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Historia em movimento Vol 1-6

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A urbanização2Peter Parks/Ag
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Vivemos em um mundo cada vez mais urbanizado. Hoje, mais da metade dos 7,1 bilhões de habitantes do planeta vive em cida-des, algo bem diferente de meio século atrás, quando somente 
um terço da população do mundo era urbana. Em 1950, apenas 86 ci-
dades tinham mais de 1 milhão de habitantes. Hoje são quatrocentas e, 
de acordo com as previsões da Organização das Nações Unidas (ONU), 
até 2025 serão quinhentas. A maioria encontra-se em países pobres ou 
em desenvolvimento, como Índia, China, Bangladesh e Brasil (veja ta-
bela na página ao lado sobre o movimento populacional das maiores 
cidades do mundo).
A concentração demográfi ca nesses países acentua suas desigual-
dades econômicas e sociais. Isso se manifesta das mais diversas formas: 
falta de moradias e de saneamento básico para a população pobre, mar-
ginalidade, desemprego, prostituição infantil, violência, poluição, etc.
Entretanto, os problemas das cidades têm solução, e muitas delas 
podem estar em nossas mãos. Quando escolhemos vereadores e pre-
feitos honestos e competentes, por exemplo, colaboramos para a me-
lhoria de nossa cidade. Além disso, no nosso dia a dia podemos discutir 
os problemas da comunidade e apresentar propostas 
para sua solução em associações de bairro e outras or-
ganizações populares. Também é importante preservar 
e cuidar do patrimônio público, evitando sujar ou da-
nifi car praças, escolas, bibliotecas, etc.
Morar em cidades signifi ca, antes de tudo, saber vi-
ver em coletividades, ter respeito pelos outros e pelas re-
gras de convivência. Como veremos nesta unidade, foi 
graças à preocupação com o coletivo que, há milhares de 
anos, surgiram as primeiras cidades e as primeiras gran-
des civilizações.
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Agricultor puxa feixe de palha no município de Huzhou, na China. 
Em 2007, a população urbana mundial tornou-se maior que a 
população rural, evidenciando o crescente processo de urbanização 
das sociedades. Foto de 2011.
Tan Jin/Xinhua/Newsteam/Getty Images
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COMEÇO DE CONVERSA
1. A vida nas cidades proporciona espaços sociais e momentos de participação coletiva 
bastante diversifi cados. De que maneira você participa desses espaços sociais da sua cidade? 
Quais são os outros moradores da cidade que você encontra? Que atividades realizam?
2. Na sua opinião, quais são as cinco maiores qualidades da sua cidade? E os cinco grandes 
problemas? Aponte possíveis soluções para eles.
População*
26,615
15,880
10,690
9,844
9,614
8,926
8,745
8,558
7,888
7,623
19,040
19,028
18,978
18,845
15,926
14,987
14,787
13,485
12,795
26,385
22,498
22,015
21,428
21,009
20,628
20,560
19,412
19,095
(* em milhões de habitantes)
CIDADES MAIS POPULOSAS
Cidade
Tóquio 
Nova York
Cidade do México
Osaka-Kobe
São Paulo
Los Angeles
Buenos Aires
Paris
Calcutá
Moscou
Posição
1º
2º
3º
4º
5º
6º
7º
8º
9º
10º
10º
1º1º
4º
5º
8º
9º
5º
7º
6º6
3º
2º
País
Japão
EUA
México
Japão
Brasil
EUA
Argentina
França
Índia
Fed. Russa 
1975
Cidade
Tóquio
Nova York
Cidade do México
Mumbai
São Paulo
Nova Délhi
Xangai
Calcutá
Daca
Buenos Aires 
Posição
1º
2º
3º
4º
5º
6º
7º
8º
9º
10º
10º
1º
4º
10º
5º
8º
9º
1º
7º
44º
8º
9º
º
6º3º
2º
10º 1º
2º
5º
8º
4º
1º
9º
10
2
10º10
2º
8º
4º
º
º
3º6º
7º
País
Japão
EUA
México
Índia
Brasil
Índia
China
Índia
Bangladesh
Argentina 
2007
Cidade
Tóquio
Mumbai
Nova Délhi
Daca
São Paulo
Cidade do México 
Nova York
Calcutá
Xangai
Karachi 
Posição
1º
2º
3º
4º
5º
6º
7º
8º
9º
10º
País
Japão
Índia
Índia
Bangladesh
Brasil
México
EUA
Índia
China
Paquistão 
2025
35,676
36,400
Vista de Xangai 
na extensão do rio 
Huangpu. Foto de 
janeiro de 2011.
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Fonte: UNITED NATIONS. Department of Economic and Social Affairs. Population Division (2008). 
World Urbanization Prospects. The 2007 Revision. Highlights, United Nations Working Paper n. ESA/P/WP/205.
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Em 2007 ocorreu um fato inédito na história 
da humanidade: pela primeira vez, o número de 
habitantes das cidades igualou-se ao das áreas 
rurais. Antes, a porcentagem de pessoas que 
viviam no campo era maior. Para ter uma ideia, 
em 1950 apenas 29% da população mundial 
residia nas cidades. Segundo previsões da 
Organização das Nações Unidas (ONU), em 2030 
essa proporção chegará a 60%.
Viver em cidades é algo que o ser humano 
faz há mais de 10 mil anos. As primeiras entre 
elas eram na verdade pequenas aldeias que 
cresceram pouco a pouco. Foram erguidas 
na região do Mediterrâneo oriental e na 
Mesopotâmia, localizada entre os rios Tigre e 
Mohammed Ameen/Reuters/Latinstock
Povos da Mesopotâmia
Capítulo 4
Objetivos do capítulo
 n Apresentar os principais aspectos do processo 
de organização e desenvolvimento das 
sociedades mesopotâmicas.
 n Explicitar o conceito de cidade-Estado.
 n Explicar o surgimento da escrita em diferentes 
lugares, com destaque para a escrita cuneiforme.
 n Apresentar algumas características sociais, 
políticas e econômicas dos principais povos 
que se estabeleceram em diferentes períodos 
na Mesopotâmia, assim como as inovações 
tecnológicas introduzidas por eles.
O Museu Metropolitano 
de Arte de Nova York 
abriga em seu acervo estas 
esculturas, retiradas da 
região do atual Iraque. 
No passado, elas 
adornavam a porta de 
entrada do palácio de 
Assurbanipal II, governante 
da Assíria entre 884 a.C. e 
859 a.C. Foto de 2012.
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Eufrates, no Oriente Médio. Aí viveram diversos 
povos, como os sumérios, os assírios e os hititas 
(veja o mapa na página a seguir). 
Neste capítulo conheceremos alguns desses 
povos e o rico legado deixado por eles, entre os 
quais a invenção da escrita.
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37Povos da Mesopotâmia Capítulo 4
As cidades-Estado
A Mesopotâmia fazia parte de uma região 
onde hoje se encontram o Iraque, o Kuwait, a Síria 
e o sul da Turquia, no Oriente Médio (veja o mapa 
abaixo). No passado, ela formava com o Egito um 
arco semelhante à lua em quarto crescente. Devido 
a isso, e também à qualidade de suas terras, ótimas 
para a agricultura, esse arco ficou conhecido como 
Crescente Fértil.
Mesopotâmia é uma palavra de origem grega, 
que significa “entre rios”. Esse território foi assim 
chamado por se localizar em um vale entre dois gran-
des cursos de água: os rios Tigre e Eufrates. O terri-
tório que no passado era conhecido como Mesopo-
tâmia é formado basicamente por uma planície ora 
desértica, ora pantanosa, com temperaturas que po-
dem chegar a 50 graus à sombra. Foi aí que, há mi-
lhares de anos, povos como os sumérios, acadianos, 
hititas, babilônios, assírios e caldeus se fixaram em al-
deias e passaram a viver da agricultura.
Algumas dessas aldeias cresceram pouco a pou-
co e, por volta de 4000 a.C., haviam se transformado 
em cidades autossuficientes e autogovernadas. Em 
muitas delas, os governantes passaram a controlar, 
além do poder político, também o religioso.
A autoridade desses soberanos, contudo, ficava 
quase sempre restrita à sua cidade. É por isso que os 
historiadores caracterizam tais centros urbanos como 
cidades-Estado.
1 A civilização suméria
Os sumérios foram os primeiros povos a se es-
tabelecer na Mesopotâmia. Estudos arqueológicos 
e linguísticos indicam que eles teriam vindo da Ásia 
centro-ocidental e se fixado no extremo sul da Me-
sopotâmia por volta de 4 000 a.C. Aí, a ação dos rios 
Tigre e Eufrates ao longo dos séculos deixara o solo 
ideal para a agricultura (veja a seção Eu também pos-
so participar). Algumas das cidades mais antigas do 
mundo foram erguidas nessa região.
Com o crescimento da população e a diversifica-
ção das atividades, surgiam novos ofícios – como os 
de comerciante, cesteiro, pastor, marceneiro, etc. Es-
sas atividades eram administradaspor funcionários a 
serviço do governante. Para isso, cuidavam da conta-
bilidade, ou seja, do controle sobre as operações co-
merciais e sobre os tributos. Eles criaram formas de 
notação que, por volta de 4000 a.C., levaram à in-
venção da escrita cuneiforme (veja adiante o boxe A 
escrita na Mesopotâmia).
A partir do ano 3000 a.C., diversas cidades se 
constituíram no sul da Mesopotâmia, entre elas Eridu, 
Ur, Nippur e Uruk (veja o mapa abaixo). Todas eram 
pequenos Estados autônomos governados pelo patesi, 
líder político, religioso e militar, uma espécie de rei.
Além de terem inventado um tipo de escrita, os 
sumérios foram responsáveis por importantes con-
quistas da humanidade, como a invenção do arado 
de cobre, o uso da força animal na agricultura e a 
construção de diques e canais para levar água a re-
giões distantes dos rios.
Eles estabeleceram tam-
bém a divisão do ano em 12 
meses, da hora em 60 minu-
tos e do círculo em 360 graus; 
criaram o mais antigo siste-
ma numérico da História, com 
base em sessenta símbolos, e 
um calendário formado por 
meses lunares de 28 dias, que 
lhes permitia prever com bas-
tante exatidão o melhor mo-
mento de semear e colher. 
Atribui-se a eles, ainda, a in-
venção do vidro e da roda.
2
A MESOPOTÂMIA NA ANTIGUIDADE
35º
38ºTURQUIA
Chipre
JORDÂNIA
ARÁBIA
SAUDITA
ISRAEL
EGITO
LÍBANO
KUWAIT
I R Ã
SÍRIA
IRAQUE
MEDOS
ASSÍRIOS
BABILÔNIOS
CALDEUS
Ur
Uruk
Nippur
Babilônia
Assur
Nínive
Eridu
SUMÉRIOS
PERSAS
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Golfo
Pérsico
Mar
Cáspio
Região aproximada da Mesopotâmia
Limites atuais
Rio Eufrates
Rio T
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0 270
QUILÔMETROS
ESCALA
540
Fonte: GRAND atlas historique. 
Paris: Larousse, 2006.
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38 Unidade 2 A urbanização
Água: fonte da vida em perigo
Os rios desempenharam papel fundamen-
tal no surgimento das primeiras civilizações. 
Além de serem utilizados para o transporte de 
pessoas e mercadorias, eles asseguravam a so-
brevivência da população ao garantir o abaste-
cimento de peixes e água potável. Na região da 
Mesopotâmia e do Egito, quando os rios trans-
bordavam, as águas fertilizavam suas margens, 
proporcionando assim um solo ideal para a prá-
tica da agricultura.
As enchentes, porém, ao mesmo tempo que 
deixavam o solo bom para o plantio, podiam pro-
vocar prejuízos, alagando casas e destruindo plan-
tações. Diante desses problemas, a população 
teve de se organizar e construir coletivamente di-
ques e canais para conter as inundações e irrigar 
as terras cultiváveis. Os sumérios, por exemplo, 
conseguiram transformar diversas regiões do de-
serto em áreas férteis desviando a água de alguns 
rios da Mesopotâmia, entre eles o Eufrates.
Passados muitos séculos, a água continua 
sendo essencial para a vida na Terra. Mas a 
água potável é um recurso natural finito. De toda 
a água existente no mundo, somente 2,5% são 
constituídos por água doce (os outros 97,5% são 
de água salgada, imprópria para o consumo). 
Desse percentual, apenas 0,3% correspondem a 
rios e lagos. O restante da água doce se encon-
tra em lençóis freáticos, geleiras ou coberturas 
de neve permanente. Assim, de toda a água que 
existe no mundo, apenas uma pequena fração 
está disponível para o consumo humano.
Fatores como a poluição, a urbanização e a 
industrialização descontroladas, o desperdício e 
a distribuição desigual transformaram a água em 
recurso escasso e não renovável. Hoje, de cada 
cinco pessoas no mundo, uma sofre algum tipo 
de problema resultante da escassez de água. 
Reverter esse processo é um dos grandes de-
safios de nosso tempo. Evitar uma crise mundial 
de abastecimento e assegurar o acesso à água 
tanto para as gerações do presente quanto para 
as do futuro são ações que não dependem só do 
poder público, mas também das empresas e das 
pessoas em geral. Para evitar essa crise anuncia-
da, algumas medidas simples podem ser adota-
das no dia a dia:
• O vaso sanitário é responsável por um terço 
de toda a água consumida nas residências. 
Usá-lo como lixeira ou acionar a descarga 
sem necessidade gera consumo desnecessá-
rio de água. Os vazamentos também produ-
zem grande desperdício de água.
• Escovar os dentes, fazer a barba ou ensaboar as 
mãos com a torneira aberta consome em média 
11 litros de água. Com a torneira fechada gasta-
-se somente meio litro.
• Algumas medidas ajudam a diminuir o consu-
mo de água durante o banho: ligar o chuveiro 
apenas quando estiver sem roupa, desligá-lo 
enquanto se ensaboa e não tomar banhos com 
mais de 10 minutos de duração.
• A água da máquina de lavar roupas pode ser 
reutilizada para lavar o chão ou o quintal. E var-
rer o quintal e a calçada antes de lavá-los ajuda 
a economizar água. 
• Usar regadores ou baldes para regar plantas e jar-
dins ou para lavar o carro gasta menos água do 
que fazer essas atividades com uma mangueira.
Até 1960, a grande extensão de areia escura que aparece 
na foto esteve coberta pelas águas do mar (ou lago) de 
Aral, entre as repúblicas do Casaquistão e do Usbequistão, 
que faziam parte da ex-União Soviética. O mar de Aral era, 
por essa época, alimentado por dois rios que atravessam a 
região. A partir de 1960, o governo da então União Soviética 
começou a desviar as águas desses rios para projetos de 
irrigação. Passadas algumas décadas, o grande lago perdeu 
80% de sua superfície e boa parte dele se transformou em 
um deserto, como mostra esta foto de 1990.
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Eu também posso participar
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39Povos da Mesopotâmia Capítulo 4
Diálogos
A Organização das Nações Unidas (ONU) re-
comenda que cada habitante consuma no má-
ximo 110 litros de água por dia. Em grupo, faça 
uma pesquisa sobre a média de consumo de 
água de sua casa. Traga a última conta de água 
recebida e calcule o consumo médio diário de 
sua família. Compare com o consumo de seus 
colegas de grupo e, juntos, produzam um gráfi co 
com os seguintes dados: média de consumo das 
famílias; residências que estão de acordo com a 
recomendação da ONU; economia (em porcen-
tagem) que deve ser feita para que as famílias 
consumam de acordo com as recomendações.
O Primeiro Império Mesopotâmico3
A escrita foi inventada várias vezes em diversos 
lugares e em épocas diferentes. A suméria foi tal-
vez a primeira delas, embora os chineses já tives-
sem rudimentos de escrita por volta de 7000 a.C. Na 
América, os pioneiros foram os olmecas, cuja escri-
ta data de 900 a.C.
Na sociedade suméria, a escrita começou a sur-
gir durante o quarto milênio antes de Cristo. Nes-
sa época, os templos e palácios eram o centro da 
sociedade. Era ali que se armazenava a produção 
agrícola e se pagavam os tributos. Tudo isso exi-
gia registros, inventários e controles contábeis. Ini-
cialmente, eram feitos em placas de argila úmida, 
nas quais um funcionário, utilizando uma haste de 
bambu, imprimia desenhos representando aquilo 
que precisava ser registrado: a cabeça de um boi, 
porcos, jumentos, etc. Cozidas ao sol, as placas de 
barro endureciam e podiam ser guardadas.
Cerca de quinhentos anos depois, esse sistema 
de notação foi substituído por marcas em forma de 
cunha – daí a expressão “escrita cuneiforme” – feitas 
com estilete na argila úmida. Ao mesmo tempo, os 
desenhos – logogramas, termo que significa ‘sinais 
representativos de palavras’ – tornaram-se cada vez 
mais abstratos, passando a representar sílabas.
Adaptado de: MAN, John. A História do alfabeto. 
Rio de Janeiro: Ediouro, 2002. p. 38-42.
De olho no mundo
Na Mesopotâmia, a es-
crita nasceu como resultado 
da necessidade de admi-
nistrar as cidades. Reúna-
-se com outros colegas e, 
juntos, discutam as funções 
e usos da escrita em nossa 
sociedade. Depois, façam 
três desenhos sem pala-
vras, que representem es-
ses usos, e os apresentem à 
classe em um painel. A clas-
se terá quedescobrir o sig-
nifi cado de cada desenho.
A escrita na Mesopotâmia
Babilônia e seu império
Com o declínio do império fundado por Sar-
gão, destacou-se na Mesopotâmia a cidade da Babi-
lônia, habitada pelos amoritas, povo originário do de-
serto da Arábia. A expansão da cidade teve início 
por volta de 1800 a.C. Entre 1792 a.C. e 1750 a.C., 
um dos reis babilônicos, Hamurabi, unificou toda a re-
4 gião. Dessa unificação surgiu o Primeiro Império Babilô-nico (1800-1600 a.C.), cujos domínios iam da Assíria, no 
norte, à Caldeia, no sul (reveja o mapa da página 37).
Hamurabi passou a nomear governadores, unifi-
cou a língua e a religião e determinou que os vários 
mitos populares fossem fundidos em um único poe-
ma – a Epopeia de Marduk –, que era lido em todas 
as festas do reino. Além disso, reuniu as diversas leis e 
sentenças pronunciadas no império e unificou-as no 
Réplica de tablete 
cuneiforme em língua 
semítica da região de 
Ebla, na atual Síria, 
de cerca de 1650 a.C.
Peter Horree/Alamy/Other Images
Enquanto os sumérios dominavam o sul, a região 
central da Mesopotâmia era ocupada por povos de 
origem semita, como assírios e acadianos. A partir 
de 2350 a.C., o rei da cidade de Acad, Sargão, uni-
ficou sob seu governo não só as cidades do centro, 
mas também as do sul. Nascia assim o Primeiro Impé-
rio Mesopotâmico. Por volta de 2100 a.C., enfraque-
cido por revoltas internas, esse império foi destruído 
por povos inimigos.
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40 Unidade 2 A urbanização
Hititas e assírios
Após a morte de Hamurabi, o Império Babilôni-
co sofreu algumas invasões, até se desintegrar em 
1600 a.C. Nessa época, os hititas, povo originário da 
Anatólia (na atual Turquia), passaram a ter a supre-
macia territorial e política na Mesopotâmia.
Entre as inovações introduzidas por esse povo, des-
tacam-se a metalurgia do ferro no fabrico de armas e a 
utilização de carros de guerra com rodas de aros, que 
tornavam esses veículos mais fáceis de manobrar. Por 
volta de 1200 a.C., os hititas foram dominados pelos 
5
Centros urbanos da América
Na época em que os sumérios 
erguiam cidades como Ur e Uruk, 
na Mesopotâmia, começava a se 
desenvolver no continente hoje 
conhecido como América uma so-
ciedade igualmente complexa. Ela 
se estabeleceu nos vales do Nor-
te Chico, região do Peru atual, a 
cerca de 200 quilômetros de Lima, 
cidade construída 5 500 anos mais 
tarde e hoje capital peruana.
Código de Hamurabi, um 
dos mais antigos corpos 
de leis de todos os tempos 
(veja a imagem).
Ruínas de um templo de pedra da antiga cidade de Caral, em foto de 2008. 
Fundada por volta de 2600 a.C., Caral ficava na região hoje conhecida como 
Norte Chico, no Peru atual.
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Estela de basalto na qual está 
inscrito o Código de Hamurabi, rei 
que governou o Primeiro Império 
Babilônico entre 1792 a.C. e 
1750 a.C. Está localizada no 
Museu do Louvre, em Paris 
(França). O código representa 
uma das primeiras tentativas do 
ser humano de estabelecer leis 
escritas válidas e obrigatórias para 
todos os integrantes da sociedade. 
Na parte superior da pedra, 
Hamurabi presta homenagem ao 
deus Sol Shamash.
assírios, povo que vivia no norte da Mesopotâmia. Co-
meçava assim o Império Assírio (1200-612 a.C.).
Os assírios foram o primeiro povo a constituir um 
exército disciplinado. Seu império chegou ao fim em 
612 a.C., quando os babilônios destruíram Nínive, 
sua capital.
O Segundo Império Babilônico
Com o fim do Império Assírio, os babilônios re-
cuperaram o poder na Mesopotâmia. Esse período fi-
cou conhecido como Segundo Império Babilônico 
(612-539 a.C.). Um de seus reis, Nabucodonosor 
(604-562 a.C.), expandiu as fronteiras da Mesopotâ-
mia e conquistou Jerusalém. Após sua morte, o Impé-
rio Babilônico entrou em decadência, até que, em 
539 a.C., a região foi conquistada pelos persas.
6
Relevo assírio da região de Nimrud, de 725 a.C., mostrando 
cavaleiros e cavalos da carruagem real.
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