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SEMANA 6 – Vocativo e Aposto 69 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência EXCERCÍCIOS DE FIXAÇÃO Questão 01 (FCC-2011/TRT-24ª Região) Transpondo-se para a voz passiva a frase “Hoje a autoria institucional enfrenta séria concorrência dos autores anônimos”, obter-se-á a seguinte forma verbal: a) são enfrentados. d) têm sido enfrentados. b) tem enfrentado. e) é enfrentada. c) tem sido enfrentada. Questão 02 (FCC-2009/TRT-7ª Região) Transpondo para a voz passiva a construção Darcy Ribeiro “(...) não admitiria a alternativa”, a forma verbal resultante será: a) teria sido admitida. d) fora admitida. b) seria admitida. e) haveria de admitir. c) teria admitido. Questão 03 (PUC-SP) Dê a função sintática do termo destacado em: “Voltaremos pela Via Anhanguera”. a) sujeito. d) adjunto adverbial. b) objeto direto. e) aposto. c) agente da passiva. Questão 04 Assinale o item que não apresenta agente da passiva. a) A casa foi alugada pelo novo proprietário. b) A água descia pelas ruas com violência. c) As aves foram atacadas pela raposa. d) A cidade será beneficiada pelo novo decreto. Questão 05 Assinale a opção em que o termo em destaque tem a função de agente da passiva. a) A casa foi alugada para os estudantes. b) Os móveis e as casas foram levados pela correnteza. c) Seriam cantadas novas canções. d) Comprei meu jeans favorito pela metade do preço. e) O grupo de jovens voltou para casa pelo caminho mais longo. Questão 06 “O toque dos sinos ao cair da noite era trazido lá da cidade pelo vento”. O termo grifado é: a) sujeito; d) complemento nominal; b) objeto direto; e) agente da passiva. c) objeto indireto; Questão 07 Na oração “Mestre Reginaldo, o impoluto, é uma sumidade no campo das ciências”. O termo destacado é: a) adjunto adnominal c) predicativo b) vocativo d) aposto Questão 08 Dê a função sintática do elemento grifado: Mestre Cupijó, ouviu-se há dias a sua grande obra”. a) adjunto adnominal; b) sujeito; c) vocativo; d) aposto. Questão 09 Indique a função sintática dos termos destacados. “A cara parecia uma perna Não vi mais nada”. a) objeto direto e aposto; b) predicativo do sujeito e aposto; c) objeto direto e predicativo do sujeito; d) predicativo do sujeito e objeto direto; Questão 10 Transpondo para a voz passiva a frase: “O acaso provoca, muitas vezes, grandes descobertas”. Obtém-se a forma verbal: a) Tem provocado; c) São provocadas; b) É provocado; d) Foram provocadas; Questão 11 Qual das frases a seguir está na voz passiva? a) Foi naquela igreja que eu me casei. b) Os soldados derrubaram os muros do castelo. c) Não se fazem mais sapatos como antigamente. d) Marcos sofreu com o fim no namoro. Questão 12 Passando a frase “Após o jogo, os jogadores ergueram o técnico nos braços” para a voz passiva sintética, tem-se: a) Após o jogo, o técnico ergueu cada um dos jogadores nos braços. b) Após o jogo, ergueram-se o técnico nos braços. c) Após o jogo, o técnico fora erguido nos braços. d) Após o jogo, ergueu-se o técnico nos braços. Questão 13 Marque o item em que o “se” não funciona como partícula de apassivadora: a) Ouviam-se vozes estranhas. b) Valorizar-se-ão as qualidades! c) Estuda-se um novo projeto. d) Nunca se falou sobre política nesta casa! 70 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL GRAMÁTICA E INTERPRETAÇÃO – (Prof. Cláudio Neves) INTERPRETAÇÃO TEXTUAL OS GÊNEROS NARRATIVOS I TIPOS DE NARRADOR Cada uma das histórias que lemos, ouvimos ou escrevemos é contada por um narrador. Nos exercícios de leitura, assim como nas experiências de escrita, é fundamental a preocupação com o narrador. Grosso modo, podemos distinguir três tipos de narrador, isto é, três tipos de foco narrativo: - narrador-personagem; - narrador-observador; - narrador-onisciente. 1) O narrador-personagem conta na 1ª pessoa a história da qual participa também como personagem. Ele tem uma relação íntima com os outros elementos da narrativa. Sua maneira de contar é fortemente marcada por características subjetivas, emocionais. Essa proximidade com o mundo narrado revela fatos e situações que um narrador de fora não poderia conhecer. Ao mesmo tempo, essa mesma proximidade faz com que a narrativa seja parcial, impregnada pelo ponto de vista do narrador. 2) O narrador-observador conta a história do lado de fora, na 3ª pessoa, sem participar das ações. Ele conhece todos os fatos e, por não participar deles, narra com certa neutralidade, apresenta os fatos e os personagens com imparcialidade. Não tem conhecimento íntimo dos personagens nem das ações vivenciadas. 3) O narrador-onisciente conta a história em 3ª pessoa e, às vezes, permite certas intromissões narrando em 1ª pessoa. Ele conhece tudo sobre os personagens e sobre o enredo, sabe o que passa no íntimo das personagens, conhece suas emoções e pensamentos. Ele é capaz de revelar suas vozes interiores, seu fluxo de consciência, em 1ª pessoa. Quando isso acontece, o narrador faz uso do discurso indireto livre. Assim, o enredo se torna plenamente conhecido, os antecedentes das ações, suas entrelinhas, seus pressupostos, seu futuro e suas consequências. TIPOS DE PERSONAGENS 1) Segundo a função dramática: a) Protagonista – Personagem principal, em torno do qual se estrutura a narrativa. b) Anatgonista – Aquele que se contrapõe ao protagonista e com ele estabelece uma tensão dramática. c) Secundário – Aquele de menor importância na trama, não sendo ele o responsável pela ação principal, embora dela participe. 2) Segundo a complexidade a) Personagens planos – Sem maior complexidade psicológica, são construídos a partir de um só traço distintivo de personalidade. São personagens em geral previsíveis. Também podem ser chamados de lineares. b) Personagens esféricos – Mais complexos, apresentam traços de caráter e ações muitas vezes contraditórios. Também chamados de redondos e não lineares. TIPOS DE DISCURSO a) Discurso direto O narrador apresenta a própria personagem falando diretamente, permitindo ao autor mostrar o que acontece em lugar de simplesmente contar. Lavador de carros, Juarez de Castro, 28 anos, ficou desolado, apontando para os entulhos: “Alá minha frigideira, alá meu escorredor de arroz. Minha lata de pegar água era aquela. Ali meu outro tênis.” Jornal do Brasil, 29 de maio 1989. Quando lhe entreguei a folha de hera com formato de çoração (um coração de nervuras trementes se abrindo em leque até as bordas verde- azuladas), ela beijou a folha e levou-a ao peito. Espetou-a na malha do suéter: "Esta vai ser guardada aqui." Mas não me olhou nem mesmo quando eu saí tropeçando no cesto. (Lígia Fagundes reles, "Herbarium", in Os melhores contos) b) Discurso indireto O narrador interfere na fala da personagem. Ele conta aos leitores o que a personagem disse, mas conta em 3ª pessoa. As palavras da personagem não são reproduzidas, mas traduzidas na linguagem do narrador. Dario vinha apressado, o guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Foi escorregando por ela, de costas, sentou- se na calçada, ainda úmida da chuva, e descansou no chão o cachimbo. Dois ou três passantes rodearam-no, indagando se não estava se sentindo bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, mas não se ouviu resposta. Um senhor gordo, de branco, sugeriu que ele devia sofrer de ataque. Dalton Trevisan. Cemitério de elefantes. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1964. E a madrinha, Dona Isolina Vaz Costa (cuja especialidade era doce de ovos) foi de parecer que quanto à dicção ainda não era visto, mas quanto à expressão Cícero lembrava o Chabi Pinheiro. No entanto advertiu que do meio parao fim é que era mais difícil. (Antônio de A. Machado, NO Inteligente CíceroN, in Laranja da China, Ed. ) c) Discurso indireto livre É uma combinação dos dois anteriores, confundindo as intervenções do narrador com as dos personagens. É uma forma de narrar econômica e dinâmica, pois permite mostrar e contar os fatos a um só tempo. Muito usado nas narrativas contemporâneas, este tipo de discurso quase não se registra, por exemplo, no Romantismo. O Realismo de linha de análise psicológica experimentou-o, mas coube à narrativa moderna desenvolvê-lo e usá-lo como recurso dos mais expressivos. Podemos defini-lo como sendo a captação do pensamento das personagens que vêm à tona num texto de terceira pessoa, sem nenhuma marca indicadora de Discurso Direto (travessão, aspas) ou Indireto (as conjunções integrantes): Entregue aos arranjos da casa, regando os craveiros e as panelas de losna, descendo ao bebedouro com o pote vazio e regressando com o pote cheio, deixava os filhos soltos no barreiro, enlameados como porcos. E eles estavam perguntadores, insuportáveis. Fabiano dava-se bem com a ignorância. Tinha o direito de saber? Tinha? Não tinha. (Vidas Secas - Graciliano Ramos) Enlameado até a cintura, Tiãozinho cresce de ódio. Se pudesse matar o carreiro... Deixa eu crescer!... Deixa eu ficar grande!... Hei de dar conta deste danisco... Se uma cobra picasse seu Soronho... Tem tanta cascavel nos pastos... Tanta urutu, perto de casa... se uma onça comesse o carreiro, de noite... Um onção grande, da pintada... Que raiva!... Mas os bois estão caminhando diferente. SEMANA 6 – Vocativo e Aposto 71 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência Começaram a prestar atenção, escutando a conversa de boi Brilhante. Guimarães Rosa. Sagarana. Rio de Janeiro, José Olympio, 1976. O GÊNERO ROMANCE Basicamente, o romance é uma narrativa ficcional em prosa, mais longa que o conto ou a novela, atesta Mário Luiz Frungillo, professor do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), da Universidade Estadual de Campinas, Unicamp. “A estrutura de um romance pode variar muito de um para outro, pois é provavelmente o mais flexível dos gêneros literários”, afirma. “Um romance pode tanto ter mais de mil páginas, como, por exemplo, Guerra e Paz (1865), de Liév Tolstói, ou um décimo disso, como A paixão segundo G. H. (1964), de Clarice Lispector”, explica Frungillo. “E sua ação pode tanto se estender ao longo de anos e abranger a vida de dezenas de personagens, como no romance russo, ou se limitar a algumas horas de um dia e girar em torno de um único personagem, a protagonista-narradora G. H”, ilustra o professor, usando os mesmos exemplos. As possibilidades são quase infinitas. A história pode ser linear, cronológica, ou ir e voltar no tempo. Também pode tratar de uma época passada ou ser uma narrativa sobre nossos dias. “Essas escolhas estão também ligadas ao tipo de narrador. Ele tanto pode ser um narrador que não participa da história, mas sabe tudo sobre ela, como ser a personagem principal, ou uma secundária da história, que só sabe aquilo que viu. Pode também ter vários narradores – a Crônica da casa assassinada (1959), de Lúcio Cardoso, por exemplo, tem cerca de dez narradores”, lembra o professor da Unicamp. Narrativa contínua ou colcha de retalhos, o romance pode combinar cartas, diários, depoimentos, notícias de jornal, confissões, o monólogo interior de uma personagem etc. As pessoas muitas vezes falam que quem vive um amor vive um romance. Mas o romance não é uma forma somente do Romantismo. O professor Frungillo explica que há o romance barroco, o romance do Iluminismo, o romance realista, naturalista, simbolista etc. “E também, claro, a história contada não precisa ser de amor, pode ser uma história sobre qualquer assunto, amor, aventura, guerra, crime, fatos históricos contados à maneira de ficção, episódios colados à realidade ou inventados, de caráter realista ou fantástico, com qualquer tipo de personagem, de qualquer classe social – o que não acontecia na epopeia e na tragédia clássica, que só admitiam como protagonistas pessoas nobres”, observa. O pesquisador explica que, ao contrário da epopeia clássica que trazia heróis míticos como na Ilíada e na Odisseia, de Homero, os heróis dos romances são pessoas comuns, cujos conflitos trazem as contradições históricas da época moderna, por exemplo, inadequação aos valores da sociedade. “O romance desce à esfera da vida comum. Deuses e heróis não estão presentes em textos modelares ao gênero como Dom Quixote, de Cervantes, que apresenta uma caricatura anacrônica do tipo cavalheiresco, Robinson Crusoé (1719), de Daniel Defoe, que narra a história de um náufrago, Tom Jones (1749), de Henry Fielding, onde o herói é um órfão”, exemplifica. Para Santos, o romance corresponde a uma obra de ficção, portanto distinta do relato e da biografia, “mas com grande inclinação ao real, que se observa em sua coerência interna, na busca da verossimilhança, na atenção ao pormenor da vida cotidiana e em sua permeabilidade à realidade sócio histórica”, afirma. Ao retratar o modo de pensar do nascimento da era moderna, Dom Quixote e Sancho Pança se tornam, assim, os primeiros representantes do individualismo. (Disponível em: http://pre.univesp.br) 72 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL GRAMÁTICA E INTERPRETAÇÃO – (Prof. Cláudio Neves) EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM Questão 01 (FUVEST) “(...) Escobar vinha assim surgindo da sepultura, do seminário e do Flamengo para se sentar comigo à mesa, receber-me na escada, beijar-me no gabinete de manhã, ou pedir-me à noite a bênção do costume. Todas essas ações eram repulsivas; eu tolerava-as e praticava-as, para me não descobrir a mim mesmo e ao mundo. Mas o que pudesse dissimular ao mundo, não podia fazê-lo a mim, que vivia mais perto de mim que ninguém. Quando nem mãe nem filho estavam comigo o meu desespero era grande, e eu jurava matá-los a ambos, ora de golpe, ora devagar, para dividir pelo tempo da morte todos os minutos da vida embaçada e agoniada. Quando, porém, tornava a casa e via no alto da escada a criaturinha que me queria e esperava, ficava desarmado e diferia o castigo de um dia para outro. O que se passava entre mim e Capitu naqueles dias sombrios, não se notará aqui, por ser tão miúdo e repetido, e já tão tarde que não se poderá dizê-lo sem falha nem canseira. Mas o principal irá. E o principal é que os nossos temporais eram agora contínuos e terríveis. Antes de descoberta aquela má terra da verdade, tivemos outros de pouca dura; não tardava que o céu se fizesse azul, o sol claro e o mar chão, por onde abríamos novamente as velas que nos levavam às ilhas e costas mais belas do universo, até que outro pé de vento desbaratava tudo, e nós, postos à capa, esperávamos outra bonança, que não era tardia nem dúbia, antes total, próxima e firme (...)”. (Fragmento do livro Dom Casmurro, de Machado de Assis) A narração dos acontecimentos com que o leitor se defronta no romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, se faz em primeira pessoa, portanto, do ponto de vista da personagem Bentinho. Seria, pois, correto dizer que ela apresenta-se: a) fiel aos fatos e perfeitamente adequada à realidade; b) viciada pela perspectiva unilateral assumida pelo narrador; c) perturbada pela interferência de Capitu que acaba por guiar o narrador; d) isenta de quaisquer formas de interferência, pois visa à verdade; e) indecisa entre o relato dos fatos e a impossibilidade de ordená-los. Questão 02 (UFV) Considere o texto: "O incidente que se vai narrar, e de que Antares foi teatro na sexta-feira 13 de dezembro do ano de 1963, tornou essa localidade conhecida e de certo modo famosa da noite para o dia. (...) Bem, mas não convém antecipar fatos nem ditos. Melhor será contar primeiro, de maneira tão sucinta eimparcial quanto possível, a história de Antares e de seus habitantes, para que se possa ter uma ideia mais clara do palco, do cenário e principalmente dos personagens principais, bem como da comparsaria, desse drama talvez inédito nos anais da espécie humana.” (Fragmento do livro Incidente em Antares, de Érico Veríssimo) Assinale a alternativa que evidencia o papel do narrador no fragmento acima: a) O narrador tem senso prático, utilitário e quer transmitir uma experiência pessoal. b) É um narrador introspectivo, que relata experiências que aconteceram no passado, em 1963. c) Em atitude semelhante à de um jornalista ou de um espectador, escreve para narrar o que aconteceu com x ou y em tal lugar ou tal hora. d) Fala de maneira exemplar ao leitor porque considera sua visão a mais correta. e) É um narrador neutro, que não deixa o leitor perceber sua presença. “Quem um dia irá dizer que existe razão Nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer Que não existe razão? Eduardo abriu os olhos mas não quis se levantar Ficou deitado e viu que horas eram Enquanto Mônica tomava um conhaque No outro canto da cidade Como eles disseram Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer Foi um carinha do cursinho do Eduardo que disse - Tem uma festa legal e a gente quer se divertir (...)”. (Eduardo e Mônica. RUSSO, Renato. In: Legião Urbana – Dois. EMI, 1986.) Anotações SEMANA 6 – Vocativo e Aposto 73 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência Questão 03 Sobre o tipo de narrador presente na música Eduardo e Mônica, é correto afirmar que se trata de um: a) Narrador personagem, pois, além de narrar os fatos, verídicos ou não, faz parte da história contada, sendo assim, personagem dela. Esse tipo de personagem apresenta uma visão limitada dos fatos, já que a narrativa é conduzida sob seu ponto de vista. b) Narrador testemunha, pois é uma das personagens que vivem a história contada, mas não é uma personagem principal. c) Narrador onisciente, pois sabe de tudo o que acontece na narrativa, seus aspectos e o comportamento das personagens, podendo, inclusive, descrever situações simultâneas, embora essas ocorram em lugares diferentes. d) Narrador observador, pois presencia a história, mas diferentemente do que acontece com o narrador onisciente, não tem controle e visão sobre todas as ações e personagens, confere os fatos, mas apenas de um ângulo. e) Narrador onisciente neutro, pois relata os fatos e descreve as personagens, no entanto, não tenta influenciar o leitor com opiniões a respeito das personagens, falando apenas sobre os fatos indispensáveis para a compreensão da leitura. Questão 04 Para responder sobre os tipos de narradores, leia os fragmentos abaixo: I. “Morreu meu pai, sentimos muito, etc. Quando chegamos nas proximidades do Natal, eu já estava que não podia mais pra afastar aquela memória obstruente do morto, que parecia ter sistematizado pra sempre a obrigação de uma lembrança dolorosa em cada almoço, em cada gesto mínimo da família. Uma vez que eu sugerira à mamãe a ideia dela ir ver uma fita no cinema, o que resultou foram lágrimas. Onde se viu ir ao cinema, de luto pesado! A dor já estava sendo cultivada pelas aparências, e eu, que sempre gostara apenas regularmente de meu pai, mais por instinto de filho que por espontaneidade de amor, me via a ponto de aborrecer o bom do morto”. (Fragmento do conto O peru de natal, de Mário de Andrade). II. “Ali pelas onze horas da manhã o velho Joaquim Prestes chegou no pesqueiro. Embora fizesse força em se mostrar amável por causa da visita convidada para a pescaria, vinha mal-humorado daquelas cinco léguas cabritando na estrada péssima. Aliás o fazendeiro era de pouco riso mesmo, já endurecido pelos setenta e cinco anos que o mumificavam naquele esqueleto agudo e taciturno”. (Fragmento do conto O poço, de Mário de Andrade). III. “Nesse momento, a viúva descruzava as mãos, e fazia gesto de ir embora. Primeiramente espraiou os olhos, como a ver se estava só. Talvez quisesse beijar a sepultura, o próprio nome do marido, mas havia gente perto, sem contar dois coveiros que levavam um regador e uma enxada, e iam falando de um enterro daquela manhã. Falavam alto, e um escarnecia do outro, em voz grossa: "Eras capaz de levar um daqueles ao morro? Só se fossem quatro como tu". Tratavam de caixão pesado, naturalmente, mas eu voltei depressa a atenção para a viúva, que se afastava e caminhava lentamente, sem mais olhar para trás. Encoberto por um mausoléu, não a pude ver mais nem melhor que a princípio. Ela foi descendo até o portão, onde passava um bonde em que entrou e partiu. Nós descemos depois e viemos no outro”. (Fragmento do livro Memorial de Aires, de Machado de Assis). IV. “Era sempre inútil ter sido feliz ou infeliz. E mesmo ter amado. Nenhuma felicidade ou infelicidade tinha sido tão forte que tivesse transformado os elementos de sua matéria, dando-lhe um caminho único, como deve ser o verdadeiro caminho. Continuo sempre me inaugurando, abrindo e fechando círculos de vida, jogando-os de lado, murchos, cheios de passado. Por que tão independentes, por que não se fundem num só bloco, servindo-me de lastro? É que são demasiado integrais”. (Fragmento do livro Perto do coração selvagem, de Clarice Lispector). Os narradores classificam-se, respectivamente, em: a) narrador onisciente seletivo; narrador onisciente; narrador testemunha e narrador personagem. b) narrador personagem; narrador testemunha, narrador onisciente e narrador onisciente seletivo. c) narrador testemunha; narrador personagem; narrador onisciente e narrador onisciente seletivo. d) narrador personagem; narrador onisciente, narrador onisciente seletivo e narrador testemunha. e) narrador personagem; narrador onisciente, narrador testemunha e narrador onisciente seletivo. Questão 05 Assinale a alternativa que melhor complete o seguinte trecho: No plano expressivo, a força da ____________ em _____________ provém essencialmente de sua capacidade de _____________ o episódio, fazendo ______________ da situação a personagem, tornando-a viva para o ouvinte, à maneira de uma cena de teatro __________ o narrador desempenha a mera função de indicador de falas. a) narração - discurso indireto - enfatizar - ressurgir – onde; Anotações