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34 A urbanização2Peter Parks/Ag ên ci a Fr an ce -P re ss e Vivemos em um mundo cada vez mais urbanizado. Hoje, mais da metade dos 7,1 bilhões de habitantes do planeta vive em cida-des, algo bem diferente de meio século atrás, quando somente um terço da população do mundo era urbana. Em 1950, apenas 86 ci- dades tinham mais de 1 milhão de habitantes. Hoje são quatrocentas e, de acordo com as previsões da Organização das Nações Unidas (ONU), até 2025 serão quinhentas. A maioria encontra-se em países pobres ou em desenvolvimento, como Índia, China, Bangladesh e Brasil (veja ta- bela na página ao lado sobre o movimento populacional das maiores cidades do mundo). A concentração demográfi ca nesses países acentua suas desigual- dades econômicas e sociais. Isso se manifesta das mais diversas formas: falta de moradias e de saneamento básico para a população pobre, mar- ginalidade, desemprego, prostituição infantil, violência, poluição, etc. Entretanto, os problemas das cidades têm solução, e muitas delas podem estar em nossas mãos. Quando escolhemos vereadores e pre- feitos honestos e competentes, por exemplo, colaboramos para a me- lhoria de nossa cidade. Além disso, no nosso dia a dia podemos discutir os problemas da comunidade e apresentar propostas para sua solução em associações de bairro e outras or- ganizações populares. Também é importante preservar e cuidar do patrimônio público, evitando sujar ou da- nifi car praças, escolas, bibliotecas, etc. Morar em cidades signifi ca, antes de tudo, saber vi- ver em coletividades, ter respeito pelos outros e pelas re- gras de convivência. Como veremos nesta unidade, foi graças à preocupação com o coletivo que, há milhares de anos, surgiram as primeiras cidades e as primeiras gran- des civilizações. U n id a d e Agricultor puxa feixe de palha no município de Huzhou, na China. Em 2007, a população urbana mundial tornou-se maior que a população rural, evidenciando o crescente processo de urbanização das sociedades. Foto de 2011. Tan Jin/Xinhua/Newsteam/Getty Images HMOV_v1_PNLD2015_034a041_U02_C04.indd 34 3/6/13 10:44 AM 35 COMEÇO DE CONVERSA 1. A vida nas cidades proporciona espaços sociais e momentos de participação coletiva bastante diversifi cados. De que maneira você participa desses espaços sociais da sua cidade? Quais são os outros moradores da cidade que você encontra? Que atividades realizam? 2. Na sua opinião, quais são as cinco maiores qualidades da sua cidade? E os cinco grandes problemas? Aponte possíveis soluções para eles. População* 26,615 15,880 10,690 9,844 9,614 8,926 8,745 8,558 7,888 7,623 19,040 19,028 18,978 18,845 15,926 14,987 14,787 13,485 12,795 26,385 22,498 22,015 21,428 21,009 20,628 20,560 19,412 19,095 (* em milhões de habitantes) CIDADES MAIS POPULOSAS Cidade Tóquio Nova York Cidade do México Osaka-Kobe São Paulo Los Angeles Buenos Aires Paris Calcutá Moscou Posição 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 10º 1º1º 4º 5º 8º 9º 5º 7º 6º6 3º 2º País Japão EUA México Japão Brasil EUA Argentina França Índia Fed. Russa 1975 Cidade Tóquio Nova York Cidade do México Mumbai São Paulo Nova Délhi Xangai Calcutá Daca Buenos Aires Posição 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 10º 1º 4º 10º 5º 8º 9º 1º 7º 44º 8º 9º º 6º3º 2º 10º 1º 2º 5º 8º 4º 1º 9º 10 2 10º10 2º 8º 4º º º 3º6º 7º País Japão EUA México Índia Brasil Índia China Índia Bangladesh Argentina 2007 Cidade Tóquio Mumbai Nova Délhi Daca São Paulo Cidade do México Nova York Calcutá Xangai Karachi Posição 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º País Japão Índia Índia Bangladesh Brasil México EUA Índia China Paquistão 2025 35,676 36,400 Vista de Xangai na extensão do rio Huangpu. Foto de janeiro de 2011. A le x A rg o zi n o /A rq u iv o d a ed it o ra Fonte: UNITED NATIONS. Department of Economic and Social Affairs. Population Division (2008). World Urbanization Prospects. The 2007 Revision. Highlights, United Nations Working Paper n. ESA/P/WP/205. HMOV_v1_PNLD2015_034a041_U02_C04.indd 35 3/6/13 10:44 AM 36 Em 2007 ocorreu um fato inédito na história da humanidade: pela primeira vez, o número de habitantes das cidades igualou-se ao das áreas rurais. Antes, a porcentagem de pessoas que viviam no campo era maior. Para ter uma ideia, em 1950 apenas 29% da população mundial residia nas cidades. Segundo previsões da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2030 essa proporção chegará a 60%. Viver em cidades é algo que o ser humano faz há mais de 10 mil anos. As primeiras entre elas eram na verdade pequenas aldeias que cresceram pouco a pouco. Foram erguidas na região do Mediterrâneo oriental e na Mesopotâmia, localizada entre os rios Tigre e Mohammed Ameen/Reuters/Latinstock Povos da Mesopotâmia Capítulo 4 Objetivos do capítulo n Apresentar os principais aspectos do processo de organização e desenvolvimento das sociedades mesopotâmicas. n Explicitar o conceito de cidade-Estado. n Explicar o surgimento da escrita em diferentes lugares, com destaque para a escrita cuneiforme. n Apresentar algumas características sociais, políticas e econômicas dos principais povos que se estabeleceram em diferentes períodos na Mesopotâmia, assim como as inovações tecnológicas introduzidas por eles. O Museu Metropolitano de Arte de Nova York abriga em seu acervo estas esculturas, retiradas da região do atual Iraque. No passado, elas adornavam a porta de entrada do palácio de Assurbanipal II, governante da Assíria entre 884 a.C. e 859 a.C. Foto de 2012. Pe te r H o rr ee /A la m y/ O th er Im ag es Eufrates, no Oriente Médio. Aí viveram diversos povos, como os sumérios, os assírios e os hititas (veja o mapa na página a seguir). Neste capítulo conheceremos alguns desses povos e o rico legado deixado por eles, entre os quais a invenção da escrita. HMOV_v1_PNLD2015_034a041_U02_C04.indd 36 3/6/13 10:44 AM 37Povos da Mesopotâmia Capítulo 4 As cidades-Estado A Mesopotâmia fazia parte de uma região onde hoje se encontram o Iraque, o Kuwait, a Síria e o sul da Turquia, no Oriente Médio (veja o mapa abaixo). No passado, ela formava com o Egito um arco semelhante à lua em quarto crescente. Devido a isso, e também à qualidade de suas terras, ótimas para a agricultura, esse arco ficou conhecido como Crescente Fértil. Mesopotâmia é uma palavra de origem grega, que significa “entre rios”. Esse território foi assim chamado por se localizar em um vale entre dois gran- des cursos de água: os rios Tigre e Eufrates. O terri- tório que no passado era conhecido como Mesopo- tâmia é formado basicamente por uma planície ora desértica, ora pantanosa, com temperaturas que po- dem chegar a 50 graus à sombra. Foi aí que, há mi- lhares de anos, povos como os sumérios, acadianos, hititas, babilônios, assírios e caldeus se fixaram em al- deias e passaram a viver da agricultura. Algumas dessas aldeias cresceram pouco a pou- co e, por volta de 4000 a.C., haviam se transformado em cidades autossuficientes e autogovernadas. Em muitas delas, os governantes passaram a controlar, além do poder político, também o religioso. A autoridade desses soberanos, contudo, ficava quase sempre restrita à sua cidade. É por isso que os historiadores caracterizam tais centros urbanos como cidades-Estado. 1 A civilização suméria Os sumérios foram os primeiros povos a se es- tabelecer na Mesopotâmia. Estudos arqueológicos e linguísticos indicam que eles teriam vindo da Ásia centro-ocidental e se fixado no extremo sul da Me- sopotâmia por volta de 4 000 a.C. Aí, a ação dos rios Tigre e Eufrates ao longo dos séculos deixara o solo ideal para a agricultura (veja a seção Eu também pos- so participar). Algumas das cidades mais antigas do mundo foram erguidas nessa região. Com o crescimento da população e a diversifica- ção das atividades, surgiam novos ofícios – como os de comerciante, cesteiro, pastor, marceneiro, etc. Es- sas atividades eram administradaspor funcionários a serviço do governante. Para isso, cuidavam da conta- bilidade, ou seja, do controle sobre as operações co- merciais e sobre os tributos. Eles criaram formas de notação que, por volta de 4000 a.C., levaram à in- venção da escrita cuneiforme (veja adiante o boxe A escrita na Mesopotâmia). A partir do ano 3000 a.C., diversas cidades se constituíram no sul da Mesopotâmia, entre elas Eridu, Ur, Nippur e Uruk (veja o mapa abaixo). Todas eram pequenos Estados autônomos governados pelo patesi, líder político, religioso e militar, uma espécie de rei. Além de terem inventado um tipo de escrita, os sumérios foram responsáveis por importantes con- quistas da humanidade, como a invenção do arado de cobre, o uso da força animal na agricultura e a construção de diques e canais para levar água a re- giões distantes dos rios. Eles estabeleceram tam- bém a divisão do ano em 12 meses, da hora em 60 minu- tos e do círculo em 360 graus; criaram o mais antigo siste- ma numérico da História, com base em sessenta símbolos, e um calendário formado por meses lunares de 28 dias, que lhes permitia prever com bas- tante exatidão o melhor mo- mento de semear e colher. Atribui-se a eles, ainda, a in- venção do vidro e da roda. 2 A MESOPOTÂMIA NA ANTIGUIDADE 35º 38ºTURQUIA Chipre JORDÂNIA ARÁBIA SAUDITA ISRAEL EGITO LÍBANO KUWAIT I R Ã SÍRIA IRAQUE MEDOS ASSÍRIOS BABILÔNIOS CALDEUS Ur Uruk Nippur Babilônia Assur Nínive Eridu SUMÉRIOS PERSAS M a r M e d i t e r r â n e o R io N ilo M ar Verm elho Golfo Pérsico Mar Cáspio Região aproximada da Mesopotâmia Limites atuais Rio Eufrates Rio T igre 0 270 QUILÔMETROS ESCALA 540 Fonte: GRAND atlas historique. Paris: Larousse, 2006. HMOV_v1_PNLD2015_034a041_U02_C04.indd 37 3/6/13 10:44 AM 38 Unidade 2 A urbanização Água: fonte da vida em perigo Os rios desempenharam papel fundamen- tal no surgimento das primeiras civilizações. Além de serem utilizados para o transporte de pessoas e mercadorias, eles asseguravam a so- brevivência da população ao garantir o abaste- cimento de peixes e água potável. Na região da Mesopotâmia e do Egito, quando os rios trans- bordavam, as águas fertilizavam suas margens, proporcionando assim um solo ideal para a prá- tica da agricultura. As enchentes, porém, ao mesmo tempo que deixavam o solo bom para o plantio, podiam pro- vocar prejuízos, alagando casas e destruindo plan- tações. Diante desses problemas, a população teve de se organizar e construir coletivamente di- ques e canais para conter as inundações e irrigar as terras cultiváveis. Os sumérios, por exemplo, conseguiram transformar diversas regiões do de- serto em áreas férteis desviando a água de alguns rios da Mesopotâmia, entre eles o Eufrates. Passados muitos séculos, a água continua sendo essencial para a vida na Terra. Mas a água potável é um recurso natural finito. De toda a água existente no mundo, somente 2,5% são constituídos por água doce (os outros 97,5% são de água salgada, imprópria para o consumo). Desse percentual, apenas 0,3% correspondem a rios e lagos. O restante da água doce se encon- tra em lençóis freáticos, geleiras ou coberturas de neve permanente. Assim, de toda a água que existe no mundo, apenas uma pequena fração está disponível para o consumo humano. Fatores como a poluição, a urbanização e a industrialização descontroladas, o desperdício e a distribuição desigual transformaram a água em recurso escasso e não renovável. Hoje, de cada cinco pessoas no mundo, uma sofre algum tipo de problema resultante da escassez de água. Reverter esse processo é um dos grandes de- safios de nosso tempo. Evitar uma crise mundial de abastecimento e assegurar o acesso à água tanto para as gerações do presente quanto para as do futuro são ações que não dependem só do poder público, mas também das empresas e das pessoas em geral. Para evitar essa crise anuncia- da, algumas medidas simples podem ser adota- das no dia a dia: • O vaso sanitário é responsável por um terço de toda a água consumida nas residências. Usá-lo como lixeira ou acionar a descarga sem necessidade gera consumo desnecessá- rio de água. Os vazamentos também produ- zem grande desperdício de água. • Escovar os dentes, fazer a barba ou ensaboar as mãos com a torneira aberta consome em média 11 litros de água. Com a torneira fechada gasta- -se somente meio litro. • Algumas medidas ajudam a diminuir o consu- mo de água durante o banho: ligar o chuveiro apenas quando estiver sem roupa, desligá-lo enquanto se ensaboa e não tomar banhos com mais de 10 minutos de duração. • A água da máquina de lavar roupas pode ser reutilizada para lavar o chão ou o quintal. E var- rer o quintal e a calçada antes de lavá-los ajuda a economizar água. • Usar regadores ou baldes para regar plantas e jar- dins ou para lavar o carro gasta menos água do que fazer essas atividades com uma mangueira. Até 1960, a grande extensão de areia escura que aparece na foto esteve coberta pelas águas do mar (ou lago) de Aral, entre as repúblicas do Casaquistão e do Usbequistão, que faziam parte da ex-União Soviética. O mar de Aral era, por essa época, alimentado por dois rios que atravessam a região. A partir de 1960, o governo da então União Soviética começou a desviar as águas desses rios para projetos de irrigação. Passadas algumas décadas, o grande lago perdeu 80% de sua superfície e boa parte dele se transformou em um deserto, como mostra esta foto de 1990. D av id T u rn le y/ C o rb is /L at in st o ck Eu também posso participar HMOV_v1_PNLD2015_034a041_U02_C04.indd 38 3/6/13 10:44 AM 39Povos da Mesopotâmia Capítulo 4 Diálogos A Organização das Nações Unidas (ONU) re- comenda que cada habitante consuma no má- ximo 110 litros de água por dia. Em grupo, faça uma pesquisa sobre a média de consumo de água de sua casa. Traga a última conta de água recebida e calcule o consumo médio diário de sua família. Compare com o consumo de seus colegas de grupo e, juntos, produzam um gráfi co com os seguintes dados: média de consumo das famílias; residências que estão de acordo com a recomendação da ONU; economia (em porcen- tagem) que deve ser feita para que as famílias consumam de acordo com as recomendações. O Primeiro Império Mesopotâmico3 A escrita foi inventada várias vezes em diversos lugares e em épocas diferentes. A suméria foi tal- vez a primeira delas, embora os chineses já tives- sem rudimentos de escrita por volta de 7000 a.C. Na América, os pioneiros foram os olmecas, cuja escri- ta data de 900 a.C. Na sociedade suméria, a escrita começou a sur- gir durante o quarto milênio antes de Cristo. Nes- sa época, os templos e palácios eram o centro da sociedade. Era ali que se armazenava a produção agrícola e se pagavam os tributos. Tudo isso exi- gia registros, inventários e controles contábeis. Ini- cialmente, eram feitos em placas de argila úmida, nas quais um funcionário, utilizando uma haste de bambu, imprimia desenhos representando aquilo que precisava ser registrado: a cabeça de um boi, porcos, jumentos, etc. Cozidas ao sol, as placas de barro endureciam e podiam ser guardadas. Cerca de quinhentos anos depois, esse sistema de notação foi substituído por marcas em forma de cunha – daí a expressão “escrita cuneiforme” – feitas com estilete na argila úmida. Ao mesmo tempo, os desenhos – logogramas, termo que significa ‘sinais representativos de palavras’ – tornaram-se cada vez mais abstratos, passando a representar sílabas. Adaptado de: MAN, John. A História do alfabeto. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002. p. 38-42. De olho no mundo Na Mesopotâmia, a es- crita nasceu como resultado da necessidade de admi- nistrar as cidades. Reúna- -se com outros colegas e, juntos, discutam as funções e usos da escrita em nossa sociedade. Depois, façam três desenhos sem pala- vras, que representem es- ses usos, e os apresentem à classe em um painel. A clas- se terá quedescobrir o sig- nifi cado de cada desenho. A escrita na Mesopotâmia Babilônia e seu império Com o declínio do império fundado por Sar- gão, destacou-se na Mesopotâmia a cidade da Babi- lônia, habitada pelos amoritas, povo originário do de- serto da Arábia. A expansão da cidade teve início por volta de 1800 a.C. Entre 1792 a.C. e 1750 a.C., um dos reis babilônicos, Hamurabi, unificou toda a re- 4 gião. Dessa unificação surgiu o Primeiro Império Babilô-nico (1800-1600 a.C.), cujos domínios iam da Assíria, no norte, à Caldeia, no sul (reveja o mapa da página 37). Hamurabi passou a nomear governadores, unifi- cou a língua e a religião e determinou que os vários mitos populares fossem fundidos em um único poe- ma – a Epopeia de Marduk –, que era lido em todas as festas do reino. Além disso, reuniu as diversas leis e sentenças pronunciadas no império e unificou-as no Réplica de tablete cuneiforme em língua semítica da região de Ebla, na atual Síria, de cerca de 1650 a.C. Peter Horree/Alamy/Other Images Enquanto os sumérios dominavam o sul, a região central da Mesopotâmia era ocupada por povos de origem semita, como assírios e acadianos. A partir de 2350 a.C., o rei da cidade de Acad, Sargão, uni- ficou sob seu governo não só as cidades do centro, mas também as do sul. Nascia assim o Primeiro Impé- rio Mesopotâmico. Por volta de 2100 a.C., enfraque- cido por revoltas internas, esse império foi destruído por povos inimigos. HMOV_v1_PNLD2015_034a041_U02_C04.indd 39 3/6/13 10:44 AM 40 Unidade 2 A urbanização Hititas e assírios Após a morte de Hamurabi, o Império Babilôni- co sofreu algumas invasões, até se desintegrar em 1600 a.C. Nessa época, os hititas, povo originário da Anatólia (na atual Turquia), passaram a ter a supre- macia territorial e política na Mesopotâmia. Entre as inovações introduzidas por esse povo, des- tacam-se a metalurgia do ferro no fabrico de armas e a utilização de carros de guerra com rodas de aros, que tornavam esses veículos mais fáceis de manobrar. Por volta de 1200 a.C., os hititas foram dominados pelos 5 Centros urbanos da América Na época em que os sumérios erguiam cidades como Ur e Uruk, na Mesopotâmia, começava a se desenvolver no continente hoje conhecido como América uma so- ciedade igualmente complexa. Ela se estabeleceu nos vales do Nor- te Chico, região do Peru atual, a cerca de 200 quilômetros de Lima, cidade construída 5 500 anos mais tarde e hoje capital peruana. Código de Hamurabi, um dos mais antigos corpos de leis de todos os tempos (veja a imagem). Ruínas de um templo de pedra da antiga cidade de Caral, em foto de 2008. Fundada por volta de 2600 a.C., Caral ficava na região hoje conhecida como Norte Chico, no Peru atual. E n ri q u e C as tr o -M en d iv il/ R eu te rs /L at in st o ck E ri ch L es si n g /A lb u m A rt /L at in st o ck ¡sso...Enquanto S te ve V id le r/ A la m y/ O th er Im ag es Estela de basalto na qual está inscrito o Código de Hamurabi, rei que governou o Primeiro Império Babilônico entre 1792 a.C. e 1750 a.C. Está localizada no Museu do Louvre, em Paris (França). O código representa uma das primeiras tentativas do ser humano de estabelecer leis escritas válidas e obrigatórias para todos os integrantes da sociedade. Na parte superior da pedra, Hamurabi presta homenagem ao deus Sol Shamash. assírios, povo que vivia no norte da Mesopotâmia. Co- meçava assim o Império Assírio (1200-612 a.C.). Os assírios foram o primeiro povo a constituir um exército disciplinado. Seu império chegou ao fim em 612 a.C., quando os babilônios destruíram Nínive, sua capital. O Segundo Império Babilônico Com o fim do Império Assírio, os babilônios re- cuperaram o poder na Mesopotâmia. Esse período fi- cou conhecido como Segundo Império Babilônico (612-539 a.C.). Um de seus reis, Nabucodonosor (604-562 a.C.), expandiu as fronteiras da Mesopotâ- mia e conquistou Jerusalém. Após sua morte, o Impé- rio Babilônico entrou em decadência, até que, em 539 a.C., a região foi conquistada pelos persas. 6 Relevo assírio da região de Nimrud, de 725 a.C., mostrando cavaleiros e cavalos da carruagem real. HMOV_v1_PNLD2015_034a041_U02_C04.indd 40 3/6/13 10:44 AM
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