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260 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Italo Trigueiro) 
OS SUBTIPOS DA FLORESTA 
 
A. IGAPÓ (CAAIGAPÓ): Ocorre em solo permanentemente 
alagado, em terrenos baixos próximos dos rios. Via de regra o solo 
e a água dos igapós são ácidos. Ex.: Taxi, Arapati e a Mamorana. 
B. VÁRZEA: Localizam-se sobre os terrenos periodicamente 
alagados e sua composição florística varia de acordo com a 
duração do período em que ela é alagada, o que é determinado 
pela altura em relação ao nível de base dos rios. É uma formação 
intermediária entre as matas de igapó e de terra firme. Ex.: 
Cumaru-de-Cheiro, Seringueira e Pau-Mulato. 
C. TERRA FIRME (CAAETÊ): A mata de terra firme compreende 
a maior parte da floresta. São regiões que não sofrem inundações 
por estarem situadas nas áreas mais elevadas do terreno. Como o 
solo está livre das inundações, as árvores mais altas da floresta, 
tem aí entre 40 e 60m de altura. O entrelaçamento das copas 
quase impede a passagem de luz e água. 
No meio da floresta aparecem tipos especiais de associações 
locais, que se diferenciam pela sua composição florística e 
ecológica. São os campos e a “caatinga” amazônica, que 
ocorrem no alto rio Negro e no alto Solimões. São formações 
abertas, sempre verdes e com folhagem xeromórfica. São 
inteiramente diferentes das caatingas nordestinas, 
predominando nos campos limpos (próximo a Boa Vista) e nas 
manchas de cerrados. No Amapá, na ilha de Marajó e nas 
planícies amazônicas onde não se instalou a floresta 
aparecem as campinaranas, predominantemente de 
gramíneas. Os campos cerrados forma “ilhas” de vegetação 
do tipo savânica no litoral (ilha de Marajó), no baixo Amazonas 
(Pará, entre os cursos superiores dos rios Jari e Trombetas e 
no sul do Pará e Amazonas, na altura do médio Tapajós, entre 
os rios Purus e Madeira). 
CONTI, José Bueno & FURLAN, Sueli Angelo. Geoecologia – O Clima, os solos e a 
biota. In: Geografia do Brasil. ROSS, Jurandyr.L.S. São Paulo: EDUSP.p.164. 
 AMAZÔNIA LEGAL 
 
A Amazônia legal foi delimitada pelo governo brasileiro em 1966 
como região política para a execução de planos de 
desenvolvimento e ações de assistência e fiscalização, engloba os 
sete estados da Região norte, além do Mato Grosso e parte do 
Maranhão e Goiás. A área de 3,8 milhões de quilômetros 
quadrados, tem 23 milhões de habitantes. 
ARCO DO DESMATAMENTO 
O chamado Arco do Desmatamento é uma região em que a 
grande diversidade de ocupação e de atividade vem acarretando 
intenso processo de queimadas e desflorestamentos. As 
finalidades são a extração de madeira, a abertura de área para a 
pecuária ou para a agricultur (soja) etc. Trata-se de um grande 
cinturão que contorna a floresta, principalmente no limite com o 
Cerrado. Também conhecido como Arco do Fogo ou, mais 
recentemente, como Arco de Povoamento Adensado, estende-se 
desde a desembocadura do Rio Amazonas até o oeste do 
Maranhão, leste e sudeste do Pará, Tocantins, Mato Grosso e 
Rondônia. 
As florestas nessas regiões estão se transformando em cerrados e 
o regime das chuvas tem-se alterado com a diminuição das 
precipitações, aumento da erosão e prejuízo à biodiversidade da 
região. 
 
 
Fonte: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli A. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do 
território. São Paulo: Edusp, 2005.p.70. 
 
PARA ALÉM DO ARCO DO FOGO 
A constatação de que a natureza da expansão das atividades 
agropecuárias desenvolvidas na Amazônia, aí incluído o 
crescimento da área de pastagens, obedece, atualmente, a 
uma lógica diversa daquela que ocorreu na abertura da 
fronteira, tendendo claramente à intensificação do processo 
produtivo tanto na pecuária quanto na agricultura, 
principalmente no cerrado mato-grossense, permite afirmar 
que a designação “Arco do Fogo”, ou “Arco do 
Desmatamento”, ou “Arco de Terras Degradadas” é 
ultrapassada ou constitui uma maneira reducionista de captar 
a realidade do uso da terra na região amazônica, onde é justo 
neste arco que ocorrem as inovações. 
Tal designação parece estar fortemente ancorada na 
intepretação de satélite captada à distância, isto é, do alto, 
sem o embasamento necessário e imprescindível dos 
processos históricos que moldaram as formas de ocupação e 
Aula 28 – Ecossistemas I 
 
 
 
 
 
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uso do território amazônico, ao longo do tempo. 
BECKER, Bertha Koiffmann. Amazônia: geopolítica na virada no III milênio. Rio de 
Janeiro: Garamond, 2009. 
VIGILÂNCIA NA AMAZÔNIA 
O Sistema de Vigilância da Amazônia ou SIVAM é um projeto 
elaborado pelos órgãos de defesa do Brasil, com a finalidade de 
monitorar o espaço aéreo da Amazônia. Conta com uma parte civil, 
o Sistema de Proteção da Amazônia, ou SIPAM. Este projeto vinha 
a atender um antigo anseio das forças armadas que desejavam 
garantir a presença das forças armadas brasileira na Amazônia, 
com a finalidade de fazer frente a manifestações de líderes 
internacionais contra os direitos do povo brasileiro sobre esta 
região. Os sucessivos projetos de internacionalização da Amazônia 
fortaleceram esta percepção de ameaça sobre a soberania 
territorial da Amazônia Brasileira. Para fazer frente a este tipo de 
ameaça, as Forças Armadas, juntamente com pesquisadores civis 
da região Amazônica propuseram a construção de uma ampla 
infraestrutura de apoio à vigilância aérea e comunicação na região 
amazônica. Como parte do projeto SIVAM foi construída a 
infraestrutura necessária para suportar a fixação de enormes 
antenas de radar, sistemas de comunicação, bem como de 
modernas aparelhagens eletrônicas. Também faz parte desta 
infraestrutura a integração com o satélite brasileiro de 
sensoriamento remoto, que permite fiscalizar o desmatamento na 
Amazônia. 
ESQUEMA TERRITORIAL DO SIVAM 
 
FLORESTA TROPICAL (MATA ATLÂNTICA) 
Essa floresta é também uma formação exuberante que se 
assemelha bastante à floresta equatorial. É heterogênea, 
intrincada, densa e aparece em diferentes pontos do país, de 
temperaturas elevadas e alto teor de umidade. Floresta latifoliada, 
ela é assim definida porque apresenta folhas grandes e largas e 
está situada ao longo do litoral oriental intertropical brasileiro, que 
vai do Rio Grande do Norte até o norte de São Paulo, onde entra 
para o interior. Nas áreas de maior presença de umidade é 
denominada floresta latifoliada úmida de encosta. Essa formação 
foi altamente devastada ao longo da história do Brasil. 
 
 
O QUE É A MATA ATLÂNTICA? 
O primeiro nome dado pelos portugueses à extensa muralha 
verde que separava o mar das terras interiores foi Mata 
Atlântica. Hoje esse é um nome genérico com que 
popularmente é conhecida uma grande variedade de matas 
tropicais úmidas que ocorrem de forma azonal nas regiões 
costeiras do Brasil, acompanhando a distribuição da umidade 
trazida pelos ventos alísios de sudeste. 
O mecanismo de distribuição da umidade da Massa Polar 
Atlântica é o responsável pelam exuberância e diversidade 
dessas florestas. Os ventos carregados de umidade são 
barrados por diversos acidentes orográficos na zona costeira, 
descarregando grandes volumes de água. As regiões de maior 
pluviosidade do Brasil encontram-se em sua região Sudeste. 
A floresta atlântica é fisionomicamente semelhante às matas 
amazônicas. São igualmente densas, com árvores altas em 
setores mais baixos do relevo, apesar de as árvores 
amazônicas apresentarem, em média, desenvolvimento maior. 
Os troncos são cobertos por grande diversidade de epífitas, 
um aspecto típico dessas florestas. 
A existência de grupos semelhantes de espécies entre a 
Amazônia e a Mata Atlântica sugere que essas florestas se 
comunicaram em alguma fase de sua história. A história desse 
parentesco é muito antiga e as semelhanças taxonômicas se 
dão entre famílias e gêneros. 
As florestas atlânticas guardam, apesar de séculos de 
destruição, a maior biodiversidade por hectare entre asflorestas tropicais. Como se poderia explicar essa 
característica, hoje objeto central de movimentos sociais em 
prol da proteção dessa floresta? 
Ecologicamente, a distribuição azonal e em altitudes variáveis 
favorece a diversificação de espécies, que estão adaptadas às 
diferentes condições topográficas, de solo e de umidade. Além 
disso, durante as glaciações essas florestas mudaram de área 
nos ciclos climáticos secos e úmidos. Essas mudanças ou 
pulsações da floresta influenciaram a formação dos padrões 
atuais. 
A grande quantidade de matéria orgânica em decomposição 
sobre o solo dá à Mata Atlântica fertilidade suficiente para 
 
 
 
 
 262 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Italo Trigueiro) 
suprir toda a rica vegetação. Este fato também é notado em 
toda a floresta amazônica, onde um solo pobre mantém uma 
floresta riquíssima em espécies, gralhas à rápida reciclagem 
da enorme quantidade de matéria orgânica que se acumula no 
húmus. A reciclagem dos nutrientes é um dos aspectos mais 
importantes para a revivescência da floresta. As plantas 
arbóreas, que formam um grupo significativo, estão 
representadas principalmente por canelas, capuívas, paus-de-
santa-rita, figueiras, jequitibás, cedros, quaresmeiras, ipês, 
cássias, palmeiras e embaúbas. As florestas pluviais 
costeiras, apesar de sua grande heterogeneidade de 
formações, podem ser divididas em duas grandes regiões: o 
trecho norte do Brasil e o trecho sul. Esses dois setores se 
separam por uma faixa de climas mais secos na região de 
Cabo Frio (RJ). O trecho norte dessas florestas compreende as 
florestas costeiras propriamente ditas e as matas dos 
tabuleiros que se estendiam originalmente de Natal até o baixo 
do rio Doce (MG-ES). No Estado da Bahia as florestas pluviais 
se expandiram, acompanhando as drenagens, quilômetros 
para o interior. 
CONTI, José Bueno & FURLAN, Sueli Angelo. Geoecologia – O Clima, os solos e a 
biota. In: Gerafia do Brasil. ROSS, Jurandyr.L.S. São Paulo: EDUSP.p.171-172. 
MATA DE ARAUCÁRIA SUBTROPICAL OU PINHAIS 
O Curi ou Cury é a árvore símbolo do Estado do Paraná. 
Curitiba, segundo os povos guaranis, era o lugar da araucária, 
mas quando chegamos a essa cidade hoje, poucos são os 
remanescentes da única formação de coníferas do Brasil: as 
florestas de araucária. 
CONTI, José Bueno & FURLAN, Sueli Angelo. Geoecologia – O Clima, os solos e a 
biota. In: Geografia do Brasil. ROSS, Jurandyr.L.S. São Paulo: EDUSP.p.184. 
 
 
A bandeira é composta por fundo verde que representa as matas do estado. Uma 
faixa diagonal branca (simbolizando a paz), apresenta em seu centro uma esfera 
azul (simbolizando o céu) com cinco estrelas de cinco pontas brancas, 
representando o Cruzeiro do Sul. Dentro da esfera azul há uma faixa branca com a 
inscrição PARANÁ na cor verde. No lado esquerdo da esfera há um ramo de erva-
mate e no lado direito um de pinheiro-do-paraná, árvore símbolo da araucária. 
A floresta aciculifoliada subtropical é uma formação vegetal típica 
de clima subtropical, menos quente e úmido que o equatorial. Por 
isso suas folhas são finas e alongadas, a fim de evitar excessiva 
perda de umidade. Estendia-se originalmente do sul de São Paulo 
ao norte do Rio Grande do Sul. As serras e planaltos do Sudeste 
eram sua área original. Atualmente a vegetação nativa 
corresponde a apenas 5% da área original. 
 
MATA DOS COCAIS 
 
Mata dos Cocais (PI). 
Esta formação vegetal está encravada entre a Floresta Amazônica, 
o Cerrado e a Caatinga. É, portanto, uma mata de transição entre 
as formações bastante distintas, constituída por palmeiras ou 
palmáceas, com grande predominância do babaçu e ocorrência 
esporádica de carnaúbas. Tanto o extrativismo do babaçu como o 
da carnaúba não implicam em devastação, pois se aproveitam 
apenas os cocos e as folhas, que são continuamente reproduzidas 
pelas palmeiras. No entanto, a expansão pecuarista 
particularmente nos estados de Tocantins e do Maranhão, tem 
produzido grande destruição da vegetação com a criação de áreas 
de pasto. Isso tem levado ao agravamento das condições de vida 
de milhões de pessoas, que dependem do extrativismo. Óleo de 
babaçu é utilizado na fabricação de sabões e sabonetes e, como, 
lubrificantes, nas indústrias de aparelhos de alta precisão, como, 
por exemplo, na indústria de balanças. Depois de retirado o óleo da 
semente, esta constitui um excelente alimento para o gado. 
Aula 28 – Ecossistemas I 
 
 
 
 
 
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CERRADO 
 
O cerrado na visão de Percy Lau 
Essa formação ocupava originalmente cerca de 25% do território 
brasileiro, sendo a segunda maior cobertura vegetal do país. É 
caracterizado pelo domínio de pequenas árvores e arbustos 
bastante retorcidos com casca grossa (cortiça), que retém mais 
água, geralmente caducifólias e com raízes profundas. Muito 
parecido com a savana africana. A origem dos cerrados ainda é 
uma incógnita. Para alguns ele resulta do clima, já que a 
alternância entre as estações úmida e seca é muito forte. Para 
outros sua origem está ligada ao solo extremamente ácido e pobre. 
Ocorre no Brasil nas áreas de menor umidade, como é o caso do 
Planalto Central (Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do 
Sul, além de trechos do Maranhão, Piauí, Minas Gerais, São Paulo 
e Paraná). 
 
Vegetação de Cerrado no Parque Nacional da Serra da Canastra (MG). 
CAATINGA 
As caatingas compreendem diferentes tipos de associações 
vegetais que formam matas secas e campos. A caatinga é 
propriamente uma mata seca caducifólia. Somente o juazeiro 
(destacado na imagem abaixo), que possui raízes muito profundas 
para capturar água do subsolo, e algumas palmeiras não perdem 
as folhas. 
 
PANTANAL 
O Pantanal corresponde a uma grande depressão localizada no 
interior do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul ocupando uma área 
de aproximadamente 100 mil quilômetros quadrados. Sua altitude 
média é de 100m, sendo a maior planície inundável do planeta. 
A complexa vegetação do Pantanal (caatinga, cerrado e vegetação 
de grande porte), surgiu em uma faixa de terras quase totalmente 
recoberta por água, abriga uma rica fauna. Daí o porquê de o 
Pantanal ser tido como um “santuário ecológico” e requerer tantos 
cuidados, não só pela sua riqueza ecológica em quanto 
ecossistema, mas também é reconhecida a sua fragilidade as 
ações humanas. 
 
Desenho de Marlene Mourão (Peninha) sobre a paisagem pantaneira. 
CAMPOS 
Formações rasteiras ou herbáceas, constituídas por gramíneas que 
atingem até 60 cm de altura. Sua origem pode estar associada a 
solos rasos ou temperaturas baixas em regiões de altitudes 
elevadas, áreas sujeitas a inundação periódica ou ainda solos 
arenosos. Os campos mais famosos do Brasil localizam-se no 
extremo sul, na Campanha Gaúcha. Em Mato Grosso do Sul, 
destacam-se os campos de Vacaria e, no restante do país, 
aparecem manchas isoladas na Amazônia, no Pantanal e nas 
regiões serranas do Sudeste e do planalto das Guianas. 
 
 
 
 
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VEGETAÇÃO LITORÂNEA 
Nas praias e dunas, é muito importante a ocorrência de vegetação 
rasteira, responsável pela fixação da areia, impedindo que seja 
transportada pelo vento. A restinga é uma formação vegetal que se 
desenvolve na areia com predomínio de arbustos e ocorrência de 
algumas árvores como o chapéu-de-sol, o coqueiro e a goiabeira. 
Os mangues são nichos ecológicos (porção restrita de um 
habitat onde vigoram condições especiais de ambiente. Não se 
trata de conceito de lugar, mas da posição particular que a espécie 
ocupa na comunidade devido às suas adaptações estruturais, seus 
ajustamentos fisiológicos e aos padrões de comportamento 
responsáveis pela reprodução de milhares de espécies de peixes, 
moluscos e crustáceos.Parque do Cocó, em Fortaleza (CE). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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