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História II -17

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Aula 26 – A Crise Internacional do Capitalismo 
 
 
 
 
 
93 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
c) impulso econômico que impossibilitava o pleno emprego. 
d) estado de miséria que afligia as grandes parcelas da população. 
 
Questão 07 
“Na política, ele aplicou o princípio do Nunca mais. Com tantos 
pobres, com tantos famintos nos Estados Unidos, nunca mais o 
mercado como fator exclusivo de obtenção de recursos. Por isso, 
decidiu realizar sua política do pleno emprego. E desse modo não 
somente atenuou os efeitos sociais da crise como seus eventuais 
efeitos políticos de fascistização com base no medo massivo. O 
sistema de pleno emprego não modificou a raiz da sociedade, mas 
funcionou durante décadas. Funcionou razoavelmente bem nos 
Estados Unidos, funcionou na França, produziu a inclusão social 
de muita gente, baseou-se no bem-estar combinado com uma 
economia mista que teve resultados muito razoáveis. [...] Alguns 
Estados foram mais sistemáticos, como a França, que implantou o 
capitalismo dirigido, mas em geral as economias eram mistas e o 
Estado estava presente de um modo ou de outro.” 
Fonte: Entrevista do historiador Eric Hobsbawm, argentino, p. 12. Disponível em: 
<www.vermelho.org.br/base.asp?texto=53413>. 
 
O texto faz referência às iniciativas do presidente norte-americano 
Franklin Roosevelt e remete 
a) à política protecionista implantada em quase todos os países 
industrializados em resposta ao crescimento da rivalidade 
internacional e à crise econômica das décadas de 1870 e 1880, 
quando apenas a Grã-Bretanha, na ocasião a maior potência 
mundial, insistiu na política de livre comércio. 
b) ao conjunto de medidas liberais tomadas na Europa e nos 
Estados Unidos durante as décadas de 1980 e 1990, que visavam 
diminuir o papel do Estado na economia, desregulamentar a 
circulação do capital financeiro e diminuir os direitos sociais dos 
trabalhadores. 
C) ao New Deal implantado nos Estados Unidos na década de 
1930, um conjunto de políticas públicas que visavam responder à 
crise econômica iniciada em 1929 e que influenciou a política de 
bem-estar social verificável em alguns países da Europa após a 
Segunda Guerra Mundial. 
d) às medidas de recuperação da economia europeia implantadas 
logo após a Primeira Guerra Mundial, recuperação impulsionada 
pelo vertiginoso crescimento da economia norte-americana até a 
crise global de 1929. 
 
Questão 08 
Em seu discurso de posse, em 1933, o presidente dos EUA, 
Franklin Delano Roosevelt, tentou encorajar seus compatriotas: “O 
único medo que devemos ter é do próprio temor. Uma multidão de 
cidadãos desempregados enfrenta o grave problema da 
subsistência e um número igualmente grande recebe pequeno 
salário pelo seu trabalho. Somente um otimista pode negar as 
realidades sombrias do momento.” 
O problema que atemorizava os EUA, cujos efeitos foram 
desemprego e baixos salários, referido pelo presidente Roosevelt, 
era a 
a) Primeira Guerra Mundial, em que os EUA lutaram ao lado da 
Tríplice Entente contra a Tríplice Aliança, obtendo a vitória após 
três anos de combate. Entretanto, a vitória não trouxe crescimento 
econômico, mas, sim, desemprego e fome. 
b) Segunda Guerra Mundial, quando os norte-americanos lutaram 
ao lado dos Aliados contra o Eixo nazifascista. Embora 
vencedores, o ônus financeiro da guerra foi muito pesado. 
c) Guerra do Vietnã, quando os EUA apoiaram o Vietnã do Sul 
contra o avanço comunista do Vietnã do Norte, tendo gasto 
milhões de dólares em uma guerra infrutífera. 
d) depressão de 1929, causada pela existência de uma 
superprodução, acompanhada de um subconsumo, crise típica de 
um Estado Liberal. 
e) primeira Guerra do Golfo, quando o Iraque invadiu o Kuwait e os 
EUA, na defesa de seus interesses petrolíferos, invadiram o Iraque 
na defesa de seu pequeno estado aliado. 
 
Questão 09 
Inicialmente favorecida pelas condições internacionais do pós-
Primeira Guerra, os Estados Unidos conheceram um período de 
forte expansão econômica e euforia nos anos 1920. Todavia, ao 
final dessa década, o país seria um dos focos da crise mundial de 
1929 e da Grande Depressão que a seguiu. 
Um dos motivos dessa violenta reversão de expectativas foi 
a) a falência das principais medidas estabilizadoras do New Deal. 
b) a política antitruste determinada pela Sociedade das Nações. 
c) a perda de mercados devido à descolonização afro-asiática. 
d) a superprodução no setor primário dos Estados Unidos. 
e) o crescimento da dívida norte-americana em relação às 
principais potências europeias. 
 
Questão 10 
No fim da década de 20, anos de prosperidade, uma grave crise 
econômica, conhecida como a Grande Depressão, começou nos 
EUA e atingiu todos os países capitalistas. J. K. Galbraith, 
economista norte-americano, afirma que “à medida que o tempo 
passava tornava-se evidente que aquela prosperidade não duraria. 
Dentro dela estavam contidas as sementes de sua própria 
destruição.” (Dias de boom e de desastre in J.M. Roberts (org), 
História do Século XX.). 
A aparente prosperidade pode ser percebida nas seguintes 
características: 
a) o aumento da produção automobilística, a expansão do mercado 
de trabalho e a falta de investimentos em tecnologia. 
b) a destruição dos grandes estoques de mercadorias, o aumento 
dos preços agrícolas e o aumento dos salários. 
c) a cultura de massa com a venda de milhões de discos, as 
dívidas de guerra dos EUA e o aumento do número de empregos. 
d) a crise de superprodução, a especulação desenfreada nas 
bolsas de valores e a queda da renda dos trabalhadores. 
e) o aumento do mercado externo, o mito do American way of life e 
a intervenção do Estado na economia. 
 
Questão 11 
O colapso deflagrado no mundo pela crise financeira dos anos 20 
teve como principal ato o craque da Bolsa de Valores de Nova 
York, em outubro de 1929. Como consequência dessa crise, 
podemos destacar: 
a) os preços e salários subiram, aumentando a oferta de empregos 
na área industrial europeia. 
b) a Europa recuperou sua prosperidade com altos investimentos 
dos fundos particulares norte-americanos. 
c) o Brasil manteve-se fora da crise com contínuos aumentos das 
exportações do café. 
d) o mundo todo foi afetado drasticamente, devido à interligação 
das economias dos países capitalistas. 
e) nos primeiros anos da década de 30, a indústria alemã duplicou 
a sua produção, acarretando o crescimento do comércio mundial. 
 
 
 
 
 
 94 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. 
Questão 12 
"A crise atingiu o mundo inteiro. O operário metalúrgico de 
Pittsburgo, o plantador de café brasileiro, o artesão de Paris e o 
banqueiro de Londres, todos foram atingidos". 
Paul Raynaud - LA FRANCE A SAUVÉ L'EUROPE, T. I. Flamarion. 
 
O autor se refere à crise mundial de 1929, iniciada nos Estados 
Unidos, da qual resultou: 
a) o abalo do liberalismo econômico e a tendência para a prática 
da intervenção do Estado na economia. 
b) o aumento do número das sociedades acionárias e da 
especulação financeira. 
c) a expansão do sistema de crédito e do financiamento ao 
consumidor. 
d) a imediata valorização dos preços da produção industrial e fim 
da acumulação de estoques. 
e) o crescimento acelerado das atividades de empresas industriais 
e comerciais, e o pleno emprego. 
 
Questão 13 
"Para Keynes (...) para criar demanda, as pessoas deveriam obter 
meios para gastar. Uma conclusão daí decorrente é que os salários 
de desemprego não deveriam ser considerados simplesmente 
como débito do orçamento, um meio por intermédio do qual a 
demanda poderia aumentar e estimular a oferta. Além do mais, 
uma demanda reduzida significava que não haveria investimento 
suficiente para produzir a quantidade de mercadorias necessárias 
para assegurar o pleno emprego. Os governos deveriam, portanto, 
encorajar mais investimentos, baixando as taxas de juros (...), bem 
como criar um extenso programade obras públicas, que 
proporcionaria emprego e geraria uma demanda maior de produtos 
industriais”. 
O texto refere-se a uma teoria cujos princípios estiveram 
presentes: 
a) no "New Deal", planejamento econômico baseado na 
intervenção do Estado, elaborado devido à crise de 1929. 
b) na obra MEIN KAMPF, que desenvolveu os fundamentos do 
nazismo: ideia da existência da raça ariana. 
c) no Plano Marshall, cujo objetivo era recuperar a economia 
europeia através de maciços investimentos. 
d) na criação da Comunidade Econômica Europeia, organização 
que visa o livre comércio entre os países. 
e) no livro O CAPITAL, onde se encontram os princípios básicos 
que fundamentam o socialismo marxista. 
 
Questão 14 
Sobre a crise do capitalismo, na década de 1930, e o colapso do 
socialismo, na década de 1980, pode-se afirmar que: 
a) a primeira reforçou a concepção de que não se podia deixar 
uma economia ao sabor do mercado, e o segundo a de que, uma 
economia não funciona sem mercado. 
b) ambos levaram à descrença sobre a capacidade do Estado 
resolver os problemas colocados pelo desemprego em massa. 
c) assim como a primeira, também o segundo está provocando 
uma polarização ideológica que ameaça o Estado de Bem-estar 
Social. 
d) ambos, provocando desemprego e frustração, fizeram aparecer 
agitações fascistas e terroristas contando com amplo respaldo 
popular. 
e) enquanto a primeira reforçou a convicção dos defensores do 
capitalismo, o segundo fez desaparecer a convicção dos 
defensores do socialismo. 
Questão 15 
O 'crash' da Bolsa de Nova York em 1929 afetou a economia 
mundial. Os Estados Unidos, sob o comando do Presidente 
Franklin Delano Roosevelt, adotaram o 'New Deal', como saída 
para a crise que o país atravessava. São características do 'New 
Deal': 
I. a intervenção deliberada do Estado na economia, contrapondo-
se à tradição liberal americana. 
II. a criação de um amplo plano de obras públicas, como barragens 
e autoestradas, para gerar novos empregos. 
III. o incentivo ao aumento da produção para alimentar a população 
desempregada. 
IV. a criação de um fundo monetário destinado a financiar os 
países europeus em crise. 
V. a adoção de medidas visando ao equilíbrio entre o custo da 
produção e o valor final das mercadorias. 
Das alternativas abaixo, assinale aquela que apresenta apenas as 
características CORRETAS: 
a) I, II e V. 
b) I, III e IV. 
c) I, IV e V. 
d) II, III e IV. 
e) II, III e V. 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL 
Prof. Monteiro Jr. 
VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
 
REGIMES TOTALITÁRIOS 
1. INTRODUÇÃO 
A Europa pós Primeira Guerra Mundial é um continente em 
reconstrução, não apenas material, mas também nos aspectos 
políticos e socioeconômicos. A desilusão com os Estados 
nacionais, com o liberalismo, com o mundo que todos conheciam 
era profunda, apesar de certa recuperação econômica entre 1920 e 
1927, as mentes continuavam cansadas e esperançosas de dias 
melhores. 
A Crise de 1929 veio a solapar qualquer possibilidade de crença 
em uma recuperação plena se mantida o mesmo modelo político e 
econômico baseado no liberalismo, mudanças eram necessárias e 
urgentes, e foi nesse cenário que se digladiaram as ideologias 
comunista e fascista, ambas se apresentaram para o povo 
europeu como a solução de todos os seus problemas. 
1.1. A “ameaça comunista” 
Os grupos sociais conservadores (clero católico, latifundiários, 
industriais, banqueiros e grandes comerciantes) temiam o avanço 
comunista pela Europa. A Revolução Russa de 1917 havia tirado o 
socialismo/comunismo do papel, as teorias marxistas estavam 
sendo postas em prática em um grande império, onde além de 
buscar atender às necessidades dos trabalhadores (campo e 
cidade), ainda protegeu o país da Crise de 1929, por não estar 
mais inserido no mercado capitalista e isolado politicamente do 
restante do continente desde o fim da sua Guerra Civil em 1922. 
Tal fato estimulou o início de várias greves e manifestações 
populares em toda a Europa. Por exemplo, a derrubada da 
monarquia alemã em 1918 foi liderada pelo partido Social-
Democrata Alemão que proclamou a república, onde um ano 
depois, comunistas de extrema esquerda passaram a agir de forma 
mais enérgica, através da Liga Espartaquista (nome que remetia a 
rebelião de escravos romanos comandada por Spartacus), liderada 
por Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo, que propôs a formação 
imediata de conselhos operários que assumissem a gestão das 
fábricas e de territórios inteiros sem submissão qualquer ao Estado 
alemão. 
O número de filiados, candidatos e eleitores comunistas se 
multiplicaram em toda Europa. O motivo dessa onda vermelha não 
deve ser entendida como uma grande “tomada de consciência” da 
classe operária, mas sim como uma reação à absoluta desilusão 
em relação ao liberalismo político e econômico, onde o comunismo 
era uma alternativa real de sobrevivência e esperança, tanto 
quanto o fascismo. 
1.2. O fracasso do liberalismo 
Com o Crack da Bolsa de Nova York, algo ficou claro e cristalino 
era necessária a imediata intervenção do Estado na economia para 
solucionar os problemas econômicos e garantir o mínimo de bem 
estar para a população. Nesse sentido apresentaram-se três 
alternativas: 
• o capitalismo monopolista de Estado (keyneisianismo); 
• o Estado fascista; 
• o Estado socialista. 
Cada país, de acordo com suas realidades e conjunturas, adotou 
plenamente, ou parcialmente, os princípios políticos econômicos 
dessas três vertentes. Os grupos sociais caminharam divididos em 
busca da alternativa que achavam mais pertinente para solucionar 
a Crise mundial, ou seja, indivíduos da classe trabalhadora e das 
camadas médias, apoiaram, em diferentes países e momentos, o 
fascismo, o socialismo e o keynesianismo. Os grupos 
conservadores (alto clero, industriais, latifundiários e a grande 
burguesia) se dividiram entre o fascismo e o keynesianismo. 
Se na Rússia, agora União das repúblicas Socialistas Soviéticas 
(URSS), o socialismo foi implantado em 1917; na Itália, Alemanha, 
Espanha e Portugal, o fascismo assumiu o poder a partir de 1922 e 
manteve-se no poder até a década de 1970, com reflexos na 
política contemporânea. 
2. PRINCIPAIS IDEIAS FASCISTAS 
“• Totalitarismo: o sistema fascista era antidemocrático e 
concentrava poderes totais nas mãos do líder de governo. Este 
líder podia tomar qualquer tipo de decisão ou decretar leis sem 
consultar políticos ou representantes da sociedade. 
• Nacionalismo Xenófobo: entre os fascistas era a ideologia 
baseada na ideia de que só o que é do país tem valor. Valorização 
extrema da cultura do próprio país em detrimento das outras, que 
são consideradas inferiores. 
• Militarismo: altos investimentos na produção de armas e 
equipamentos de guerra. Fortalecimento das forças armadas como 
forma de ganhar poder entre as outras nações. Objetivo de 
expansão territorial através de guerras. Um homem só seria 
completo e pleno de existência se participasse de uma guerra. 
• Culto à força física: Nos países fascistas, desde jovens os 
jovens eram treinados e preparados fisicamente para uma possível 
guerra. O objetivo do estado fascista era preparar soldados fortes e 
saudáveis. O estudo intelectual era deixado de lado, ensinavam os 
jovens a obedecer de forma inconteste ao seu líder. 
• Censura: Hitler e Mussolini usaram este dispositivo para coibir 
qualquer tipo de crítica aos seus governos. Nenhuma notícia ou 
ideia, contrária ao sistema, poderia ser veiculadas em jornais, 
revistas, rádio ou cinema. Aqueles que arriscavam criticar o 
governo eram presos e até condenados a morte. 
• Propaganda: os líderes fascistas usavam os meios de 
comunicação (rádios, cinema, revistas e jornais) para divulgarem 
suas ideologias. Os discursos de Hitler eram constantemente 
transmitidos pelas rádios ao povo alemão. Desfiles militares eram 
realizados para mostrar o poder bélico do governo. 
• Culto à violência: A violênciacontra as minorias era comum na 
Alemanha, os nazistas perseguiram, enviaram para campos de 
concentração e mataram milhões de judeus, ciganos, 
homossexuais e até mesmo deficientes físicos. Além disso, eles 
acreditavam que a verdade é aquilo que o mais forte determina que 
seja a verdade, e não o resultado de uma argumentação lógica a 
respeito de um tema que venha a convencer os outros dessa 
verdade. 
• Antissocialismo: os fascistas eram totalmente contrários ao 
sistema socialista, pois afirmavam que as diferenças entre os 
indivíduos é natural, a prova disso era a superioridade da raça 
ariana em relação as outras. Defendiam amplamente o capitalismo, 
tanto que obtiveram apoio político e financeiro de banqueiros, ricos 
comerciantes e industriais alemães e italianos.” 
Fonte: www.suapesquisa.com/historia/fascismo.htm (adaptado) 
3. O FASCISMO ITALIANO 
A economia italiana entrou em colapso logo após o fim da Primeira 
http://www.suapesquisa.com/historia/fascismo.htm
 
 
 
 
 96 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. 
Guerra Mundial. Apesar de vitoriosa no conflito que varreu a 
Europa, os italianos não foram atendidos em suas reivindicações e 
requisições dos despojos de guerra, nem conseguiram novas áreas 
colônias na África e no Oriente Médio como desejavam. 
A morte de 500 mil italianos parecia ter sido em vão, a realidade 
era difícil, havia escassez de alimentos, aumento generalizado dos 
preços, desemprego em massa, greves violentas e a ocupação das 
fábricas por operários. O governo de rei Vítor Emanuel III se viu em 
apuros, pois não estava conseguindo atender às reivindicações 
dos trabalhadores, e ainda perdia a confiança da burguesia, do 
exército e dos latifundiários. 
Benito Mussolini, ex-combatente e ex-dirigente socialista, criou o 
Partido Fascista em 1919. Aproveitando-se da instabilidade política 
do país, fazia discursos inflamados por seu nacionalismo que 
atraíam os descontentes, desiludidos e desajustados. Militares das 
forças armadas, policiais e ex-combatentes atenderam de pronto 
seu chamado para mudar a Itália, e transforma lá em uma grande 
potência. Depois vieram jovens e intelectuais nacionalistas, que 
não gostavam de ver o socialismo ganhando força. No início as 
ações do Partido Fascista de resumiam a discursos, panfletagem e 
treinamento militar, depois passaram a atacar os participantes de 
greves e líderes sindicais, o que lhes rendeu a simpatia e o apoio 
financeiro de industriais e banqueiros. Com forte apoio popular e 
financeiro, Mussolini transformou os membros do seu partido em 
uma força paramilitar chamada de “Camisas Negras”. Essa milícia 
passou a assombrar a todos os seus opositores, fossem eles 
comunistas, socialistas ou liberais. Qualquer um poderia ser vítima 
da violência impetrada pelos fascistas. 
 
Benito Mussolini, ditador italiano. 
A “Marcha Sobre Roma” é o marco fundador da ascensão fascista 
ao poder. Em 1921 o partido Fascista contava com 700 mil 
membros, possuía jornais e representações em quase todas as 
cidades italianas, brigava com socialistas e comunistas quase que 
diariamente, e quando foi convocada uma grande greve geral para 
1921, Mussolini e seus principais assessores interpretaram que 
esse seria o momento de tomar o poder em definitivo. Os fascistas 
prepararam uma grande manifestação de repúdio e oposição ao 
comunismo, além de reivindicarem o poder político para si (Marcha 
Sobre Roma). 
O rei Vitor Emanuel III tinha plenas condições de impedir a 
manifestação fascista, no entanto, ele quis utilizar o momento para 
fortalecer sua, já desgastada, imagem junto ao povo italiano 
aproveitando-se da popularidade de Mussolini, a quem convidou 
para formar um governo de direita, mesmo que o partido fascista 
fosse minoria no Parlamento (35 das 535 cadeiras do parlamento). 
 
Marcha Sobre Roma. 
Liderando o governo com extrema violência Musssolini convocou 
eleições parlamentares em 1924, e utilizando-se da máquina 
administrativa, de fraudes e da violência contra opositores, os 
fascistas passaram a ocupar 65% das cadeiras do parlamento. 
Entre 1925 e 1926 eliminou quase toda oposição, fechou jornais, 
sindicatos, substituiu funcionários públicos de postos estratégicos 
do governo por membros do partido fascista. De posse do poder 
político, os fascistas prenderam e mataram diversas lideranças 
sindicais e políticas que faziam oposição. Estava sendo instaurada 
a ditadura fascista na Itália. 
A Carta Del Lavoro foi imposta em 1927. Esse documento 
estabeleceu a política trabalhista italiana, toda ela baseada no 
corporativismo, principio político que institucionalizava o fim das d 
i spu t a s ent re empregados e empregadores, que a partir de 
então fariam parte de um mesmo sindicato, onde todas as suas 
diferenças seriam negociadas e arbitradas por um membro do 
partido fascista. Dessa maneira, os representantes do trabalho e 
do capital, resolveriam suas pendências de forma “harmoniosa” 
para o bem do país que poderia prosperar de forma rápida e 
consolidada. Na prática o que ocorria era o favorecimento total da 
classe patronal, que havia patrocinado a ascensão de Mussolini ao 
poder e queria garantias que a propriedade privada e o lucro 
estariam garantidos através de ações efetivas do Estado fascista. 
O Tratado de São João de Latrão foi um acordo de apoio mútuo 
entre a Igreja Católica e o regime fascista de Mussolini, onde o 
Estado italiano reconhecia o Vaticano como uma Cidade-Estado, 
instituía o ensino religioso nas escolas e transformava o 
catolicismo em religião oficial e em contrapartida a Igreja apoiaria o 
governo fascista. Essa negociação fortaleceu ainda mais Mussolini, 
pois a chamada “Questão Romana” causava grande desconforto 
ao Estado italiano desde sua unificação em 1871, pois, A Igreja 
Católica não aceitava que o surgimento do Estado italiano 
unificado significasse para ela a perda de territórios que lhes 
pertenciam desde a Idade Média e a transformação de Roma em 
capital e sede do poder político do novo país. Para muitos 
analistas, fora as questões locais, já citadas aqui. Outro fator que 
levou a Igreja Católica a aceitar o Tratado de Latrão foi a oposição 
que a mesma fazia ao comunismo, e o fato da doutrina fascista ser 
antissocialista acabou por aproximar as lideranças laicas e 
religiosas em torno de um objetivo comum, que era impedir a 
ascensão do comunismo na Itália. 
Apesar de se promover como defensor dos pequenos proprietários 
e do povo, o governo de Mussolini, promoveu o aumento 
considerável das diferenças sociais e econômicas entre ricos e 
pobres. Enquanto os lucros dos empresários cresceram em ritmo 
Aula 27 – Regimes Totalitários 
 
 
 
 
97 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
 
alucinante, o poder aquisitivo das classes trabalhadoras foi 
inversamente proporcional. 
3. O NAZISMO ALEMÃO 
Com o fim da Primeira Guerra Mundial os problemas econômicos, 
políticos e sociais típicos de um pós-guerra se acumulavam na 
Alemanha, tal realidade foi catalisada por diversos fatores, tais 
como, a acirrada disputa pelo poder após a derrubada do II Reich 
Alemão, entre liberais, sociais-democratas, Partido Comunista 
Alemão (Liga Esparataquista) e Partido dos Trabalhadores 
Alemães, mais tarde, rebatizado de Partido Nacionalista-Socialista 
dos Trabalhadores Alemães (Partido Nazista). 
Os sociais-democratas assumiram o poder de imediato, no entanto, 
os sucessivos fracassos de tentativas de resolução dos problemas 
sociais e econômicos enfraqueceram o Partido Social Democrata. 
Foram convocadas eleições parlamentares para elaboração de 
uma nova constituição, a Assembleia Nacional Constituinte se 
reuniu em Weimar, daí o nome República de Weimar para o 
período histórico da Alemanha que vai de 1919 a 1932. 
Os membros da Liga Espartaquista, não tiveram paciência para 
esperar as mudanças que um governo de orientação socialistapudesse por em prática, e sob a liderança de Rosa Luxemburgo, 
tentaram dar um golpe de Estado em janeiro de 1919. Eles 
declararam deposto o governo socialdemocrata, mas tal 
movimento acabou desmantelado por brigadas de voluntários 
anticomunistas. Sua líder, Rosa Luxemburgo, acabou assassinada 
pela polícia de Berlim. 
A situação econômica da Alemanha ficou como uma “gangorra”: 
subia e descia abruptamente. Logo após o conflito o caos. O 
Tratado de Versalhes inviabilizava o funcionamento pleno da 
economia alemã, as pesadas indenizações de guerra que os 
alemães teriam que pagar, somada ao déficit comercial e as 
dívidas de guerra, levaram a economia e o povo alemão à 
bancarrota. O único período de alivio se deu entre 1924 e 1929. 
Empresários estrangeiros, sobretudo norte-americanos, passaram 
a investir no país. O baixo custo da mão de obra e as altas taxas 
de juros se mostraram atraentes, a produção de ferro, aço, carvão 
e da indústria química retornaram as patamares de antes da 
guerra, parecia que os problemas estavam se resolvendo, mas 
veio a Queda da Bolsa de Novas York e a economia alemão foi 
novamente desestruturada. A descrença nos modelos político e 
econômico existentes se tornaram evidentes entre a população 
alemã, e foi se aproveitando desse sentimento, que os nazistas 
ascenderam ao poder. 
3.1. Adolf Hitler 
Adolf Hitler era austríaco e havia lutado como voluntário no exército 
bávaro. Admirador confesso do Império Alemão, ele concebia a 
possibilidade de ver seu país, por adoção, derrotado e humilhado. 
Ele e alguns membros do partido nazista já haviam tentado dar um 
golpe de Estado em 1923, no chamado “putsch da cervejaria” ou 
“putsch de Munique”. A aventura fracassou e eles acabaram 
presos. Foi nesse momento que Hitler começou a ganhar 
notoriedade. Seus discursos apaixonados, e carregados de 
nacionalismo, que denunciavam os abusos do Tratado de 
Versalhes, encontraram eco na sociedade alemã. Prova disso, é 
que sua pena foi de apenas 5 anos. No período em que esteve 
preso ele escreveu seu livro Mein Kampf (“Minha Luta”), base da 
ideologia nazi fascista alemã, onde dentre outras coisas defendeu: 
• Que a derrota da Alemanha na Primeira Grande Guerra teria sido 
culpa da incompetência dos liberais, que não souberam organizar a 
máquina de guerra germânica, da ganância dos judeus, que não 
liberaram suas fortunas para o governo investir em armas e 
munição, e, por fim, dos comunistas que eram traidores da pátria 
alemã, por defenderem uma revolução universal do operariado e 
não terem se dedicado de forma correta aos interesses alemães 
durante o conflito. 
• O combate aos banqueiros que, por serem gananciosos, 
impediam a reconstrução harmoniosa do país. Eles não se 
importavam com o povo, e só cobravam juros e mais juros da 
população, impedindo uma melhora de vida para os trabalhadores. 
• A divisão do mundo em raças superiores e inferiores em luta pela 
sobrevivência. Os alemães como parte da raça ariana seriam 
superiores a todas as outras raças e tinha o direito de dominálas, 
por isso, a construção, de um “espaço vital” era necessária e 
correta, e as primeiras vítimas dessa expansão seriam os povos 
eslavos, considerados inferiores por Hitler. 
• O antissemitismo era uma das suas principais bandeiras, ele 
acreditava que perseguir e destruir os judeus significava acabar 
com tudo aquilo que ele desprezava, como, o liberalismo, o 
intelectualismo, o parlamentarismo, o pacifismo, o individualismo e 
o comunismo. Hitler não criou o antissemitismo, mas o catalisou de 
maneira jamais vista na história. 
• A necessidade de vingança sobre os vencedores da Primeira 
Guerra Mundial, que humilharam o seu país através do Tratado de 
Versalhes, a acusação de ser o único responsável pela guerra 
destruiu o Estado alemão, na visão de Hitler, pois a partir daí teve 
que aceitar todas as exigências dos vencedores, Inglaterra, França 
e EUA, como fechamento das fábricas de armas, diminuição 
drástica no tamanho das forças armadas, confisco e destruição da 
aviação e marinha de guerra, perda total do império colonial e a 
obrigatoriedade da indenização de guerra aos vencedores. 
3.2. O nazismo chega ao poder 
A Crise de 1929 levou o povo alemão ao desespero. A descrença 
no governo da República de Weimar era total. A queda do Governo 
através de um golpe de Estado não era mais vista como um 
absurdo, mas como uma possibilidade real, e para alguns até como 
uma necessidade. 
As orientações ideológicas do Partido Nazista estavam fundadas 
em princípios antidemocráticos. Contraditoriamente, os 
representantes nazistas chegaram ao poder na Alemanha por 
meios democráticos. Nas eleições parlamentares de 1932, o 
Partido Nazista obteve 13,7 milhões de votos enquanto os 
comunistas, seus principais adversários, apenas 6 milhões de 
votos. 
 
Sob pressão política, o presidente alemão Paul Hindenburgo, que 
havia derrotado Hitler nas eleições presidenciais de 1930, o 
convidou para assumir o cargo de primeiro-ministro em 1933, no 
que foi prontamente atendido. A partir desse momento temos a 
tomada do aparelho estatal alemão pelo partido nazista. Em 
 
 
 
 
 98 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência 
CURSO ANUAL DE HISTÓRIA GERAL – Prof. Monteiro Jr. 
fevereiro de 1933 Hitler ordenou que o braço armado do partido 
nazista, a SA (Sessão de Assalto), eliminasse as lideranças 
comunistas e socialdemocratas. Em 1934, Hitler recebeu do 
Parlamento o direito de governar por decreto, e em um desses 
decretos, ele declarou dissolvido o parlamento, dando início a um 
regime totalitário de partido único. 
Entre 1933 e 1934 todas as instituições políticas e jurídicas da 
República de Weimar foram sendo fechadas, e os membros e 
organismos do Partido Nazista foram assumindo seus lugares. Não 
podia haver separação entre vida privada e pública. Todas as 
organizações deviam ficar sob o controle do Partido. A ideologia 
nazista devia estar presente em todas as fases da vida cotidiana, 
ou seja, trabalho, educação, política e família. 
3.3. A propaganda nazista 
O Ministério do Esclarecimento Popular, dirigido por Joseph 
Goebbels, controlava a imprensa, a publicação de livros, o rádio, o 
teatro e o cinema. As emoções eram utilizadas para manter os 
alemães em clima de mobilização permanente. A propaganda 
nazista passava a imagem de um Estado alemão sólido e 
hierarquicamente organizado, cujo topo era ocupado pelo Führer. 
 
“O estudante alemão luta pelo Führer e pelo povo” 
 
 
“Viva a Alemanha” 
Os diversos comícios, marchas e eventos públicos, todos 
ornamentados com suásticas, águias e bandeiras carregadas de 
simbolismos, que eram promovidos pelo partido, tinham por 
objetivo demonstrar uma coesão em torno da reconstrução da 
Alemanha, enquanto potência. Os espetáculos de massa serviam 
também para minimizar no povo alemão os sentimentos de 
individualismo. 
 
Concentração nazista em Nuremberg 
3.4. O governo de Hitler 
Adolf Hitler se aproveitou do sentimento de revanchismo que havia 
na Alemanha em relação aos países vencedores de 1914-1918 e 
tomou várias medidas no sentido de desobedecer ao Tratado de 
Versalhes, como por exemplo, a convocação de um milhão de 
jovens para o exercito alemão, quando o Tratado de Versalhes não 
permitia um número superior a 100 mil, a reabertura das fábricas 
de armas, navios e aviões de guerra, que deveriam permanecer 
fechadas. 
Na economia, Hitler seguiu o receituário econômico pós-Crise de 
1929; muita intervenção do estado na economia com muitas obras 
públicas e políticas assistencialistas aos mais pobres, se 
assemelhando em muitos momentos ao New Deal dos EUA. 
3.5. O Antissemitismo na prática 
A ideologia fascista pregava a suposta pureza e superioridade 
ariana. Para garantir que isso fosse mantido, Hitler deu inicio a um 
projeto de eugenia. Várias medidas e leis foram tomadas nesse 
sentido: os médicos foram imbuídos dessa responsabilidade, ou 
seja, impedir a “degeneração” racial alemã.Os que se negaram a 
participar dessa política pública de “saúde” foram expulsos das 
associações médicas e cientificas, mas a grande maioria se tornou 
colaboracionista, pois, dessa maneira garantiam uma rápida 
ascensão profissional. Dentre as ações/leis de promoção da 
eugenia, podemos destacar: 
• Os indivíduos considerados “degenerados”, como portadores de 
doença mental e déficit cognitivo, criminosos e pessoas com 
doenças incuráveis, foram esterilizados. 
• Em 1935, pelas leis de Nuremberg, ficou determinada a divisão 
da sociedade por critérios raciais: arianos puros, não arianos e 
mestiços. A cidadania era exclusiva dos arianos puros, que 
deveriam provar sua descendência até a terceira geração. Os 
judeus perderam seus direitos civis e foram proibidos de se 
casarem com alemães. 
• Após a “Noite dos Cristais” as medidas contra os judeus se 
tornaram mais repressivas ainda. Eles foram proibidos de 
exercerem profissões liberais, de manter contato com a população 
ariana, todos os seus bens e propriedades foram confiscados e 
deu-se início à transferência de judeus para os campos de 
concentração. 
A participação consciente ou inconsciente do povo alemão na 
	SEMANA 27 - H GERAL - Regimes Totalitários - MONTEIRO JR

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