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Aula 32 – Migrações Internas 117 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO Questão 01 (UNICENTRO) Leia o texto a seguir. Um fenômeno urbano, visto especialmente nas grandes cidades. Esse processo ocorre na medida em que milhões de pessoas que compõem o PEA (População Economicamente Ativa) deixam suas residências antes do horário comercial para chegar ao trabalho e, no final da tarde, ou do expediente, voltam para casa. Esse processo significa simples fluxos populacionais que não configuram propriamente como migração, isso porque não se trata de uma transferência definitiva e sim momentânea. Existem vários casos que se enquadram. Entre eles está o fluxo de boias-frias que residem geralmente na cidade e se deslocam até o campo onde desenvolvem suas atividades, de pessoas que moram em uma determinada cidade e trabalham em outra, além de viagens de final de semana, feriados e férias. Decorrente desse fenômeno, ocorre nos grandes centros urbanos a hora de rush, que são determinados horários do dia nos quais os trabalhadores se aglomeram no trajeto tanto para chegar ao trabalho como para regressar a casa. Outro tipo de fluxo é o commuting, pessoas que moram em um determinado país e se deslocam para outro para trabalhar ou procurar uma ocupação. Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o tipo de migração descrita no texto. a) Êxodo rural. d) Migração inter-regional. b) Migração espontânea. e) Migração intrarregional. c) Migração pendular. Questão 02 Mudanças significativas ocorridas na economia do Brasil recentemente modificaram, de forma significativa, os fluxos migratórios internos no país. Sobre esse tema, considere as afirmações a seguir. 0-0) Por conta da considerável melhoria dos padrões sociais e em face da política de transferência de renda para as áreas interioranas do Nordeste, particularmente o Agreste e partes do Sertão, os fluxos migratórios se dirigem, mais intensamente, para essas regiões. 1-1) Os movimentos migratórios internos são uma expressão de cenários nos quais as histórias familiares se misturam aos fenômenos econômicos e sociais de uma cidade ou de uma região. 2-2) Os empregos que estão atraindo mais trabalhadores para a Região Norte concentram-se na produção de minerais metálicos, principalmente alumínio e ferro, e no extrativismo mineral. 3-3) A Região Centro-Oeste, que se encontra em franca expansão econômica, em face do agronegócio, está sendo a que mais atrai imigrantes de outras regiões do país. 4-4) Em decorrência da transformação da economia de outras regiões brasileiras, constata-se que uma onda de migração de retorno vem acontecendo para a Região Sudeste, sobretudo a partir da década de 1990, reordenando o processo de urbanização. Questão 03 Realidades, como essa da ilustração, sempre foram comuns no Brasil. Os fluxos migratórios internos determinaram a ocupação de grandes extensões de seu território. Nos séculos XVII e XVIII, a procura por metais preciosos levou paulistas e nordestinos a Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Com a expansão do café pelo interior de São Paulo, chegavam levas de mineiros e nordestinos. No século XIX, o ciclo da borracha ajudou a povoar a região Norte por nordestinos. No século XX, as atividades agrícolas e industriais levaram ao Sudeste milhares de brasileiros de todas as partes, principalmente, nordestinos. A respeito das migrações internas atuais, é INCORRETO afirmar que a) nos últimos anos, o Centro-Oeste foi a região que mais recebeu migrantes devido à expansão do agronegócio da cana-de-açúcar e aos investimentos destinados à implantação industrial, fruto da descentralização do Sudeste. b) a Região Sudeste, grande atrativo de migrantes durante anos, já constata declínio migratório em razão do aumento do desemprego. Em 2005, atinge seu ponto mais alto de perdas, 269 mil moradores, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). c) os movimentos migratórios estão mais intensos dentro dos próprios estados, com o desenvolvimento de pólos industriais dentro e fora das grandes capitais. d) os fluxos migratórios, muitas vezes, desestabilizam famílias que, sem condições de sobrevivência, abandonam suas regiões de origem sem perspectivas imediatas de satisfazê-las em outras áreas do país. e) a Região Nordeste mantém sua tendência histórica, pois ainda é a principal área de origem dos migrantes no Brasil. Questão 04 De acordo com os fragmentos da composição podemos afirmar: I - As regiões abordadas na composição são o Agreste e a Zona da Mata Nordestina, onde a ocorrência das chuvas são de outono/inverno, predominantes entre os meses de março e agosto. II - A seca é um fenômeno natural, suas consequências sobre a população camponesa pobre é de cunho puramente socioeconômico. Enquanto os pobres são duramente penalizados com as secas, os ricos, donos de terras, até chegam a ser favorecidos com a estiagem. III - O migrante nordestino, além das questões econômicas e sociais, também sofre problemas de ordem afetiva e psicológica com o choque cultural, o preconceito do qual é vítima, a baixa 118 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitacio) autoestima, a perda de referenciais de identidade e a necessidade de adaptação a um outro estilo de vida. Está (ão) correta(s) a) Apenas as proposições I e III I e II b) Apenas as proposições II e III c) Apenas as proposições d) Apenas a proposição I e) Todas as proposições Questão 05 (UEPB) Observe o gráfico que trata da proporção de migrantes na população total por regiões brasileiras.Com auxilio da leitura do gráfico assinale V ou F para as proposições conforme sejam Verdadeiras ou Falsas. ( ) A Região Centro-Oeste apresenta o maior percentual de migrantes na formação de sua população, o que se deve principalmente à atração exercida pelo Distrito Federal e pela expansão da fronteira agrícola, que tornou a região fonte de forte atração populacional. ( ) O processo de integração do território nacional configurou o Nordeste como a região de perdas tanto demográficas como econômicas, que ainda tem como principal destino dos seus migrantes a Região Sudeste. ( ) A política de povoamento e de integração da Amazônia implantada pelos militares nos anos de 1970 transformou essa região numa área de expansão do capital e da fronteira agrícola, que passou a ser um dos principais destinos dos migrantes nordestinos e sulistas, daí a importância numérica dos migrantes na composição de sua população. ( ) O processo de desindustrialização ocorrido nas últimas décadas na Região Sudeste fez com que esta região perdesse totalmente a liderança na atração de migrantes para as Regiões Norte e Centro-Oeste, além de ser hoje uma região que não perde população devido à migração de retorno. A alternativa que apresenta a sequência correta é: a) V V V F b) V F F V c) F V V V d) F V V F e) V F F F. Questão 06 (UNESP) Cândido Portinari conseguiu retratar em suas obras o dia a dia do brasileiro comum, procurando denunciar os problemas sociais do nosso país. No quadro Os Retirantes, produzido em 1944, Portinari expõe o sofrimento dos migrantes, representados por pessoas magérrimas e com expressões que transmitem sentimentos de fome e miséria. http://qualquersemelhanca.files.wordpress.com/2010/04/os-retirantes.jpg Sobre o tema desta obra, afirma-se: I. Essa migração foi provocada pelo baixo índice de mortalidade infantil do Nordeste, associado à boa distribuição de renda na região. II. Contribuíram para essa migração os problemas de cunho social da região Sul, com altas taxas de mortalidade infantil. III. Os retirantes fugiram dos problemas provocados pela seca, pela desnutrição e pelos altos índices de mortalidade infantil no Nordeste.IV. Contribuíram para essa migração a desigualdade social, no Nordeste. É correto apenas o que se afirma em a) I. b) I e II. c) II, III e IV. d) III e IV. e) IV. Questão 07 Adaptado de SANTANA, Fabio Tadeu e DUARTE, Ronaldo Goulart. Rio de Janeiro: Estado e Metrópole. São Paulo: Editora do Brasil, 2009. A dinâmica interna de uma região metropolitana é extremamente complexa, dada a variedade das interações que se estabelecem entre os aglomerados que a compõem. Na tabela acima, evidencia-se o tipo de interação denominado de: a) repulsão urbana b) migração de retorno c) movimento pendular d) fluxo de transumância Questão 08 (UFG) Os dados dos últimos censos demográficos do Brasil indicam aumento da migração urbano-urbano e da pendular. Com base nesta afirmação: a) apresente dois fatores que explicam a relevância atual da migração urbano-urbano. b) explique uma causa para o aumento atual da migração pendular. http://qualquersemelhanca.files.wordpress.com/2010/04/os-retirantes.jpg Aula 32 – Migrações Internas 119 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência Questão 09 O impacto sobre São Paulo dos migrantes nordestinos, que chegaram à cidade no meio do século XX, foi tão grande quanto os efeitos produzidos pelos imigrantes que vieram da Europa, do Oriente Médio e da Ásia em décadas anteriores. Nos dois casos, os que dominavam a cidade incentivaram a vinda desses trabalhadores e suas famílias (...). Entretanto, os efeitos sociais e políticos foram sempre mais difíceis de digerir como demonstram os casos recentes de uma prefeita da cidade e de um presidente da República, nascidos no Nordeste, e objetos em São Paulo de preconceitos nada sutis. (Adaptado de Paulo Fontes, Um Nordeste em São Paulo –Trabalhadores migrantes em São Miguel Paulista (1945-66). Rio de Janeiro: FGV, 2008. p.13.) a) Qual a maior cidade nordestina fora do Nordeste brasileiro? Por que houve o incentivo ao processo imigratório de nordestinos para São Paulo? b) Quais as principais determinantes sociais e econômicas do processo migratório de nordestinos para São Paulo em meados do século XX? Questão 10 Responder à questão com base nas afirmações que tratam da demografia e da ocupação do espaço brasileiro. I. A população brasileira apresenta alto grau de movimentação interna, sendo a Região Norte a de maior repulsão populacional. II. A ocupação do sul do Brasil, nas chamadas áreas de colonização com etnias europeias, apresenta uma organização baseada na pequena propriedade de base familiar, contrastando com os latifúndios monocultores do Nordeste. III. O índice de fertilidade relativo ao número de filhos por mulheres entre 15 e 49 anos tem aumentado sistematicamente nas duas últimas décadas. IV. A crise econômica mundial que teve início em setembro de 2008 dificulta a vida de muitos brasileiros emigrantes, provocando um movimento de retorno ao Brasil. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e II. d) I, III e IV. b) I e III. e) II, III e IV. c) II e IV. Questão 11 As migrações intercontinentais, assim como as migrações internas, rural-urbana, rural-rural, urbana-urbana marcam o desenvolvimento do capitalismo em países como o Brasil e comprovam os processos de expropriação, valorização, concentração da propriedade e de exploração. Esse fenômeno, durante séculos, se inseriu na construção econômica do capitalismo, como um dado da irradiação geográfica desse sistema econômico e de sua correspondente estrutura social. (Adaptado de Amélia L. Damiani. População e geografia, São Paulo: Contexto, 1998). Sobre a migração brasileira é INCORRETO afirmar: a) No Brasil os fluxos de caráter rural-urbano da população tornaram-se significativos nas décadas de 50 e 60 devido à crescente concentração fundiária e à industrialização concentrada nos grandes centros urbanos do Sudeste Brasileiro. b) Na década de 70 as migrações interestaduais de nordestinos para o eixo Rio de Janeiro – São Paulo e a de sulistas para áreas do Centro-Oeste e Amazônia consolidaram o mercado de trabalho brasileiro. c) As migrações de assalariados rurais temporários (volantes, bóias-frias), ocasionados pela modernização capitalista do campo, atenuaram o subemprego sazonal e as relações de trabalho informais. d) A mobilidade rural-urbana ou rural-rural brasileira é decorrência da progressiva concentração da terra que leva à eclosão de movimentos sociais de resistência, do que são exemplos o Movimento dos Sem-Terra (MST) e o das populações extrativistas da Amazônia. e) Os movimentos pendulares intrametropolitanos para o trabalho e/ou estudo, realizado hoje nas metrópoles, assim como os deslocamentos intra-urbanos de caráter residencial podem estar relacionados com a pobreza e a violência e muitas vezes ocorrem em condições sub-humanas modernas. Questão 12 A Grande Imigração de trabalhadores europeus para o Brasil, a partir da década de 1880, caracterizou-se por sua a) distribuição homogênea pelo território nacional, sob a forma de trabalho sazonal e sem direitos sócias ou usufruto da terra, típica dos "bóias-frias". b) destinação prioritária para a lavoura cafeeira, sob a forma de trabalho semi-assalariado do colonato, e parcial para o nascente trabalho fabril nas cidades. c) distribuição homogênea pelo território nacional, sob a forma da pequena propriedade, e parcial em atividades artesanais nos pequenos municípios. d) destinação prioritária para a região amazônica, sob relações de dependência por dívidas no "barracão", e parcial na construção de estradas de ferro. Questão 13 O mapa a seguir demonstra: a) A marcha da industrialização brasileira. b) Fluxo de migrações no século XX. c) Extrativismo mineral. d) As frentes pioneiras da agricultura brasileira. e) A nova expansão industrial do século XX. http://1.bp.blogspot.com/-W2bm4zUfFLw/TnR2MMv2RtI/AAAAAAAABxQ/wVP5ilP5sKo/s1600/image012.png http://1.bp.blogspot.com/-W2bm4zUfFLw/TnR2MMv2RtI/AAAAAAAABxQ/wVP5ilP5sKo/s1600/image012.png� CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA I Prof. Fernandes Epitácio O CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO BRASILEIRO E A ESTRUTURA DEMOGRÁFICA E O TRABALHO Os meios de comunicação repetem com muita freqüência que o Brasil é um país jovem. Porém, isso não significa que ele seja uma nação recém-nascida ou de pouca idade, pois já se passaram mais de 500 anos desde o início de sua ocupação pelos europeus. É importante lembrar que os índios, segundo muitos antropólogos, já habitavam o país há mais de 15 mil anos. A afirmação de que o Brasil é um país jovem prende-se ao fato de que predominavam numericamente entre nós, até recentemente, as pessoas de idade inferior a 20 anos. Ainda hoje, quase metade da população constitui-se de pessoas nessa faixa etária, o que significa, aproximadamente, a existência de cerca de 80 milhões de jovens, embora o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tenha revelado uma diminuição do número de jovens (0 a 18 anos) e aumento da expectativa de vida média no país. Nossa juventude desperta entusiasmo e esperança porque ser jovem, em princípio, é estar aberto às mudanças, ao trabalho, às inovações. Entretanto, se de um lado o quadro é otimista, de outro a situação é profundamente diferente. A presença de um número significativo de jovens no conjunto da população constitui- se num problema complexo, com sérias implicações para a economia nacional. Considerando que os jovens, sobretudo os de 0 a 14 anos, não participam da chamada PEA (População Economicamente Ativa), essa parcela da população demanda inúmeros investimentos estatais para sua proteção e formação – vacinas, creches, escolas, programas de assistência social etc., diminuindo, portanto, os recursos do Estado para investimentos em áreas como pesquisa, ciência e tecnologia, infra-estrutura econômica,saneamento etc. De acordo com a estimativa feita pelo IBGE em 2015, o Brasil tem uma população que já ultrapassou a casa dos 207 milhões de habitantes, ocupando o quinto lugar no mundo entre os países mais populosos, o que corresponde a cerca de 3% da população mundial. Em termos de população absoluta, o contingente brasileiroé menor que o da China, da Índia, dos Estados Unidos, da Indonésia e da Rússia. Os brasileiros são maioria na América Latina, constituindo mais de 1/3 da população do continente americano. CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA Para conhecer a população de um país, devemos, primeiramente, definir dois conceitos demográficos básicos: População absoluta: corresponde ao número total de pessoas de uma área. No Brasil, por exemplo, a população absoluta era de 190.755.000 habitantes, pelo censo de 2010. População relativa: é também chamada de densidade demográfica e é dada pelo número de habitantes por quilômetro quadrado de uma determinada região. A população brasileira, a exemplo do que ocorre em outros países subdesenvolvidos, apresenta um crescimento bastante acelerado, embora o último censo tenha revelado uma tendência de retração. Analisando os dados do IBGE, podemos notar que a população brasileira triplicou de 1872 a 1920, repetindo o mesmo resultado de 1920 a 1970. E continua a apresentar tendência de crescimento acelerado. Brasileiro O crescimento da população brasileira nos últimos 100 anos foi, sem dúvida, muito grande, conforme mostram os números a seguir: O CRESCIMENTO VEGETATIVO Já sabemos que crescimento natural da população ou crescimento vegetativo é a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade de uma população num certo espaço de tempo. 1- AS TAXAS DE NATALIDADE Casamentos em faixa de idade precoce e progresso na Medicina. Durante quase 100 anos (de 1872 a 1960), a taxa de natalidade se manteve em níveis elevados. No período de 1872 a 1890, era de 46,5% e no período de 1951 a 1960, de 44,0%. A taxa de natalidade somente começou a apresentar uma diminuição mais significativa no período entre 1961 e 1970 caindo para 37,7% e apresentando assim uma diminuição de 8,8% ou 88% em relação ao primeiro censo. Já no último período declinou para 34%. A manutenção dessas altas taxas de natalidade é responsável pelo grande crescimento demográfico do Brasil. Existe uma relação entre a taxa de natalidade e o nível de desenvolvimento de um país. Em outras palavras, o país desenvolvido apresenta uma pequena taxa de natalidade e os subdesenvolvidos, alta taxa de natalidade. Buscando uma explicação para essa relação podemos encontrá-la numa conjugação de fatores. Casamento em faixa de idade precoce corresponde aos casamentos ou mesmo uniões livres que as pessoas realizam em idade jovem. Tal fato se verifica em grande percentagem nos países subdesenvolvidos. Assim, a possibilidade de procriação é maior, em vista do período de fertilidade também ser maior. Esse fato gera, nos países subdesenvolvidos, uma maior taxa de fecundidade. O casamento ou união livre, verificando-se em idades mais velhas, implicam numa diminuição do período de fertilidade. Teoricamente, implica menor possibilidade de procriação. Progresso da medicina e melhorias das condições sanitárias e de higiene. A manutenção de altas taxas de natalidade, ou ainda, a elevação das mesmas em muitos países, pode também ser explicada por meios dos progressos da Medicina. O aparecimento de medicamentos eficazes contra inúmeras doenças, as melhorias sanitárias, ou mesmo, as orientações Aula 33 – O Crescimento Demográfico Brasileiro e a Estrutura Demográfica e o Trabalho 121 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência médicas através do serviço pré-natal constituem fatores que, ao lado de outros, ajudam a explicar as altas taxas de natalidade. Muitos casos de esterilidade causados por processos infecciosos foram debelados com a utilização de antibióticos. Contudo, apesar dos progressos da medicina, as altas taxas de natalidade refletem, na realidade, o baixo nível socioeconômico de uma população. 2- AS TAXAS DE MORTALIDADE Enquanto no período de 1921 a 1940, a taxa de mortalidade era de 25,3%, no período seguinte (1941-1950), essa taxa declinou para 19,7%, para depois baixar para 15% em 1960, para 9,4% em 1970 e, no último censo, em 1980, declinou para 8%, em 1990 para 7,9% e no último censo para 7,8%. Tabela de faixas de crescimento populacional – ONU 0 - 1,0% ................................................... Lento 1,1 - 2,0% ................................................Rápido 2,1 - 3,0% ........................................... Acelerado + 3,0%.......................... Explosão Demográfica O crescimento acelerado da população brasileira é conseqüência do chamado crescimento vertical ou vegetativo (diferença entre as taxas de natalidade e de mortalidade), cujo índice no Brasil é considerado um dos mais altos do mundo. As taxas de natalidade e de mortalidade são determinadas pela relação percentual entre o número de nascimentos ou mortes, em um ano, e o da população absoluta local. Assim, quando se diz que as taxas de natalidade e mortalidade em um local são, respectivamente, 37% e 12%, isso significa que, por ano, para cada 1.000 habitantes, nascem 37 e morrem 12. Até o início do ano de 1940, nossa população apresentava taxas de crescimento relativamente baixas, apesar das altas taxas de natalidade constatadas. Isto se devia às altas taxas de mortalidade. A partir do final da Segunda Guerra Mundial (1945), houve uma acentuada queda nas taxas de mortalidade, o que acarretou um forte aumento no ritmo de crescimento vegetativo, atingindo seu máximo nos anos 1960, quando nos aproximamos dos 3% ao ano. A partir de então, com as taxas de mortalidade, exceto a infantil, relativamente baixas, começou o declínio das taxas de natalidade, acarretando uma diminuição do ritmo de nosso crescimento vegetativo, tendência observada nos dados do último censo, conforme informado anteriormente. A posição do Brasil entre os países mais populosos é, no entanto, muito ilusória: sua população é ainda excessivamente pequena diante das dimensões continentais do país: quase 19 habitantes por quilômetro quadrado. Dispomos ainda de imensa extensão territorial por ocupar, o que significa a inexistência, por ora, de problemas de superpovoamento, como os conhecidos por muitos países, onde a questão do espaço é verdadeiramente crucial: por exemplo, em Bangladesh (mais de 900 hab./km2) e na Holanda (376 hab./km2). Países mais povoados Bangladesh ....................909,0 hab./km2 Holanda..........................376,0 hab./km2 Bélgica ...........................311,0 hab./km2 Japão .............................336,0 hab./km2 Para conhecer o mesmo problema, o Brasil teria de ter uma população de mais ou menos 2 bilhões de habitantes. Mas isso está longe de acontecer ao analisarmos nossa realidade demográfica. Além de ser um país pouco povoado, o Brasil, como outros países de grande extensão territorial, tem sua população muito mal distribuída pelo território. Podemos identificar a distribuição da população brasileira em três áreas diferentes, segundo a densidade demográfica: 1) Áreas densamente povoadas (mais de 50 hab./km2): região Sudeste do país. 2) Áreas regularmente povoadas (entre 30 a 50 hab./km2): regiões Nordeste e Sul. 3) Áreas escassamente povoadas (menos de 10 hab./km2): regiões Centro-Oeste e Norte. A distribuição irregular da população brasileira tem como causa, sobretudo, o modelo colonizador de exploração que determinou a ocupação de áreas que poderiam fornecer produtos primários exportáveis. O resultado final foi um povoamento periférico, com a maior parte da população concentrada próxima ao litoral. A densidade demográfica do país chega a mais de 5.000 hab./km2 em poucas áreas dos grandes centros urbanos industrializadosda região Sudeste, e cai para menos de 5 hab./km2 em vastas áreas do Norte e Centro-Oeste. Em suma, a densidade demográfica diminui progressivamente em direção ao interior. O crescimento horizontal da população brasileira Se o crescimento vegetativo representa o crescimento vertical da população brasileira, as migrações externas representam o crescimento horizontal da nossa população. Os movimentos populacionais (migrações), quando realizados internacionalmente, podem alterar o total da população de um país. No Brasil, historicamente, as saídas populacionais praticamente não existiram. No entanto, as imigrações (entrada de populações) tiveram uma parcela importante para o crescimento da população. Nosúltimos 150 anos, o Brasil recebeu um contingente de aproximadamente 5.500.000 imigrantes. Embora numericamente importante, ele é pequeno se compararmos com o contingente imigratório dos Estados Unidos da América, que receberam, no mesmo período, aproximadamente 35 milhões de imigrantes. Daí conclui-se que o maior responsável pelo crescimento populacional brasileiro foi, sem dúvida nenhuma, o crescimento vegetativo (vertical). É importante destacar as razões que contribuíram para a vinda de imigrantes ao Brasil e os motivos pelos quais não houve um movimento tão maciço como nos Estados Unidos da América: ◆ Fatores favoráveis: grande extensão territorial e escassez de povoamento; desenvolvimento da cultura cafeeira a partir do século XIX; supressão do tráfico negreiro e abolição da escravatura. ◆ Fatores desfavoráveisà imigração maciça: falta de apoio governamental aos imigrantes; tropicalidade do clima brasileiro; ausência de uma política imigratória firme e contínua e falta de continuidade dos ciclos econômicos. Os movimentos imigratórios SEMANA 33 - GEOGRAFIA I - O CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO BRASILEIRO E A ESTRUTURA DEMOGRÁFICA E O TRABALHO - FERNANDES