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31 www.cursoanualdequimica.com – e-mail: cursodequimica@gmail.com Figura 16. Quantização do spin do elétron. Como o elétron se comporta como se fosse um “microímã” em relação ao campo magnético, somente são possíveis duas orientações do spin. Qualquer outra é proibida. Então, podemos dizer que o spin do elétron é quantizado. Quando um elétron está num orbital do átomo, a orientação do spin do elétron pode assumir qualquer um dos dois valores de ms. Observamos, experimental-mente, que os átomos de hidrogênio, cada qual com um só elétron, são paramagnéticos; num campo magnético externo, os ímãs dos elétrons se alinham com o campo –– como a agulha de uma bússola –– e sofrem uma força atrativa. No hélio, dois elétrons ocupam o mesmo orbital 1s, e podemos confirmar experimental-mente esta ocupação verificando que o hélio é diamagnético. Para explicar esta observação, admitimos que os elétrons que estão num mesmo orbital têm orientações de spin opostas; dizemos que os respectivos spins estão emparelhados. Isto significa que o campo magnético de um elétron é “cancelado” pelo campo magnético do outro elétron. Resumindo, o paramagnetismo ocorre em substâncias constituídas por íons ou átomos com elétrons desemparelhados. Os átomos em que todos os elétrons estão emparelhados com elétrons de spins opostos são diamagnéticos. Esta explicação abre o caminho para o entendimento da configuração dos átomos multieletrônicos. 3.6.3. Propriedades Magnéticas - complemento As propriedades magnéticas das espécies químicas (átomos, íons ou moléculas) estão diretamente relacionadas com as configurações eletrônicas e decorrem da interação do spin dos elétrons com o campo magnético ao qual está submetido. Nas espécies com elétrons emparelhados (orbitais cheios), as substâncias são “diamagnéticas” e não se magnetizam sob a ação do campo magnético. A condição necessária para o “paramagnetismo” (interação com o campo magnético) é a presença de orbitais com elétrons desemparelhados, ou seja, com pelo menos um orbital semipreenchido. Portanto é de se esperar que todo átomo de número atômico ímpar seja paramagnético. Num conjunto de átomos paramagnéticos, de acordo com a experiência de Stern-Gerlanch, 50% dos elétrons têm spin – ½ e os outros 50% têm spin + ½ e esta mistura de átomos se desdobra em dois feixes. Quando o paramagnetismo é muito forte e, como consequência, os átomos se mantêm magnetizados mesmo na ausência do campo, diz-se que ocorre “ferromagnetismo”; casos particulares dos metais ferro, níquel e cobalto (metais de transição externa) e os metais gadolínio e disprósio (metais de transição interna). Embora em sua grande maioria os elementos químicos sejam paramagnéticos, os compostos formados por estes, normalmente não o são, visto que muitas vezes se formam cátions isoeletrônicos de gases nobres, ou moléculas que apresentam compartilhamento (covalência) de elétrons. 32 www.cursoanualdequimica.com – e-mail: cursodequimica@gmail.com Elemento Químico Configuração do átomo Configuração do íon Sódio 11Na 1s2; 2s2; 2p6; 3s1 11Na+ 1s2; 2s2; 2p6; 3s0 Alumínio 13Al 1s2; 2s2; 2p6; 3s2; 3p1 13Al+3 1s2; 2s2; 2p6; 3s0; 3p0 Oxigênio 8O 1s2; 2s2; 2p4 8O2– 1s2; 2s2; 2p6 Observação: As moléculas são quase sempre diamagnéticas, porque em suas ligações covalentes ocorre emparelhamento dos elétrons, porém, em alguns casos, podem-se formar moléculas paramagnéticas com um número ímpar de elétrons. Exemplo: 2 NO 15 elétrons [7 8] Nitrogênio Z 7 e Oxigênio Z 8 NO 23 elétrons [7 (2x8)] 3.7. O Princípio da exclusão de Pauli Para tornar a mecânica quântica coerente com os resultados experimentais, o físico austríaco Wolfgang Pauli (1900-1958) enunciou, em 1925, o princípio da exclusão: Em um átomo, dois elétrons quaisquer não podem ter o mesmo conjunto dos quatro números quânticos (n, , m e ms). Este princípio leva a outra conclusão importante: nenhum orbital atômico pode conter mais do que dois elétrons. O orbital 1s do átomo de H tem o conjunto de números quânticos n = 1, = 0, m = 0. Não é possível outro conjunto. Se um elétron estiver neste orbital, é necessário, também, caracterizar o seu spin. Imaginemos que o orbital seja representado por uma “caixa” e o elétron, por uma seta. Uma representação da configuração eletrônica do átomo de H seria então a seguinte, onde a “seta do spin do elétron” foi arbitrariamente orientada para cima. Elétron no orbital 1s = Conjunto de números quânticos 1s n = 1, = 0, m= 0, ms= 1 2 Se num dado orbital estiver apenas um elétron, a seta do spin do elétron pode apontar para cima ou para baixo. Então, uma representação equivalente à anterior seria Elétron no orbital 1s = Conjunto de números quânticos 1s n = 1, = 0, m= 0, ms= 1 2 Os diagramas com as “caixas de orbitais” são igualmente convenientes para o átomo de H no seu estado fundamental (sem campo magnético): um elétron está no orbital 1s. Para um átomo de hélio, que tem dois elétrons, ambos os elétrons ocupam o orbital 1s. Pelo princípio de Pauli, sabemos que cada elétron deve ter um conjunto diferente de números quânticos, e então o diagrama com as caixas de orbitais é: 33 www.cursoanualdequimica.com – e-mail: cursodequimica@gmail.com Cada um dos dois elétrons no orbital 1s do átomo de He tem um conjunto diferente dos quatro números quânticos. Os primeiros três números do conjunto nos dizem que se trata de um orbital 1s. Para o quarto número só há duas escolhas, ms = 1 2 ou ms = 1 2 . Assim, o orbital 1s, e qualquer outro orbital atômico, pode ser ocupado, no máximo, por dois elétrons, e estes dois elétrons devem ter os spins com direções opostas. A consequência experimentalmente observada é o diamagnetismo do átomo de hélio. A camada de elétrons com n = 1, em qualquer átomo, pode acomodar no máximo dois elétrons. E a camada com n = 2? São n2 = 4 os orbitais na camada n = 2: um orbital s e três orbitais p (Tabela 1). Como cada orbital pode ser ocupado por dois elétrons, e não mais, o orbital 2s pode ter no máximo dois elétrons, e os três orbitais 2p acomodam até seis elétrons, o que dá oito como o número máximo de elétrons com n = 2. Esta análise estende-se às outras camadas normalmente observadas nos elementos conhecidos na Tabela 1. Tabela 1 • Número de Elétrons colocados nas Camadas e Subcamadas do átomo, com n = 1 até 6. *Estes orbitais não são ocupados no estado fundamental de qualquer elemento conhecido. Na n-ésima camada eletrônica existem n2 orbitais. Como em cada orbitaI podem existir dois elétrons, o número máximo de elétrons nessa camada é 2n2. Observe as seguintes relações: Número máximo de orbitais por nível: n2 Número máximo de elétrons por nível: 2n2 Número máximo de orbitais por subnível: (2l + 1) Número máximo de elétrons por subnível: 2.(2l + 1) = (4l + 2) A tabela a seguir mostra os quatro números quânticos e os seus significados: Camada de Elétrons (n) Subcamadas Disponíveis Orbitais Disponíveis (2 + 1) Número Possível de Elétrons na Subcamada [2(2 + 1)] Número Máximo de Elétrons na Camada n (2n2) 1 s 1 2 2 2 s 1 2 8 p 3 6 3 s 1 2 18 p 3 6 d 5 10 4 s 1 2 32 p 3 6 d 5 10 f 7 14 5 s 1 2 50 p 3 6 d 5 10 f 7 14 g* 9 18 6 s 1 2 72 p 3 6 d 5 10 f 7 14 g* 9 18 h* 11 22 34 www.cursoanualdequimica.com – e-mail: cursodequimica@gmail.com 35 www.cursoanualdequimica.com – e-mail: cursodequimica@gmail.com ESTRUTURA ATÔMICA Exercícios de Aprendizagem 1. (uece) A primitiva noção de átomo surge na Grécia antiga, a partir de Demócrito, Leucipo e Epicuro; avança até o século XX enriquecida com outras ideias que ajudaram a desenhar o modelo atômico atual. Na ColunaI, a seguir, estão listadas algumas contribuições para que se chegasse ao modelo atual de átomo e na Coluna II, os nomes de seus autores. Numere a Coluna II de acordo com a Coluna I, associando cada contribuição a seu autor. Coluna I 1. Descoberta do elétron 2. Descoberta do núcleo e da eletrosfera 3. Descoberta dos níveis de energia dos átomos 4. Princípio da incerteza 5. Regra da máxima multiplicidade Coluna II ( ) Rutherford ( ) Thomson ( ) Hund ( ) Bohr ( ) Heisenberg Assinale a opção contendo a sequência correta, de cima para baixo. (A) 1, 5, 2, 4, 3 (B) 2, 4, 1, 3, 5 (C) 2, 1, 5, 4, 3 (D) 2, 1, 5, 3, 4 2. (uece) Coube aos filósofos gregos atomistas Leucipo, Demócrito (séc. III a.C.) e, depois, Epicuro (séc. II a.C.), sugerir a existência do átomo e propor, até, uma teoria atômica. Os estudos específicos sobre o tema só foram retomados por Dalton, no século XIX. Sobre propostas de modelos atômicos, assinale o correto. (A) Rutherford propôs o primeiro modelo que descreve a estrutura quântica do átomo de hidrogênio. (B) O modelo de Thomson reduziu o átomo a um sistema solar em miniatura, considerando o núcleo como se fosse o sol e os elétrons como se fossem os planetas. (C) Segundo Planck, o átomo só emite ou absorve energia quando o elétron passa de um nível de energia para outro. (D) A dualidade onda-partícula, que é uma propriedade fundamental das partículas subatômicas, foi enunciada pelo físico Louis De Broglie. 3. (Ita) Em 1803, John Dalton propôs um modelo de teoria atômica. Considere que sobre a base conceitual desse modelo sejam feitas as seguintes afirmações: I - O átomo apresenta a configuração de uma esfera rígida. II - Os átomos caracterizam os elementos químicos e somente os átomos de um mesmo elemento são idênticos em todos os aspectos. III - As transformações químicas consistem de combinação, separação e/ou rearranjo de átomos. IV - Compostos químicos são formados de átomos de dois ou mais elementos unidos em uma razão fixa. Qual das opções a seguir se refere a todas afirmações CORRETAS? a) I e IV. b) II e III. c) II e IV d) II, III e IV. e) I, II, III e IV. 4. (Ufpe) Ao longo da história da ciência, diversos modelos atômicos foram propostos até chegarmos ao modelo atual. Com relação ao modelo atômico de Rutherford, podemos afirmar que: ( ) foi baseado em experimentos com eletrólise de soluções de sais de ouro. ( ) é um modelo nuclear que mostra o fato de a matéria ter sua massa concentrada em um pequeno núcleo. ( ) é um modelo que apresenta a matéria como sendo constituída por elétrons (partículas de carga negativa) em contato direto com prótons (partículas de carga positiva). ( ) não dá qualquer informação sobre a existência de nêutrons. ( ) foi deduzido a partir de experimentos de bombardeio de finas lâminas de um metal por partículas ‘. 5. (Ufsc) Uma das principais partículas atômicas é o elétron. Sua descoberta foi efetuada por J. J. Thomson em uma sala do Laboratório Cavendish, na Inglaterra, ao provocar descargas de elevada voltagem em gases bastante rarefeitos, contidos no interior de um tubo de vidro.
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