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Geografia I -34

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192 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Italo Trigueiro) 
CONSERVACIONISMO X PRESERVACIONISMO 
Conservar um recurso natural não significa guardá-lo, mesmo 
porque a humanidade não poderia sobreviver sem o seu uso. 
Conservação dos recursos naturais significa sua utilização de 
forma racional, ou seja, procurando obter o máximo de 
aproveitamento para satisfazer o maior número possível de 
pessoas. Para atingir um estágio de conservação dos recursos 
naturais são necessários alguns requisitos básicos, tais como: 
educação do homem, técnicas adequadas, proteção, reprodução e 
recuperação. 
 
Preservar consiste em resguardar ou proteger os recursos naturais 
evitando a sua utilização. Na verdade o preservacionismo é 
direcionado para os ambientes ou espécies que estejam 
ameaçados de extinção. De uma forma geral a preservação está 
ligada à ideia de patrimônio cultural e/ou ecológico de um espaço 
geográfico. Trata-se de paisagens naturais ou obras de artes que 
possuem valores ideológicos inestimáveis. 
 
A produção e o uso inadequado do bem mineral podem direta ou 
indiretamente levar a diferentes formas de degradação ambiental, 
outrora de efeitos locais ou regionais, agora amplos (aquecimento 
global, chuva ácida, deterioração da camada de ozônio, poluição 
dos reservatórios de água, etc.). Não só a provável futura escassez 
dos minerais nos preocupa como as consequências danosas para 
as sociedades humanas. 
 
Os minerais podem ser classificados em: Minerais metálicos: 
ferro, manganês, alumínio, magnésio, cobre, mercúrio, chumbo, 
estanho, ouro, prata e urânio. Minerais não-metálicos: quartzo, 
feldspato, enxofre, titânio, diamante, mica, amianto, etc. 
CONSUMO ANUAL MÉDIO DE ALGUNS MINERAIS POR 
NORTE-AMERICANOS DOS ESTADOS UNIDOS 
 
Fonte: Craig, Voughan & Skinner, 1996. 
 
 
EXPECTATIVA DE DURAÇÃO DAS RESERVAS DE ALGUNS 
MINERAIS 
 
MINERAL DURAÇÃO 
Sal e Magnésio Quase infinita. 
Cal e Silício Mais de milhares de anos. 
Minério de Manganês e Cobalto. Mais de 200 anos. 
Minério de Ferro e Feldspato. 100 a 200 anos. 
Bauxita, Fosfato e Níquel. 50 a 100 anos. 
Fonte: CAMERON, Eugene N.At the crossroads. In.: Manual Global de Ecologia. 
São Paulo: Augustus,1993.p.,180. 
PRODUÇÃO MUNDIAL DE MINÉRIOS 
 
 
Aula 2 – Atividades Econômica 
 
 
 
 
 
193 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
Para solucionar o problema da extinção de alguns recursos 
minerais, as sociedades terão de se preocupar em recuperar áreas 
degradadas e explorar mais racionalmente as áreas mineradoras, 
além de procurar substitutos para minerais escassos. 
 
OS EFEITOS AMBIENTAIS DA MINERAÇÃO 
 
A mineração e o garimpo são atividades que também exercem 
forte interferência no ambiente natural e contribuem para sua 
deterioração. Trata-se da extração de recursos naturais do 
solo e do subsolo, dos mais variados tipos e usos. Os 
recursos minerais, como o carvão e o petróleo, tanto são 
usados como fontes energéticas quanto como matérias-
primas (...). É praticamente impossível para a sociedade 
industrial privar-se do uso dos recursos minerais. Foram os 
múltiplos usos desses recursos que possibilitaram o grande 
desenvolvimento industrial. 
 
Minerais de grande valor comercial como ouro, diamante e até 
cassiterita são muito explorados no Brasil através do garimpo. 
 
Equipamento usado na mineração. 
 
Esse trabalho de mineração é feito nos leitos fluviais e nos 
depósitos de sedimentos dos terraços e das planícies fluviais, 
principalmente dos rios da bacia hidrográfica amazônica e no 
alto rio Paraguai-Cuiabá. (...) A operação de garimpo 
mecanizado movimenta um volume enorme de detritos ao 
destruir as margens dos leitos fluviais e na dragagem dos 
depósitos de fundos dos leitos fluviais. Alteram a qualidade 
das águas dos rios com sedimentos em suspensão e com o 
uso do mercúrio para aumentar o aproveitamento das 
partículas finas de ouro. A garimpagem, tal como tem sido 
praticada no Brasil, gera grande desperdício por extrair cerca 
de 50% dos minerais disponíveis nos sedimentos. Além disso, 
altera totalmente a paisagem e afeta a qualidade das águas 
dos rios e com isso interfere na vida da fauna [da flora] e na 
saúde do homem. 
Fonte: ROSS, J. L. S. (org.) Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2003. 
 
A prospecção mineral é uma atividade importante e essencial ao 
homem moderno. Por ser uma atividade econômica extrativista, 
produz grandes transformações e impactos no espaço geográfico. 
Observa-se, no momento atual, um crescimento tanto no que se 
refere a investimentos em novas tecnologias de exploração mineral 
quanto na busca por novos depósitos minerais, já que o mercado 
mundial tem demandado mais recursos minerais como forma de 
atender à sociedade cada vez mais consumista. Em alguns países, 
a atividade extrativa mineral responde por mais de 20% do PIB, 
como no Chile. Já no Brasil, essa atividade responde por cerca de 
5% do PIB, com boas perspectivas de crescimento para os 
próximos anos. 
 
Apesar da importância do extrativismo mineral para o mundo 
moderno, essa atividade tem sido vista como uma das 
responsáveis pela degradação ambiental. Como forma de tentar 
amenizar ou mesmo reverter esse problema, programas de 
desenvolvimento sustentável aliados a leis ambientais mais rígidas 
têm contribuído para o desenvolvimento de tecnologias que visam 
a minimizar os impactos no meio ambiente. 
 
A EXPLORAÇÃO MINERAL NO BRASIL 
O Brasil está entre os cinco países com maior potencial de 
descobertas minerais, ao lado da Austrália, do Canadá, dos EUA e 
da Rússia; porém é apenas o oitavo país em investimentos em 
exploração mineral. Desde os tempos coloniais, a atividade 
extrativa mineral é importante em nosso país. 
 
A preocupação com os recursos minerais no Brasil evidencia-se a 
partir da evolução nacionalista de 1930, culminando com a 
aprovação do Código de Minas que distinguia a propriedade do 
solo e do subsolo (pertencente à União). Em 1934, a Constituição 
permitiu que “empresas constituídas no Brasil explorassem jazidas 
minerais”, dando espaço às empresas estrangeiras para se 
organizarem no território brasileiro. Em 1937, a nova Constituição 
corrigiu essa falha na lei, e o direito exclusivo de exploração 
mineral voltou a ser de brasileiros. Em 1965, durante o período 
militar, ocorreu a aprovação do Plano Decenal de Avaliação dos 
Recursos Minerais, que deu início a um grande impulso na 
exploração dos recursos minerais brasileiros. A Carta de 1988 
estabeleceu o monopólio da União para pesquisa, lavra e comércio 
do petróleo, do gás natural e dos minerais de uso nuclear. Apenas 
em 1995, o monopólio estatal foi quebrado, permitindo a 
penetração do capital estrangeiro nessas atividades. Na década de 
1990, o Brasil aderiu ao Neoliberalismo e deu início às 
privatizações nos setores petroquímico e de extrativismo mineral, 
entre outros. 
 
A exploração mineral exige altos investimentos (pesquisa – em 
áreas de alto risco, já que nem todas geram resultados – 
infraestrutura de minas, transportes, energia) e também envolve 
grandes riscos de capital, já que os produtos oriundos do 
extrativismo mineral sofrem grandes variações de preços. No 
Brasil, a presença de grandes empresas de capital nacional 
privado e capital estrangeiro é uma realidade. Sete grandes 
empresas respondem por 94% da produção nacional de ferro: Cia. 
Vale do Rio Doce; Minerações Brasileiras Reunidas S.A.; 
Mineração da Trindade; Ferteco Mineração S.A.; Samarco 
Mineração S.A.; Cia. Siderúrgica Nacional; e Itaminas Comércio de 
Minérios S.A., Cia. Siderúrgica Nacional; e Itaminas Comércio de 
Minérios S.A., segundo o Departamento Nacional de Produção 
Mineral (DNPM). 
 
A antiguidade de nossa estrutura geológica associada aos 
diferentes tipos de rochas que a compõem conferem ao Brasil uma 
riqueza mineral diversificada, o que não significa que somos 
autossuficientesem todos os minerais essenciais ao 
desenvolvimento industrial. 
 
 
 
 
 194 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Italo Trigueiro) 
Segundo levantamentos mineralógicos do Brasil, nosso país 
apresenta o seguinte quadro: 
• Reservas abundantes: ferro, manganês, cassiterita, níquel, 
bauxita, cristal de rocha, zircônio, berilo, magnesita, calcário, sal-
gema e tório. 
• Reservas suficientes: ouro, cobre, zinco, potássio, fluorita e xisto. 
• Reservas deficientes: chumbo, prata, platina, antimônio, cromo, 
tungstênio, enxofre, petróleo, carvão e gás natural. 
 
PRINCIPAIS PROJETOS MINERAIS 
 
 
Corresponde à principal região de exploração de minério de ferro 
do país, porém são também identificadas na região outras jazidas, 
como as de manganês, de cobre, de níquel, de bauxita e de 
cassiterita. A produção dessa área é escoada por meio de dois 
corredores (a Estrada de Ferro Vitória-Minas, que liga a região do 
Quadrilátero aos portos de Vitória e Tubarão – ambos no ES –, e a 
Estrada de Ferro Central do Brasil, que liga o Quadrilátero ao Porto 
de Sepetiba no Rio de Janeiro). A produção mineral do 
Quadrilátero atende aos mercados interno e externo. 
 
PROJETO GRANDE CARAJÁS 
 
 
O Projeto faz parte do programa desenvolvimentista do Governo 
Federal visando à integração da Amazônia Oriental e à exploração 
do minério de ferro, por meio da implantação de projetos voltados 
para a mineração, metalurgia, agricultura, reflorestamento e 
pecuária. Essa exploração foi fruto da implantação de projetos de 
colonização e política de incentivo aos empreendimentos 
agrominerais na Amazônia, desde os anos 1960. 
 
O Programa Grande Carajás foi lançado em 1979 com o objetivo 
de tornar viável a exploração mineral na região da Serra de 
Carajás, uma grande província mineralógica que contém a maior 
reserva mundial de minério de ferro de alto teor, além de 
importantes reservas de manganês, cobre, ouro, entre outros. A 
prospecção de minério na Serra dos Carajás, no leste do Pará, 
começou em 1966 com a participação de empresas transnacionais. 
Em 1970, os minérios já tinham sido localizados e, então, 
constituiu-se a Amazônia Mineração S.A., que se associou a 
empresas estrangeiras e à Companhia Vale do Rio Doce. 
 
No final dos anos 1970, a CVRD assumiu o controle total do 
empreendimento e lançou o Programa Grande Carajás. Na década 
de 1990, a Companhia Vale do Rio Doce foi privatizada, 
transformando-se na maior exportadora de minério de ferro do 
mundo, possuindo todos os direitos de exploração dos minérios da 
Serra de Carajás. A exploração de minérios, sobretudo o ferro, 
exigiu o desenvolvimento de uma infraestrutura da qual fazem 
parte a Estrada de Ferro Carajás – que se estende até o Porto 
Ponta da Madeira, no Maranhão – e a Usina Hidrelétrica de 
Tucuruí, no Rio Tocantins. 
 
O Projeto Carajás atraiu grandes contingentes populacionais para 
o sul do Pará e o impacto ecológico de suas atividades foi 
inevitável. Segundo os pesquisadores, a Província Mineral de 
Carajás, pela diversidade de seus recursos minerais e grandeza 
das jazidas, é única no planeta. 
 
PROJETO TROMBETAS (PA) 
O Projeto Carajás está articulado ao Projeto Trombetas, com a 
extração de bauxita na Serra de Oriximiná, junto ao Vale do Rio 
Trombetas, no noroeste do Pará. A empresa controladora desse 
segundo projeto chama-se Mineração Rio do Norte, constituída a 
partir da associação da Companhia Vale do Rio Doce com um 
grupo de empresas nacionais e estrangeiras. A bauxita de 
Oriximiná é destinada ao abastecimento do complexo industrial 
ALBRÁS / ALUNORTE, onde a bauxita é transformada em alumínio 
e alumina, sendo depois exportada para o mercado japonês. 
 
SERRA DO NAVIO (AP) 
O projeto na Serra do Navio, implantado no final da década de 
1950, no estado do Amapá, foi até a década de 1990 a principal 
mina de manganês do Brasil, com uma produção acumulada de 
mais de 30 milhões de toneladas. Em 1968, havia a preocupação 
com o crescimento da pauta de exportação, mas também com a 
ocupação do espaço. Buscava-se sair da economia baseada na 
indústria extrativa vegetal e em modestas atividades 
agropecuárias, para novas formas agropastoris e para a 
industrialização dos produtos naturais. A exaustão dessa mina foi 
compensada com a definição de novas reservas no sul do Pará, 
em especial a jazida do Igarapé do Azul. 
 
MACIÇO DO URUCUM (MS) 
Localizado próximo à cidade de Corumbá, corresponde a uma área 
produtora de minério de ferro e manganês. A produção oriunda 
dessa área abastece principalmente países como Paraguai, 
Argentina e Bolívia. O escoamento é realizado próximo à cidade de 
Corumbá. 
Aula 2 – Atividades Econômica 
 
 
 
 
 
195 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
A exploração no Maciço do Urucumi começou em 1930 e se 
instalou com vários privilégios, como isenções da tarifa de 
importação de máquinas e equipamentos, além de concessões 
sem critérios. Sendo este setor produtivo atrelado às fases cíclicas 
de depressão da economia do café, considerado o centro dinâmico 
acumulativo. Nos anos 50 o desenvolvimento nacional trouxe um 
avanço, sendo que a produção de Corumbá deslanchou e atraiu a 
instalação de outras indústrias como a Companhia de Cimento 
Portland Itaú e a Sociedade Brasileira de Metalurgia. 
 
Com a crise mundial dos anos 70 em razão da divisão territorial do 
trabalho, dificuldade de acesso pela carência estrutural de 
transporte local a longa distância do minério e a crise do petróleo 
que compromete a economia do planeta, o governo do estado de 
Mato Grosso criou a Mineração do Estado de Mato Grosso 
(Metamat) e a Urucum Mineração, que é de capital misto, tendo 
como acionista a própria Metamat, a estatal Companhia Vale do 
Rio Doce (CVRD) e mais dois grupos menores de mineradores 
privados. 
 
No ano de 1980, com a finalidade de aproveitar o potencial de 
minério, o governo estadual, tendo o apoio do Ministério das Minas 
e Energia, anuncia o projeto do Pólo Mínero-Siderúrgico de 
Corumbá, que conta com a participação da Urucum Mineração. Do 
ponto de vista produtivo, a mineração participa com 
aproximadamente 3,5% da receita do município, tendo chegado a 
empregar mais de 500 pessoas nos anos 90 (seu melhor 
momento), das quais 200 demitidas logo depois de concretizado o 
acampamento, que ainda estava sob júdice da Vale do Rio Doce. 
Mas na perspectiva sócio-ambiental vem apresentando alguns 
problemas de conflitos, pois a lavagem do minério extraído acaba 
provocando grande poluição nos afluentes do rio Paraguai e 
também em seu curso, além das imediações da localidade de 
Ladário e em distritos de Corumbá (Forte Coimbra e Nabileque). A 
empresa também tem enfrentado outras denúncias 
comprometedoras nos primeiros anos do século XXI, como ter 
desviado o curso de água do córrego Urucum, prejudicando mais 
de 50 famílias, na maioria das vezes produtores rurais de um 
projeto de assentamento do INCRA que são vizinhas das minas de 
extração de minério. 
 
 
PRINCIPAIS JAZIMENTOS MINERAIS 
• Minério de ferro – Mineral abundante no mundo, porém com 
jazidas em poucos países, sendo que apenas cinco detêm 77% 
das ocorrências totais. O Brasil possui 8,3% das reservas totais, a 
quinta maior do mundo, equivalente a 19 bilhões de toneladas. As 
reservas do Brasil e da Austrália apresentam o maior teor de ferro, 
da ordem de 60%. Ocupamos o segundo lugar na produção 
mundial, perdendo apenas para a China, no entanto, se for 
considerado o volume de minério de ferro já beneficiado, estamos 
à frente desse país. No mundo, os maiores produtores de minério 
de ferro são os Estados Unidos, o Brasil, a China e a Austrália. 
• Manganês – Esse mineral é importante para a industrialização 
de um país, devido à empregabilidade na indústria (química, 
cerâmica, baterias elétricas, fertilizantes). Na siderurgia é 
empregado para retirar o oxigênio e o enxofreprejudiciais ao ferro. 
O manganês é encontrado em terrenos antigos do Proterozoico, 
geralmente associado ao minério de ferro. O Brasil é o terceiro 
produtor mundial, sendo que o primeiro é a África do Sul. A 
produção brasileira vem aumentando, principalmente com a 
atuação da CVRD em Carajás, e as exportações também têm 
apresentado substancial crescimento. Internamente, o manganês é 
utilizado nas siderúrgicas compondo ligas com o ferro na produção 
de aço. A produção brasileira está concentrada no estado do Pará 
(Serra dos Carajás), Minas Gerais (Quadrilátero Ferrífero) e no 
Amapá (Serra do Navio). No mundo, as mais importantes reservas 
de manganês estão na Rússia, África do Sul, Gabão, Austrália, 
Índia, México, Gana, Hungria e Marrocos. 
• Alumínio – Mineral abundante na crosta terrestre, no entanto, 
o alumínio não é encontrado de forma isolada na natureza e o 
processo de industrialização desse metal exige alto consumo de 
energia elétrica. O minério de bauxita é a principal fonte para a 
obtenção do alumínio e a sua extração é realizada no Vale do Rio 
Trombetas, no Pará (Mineração Rio do Norte – 76,6%), com 
industrialização pela ALUNORTE / ALBRÁS e no estado de Minas 
Gerais. No mundo, os principais produtores de alumínio sã China, 
Rússia, Canadá, Estados Unidos e Austrália. 
• Estanho – O Brasil possui 6,8% das reservas mundiais, uma 
produção de 6,7% e um consumo de 3,2% do total mundial. O 
estanho é obtido da cassiterita, sendo utilizado na composição de 
ligas metálicas como a folha de flandres, com o aço. As principais 
áreas de produção estão nos estados do Amazonas, Rondônia, 
Minas Gerais, Pará, Goiás e Mato Grosso. As exportações desse 
mineral têm enfrentado forte concorrência do estanho chinês 
(44,2% das reservas mundiais). No mundo, os principais 
produtores de estanho são China, Malásia, Tailândia, Indonésia, 
Austrália, Bolívia e Peru. 
• Cobre – O Brasil possui modesta participação no mundo em 
relação ao cobre, em um mercado dominado pelo Chile e pelos 
EUA, tanto no que diz respeito às reservas quanto à produção. A 
prospecção desse minério no Brasil está concentrada nos estados 
da Bahia, do Pará (Carajás) e de Goiás, sendo insuficiente para 
atender ao consumo interno. O Brasil importa cobre principalmente 
do Chile e do Peru. No mundo, os principais produtores de cobre 
são Estados Unidos, Peru, China, Austrália, Indonésia e Rússia. 
• Ouro – A principal característica desse mineral é a sua 
resistência a quase todos os tipos de corrosão, sendo utilizado em 
diversas ligas metálicas, joias, tratamentos dentários, etc. A 
produção brasileira atende ao mercado interno e externo. Os 
maiores produtores são África do Sul, Estados Unidos, Austrália, 
Canadá, Rússia e Brasil, sendo Minas Gerais o principal produtor 
nacional seguido do Pará. 
• Nióbio – Minério utilizado na composição de ligas metálicas 
que requerem resistência e leveza. É considerado estratégico para 
as indústrias, como aeronáutica, naval e espacial, além da 
automobilística. O Brasil detém grande parte das reservas e da 
produção mundial, e, internamente, a produção se concentra em 
Minas Gerais (96,3%), Amazonas (2,7%) e Goiás (1,0%). No 
mundo, o Brasil é o maior produtor, seguido pelo Canadá que 
detém apenas 2% da produção mundial. 
 
 
 
 
 196 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Italo Trigueiro) 
• Quartzo – Minério estratégico para a indústria de informática e 
eletroeletrônica. O Brasil detém quase a totalidade do quartzo 
mundial em estado natural e exporta esse produto especialmente 
para o Japão, Hong Kong e Reino Unido. Em termos de produção 
de quartzo em cristal, merecem destaque os estados da Bahia, 
Minas Gerais, Goiás, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa 
Catarina. No mundo, os principais produtores são Brasil, Suíça, 
Japão e África do Sul. O quatzo também pode ser obtido 
industrialmente através de crescimento hidrotérmico. O Japão é o 
maior produtor mundial de quatzo sintético, já o Brasil não possui 
tecnologia nesse setor. 
• Sal marinho – É utilizado na fabricação de baterias, óxidos, 
soldas e munições. A grande extensão do litoral brasileiro e as 
condições físicas favoráveis (ventos alísios, elevada insolação e 
evaporação, elevada salinidade em alguns pontos do litoral) 
permitem ao Brasil uma grande produção que atende tanto o 
mercado interno quanto o externo. O Rio Grande do Norte é o 
maior produtor nacional, Rio de Janeiro, Ceará e Piauí, são outros 
produtores. 
• Chumbo – A participação do Brasil nas reservas e produção 
de chumbo no mundo é muito reduzida. A produção brasileira é 
encontrada em Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Bahia. 
O Brasil importa semimanufaturados de chumbo do Peru, China, 
Reino Unido e Argentina. Conforme dados de 2007, as maiores 
reservas mundiais de chumbo, em milhões de toneladas (mt), 
estavam na Austrália (59 mt), China (36 mt), EUA (19 mt), Canadá 
(5 mt), Peru (4 mt) e México (2 mt). 
 
QUESTÃO AMBIENTAL E MINERAÇÃO 
A mineração no Brasil e no mundo representa, nos dias atuais, a 
base de um importante segmento da economia nacional. Os 
minerais são considerados matérias-primas não renováveis e, à 
primeira vista, a mineração é considerada uma atividade não 
sustentável, cujos recursos são exauríveis. 
 
Os efeitos ambientais estão associados, de modo geral, às 
diversas fases de exploração dos bens minerais, como a abertura 
de cavas (retirada da vegetação, escavações, movimentação de 
terra e modificação da paisagem local); o uso de explosivos no 
desmonte de rocha, provocando, por exemplo, a vibração do 
terreno e o lançamento na atmosfera de fragmentos, gases, poeira; 
o transporte e beneficiamento do minério (geração de poeira e 
ruído), afetando a água, o solo e o ar, além da população local. O 
grande desafio é a exploração com responsabilidade e 
sustentabilidade, sem degradar o meio ambiente, ou, ao menos, 
tentando minimizar esses impactos. 
 
Sobre isso, a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 225, 
parágrafo segundo, determina que a utilização de recursos 
minerais deixa o empreendedor obrigado a recuperar o meio 
ambiente degradado. Nesse contexto, é dever do empreendedor 
zelar por um bem público, o meio ambiente, e é obrigação do 
Estado, por meio de órgãos competentes, fiscalizar o cumprimento 
da lei. Por meio da integração de órgãos, nas três esferas (federal, 
estadual e municipal), e também da sociedade, pode-se garantir 
um efetivo cumprimento da legislação ambiental e mineral, assim 
como a recuperação de ambientes degradados. Além disso, há a 
exigência de que a empresa interessada na exploração mineral 
apresente um relatório de impacto ambiental (RIMA) e um plano de 
recuperação da área degradada pela mineração, que ficam sujeitos 
à análise e à aprovação. 
CASO SAMARCO, UM MAR DE LAMA!! 
O rompimento da barragem do Fundão, na zona rural de Mariana 
(MG), liberou uma enxurrada de rejeitos de minério de ferro, cerca 
de 50.000.000 m³ desses rejeitos, de acordo com o Instituto 
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis 
(IBAMA). A responsável pela barragem é a SAMARCO, empresa 
controlada por duas gigantes na mineração mundial, a VALE e a 
BHP –Billinton. 
 
Além de 19 mortos e das centenas de pessoas que foram 
desalojadas, a tragédia deixou um rastro de danos ambientais, 
econômicos e sociais difíceis de serem reparadas. A maioria das 
comunidades presentes nas regiões atingidas dependem 
economicamente da pesca, agricultura, turismo, pecuária e da 
própria mineração, hoje impraticáveis na região. 
 
 
 
A Samarco foi obrigada pelo Ministério Público de Minas Gerais a 
providenciar lar temporário para mais de 260 famílias desabrigadas 
e a pagar a elas uma indenização de R$ 20 mil, além de um salário 
mínimo, mais 20% por dependente e uma cesta básica. Também 
foram determinados judicialmente acertos no valor de R$ 100 mil 
para as famílias daqueles que morreram ouainda estão 
desaparecidos. Esse montante é considerado um adiantamento, 
pois o total da indenização ainda será estipulado judicialmente. 
 
 
 
AGROPECUÁRIA 
A agropecuária é o conjunto de técnicas de domínio e controle do 
desenvolvimento das plantas e dos animais para o uso humano, 
sendo uma das atividades básicas da humanidade, que 
provavelmente foi a responsável pela primeira grande 
transformação no espaço geográfico. 
Aula 2 – Atividades Econômica 
 
 
 
 
 
197 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
Surgiu há cerca de 12 mil anos, no Neolítico2, quando as 
comunidades primitivas passaram de um modo de vida nômade, 
baseado na caça e na coleta de alimentos, para um modo de vida 
sedentário, viabilizado pelo cultivo de plantas e pela domesticação 
de animais. 
 
 
Pintura retratando o surgimento da agricultura no Neolítico. 
 
Inicialmente, foi praticada às margens dos grandes rios, como o 
Tigre e o Eufrates, Nilo, o Yang-Tsé-Kiang e o Ganges. Foi 
justamente nessas áreas que se desenvolveram as primeiras 
grandes civilizações. Com a evolução da agricultura, começou a 
haver excedente de produção, o que possibilitou o 
desenvolvimento do comércio, inicialmente baseado na troca de 
produtos. As técnicas agrícolas revelam como as sociedades 
interferem nos processos naturais, “criando” solos férteis. A prática 
ensinou muitas coisas, antes de a ciência explicá-las. Mas só no 
século XIX iniciaram-se as experiências com fertilizantes químicos, 
cuja produção se tornaria um negócio industrial no século XX. 
 
Graças à Revolução Industrial, evoluíram as técnicas agrícolas, o 
que possibilitou o aumento da produtividade, sem ser necessário 
ampliar a área de cultivo. Esse desenvolvimento tecnológico 
aplicado à agricultura ficou conhecido como Revolução Agrícola, 
que visava o aumento da produção de alimentos. 
 
Esse aumento de produtividade foi necessário em decorrência do 
aumento da população em geral, da elevação percentual da 
população urbana (cujas atividades de subsistência eram limitadas 
a alguns gêneros apenas) e da proporcional diminuição da 
população rural, responsável pela produção de alimentos. As 
bases técnicas da Revolução Agrícola foram propiciadas sobretudo 
pelas indústrias fornecedoras de insumos para a agricultura 
(máquinas, fertilizantes, etc.). 
 
COMO NASCEU A AGROQUÍMICA 
 
“Até o final dos anos 40, a pesquisa em agricultura visava a 
soluções biológicas. A perspectiva era ecológica, embora mal 
se falasse em ecologia. Se esta tendência tivesse podido 
continuar, teríamos hoje muitas formas de agricultura 
sustentável, localmente adaptadas e altamente produtivas. 
 
2 O neolítico é o período de pré-história que ocorreu entre 12000 a.C, e 6000 a.C. 
Foi nesse período que o ser humano inventou e desenvolveu a agricultura, iniciou a 
domesticação de animais, tornou-se sedentário e aperfeiçoou técnicas de produção 
de utensílios. A esse conjunto de inovações dá-se o nbome de Revolução do 
Neolítico. 
Começando os anos 50, a indústria conseguiu fixar um novo 
paradigma, nas escolas, na extensão e na pesquisa agrícola. 
Vamos chama-lo paradigma NPK + V, NPK que corresponde a 
nitrogênio, fósforo, potássio, o V significando veneno. Os 
fertilizantes comerciais tornaram-se um grande negócio 
depois da Primeira Guerra Mundial. Logo no começo da guerra 
o bloqueio Aliado cortou o acesso dos alemães ao salitre 
chileno, essencial para a produção de explosivos. 
 
O processo Haber-Bosch para a fixação de nitrogênio a partir 
do ar era conhecido, mas ainda não tinha sido explorado 
comercialmente. Os alemães montaram então uma enorme 
capacidade de produção e conseguiram lutar por quatro anos. 
O que seria do mundo se esse processo não tivesse sido 
conhecido? A Primeira Guerra Mundial não se teria realmente 
desencadeado, não teria acontecido o Tratado de Versalhes e, 
portanto, não teria havido Hitler! É incrível como a tecnologia 
pode mudar o curso da História! 
 
Quando a guerra acabou existiam enormes estoques e 
capacidade de produção, mas não havia mais um enorme 
mercado de explosivos. A indústria, então, decidiu empurrar 
os fertilizantes nitrogenados para a agricultura. [...] Então eles 
se tornaram um grande negócio. A indústria desenvolveu um 
espectro completo, incluindo fósforo, potássio, cálcio, 
microelementos, mesmo sob a forma de sais complexos, 
aplicados na forma granulada algumas vezes lançados de 
aviões. 
 
A Segunda Guerra Mundial deu um grande empurrão para uma 
pequena e quase insignificante indústria de pesticidas e, 
realmente, projetou-a para uma produção em grande escala. 
Hoje, o equivalente a centenas de bilhões de dólares em 
venenos é espalhado nas terras de todo o planeta. 
 
Atualmente, o paradigma é aceito quase sem questionamento 
nas escolas agrícolas, na pesquisa e na extensão. Os 
agricultores, em sua maioria, acreditam nele e, 
frequentemente, quando marginalizados, culpam a si mesmos 
por sua incapacidade de competir [...] 
 
A fantástica diversidade de cultivares que tínhamos, e ainda 
temos hoje, depois das tremendas perdas causadas pela 
‘Revolução Verde’ durante as últimas décadas, é o resultado 
da seleção, consciente e inconsciente, por parte dos 
camponeses ao longo dos séculos”. [...] 
LUTZENBERGER, José A. O absurdo da agricultura. Estudos Avançados. 
São Paulo, v.15,n.43, dez, 2001. 
 
Após a Segunda Guerra Mundial, os países desenvolvidos criaram 
uma estratégia de elevação da produção agrícola mundial, pois 
haviam “perdido” muitas de suas colônias com o processo de 
descolonização nos anos 50. Essa estratégia concebida pelos 
Estados Unidos, objetivava o combate da fome e da miséria nos 
países subdesenvolvidos, por meio da introdução de um pacote 
tecnológico contendo novas técnicas de cultivo, equipamentos para 
mecanização, fertilizantes, defensivos agrícolas e sementes 
selecionadas. Essa estratégia ficou conhecida como Revolução 
Verde. 
	SEMANA 02 - GEOGRAFIA II - ATIVIDADES ECONÔMICAS - TRIGUEIRO
	CONSERVACIONISMO X PRESERVACIONISMO

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