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Aqui se trabalha muito, porque se busca a excelência. (IGB) 7/12/2023 – 1/15 SIMULADO COMENTADO PARA O CESPE LÍNGUA PORTUGUESA Leia com atenção as instruções abaixo: 1. Este caderno contém a prova de Língua Portuguesa. 2. Cada prova contém 50 itens. 3. Confira sua prova verificando se está completa. 4. Você está recebendo um Caderno de Questões e um Caderno de Respostas. 5. O Caderno de Resposta é o único documento válido para a correção de sua prova. 6. Preencha corretamente o cabeçalho de tal documento. 7. O uso de corretivo é proibido. 8. Questões que pedem julgamento de itens (C ou E) ou de múltipla escolha não podem ser rasuradas. 9. Não empreste nem solicite emprestado qualquer material. GRAMÁTICA E TEXTO Cada um dos itens das provas objetivas está vinculado ao comando que imediatamente o antecede. De acordo com o comando a que cada um deles esteja vinculado, marque, na folha de respostas, para cada item: o campo designado com o código C, caso julgue o item CERTO; ou o campo designado com o código E, caso julgue o item ERRADO. A ausência de marcação ou a marcação de ambos os campos não serão apenadas, ou seja, não receberão pontuação negativa. Para as devidas marcações, use a folha de respostas, único documento válido para a correção das suas provas objetivas Em suas provas, caso haja item(ns) constituído(s) pela estrutura Situação hipotética: ... seguida de Assertiva: ..., os dados apresentados como situação hipotética deverão ser considerados como premissa(s) para o julgamento da assertiva proposta. TEXTO I 1 4 7 10 13 16 19 22 Reconhecer o status de mulheres brancas e homens negros como oscilante nos possibilita enxergar as especificidades desses grupos e romper com a invisibilidade da realidade das mulheres negras. Por exemplo, ainda é muito comum a gente ouvir a seguinte afirmação: “mulheres ganham 30% a menos do que homens brancos no Brasil”, quando a discussão é desigualdade salarial. Essa afirmação está incorreta? Logicamente não; mas do ponto de vista ético, sim. Explico: mulheres brancas ganham 30% a menos do que homens brancos no Brasil. Homens negros ganham menos do que mulheres brancas, e mulheres negras ganham menos do que todos. Segundo pesquisa desenvolvida pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 39,6% das mulheres negras estão inseridas em relações precárias de trabalho, seguidas pelos homens negros (31,6%), por mulheres brancas (26,9%) e por homens brancos (20,6%). Ainda segundo a pesquisa, mulheres negras representam o maior contingente de pessoas desempregadas e no trabalho doméstico. Quando muitas vezes é apresentada a importância de se pensarem políticas públicas para as 25 mulheres, comumente se ouve que as políticas devem ser para todos. Mas quem são esse “todos”, ou quantos cabem nesse “todos”? Djamila Ribeiro. O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento; Justificando, 2017 (com adaptações). Considerando as ideias, os sentidos e os aspectos linguísticos do texto precedente, julgue os itens a seguir. 1 (CESPE / CEBRASPE – PGDF – 2021) 1 Conforme os dados apresentados no texto, de modo geral, as mulheres estão mais vulneráveis às relações precárias de trabalho do que os homens. JUSTIFICATIVA: ERRADO. Não é possível afirmar que as mulheres estão mais vulneráveis às relações precárias de trabalho do que os homens, porque as mulheres brancas estão mais bem posicionadas estatisticamente em relação a homens negros. 2 (CESPE / CEBRASPE – PGDF – 2021) 2 No último período do texto, a autora dá ênfase ao termo ‘todos’, sugerindo a existência de uma relativização na ideia de que as políticas públicas devem ser para todos. JUSTIFICATIVA: CERTO. A autora relativiza o discurso de quem acredita que “as políticas devem ser para todos”, negando, com base na sua argumentação, o seu pretenso valor absoluto. 3 (CESPE / CEBRASPE – PGDF – 2021) 3 O texto mostra que homens negros e mulheres brancas estão, proporcionalmente, em uma mesma posição de privilégio, se comparados às mulheres negras. JUSTIFICATIVA: ERRADO. Homens negros ainda são economicamente mais vulneráveis que mulheres brancas, embora ambos estejam mais bem colocados em relação às mulheres negras. SIMULADO COMENTADO DO IGB – CESPE/CEBRASPE LÍNGUA PORTUGUESA 2/15 – 7/12/2023 INSTITUTO GILBER BOTELHO - IGB 4 (CESPE / CEBRASPE – PGDF – 2021) 4 A frase “Essa afirmação está incorreta?” (ℓ.8) constitui um recurso retórico empregado para introduzir uma constatação. JUSTIFICATIVA: CERTO. A frase foi empregada como um recurso retórico para introduzir a constatação de que há uma incoerência do ponto de vista ético, já que, segundo a autora, as mulheres contempladas na sentença referem-se a um grupo específico de mulheres — as que são brancas. 5 (CESPE / CEBRASPE – PGDF – 2021) 5 O termo “comum” (ℓ.5) concorda sintaticamente com “afirmação” (ℓ.5), de modo a qualificar como corriqueira a ideia de que ‘mulheres ganham 30% a menos do que homens brancos no Brasil’ (ℓ. 6 e 7). JUSTIFICATIVA: ERRADO. Do ponto de vista sintático, o adjetivo “comum” concorda com toda a oração “a gente ouvir a seguinte afirmação”, a qual funciona como sujeito do predicado “ainda é muito comum”. Assim, embora se depreenda dos sentidos do texto que a afirmação mencionada é comum, é incorreto afirmar que a relação sintática de concordância se dá entre os termos “comum” e “afirmação”. 6 (CESPE / CEBRASPE – PGDF – 2021) 6 As aspas no trecho ‘mulheres ganham 30% a menos do que homens brancos no Brasil’ (ℓ. 6 e 7) indicam que essa afirmação reproduz um discurso alheio, considerado infundado pela autora, conforme se depreende dos argumentos subsequentes do texto. JUSTIFICATIVA: ERRADO. Além do trecho “ainda é muito comum a gente ouvir a seguinte afirmação”, as aspas indicam que se trata de uma afirmação de outrem, para a qual a autora considera necessárias ressalvas, o que não significa que ela a considere infundada. Ao contrário, a autora afirma que a afirmação é logicamente correta, mas argumenta que, do ponto de vista ético, é um pensamento incorreto. TEXTO II 1 4 7 10 13 16 19 A lembrança da empregada ausente me coagia. Quis lembrar-me de seu rosto, e admirada não consegui — de tal modo ela acabara de me excluir de minha própria casa, como se me tivesse fechado a porta e me tivesse deixado remota em relação à minha moradia. A lembrança de sua cara fugia-me, devia ser um lapso temporário. Mas seu nome — é claro, é claro, lembrei-me finalmente: Janair. E, olhando o desenho hierático, de repente me ocorria que Janair me odiara. Eu olhava as figuras de homem e mulher que mantinham expostas e abertas as palmas das mãos vigorosas, e que ali pareciam ter sido deixadas por Janair como mensagem bruta para quando eu abrisse a porta. De súbito, dessa vez com mal- estar real, deixei finalmente vir a mim uma sensação que durante seis meses, por negligência e desinteresse, eu não me deixara ter: a do silencioso ódio daquela mulher. O que me surpreendia é que era uma espécie de ódio isento, o pior ódio: o indiferente. Não um ódio que me individualizasse mas apenas a falta de misericórdia. Não, nem ao menos ódio. Foi quando inesperadamente consegui rememorar seu rosto, mas é claro, como pudera 22 25 esquecer? Revi o rosto preto e quieto, revi a pele inteiramente opaca que mais parecia um de seus modos de se calar, as sobrancelhas extremamente bem desenhadas, revi os traços finos e delicados que mal eram divisados no negror apagado da pele. Clarice Lispector. A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco,2009 (com adaptações). Julgue os itens que se seguem, relativos às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente. 7 (CESPE / CEBRASPE – PGDF – 2021) 7 Há no texto, sobretudo no trecho “a do silencioso ódio daquela mulher” (ℓ. 16), elementos que comprovam que a negligência e o desinteresse da narradora desencadearam o ódio que Janair nutria por ela e que estava expresso no “desenho hierático” (ℓ.8). JUSTIFICATIVA: ERRADO. Tudo não passa de conjecturas da narradora. Não há elementos no texto que comprovem que, de fato, Janair nutrisse ódio pela sua patroa. 8 (CESPE / CEBRASPE – PGDF – 2021) 8 A expressão “ao menos” (ℓ.20) está empregada com o mesmo sentido de sequer. JUSTIFICATIVA: CERTO. A palavra sequer tem o mesmo sentido de “ao menos”/pelo menos no contexto em apreço. 9 (CESPE / CEBRASPE – PGDF – 2021) 9 No que se refere à tipologia, o texto é predominantemente descritivo. JUSTIFICATIVA: ERRADO. A autora até utiliza elementos descritivos para caracterizar, por exemplo, a empregada, mas o texto em questão é essencialmente narrativo, já que a autora, capitalizando lembranças e impressões do passado, reconstrói cenas da sua relação com Janair, a empregada. 10 (CESPE / CEBRASPE – PGDF – 2021) 10 Em “fugia- me” (ℓ.6) e “lembrei-me” (ℓ.7), a forma pronominal “me” poderia ser suprimida sem prejuízo da correção gramatical do texto. JUSTIFICATIVA: ERRADO. Embora o verbo lembrar possa ser empregado como transitivo direto (com objeto elíptico, no texto), o verbo fugir é transitivo indireto na acepção de não ocorrer, não lembrar, que corresponde ao sentido presente no texto. Sendo assim, o pronome funciona como complemento indireto exigido por essa forma verbal, não podendo ser suprimido. 11 (CESPE / CEBRASPE – PGDF – 2021) 11 Com o emprego da expressão “mal eram divisados” (ℓ.25-26), a narradora dá a entender que seu olhar em relação aos traços do rosto de Janair era ofuscado pela cor da pele da empregada. JUSTIFICATIVA: CERTO. Nesse trecho, a narradora dá a entender que não queria prestar atenção ou não conseguia enxergar direito, naquela pele com um “negror apagado”, “os traços finos e delicados” de Janair. SIMULADO COMENTADO DO IGB – CESPE/CEBRASPE LÍNGUA PORTUGUESA Aqui se trabalha muito, porque se busca a excelência. (IGB) 7/12/2023 – 3/15 12 (CESPE / CEBRASPE – PGDF – 2021) 12 No trecho “Quis lembrar-me de seu rosto, e admirada não consegui” (ℓ. 1 e 2), a conjunção “e” está empregada com o mesmo sentido de porém. JUSTIFICATIVA: CERTO. No período “Quis lembrar-me de seu rosto, e admirada não consegui”, a segunda oração expressa uma ideia contrária à esperada da informação presente na primeira oração; portanto, uma informação adversa. Nesse contexto, a conjunção “e” demonstra essa relação de adversidade entre a primeira e a segunda oração. 13 (CESPE / CEBRASPE – PGDF – 2021) 13 A sensação que a narradora finalmente se permitiu sentir depois de seis meses corresponde ao mal-estar real referido na linha 12. JUSTIFICATIVA: ERRADO. A sensação é “a do silencioso ódio daquela mulher” — trecho que funciona como aposto do termo “uma sensação”. 14 (CESPE / CEBRASPE – PGDF – 2021) 14 É facultativo o emprego do acento indicativo de crase no trecho “em relação à minha moradia” (ℓ. 5). JUSTIFICATIVA: CERTO. Diante de pronomes possessivos femininos, é facultativo o uso do artigo, então, nesse caso, é facultativo o emprego do acento grave, por ser possível a ocorrência ou não da crase. 15 (CESPE / CEBRASPE – PGDF – 2021) 15 A expressão “de tal modo” (ℓ. 3) introduz uma informação com ideia de consequência. JUSTIFICATIVA: ERRADO. No contexto em que aparece, “de tal modo” não é uma locução conjuntiva que exprime consequência, haja vista a ausência da conjunção que. A expressão tem valor adverbial de modo e expressa a constatação de que a empregada, na percepção da narradora, a havia excluído da sua própria casa, pela forma como tinha ficado invisível no tempo que estivera trabalhando ali. TEXTO III 1 4 7 10 13 16 19 A compreensão da comunicação como direito humano é formulação mais ou menos recente na história do direito. Tal conceito foi expresso pela primeira vez em 1969 por Jean D’Arcy, então diretor dos Serviços Visuais e de Rádio no Escritório de Informação Pública da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, em artigo na revista EBU Review, do European Broadcasting Union (EBU): “Virá o tempo em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos terá de abarcar um direito mais amplo que o direito humano à informação, estabelecido pela primeira vez 21 anos atrás no artigo 19. Trata-se do direito do homem de se comunicar.”. Na década de 70 do século XX, o direito à comunicação passou a ser discutido no âmbito da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Desde 2000, vem ganhando ressonância no debate político. Primeiro na União Europeia — o Parlamento Europeu aprovou em 22 25 28 31 34 37 40 2008 uma diretiva, válida em todos os países-membros, estabelecendo limites à publicidade e padrões mínimos de veiculação de conteúdo independente, regional e acessível — e, em seguida, na América Latina, onde marcos regulatórios foram aprovados na Argentina (2009), na Venezuela (2010), no Equador (2013) e no Uruguai (2013). No Brasil, o direito à comunicação foi oficialmente reconhecido pelo Estado em 2009, no Decreto n.º 7.037, que instituiu a terceira edição do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3). Sua diretriz número 22 tem o condão de conciliar os conceitos de “comunicação”, “informação” e “democracia”, e apresentá-los como princípios orientadores da abordagem contemporânea dos direitos humanos: “Garantia do direito à comunicação democrática e ao acesso à informação para consolidação de uma cultura em Direitos Humanos”, diz a diretriz. Ao referir-se nominalmente ao “direito à comunicação”, o PNDH-3 contribuiu para inaugurar uma nova etapa no debate sobre o tema. Até então, as instituições se referiam, quando muito, ao direito à informação. Camilo Vannuchi Galaxia. São Paulo, online, ISSN 1982 – 2553, n.º 38, maio-ago./2018, p. 167-80.Internet: (com adaptações). No que se refere às ideias, aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue os itens que se seguem. 16 (CESPE / CEBRASPE – PGDF – 2021) 16 De acordo com as ideias do texto, o direito à comunicação e o direito à informação são direitos semelhantes e complementares. JUSTIFICATIVA: ERRADO. O texto trata do direito à comunicação e do direito à informação como direitos distintos. Dá a entender que o direito à comunicação vai além do direito à informação, sendo mais amplo que este, mas não afirma nem sugere que sejam direitos semelhantes nem complementares. 17 (CESPE / CEBRASPE – PGDF – 2021) 17 Nas três últimas décadas do século XX, o direito à comunicação era considerado ilegítimo nos países da União Europeia e da América Latina. JUSTIFICATIVA: ERRADO. Essa informação extrapola o conteúdo do texto. O texto menciona uma diretiva aprovada pelos países da União Europeia e marcos regulatórios em países da América Latina no século XXI, mas isso não significa dizer que, no século XX, antes da diretiva e dos marcos regulatórios, o direito à comunicação era considerado ilegítimo nesses países. 18 (CESPE / CEBRASPE – PGDF – 2021) 18 O PNDH-3 representou um avanço no que diz respeito à discussão sobre o direito à comunicação. JUSTIFICATIVA: CERTO. É o que se afirma nas frases finais do texto: “Ao referir-se nominalmente ao ‘direito à comunicação’, o PNDH-3 contribuiu para inaugurar uma nova SIMULADO COMENTADODO IGB – CESPE/CEBRASPE LÍNGUA PORTUGUESA 4/15 – 7/12/2023 INSTITUTO GILBER BOTELHO - IGB etapa no debate sobre o tema. Até então, as instituições se referiam, quando muito, ao direito à informação.”. 19 (CESPE / CEBRASPE – PGDF – 2021) 19 O direito à comunicação consiste em um dos mais recentes direitos humanos reconhecidos pela UNESCO. JUSTIFICATIVA: ERRADO. No início do texto, afirma-se apenas que “A compreensão da comunicação como direito humano é formulação mais ou menos recente na história do direito”, mas nada se afirma com relação à recentidade do reconhecimento do direito à comunicação pela UNESCO com relação aos demais direitos. 20 (CESPE / CEBRASPE – PGDF – 2021) 20 O emprego de vírgula no lugar do ponto final logo após “direito” (ℓ.3), com a devida alteração de maiúscula e minúscula, manteria a correção gramatical do texto. JUSTIFICATIVA: ERRADO. Como o ponto empregado encerra uma declaração, o emprego de vírgula em seu lugar seria indevido. 21 (CESPE / CEBRASPE – PGDF – 2021) 21 A expressão ‘em que’ (ℓ.8) poderia ser substituída por onde, sem prejuízo da correção gramatical e do sentido original do texto. JUSTIFICATIVA: ERRADO. Como não há referência locativa, o emprego de onde é inadequado. 22 (CESPE / CEBRASPE – PGDF – 2021) 22 Caso a expressão ‘21 anos atrás’ (ℓ.11) fosse substituída por a 21 anos, a correção gramatical e o sentido original do texto seriam mantidos. JUSTIFICATIVA: ERRADO. Para expressar tempo passado, emprega-se o verbo haver (há), e não a preposição a. 23 (CESPE / CEBRASPE – PGDF – 2021) 23 No último período do primeiro parágrafo, a anteposição do pronome ‘se’ à forma verbal ‘Trata’ prejudicaria a correção gramatical do texto. JUSTIFICATIVA: CERTO. Não se emprega pronome oblíquo em início de sentença. 24 (CESPE / CEBRASPE – PGDF – 2021) 24 A informação veiculada no texto seria preservada caso a locução “vem ganhando” (ℓ.17-18) fosse substituída por tem ganhado. JUSTIFICATIVA: CERTO. Tanto a locução "vir + gerúndio" quanto a locução "ter + particípio" no tempo presente veiculam uma ação iniciada no passado e que se prolonga no tempo presente, de modo que a substituição não prejudica a informação originalmente veiculada no texto. 25 (CESPE / CEBRASPE – PGDF – 2021) 25 O termo “estabelecendo” (ℓ.21) foi empregado no texto com o mesmo sentido da expressão que estabelece. JUSTIFICATIVA: CERTO. Caso a oração reduzida fosse desenvolvida, o verbo “estabelecendo” equivaleria a “que estabelece”. O sujeito elíptico da oração reduzida retoma “a diretiva”. 26 (CESPE / CEBRASPE – PGDF – 2021) 26 No texto, o verbo instituir, empregado na linha 29, tem o mesmo sentido de estatuir. JUSTIFICATIVA: CERTO. Os verbos são sinônimos. Estatuir: pôr em vigor; instituir; estabelecer, determinar ‹o jornal estatuiu normas de redação› ‹o diretor estatuiu que seriam suspensas as horas extras›. 27 (CESPE / CEBRASPE – PGDF – 2021) 27 Mantendo-se a correção e a coerência do texto, o período “Ao referir-se (...) o tema.” (ℓ.37-39) poderia ser reescrito da seguinte forma: O PNDH-3, ao referir nominalmente ao ‘direito à comunicação’, contribuiu com a inauguração de uma nova etapa no debate sobre o tema. JUSTIFICATIVA: ERRADO. O verbo referir, quando não pronominal, é transitivo direto. TEXTO IV 1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 Nova Iorque já foi vista como uma das metrópoles mais perigosas do mundo. Em 1990, alcançou seu pico de homicídios: 2.262 em um ano, média de 188 por mês. Mas esse cenário mudou, e a cidade apresentou uma das maiores reduções de crimes registradas nos EUA. Uma das medidas adotadas pela prefeitura de Nova Iorque ficou conhecida como “janelas quebradas” e previa o combate a crimes pequenos e a prevenção do vandalismo, para impedir uma espiral de violência que levasse a crimes mais graves. Para alguns observadores, entretanto, o modelo da “janela quebrada” foi superestimado. O mais importante, dizem, foi identificar focos de criminalidade para concentrar, ali, ação preventiva. Foi possível assinalar áreas pequenas onde criminosos mais atuavam, onde se sabia que crimes iam ocorrer. O ex-policial Tom Reppetto sugere que essas áreas tenham presença visível e constante da polícia. As patrulhas preventivas — e em grande número — em focos de crime foi essencial para reduzir a violência. “O crime é mais situacional do que se pensa, inclusive homicídios. Com a patrulha policial, pessoas que iam cometer crimes simplesmente foram fazer outra coisa”, afirma outro especialista, Frank Zimring. Outra medida que teve papel importantíssimo foi a implementação de cortes (tribunais), nos anos 90, para tratar de crimes menores, mediar conflitos comunitários e casos de violência doméstica e para lidar com usuários de drogas. A ideia é evitar que esses conflitos evoluam e aumentar a confiança dos cidadãos no sistema judiciário e político. Internet: (com adaptações) SIMULADO COMENTADO DO IGB – CESPE/CEBRASPE LÍNGUA PORTUGUESA Aqui se trabalha muito, porque se busca a excelência. (IGB) 7/12/2023 – 5/15 No que se refere aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue os próximos itens. 28 (CESPE / CEBRASPE – PCDF / ESC – 2021) 1 Seria mantida a correção gramatical do período caso a locução “iam ocorrer” (ℓ.17) fosse substituída por ocorriam ou ocorreriam, mas apenas a substituição por ocorreriam preservaria a ideia original do texto. JUSTIFICATIVA - CERTO. A locução “iam ocorrer” equivale, a rigor, à forma ocorriam e, por isso, a substituição por esta forma manteria a correção gramatical. Entretanto, o sentido, no contexto, é de hipótese, equivalente ao futuro do pretérito. Assim a substituição por ocorreriam manteria tanto a correção quanto o sentido original. Dado o sentido do emprego da locução, a substituição pelo pretérito perfeito alteraria o sentido ao dar uma ideia de ação reiterada no passado, ausente no original. 29 (CESPE / CEBRASPE – PCDF / ESC – 2021) 2 As formas verbais “dizem” (ℓ.14) e “afirma” (ℓ.25) foram empregadas com o mesmo objetivo: fazer referência às palavras de um interlocutor. JUSTIFICATIVA - ERRADO. Apenas a forma verbal “afirma” foi empregada para fazer referência às palavras de um interlocutor, que parecem no texto entre aspas. A forma verbal “dizem” compõe uma oração justaposta cujo objetivo é fazer um esclarecimento a respeito do que se afirma no período, em referência a “alguns observadores”. 30 (CESPE / CEBRASPE – PCDF / ESC – 2021) 3 A correção gramatical do texto seria mantida caso a vírgula empregada logo após “mudou” (ℓ.4) fosse suprimida. JUSTIFICATIVA - CERTO. A vírgula, empregada para separar duas orações coordenadas pela conjunção “e”, é opcional. 31 (CESPE / CEBRASPE – PCDF / ESC – 2021) 4 No trecho “e previa o combate a crimes pequenos e a prevenção do vandalismo” (ℓ. 8-10), o “a”, em ambas as ocorrências, classifica-se como preposição e seu emprego deve-se à presença da palavra “combate”. JUSTIFICATIVA - ERRADO. Apenas em sua primeira ocorrência o “a” classifica-se como preposição e decorre do emprego de “combate”. Na segunda ocorrência, classifica-se como artigo e introduz o segundo membro da coordenação que complementa o verbo prever. 32 (CESPE / CEBRASPE – PCDF / ESC – 2021) 5 Sem prejuízo da correção gramatical e dos sentidos originais do texto, o trecho “Outra medida que teve papel importantíssimo foi a implementação de cortes (tribunais), nos anos 90, para tratar de crimes menores, mediar conflitos comunitários e casos de violência doméstica e para lidar com usuários de drogas.” (ℓ. 26 a 30) poderia ser reescrito da seguinte forma: Outra medida cujo papel foimuito importante foi a implantação, nos anos 90, de cortes (tribunais) para tratar de crimes menores, mediar conflitos nas comunidades e casos de violência doméstica e lidar com usuários de drogas. JUSTIFICATIVA - CERTO. O emprego do cujo mantém a relação da oração adjetiva com o sentido de posse; o deslocamento da locução adverbial não altera seu escopo; implantação é sinônimo de implementação; a supressão de para não prejudica a correção, uma vez que o primeiro para que aparece no período é suficiente para estabelecer a relação entre a oração anterior e todos os membros da enumeração. TEXTO V 1 4 7 10 13 16 19 22 Há violências da moral patriarcal que instauram a solidão; outras marcam a lei no corpo das mulheres — assim sobrevive Maria da Penha; outras aniquilam a vida, como é a história de mulheres assassinadas pela fúria do gênero. Entre 2006 e 2011, o Instituto Médico Legal do Distrito Federal foi o destino de 81 mulheres mortas pelo gênero. Foram 337 mortes violentas de mulheres que chegaram ao IML. Dessas, somente 180 processos judiciais foram localizados, dos quais 81 eram de violência doméstica. Muitas delas saíram do espaço da casa como asilo (“lugar onde ficam isentos da execução das leis os que a ele se recolhem”) para o necrotério. Essas mulheres, as verdadeiras testemunhas de como a moral patriarcal inscreve nos corpos a sentença de subordinação, são anônimas e não nos contam suas histórias em primeira pessoa. Acredita-se poder biografá- las por diferentes gêneros de discurso — um deles é o texto penal. As mulheres mortas pelo gênero não retornarão pela instauração de uma nova ordem punitiva, o feminicídio, mas acredita-se que a nominação de seu desaparecimento seja uma operação de resistência: o nome facilitaria a esfera de aparição da mulher como vítima. Débora Diniz. Perspectivas e articulações de uma pesquisa feminista. In: Estudos feministas e de gênero: articulações e perspectivas. Florianópolis: Ed. Mulheres, 2014 (com adaptações). Considerando os sentidos e os aspectos linguísticos do texto apresentado, julgue os próximos itens. 33 (CESPE / CEBRASPE – PCDF / ESC – 2021) 6 O principal objetivo do texto é alertar as mulheres sobre a violência letal cometida contra elas no ambiente doméstico. JUSTIFICATIVA - ERRADO. O principal objetivo do texto é chamar a atenção para a necessidade de nominar o assassinato cometido contra mulheres devido a questões de gênero, o que não se limita ao ambiente doméstico, embora ela use o exemplo do assassinato de mulheres vítimas de violência doméstica para fundamentar seu ponto de vista. 34 (CESPE / CEBRASPE – PCDF / ESC – 2021) 7 No texto, a autora discorre sobre aspectos positivos trazidos pela então recém-sancionada lei que pune o assassinato de mulheres. JUSTIFICATIVA - ERRADO. A autora discorre sobre os aspectos positivos que serão trazidos por uma possível aprovação da Lei dos Feminicídios. Os tempos verbais, como o futuro do pretérito, denotam que, quando da escrita do texto, a lei ainda não havia sido aprovada: “o nome facilitaria a esfera de aparição da mulher como vítima”. SIMULADO COMENTADO DO IGB – CESPE/CEBRASPE LÍNGUA PORTUGUESA 6/15 – 7/12/2023 INSTITUTO GILBER BOTELHO - IGB 35 (CESPE / CEBRASPE – PCDF / ESC – 2021) 8 No trecho “Muitas delas saíram do espaço da casa como asilo (‘lugar onde ficam isentos da execução das leis os que a ele se recolhem’) para o necrotério” (ℓ. 10 a 12), a definição de asilo é um recurso utilizado para fazer referência direta à impunidade associada aos crimes contra as mulheres “assassinadas pela fúria do gênero” (ℓ. 4 e 5). JUSTIFICATIVA - ERRADO. Essa interpretação extrapola os sentidos do texto. Não é possível afirmar que ela usou o vocábulo “asilo” e uma de suas acepções para fazer referência direta à impunidade dos homens que cometem violência doméstica e ficam impunes. 36 (CESPE / CEBRASPE – PCDF / ESC – 2021) 9 O texto é predominantemente argumentativo e um dos elementos principais em que se esteia é a evidência das provas, que se apresenta por meio de fatos comprovados por dados estatísticos. JUSTIFICATIVA - CERTO. Na argumentação, procura-se principalmente formar a opinião do leitor ou ouvinte, tentando convencê-lo de que a razão está com o autor (ou falante), de que ele é quem está de posse da verdade. No texto, está presente a evidência das provas: os fatos propriamente ditos (o assassinato de mulheres) e os dados estatísticos, que são os números apresentados. 37 (CESPE / CEBRASPE – PCDF / ESC – 2021) 10 Sem prejuízo do sentido original e da correção gramatical do texto, o vocábulo “assim” (ℓ.3) poderia ser substituído por desse modo. JUSTIFICATIVA - CERTO. No contexto apresentado, o termo “assim” foi empregado como advérbio, significando “deste, desse ou daquele modo; com características semelhantes; de natureza igual”. Assim, a substituição por desse modo não acarreta prejuízo nem para o sentido nem para a correção gramatical do texto. 38 (CESPE / CEBRASPE – PCDF / ESC – 2021) 11 O termo “pelo gênero” (ℓ. 6 e 7) veicula o agente da ação de matar. JUSTIFICATIVA - ERRADO. O termo veicula a causa, podendo a contração “pelo” ser substituída por em decorrência do. Falta à palavra “gênero” o traço agentivo necessário para que possa ser interpretada como o agente. 39 (CESPE / CEBRASPE – PCDF / ESC – 2021) 12 Conclui-se do texto que 157 processos judiciais relativos a mortes violentas de mulheres no DF desapareceram enquanto tramitavam na justiça. JUSTIFICATIVA - ERRADO. Não há elementos no texto que permitam tal conclusão. A informação nele veiculada é a de que nem todas as mortes violentas de mulheres têm processo judicial correspondente. 40 (CESPE / CEBRASPE – PCDF / ESC – 2021) 13 A autora defende que, ao se nominarem como feminicídio certos tipos de homicídio contra mulheres, coloca-se em evidência a situação feminina de vítima em um contexto em que as mulheres são tratadas de forma desigual em relação aos homens. JUSTIFICATIVA - CERTO. A autora defende que o nome feminicídio dá visibilidade à mulher como vítima, no contexto patriarcal, em que predomina a autoridade masculina, conforme fica claro ao longo do texto. 41 (CESPE / CEBRASPE – PCDF / ESC – 2021) 14 Seria mantida a correção gramatical do texto caso se inserisse o vocábulo que logo após a palavra “outras”, em suas duas ocorrências, nas linhas 2 e 3. JUSTIFICATIVA - CERTO. Por paralelismo, pode-se considerar que há elipse do trecho “Há [outras] violências que”. 42 (CESPE / CEBRASPE – PCDF / ESC – 2021) 15 No último período do texto, a oração “que a nominação de seu desaparecimento seja uma operação de resistência” exerce a função de complemento da forma verbal “acredita”, cujo sujeito é indeterminado, conforme comprova o emprego da partícula “se”. JUSTIFICATIVA - ERRADO. O verbo foi empregado na acepção de pensar, sem convicção ou certeza; achar, supor, em que se classifica como transitivo direto. Trata-se, portanto, de voz passiva sintética, e a oração substantiva subsequente exerce a função de sujeito. TEXTO VI 1 4 7 10 13 16 19 22 25 Fernando arrancou o paletó no auge da impaciência e perguntou com voz esganiçada se eu pretendia ficar a noite inteira ali de estátua enquanto ele teria que encher o tanque naquela escuridão de merda porque ninguém lhe passava o raio da lanterna. — Onde está a lanterna? — Mas onde poderia estar a lanterna senão no porta-luvas, a princesa esqueceu? Através do vidro, a estrela maior (Vênus) pulsava reflexos azuis. Gostaria de estar numa nave, mas com o motor desligado, sem ruído, sem nada. Quieta. Ouneste carro silencioso mas sem ele. Já fazia algum tempo que eu queria estar sem ele, mesmo com o problema de ter acabado a gasolina. — As coisas ficariam mais fáceis se você fosse menos grosso — eu disse, entreabrindo a mão e experimentando a lanterna no pedregulho que achei na estrada. — Está bem, minha princesa, se não for muito incômodo, será que poderia me passar a lanterninha? Quando me lembro dessa noite (e estou sempre lembrando) me vejo repartida em dois momentos: antes e depois. Antes, as pequenas palavras, os pequenos gestos, os pequenos amores culminados nesse Fernando, aventura medíocre de gozo breve e convivência comprida. Se ao menos ele não fizesse aquela voz para perguntar se por SIMULADO COMENTADO DO IGB – CESPE/CEBRASPE LÍNGUA PORTUGUESA Aqui se trabalha muito, porque se busca a excelência. (IGB) 7/12/2023 – 7/15 28 31 34 acaso alguém tinha levado a sua caneta. Se por acaso alguém tinha pensado em comprar um novo fio dental, este estava no fim. Não está, respondi, é que ele se enredou lá dentro, se a gente tirar esta plaqueta (tentei levantar a plaqueta) a gente vê que o rolo está inteiro mas enredado e quando o fio se enreda desse jeito, nunca mais!, melhor jogar fora e começar outro rolo. Não joguei. Anos e anos tentando desenredar o fio impossível, medo da solidão? Medo de me encontrar quando tão ardentemente me buscava? Lygia Fagundes Telles. Noturno Amarelo. In: Mistérios. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981 (com adaptações). Julgue os itens seguintes, relativos aos sentidos e a aspectos linguísticos do texto precedente. 43 (CESPE / CEBRASPE – PCDF / ESC – 2021) 16 Nessa narração, a personagem, com base em lembranças e em impressões do seu passado, reconstrói cenas fragmentárias das violências psicológicas a que seu relacionamento com Fernando se resumia. JUSTIFICATIVA - ERRADO. No texto, a personagem recorre a lembranças para reconstruir uma cena, não cenas fragmentárias, das violências simbólicas que, a partir de certo tempo, passou a ser vítima no seu relacionamento. As impressões do passado denotam que, no início, antes, havia “as pequenas palavras, os pequenos gestos, os pequenos amores culminados nesse Fernando, aventura medíocre de gozo breve e convivência comprida”. Por isso, não é possível afirmar que as lembranças e impressões do passado se referem a uma violência simbólica incessante. 44 (CESPE / CEBRASPE – PCDF / ESC – 2021) 17 O fio dental enredado é usado pela personagem como metáfora para denotar não só o nível de desgaste do seu relacionamento infeliz, mas também para explicitar sua passividade diante de tal fato. JUSTIFICATIVA - CERTO. O fio dental enredado denota tanto que o casamento está desgastado quanto denota que, ao não jogar esse rolo fora e começar de novo, ela se mantém passiva diante dessa situação. 45 (CESPE / CEBRASPE – PCDF / ESC – 2021) 18 No trecho “Se por acaso alguém tinha pensado em comprar um novo fio dental” (ℓ. 26 e 27), a partícula “Se” introduz uma oração interrogativa indireta. JUSTIFICATIVA - CERTO. Nesse caso, o “Se” introduz oração subordinada substantiva que complementa um verbo interrogativo (elíptico). 46 (CESPE / CEBRASPE – PCDF / ESC – 2021) 19 Os sentidos originais e a correção gramatical do texto seriam preservados se o vocábulo “esganiçada” (ℓ.2) fosse substituído por estridente. JUSTIFICATIVA - CERTO. O verbo esganiçar tem como acepção tornar (a voz) estridente, um pouco como o ganido de um cão. 47 (CESPE / CEBRASPE – PCDF / ESC – 2021) 20 No trecho “Quando me lembro dessa noite” (ℓ.20), a correção gramatical seria mantida caso o pronome “me” fosse deslocado para imediatamente após a forma verbal “lembro”, da seguinte forma: Quando lembro-me dessa noite. JUSTIFICATIVA - ERRADO. Nesse caso, o verbo perde sua força enclítica pela anteposição da partícula “Quando” (uma conjunção subordinativa temporal) ao verbo, o que, para efeito de eufonia, atrai o pronome oblíquo. 48 (CESPE / CEBRASPE – PCDF / ESC – 2021) 21 Os sentidos e a correção gramatical do texto seriam preservados se as locuções verbais “tinha levado” (ℓ.26) e “tinha pensado” (ℓ.27) fossem substituídas pelas formas verbais levara e pensara, respectivamente. JUSTIFICATIVA - CERTO. A substituição das locuções verbais “tinha levado” e “tinha pensado” pelas formas verbais levara e pensara, que estão flexionadas no pretérito mais-que- perfeito do indicativo, não alteram os sentidos nem a correção gramatical do texto. 49 (CESPE / CEBRASPE – PCDF / ESC – 2021) 22 O emprego de “princesa” (ℓ. 8 e 18) no tratamento que Fernando dispensa à narradora comprova que ele a ama, embora aja de maneira grosseira algumas vezes. JUSTIFICATIVA - ERRADO. Não há elementos no texto que permitam comprovar o amor de Fernando pela narradora, podendo o emprego de “princesa” ser interpretado, no contexto da irritação descrita, como uma forma irônica. 50 (CESPE/UnB - CEBRASPE – TRE – 2017) O termo “a razão” (ℓ.1-2), desempenha a mesma função sintática que a oração “que não se sabe, ao certo, a razão” (ℓ.1-2). Texto: “É evidente que não se sabe, ao certo, a razão que motiva cada eleitor a votar em branco ou nulo; entretanto, em ambos os casos, não há dúvida quanto à invalidade do voto por ele dado.” JUSTIFICATIVA - CERTO. SIMULADO COMENTADO DO IGB – CESPE/CEBRASPE LÍNGUA PORTUGUESA 8/15 – 7/12/2023 INSTITUTO GILBER BOTELHO - IGB PROFESSOR GILBER BOTELHO SIMULADO COMENTADO DO IGB – CESPE/CEBRASPE LÍNGUA PORTUGUESA Aqui se trabalha muito, porque se busca a excelência. (IGB) 7/12/2023 – 9/15 SIMULADO COMENTADO DO IGB – CESPE/CEBRASPE LÍNGUA PORTUGUESA 10/15 – 7/12/2023 INSTITUTO GILBER BOTELHO - IGB SIMULADO COMENTADO DO IGB – CESPE/CEBRASPE LÍNGUA PORTUGUESA Aqui se trabalha muito, porque se busca a excelência. (IGB) 7/12/2023 – 11/15 PROFESSOR GILBER BOTELHO SIMULADO COMENTADO DO IGB – CESPE/CEBRASPE LÍNGUA PORTUGUESA 12/15 – 7/12/2023 INSTITUTO GILBER BOTELHO - IGB PROFESSOR GILBER BOTELHO SIMULADO COMENTADO DO IGB – CESPE/CEBRASPE LÍNGUA PORTUGUESA Aqui se trabalha muito, porque se busca a excelência. (IGB) 7/12/2023 – 13/15 PROFESSOR GILBER BOTELHO SIMULADO COMENTADO DO IGB – CESPE/CEBRASPE LÍNGUA PORTUGUESA 14/15 – 7/12/2023 INSTITUTO GILBER BOTELHO - IGB SIMULADO COMENTADO DO IGB – CESPE/CEBRASPE LÍNGUA PORTUGUESA Aqui se trabalha muito, porque se busca a excelência. (IGB) 7/12/2023 – 15/15 VÍRGULA 1. Separa opcionalmente objeto direto ou indireto antecipado e pleonástico. A quem vencer, dar-lhe-ei a medalha de honra. 2. Separa adjunto adverbial deslocado ou intercalado. Por problemas éticos, foi afastado do cargo. 3. Separa predicativo do sujeito deslocado, com verbo intransitivo ou transitivo. Destemido, o guerreiro, confiante, avançava. 4. Separa aposto explicativo (identifica o nome). A vida, esta dádiva, é passageira. 5. Separa vocativo (expressão de chamamento). Pai, afasta de mim este cálice. 6. Separa expressões explicativas, exemplificativas, retificativas, includentes. Tu, por exemplo, és cético, ou seja, não crês em nada. 7. Separa nome de lugar antes de data. Brasília, 24 de fevereiro de 2021. 8. Entre elementos enumerados, coordenados (de mesma função). Estrelas, planetas, meteoros compõem as galáxias. 9. Indica verbo oculto (elipse ou zeugma). A batalha é árdua; a vitória, certa. 10.Antes de subordinada substantiva apositiva. Recebeu a notícia, que fora aprovado no concurso. 11. Antes de subordinada adjetiva explicativa. Conhecem Pablo Picasso, que foi pintor espanhol. 12. Separa subordinada adverbial deslocada ou intercalada. Conquanto fosse rico, não era avarento. 13. Entre orações coordenadas assindéticas (sem conjunção). Marque os verbos, grife os sujeitos, leia o texto. 14. Separa conjunção coordenativa deslocada ou intercalada. Era persistente; não sairia, pois, da corrida. 15. Antes de conjunção coordenativa explicativa, adversativa ou conclusiva. Vá, pois é tarde. Apressa-te, mas não corra. 16. Antes de e e nem só em oração com sujeito diferente do da anterior. Ouviram informações, e as notícias não os detiveram. 17. Antes de mas também, como também (em correlação com não só). Não só estuda, mas também trabalha. PONTO-E-VÍRGULA 18. Para fazer uma pausa maior que a da vírgula e menor que a do ponto. O planeta se aquece; o homem teme a extinção. 19. Separa orações adversativas e conclusivas com conjunção deslocada. Leia bastante; terá, portanto, facilidade em aprender. 20. Separa orações coordenadas que já têm vírgula no seu interior. Sobre a mesa, livros; na mente, o conteúdo. 21. Separa orações coordenadas que formam um paralelismo ou um contraste. O sábio reconhece que é leigo; o tolo acha que é sábio. 22. Aparece no final dos itens de uma enumeração em lista ou não. São bilabiais: 1) a letra M; 2) a letra P; 3) a letra B. DOIS-PONTOS 23. Antes de aposto (explicativo ou enumerativo) e de oração apositiva. Queria algo: reformar a casa. Isto é a vida: uma festa. 24. Antes de citações. Segundo escreveu Emerson: “Ame e será amado”. 25. Antes de explicação ou esclarecimento (no lugar de “pois”). Não o critique: ele é iniciante, não sabe dirigir. 26. Depois da invocação nas correspondências. Senhor Gilber Botelho: 27. Depois de exemplo, nota, observação. Observação: deve-se usar capacete. 28. Depois de a saber, tais como, por exemplo. Tem um projeto, a saber: passar em concurso público. ASPAS 29. No início e no final das transcrições. Foi quando ele bradou: “Independência ou morte!”. 30. Só aparecem após a pontuação final se abrangem o período inteiro. É o lema da Bandeira: “ORDEM E PROGRESSO”. 31. Destacam palavras ou expressões nos enunciados de regras. A palavra “crase” significa fusão, mistura. 32. Indicam estrangeirismos, gírias, arcaísmos, formas populares, etc. (tais expressões podem vir sublinhadas ou em itálico). Era muito “bacana” saber que aquele “brother” havia chegado. 33. Destacam palavras empregadas em sentido irônico. Os “anjinhos” do presídio atearam fogo nos colchões. 34. Destacam títulos de obras. “O Auto da Compadecida” é de Ariano Suassuna. RETICÊNCIAS 35. Indicam interrupção ou suspensão por hesitação, surpresa, emoção. Você... sabe que... estou ... apaixonado. 36. Para realçar uma palavra ou expressão seguinte. O povo votou e, depois da eleição veio... a surpresa. 37. Indicam interrupção por ser óbvia a continuação da frase. O filho era um amor de pessoa, mas o pai... 38. Indicam a supressão de palavras num texto transcrito Segundo ele: “Há mais mistérios entre o céu e a terra”... 39. Podem vir entre parênteses, se o trecho suprimido é longo. Havia cinco crianças: Rodrigo, Rogério (...) e Gilber. PARÊNTESES 40. Separam a intercalação de uma explicação ou de um comentário. A guerra (todos sabem) teve motivações econômicas. 41. Separam a indicação da fonte da transcrição “O sertão é o mundo.” (Guimarães Rosa) 42. Separam a sigla de estado ou de entidade após seu nome completo. Codó (MA). Ministério Público (MP). 43. Separam uma unidade (moeda, peso, medida) equivalente a outra. Tarifa: U$ 1,00 (R$ 1.78) 44. Separam números e letras, numa relação de itens, e asterisco. Errata dos itens: (3), (5), (9), (32). (*) Fonte: IBGE. 45. Separa o latinismo sic (confirma algo exagerado ou improvável). “Este artigo é imexível” (sic). 46. O ponto sempre vem após o segundo parêntese, salvo se um período inteiro está entre parênteses. Havendo dúvida, deixe em branco (não chute o item). Crianças são sinceras. (Adultos procuram agradar.) TRAVESSÃO 47. É usado, duplamente, para destacar uma palavra ou expressão. O Brasil - país em crescimento - tem um desafio. 48. Aparece, nos diálogos, antes da fala de um interlocutor e, depois dela, quando se segue uma identificação de quem falou. - Moro na Europa - disse o escritor. - Socorro! - Gritavam as vítimas do incêndio. 49. Liga palavras ou expressões que indicam início e final de percurso. Recuperado trecho da rodovia Belém - Brasília. 50. É usado duplamente quando um trecho extenso se intercala em outro. A noiva - nunca vi nada igual - estava radiante. PONTO 51. Aparece no final da frase, quando se conclui todo o pensamento. Está consumado. Não se pode mudar a história. 52. É usado nas abreviaturas. Ltda. Art. Sr. Ex.: Pág. 53. Estando a abreviatura no final da frase, não há outro ponto. Foram encontrados pastas, papéis, canetas etc. 54. Separa as casas decimais nos números, salvo os indicativos de ano. 2.654.987 habitantes. Era o ano de 1964.