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Historia em movimento Vol 1-7

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41Povos da Mesopotâmia Capítulo 4
Nos arredores de quatro rios existentes na re-
gião surgiram pelo menos 25 cidades, algumas si-
tuadas no interior do continente, outras nas proxi-
midades do oceano Pacífico. A mais antiga delas 
é Huaricanga, fundada por volta de 3500 a.C. Ela 
é considerada o primeiro centro urbano da Amé-
rica. Outras cidades de Norte Chico estão tam-
bém entre as mais antigas do mundo: Caballete 
(fundada por volta de 3100 a.C), Porvenir e Upaca 
(2700 a.C.) e Caral (2600 a.C.).
A população de Norte Chico contava com um 
sistema de irrigação usado para o cultivo de frutas e 
legumes. Entre outros produtos cultivados estava o 
algodão, usado na fabricação de tecidos e de redes 
empregadas nas atividades pesqueiras. Os morado-
res de Norte Chico também fizeram grandes cons-
truções, como prédios de até 26 metros de altura, 
praças circulares e pirâmides. A partir de 1800 a.C. 
essa civilização entrou em decadência.
Sua opinião
Algumas sociedades organizaram-se em torno 
da vida urbana e outras não. Na sua opinião, quais 
as principais vantagens e desvantagens das socie-
dades urbanizadas?
Mundo virtual
 n Museu do Louvre – Página com fotos dos objetos da Mesopotâmia existentes em seu acervo (site em inglês). 
Disponível em: <http://tinyurl.com/8k5zmeq>. Acesso em: 4 out. 2012.
1. Com base nas informações e no mapa do capítu-
lo, explique onde se localizava e que povos habi-
tavam a Mesopotâmia.
2. As primeiras cidades da Mesopotâmia formaram-
-se por volta de 4000 a.C. Por que os historiado-
res costumam chamá-las de “cidades-Estado”?
3. Os sumérios foram os primeiros povos a se esta-
belecer no extremo sul da Mesopotâmia, por vol-
ta de 4000 a.C. Com os conhecimentos que você 
já tem, escreva um texto relatando como essa so-
ciedade se desenvolveu.
4. Que tipo de organização política substituiu as ci-
dades-Estado na região mesopotâmica?
5. A Mesopotâmia foi dominada por diversos povos 
durante a Antiguidade. Reproduza no seu cader-
no a tabela a seguir, ampliando o número de li-
nhas. Depois, preencha as colunas, indicando os 
principais povos que dominaram a região. Regis-
tre também suas principais características e o pe-
ríodo de dominação.
6. Os sumérios inventaram registros escritos por 
volta de 4000 a.C., com o objetivo de controlar 
determinadas atividades que se realizavam nos 
templos e palácios. Descreva essas atividades e 
explique como os sumérios criaram, posterior-
mente, a escrita “cuneiforme”.
7. O que foi o Código de Hamurabi?
Período Império Características
Organizando AS IDEIAS
Desde o início das primeiras cidades até os dias 
atuais, a urbanização se transformou profundamente. 
Em dupla, retome o texto de abertura desta unidade 
e refl ita sobre os motivos que levaram as pessoas a 
viver nas cidades na Antiguidade. Pense também nos 
motivos que levam a maioria das pessoas a viver nas 
cidades atualmente. Escreva uma redação (individual 
ou em dupla) e apresente-a ao professor.
Hora DE REFLETIR
HMOV_v1_PNLD2015_034a041_U02_C04.indd 41 3/6/13 10:44 AM
42
As pirâmides fazem parte da paisagem 
do Egito e são um símbolo do país. As mais 
famosas são as chamadas pirâmides de Gizé, 
construídas há mais de 4 mil anos e localizadas 
nas proximidades da atual capital egípcia, Cairo. 
Porém, elas não são as únicas. Em todo o Egito 
são conhecidas mais de 130 pirâmides e, graças 
aos avanços tecnológicos, os arqueólogos 
continuam descobrindo novas.
Usando imagens de satélites com raios 
infravermelhos, uma equipe de arqueólogos 
da Universidade de Alabama, nos Estados 
Unidos, encontrou em Saqqara, a cerca de 30 
quilômetros do Cairo, dezessete pirâmides de 
mais de 3 mil anos soterradas sob areia e lama. 
A descoberta ocorreu em 2011, e, próximo das 
pirâmides, os arqueólogos encontraram mais de 
George Holton/Photo Researchers/Latinstock
Na terra dos faraós
Capítulo 5
Objetivos do capítulo
  Abordar aspectos do processo de formação do 
Egito antigo.
  Explicar o papel do faraó na sociedade egípcia.
  Analisar aspectos da sociedade, da religião, da 
cultura e do conhecimento científico do Egito 
antigo.
  Compreender as ações coletivas na formação 
dos primeiros núcleos urbanos.
mil túmulos e cerca de 3 mil habitações milenares 
também soterradas. As construções pertenciam 
à cidade de Tanis, fundada no século XII a.C. e 
abandonada no século VI.
As escavações na região já começaram e 
podem trazer muitas informações sobre a antiga 
civilização egípcia, que teve início no norte da 
África há mais de 5 mil anos, e cujas realizações 
ainda hoje nos impressionam e surpreendem.
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Pirâmide escalonada 
de Saqqara, no Egito. 
Foto de fevereiro 
de 2009.
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43Na terra dos faraós Capítulo 5
No norte da África
Localizado no norte da África, o Egito tem seu 
território quase todo ocupado pelo deserto do Saara. 
Por isso, a maior parte de sua população encontra-se 
nas margens e no delta do rio Nilo, que atravessa o 
país de sul a norte. Essa ocupação é basicamente a 
mesma há quase 8 mil anos.
As águas do Nilo transbordam de seu leito todos 
os anos entre junho e outubro, em razão das chuvas 
tropicais na nascente do rio. O húmus trazido pelas 
enchentes torna o solo da região excelente para a 
agricultura. Durante milhares de anos, a população 
que aí vivia aprendeu a drenar terrenos, construir di-
ques e canais e a erguer suas habitações e celeiros em 
locais elevados, longe das águas.
Com o passar dos séculos, esse trabalho comu-
nitário organizado propiciou excedentes agrícolas 
e fez com que os pequenos núcleos populacionais 
1 evoluíssem para povoados e vilas com maior estru-tura. Cada uma dessas aldeias passou a ser conheci-da como nomos, e seu chefe como nomarca.
Grande parte da população dos nomos era for-
mada por agricultores – os felás –, que com o li-
nho faziam roupas e velas de barcos e com a ceva-
da produziam cerveja. O rio era o principal sistema 
de comunicação e de transporte. Para essa popula-
ção, somente a ação dos deuses explicava o privilé-
gio de morar em uma terra de abundância rodeada 
por áreas de seca e fome.
A unificação do Egito
Os nomarcas mais eficientes na tarefa de ga-
rantir a alimentação de suas comunidades passa-
ram a personificar os deuses protetores dos nomos. 
Assim, gradativamente, o poder político e adminis-
trativo dos nomos se fundiu ao poder religioso.
Ao mesmo tempo, os go-
vernantes mais destacados co-
meçaram a incorporar novos 
territórios a seus nomos, trans-
formando a região em uma 
área de diversos pequenos “rei-
nos”. Por volta de 3500 a.C., 
os nomos foram unificados 
em dois reinos: o do delta e 
o do vale do Nilo – chamados 
de Baixo Egito e Alto Egito, 
respectivamente (veja o mapa 
ao lado).
Cerca de trezentos anos 
depois, um rei do vale do 
Nilo chamado Menés (tam-
bém conhecido como Nar-
mer, Men ou Meni) conquis-
tou a região do delta. Pela 
primeira vez, alguém foi co-
roado faraó do Egito, ou seja, 
um misto de monarca e che-
fe religioso. O símbolo de seu 
poder era uma coroa dupla 
nas cores branca e vermelha, 
que representava a união das 
duas regiões em um único e 
centralizado império.
2
O ANTIGO EGITO
O EGITO HOJE
ÁSIA
EUROPA
EGITO
Cairo
Á F R I C A
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
ÍNDICO
M
ar Verm
elho
Mar Mediterrâneo 
Trópico de Câncer
Equador
Trópico de Capricórnio
Mar
Mediterrâneo
Heliópolis
M
ar Verm
elho 
Tânis Mar
Morto
Gizé
Heracleópolis
PALESTINA 
(CANAÃ)
Akhetaton 
(El Amarna)
FENÍCIA 
Tínis
NÚBIA
Kumma
DESERTO
DA ARÁBIA
DESERTO 
DA LÍBIA
Saís
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Jo
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ão
 
Rio Tigre 
Rio Eufrates 
Mênfis
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io N
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Tebas
Chipre
Biblos
Sídon
Tiro
Jerusalém
Gaza
Monte
Sinai
1ª- catarata
2ª- catarata
3ª- catarata
4ª- catarata
Vale dos Reis
Vale das Rainhas
Baixo Egito
Alto Egito
Terras férteis
Região conquistada no 
Novo Império
Extensão máximado Novo
Império (1580 a 525 a.C.)
Pirâmides
MESOPOTÂM
IA 
LEGENDA Trópico de Câncer
35º
0 184
QUILÔMETROS
ESCALA
368
Adaptado de: WORLD History Atlas: Mapping the Human Journey. 
London: Dorling Kindersley, 2005.
HMOV_v1_PNLD2015_042a047_U02_C05.indd 43 3/6/13 10:43 AM
44 Unidade 2 A urbanização
O poder do faraó
Para os egípcios, o faraó era um deus e símbolo 
da sabedoria. O que o faraó aprovava era considera-
do justo; o Mal era tudo o que ele condenava. Como 
líder religioso, era o principal intermediário entre as 
pessoas e os deuses. Embora existissem sacerdotes 
e sacerdotisas, era o faraó quem, preferencialmente, 
deveria conduzir os rituais e as orações nos templos. 
Para governar, recebia a ajuda dos nomarcas e dos es-
cribas (funcionários). Assessorado pelos chefes milita-
res, liderava a defesa do território.
Os faraós governaram o Egito por mais de 3 mil 
anos, em uma sucessão de dinastias.
A escrita egípcia teria surgido, segundo os es-
tudiosos, na época da unificação do território. Cha-
mada de hieroglífica, consistia no uso de símbolos 
– ideogramas – para representar palavras: os hie-
róglifos. Assim, o desenho de um olho significava 
“olho”. Com o tempo, os hieróglifos passaram a de-
signar também os sons das palavras, os fonogra-
mas. Por exemplo, para escrever o nome do deus 
Osíris – Wosiri, em egípcio antigo –, eles desenha-
vam um trono, Wos em egípcio, e um olho, que era 
iri. E, para ninguém pensar que significava o “olho 
do trono”, em geral desenhavam ao lado uma ban-
deirola, emblema que designava um deus.
Quase simultaneamente ao desenvolvimen-
to dos hieróglifos, foi criada também uma escri-
ta cursiva, mais simples, chamada hierática. Por 
meio dela, grande parte dos textos literários, jurí-
dicos e administrativos do Egito chegou até nós. 
Posteriormente, a escrita foi simplificada ainda 
mais, surgindo assim a escrita demótica.
Fontes: GOMBRICH, Ernst. Breve história do mundo. 
São Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 31; VERCOUTTER, Jean. 
O Egito antigo. São Paulo: Difel, 1974. p. 27-29.
As três escritas egípcias
Faraó
Sacerdotes/nobreza
Burocratas Militares
Camponeses/artesãos
Escravos
Embora os pequenos artesãos estivessem na base da pirâmide 
social do antigo Egito, juntamente com os camponeses e os 
escravos, aqueles que se sobressaíam por suas qualidades 
artísticas assumiam um status superior. Representação de 
mulher egípcia sendo vestida por suas criadas em pintura 
mural de Tebas (1420 a.C.).
Exemplo de escrita hieroglífica, encontrada na tumba do 
general Horemheb, que se tornou faraó egípcio no 
século XIV a.C. Foto de 2005.
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A sociedade egípcia
A sociedade egípcia era rigidamente estratificada, 
ou seja, estava dividida em grupos sociais fortemente 
separados entre si. No topo da pirâmide social estavam 
o faraó*, considerado filho do deus Amon-Rá, e seus 
familiares. A seguir, vinham sucessi-
vamente os sacerdotes, a nobreza, 
os escribas e os soldados. Na base 
estavam os camponeses e artesãos 
– abaixo deles, só os escravos (veja 
ilustração a seguir).
3
* Veja o filme 
Ramsés, o 
maior faraó do 
Egito, Discovery 
Channel, 2004.
BibleLandPictures/Alamy/Other Images
HMOV_v1_PNLD2015_042a047_U02_C05.indd 44 3/6/13 10:43 AM
45Na terra dos faraós Capítulo 5
Poucas cidades do antigo Egito sobreviveram ao 
tempo e às cheias do Nilo. Mas sabe-se que as mo-
radias mais modestas eram de junco ou madeira e 
geralmente contavam com pouco mobiliário. Uma 
pequena peça funcionava como sala de estar e dava 
diretamente para a rua. Tinham também banheiro 
com lavatório separado, uma sala principal com um 
pequeno altar, onde eram recebidas as visitas, quar-
to, cozinha e uma escada que levava ao telhado, 
sempre plano, onde à noite os moradores se refu-
giavam do calor. As pessoas de melhores condições 
viviam em residências de tijolos de adobe, uma mis-
tura de barro, areia e palha.
A crença na imortalidade
A religiosidade foi um dos aspectos mais mar-
cantes da sociedade egípcia. Das diversas divinda-
4
O processo de mumificação desenvolvido pe-
los egípcios incluía a desidratação do cadáver e a 
aplicação de betume, substância destinada a con-
servar o corpo. Durante a Antiguidade, esse pro-
duto também era empregado em outras regiões 
no tratamento de cortes e fraturas.
Aliando esse possível poder de cura do betu-
me com os mistérios e magias que envolviam as 
múmias, a partir da Idade Média médicos euro-
peus passaram a prescrever o uso de carne mu-
mificada no tratamento de várias doenças. Como 
consequência, muitas tumbas egípcias foram 
saqueadas e traficantes pas-
saram a exportar pedaços 
de múmias secas ou em pó 
para o Ocidente. Francisco I 
(1494-1547), rei da França, por 
exemplo, tinha sempre con-
sigo um suprimento de carne 
mumificada para o caso de se 
ferir nas caçadas.
Adaptado de: JOHNSON, Paul. 
História ilustrada do Egito antigo. 
Rio de Janeiro: Ediouro, 2002. 
p. 224-227, 360-361.
As múmias
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Cabeça mumificada de cerca de 
1300 a.C., encontrada no Egito.
Faz parte do acervo do Museu de 
Ciências de Londres, Inglaterra. 
Foto de 2009.
des existentes, a mais importante era Amon (ou 
Amon-Rá), rei dos deuses e criador de todas as coi-
sas, que se identificava com o Sol.
A crença na imortalidade fez com que os 
egípcios encarassem a morte como um grande 
acontecimento. As tumbas dos faraós continham 
pinturas que retratavam passagens de sua vida e 
de seu governo, com a intenção de mostrar aos 
deuses como eles foram bons para seu povo. Era 
comum um faraó ser enterrado com familiares e 
funcionários, que iriam acompanhá-lo e servi-lo 
na vida eterna. No túmulo do faraó Uadji, que vi-
veu há cerca de 5 mil anos, foram encontrados 
outros 335 corpos.
Para os egípcios, o conceito de “viver após a 
morte” implicava a permanência física do corpo. Por 
essa razão, eles desenvolveram e aperfeiçoaram a 
prática da mumificação (veja o boxe a seguir).
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46 Unidade 2 A urbanização
A serviço dos deuses 
e do faraó
Impregnada de religiosidade e de sentimento 
hierárquico, a arte servia aos deuses e aos faraós. As-
sim, as obras mais importantes da arquitetura egíp-
cia foram os templos e as pirâmides (túmulos dos fa-
raós). No que se refere à pintura e à escultura, havia 
normas rígidas para representar os deuses, os faraós 
e as pessoas da elite: as cenas eram retratadas sem 
perspectiva; as figuras apareciam com a cabeça, as 
pernas e os pés de perfil, enquanto os olhos e o tron-
co eram mostrados de frente (veja a imagem abaixo). 
Essa rigidez diminuía na representação de funcioná-
rios (os escribas) e de pessoas dos grupos sociais bai-
xos, que eram retratados de modo mais realista (veja 
a imagem da página 44).
O saber egípcio
Por sua prática na construção de diques e re-
presas, os egípcios alcançaram grande desenvol-
5
6
vimento em engenharia hidráulica. Seus tecelões 
eram hábeis na produção de tecidos e linhas e seus 
artesãos dominavam a técnica da fabricação de ob-
jetos de vidro. Na área de transporte, construíam 
embarcações de variados tipos e tamanhos, tanto 
fluviais como marítimas.
Conhecedores da anatomia humana, os egíp-
cios obtiveram grandes avanços na medicina, usan-
do até mesmo anestesia em operações cirúrgicas. 
Seus astrônomos criaram diferentes calendários, 
como o que conferiu ao ano a duração de 365 dias 
e seis horas. Mais tarde, esse calendário foi adota-
do, com modificações, pelo imperador romano Jú-
lio César. Reformado pelo papa Gregório XIII, no 
século XVI, constitui a base do calendário que uti-
lizamos até hoje.
Os cuidados com o corpo
Os egípcios eram elegantes e se cuidavam bas-
tante, mas isso não se devia apenas aos padrões es-
téticos da época. Trabalhos arqueológicos recen-
tes e pesquisas científicas em diversas áreas – como 
química,física, biologia e medicina – têm mostrado 
que muito daquilo que se apresenta como 
vaidade eram, de fato, cuidados especiais 
para prevenir os rigores do clima ou sinô-
nimo de vida e alimentação equilibradas.
Tomografias e autópsias feitas em 
múmias revelam que, graças ao fato de 
ingerirem pouco açúcar, os egípcios pra-
ticamente não tinham cáries. Os óleo s 
perfumados com os quais untavam o 
corpo evitavam o ressecamento da pele. 
Já a sombra nos olhos era resultado da 
malaquita, pedra verde pulverizada e 
aplicada nas pálpebras para neutralizar a 
luz excessiva do Sol e agir como desinfe-
tante contra doenças da vista transmiti-
das por moscas.
Pessoa da nobreza egípcia trajando um vestido 
de pele de leopardo que deixa um ombro e um 
braço descobertos. 
Na imagem ao lado, o tronco é mostrado de 
frente, enquanto a cabeça e as pernas são 
representadas de perfil. 
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47Na terra dos faraós Capítulo 5
Mundo virtual
  Museu do Louvre – Página com fotos de peças do antigo Egito existentes em seu acervo (site em inglês). 
Disponível em: <http://tinyurl.com/8jgtqtz>. Acesso em: 4 out. 2012. 
  Museu Calouste Gulbenkian – Site de Lisboa sobre o antigo Egito. 
Disponível em: <http://tinyurl.com/6au6vqz >. Acesso em: 4 out. 2012.
1. Por que há 8 mil anos a ocupação humana do ter-
ritório egípcio se concentra na mesma região, em 
torno das margens e no delta do rio Nilo?
2. Tendo em vista o que você já estudou sobre a for-
mação das primeiras aglomerações humanas, ex-
plique a seguinte afi rmação: “Com o passar dos 
séculos, o trabalho comunitário propiciou exce-
dentes agrícolas e transformou pequenos núcleos 
populacionais em povoados”. Essa afi rmação se 
aplica também à sociedade egípcia?
3. As aldeias no Egito antigo eram conhecidas como 
nomos e cada uma delas era chefi ada por um líder, 
o nomarca. Como se realizou a unifi cação dessas al-
deias num único império, sob a liderança do faraó?
4. Com base no esquema da pirâmide social da pá-
gina 44, descreva como estava organizada a so-
ciedade egípcia antiga.
5. Por que podemos afi rmar que a estrutura social 
e a base alimentar da sociedade egípcia depen-
diam do rio Nilo?
6. No Egito antigo, o faraó era um líder prati-
camente incontestável. Admirado e respeita-
do por todos, ele deveria ser obedecido sem 
questionamentos. Quais eram as fontes de po-
der do faraó?
7. Faça um resumo de algumas das mais importan-
tes descobertas egípcias no campo do conheci-
mento e da produção artesanal.
Organizando AS IDEIAS
A fundação e o desenvolvimento de uma cida-
de envolvem ações coletivas e um intenso esforço 
de grupos humanos para criar condições adequa-
das de habitação, trabalho e lazer. Sob a orientação 
do professor, faça uma pesquisa em grupo sobre o 
surgimento de sua cidade.
Não se limite a identificar os nomes dos fun-
dadores. Procure compreender em que época 
ela surgiu, quais foram os principais desafios 
da coletividade e que interesses motivaram sua 
fundação e seu povoamento (trabalho, ativida-
des econômicas, clima, localização geográfica 
podem ter sido alguns desses motivos). Registre 
o resultado da pesquisa em fotos, desenhos e 
textos escritos. Monte um painel e apresente-o 
à classe.
Hora DE REFLETIR
A medicina chinesa
Por volta de 2700 a.C., na época em que os egíp-
cios construíam as grandes pirâmides e seus médicos 
se especializavam na mumificação de corpos, na Chi-
na os sábios afirmavam que as doenças tinham como 
causa o desequilíbrio do organismo humano. O trata-
mento ideal, prescreviam eles, deveria ser feito, prin-
cipalmente, por meio de ervas e da acupuntura, téc-
nica utilizada ainda hoje e que consiste em espetar 
finíssimas agulhas em pontos específicos do corpo.
Ancient Art-Architecture Collection/Topfoto/Keystone
Escultura do século 
XVII, época em que 
a China esteve sob 
a dinastia Ming, 
representando um 
corpo humano 
com suas linhas 
meridianas e 
os pontos de 
acupuntura da 
medicina tradicional 
chinesa.
¡sso...Enquanto
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