utilizadas
que devemos conhecer. Confira a seguir tais terminologias e seus
respectivos conceitos, de acordo com a NBC TP 01:
Redação pormenorizada e efetuada com cautela em relação aos
procedimentos e aos resultados obtidos no trabalho pericial.
Forma circunstanciada 
Síntese do objeto da perícia: definir de forma clara o propósito ou
a finalidade da perícia.
Relato ou transcrição sucinta, de forma que resulte em leitura
compreensiva dos fatos sobre as questões básicas que
resultaram na nomeação ou na contratação do perito.
(a) lato sensu: todos os atos adotados pelo perito, inclusive,
comunicações às partes e seus assistentes, na busca de
documentos, coisas, dados e informações e outros elementos de
prova necessários à elaboração do trabalho pericial;
(b) stricto sensu: trabalho de campo na busca de elementos
necessários que não estejam juntados aos autos.
Faculdade que tem o perito de distinguir como proceder em
torno dos fatos alegados para decidir as diretrizes e os
procedimentos que deve seguir na elaboração do trabalho
pericial.
Procedimento de análise técnica e/ou científica de valoração dos
elementos probantes que instruíram a demanda,
predominantemente aceito pelos especialistas da área do
conhecimento do qual se originou.
Resumo dos autos 
Diligência 
Critério 
Método 
Conclusão 
Exposição sintética da matéria fática constatada, indicando o
suporte técnico-científico que justifica as conclusões a que
chegou o perito ou o assistente técnico.
Outras informações ou elementos relevantes, que não constaram
da quesitação, devem ser consignados.
Documentos elaborados pelo perito contábil; anexos são
documentos entregues a estes pelas partes e por terceiros, com
o intuito de complementar a argumentação ou elementos de
prova.
Informações prestadas pelo perito aos pedidos de
esclarecimentos sobre trabalho pericial determinados pelas
autoridades competentes, por motivos de obscuridade,
incompletudes, contradições ou omissões.
A NBC TP 01 prevê que os peritos devem, na conclusão do trabalho
pericial, considerar as formas explicitadas nos itens seguintes:
Apêndices 
Esclarecimentos 
 Omissão de fatos: o perito nomeado não pode
omitir nenhum fato relevante encontrado no
decorrer de suas pesquisas ou diligências, mesmo
que não tenha sido objeto de quesitação e desde
que esteja relacionado ao objeto da perícia.
 A conclusão com quantificação de valores é viável
em casos de: apuração de haveres; liquidação de
sentença, inclusive em processos trabalhistas;
resolução de sociedade; avaliação patrimonial,
entre outros.
Conteúdo e estrutura
O artigo 473 do Código de Processo Civil traz indicações do que deve
conter um laudo pericial:
A exposição do objeto da perícia;
A análise técnica ou científica realizada pelo perito;
A indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando
ser predominantemente aceito pelos especialistas da área do
conhecimento da qual se originou;
Resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz,
pelas partes e pelo órgão do Ministério Público.
 Pode ocorrer que, na conclusão, seja necessária a
apresentação de alternativas, condicionada às
teses apresentadas pelas partes, casos em que
cada uma apresenta uma versão para a causa. O
perito pode apresentar as alternativas
condicionadas às teses apresentadas, devendo,
necessariamente, ser identificados os critérios
técnicos que lhes deem respaldo.
 A conclusão pode ainda reportar-se às respostas
apresentadas nos quesitos.
 A conclusão pode ser, simplesmente, elucidativa
quanto ao objeto da perícia, não envolvendo,
necessariamente, quantificação de valores.
O Código de Processo Civil expressa ainda que o perito deve apresentar
sua fundamentação utilizando uma linguagem simples e com coerência
lógica, indicando como alcançou suas conclusões, sendo vedado a ele
ultrapassar os limites de sua designação, bem como emitir opiniões
pessoais que excedam o exame técnico ou científico do objeto da
perícia.
Cabe ressaltar que, para o desempenho de sua função, o peritopode
valer-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo
informações, solicitando documentos que estejam em poder da parte,
de terceiros ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com
planilhas, mapas, plantas, desenhos, fotografias ou outros elementos
necessários ao esclarecimento do objeto da perícia.
De acordo com a NBC TP 01, o laudo deve conter, no mínimo, os
seguintes itens:
I
Identificação do processo ou do procedimento, das partes, dos
procuradores e dos assistentes técnicos.
II
Síntese do objeto da perícia.
III
Resumo dos autos.
IV
Análise técnica e/ou científica realizada pelo perito.
V
Método científico adotado para os trabalhos periciais,
demonstrando as fontes doutrinárias deste e suas etapas.
VI
Relato das diligências realizadas.
VII
Transcrição dos quesitos e suas respectivas respostas
conclusivas para o laudo pericial contábil.
VIII
Conclusão.
IX
Termo de encerramento, constando a relação de anexos e
apêndices.
X
Assinatura do perito: deve constar sua categoria profissional de
contador, seu número de registro em Conselho Regional de
Contabilidade e, se houver, o número de inscrição no Cadastro
Nacional de Peritos Contábeis (CNPC), e sua função: se laudo,
perito nomeado; e, se parecer, assistente técnico da parte.
É permitida a utilização da certificação digital, em consonância com a
legislação vigente e as normas estabelecidas pela Infraestrutura de
Chaves Públicas Brasileiras – ICP-Brasil.
Veja um exemplo de laudo pericial (MULLER, TIMI, HEIMOSKI, 217).
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/04289/docs/Exemplo_de_laudo_pericial.pdf
Conforme demonstrado no exemplo de laudo, o perito precisa de forma
clara e objetiva apresentar os itens exigidos. De acordo com Sá (2019),
para que um laudo possa ser classificado de boa qualidade, precisa
atender a seis requisitos mínimos. São eles:
Princípio que se estriba no preceito acolhido pelas ciências, ou
seja, a exclusão do julgamento em bases “pessoais” ou
“subjetivas”. Em seu laudo, o perito não deve divagar, mas, de
forma concreta, ater-se à matéria, respeitando sua disciplina de
conhecimentos.
O perito precisa ater-se à questão com “realidade” e dentro dos
“parâmetros da contabilidade”, e não deve utilizar expressões
como as exemplificadas – “Parece-me”; o perito não deve emitir
opiniões vagas e imprecisas em matéria definida no
conhecimento contábil. Por isso, um laudo também deve ter rigor
tecnológico, ou seja, deve limitar-se ao que é reconhecido como
científico no campo da especialidade.
A concisão exige que as respostas evitem o prolixo. Um laudo
deve evitar palavras e argumentos inúteis ao caso. Um laudo
deve ser bem redigido, mas não é uma peça literária; precisa
ater-se ao “assunto” e responder satisfatoriamente. A concisão,
todavia, não deve chegar ao absurdo da exclusão dos
argumentos.
No que tange à argumentação, deve o perito alegar por que
concluiu ou em que se baseia para apresentar sua opinião.
Objetividade 
Rigor tecnológico 
Concisão 
Argumentação 
No que tange à exatidão, ela é condição essencial de um laudo.
O perito não deve “supor”, mas só afirmar quando tem absoluta
segurança sobre o que opina. A exatidão de um laudo só pode
ser conseguida se as provas que instruíram a demanda, e que
conduzem à opinião, são consistentes e obtidas por critérios
eminentemente contábeis.
A clareza compreende, pois, também em si a necessidade de que
uma resposta não só seja isenta de dúvidas, como também
tenha a abrangência completa dentro do que se pergunta.
O perito nomeado, depois de protocolar o laudo, pode fornecer cópia
aos assistentes técnicos. Cabe ressaltar que, conforme NBC TP 01,
quando se tratar de laudo pericial contábil, assinado em conjunto pelos
peritos, há responsabilidade solidária sobre o referido documento.
Prazo e espécies
Os laudos variam de acordo com suas finalidades e, no campo
administrativo, podem existir laudos para atender propósitos como
desfalques (fraudes); corrupção; opinião de apoio ao conselho fiscal ou
ao conselho administrativo; abuso de direito ou de poder, logo, desvio de
finalidade; desempenho ou gestão; aumentos salariais; e decisões
administrativas diversas.
Em muitos casos, o trabalho de perícia é feito em conjunto por mais de
um profissional; geralmente, nas perícias judiciais são três, sendo o
perito do juiz e dois assistentes. Já em casos extrajudiciais, como
avaliação de bens para aumento de capital, a lei obriga que sejam três
os peritos. E, nesses casos, quando o laudo é realizado por uma junta de
peritos, ou seja, por mais de um profissional, tem-se o laudo coletivo.
Comentário
Exatidão 
Clareza 
Sendo o trabalho coletivo, é possível ocorrer concordância plena,
concordância parcial e/ou discordância total entre os peritos. Nos casos
de discordância, o perito que não concorda produz um laudo à parte no
qual manifesta seu ponto de vista, sendo esse o caso dos laudos em
separado.
Aqui, o perito, em seu laudo, diz que concorda com os demais em tais
ou quais respostas, mas discorda em tal ou qual. No caso de
“discordância”, é preciso que o perito não só apresente seu ponto de
vista, mas também o justifique e argumente a razão de sua
discordância. Se todos estão de acordo, todos assinam em conjunto.
Aqueles que discordam apresentam laudos em separado.
Pode também ocorrer do laudo pericial ser insuficiente, sem esclarecer
tudo o que dele se espera como meio de entendimento sobre uma
questão ou várias que tenham sido formuladas. Quando ocorre a
“insuficiência”, é aconselhável outra perícia.
Também podemos ter a figura do laudo deficiente, quando ocorre
ausência de conhecimento do perito, sendo um laudo não suficiente sob
o ponto de vista quantitativo e qualificativo, por ser deficitário ou
incompleto (SÁ, 2019).
Há também o laudo que enseja esclarecimento por
permitir interpretação duvidosa. Caso haja
necessidade de esclarecimento, podem as partes e o
próprio juiz ficar satisfeitos com explicações verbais
ou adicionais. Não se trata, no caso, de fazer-se “nova
perícia”, mas de objetivar respostas aos laudos.
Quanto aos prazos, o juiz nomeará perito especializado no objeto da
perícia e fixará de imediato o prazo para a entrega do laudo, conforme
menção no Código de Processo Civil.
Dentro de 15 dias contados da intimação do despacho de nomeação do
perito, as partes precisam arguir o impedimento ou a suspeição do
perito, se for o caso; indicar assistente técnico; e apresentar quesitos.
Ciente da nomeação, o perito precisa apresentar em cinco dias a
proposta de honorários; currículo, com comprovação de especialização;
e contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico para onde
serão dirigidas as intimações pessoais. Igual prazo de cinco dias se
aplica às partes para se manifestarem a respeito da proposta de
honorários.
Com a decisão do juiz acerca do honorário, o perito deve, em outros
cinco dias, comunicar nos autos a data do exame pericial e demais
necessidades para tal ato. O perito protocolará o laudo em juízo, no
prazo fixado pelo juiz, pelo menos 20 dias antes da audiência de
instrução e julgamento.
A NBC PP 01 aborda que, quando não for possível concluir o laudo
pericial no prazo fixado pelo juiz, deve o perito nomeado requerer o seu
adiamento antes de vencido aquele, apresentando os motivos que
ensejaram a solicitação. O Código de Processo Civil prevê, em seu art.
476, que se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar o
laudo dentro do prazo, o juiz poderá conceder-lhe, por uma vez,
prorrogação pela metade do prazo originalmente fixado.
As partes serão intimadas para manifestação acerca do laudo pericial,
com prazo de 15 dias para tal. O prazo de resposta do perito às
divergências ou dúvidas das partes, do juízo, do Ministério Público e
divergência técnica dos assistentes técnicos também é de 15 dias. O
perito ou o assistente técnico será intimado por meio eletrônico, compelo menos 10 dias de antecedência da audiência.
Comentário
De acordo com a NBC TP 01, havendo determinação de esclarecimentos
sobre o laudo ou parecer sem a realização de audiência, o perito deve
fazê-los, por escrito, observando em suas respostas os mesmos
procedimentos adotados quando da feitura do esclarecimento em
audiência, no que for aplicável. Perguntas suplementares e/ou
complementares formuladas sob a forma de esclarecimentos devem ser
submetidas à autoridade julgadora.
Conforme esclarece a NBC PP 01, o perito deve prestar esclarecimentos
sobre o conteúdo do laudo pericial contábil ou do parecer pericial
contábil, em atendimento à determinação da autoridade competente. Se
o pedido de esclarecimentos tratar de matéria nova, alheia ao conteúdo
do laudo pericial, se caracteriza quesito suplementar, pois amplia o
escopo original da investigação.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O contador Y foi nomeado para elaborar os cálculos de liquidação
de sentença em uma demanda judicial que tramita na 1012ª Vara
do Trabalho, com base nos parâmetros determinados para
apuração do valor devido na reclamação trabalhista. A Douta
Magistrada determina a utilização do índice TR – Taxa Referencial
até 25 de março de 2015 e IPCA-E – Índice de Preços ao
Consumidor Amplo Especial a partir de 26 de março de 2015, e que
os cálculos sejam realizados no PJE-CALC Cidadão.
Durante a execução do trabalho pericial, o perito contábil constatou
a ausência de documentos necessários à feitura do laudo pericial.
Contudo, decidiu elaborar o laudo pericial somente com os
documentos inseridos no PJE (Processo Judicial Eletrônico). Com
base na situação descrita e considerando o que dispõe a NBC TP
01 – Perícia Contábil, julgue os itens e, em seguida, assinale a
alternativa correta.
I. O perito contábil deve elaborar o Laudo Pericial sem estar
devidamente munido de documentos.
II. Mediante termo de diligência, o perito contábil deve solicitar
por escrito todos os documentos e informações relacionadas
ao objeto da perícia, fixando o prazo para entrega.
III. O perito contábil deveria informar nos autos acerca da
insuficiência de documentos, indicar a necessidade de
apresentação dos mesmos e informar ao Juízo sobre os
prejuízos decorrentes.
IV. O perito contábil deve elaborar o Laudo Pericial limitado às
informações e documentos coligidos aos autos.
Estão corretos os itens:
A I e III.
B II, III e IV.
Parabéns! A alternativa C está correta.
Durante a execução do trabalho pericial, o perito contábil,
constatando a ausência de documentos necessários à feitura do
laudo pericial, deve solicitá-los por meio do termo de diligência e
informar nos autos, indicando a necessidade de sua apresentação.
Deve ainda informar ao Juízo sobre os prejuízos decorrentes da
ausência dos documentos.
Questão 2
(Adaptada de CFC, 2000) O laudo pericial contábil e parecer pericial
contábil
C II e III.
D I e II.
E III e IV.
A são ilimitados.
B têm por limite o saldo de contas a receber.
C
têm por limite os próprios objetivos da perícia
deferida ou contratada.
D são parciais e limitados.
E
são parciais e têm por limite o saldo de contas a
receber.
Parabéns! A alternativa C está correta.
O laudo pericial e o parecer têm como limite os próprios objetivos
da perícia, visto que os peritos apenas terão condições de concluir
sobre aquilo que estão analisando.
2 - Parecer pericial contábil
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os aspectos do parecer pericial contábil.
Vamos começar!
Parecer pericial contábil
Neste vídeo, serão abordados os relatórios do perito: laudo e parecer,
destacando as diferenças entre eles.

Primeiras palavras
O parecer pericial contábil, assim como o laudo, representa um
documento escrito que deve registrar, de forma abrangente, o conteúdo
da perícia e particularizar os aspectos e as minudências que envolvam
seu objeto e as buscas de elementos de prova necessários para a
conclusão do seu trabalho.
Cabe ressaltar que o parecer é elaborado pelo assistente
técnico e o laudo pelo perito nomeado.
Lembrando que o perito-assistente técnico precisa ser um profissional
contábil habilitado e registrado no Conselho Regional de Contabilidade.
Esse profissional é de confiança das partes envolvidas, não se sujeita a
impedimento ou suspeição, e ajuda a elaborar os quesitos
(questionamentos).
Se você está se perguntando se o perito nomeado mantém contato com
o perito-assistente técnico durante a execução da perícia, a resposta é
sim! Essa previsão está descrita na NBC TP 01, indicando que, ao ser
intimado para dar início aos trabalhos periciais, o perito nomeado deve
comunicar às partes e aos assistentes técnicos a data e o local de início
da produção da prova pericial contábil, exceto se fixados pelo juízo,
juízo arbitral ou autoridade administrativa, seguindo as orientações
descritas:
I
Caso não haja, nos autos, dados suficientes para a localização
dos assistentes técnicos, a comunicação deve ser feita aos
advogados das partes e, caso estes também não tenham
informado endereço nas suas petições, a comunicação deve
ser feita diretamente às partes e/ou ao juízo, juízo arbitral ou
autoridade administrativa.
II
Assim que formalizada sua contratação, pode o assistente
técnico manter contato com o perito, colocando-se à
disposição para cooperar no desenvolvimento do trabalho
pericial.
III
O perito nomeado deve assegurar aos assistentes técnicos o
acesso aos autos e aos elementos de prova arrecadados
durante a perícia, indicando local, data e hora para exame
deles.
IV
Os assistentes técnicos têm o dever inalienável de colaborar
para a revelação da verdade e comportar-se de acordo com a
boa-fé e com a equidade, além de cooperar entre si e com o
perito nomeado para que se obtenha um resultado da perícia
em tempo razoável.
V
Os assistentes técnicos podem entregar ao perito nomeado
cópia do seu parecer prévio, planilhas ou memórias de cálculo,
informações e demonstrações que possam esclarecer ou
auxiliar o trabalho a ser desenvolvido pelo perito nomeado,
assegurado o acesso ao outro assistente.
O Código de Processo Civil prevê que o perito deve assegurar aos
assistentes das partes o acesso e o acompanhamento das diligências e
dos exames que realizar, com prévia comunicação, comprovada nos
autos, com antecedência mínima de cinco dias.
A NBC TP 01 prevê que o assistente técnico pode, logo após sua
contratação, manter contato com o advogado da parte que o contratou,
requerendo dossiê completo do processo para conhecimento dos fatos,
bem como realizar o acompanhamento dos atos processuais no que for
pertinente à perícia.
Assim como o laudo, o parecer também precisa ser escrito de forma
clara e precisa, respeitando as Normas Brasileiras de Contabilidade, e
deve contemplar o resultado alcançado por meio de elementos de prova
inclusos nos autos ou arrecadados em diligências que o perito tenha
efetuado, por intermédio de peças contábeis e quaisquer outros
documentos, tipos e formas.
É possível que o perito-assistente técnico discorde do perito nomeado;
portanto, caso o parecer contábil seja contrário ao laudo apresentado
pelo perito, é necessário que o assistente técnico fundamente suas
manifestações.
Cabe ressaltar que o parecer contábil pode ser apresentado já na
petição inicial, ou seja, na abertura do processo, antes que seja
nomeado um perito do juízo, ou na contestação. Caso o juiz considere o
parecer suficiente, poderá dispensar a nomeação de um perito do juízo.
Atenção!
Destaca-se que o parecer pericial contábil, também conhecido por
parecer técnico contábil, é um forte instrumento em defesa das partes
no processo, podendo o juiz afastar o laudo pericial e fundamentar a
sentença apenas com base no parecer.
De acordo com a NBC TP 01, o assistente técnico não pode validar o
laudo pericial quando o documento tiver sido elaborado por leigoou
profissional de outra área, devendo, neste caso, oferecer o parecer
pericial contábil sobre a matéria periciada.
Conteúdo e estrutura; prazos e
espécies
Na elaboração do parecer contábil aplicam-se os mesmos itens, que
couberem, referentes à construção do laudo, sendo eles descritos a
seguir:
 Identificação do processo ou do procedimento, das
partes, dos procuradores e dos assistentes
técnicos.
 Síntese do objeto da perícia.
 Resumo dos autos.
 Análise técnica e/ou científica realizada pelo perito.
É permitida a utilização da certificação digital, em consonância com a
legislação vigente e as normas estabelecidas pela Infraestrutura de
 Método científico adotado para os trabalhos
periciais, demonstrando as fontes doutrinárias
deste e suas etapas.
 Relato das diligências realizadas.
 Transcrição dos quesitos e suas respectivas
respostas conclusivas para o laudo pericial
contábil.
 Conclusão.
 Termo de encerramento, constando a relação de
anexos e apêndices.
 Assinatura do perito: deve constar sua categoria
profissional de contador, seu número de registro em
Conselho Regional de Contabilidade e, se houver, o
número de inscrição no Cadastro Nacional de
Peritos Contábeis (CNPC), e sua função: se laudo,
perito nomeado; e, se parecer, assistente técnico da
parte.
Chaves Públicas Brasileiras – ICP-Brasil.
Atenção!
O parecer pericial contábil – realizado após a entrega do laudo pericial
contábil – consiste na formalização do trabalho desenvolvido pelo
assistente técnico, convergente ou divergente do trabalho do perito
judicial. O assistente técnico deve entregar o parecer no prazo de 15
dias após a intimação das partes sobre a apresentação do laudo.
Lembrando que o parecer contábil pode ser apresentado já na petição
inicial, ou seja, na abertura do processo, antes que seja nomeado um
perito do juízo, ou na contestação. Caso o juiz considere o parecer
suficiente, poderá dispensar a nomeação de um perito do juízo.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
(FUNDATEC, 2021) Em obediência às normas pertinentes à perícia
contábil, uma vez concluídos os trabalhos periciais, o perito
nomeado deve apresentar _______________, e o assistente técnico
pode oferecer seu _______________, obedecendo aos respectivos
prazos legais ou contratuais.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as
lacunas do trecho acima.
A Laudo pericial contábil – parecer pericial contábil
B Laudo pericial contábil – relatório pericial contábil
C Parecer pericial contábil – laudo pericial contábil
D Parecer pericial contábil – relatório pericial contábil
E Relatório pericial contábil – laudo pericial contábil
Parabéns! A alternativa A está correta.
O perito nomeado elabora o laudo pericial e, o assistente técnico, o
parecer pericial.
Questão 2
Assinale a alternativa correta relacionada a laudo e parecer pericial
contábil.
A
O parecer pericial contábil representa um
documento no qual o perito nomeado registra o
conteúdo da perícia e particulariza os aspectos e as
minudências que envolvam o seu objeto.
B
O laudo pericial representa um documento escrito
no qual o juiz registra suas conclusões sobre o
conteúdo da perícia e o parecer é um documento
escrito produzido pelo perito nomeado.
C
O parecer pericial é um documento escrito e o laudo
representa um documento em vídeo gravado pelo
perito nomeado.
D
O laudo representa um documento escrito completo
sobre a perícia e o parecer é algo mais simples, que
não precisa levar em consideração as Normas de
Contabilidade.
E
O parecer, assim como o laudo, representa um
documento escrito, que deve registrar, de forma
abrangente, o conteúdo da perícia e particularizar os
aspectos e as minudências que envolvam o seu
objeto e as buscas de elementos de prova
necessários para a conclusão do seu trabalho.
Parabéns! A alternativa E está correta.
Tanto o parecer quanto o laudo representam documentos escritos,
que devem registrar, de forma abrangente, o conteúdo da perícia e
particularizar os aspectos e as minudências que envolvam o seu
objeto e as buscas de elementos de prova necessários para a
conclusão do seu trabalho. O parecer é elaborado pelo assistente
técnico e o laudo pelo perito nomeado.
3 - Negociação, conciliação, mediação e arbitragem
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar os aspectos da conciliação, mediação e
arbitragem.
Vamos começar!
Negociação, conciliação, mediação e
arbitragem
Neste vídeo, abordaremos os relatórios do perito: laudo e parecer,
destacando as diferenças entre eles.

Conceito de negociação, conciliação,
mediação e arbitragem
Conflitos fazem parte do convívio da sociedade, mas, com o expressivo
aumento de demandas sociais, ocorreu o sobrecarregamento do Poder
Judiciário. Por isso, surgiram diversos métodos de resolução de litígios,
como arbitragem, mediação e conciliação. Vamos na sequência
entender cada um deles.
A arbitragem é um pacto de livre vontade, firmado entre duas ou mais
pessoas para a solução de suas eventuais polêmicas. Instituiu-se a
arbitragem no Brasil com a Lei 9.307 de 23 de setembro de 1996. O
benefício de se usar a arbitragem é que esse procedimento traz mais
praticidade.
Para se beneficiar da arbitragem é necessário, no
momento da contratação, quando os indivíduos firmam
um contrato, optar por nele inserir uma cláusula
arbitral, especificando que, caso venha a surgir um
litígio futuro, ele será resolvido por arbitragem.
Caso não tenha essa cláusula especificada, ainda assim é possível
firmar um compromisso arbitral, e cabe ressaltar que, uma vez escolhida
a arbitragem, não é mais possível recorrer ao Poder Judiciário, cabendo
ao árbitro e não ao juiz solucionar o litígio.
Atenção!
Só é permitida a arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos
patrimoniais disponíveis. Além disso, não cabe recurso na decisão do
árbitro.
Já a mediação é regulada pela Lei 13.140 de 26 de junho de 2015 e,
assim como na arbitragem, as pessoas em conflito buscam um terceiro
imparcial e independente para ajudá-las na solução de um litígio; no
entanto, o mediador não possui jurisdição.
O papel do mediador é aproximar as partes, identificar
os pontos convergentes e ajudar a encontrar uma
solução. Ele não propõe um acordo porque isso deve
vir das partes e, alcançando a solução, o consenso
pode ser homologado em juízo.
A conciliação é uma técnica para a solução de polêmicas em que os
litigantes, por intermédio de um conciliador, resolvem a polêmica,
mediante um acordo, podendo ser assistidos por peritos em
Contabilidade. Nesse caso, o conciliador sugere e propõe soluções para
o conflito, cabendo às partes aceitarem ou não essa proposta.
Vários são os fatores que fazem com que se escolham esses métodos
para a resolução de conflitos. Vamos analisar na tabela a seguir alguns
desses fatores que afetam a seleção do método de conflito adotado.
Fatores que afetam
a seleção da
técnica de solução
do conflito
Mediação Conciliação
Disputas pouco
complexas
X X
Controle do
processo pelas
partes
X X
Ajuda as partes a
entenderem a
demanda
X X
Tratamento justo
de ambas as partes
X X
Liberdade das
partes de procurar
outros métodos se
não estiverem
satisfeitos com a
negociação
X X
Fatores que afetam
a seleção da
técnica de solução
do conflito
Mediação Conciliação
Processo
voluntário
X X
Agilidade do
processo
X X
Econômico X X
Preservação do
relacionamento
X X
Flexibilidade do
processo
X X
Fornece
especialista
qualificado e neutro
para tratar
questões
complexas
X X
Economiza nas
despesas de
julgamento
X X
Disputas
complexas
Enfocement da
decisão
X X
Capacidade de
recorrer se não se
satisfizer com o
resultado
Formalidade do
processo
Tabela: Fatores que afetam a seleção da técnica de solução do conflito.
Soares, Gonçalvez, Borges, Lima (2019).
Para fechar, vamos conhecer mais um método que não poderíamos
deixarde abordar: a negociação, utilizada para casos que não
necessitam de uma intervenção de terceiros, sendo as próprias partes
que resolvem o caso.
Etapas da arbitragem, mediação e
conciliação
Depois de entendidos os conceitos de conciliação, mediação e
arbitragem, vamos ver as etapas da arbitragem, mediação e conciliação
para melhor compreensão desses métodos.
Etapas de arbitragem
Comecemos entendendo as etapas, também conhecidas por fases, da
arbitragem descritas a seguir de acordo com a Cartilha de perícia
contábil, mediação, conciliação e arbitragem, edição 5, CRCBa.:
 Instalação da arbitragem
Fase pré-arbitral
Apresentação de argumentos e da cláusula
compromissória; assinatura do Termo de
Compromisso Arbitral; valor; protocolo do
requerimento/petição da parte; notificação da parte;
escolha do tipo de arbitragem; sede e idioma; leis e
normativos; escolha e aceitação do(s) árbitro(s)
pelas partes; instalação da jurisdição arbitral.
 Organização da arbitragem
Possibilidade de acordo e determinação de itens a
serem observados
D i ã d diê i d fi i
Etapas de mediação
Agora vamos identificar as etapas da mediação, descritas a seguir de
acordo com a cartilha de perícia contábil, mediação, conciliação e
arbitragem, edição 5, CRCBa. Cabe ressaltar que o mediador possui a
liberdade para flexibilizar o procedimento.
Ocorre com a recepção das partes de forma adequada, seguida
de uma declaração de abertura realizada pelo mediador, em que
são apresentadas as informações principais sobre o
funcionamento da mediação, do papel do mediador e o que se
espera das partes e de seus advogados.
Designação da audiência para definir
desenvolvimento da arbitragem: prazos; provas a
serem apresentadas; possibilidade de acordo ou
conciliação; saneamento de omissões;
esclarecimentos de pontos confusos; modificações
necessárias; fixação do objeto e termos da lide.
 Desenvolvimento da arbitragem
Análise do caso
Observação das regras e procedimentos.
Apresentação de motivos, análise do caso;
necessidade ou não de perícia.
 Sentença arbitral
Proferida a decisão
Título Executivo Extrajudicial.
Iniciação e ambientação 
Após a declaração de abertura, as partes fazem a narrativa dos
fatos. O mediador deve escutar ativamente e pode elaborar
perguntas para melhor entender a questão e esclarecer pontos
do conflito que estiverem obscuros.
O mediador, utilizando uma linguagem neutra e positiva, faz o
resumo do conflito, demonstrando às partes que compreendeu
as suas narrativas.
Utilizando-se de técnicas adequadas, o mediador formulará
perguntas para as partes a fim de favorecer a elucidação das
questões controvertidas.
Uma vez concluídas as etapas anteriores e, tendo sido alcançada
a adequada compreensão do conflito, o mediador pode conduzir
as partes a analisarem possíveis soluções para encerrar a
controvérsia.
Reunião de informações 
Identificação de questões, interesses e sentimentos 
Esclarecimento das controvérsias e dos interesses 
Resolução das questões 
Após discussão sobre as teses e soluções apresentadas, se
satisfatórias para as partes, o acordo é redigido a termo – se as
partes assim o quiserem, consequentemente, poderá ser
encaminhado para análise e homologação do juiz. Não
ocorrendo uma solução satisfatória, o mediador orientará as
partes quanto aos procedimentos subsequentes, que poderão
observar para resolução da pendência.
Etapas de conciliação
As etapas da conciliação seguem a mesma sequência da mediação,
conforme descritas a seguir, também de acordo com a Cartilha de
perícia contábil, mediação, conciliação e arbitragem, ed. 5, CRCBa.
Contudo, vale ressaltar que o conciliador pode sugerir soluções para o
litígio.
Ocorre com a recepção das partes de forma adequada, seguida
de uma declaração de abertura realizada pelo conciliador, em
que são apresentadas as informações principais sobre o
funcionamento da conciliação, do papel do conciliador e o que
se espera das partes e de seus advogados (se presentes).
Após a declaração de abertura, as partes fazem a narrativa dos
fatos. O conciliador deve escutar ativamente e pode elaborar
perguntas para melhor entender a questão e esclarecer pontos
do conflito que estiverem obscuros.
O conciliador, utilizando uma linguagem neutra e positiva, faz o
resumo do conflito, demonstrando às partes que compreendeu
Encerramento 
Iniciação e ambientação 
Reunião de informações 
Identificação de questões, interesses e sentimentos 
as suas narrativas.
Utilizando-se de técnicas adequadas, o conciliador formulará
perguntas para as partes a fim de favorecer a elucidação das
questões controvertidas.
Uma vez concluídas as etapas anteriores e, tendo sido alcançada
a adequada compreensão do conflito, o conciliador pode
conduzir as partes a analisarem possíveis soluções que possam
encerrar a controvérsia, inclusive com sugestões para o litígio,
desde que evite forçar as partes a se conciliarem.
Após discussão e teses das soluções apresentadas, se
satisfatórias para as partes, o acordo é redigido a termo – se as
partes assim o quiserem, consequentemente, poderá ser
encaminhado para análise e homologação do juiz. Não
ocorrendo uma solução satisfatória, o conciliador orientará as
partes quanto aos procedimentos subsequentes que poderão
observar.
Mas o que arbitragem, mediação e conciliação têm a ver com
contabilidade? Vamos descobrir.
Contabilidade na arbitragem,
mediação e conciliação
Depois de entendidos os conceitos e etapas de arbitragem, negociação
e conciliação, vamos ver como os profissionais contábeis podem
Esclarecimento das controvérsias e dos interesses 
Resolução das questões 
Encerramento 
contribuir nesses aspectos.
Partindo do princípio de que os processos de arbitragem são sobre a
matéria patrimonial, percebemos que os contadores atuam como
árbitros especialistas por sua natural formação. Os profissionais
contábeis também podem atuar como peritos ou assistentes, de forma
semelhante ao que ocorre no Poder Judiciário.
Segundo Sá (2019), a perícia no âmbito da arbitragem constitui um
conjunto de procedimentos técnico-científicos destinados a levar ao
conhecimento do árbitro o resultado de um exame, vistoria ou avaliação
para subsidiar a solução do litígio ou constatação de um fato, mediante
a elaboração de laudo e/ou parecer pericial, em conformidade com um
método científico pertinente à área da Contabilidade.
O laudo pericial e os pareceres dos assistentes,
preferencialmente, devem ser por escrito, mas também
podem ser por sustentação oral das conclusões em
sessão arbitral, sendo permitido às partes requerer
esclarecimento ao perito sobre pontos tidos como
obscuros.
Assim como na arbitragem, os profissionais de contabilidade também
podem atuar como mediadores e conciliadores, e na elaboração de
provas periciais que possam servir de base para solucionar os conflitos
entre as partes.
Essas são duas áreas de atuação que podem ser mais exploradas por
profissionais da área contábil. Inclusive, cabe destacar que o Conselho
Federal de Contabilidade criou um grupo de estudo sobre Mediação e
Arbitragem por meio da Portaria CFC n. 31/2012, sendo o objetivo desse
grupo difundir e incentivar os profissionais de contabilidade a
explorarem esse amplo campo de atuação.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Inconformado com a demissão repentina, um trabalhador deseja
entrar com uma ação na Justiça do Trabalho contra a empresa que
o empregava, sendo sua principal reclamação as horas extras
realizadas, porém não recebidas. O trabalhador está profundamente
chateado com a empresa e a empresa está preocupada em não
prejudicar sua imagem perante todos os seus trabalhadores, ou
seja, há questões emocionais que vão prejudicar a resolução do
conflito entre as partes.
Nesse caso, decidiu-se por um método de solução de conflito em
que um terceiro imparcialmente age sem exercer influência
decisóriasobre as partes, mas buscando estimular as partes a
construírem uma solução consensual para a disputa.
Diante do exposto, assinale a alternativa que representa o método
de solução de conflito adotado.
Parabéns! A alternativa B está correta.
A mediação, como meio de solução para disputas, é configurada
como uma técnica em que um terceiro imparcialmente age sem
exercer influência decisória sobre as partes, mas buscando
estimulá-las a construírem uma solução consensual para a disputa.
Questão 2
Analise os itens e, em seguida, marque a opção correta.
I. A conciliação como meio de solução para disputas é
configurada como uma técnica em que um terceiro
imparcialmente age sem exercer influência decisória sobre as
partes, mas buscando estimulá-las a construírem uma
solução consensual para a disputa.
II. Na mediação existe um terceiro, assim como na conciliação,
porém este participa de forma mais ativa na solução da
A Negociação
B Mediação
C Conciliação
D Arbitragem
E Consenso
disputa, podendo apresentar proposições às partes para que
cheguem a um consenso, valendo ressaltar que elas podem
ou não aceitar ou utilizar-se da proposta do conciliador.
III. O processo de arbitragem envolve a diligência da disputa para
um número ímpar de árbitros, que devem ser qualquer pessoa
capaz e de confiança das partes, que adquire poder de juízo
de fato e de direito, e cuja sentença tem poder decisório sem
precisar se submeter ao judiciário.
IV. Na negociação não há um facilitador, como na conciliação e
na mediação. As próprias partes negociam e tentam entrar em
um acordo.
Estão corretos os itens:
Parabéns! A alternativa C está correta.
I. a mediação como meio de solução para disputas é configurada
como uma técnica em que um terceiro imparcialmente age sem
exercer influência decisória sobre as partes, mas buscando
estimulá-las a construírem uma solução consensual para a disputa.
II. na conciliação existe um terceiro, assim como na mediação,
porém este participa de forma mais ativa na solução da disputa,
podendo apresentar proposições às partes para que cheguem a um
consenso, valendo ressaltar que elas podem ou não aceitar ou
utilizar-se da proposta do conciliador.
A I e II, apenas.
B I e III, apenas.
C III e IV, apenas.
D I, II e III, apenas.
E I, II, III e IV.
Considerações �nais
Como vimos, os peritos precisam, ao final da aplicação das técnicas de
perícia, elaborar seus laudos e/ou pareceres sobre suas análises. O
perito nomeado pelo juiz elabora o laudo pericial contábil e o perito-
assistente técnico elabora o parecer pericial contábil.
Também observamos que o profissional contábil pode atuar como
mediador e/ou árbitro, bem como elaborar seus laudos e pareceres nas
arbitragens e mediações.
Podcast
Neste podcast será tratado dos produtos finais da perícia contábil: laudo
e parecer.

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Pesquise o artigo A percepção dos usuários sobre o laudo pericial e
parecer técnico contábil para um maior aprofundamento no tema.
Saiba mais sobre O papel do contador na arbitragem pesquisando e
lendo o artigo.
Leia o texto Contabilidade e os meios alternativos de resolução de
conflitos e aprenda sobre outras possibilidades de solução de
problemas.
Pesquise a Cartilha de perícia contábil, mediação, conciliação e
arbitragem do Conselho Regional de Contabilidade da Bahia.
Referências
CRCBA. Cartilha de perícia contábil, mediação, conciliação e arbitragem
do Conselho Regional de Contabilidade da Bahia. Consultado na
internet em: 29 set. 2022.
MÜLLER; A. N.; TIMI, S. R. R.; HEIMOSKI, V. T. M. Perícia contábil. São
Paulo: Saraiva, 2017.
SÁ, A. L. Perícia Contábil. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
SOARES, J. M. M. V. et al. Contabilidade e os meios alternativos de
resolução de conflitos. XIX USP International Conference in Accounting.
São Paulo, 24 a 26 de julho, 2019.
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