Prévia do material em texto
PROF. EDSON BARROS COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Prof. Edson PROF. EDSON BARROS Texto: É uma manifestação, verbal, não verbal ou mista, constituida por algum tipo de código, com o objetivo de exercer uma atividade comunicativa, abrangendo diversos formatos. O QUE É UM TEXTO? “O texto é um evento comunicativo em que convergem ações linguísticas, sociais e cognitivas” (Beaugrande) COMO ENTENDER UM TEXTO? Aspectos cognitivos da leitura” KLEIMAN (2002, p.13) afirma que “A compreensão de um texto é um processo que se caracteriza pela utilização de conhecimento prévio (conhecimento enciclopédico): o leitor utiliza na leitura o que ele já sabe, o conhecimento adquirido ao longo de sua vida”. “Aquilo cada um já sabe é a ponte para saber mais...” (Jean Piaget) TEXTO ARGUMENTATIVO • INTRODUÇÃO • DESENVOLVIMENTO • CONCLUSÃO • CONTEXTUALIZAÇÃO; • POSICIONAMENTO EM RELAÇÃO AO ASSUNTO; • APRESENTAÇÃO DOS ARGUMENTOS . • DESENVOLVIMENTO DOS ARGUMENTOS APRESENTADOS NA INTRODUÇÃO; • APRESENTAR: EXEMPLOS, COMPARAÇÕES E INFORMAÇÕES OU OUTROS MOTIVOS QUE JUSTIFIQUEM O POSICIONAMENTO DEFENDIDO, BEM COMO UM ARGUMENTO DE AUTORIDADE OU UM DADO ESTATÍSTICO; • BREVE CONCLUSÃO QUE REAFIRMA O ARGUMENTO ESCOLHIDO. • RETOMADA DO POSICIONAMENTO(REAFIRMAÇÃO DA TESE); • PROPOSTA, SOLUÇÃO OU INTERVENÇÃO PARA A QUESTÃO . • FRASE PROGRAMÁTICA DE FECHAMENTO OU DE REFLEXÃO. O craque crespo Desde que Neymar despontou no futebol, uma de suas marcas registradas é o cabelo. Sempre com um visual novo a cada campeonato. Mas nesses anos de carreira ainda faltava o ídolo fazer uma aparição nos gramados com seu cabelo crespo natural, que ele assumiu recentemente para a alegria e a autoestima dos meninos cacheados que sonham ser craques um dia. É difícil assumir os cachos e abandonar a ditadura do alisamento em um mundo onde o cabelo liso é tido como o padrão de beleza ideal. Quando conseguimos fazer a transição capilar, esse gesto nos aproxima da nossa real identidade e nos empodera. Falo por experiência própria. Passei 30 anos usando cabelos lisos e já nem me lembrava de como eram meus fios naturais. Recuperar a textura crespa, para além do cuidado estético, foi um ato político, de aceitação, de autorreconhecimento e de redescoberta da minha negritude. O discurso dos fios naturais tem ganhado uma representação cada vez mais positiva, valorizando a volta dos cachos sem cair no estereótipo do “exótico”, muito comum no Brasil. O cabelo crespo, definitivamente, não é uma moda passageira. Torço que para Neymar também não seja. Alexandra Loras é ex-consulesa da França em São Paulo, empresária, consultora de empresas e autora de livros. LORAS, A. O craque crespo. Disponível em: http://diplomatique.org.br. Acesso em: 1 set. 2017. Com base no texto: “ O craque crespo” qual trecho demonstra com maior clareza, a intenção da autora em relação ao tema proposto: a) Desde que Neymar despontou no futebol, uma de suas marcas registradas é o cabelo. b) que ele assumiu recentemente para a alegria e a autoestima dos meninos cacheados que sonham ser craques um dia. c) É difícil assumir os cachos e abandonar a ditadura do alisamento em um mundo onde o cabelo liso é tido como o padrão de beleza ideal. d) Passei 30 anos usando cabelos lisos e já nem me lembrava de como eram meus fios naturais. C Considerando os procedimentos argumentativos presentes nesse texto, infere- se que o objetivo da autora é: a) valorizar a atitude do jogador ao aderir à moda dos cabelos crespos. b) problematizar percepções identitárias sobre padrões de beleza. c) apresentar as novas tendências da moda para os cabelos. d) relatar sua experiência de redescoberta de suas origens. B Brasil X EUA: diferença na estrutura de Ensino Superior Para um jovem ingressar em uma universidade brasileira, precisa decidir no ato da matrícula o curso de sua preferência, já que o sistema de Ensino Superior no Brasil não oferece ao aluno a opção de escolher, com calma, a carreira que deseja seguir. Muitas escolhas, nessa fase, acabam resultando em matrículas trancadas, trocas constantes de cursos e até mesmo insatisfação na vivência da carreira que optaram. Diferente do Brasil, nos Estados Unidos os jovens não precisam escolher definitivamente o curso que querem seguir ao aplicar para uma universidade, já que o sistema permite aos alunos um conhecimento e vivência mais abrangente das áreas durante os primeiros anos da vida acadêmica Dentro do sistema de ensino superior americano, dos quatro anos de estudo nas universidades americanas, os dois primeiros são de matérias gerais relativas à área de interesse (Humanas, Exatas, Biológicas), e as específicas são iniciadas a partir do 3º ano, ou seja, os alunos podem decidir com calma e ponderação o Curso que mais se afina com seu objetivo e perfil. (continuação) Outro fator interessante é o leque de opções em cursos que os EUA oferecem, não só dentro das áreas mais procuradas (Business/Negócios, Engenharia, Saúde) como também com cursos que não existem ou são extremamente novos no Brasil. Hoje, o aluno pode optar também por cursos como, por exemplo, Sports Management (Gerenciamento Esportivo), Gastronomia (Arte em Culinária, etc.), Ciência do Exercício (trabalho com atletas e reabilitação de cardíacos, etc.), Comunicação, Tecnologia e Suporte de Serviços (Efeitos especiais, Animação, Computação Gráfica), Justiça Criminal, Ciência Política e Governamental, Cinema, Design de Interiores, Arte em Jóias e Metal, Escultura, Moda, Desenvolvimento de games, Administração Hospitalar, Comunicação de Massa, Música e muitos mais. ( fragmento - Camila Ferreira) Nesse fragmento de texto, quais estratégias argumentativas foram apresentadas: a) Alusão histórica e Comparação; b) Exemplificação e Argumento de Autoridade; c) Dados estatísticos e Causa e consequência; d) Comparação e Enumeração. D Esse conhecimento prévio compreende: 1 – Conhecimento linguístico : conhecimento gramatical e lexicais/palavras suficientes para entender as frases, o encadeamento delas) 2 – Conhecimento textual (superestrutural) “conjunto de noções e conceitos sobre o texto” reconhecimento da Tipologia dos gêneros textuais dentre outros) 3 – Conhecimento de mundo (entende-se toda a experiência de vida do leitor, tudo o que ele já viu, já leu, já ouviu, em sua vida) Mediante a interação desses níveis o leitor consegue construir o sentido do texto. Assim, quando um desses níveis não estiver presente, no ato da leitura, a compreensão ficará comprometida. NÍVEIS DE SIGNIFICAÇÃO • Pressupostos: são aquelas ideias não expressas de maneira explícita, mas que o leitor pode perceber a partir de certas palavras ou expressões contidas na frase. Exemplos: - “O Dr. Mévio deixou de atender pelo convênio” (pressuposto: antes o Dr. Mévio atendia pelo convênio) - " Tício não reclama mais da dor nas pernas" (pressuposto: Tício reclamava de dores na perna anteriormente) - " Depois da morte de sua mãe, Joana passou a sair com suas amigas" (pressuposto: antes da morte de sua mãe, Joana não saía com suas amigas) NÍVEIS DE SIGNIFICAÇÃO • Subentendidos: são inferências a partir de uma avaliação mental entre distintas expressões, permitindo traçar uma implicação lógica. Não possuem marcaSe fosse vivo, o dirigente do movimento pela independência indiano, Mahatma Gandhi, completaria 152 anos. Para o secretário-geral, o pioneiro da filosofia e da estratégia da não-violência é “um dos gigantes do século 20, um ícone global da paz e defensor dos mais vulneráveis”, cuja visão engloba as metas da organização. Entre as frases mais famosas do líder indiano está a descrição da pobreza como “a pior forma de violência.” Ele também defendeu que a não-violência é uma arma forte, que se combinada à verdade, “são inseparáveis e se pressupõem uma à outra.” Mahatma Gandhi disse que a humanidade nunca será forte o suficiente para ser totalmente não-violenta em pensamentos, palavras e ações. Mas deve “manter a não-violência como nosso objetivo e fazer um forte progresso nesse sentido”. Para a ONU, Mahatma Gandhi transcende os limites da raça, religião e em nível de Estado ou nação. O legado do também filósofo é celebrado “não apenas por sua adesão apaixonada à prática da não-violência e do humanismo supremo, mas como a referência sobre a qual homens e mulheres são testados”. As áreas em que o pensamento se pode aplicar envolvem a vida pública, ideias políticas e governamentais, além das esperanças e dos desejos para o planeta. [fragmento inicial] Analisando as principais características do texto lido, podemos dizer que seu gênero predominante é: a) Reportagem. b) Notícia. c) Biografia. d)Crônica . A A situação a bordo era desoladora. O vento ensurdecedor, o mar difícil, roupas encharcadas, muito frio e alguns estragos. Pela frente, uma eternidade até o Brasil. Para trás, uma costa inóspita, desolada e perigosamente próxima. Sabia melhor que ninguém avaliar as dificuldades que eu teria daquele momento em diante. Estava saindo na pior época do ano, final de outono, e teria pela frente um inverno inteiro no mar. [...] Finalmente, meu caminho dependeria do meu esforço e dedicação, de decisões minhas e não de terceiros, e eu me sentia suficientemente capaz de solucionar todos os problemas que surgissem, de encontrar saídas para os apuros em que porventura me metesse. (fragmento) Partindo-se do princípio que a história foi real, podemos classificá-la, como: a) Diário; b) Relato de viagem; c) Biografia; d) Reportagem. B Assim, no século 16, quando os europeus atingiram o rio Amazonas, encontraram uma floresta habitada por povos indígenas diversos culturalmente que sustentavam populações numerosas. Infelizmente, durante a conquista e a colonização portuguesa desse território – baseadas nas atividades de coleta de produtos naturais e agricultura –, as populações indígenas foram reduzidas drasticamente, sobretudo por causa das doenças trazidas pelos europeus. (fragmento) Analisando as principais características do texto lido, podemos dizer que seu gênero predominante é: a) Biografia; b) Diário; c) Autobiografia; d) Relato histórico. D GÊNEROS ARGUMENTATIVOS O texto argumentativo que tem como objetivo discursivo convencer o interlocutor a respeito de determinado ponto de vista. A atividade de argumentar pode ser feita de diferentes maneiras, seguindo distintos formatos. Cada um desses formatos corresponderá a uma concretização textual específica, sendo chamados de gêneros textuais, nesse caso, argumentativos. Argumentar é a capacidade de relacionar fatos, teses, estudos, opiniões, problemas e possíveis soluções a fim de embasar determinado pensamento ou ideia. Resenha crítica É a apresentação do conteúdo de uma obra. Consiste na leitura, resumo, na crítica e na formulação de um conceito de valor do livro feitos pelo resenhista. A resenha crítica, em geral, é elaborada por um especialista/cientista que, além do conhecimento sobre o assunto, tem capacidade de juízo crítico. A finalidade de uma resenha é informar o leitor, de maneira objetiva e cortês, sobre o assunto tratado no livro ou artigo, evidenciando a contribuição do autor: novas abordagens, novos conhecimentos, novas teorias. A resenha visa, portanto, a apresentar uma síntese das ideias fundamentais da obra. Logo, A resenha caracteriza-se por ser, no geral, um resumo crítico. Nesta produção textual, o autor faz uma descrição e uma breve apreciação a respeito de acontecimentos culturais ou obras (sejam elas cinematográficas, musicais, teatrais ou literárias), a fim de divulgar um objeto de consumo cultural, de maneira resumida, convidando o leitor ou espectador a conhecer a obra na íntegra. Em geral, a resenha é veiculada por jornais e revistas. Um gramático contra a gramática Gilberto Scarton Língua e Liberdade: por uma nova concepção da língua materna e seu ensino (L&PM, 1995, 112 páginas) do gramático Celso Pedro Luft traz um conjunto de ideias que subverte a ordem estabelecida no ensino da língua materna, por combater, veemente, o ensino da gramática em sala de aula. Nos 6 pequenos capítulos que integram a obra, o gramático bate, intencionalmente, sempre na mesma tecla - uma variação sobre o mesmo tema: a maneira tradicional e errada de ensinar a língua materna, as noções falsas de língua e gramática, a obsessão gramaticalista, inutilidade do ensino da teoria gramatical, a visão distorcida de que se ensinar a língua é se ensinar a escrever certo, o esquecimento a que se relega a prática linguística, a postura prescritiva, purista e alienada - tão comum nas "aulas de português".[...] Embora Língua e Liberdade do professor Celso Pedro Luft não seja tão original quanto pareça ser para o grande público (pois as mesmas concepções aparecem em muitos teóricos ao longo da história), tem o mérito de reunir, numa mesma obra, convincente fundamentação que lhe sustenta a tese e atenua o choque que os leitores - vítimas do ensino tradicional - e os professores de português - teóricos, gramatiqueiros, puristas - têm ao se depararem com uma obra de um autor de gramáticas que escreve contra a gramática na sala de aula. Ensaio argumentativo O ensaio é um texto opinativo em que se expõe ideias, críticas, reflexões e impressões pessoais, realizando uma avaliação sobre determinado tema. O ensaio problematiza algumas questões sobre determinado assunto, focadas pela opinião do autor e geralmente, apresentam conclusões originais. Diferente dos textos narrativos e descritivos, o ensaio pressupõe interpretação e análise mais profunda sobre um tema. Sendo assim, o ensaio é um gênero discursivo argumentativo e expositivo que implica o ato de ensaiar. Ou seja, ele apresenta tentativas de reflexão crítica e subjetiva (ponto de vista pessoal) num fluxo natural de ideias, sendo muito solicitado no meio escolar e acadêmico. Ensaio argumentativo Todos os homens são intelectuais, poder-se-ia dizer então: mas nem todos os homens desempenham na sociedade a função de intelectuais. Quando se distingue entre intelectuais e não-intelectuais, faz-se referência, na realidade, tão-somente á imediata função social da categoria profissional dos intelectuais, isto é, leva-se em conta a direção sobre a qual incide o peso maior da atividade profissional específica, se na elaboração intelectual ou se no esforço muscular-nervoso. Isto significa que, se se pode falar de intelectuais, é impossível falar de não-intelectuais, porque não existem não-intelectuais. Mas a própria relação entre o esforço de elaboração intelectual cerebral e o esforço muscular-nervoso não é sempre igual; por isso, existem graus diversos de atividade específica intelectual. Não existe atividade humana da qual se possa excluirtoda intervenção intelectual, não se pode separar o homo faber do homo sapiens. Em suma, todo homem, fora de sua profissão, desenvolve uma atividade intelectual qualquer, ou seja, é um “filósofo”, um artista, um homem de gosto, participa de uma concepção do mundo, possui uma linha consciente de conduta moral, contribui assim para manter ou para modificar uma concepção do mundo, isto é, para promover novas maneiras de pensar. (GRAMSCI, 1982, p. 6). Artigo de opinião É um gênero discursivo claramente argumentativo que tem por objetivo expressar o ponto de vista do autor que o assina sobre alguma questão relevante em termos sociais, políticos, culturais, etc. O caráter argumentativo do texto de opinião é evidenciado pelas justificativas de posições arroladas pelo autor pra convencer os leitores da validade da análise que faz. Tradicionalmente, o espaço de circulação dos artigos de opinião são as colunas assinadas dos jornais diários e revistas semanais, que costumam contar com um quadro fixo de articulistas. Porém, há espaço também para, jornalistas e pessoas que se destacam em seus espaços de atuação (médicos, políticos, advogados, professores universitários, etc.) selecionarem acontecimentos divulgados na mídia para submetê-los a um processo analítico que permita revelar suas consequências, discutir suas causas e defender uma posição a seu respeito. Artigo de opinião Características do artigo de opinião: •Título do texto, geralmente polêmico ou provocador; •Exposição de uma ideia ou ponto de vista sobre determinado assunto; •Apresenta-se em três partes: exposição, interpretação e opinião. Possui um parágrafo introdutório, no qual os elementos principais da ideia são apresentados; o desenvolvimento, no qual são expostos os argumentos em defesa de um ponto de vista a ser defendido; e a conclusão, onde ocorre o fechamento das ideias discutidas ao longo do texto; •Predominância dos verbos no tempo presente; •Utilização de linguagem objetiva (3ª pessoa) ou subjetiva (1ª pessoa); •Deve obedecer à linguagem padrão, devendo-se evitar as marcas utilizadas na oralidade. É impossível olhar para trás e não pensar no passado que temos pela frente Por Marcia Tiburi Muitas pessoas se queixaram do ano de 2016. Apesar de muito leite derramado, foi um ano, sem dúvida, democrático, no sentido de muitas partilhas: PEC 55 para todos, neoliberalismo para todos, destruição da educação e da saúde pública para todos, aniquilação da democracia para todos, destruição da política para todos, miséria para todos, ódio e manipulação para todos. Claro que nesse computo geral não estão incluídos os que estão acima do povo, para quem Estado, Democracia e Direitos Fundamentais assegurados é bobagem, já que detém o Capital. Quem tem o Capital (nacional e internacional) precisaria de democracia para quê mesmo? Desculpem ironizar com coisas tão tristes, mas é impossível olhar para trás e não pensar no passado que temos pela frente, como dizia o Millôr, quando vemos que o projeto neoliberal avança com os saqueadores do Brasil cada vez mais animados em continuar. E o povo, mais que tonto, o povo incapaz de agir enquanto trabalha pelo menos 8 horas por dia (as mulheres 16), transporta-se de 2 a 4 horas para ir de casa ao trabalho (quando tem casa e tem trabalho) e fica na frente da televisão o resto do tempo esvaziando a cabeça… Editorial É um texto que expressa a opinião coletiva dos responsáveis pela redação do periódico. Tem como finalidade manifestar opinião sobre um acontecimento importante no cenário nacional ou internacional. Não é assinado, porque não deve ser associado a um ponto de vista individual. Os projetos gráficos dos jornais e revistas procuram estabelecer diferenças visuais entre os editoriais e os demais textos( notícias, reportagens, artigo de opinião, etc.) Os jornalistas encarregados de redigir os editoriais são conhecidos como editorialistas. 53 mil zeros “As notícias do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) divulgadas ontem (11) pelo Ministério da Educação mostram, mais uma vez, que o país é recheado de pessoas despreparadas para ocupar um banco na faculdade. Ao todos, 104 candidatos tiraram nota máxima na prova de redação, a mais temida de todas as fases para a ampla maioria dos postulantes a uma vaga no Ensino Superior. Por outro lado, mais de 53 mil tiraram nota zero. É o retrato de um país que ainda não sabe educar a maioria de suas crianças e adolescentes. O resultado é estarrecedor, desespera e aponta para um norte que o país precisa caminhar: melhorar a educação pública.” [...] ( jornal digital: O presente ) As ações escolares para combater o bullying devem ser no sentido de preveni-lo, onde mais que seguir uma conduta, o aluno possa dar sentido à ela, considerando a si e ao outro parte do mundo. Quando algo é questionado e pensado, propicia a tomada de consciência de sua dimensão e importância. O outro poderá ser visto como alguém que também tem sentimentos. Um trabalho nesse sentido deve fazer parte do dia a dia de uma escola e envolver a família dos alunos. Muito do que somos e como nos expressamos tem sua origem lá. É necessário que ambos ajudem os jovens a se construir como pessoas, não só no que aprendem, mas como agem.(fragmento) De acordo com o fragmento inicial do texto, devido a sua característica predominante, podemos compreender e identificar o gênero textual: a) Artigo de opinião; b) Carta pessoal; c) Resenha crítica; d) Diálogo argumentativo. A Aguardado há algum tempo, Coringa chega com muitas filas e sessões lotadas nos cinemas. Mas não espere ver um filme de super-herói tradicional. Nada de ficção. Muita realidade, numa cidade sem regras, com um povo transgressor e censura de 16 anos. Toddy Phillips, o diretor, nos apresenta um filme tenso, com trilha sonora, ora em violoncelo dissonante, ora em música pura. E alta. Penetrante. Não há quem saia indiferente a Joaquin Phoenix e sua entrega. Ele é o Coringa. (fragmento) Conforme o estudo de compreensão textual, o número de atributos definidores do texto pode ser definido como pistas textuais que ajudam a classificar o texto apresentado, como: a) Ensaio; b) Resenha crítica; c) Carta do leitor; d) Editorial. Blinguística, sendo deduzidos através do contexto comunicacional. Podem ser ou não verdadeiros, dependentes da interpretação do leitor. Exemplos: - “A taxa de criminalidade está em baixa na Suíça.” Subentendido 1: houve um menor número de mortes no país; Subentendido 2: o policiamento eficaz evitou o aumento da violência; Subentendido 3: o governo investiu mais em segurança pública. NÍVEIS DE SIGNIFICAÇÃO Pressupostos e subentendidos: são informações deduzidas de um texto, não expressas formalmente, por marcas linguísticas ou pelo contexto. Cabe ao leitor ir além da informação que se encontra explícita, identificando e compreendendo as informações implícitas. Exemplos: - Edilson está cansado de ser militar. Pressuposto: Edilson é militar. Subentendido: Edilson não gosta de seu ambiente de trabalho. QUESTÕES DE CONCURSO (ESFCEX-2020-MAGISTÉRIO) Na relação entre Mônica e Cebolinha, o segundo quadrinho apresenta um : (A) subentendido de que Mônica é mais rápida, mas precisa de ajuda. (B) comentário do Cebolinha que configura seu implícito objetivo de auxiliar Mônica. (C) subentendido da alegria da Mônica, perceptível pela combinação verbo-visual. (D) elemento de injunção em relação ao primeiro, já que meninas são mais rápidas. (E) pressuposto de que os meninos se consideram mais fortes que as meninas. E “A reunião de amanhã começa meia hora mais tarde, mas como você é muito pontual, pode vir no mesmo horário para chegar a tempo.” Pressupostos são conteúdos implícitos que decorrem de uma palavra ou expressão presente no ato de fala. O pressuposto decorre, necessariamente, de um marcador linguístico, diferentemente de outros implícitos (os subentendidos), que dependem do contexto, da situação de comunicação. Com base nesse conceito, indique o subententido mais próximo do fragmento textual em questão: a) O receptor da mensagem é pontual; b) O receptor da mensagem chegará mais cedo; c) O receptor da mensagem não deve ser pontual; d) O emissor da mensagem foi direto em sua declaração. C Texto verbal e não verbal (FORMAS OU TIPOS DE LINGUAGEM) • Texto verbal: São textos escritos apenas com palavras. Todos os textos compostos por esse tipo de signo linguístico. • Texto não verbal: São aqueles produzidos sem palavras, usando significantes visuais (pinturas e fotografias, por exemplo) ou sonoros (tais como músicas instrumentais), através da linguagem não verbal, a descrição de ambiente se dá pela construção de imagens que representam seres, objetos ou cenas. • Texto misto: É aquele que simultaneamente utiliza a linguagem verbal e não verbal, como: Filmes, Quadrinhos, Charges, Cartuns, Tirinhas, Placas, Outdoors, Cartazes de Publicidade etc. VERBAL MISTO NÃO VERBAL O texto é uma propaganda de um adoçante que tem o seguinte mote: “Mude sua embalagem”. A estratégia que o autor utiliza para o convencimento do leitor baseia-se no emprego de recursos expressivos, verbais e não verbais, com vistas a A) ridicularizar a forma física do possível cliente do produto anunciado, aconselhando-o a uma busca de mudanças estéticas. B) enfatizar a tendência da sociedade contemporânea de buscar hábitos alimentares saudáveis, reforçando tal postura. C) criticar o consumo excessivo de produtos industrializados por parte da população, propondo a redução desse consumo. D) associar o vocábulo “açúcar” à imagem do corpo fora de forma, sugerindo a substituição desse produto pelo adoçante. D Segundo Steven Mithen*, milhões de anos foram necessários para que a mente humana evoluísse. Os indícios desse longo processo de evolução estão hoje presentes em nosso comportamento, nas formas usadas para a comunicação, tais como a pedra, as pinturas, a escrita e até mesmo a forma como convivemos e conversamos no cotidiano. *texto referido: MITHEN, Steven. A pré-história da mente. São Paulo: Editora da Unesp, 2002. Esse fato pode ser observado na tirinha em que Helga dialoga com a filha, na presença de seu marido, Hagar. Considerando as informações anteriores, é possível afirmar que a fala de Hagar – “Você tá de brincadeira, né?” – sinaliza a intenção de: a) ironizar a dúvida da filha. b) demonstrar sua satisfação. c) reforçar a pergunta da filha. d) discordar da fala da esposa A A charge ao lado enfoca: a) a alienação da juventude, através da linguagem não-verbal. b) o analfabetismo digital, através da linguagem verbal. c) a dependência digital da juventude atual, através da linguagem mista. d) um alerta à responsabilidade com o meio, embora se viva na era digital. C LINGUAGEM VERBAL(TEXTO LITERÁRIO X TEXTO NÃO LITERÁRIO) Texto literário Possui uma função estética, utilizando-se recursos estilísticos, apresentado por simbologia, beleza, musicalidade e com objetivo de entreter do leitor. Recorre à função poética e emotiva da linguagem, visando criar expressividade e despertar sentimentos e emoções no leitor. São textos literários: os poemas; os romances; os contos; as novelas etc. Ex.: "NA PLANÍCIE avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da catinga rala." (TRECHO DE VIDAS SECAS – GRACILIANO RAMOS) LINGUAGEM VERBAL(TEXTO LITERÁRIO X TEXTO NÃO LITERÁRIO) Texto não literário Possui uma função referencial e denotativa, tendo como principal objetivo fornecer uma informação. Não utiliza figuras de linguagem e outros recursos estilísticos que possam prejudicar a compreensão do conteúdo do texto. São textos não literários: as notícias; as reportagens; as entrevistas etc. Ex.: "O acompanhamento da evolução do novo coronavírus entre as populações indígenas representa um grande desafio. Embora os números oficiais informem sobre a dinâmica de notificação, eles não refletem necessariamente a extensão da pandemia. Ademais, a falta de desagregação dos dados dificulta o reconhecimento das regiões e dos povos mais afetados. "(pan. Covid 19//net) EXERCÍCIOS Sobre a linguagem não literária é correto afirmar, exceto: a) É utilizada, sobretudo, em textos cujo caráter seja essencialmente informativo. b) Sua principal característica é a objetividade. c) Utiliza recursos como a conotação para conferir às palavras sentidos mais amplos do que elas realmente possuem. d) Utiliza a linguagem denotativa para expressar o real significado das palavras, sem metáforas ou preocupações artísticas. C Uma nova estrada para o turismo de natureza “ Existe um paraíso escondido no interior do país com potencial para tornar-se uma segunda Transpantaneira - a rodovia MT-060. A nova rota é conhecida como Estrada Turística e fica próxima da fronteira entre o Brasil e a Bolívia, em Cáceres, no Mato Grosso. O desafio dessa região é similar ao de muitas áreas naturais do Brasil: implementar o turismo de natureza para gerar desenvolvimento sócioeconômico e o empoderamento das comunidades locais. Seria possível trilhar esse sonho em uma região tão distante dos grandes centros urbanos? (FRAGMENTO) Revista Época. Acessono dia 11/09/14 A notícia veiculada em uma revista de grande circulação apresenta fatos relacionados com o turismo ecológico. Nessa situação específica de comunicação, a função referencial da linguagem predomina porque o autor do texto prioriza: a) linguagem com o propósito de entreter. b) os aspectos objetivos e precisos. c) os elementos de rima é métrica. d) os elementos estéticos na construção do texto. e) os aspectos subjetivos da mencionada pesquisa. B Leia a tira para responder (ESFCex 2020-OficialExército-MagistérioPortuguês) As informações verbais e não verbais do último quadrinho sugerem que o personagem: (A) encontrou mais inspiração para falar da relação do príncipe com os súditos. (B) encontrou uma forma melhor de contar a história do príncipe Nicolau. (C) considerou o nome Nicolau inexpressivo para um príncipe de verdade. (D) ficou incomodado com a narrativa, exagerando a caracterização do príncipe. (E) desaprovou a referência “Príncipe Nico” por sua pauta sonora desagradável. E (Eaoap 2015 – FAB) Referente ao texto “No aeroporto” e à fotografia abaixo, é possível estabelecer uma relação de aspecto em comum de a) uso da linguagem formal, de forma direta e objetiva. b) construção de imagens que representam seres, objetos ou cenas. c) crítica feita aos relacionamentos afetivos em que há distanciamento etário. d) processo argumentativo, fornecendo dados para o desenvolvimento da argumentação. TIPOLOGIA TEXTUAL Chamamos de tipos textuais o conjunto de enunciados organizados em uma estrutura bem definida, facilmente reconhecida por suas características preponderantes(classes de palavras e finalidades) . A classificação dos textos na forma tradicional tipologia: Narração, Descrição e Dissertação. Tipos de texto(W. Cereja) Banca da ESFCEX • NARRAR; * NARRAÇÃO • RELATAR; * DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA/EXPOSITIVA • ARGUMENTAR; * DESCRIÇÃO; • EXPOR; * PRESCRIÇÃO; • INSTRUIR. * INJUNÇÃO. DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA É um texto que tem como principal objetivo o convencimento. A tese é a ideia a ser defendida e os argumentos são suas justificativas. No texto argumentativo, verificamos a presença de marcadores de opinião, como: lamentavelmente, infelizmente, felizmente, é fato, é notório, certamente, evidentemente, inegável, não dá para acreditar, é fundamental, é indispensável... Ex.: Infelizmente, em pleno século XXI, ainda ouvimos frases, como: "lugar de mulher é na cozinha" , "Nordestino é tudo igual", dentre outras... DISSERTAÇÃO EXPOSITIVA O texto expositivo é impessoal, não há manifestação de opinião, não se contesta posicionamentos. O principal objetivo é expor, explicar, apresentar conceitos ou informações a respeito de determinado assunto. Faz uso da norma padrão da língua de forma clara e objetiva. Predomina na sua composição a utilização de fontes confiáveis, de dados estáticos, dos argumentos de autoridade, de siglas, dentre outros. Ex.: "Nos últimos meses, as expectativas do mercado financeiro para o PIB (Produto Interno Bruto, soma de bens e serviços de um país) ao fim do ano aumentaram. A projeção, que em julho estava abaixo de 2%, agora está em 2,76%, segundo o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central em 24 de outubro. Para 2023, a expectativa é de um crescimento de apenas 0,63%" DESCRIÇÃO Texto descritivo é aquele que detalha de maneira pormenorizada os aspectos de um determinado lugar, acontecimento, pessoa, objeto ou animal. O objetivo é transmitir as impressões, qualidades, sensações, características e observações sobre aquilo que está sendo detalhado. • A descrição é um texto estático composto, predominantemente, de substantivos ligados a adjetivos. Ex.: Era uma linda mulher de olhos amendoados, lábios carnudos, cabelos longos e um olhar penetrante. PRESCRIÇÃO O texto prescritivo tem o objetivo de instruir o leitor acerca de um procedimento, direcionando uma ação ou um comportamento a obedecer uma determinada forma. Não permite a liberdade de escolha, pois apresenta caráter coercitivo. Utiliza, predominantemente, verbos no infinitivo, imperativo ou presente do indicativo com indeterminação do sujeito. Verificamos esta tipologia em: cláusulas contratuais, leis, códigos, constituição, edital de concursos públicos, regras de trânsito,… Ex.: "O candidato aprovado e convocado deverá se apresentar para a realização da 2ª etapa do CA, no período estabelecido no Calendário Anual do CA, no local designado pela sua respectiva …" INJUNÇÃO O objetivo dessa tipologia é conduzir o leitor a realizar uma determinada ação, guiando os passos e explicando como proceder. Linguagem simples e objetiva, facilitando o entendimento. estrutura simples, normalmente em tópicos e enumerações, com frases curtas, geralmente, no imperativo. por exemplo, uma receita de bolo, bula de remédio, manual de instruções. Permite a liberdade de ação do leitor frente a uma instrução. Ex.: "Ligue o forno em temperatura média, unte uma assadeira para pizza com bastante óleo e com as mãos abra a massa dentro da assadeira. Leve para assar." NARRAÇÃO É contar uma história ou um fato, relacionando tempo, espaço e personagens. Geralmente, o enredo segue uma sequência cronológica e linear. É um texto dinâmico, pois apresenta sequência de verbos e advérbios, possibilitando ao ouvinte ou leitor recriar, mentalmente, o fato ou acontecimento relatado. A história pode ser ficcional ou real(relato). São vários os gêneros narrativos, tais como: romance, conto, fábula, notícia etc. Ex.: " O coronel chegou ao bar, pegou sua arma, apontou para um jovem rapaz e atirou. Após os disparos se matou, por não suportar uma possível traição." Narração: A principal característica de uma narração é contar uma história, ficcional ou não, geralmente contextualizada em um tempo e espaço, nos quais transitam personagens. Elementos que constituem uma narração: (Pimentel) FATO: Aquilo que acontece e forma o centro da narrativa, a história; NARRADOR: É o elemento que conta a história, que narra o fato. Pode ser interno – quando também é personagem da narrativa – ou externo, quando não faz parte da história. PROTAGONISTA: É o personagem central, aquele que ocupa o centro da narrativa. ANTAGONISTA: É o personagem cujas ações se opõem à ação do protagonista. PERSONAGENS SECUNDÁRIOS: Circulam em torno dos personagens principais, ajudando compor a narrativa, também chamados coadjuvantes. TEMPO: Momento em que ocorrem as ações, real ou fictício. ESPAÇO: Local em que se passa a narrativa, real ou fictício. • Os elementos da narrativa (completa) devem responder às seguintes perguntas do leitor: - O quê? ( O que aconteceu, o fato em si) - Quem? ( Aqueles que giram em torno da história: protagonista, antagonista,...) - Quando? ( O momento em que ocorre o fato) - Onde? ( Local onde se passa a história) - Como? ( Maneira como o fato se realiza – essência da história) - Por que? ( A causa e a consequência do fato) OBSERVAÇÃO: Nem sempre aparecem todos os elementos da narrativa. Os únicos elementos que não podem deixar de surgir – até porque sem eles não há narrativa – são: O FATO, O NARRADOR E O PROTAGONISTA, sendo que o protagonista pode ser o próprio narrador. * TIPOS DE NARRADOR: - narrador-personagem; - narrador-observador; - narrador-onisciente. Narrador-personagem : conta na 1ª pessoa a história da qual participa tambémcomo personagem. Ele tem uma relação íntima com os outros elementos da narrativa. Sua maneira de contar é fortemente marcada por características subjetivas, emocionais. Essa proximidade com o mundo narrado revela fatos e situações que um narrador de fora não poderia conhecer. Ao mesmo tempo, essa mesma proximidade faz com que a narrativa seja parcial, impregnada pelo ponto de vista do narrador. Exemplo: “Eu e Pebinha adorávamos encher o saco da galera, talvez fosse para afirmar nossa importância. Um certo dia, uma linda menina desmaiou próximo de nós, entendemos que ela deveria ficar no hospital até anoitecer para se tratar, ou seria castigo mesmo.” Narrador-observador : conta a história do lado de fora, na 3ª pessoa, sem participar das ações. Ele conhece todos os fatos e, por não participar deles, narra com certa neutralidade, apresenta os fatos e os personagens com imparcialidade. Não tem conhecimento íntimo dos personagens nem das ações vivenciadas. Exemplo: “Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade. Conheceu Maria Elvira na Lapa — prostituída com sífilis, dermite nos dedos, uma aliança empenhada e os dentes em petição de miséria. Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou médico, dentista, manicura... Dava tudo quanto ela queria. Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado. Misael não queria escândalo. Podia dar urna surra, um tiro, urna facada. Não fez nada disso: mudou de casa. Viveram três anos assim. Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael mudava de casa.” (Manuel Bandeira) Narrador-onisciente : conta a história em 3ª pessoa e, às vezes, permite certas intromissões narrando em 1ª pessoa. Ele conhece tudo sobre os personagens e sobre o enredo, sabe o que passa no íntimo das personagens, conhece suas emoções e pensamentos. Ele é capaz de revelar suas vozes interiores, seu fluxo de consciência, em 1ª pessoa. Quando isso acontece, o narrador faz uso do discurso indireto livre. Assim, o enredo se torna plenamente conhecido, os antecedentes das ações, suas entrelinhas, seus pressupostos, seu futuro e suas consequências. “João fez o que julgava importante. Não estava arrependido, mas senti um alívio. Talvez não tenha sido suficientemente justo com os seus sentimentos.” Tipos de discursos utilizados no gênero narrativo para introduzir as falas e os pensamentos dos personagens. Discurso Direto : o narrador dá uma pausa na sua narração e passa a citar fielmente a fala do personagem. O objetivo desse tipo de discurso é transmitir autenticidade e espontaneidade. Características do Discurso Direto •Utilização dos verbos da categoria dicendi, ou seja, aqueles que têm relação com o verbo "dizer". São chamados de "verbos de elocução", a saber: falar, responder, perguntar, indagar, declarar, exclamar, dentre outros. •Utilização de sinais, como: travessão, exclamação, interrogação, dois pontos, aspas. Exemplos: 1) Os formados repetiam: “ Perante a Bandeira do Brasil e pela minha honra, prometo cumprir os deveres de oficial da Força Aérea Brasileira e dedicar-me inteiramente ao serviço da Pátria. ” 2) O réu afirmou: "Sou inocente!“ 3) Querendo ouvir sua voz, resolveu telefonar: — Alô, quem fala? — Bom dia, com quem quer falar? — respondeu com tom de simpatia. Tipos de discursos utilizados no gênero narrativo para introduzir as falas e os pensamentos dos personagens. Discurso Indireto: o narrador da história interfere na fala do personagem donde profere suas palavras. Aqui não encontramos as próprias palavras da personagem. Características do Discurso Indireto •O discurso é narrado em terceira pessoa. •Algumas vezes são utilizados os verbos de elocução, por exemplo: falar, responder, perguntar, indagar, declarar, exclamar. Exemplos: 1) Disse que precisava sair por alguns instantes. 2) Perguntou-me o que faria relativamente aquele assunto. 3) Pediu que não lhe ligasse mais. Tipos de discursos utilizados no gênero narrativo para introduzir as falas e os pensamentos dos personagens. Discurso Indireto Livre : No discurso indireto livre há uma fusão dos tipos de discurso (direto e indireto), ou seja, há intervenções do narrador bem como da fala dos personagens. Não existem marcas que mostrem a mudança do discurso. Por isso, as falas dos personagens e do narrador - que sabe tudo o que se passa no pensamento dos personagens - podem ser confundidas. Exemplos: 1) Fez o que julgava necessário. Não estava arrependido, mas sentia um peso. Talvez não tenha sido suficientemente justo com as crianças… 2) O despertador tocou um pouco mais cedo. Vamos lá, eu sei que consigo! 3) Amanheceu chovendo. Bem, lá vou eu passar o dia assistindo televisão! * Nas orações destacadas os discursos são diretos, embora não tenha sido sinalizada a mudança da fala do narrador para a do personagem. QUESTÕES DE CONCURSO Na fase NREM, o sono divide-se em quatro estágios, todos essenciais para uma boa noite de sono. O primeiro estágio é a fase de sonolência, em que começamos a sentir as primeiras sensações do sono, e a principal característica desse estágio é que será fácil acordar. Um exemplo são aqueles cochilos rápidos, período de 1 a 5 minutos, podemos acordar com qualquer barulho que aconteça no local. No segundo estágio, que dura geralmente de 5 a 15 minutos, a atividade cardíaca reduz drasticamente, os músculos entram em estado de relaxamento e a temperatura do corpo cai. É mais difícil acordar o indivíduo e é aquele estágio , se somos interrompidos, não conseguimos nos concentrar em nada. No terceiro estágio, a profundidade do sono é menor, é o momento ideal para acordar de uma soneca, pois já relaxamos o corpo e estamos prontos para recuperar gradativamente a nossa atenção. Ao atingirmos o quarto estágio, podemos dizer que “dormimos” em lugar de “apenas cochilamos”. Somente depois de passarmos pelo quarto estágio, estado é de profundo relaxamento, é que entramos na última etapa do sono – o sono REM. (https://www.maxflex.com.br/institucional/blog/sono-rem-e-nrem-duas- -fases-que- definem-qualidade-da-sua-noite. Adaptado) QUESTÕES DE CONCURSO (ESFCEX-2020-MAGISTÉRIO) Considerando tipos e gêneros textuais, é correto afirmar que o texto selecionado é, predominantemente: (A) narrativo; caracteriza-se por conter um depoimento; emprega linguagem objetiva. (B) injuntivo; caracteriza-se por conter dados acadêmicos; emprega linguagem subjetiva. (C) descritivo; caracteriza-se por conter a prescrição de condutas; emprega linguagem subjetiva. (D) expositivo; caracteriza-se por conter explicações; emprega linguagem objetiva. (E) argumentativo; caracteriza-se por conter diferentes pontos de vista; emprega linguagem objetiva D QUESTÕES DE CONCURSO Considere as passagens: • “A quarentena é um período curto diante da vida escolar das crianças e adolescentes. Se o trabalho for bem feito. A pandemia passa e eles não terão perdas ao longo da vida.” (Veja São Paulo, 8 de julho de 2020, p. 15. Adaptado) • Um suco de laranja sem gelo e um chopinho bem gelado. O garçom colocou o chope diante dele e o suco, diante dela. O casal, sorrindo, trocou as bebidas e brindou aquele momento especial. (Gislene Carvalho. In: Tic Tac & outros microcontos, 2019, p. 81) • – Embusteiro! Saia! Já não suporto sua presença. Eu também já sinto vergonha de ser mãe de semelhante ingrato! Saia! Não quero mais vê-lo! (Júlia Lopes de Almeida. A caolha. In: Os cem melhores contos brasileiros do século. 2001, p. 53. Adaptado) • A caolha (...) morava numa casa pequena, paga pelo filho único, operário numa oficina de alfaiate; ela lavava roupa para hospitais e dava conta de todo o serviço. (Júlia Lopes de Almeida. A caolha. In: Os cem melhores contos brasileiros do século. 2001, p. 53. Adaptado) QUESTÕES DECONCURSO (ESFCEX-2020-MAGISTÉRIO)De acordo com Travaglia (In: Marquesi, Pauliukonis e Elias, 2017, p. 76): “o conteúdo temático se refere ao tipo de informação que geralmente é ou pode ser veiculado por dada categoria de texto (tipo, subtipo, gênero ou espécie)”. Para ele, há quatro tipos fundamentais que entram na composição de todos os gêneros. Os quatro tipos estão representados nas passagens acima pela respectiva ordem: (A) dissertativo, narrativo, injuntivo, descritivo. (B) descritivo, injuntivo, narrativo, dissertativo. (C) narrativo, descritivo, dissertativo, injuntivo. (D) injuntivo, narrativo, injuntivo, descritivo. (E) injuntivo, descritivo, narrativo, dissertativo A Quando o cérebro começa a falhar O cérebro humano é fascinante. Ele nos permite pensar, imaginar, agir, falar, coordenar nossos movimentos, armazenar informações e muito mais. Assim, doenças que atinjam o cérebro podem limitar consideravelmente a capacidade de manifestarmos a nossa forma humana. As chamadas doenças neurodegenerativas constituem um grupo de enfermidades que, em sua maioria, surgem com o envelhecimento. Geralmente, são associadas à demência, cujo exemplo mais comum é a doença de Alzheimer. Com o aumento da expectativa de vida das pessoas, é natural e necessário que a ciência se preocupe em entender como essas doenças se desenvolvem e identificar potenciais formas de tratá-la(...) Por fim, há de se ressaltar o cuidado que se deve ter com falsas promessas de reversão ou cura da DA ou de outrascondições neurodegenerativas. Terapias milagrosas com pílulas ou cirurgias, mesmo que aplicadas por médicos, ainda nãotêm validade clínica e não há comprovação científica alguma de que funcionam. A comprovação científica é realmentenecessária para mostrar que os medicamentos têm a ação esperada e que não prejudicam mais ainda o já debilitado paciente.Ainda há muitos mares a serem navegados na compreensão das doenças neurodegenerativas, mas o público emgeral pode nos ajudar dando seu suporte e apoiando, sempre que possível, iniciativas de pesquisa nessa área.(Mychael V. Lourenço.Instituto de Bioquímica Médica, Universidade Federal do Rio de Janeiro.Matéria publicada em 10/6/19. Disponível em: cienciahoje.org.br QUESTÕES DE CONCURSO (ESFCEX-2019-ADMINISTRAÇÃO)O texto se classifica corretamente como A)narrativo. B)descritivo. C) dissertativo-argumentativo. D) injuntivo. E) dissertativo-expositivo. E RELATO: “O relato é uma narrativa em que se contem experiências pessoais vividas em momentos anteriores ao da enunciação. O ato de relatar é um método de recapitular experiências passadas, situando-as no tempo e no espaço, não ficcional, portanto. De acordo com o grau de intimidade entre os interlocutores (emissor e o receptor), a linguagem utilizada no relato pessoal pode ser formal ou informal. Os relatos pessoais podem surgir de maneira oral ou escrita. A ponte que partiu Foi durante as gravações do programa Os normais, uma cena em que estavam eu, Luís Fernando Guimarães, Fernanda Torres e Danielle Winits. Era um jantar e estávamos comendo um bobó de camarão. Durante esse jantar, rolavam uns beijos, cada um falava uma coisa, e aí mordi um camarão. Eu estava fazendo um tratamento dentário, estava com um dente provisório na boca e, quando mordi o camarão, senti alguma coisa a mais que o camarão. Senti que o dente tinha saído, o tal provisório. A cena rolando e eu arregalando o olho. Rapidamente, passo a mão na boca, escondo o dente e continuo a falar com os outros e tal... apavorado com a situação. Terminou a cena, fui lá para trás, encaixei o dente e voltei para gravar a próxima cena, que era uma briga das duas meninas. A Danielle e a Fernanda brigavam no chão e eu tinha que pular em cima delas e separá-las. Quando eu pulei, o dente também pulou fora. Eu, desesperado, abaixei a cabeça: “Separa, separa, não faz isso!” e ficava procurando o dente, disfarçadamente. Pensei: “Meu Deus será que a câmera pegou isso? Onde está esse dente?” Aí, “corta, corta!”, a cena tinha ficado legal. Ainda dei mais uma olhada e não achei nada. A Fernandinha levantou sorrindo, com o cabelo todo despenteado, e, quando olhei para ela, vi o dente preso no cabelo, perto da orelha. Eu rapidamente tive presença de espírito: “Pô, Nanda, te machuquei?” Passei a mão no cabelo dela pegando o dente... Ela nem sacou nada, ninguém sacou. Recapturei o dente e só depois comentei com o Luís Fernando o que tinha acontecido. A gente riu bastante. Foi uma típica cena de , Os normais. HERINGER, Arlete (org.). Evandro Mesquita. Paguei o maior mico. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.p. 39-40. Os gêneros narrativos consistem em narrar histórias de ficção. Existe uma situação inicial, a modificação da situação inicial, um conflito, o clímax (o ponto de tensão na narrativa) e o chamado epílogo, que é a solução narrada no ponto máximo da história. Os elementos que compõem tal gênero são: o narrador, o tempo, o lugar, o enredo ou situação e as personagens. Nesse gênero literário, existem alguns estilos de escrita, cada um com uma característica própria, que são: o romance, a fábula, a epopeia ou o épico, o conto, a crônica, a novela , a piada, a lenda, dentre outros. Romance É um tipo de história longa e complexa, com várias personagens. Caracterizado por livros, eles permitem que o leitor se aprofunde na trama e conheça bem cada um dos protagonistas dela. Dentro de um romance podem existir histórias secundárias que ajudam a compor o caráter e a personalidade das personagens ou ajudam no entendimento do que se passa na história. Um romance pode contar diferentes tipos de história, podendo ser denominado de “romance policial”, “romance de aventuras”, “romance regional”, “romance histórico”, “romance urbano”, “romance indianista” etc. “NA PLANÍCIE avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da catinga rala. Arrastaram-se para lá, devagar, Sinhá Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás. Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar, sentou-se no chão.” (VIDAS SECAS – GRACILIANO RAMOS) Novela Muitas vezes confundida em suas características com o Romance e com o Conto, é um tipo de narrativa menos longa que o Romance, possui apenas um núcleo, ou em outras palavras, a narrativa acompanha a trajetória de apenas uma personagem. Em comparação ao Romance, se utiliza de menos recursos narrativos e em comparação ao Conto tem maior extensão e uma quantidade maior de personagens. Novela Em termos estruturais, a novela literária é uma forma narrativa intermediária, se levarmos em conta sua extensão, entre o conto e o romance. Apresenta todos os elementos estruturais desse último, mas de maneira reduzida, em geral na composição de uma trama unilinear, ou seja, que segue o destino de um único personagem. Por seu caráter econômicoem relação ao romance, na novela literária são enfatizadas as ações mais que as descrições ou análises, o que lhe dá um caráter mais próximo do drama; ainda por conta disso, a novela gira em torno dos momentos de crise que levam à solução rápida dos conflitos no final da obra. É comum, assim, que o clímax e o desfecho sejam coincidentes em uma novela bem estruturada. “Mas a ciência tem o inefável dom de curar todas as mágoas; o nosso médico mergulhou inteiramente no estudo e na prática da medicina. Foi então que um dos recantos desta lhe chamou especialmente a atenção,—o recanto psíquico, o exame de patologia cerebral. Não havia na colônia, e ainda no reino, uma só autoridade em semelhante matéria, mal explorada, ou quase inexplorada. Simão Bacamarte compreendeu que a ciência lusitana, e particularmente a brasileira, podia cobrir-se de "louros imarcescíveis", — expressão usada por ele mesmo, mas em um arroubo de intimidade doméstica; exteriormente era modesto, segundo convém aos sabedores.” O ALIENISTA Machado de Assis Conto É uma narrativa curta que apresenta os mesmos elementos do romance. O tempo em que se passa é reduzido e contém poucas personagens que existem em função de um núcleo. Pode ter um caráter real ou fantástico da mesma forma que o tempo pode ser cronológico ou psicológico. Diferencia-se do romance pela sua concisão, linearidade e unidade. Conto Um artista no trapézio(Kafka) “Um artista do trapézio – como se sabe, esta arte que se pratica no alto das cúpulas dos grandes circos é uma das mais difíceis entre todas as exequíveis ao homem – tinha organizado sua vida de tal maneira – primeiro por afã profissional de perfeição, depois por costume que se tornara tirânico – que, enquanto trabalhava na mesma empresa, permanecia dia e noite no trapézio. Todas as suas necessidades – por outro lado muito pequenas – eram satisfeitas por criados que se revezavam em intervalos e vigiavam em baixo. Tudo o que se precisava em cima subiam e baixavam em cestinhos construídos por acaso. Desta maneira de viver não se deduziam para o trapezista dificuldades especiais com o resto do mundo.” Crônica Por vezes é confundida com o conto. A diferença básica entre os dois é que a crônica narra fatos do dia a dia, relata o cotidiano das pessoas, situações que presenciamos e já até prevemos o desenrolar dos fatos. A crônica também se utiliza da ironia e às vezes até do sarcasmo. Não necessariamente precisa se passar em um intervalo de tempo, quando o tempo é utilizado, é um tempo curto, de minutos ou horas normalmente. APRENDA A CHAMAR A POLÍCIA (Veríssimo) Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas, não fiquei muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente. Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço. Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa. Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível. Um minuto depois, liguei de novo e disse com a voz calma: — Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara! (continuação) Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate , uma equipe de TV e a turma dos direitos humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo. Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia. No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse: — Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão. Eu respondi: — Pensei que tivesse dito que não havia ninguém disponível. Fábula É semelhante a um conto em sua extensão e estrutura narrativa. O diferencial se dá, principalmente, no objetivo do texto, que é o de dar algum ensinamento, uma moral. Outra diferença é que as personagens são animais, mas com características de comportamento e socialização semelhantes às dos seres humanos. Características gerais das fábulas •Narrativa alegórica em prosa ou verso; •Comportamento antropomórfico (de forma semelhante ao homem) dos animais; •Apresentação dos aspectos, virtudes, qualidades e defeitos do caráter do homem, através do comportamento dos animais; •Temática bastante variada; •Por ser um gênero transmitido oralmente, existem várias versões de uma mesma história; •Personagens tipo: As personagens da fábula são denominadas “personagens tipo”, pois representam o comportamento de um conjunto de pessoas e não de forma individualizada. Alguns exemplos são a cigarra (representa os irresponsáveis) e a formiga (representando o grupo dos trabalhadores); •Apresentação de uma lição moral no final da história. A Cigarra e a Formiga (Fábula) “Num dia de quente de verão, uma alegre cigarra estava a cantar e a tocar o seu violão, com todo o entusiasmo. Ela viu uma formiga a passar, concentrada na sua grande labuta diária que consistia em guardar comida para o inverno. “Dona Formiga, venha e cante comigo, em vez de trabalhar tão arduamente.”, desafiou a cigarra “Vamo-nos divertir.” “Tenho de guardar comida para o Inverno”, respondeu a formiga, sem parar, “e aconselho-a a fazer o mesmo.” “Não se preocupe com o inverno, está ainda muito longe.”, disse a outra, despreocupada. “Como vê, comida não falta.” Mas a formiga não quis ouvir e continuou a sua labuta. Os meses passaram e o tempo arrefeceu cada vez mais, até que toda a Natureza em redor ficou coberta com um espesso manto branco de neve. Chegou o inverno. A cigarra, esfomeada e enregelada, foi a casa da formiga e implorou humildemente por algo para comer. “Se você tivesse ouvido o meu conselho no Verão, não estaria agora tão desesperada.”, ralhou a formiga. “Preferiu cantar e tocar violão?! Pois agora dance!” E dizendo isto, fechou a porta, deixando a cigarra entregue à sua sorte. Moral da história: Não penses só em diversão. Trabalhar e pensar no futuro. É melhor estarmos preparados para os dias de necessidade. Parábola Derivada do grego parabole (narrativa curta), a parábola é uma alegoria escrita em forma de narração, em que as personagens são seres humanos ou ideias apresentadas como pessoas. Este tipo de texto transmite uma lição ética através de uma prosa metafórica, de uma linguagem simbólica, ilustrando verdades e sintetizando ensinamentos. Além de ser protagonizada por seres humanos, a parábola se diferencia da fábula e do apólogo por possuir a alegoria mais ricamente trabalhada. Trata-se de um gênero muito comum na bíblia, em que estão escritos originalmente e de forma sucinta em versos (versículos). O MONGE MORDIDO (Parábola) “Um monge e seus discípulos iam por uma estrada e, quando passavam por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas. O monge correu pela margem do rio, meteu- se na água e tomou o bichinho na mão. Quando o trazia para fora do rio o escorpião o picou. Devido à dor, o monge deixou-o cair novamente no rio. Foi então à margem, pegou um ramo de árvore, voltou outra vez a correr pela margem, entrou no rio, resgatou o escorpião e o salvou. Em seguida,juntou-se aos seus discípulos na estrada. Eles haviam assistido à cena e o receberam perplexos e penalizados. — Mestre, o Senhor deve estar muito doente! Por que foi salvar esse bicho ruim e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele respondeu à sua ajuda: picou a mão que o salvava! Não merecia sua compaixão! O monge ouviu tranquilamente os comentários e respondeu: — Ele agiu conforme sua natureza e eu de acordo com a minha.” Apólogo Trata-se de um gênero em que as personagens são seres inanimados, objetos ou até partes do corpo humano. Deste tipo de texto também se deduz um ensinamento de vida, por meio de situações semelhantes às reais. O apólogo, com o uso dos exemplos, tem o objetivo de atingir os conceitos humanos, para modificá-los, levando a uma mudança de comportamento, de ordem moral e social. Diferencia-se da fábula por se concentrar em situações reais. Já a diferença com relação à parábola se dá porque o apólogo trata de qualquer tipo de lição de vida, e não apenas questões religiosas e lições éticas. Um Apólogo Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha: — Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo? — Deixe-me, senhora. — Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça. — Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros. — Mas você é orgulhosa. — Decerto que sou. (...) Machado de Assis Lenda É uma história fictícia a respeito de personagens ou lugares reais, sendo assim a realidade dos fatos e a fantasia estão diretamente ligadas. A lenda é sustentada por meio da oralidade, torna-se conhecida e só depois é registrada através da escrita. O autor, portanto é o tempo, o povo e a cultura. Lendas do Saci Pererê, que pula por aí com uma perna só. Do Curupira, que têm os pés para trás. Da assustadora Mula- sem-cabeça, e também do Lobisomem são exemplos de lendas do folclore brasileiro muito tradicionais. “Estava o Curupira andando pela floresta, quando encontrou um índio caçador que dormia profundamente. O Curupira estava com muita fome e cismou em comer o coração do homem. Assim, fez com que ele acordasse. O caçador levou um susto, mas como ele era muito controlado, fingiu que não estava com medo. O Curupira disse-lhe: - Quero um pedaço de seu coração! O Caçador, que era muito esperto, lembrando-se que havia atirado num macaco, entregou ao Curupira um pedaço do coração do macaco. O Curupira provou, gostou e quis comer tudo. Quero mais! Quero o resto! – pediu ele. O Caçador entregou-lhe o que havia sobrado, mas, em troca, exigiu um pedaço do coração do Curupira.” ( fragmento inicial / História do Curupira ) Contos maravilhosos são narrativas em que algo mágico ou sobrenatural interfere no enredo e que retratam, em geral, a luta de um protagonista com um antagonista. Esse tipo de conto teve sua origem na tradição popular oral, mas atualmente também pode ser criado por autores individuais. O conto maravilhoso é um gênero literário de tradição oral, do qual fazem parte os contos populares e os contos de fadas. Os clássicos infantis são considerados contos maravilhosos. O conto maravilhoso é uma narrativa recheada pelo fantástico, com fadas, monstros, bruxas, anões e outros seres extraordinários. Geralmente, as histórias se iniciam com o clássico Era uma Vez e se encerram com E viveram felizes para sempre! Essa fórmula é sucesso garantido, pois há muitas gerações os contos maravilhosos encantam crianças e adultos de todos os lugares do mundo. Os irmãos Grimm e Charles Perrault são famosos por terem publicados contos, hoje mundialmente conhecidos. Características do conto maravilhoso : Tempo indeterminado: o tempo é cenário Ex: Era uma vez…. Há muito tempo atrás… Cenário: reinos, castelos, bosques e florestas Personagens: reis, rainhas, príncipes e princesas, camponeses, bruxas, madrastas. Vocabulário: norma culta, tempos verbais em desuso, palavras “antigas” ERA UMA VEZ um rei que vivia num reino distante, com a sua filha pequena, que se chamava Branca de Neve. O rei, como se sentia só, voltou a casar, achando que também seria bom para a sua filha ter uma nova mãe. A nova rainha era uma mulher muito bela mas também muito má, e não gostava de Branca de Neve que, quanto mais crescia, mais bela se tornava. A rainha malvada tinha um espelho mágico, ao qual perguntava, todos os dias: - Espelho meu, espelho meu, haverá mulher mais bela do que eu? E o espelho respondia: - Não minha rainha, és tu a mulher mais bela! Mas uma manhã, a rainha voltou a perguntar o mesmo ao espelho, e este respondeu: - Tu és muito bonita minha rainha, mas Branca de Neve é agora a mais bela! Enraivecida, a rainha ordenou a um dos seus servos que levasse Branca de Neve até à floresta e a matasse, trazendo-lhe de volta o seu coração, como prova. Mas o servo teve pena da Branca de Neve e disse-lhe para fugir em direcção à floresta e nunca mais voltar ao reino.[...] (fragmento inicial / Branca de Neve) Anedota É um tipo de texto produzido com o objetivo de motivar o riso. É geralmente breve e depende de fatores como entonação, capacidade oratória do intérprete e até representação. Nota-se então que o gênero se produz na maioria das vezes na linguagem oral, sendo que pode ocorrer também em linguagem escrita. “Doutor, como eu faço para emagrecer? Basta a senhora mover a cabeça da esquerda para a direita e da direita para a esquerda. Quantas vezes, doutor? Todas as vezes que lhe oferecerem comida.” Leia o texto a seguir e classifique-o de acordo com o gênero: Um galo, que ciscava no terreiro para encontrar alimento, fossem migalhas, ou bichinhos para comer, acabou encontrando uma pérola preciosa. Após observar sua beleza por um instante, disse: - Ó linda e preciosa pedra, que reluz seja com o sol, seja com a lua, ainda que esteja num lugar sujo, se te encontrasse um humano, fosse ele um construtor de joias, uma dama que gostasse de enfeites, ou mesmo um mercenário, te recolherias com muita alegria, mas a mim de nada prestas, pois que é mais importante uma migalha, um verme, ou um grão que sirvam para o sustento. Dito isto, a deixou e seguiu esgravatando para buscar conveniente mantimento. (Esopo) a) crônica. b) anedota. c) conto. d) fábula. D Leia o texto a seguir para responder à questão: Negrinha Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados. Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa não gostava de crianças. Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada dos padres, com lugar certo na igreja e camarote de luxo reservado no céu. Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balanço na sala de jantar), ali bordava, recebia as amigas e o vigário, dando audiências, discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora em suma — “dama de grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da moral”, dizia o reverendo. (FRAGMENTO INICIAL - Monteiro Lobato) Analisando as principais características do texto lido, podemos dizer que seu gênero predominante é: a) Conto. b) Poesia. c) Prosa. d) Crônica.A “Uma feita a Sol cobrira os três manos duma escaminha de suor e Macunaíma se lembrou de tomar banho. Porém no rio era impossível por causa das piranhas tão vorazes que de quando em quando na luta pra pegar um naco de irmã espedaçada, pulavam aos cachos pra fora d’água metro e mais. Então Macunaíma enxergou numa lapa bem no meio do rio uma cova cheia d’água. E a cova era que nem a marca dum pé-gigante. Abicaram. O herói depois de muitos gritos por causa do frio da água entrou na cova e se lavou inteirinho. Mas a água era encantada porque aquele buraco na lapa era marca do pezão do Sumé, do tempo em que andava pregando o evangelho de Jesus pra indiada brasileira. Quando o herói saiu do banho estava branco louro e de olhos azuizinhos, água lavara o pretume dele.” (fragmento – “Macunaíma, o herói sem nenhum caráter” - Mário de Andrade) Por ser uma obra literária que apresenta narrativa em prosa, normalmente longa, com fatos criados ou relacionados a personagens, que vivem diferentes conflitos ou situações dramáticas, numa sequência de tempo relativamente ampla. é considerado: (A) um romance. (B) uma novela. (C) uma fábula. (D) um conto. A O Toco de Lápis Lá, num fundo de gaveta, dois lápis estavam juntos. Um era novo, bonito, com ponta muito bem feita. Mas o outro – coitadinho! – era triste de se ver. Sua ponta era rombuda, dele só restava um toco, de tanto ser apontado. O grandão, novinho em folha, olhou para a triste figura do companheiro e chamou: – Ô, baixinho! Você, aí embaixo! Está me ouvindo? – Não precisa gritar – respondeu o toco de lápis. – Eu não sou surdo! – Não é surdo? Ah, ah, ah! Pensei que alguém já tivesse até cortado as suas orelhas, de tanto apontar sua cabeça! O toquinho de lápis suspirou: – É mesmo... Até já perdi a conta de quantas vezes eu tive de enfrentar o apontador...(FRAGMENTO) Analisando as principais características do texto lido, podemos dizer que seu gênero predominante é: a) Conto. b) Fábula. c) Parábola. d) Apólogo. D Três questões importantes O governante de um país lutou por toda a sabedoria. Os rumores chegaram a ele uma vez que havia um certo eremita que sabia as respostas para todas as perguntas. O governante veio até ele e viu: um velho decrépito, cavando uma cama. Ele pulou do cavalo e curvou-se para o velho. - Vim para responder a três perguntas: quem é o mais pessoa principal na terra, qual negócio é o mais importante na vida, qual dia é mais importante que todos os outros. O eremita não disse nada e continuou a cavar. O governante comprometeu-se a ajudá-lo. De repente, ele vê: um homem está andando pela estrada - todo o seu rosto está coberto de sangue. O governador o deteve, consolou-o com uma palavra gentil, trouxe água do riacho, lavou e enfaixou as feridas do viajante. Então ele o levou para a cabana do eremita e o colocou na cama. Na manhã seguinte, ele olha - o eremita semeia o jardim. “Eremita”, implorou o governador, “você não responde minhas perguntas? "Você mesmo já as respondeu", disse ele. - Como? - o governante ficou surpreso. "Vendo minha velhice e enfermidade, você teve pena de mim e se ofereceu para ajudar", disse o eremita. - Enquanto você estava cavando o jardim, eu era a pessoa mais importante para você, e me ajudar era a coisa mais importante para você. Um homem ferido apareceu - sua necessidade era mais aguda que a minha. E ele se tornou a pessoa mais importante para você, e ajudá-lo é a coisa mais importante. Acontece que a pessoa mais importante é aquela que precisa de sua ajuda. E a coisa mais importante é o bem que você faz para ele. "Agora posso responder à minha terceira pergunta: que dia na vida de uma pessoa é mais importante que o resto", disse o governador. - O dia mais importante é hoje. Analisando as principais características do texto lido, podemos dizer que seu gênero predominante é: a) Conto. b) Fábula. c) Parábola. d) Apólogo. c O pai do Joãozinho fica apavorado quando este lhe mostra o boletim: — Na minha época, as notas baixas eram punidas com uma boa surra – comenta contrafeito. — Legal, pai! Que tal pegarmos o professor na saída amanhã? (Donaldo Buchweitz) Analisando as principais características do texto de linguagem mista, podemos dizer que seu gênero predominante é: a) Crônica. b) Anedota. c) Prosa. d) Fábula. B “Considerado clássico da literatura mundial, o _____________ tem origem em tempos remotos e nem sempre se apresentaram como os conhecemos hoje. O aspecto fantasioso e lúdico que hoje os envolve surgiu da necessidade de minimizar enredos controversos e polêmicos, próprios de uma época em que a civilização ainda não havia inventado o conceito que hoje conhecemos. É o ambiente em que as personagens circulam e onde se desenvolve o enredo, geralmente reinos, florestas, terras mágicas etc. Analisando as principais características do texto, podemos dizer que seu gênero é: a) Romance. b) Novela. c) Conto maravilhoso. d) Fábula. C Os gêneros do Tipo Relatar consistem em narrar fatos reais. O ato de relatar é um método de recapitular experiências passadas, além disso devemos lembrar que os leitores não terão como solicitar mais informações ou esclarecimentos. O texto precisa, portanto, conter todas as informações necessárias para ser compreendido por quem lê. Os principais gêneros citados no livro do Cereja são: a notícia, a reportagem, a biografia/autobiografia, o diário íntimo , o testemunho, o relato de viajem, o caso, relato histórico, . Notícia É um gênero textual jornalístico e não literário que está presente em nosso dia a dia, sendo encontrado principalmente nos meios de comunicação. Trata-se, portanto de um texto informativo sobre um tema atual ou algum acontecimento real, veiculada pelos principais meios de comunicação: jornais, revistas, meios televisivos, rádio, internet, dentre outros. Por esse motivo, as notícias possuem teor informativo e podem ter traços descritivos e narrativos ao mesmo tempo, apresentando, portanto, tempo, espaço e as personagens envolvidas. Notícia As principais caraterísticas do gênero textual notícia são: •Texto de cunho informativo; •Traços descritivos e/ou (relato)narrativos; •Textos relativamente curtos; •Veiculado nos meios de comunicação; •Linguagem formal, clara e objetiva; •Textos com títulos (principal/Manchete e auxiliar); •Discurso indireto (Textos em terceira pessoa); •Fatos reais, atuais e cotidianos. _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________FAB realiza solenidade comemorativa ao Dia do CAN e da Aviação de Transporte (Cerimônia foi marcada por homenagens) Uma solenidade militar alusiva ao 86º Aniversário do Correio Aéreo Nacional (CAN) e ao Dia da Aviação de Transporte foi realizada nessa segunda-feira (12/06), na Base Aérea dos Afonsos (BAAF), no Rio de Janeiro (RJ). Representando o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, o Comandante do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), Tenente-Brigadeiro do Ar Gerson Nogueira Machado de Oliveira, presidiu a cerimônia. [...] _________________________________________________________________________________________________________ A notícia é um texto que apresenta o puro registro dos fatos, sem a emissão de opinião por parte de quem a escreve. Sua finalidade é informar de modo objetivo e preciso as circunstâncias em que aconteceram os fatos. Reportagem A reportagem tem como objetivo informar a respeito de um assunto, contudo, o faz de maneira diversa da notícia. O assunto conduzido pela reportagem nem sempre está relacionado com temas do momento, pois pode tratar de um fenômeno social ou acontecimentos produzidos no espaço público que são de interesse da coletividade. A reportagem apresenta elementos que não são encontrados na notícia, entre eles, levantamento de dados, entrevistas com testemunhas e/ou especialistas, análise detalhada dos fatos, recurso da polifonia (a voz do autor “convive” com outras vozes presentes no texto), o equilíbrio entre os discursos direto e indireto e a assinatura do jornalista. Reportagem Como acontece nos textos jornalísticos, espera-se que a linguagem utilizada na reportagem seja adequada à norma culta. O grau de formalidade, porém, vai variar de acordo com o veículo em que o texto for circular. Uma reportagem feita para ser apresentada em um programa televisivo como o Fantástico, por exemplo, admite um grau de informalidade maior do que o de um texto escrito para publicação de uma revista semanal ou em um jornal de circulação nacional. Outro aspecto característico da linguagem das reportagens é a presença, no texto, de diferentes vozes. Essas vozes representam as pessoas envolvidas na questão central e que foram entrevistadas pelo repórter durante a fase de apuração dos dados. As vozes dos entrevistados podem aparecer de duas formas na forma do discurso direto ou indireto. Reportagem As principais caraterísticas do gênero textual reportagem são: •Textos em primeira e terceira pessoa; •Presença de títulos; •Temas sociais, políticos, econômicos; •Linguagem simples, clara e dinâmica; •Discurso direto e indireto; •Objetividade e subjetividade; •Linguagem formal; •Textos assinados pelo autor. Ministro diz que quer enviar em maio texto da reforma na aposentadoria de militares Raul Jungmann afirmou que encaminhará projeto ao Congresso na reta final de discussão da reforma dos civis. Proposta para militares focará em idade mínima, tempo de serviço e valor da contribuição. A proposta de mudanças nas regras previdenciárias dos militares foi desvinculada da reforma proposta para o civis, que foi enviada ao Legislativo em dezembro. No ano passado, Jungmann justificou o fatiamento das reformas argumentando que a Constituição define que os militares são diferentes. Na visão dele, a inclusão da caserna na reforma da Previdência poderia inclusive gerar insegurança jurídica. “O que não pode é ter discussão das duas [propostas simultaneamente]. [...] Evidentemente isso podia causar uma grande dificuldade, confusão”, ponderou o titular da Defesa na cerimônia de promoção de 61 militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.” “O militar não quer privilégios. O que o militar quer é o reconhecimento da sua especificidade, da sua peculiaridade”, complementou. O ministro da Defesa argumentou ainda que, diferentemente dos trabalhadores civis, os militares devem obedecer a parâmetros específicos para o exercício da função. "Militar não se sindicaliza, não pode se filiar a partido, não tem FGTS. Por isso, é que os regimes são diferentes”, enfatizou. [...] Diferenças entre os gêneros reportagem e notícia ⇒ Os gêneros textuais do universo jornalístico podem ser divididos em dois grandes grupos: •Gêneros do jornalismo opinativo; •Gêneros do jornalismo informativo. De acordo com essa divisão, a reportagem enquadra-se entre os textos do jornalismo opinativo, enquanto a notícia está entre os textos do jornalismo informativo; ⇒ A notícia tem como objetivo principal narrar acontecimentos pontuais, ou seja, fatos do cotidiano; a reportagem extrapola os limites da notícia, pois não tem como única finalidade noticiar algo; ⇒ Muitos teóricos da comunicação não estabelecem relação entre a notícia e a reportagem, pois veem esse segundo gênero como um gênero autônomo, isto é, desvinculado dos parâmetros que regem a notícia. Enquanto a notícia informa sobre temas do momento, a reportagem trata de um fenômeno social ou político, acontecimentos produzidos no espaço público e que são de interesse geral. ⇒ A reportagem apresenta elementos que não são encontrados na notícia: •Emprego do discurso direto e do discurso indireto: Na notícia, o discurso predominante é o indireto, enquanto na reportagem os dois tipos de discurso mesclam-se para melhor construir os significados do texto; •Polifonia: No gênero textual notícia, a única voz presente é a do repórter. Na reportagem, é comum encontrarmos o recurso da polifonia, pois nesse gênero existem elementos como entrevistas com testemunhas e/ou especialistas. Esses elementos permitem que o jornalista, ao apresentar outras vozes no texto, isente-se da apresentação dos fatos; •A reportagem é assinada pelo repórter, a notícia, não. Isso acontece porque a reportagem é construída a partir de um ângulo pessoal, com contornos narrativos bem marcados, enquanto a notícia é objetiva e imparcial; •Meios de divulgação: A reportagem é mais frequente em revistas e em edições específicas de jornais (geralmente publicadas nas edições de finais de semana). Isso acontece porque o gênero textual reportagem apresenta uma estrutura textual mais complexa, fruto de uma investigação minuciosa do jornalista. Biografia BIO = vida; GRAFIA = escrita. Biografia, portanto, significa “registro da vida de uma pessoa”, ou seja, uma pessoa narra a vida de outra. Na Biografia, predomina o uso do pronome da 3ª pessoa (ele/ela), pois o narrador escreve sobre outra pessoa. Colocamos em uma biografia dados importantes sobre a vida da pessoa de quem estamos falando. Exemplo: nome completo; local e data de nascimento; onde estudou; onde viveu; fatos mais importantes de sua vida; principais realizações, bem como fotografias. As biografias podem organizar-se tanto como um texto longo - no caso de livros que relatam minuciosamente a história/trajetória de uma pessoa, como textos curtos - caso de textos autobiográficos que circulam na Internet, ou textos em que o autor quer apenas mostrar passagens de sua vida de forma mais objetiva. Biografia de Rubem Alves Rubem Alves é um dos intelectuais mais respeitados do Brasil. Nasceu no dia 15 de setembro de 1933 em Dores da Boa Esperança, uma pequena cidade do sul do estado de Minas Gerais. Pedagogo, poeta, contador de histórias, teólogo, autor de livros para crianças, Rubem Alves foi educado no seio de uma família protestante (evangélica), e muito cedo teve de se confrontar com a sua diferença. Casou-se em 1959 e teve três filhos: Sérgio, Marcos e Raquel, sua musa inspiradora na escrita de contos infantis. Em 1963, viaja para Nova York para fazer uma pós-graduação, e ao concluir, retorna para o Brasil. Rubem Alves é um dos escritores mais lidos da língua portuguesa. Escreveu mais de 120 livros. Destacamos alguns de seus livrostoda intervenção intelectual, não se pode separar o homo faber do homo sapiens. Em suma, todo homem, fora de sua profissão, desenvolve uma atividade intelectual qualquer, ou seja, é um “filósofo”, um artista, um homem de gosto, participa de uma concepção do mundo, possui uma linha consciente de conduta moral, contribui assim para manter ou para modificar uma concepção do mundo, isto é, para promover novas maneiras de pensar. (GRAMSCI, 1982, p. 6). Artigo de opinião É um gênero discursivo claramente argumentativo que tem por objetivo expressar o ponto de vista do autor que o assina sobre alguma questão relevante em termos sociais, políticos, culturais, etc. O caráter argumentativo do texto de opinião é evidenciado pelas justificativas de posições arroladas pelo autor pra convencer os leitores da validade da análise que faz. Tradicionalmente, o espaço de circulação dos artigos de opinião são as colunas assinadas dos jornais diários e revistas semanais, que costumam contar com um quadro fixo de articulistas. Porém, há espaço também para, jornalistas e pessoas que se destacam em seus espaços de atuação (médicos, políticos, advogados, professores universitários, etc.) selecionarem acontecimentos divulgados na mídia para submetê-los a um processo analítico que permita revelar suas consequências, discutir suas causas e defender uma posição a seu respeito. Artigo de opinião Características do artigo de opinião: •Título do texto, geralmente polêmico ou provocador; •Exposição de uma ideia ou ponto de vista sobre determinado assunto; •Apresenta-se em três partes: exposição, interpretação e opinião. Possui um parágrafo introdutório, no qual os elementos principais da ideia são apresentados; o desenvolvimento, no qual são expostos os argumentos em defesa de um ponto de vista a ser defendido; e a conclusão, onde ocorre o fechamento das ideias discutidas ao longo do texto; •Predominância dos verbos no tempo presente; •Utilização de linguagem objetiva (3ª pessoa) ou subjetiva (1ª pessoa); •Deve obedecer à linguagem padrão, devendo-se evitar as marcas utilizadas na oralidade. É impossível olhar para trás e não pensar no passado que temos pela frente Por Marcia Tiburi Muitas pessoas se queixaram do ano de 2016. Apesar de muito leite derramado, foi um ano, sem dúvida, democrático, no sentido de muitas partilhas: PEC 55 para todos, neoliberalismo para todos, destruição da educação e da saúde pública para todos, aniquilação da democracia para todos, destruição da política para todos, miséria para todos, ódio e manipulação para todos. Claro que nesse computo geral não estão incluídos os que estão acima do povo, para quem Estado, Democracia e Direitos Fundamentais assegurados é bobagem, já que detém o Capital. Quem tem o Capital (nacional e internacional) precisaria de democracia para quê mesmo? Desculpem ironizar com coisas tão tristes, mas é impossível olhar para trás e não pensar no passado que temos pela frente, como dizia o Millôr, quando vemos que o projeto neoliberal avança com os saqueadores do Brasil cada vez mais animados em continuar. E o povo, mais que tonto, o povo incapaz de agir enquanto trabalha pelo menos 8 horas por dia (as mulheres 16), transporta-se de 2 a 4 horas para ir de casa ao trabalho (quando tem casa e tem trabalho) e fica na frente da televisão o resto do tempo esvaziando a cabeça… Editorial É um texto que expressa a opinião coletiva dos responsáveis pela redação do periódico. Tem como finalidade manifestar opinião sobre um acontecimento importante no cenário nacional ou internacional. Não é assinado, porque não deve ser associado a um ponto de vista individual. Os projetos gráficos dos jornais e revistas procuram estabelecer diferenças visuais entre os editoriais e os demais textos( notícias, reportagens, artigo de opinião, etc.) Os jornalistas encarregados de redigir os editoriais são conhecidos como editorialistas. 53 mil zeros “As notícias do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) divulgadas ontem (11) pelo Ministério da Educação mostram, mais uma vez, que o país é recheado de pessoas despreparadas para ocupar um banco na faculdade. Ao todos, 104 candidatos tiraram nota máxima na prova de redação, a mais temida de todas as fases para a ampla maioria dos postulantes a uma vaga no Ensino Superior. Por outro lado, mais de 53 mil tiraram nota zero. É o retrato de um país que ainda não sabe educar a maioria de suas crianças e adolescentes. O resultado é estarrecedor, desespera e aponta para um norte que o país precisa caminhar: melhorar a educação pública.” [...] ( jornal digital: O presente ) As ações escolares para combater o bullying devem ser no sentido de preveni-lo, onde mais que seguir uma conduta, o aluno possa dar sentido à ela, considerando a si e ao outro parte do mundo. Quando algo é questionado e pensado, propicia a tomada de consciência de sua dimensão e importância. O outro poderá ser visto como alguém que também tem sentimentos. Um trabalho nesse sentido deve fazer parte do dia a dia de uma escola e envolver a família dos alunos. Muito do que somos e como nos expressamos tem sua origem lá. É necessário que ambos ajudem os jovens a se construir como pessoas, não só no que aprendem, mas como agem.(fragmento) De acordo com o fragmento inicial do texto, devido a sua característica predominante, podemos compreender e identificar o gênero textual: a) Artigo de opinião; b) Carta pessoal; c) Resenha crítica; d) Diálogo argumentativo. A Aguardado há algum tempo, Coringa chega com muitas filas e sessões lotadas nos cinemas. Mas não espere ver um filme de super-herói tradicional. Nada de ficção. Muita realidade, numa cidade sem regras, com um povo transgressor e censura de 16 anos. Toddy Phillips, o diretor, nos apresenta um filme tenso, com trilha sonora, ora em violoncelo dissonante, ora em música pura. E alta. Penetrante. Não há quem saia indiferente a Joaquin Phoenix e sua entrega. Ele é o Coringa. (fragmento) Conforme o estudo de compreensão textual, o número de atributos definidores do texto pode ser definido como pistas textuais que ajudam a classificar o texto apresentado, como: a) Ensaio; b) Resenha crítica; c) Carta do leitor; d) Editorial. B