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CURSO ANUAL DE HISTÓRIA DO BRASIL Prof. Márcio Michiles VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência SEGUNDO REINADO (1840- 1889) SEGUNDO REINADO - QUESTAO EXTERNA BRASIL – INGLATERRA Tensões diplomáticas entre Brasil e Inglaterra surgiram relacionadas a questão da extinção do trafico negreiro, além dos problemas relacionados com a adoção da tarifa Alves Branco que implantava uma politica protecionista alfandegaria prejudicando os interesses britânicos acostumados com as facilidades comerciais com o Brasil. Em 1861 quando um navio inglês afundou no sul do país e sua carga foi pilhada, o representante diplomático da Inglaterra William Cristhie passou a exigir uma indenização ao governo imperial. A tensão aumentou com a prisão pela policia brasileira de 3 oficiais britânicos que a paisana tinham promovidos desordens nas ruas do Rio de Janeiro. Cristhie não só exigiu a soltura dos oficiais como queria a punição dos policiais responsáveis pela prisão, D. Pedro II aceitou indenizar e soltar os oficiais mas não puniu os policiais brasileiros. Em represália Cristhie ordenou o aprisionamento de 5 navios brasileiros. Os comerciantes ingleses se tornaram alvos de manifestações populares. O conflito foi levado para o âmbito internacional, foi escolhida a Bélgica. Que deu parecer favorável ao Brasil o governo inglês não aceitou e as relações diplomáticas foram rompidas. Dois anos depois preocupada com o crescimento da influencia paraguaia a Inglaterra se aproximou do Brasil restabelecendo as relações diplomáticas. QUESTAO PLATINA Se o Brasil, em relação a Inglaterra, sofria consideráveis intervenções sua postura em relação aos países do sul foi idêntica. Porem nesse caso, era o Brasil que se mostrava autoritário. Envolvido em disputas de fronteira, interessado em garantir o controle da navegação nos rios da região e com preocupação com as potencias locais o governo imperial realizou intervenções militares. O Brasil chegou a intervir no Uruguai, Argentina e Paraguai. No caso do Uruguai, o Brasil que havia anexado o território (Cisplatina), ainda influenciava a politica interna daquele país dividido em dois partidos: Blanco e Colorado. O primeiro contava com a participação dos grandes proprietários de terra, sob a liderança de Oribe, com o apoio do presidente Rosas, que desejava unir ao Uruguai e formar um poderoso país na região. Já o partido Colorado contava com o apoio dos comerciantes do Uruguai, liderados por Rivera, que tinha o apoio do Brasil e de Urquiza, governador da província argentina Entre Rios e opositor de Rosas. Paralelamente os fazendeiros gaúchos estavam em conflito com os fazendeiros uruguaios ligados ao Partido Blanco. Com a vitória de Oribe nas eleições e com a intensificação dos conflitos com os fazendeiros gaúchos o imperador brasileiro intervem na região. Em uma mesma campanha militar o exercito brasileiro invadiu Montevideu e Buenos Aires, depondo os governantes Oribe e Rosas e substituindo por Rivera e Urquiza. Em 1864, ocorreu um novo conflito na região, envolvendo Uruguai, Argentina e Paraguai. Novamente o conflito estava associado aos problemas enfrentados pelos fazendeiros gaúchos e pelos membros do partido Blanco, que realizavam ações militares nas fazendas brasileiras. Mais uma vez o Brasil invadiu o Uruguai, o Paraguai que era um país fortalecido por sua politica econômica e por uma considerável força militar, rompeu relações diplomáticas com o Brasil. Era o preludio para a guerra do Paraguai. GUERRA DO PARAGUAI O Paraguai desenvolveu um sistema econômico autossustentável, o país acabou com o analfabetismo, organizou fabricas, ferrovias, siderurgias e redes de comunicação. Esse desenvolvimento foi complementado por uma politica militar promovida por Solano Lopez. Com o objetivo de ampliar a área territorial, o governo paraguaio desejava anexar alguns territórios pertencentes ao Brasil, Argentina e Uruguai. O objetivo era obter uma saída para o mar Dessa forma o governo paraguaio ordenou o aprisionamento do navio brasileiro Marques de Olinda. Após essa postura hostil o governo brasileiro declarou guerra ao Paraguai. A guerra acabou provocando a formação da tríplice aliança ( argentina, Uruguai e brasil). Apesar das primeiras vitorias terem sido paraguaias, não conseguiu resistir aos ataques da tríplice aliança que contava ainda com o apoio financeiro britânico, já que a Inglaterra desejava expandir a sua área de influencia e via no conflito a possibilidade de acumulo de capital. Como consequência dessa desastrosa guerra, merece destaque a destruição do Paraguai e a perda de parte de seu território, o endividamento do Brasil com a Inglaterra e o fortalecimento do exercito brasileiro, que a partir da guerra do Paraguai exerceu um grande papel politico no Brasil, inclusive no período republicano. 302 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE HISTÓRIA DO BRASIL – (Prof. Márcio Michiles) EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM Questão 01 O Bill Aberdeem, aprovado pelo Parlamento inglês em 1845, foi: a) uma lei que abolia a escravidão nas colônias inglesas do Caribe e da África. b) uma lei que autorizava a marinha inglesa a apresar navios negreiros em qualquer parte do oceano. c) um tratado pelo qual o governo brasileiro privilegiava a importação de mercadorias britânicas. d) uma imposição legal de libertação dos rescém-nascidos, filhos de mãe escrava. e) uma proibição de importação de produtos brasileiros para que não concorressem com os das colônias antilhanas. Questão 02 O envolvimento do Brasil em sucessivos conflitos na região platina, na segunda metade do século XIX, pode ser explicado pela(o): a) tradicional rivalidade entre Brasil e Argentina com vistas ao controle do estuário do Prata, culminando com a derrubada de Rosas naquele país. b) neutralidade do Império em relação à política uruguaia, obrigação assumida quando da Independência da Cisplatina. c) independência do Paraguai, apoiada pela Argentina, e suas pretensões expansionistas sobre o território brasileiro. d) apoio inglês, à restauração do Vice-Reino do Prata, criando uma unidade de domínio na região. e) conflito do Império Brasileiro com os países platinos em torno da competição no comércio de produtos pecuários. Questão 03 Após a Guerra do Paraguai, os temas mais polêmicos debatidos no parlamento brasileiro eram a(s): a) Lei do Ventre Livre e a nova estratégia para ocupação do Paraguai; b) abolição da escravidão e a legitimidade do poder absoluto do Imperador; c) Lei do Ventre Livre e o novo mercantilismo econômico; d) abolição do Tráfico Negreiro e a propaganda socialista; e) Leis do Sexagenário e adoção da monarquia absolutista. Questão 04 "A Guerra chegara ao fim. As cidades, as vilas, as aldeias estavam despovoadas. Sobrevivera um quarto da população - cerca de duzentas mil pessoas - noventa por cento do sexo feminino. Dos vinte mil homens ainda com vida, setenta e cinco por cento eram velhos acima de sessenta anos ou garotos menores de dez anos. Os próprios aliados ficaram abismados com a enormidade da catástrofe, a maior jamais sucedida num país americano." (Manlio Cancogni e lvan Boris). O texto refere-se ao conflito externo em que se envolveu o Império Brasileiro, conhecido como a Guerra: a) da Cisplatina. b) do Chaco. c) de Canudos. d) do Paraguai. e) dos Farrapos. Questão 05 Guerra do Paraguai, modernização e politização do exército e queda da Monarquia são fatos diretamente relacionados, já que: a) o exército identificava-se com o elitismo do governo imperial, enquanto a marinha compunha-se basicamente de classes populares e médias, contrárias à monarquia. b) vitorioso na guerra, o exército adquiriu consciência política, transformando-se num instrumentode defesa da abolição e republicanismo. c) a derrota na guerra e o endividamento do país fortaleceram a oposição militar ao regime imperial. d) embora sem vínculos com ideias positivistas, o exército aproximou-se dos republicanos radicais. e) para combater os interesses das camadas médias que apoiavam o governo monárquico, o exército desfechou o golpe de 15 de novembro. Questão 06 Em relação às consequências da Guerra do Paraguai, no Brasil, pode-se afirmar que a) o declínio da monarquia foi concomitante à guerra e as críticas atingiram seu ponto vital: a escravidão. Foi através dessa brecha, que os ideais republicanos se propagam. b) o território foi devastado e a população gravemente afetada pelas mortes, o que retardou o Anotações Aula 12 – Política Externa do Segundo Reinado 303 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência desenvolvimento econômico do país. c) a abertura do mercado externo paraguaio, resultante da derrota na Guerra, trouxe grandes benefícios à expansão da economia cafeeira no país. d) ao favorecer o desenvolvimento do setor naval contribuiu para a reorganização da marinha que após a guerra, colocou-se contra a monarquia. e) a participação das camadas mais pobres da população na guerra respondeu pela sua integração nas decisões políticas após a proclamação da República. Questão 07 Os investimentos britânicos no Brasil do século XIX podem ser assim caracterizados: a) preferência pela compra de terras para o café e empréstimos a particulares; b) escolha de determinados setores para investimento, em função da disputa econômica com os Estados Unidos; c) prioridade para a área do comércio exterior, como desdobramento do controle sobre a produção agrária; d) empréstimos ao governo imperial e investimentos no setor de serviços; e) incentivo à indústria nascente, como decorrência dos lucros advindos da produção cafeeira. Questão 08 A Guerra do Paraguai (1864 - 1870) teve como principal motivo a) o interesse brasileiro no potencial hídrico do Paraguai, resultando na construção da hidrelétrica de Itaipu. b) o interesse da Inglaterra na destruição do Paraguai, devido à possibilidade de concorrência na região andina. c) a invasão das terras brasileiras pelo Paraguai e o interesse da Inglaterra em destruir um futuro concorrente na região platina. d) o interesse paraguaio nas terras brasileiras e bolivianas para formar o Grande Paraguai, obtendo uma saída para o Oceano Pacífico. e) o interesse da Tríplice Aliança em restaurar a democracia e garantir aos grandes proprietários e ao povo paraguaio a devolução das terras tomadas na Guerra do Charco pelo ditador Francisco Solano López. Anotações 304 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE HISTÓRIA DO BRASIL – (Prof. Márcio Michiles) EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO Questão 01 Leia os trechos do poema. O Leão Britânico ruge, Impera, Domina, Quer o mundo a seus pés; (...) O Leão não admite concorrência, Para isso tem dentes ávidos, Estômago de máquina a vapor, Cérebro capaz de gerar navios, Frotas, esquadras inteiras, Ele próprio ancorado No canal da Mancha. O Leão se alimenta de ouro, prata, De toneladas de algodão, Devora carne humana Com sua boca de fornalha. Que é esse esquilo Que incomoda a sua cauda? Essa república insubmissa Fora do controle de suas unhas? (...) Com intrigas e chacinas, Há que se jogar irmão contra irmão Na América Latina. (Raquel Naveira. "Guerra entre irmãos". Campo Grande: s/ed., 1993, p. 17-8) O poema traduz uma interpretação do envolvimento direto da Inglaterra na Guerra do Paraguai. Ao longo do século XIX, a política externa do Brasil Império caracterizou-se por constantes conflitos na região platina, porque: a) as estâncias gaúchas deviam ser indenizadas pelos danos causados por invasores paraguaios, que deixaram de pagar-lhes as indenizações. b) os franceses tinham pretensão de dominar o Rio da Prata e, como eram aliados do Brasil, exigiam constantemente a presença de nossa esquadra nessa região. c) o Brasil, para defender o princípio da livre navegação na Bacia Platina, intervinha militarmente na região. d) o Brasil envolvia-se constantemente na política interna dos países platinos, sempre defendendo os "blancos" do Uruguai. e) da proclamação de nossa independência até meados do século XIX a intervenção na região do Prata foi exclusivamente diplomática, passando, depois disso, a ser militar. Questão 02 Antes da guerra com o Brasil, o Paraguai tinha uma economia estável, com estradas de ferro, siderurgia e grande número de indústrias. A balança comercial era favorável e não havia analfabetismo infantil no país. SOBRE A Guerra do Paraguai (1864- 1870) É CORRETO AFIRMAR QUE: a) opôs Argentina e Uruguai ao Paraguai de Solano López; o Brasil apoiou o governo paraguaio, que conseguiu vencer o conflito. b) iniciou-se após desentendimentos militares na região do Prata; o Brasil, em aliança com a Argentina, lutou contra o Uruguai, que foi incorporado ao território brasileiro . c) foi marcada pela extrema violência e destruiu economicamente o Paraguai; o Brasil, por meio da guerra, ampliou sua interferência política na região do Prata. d) terminou com a derrota do Paraguai para a Tríplice Aliança (Argentina, Brasil e Uruguai); o Brasil auxiliou, após o conflito, a recuperação do Paraguai. e) trouxe o fim da ditadura do paraguaio Solano López e a incorporação do Paraguai à América Unida idealizada pelo exercito do Brasil. Questão 03 Depois da mais sangrenta guerra travada na América Latina, no século XIX, a Argentina passou a deter a hegemonia na Bacia Platina, o exército brasileiro perdera cem mil homens, o império entrava em declínio e a nação derrotada via totalmente destruído seu modelo autônomo de desenvolvimento. O conflito descrito no texto foi a: a) Guerra Cisplatina. c) Guerra do Pacífico. b) Guerra do Paraguai. d) Guerra do Chaco. Questão 04 Antes da guerra com o Brasil, o Paraguai tinha uma economia estável, com estradas de ferro, siderurgia e grande número de indústrias. A balança comercial era favorável e não havia analfabetismo infantil no país. a) Compare as situações sócio-econômicas do Paraguai e do Brasil, em meados do século XIX. b) Nesse contexto, explique por que a Inglaterra financiou a guerra que levou à destruição do Paraguai. Questão 05 O Bill Aberdeem, aprovado pelo Parlamento inglês em 1845, foi: a) uma lei que abolia a escravidão nas colônias inglesas do Caribe e da África. b) uma lei que autorizava a marinha inglesa a apresar navios negreiros em qualquer parte do oceano. c) um tratado pelo qual o governo brasileiro privilegiava a importação de mercadorias britânicas. d) uma imposição legal de libertação dos rescém-nascidos, filhos de mãe escrava. e) uma proibição de importação de produtos brasileiros para que não concorressem com os das colônias antilhanas. Questão 06 No processo histórico brasileiro, de uma maneira ou de outra, os militares atuaram nos momentos de crise política. Entre 1870 e 1889, a monarquia passou por um processo de crescente instabilidade política, até sua queda definitiva. Esclareça o que foi a Questão Militar no período mencionado. Questão 07 "... o que de coração desejo é ver concluída esta maldita guerra, que já tanto tem arruinado nosso país." Ofício confidencial de Caxias dirigido ao Ministro da Guerra brasileiro, em Tuiuti, 10 de Junho de 1867. a) A que guerra Caxias se refere? Que países estavam nela envolvidos? b) Quais as repercussões dessa guerra para o Brasil? Aula 12 – Política Externa do Segundo Reinado 305 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência Questão 08 Guerra do Paraguai, modernização epolitização do exército e queda da Monarquia são fatos diretamente relacionados, já que: a) o exército identificava-se com o elitismo do governo imperial, enquanto a marinha compunha-se basicamente de classes populares e médias, contrárias à monarquia. b) vitorioso na guerra, o exército adquiriu consciência política, transformando-se num instrumento de defesa da abolição e republicanismo. c) a derrota na guerra e o endividamento do país fortaleceram a oposição militar ao regime imperial. d) embora sem vínculos com ideias positivistas, o exército aproximou-se dos republicanos radicais. e) para combater os interesses das camadas médias que apoiavam o governo monárquico, o exército desfechou o golpe de 15 de novembro. Questão 09 Em relação às consequências da Guerra do Paraguai, no Brasil, pode-se afirmar que: a) o declínio da monarquia foi concomitante à guerra e as críticas atingiram seu ponto vital: a escravidão. Foi através dessa brecha, que os ideais republicanos se propagam. b) o território foi devastado e a população gravemente afetada pelas mortes, o que retardou o desenvolvimento econômico do país. c) a abertura do mercado externo paraguaio, resultante da derrota na Guerra, trouxe grandes benefícios à expansão da economia cafeeira no país. d) ao favorecer o desenvolvimento do setor naval contribuiu para a reorganização da marinha que após a guerra, colocou-se contra a monarquia. e) a participação das camadas mais pobres da população na guerra respondeu pela sua integração nas decisões políticas após a proclamação da República. Questão 10 A Guerra do Paraguai (1864 - 1870) teve como principal motivo: a) o interesse brasileiro no potencial hídrico do Paraguai, resultando na construção da hidrelétrica de Itaipu. b) o interesse da Inglaterra na destruição do Paraguai, devido à possibilidade de concorrência na região andina. c) a invasão das terras brasileiras pelo Paraguai e o interesse da Inglaterra em destruir um futuro concorrente na região platina. d) o interesse paraguaio nas terras brasileiras e bolivianas para formar o Grande Paraguai, obtendo uma saída para o Oceano Pacífico. e) o interesse da Tríplice Aliança em restaurar a democracia e garantir aos grandes proprietários e ao povo paraguaio a devolução das terras tomadas na Guerra do Charco pelo ditador Francisco Solano López. Questão 11 Um dos maiores reflexos da Guerra do Paraguai na política interna do Brasil foi a: a) expansão da indústria siderúrgica nacional, decorrente da necessidade de produzir armamento. b) incorporação do sentimento patriótico nacional pelas camadas pobres da população. c) colonização do interior do País, estimulada pelos deslocamentos de tropas para aquelas regiões. d) conscientização, por parte dos oficiais do exército, de sua precária posição política na estrutura de poder vigente. e) abdicação de Pedro I após os primeiros desastres militares na frente de batalha. Questão 12 Sobre as relações econômicas entre a Inglaterra e o Brasil, durante o II Reinado, particularmente após 1860, podemos afirmar: a) o Brasil, visando a fomentar nossa indústria, adotou uma política protecionista que acabou com a importação de produtos britânicos. b) a Inglaterra em virtude da persistência da escravidão, recusava- se a fornecer financiamentos à nossa indústria, restringindo-os apenas à indústria têxtil. c) existia uma nítida influência da Inglaterra sobre o Brasil durante essa fase, pois, além dos empréstimos públicos concedidos por ela, havia também o predomínio das manufaturas e investimentos britânicos aqui. d) ocorreu um desequilíbrio da Balança de Comércio, até então altamente favorável ao Brasil, pois a Inglaterra deixou de exportar passou a importar grande quantidade de nossos produtos. e) ocorreu uma forte crise na lavoura brasileira e na indústria nacional, pois o governo inglês, em represália à política protecionista aqui adotada, restringiu o crédito ao nosso país. Questão 13 Considerando-se os fatos relacionados à Guerra do Paraguai (1864-1870), é CORRETO afirmar que a) a Tríplice Aliança agiu sob a ingerência dos Estados Unidos, que pretendiam, após o término da Guerra Civil, ampliar o comércio de seus produtos nos países da Região Platina. b) o Brasil e a Argentina romperam a aliança durante essa guerra, o que possibilitou não só o fortalecimento militar e político paraguaio mas também o retardamento do final do conflito. c) o Brasil entrou nessa guerra motivado por interesses relacionados à definição das fronteiras e à garantia de livre navegação pelo Rio Paraguai, principal via de acesso ao Mato Grosso. d) o Exército Brasileiro, apesar da vitória, se enfraqueceu após essa guerra, em razão do elevado número de baixas e das dificuldades políticas e militares em colocar um ponto final no conflito. Questão 14 A República do Paraguai se defendia heroicamente contra as agressões do Império do Brasil. (...) Para todas as nações, o heroísmo da resistência de tão pequena república contra aliados tão poderosos excitava a simpatia que sempre há pelo fraco (...). (D. F. Sarmiento, QUESTÕES AMERICANAS, COLEÇÃO GRANDES CIENTISTAS SOCIAIS, Ática) a) Como Sarmiento representa nesse texto o conflito entre o Brasil e o Paraguai? b) De que modo essa representação de Sarmiento ilustra o conflito político-ideológico no Brasil após a Guerra do Paraguai? c) Por que a Guerra do Paraguai contribuiu para o movimento abolicionista no Brasil? Questão 15 Sobre a Guerra do Paraguai (1864-1870), fundamentalmente desencadeada por razões geopolíticas regionais, responda: a) quais as divergências e alianças políticas existentes entre os países nela envolvidos? b) Qual o seu resultado em termos de poder estratégico regional? CURSO ANUAL DE HISTÓRIA DO BRASIL Prof. Márcio Michiles VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência SEGUNDO REINADO (1840 - 1889) INTRODUÇÃO (CONTEXTO HISTÓRICO) A crise do regime monárquico no Brasil, finalizada com a Proclamação da República em 15 de novembro de 1889, pode ser explicada por vários problemas enfrentados por D. Pedro II na década de 1880. O regime monárquico, que já havia terminado em vários países, não teve capacidade de resolver questões sociais, políticas, econômicas e religiosas que faziam parte das novas necessidades do Brasil. Principais questões que geraram a crise do Segundo Reinado no Brasil: QUESTÃO MILITAR Com o fim da Guerra do Paraguai, o Exército brasileiro ganhou grande relevância no cenário nacional. Os militares, movidos por ideais positivistas e republicanos, queriam participar mais da política brasileira. Porém, o regime monárquico não abria espaço para esta participação. Alguns conflitos entre estes dois poderes ocorreram na década de 1880, causando prejuízos políticos para D.Pedro II. Com a criação do Clube Militar, presidido pelo Marechal Deodoro da Fonseca, em 1887, as pressões sobre o regime monárquico aumentaram, acelerando seu enfraquecimento político. QUESTÃO RELIGIOSA A interferência do imperador em assuntos da Igreja Católica não agradavam os religiosos. O imperador possuía poderes de indicar membros de cargos eclesiásticos e até vetar decisões do Vaticano. A insatisfação do clero católico brasileiro fez este apoiar a instauração da República no Brasil. QUESTÃO ABOLICIONISTA Com a Abolição da Escravatura em 1888, muitos fazendeiros, possuidores de grandes investimentos em mão-de-obra escrava, ficaram insatisfeitos e passaram a fazer oposição ao regime monárquico. Sem o apoio político dos latifundiários escravocratas, o imperador perdeu força, facilitando o crescimento do movimento republicano no país. CRISE DO IMPÉRIO A crise do 2º Reinado teve início já no começo da década de 1880. Esta crise pode ser entendida através de algumas questões: - Interferência de D. Pedro II em questões religiosas,gerando um descontentamento nas lideranças da Igreja Católica no país; - Críticas e oposição feitas por integrantes do Exército Brasileiro, que mostravam-se descontentes com a corrupção existente na corte. Além disso, os militares estavam insatisfeitos com a proibição, imposta pela Monarquia, pela qual os oficiais do Exército não podiam dar declarações na imprensa sem uma prévia autorização do Ministro da Guerra; - A classe média brasileira (funcionário públicos, profissionais liberais, jornalistas, estudantes, artistas, comerciantes) desejava mais liberdade e maior participação nos assuntos políticos do país. Identificada com os ideais republicanos, esta classe social passou a apoiar a implantação da República no país; - Falta de apoio dos proprietários rurais, principalmente dos cafeicultores do Oeste Paulista, que desejavam obter maior poder político, já que tinham grande poder econômico. Fazendeiros de regiões mais pobres do país também estavam insatisfeitos, pois a abolição da escravatura, encontraram dificuldades em contratar mão-de-obra remunerada. QUEDA DA MONARQUIA A defesa do ideal republicano contou com o apoio de vários setores sociais e correntes politicas. Havia os militares (positivistas), partidários de um regime autoritário e defensores de um projeto modernizador. Havia também os civis evolucionistas, que propunham uma transição pacifica, sem alterações sócioe-conomicas e sem participação popular. Já os revolucionários defendiam a necessidade de um movimento armado para por fim ao império. Em meados de 1889, conseguiram unir os evolucionistas, os militares e os fazendeiros republicanos e prepararam o caminho para o golpe militar que derrubou a monarquia. Tentando a crise o governo de D. Pedro II propôs reformas politicas que atendiam aos interesses republicanos, como maior autonomia para as províncias, mas o parlamento rejeitou essas iniciativas tentando salvar o regime. Com o apoio do principal chefe do exercito Deodoro da Fonseca foi dado o golpe final. Foi montado um governo provisório e um documento notificando D. Pedro II e sua família teriam de ir embora do país. Em sintonia com os interesses dos evolucionistas, a república foi instaurada sem grandes conflitos e sem contar com a participação popular. SEMANA 12 - H. BRASIL - POLITICA EXTERNA DO SEGUNDO REINADO - MICHILES - após correção do professor SEMANA 13 - H. BRASIL - CRISE DO SEGUNDO REINADO - MICHILES - após correção do professor