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127O Brasil sob Getúlio Vargas Capítulo 10 1. Existe alguma diferença entre a foto 1 e as outras duas? Em caso afirmativo, qual seria essa diferença? Com base em seus conhecimentos, levante uma hipótese para explicar a diferença. 2. Faça uma análise da organização da foto, independentemente das mudanças produzidas pela fotomon- tagem. Considere a disposição física das pessoas e o objetivo do evento. 3. Em sua opinião, práticas semelhantes a essa ainda são comuns no Brasil? À direita, a mesma fotografia publicada no jornal Vida Bancária, do Sindicato dos Bancários de São Paulo, em junho de 1931. A rq u iv o d o S in d ic a to d o s B a n c á ri o s d e S ã o P a u lo /A rq u iv o d a e d it o ra Fonte: ALVES, Marcelo. Fotografia em “preto e branco”. In: IOKOI, Zilda (Org.). História e linguagens. São Paulo: Humanitas/FFLCH-USP, 2002. Foto 3 Mundo virtual n 1932: a guerra paulista – Exposição sobre a Revolução Constitucionalista de 1932, no site do Arquivo do Estado de São Paulo. Disponível em: <www.arquivoestado.sp.gov.br/exposicao_1932/exposicao.php>. Acesso em: 28 jan. 2013. n Estado Novo – Exposição virtual sobre o Estado Novo no site do Arquivo Nacional. Disponível em: <http://goo.gl/rXudG>. Acesso em: 28 jan. 2013. n Nas ondas do rádio – Exposição virtual sobre a Era do Rádio no site do Arquivo Nacional. Disponível em: <http://goo.gl/BFZVG>. Acesso em: 28 jan. 2013. Hora de ReFLeTiR Durante o Estado Novo, o Departamento de Im- prensa e Propaganda (DIP) controlava as informa- ções veiculadas pela imprensa e por outros meios de comunicação. Atualmente, não existe mais esse tipo de censura política. Entretanto, alguns analis- tas falam de “censura econômica”, que seria pro- movida pelos grandes anunciantes. São estes que, com seus anúncios e outras peças de propaganda, dão lucro aos meios de comunicação: jornais, re- vistas, emissoras de rádio e televisão. Juntamente com seu grupo de colegas, reflita sobre isso, tendo em mente a seguinte questão: As corporações que pagam a publicidade dos meios de comunicação influenciam ou interferem na divulgação de notí- cias ou na escolha da programação a ser exibida pela televisão ou difundida pelas rádios? O gru- po deve escolher alguns exemplos, trazê-los para a sala de aula e mostrá-los à classe. HMOV_v3_PNLD2015_114a127_U02_C10.indd 127 4/25/13 3:30 PM 128 E s a – E u ro p e a n S p a c e A g e n c y /A rq u iv o d a e d it o ra Cosmo Condina/The Image Bank/Getty Images Observe a imagem abaixo. Nela vemos a Terra flutuando no espaço e cercada por uma grande quantidade de pontos claros. Esses pontos são, em sua maioria, restos de satélites enviados ao espaço pelo ser humano. Sem utilização nos dias de hoje, eles configuram o chamado lixo espacial. De acordo com a Nasa, no curso dos últimos cinquenta anos, cerca de 6 mil satélites foram colocados na órbita da Terra. Desse total, apenas 800 ainda se encontram em atividade. Os demais (ou o que restou deles, depois de explosões voluntárias ou involuntárias) se tornaram sucata espacial. Também fazem parte do lixo espacial restos de foguetes que explodiram durante suas missões no espaço, ferramentas e até mesmo fezes e urina congelada dos astronautas. Todo esse lixo que gira em torno do planeta, além de poluir o espaço, ainda põe em risco futuras missões espaciais, uma vez que pode colidir com foguetes, provocando sérias avarias. A poluição do espaço sideral é algo recente. Começou na década de 1950, quando os governos da União Soviética e dos Estados Unidos desenvolveram programas visando à utilização do espaço para fins científicos e comerciais. Como veremos neste capítulo, essa época foi marcada por uma intensa polarização política e ideológica entre o mundo capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e o mundo comunista, à frente do qual estava a União Soviética. Essa tensão, conhecida como Guerra Fria, só terminaria em 1991, com o fim da União Soviética. Capítulo 11 A Guerra Fria Objetivos do capítulo n Compreender o significado do termo Guerra Fria e relacioná-lo com o período de tensão política extrema entre os blocos comunista e capitalista, no período de 1947 a 1991. n Compreender as implicações da polarização político-ideológica no cotidiano das pessoas, com a instauração de métodos de cerceamento das liberdades individuais, como o macarthismo nos Estados Unidos e a construção do Muro de Berlim, na Alemanha. n Perceber a consolidação das duas superpotências – Estados Unidos e União Soviética – e a interferência direta de ambas sobre diversos países durante a Guerra Fria. n Entender a importância político-ideológica da corrida espacial e dos avanços tecnológicos dos armamentos nucleares. n Refletir, tanto em relação ao passado como ao presente, sobre o poder de influência dos meios de comunicação de massa. Representação artística do lixo espacial em torno da Terra em 2008. Setenta por cento dos objetos catalogados encontram-se no máximo a 2 mil quilômetros acima da superfície terrestre. Segundo a agência espacial norte-americana, Nasa, entre 2008 e 2009 a quantidade de lixo espacial aumentou cerca de 20%. HMOV_v3_PNLD2015_128a139_U02_C11.indd 128 4/25/13 3:30 PM 129A Guerra Fria Capítulo 11 as superpotências Quando a Segunda Guerra Mundial terminou, em 1945, Inglaterra, França, Alemanha, Itália e Japão encontravam-se arrasados. Nos anos sucessivos, até mesmo as potências vencedoras (Inglaterra e França) entrariam em um período de decadência geopolítica, perdendo parte de seus impérios na África e na Ásia, onde irromperam movimentos de emancipação na- cional (veja o capítulo 13). Ao mesmo tempo, os Estados Unidos e a União Soviética se firmaram como potências hegemônicas, com suas respectivas esferas de influência: o bloco capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e o bloco socialista, sob o controle da União Soviética (veja o mapa abaixo). Da mesma forma que a Primeira Guerra, a Se- gunda Guerra Mundial também foi lucrativa para os Estados Unidos. Em primeiro lugar porque seu territó- rio (com exceção de Pearl Harbor, no Havaí) nada so- freu com o conflito; em se- gundo lugar porque, com o esforço de guerra, sua produção industrial dupli- cou entre 1939 e 1945. Essa expansão foi acompa- nhada de grandes avanços tecnológicos e científicos. Expressão disso foi o bre- ve monopólio norte-ame- ricano da bomba atômica. Com ela, os Estados Uni- dos não tinham rivais no campo militar. Amparado nesse po- derio bélico, financeiro e tec- nológico, o governo norte- -americano pretendia assu- mir o papel de líder mundial e construir uma nova ordem em todo o planeta. Ambição semelhan- te, contudo, era alimenta- da também pelos líderes da União Soviética. Duran- te as conferências de Yalta e Potsdam (releia o capítulo 10), Stalin havia consegui- do definir o Leste Europeu, ISLÂNDIA IRLANDA REINO UNIDO PORTUGAL ESPANHA FRANÇA PAÍSES BAIXOS BÉLGICA REP. DEM. ALEMÃ REP. FED. DA ALEMANHA POLÔNIA SUÍÇA ÁUSTRIA ITÁLIA ROMÊNIA BULGÁRIA IUGOSLÁVIA ALBÂNIA HUNGRIA GRÉCIA TURQUIA UNIÃO SOVIÉTICA LUXEMBURGO DINAMARCA NORUEGA SUÉCIA FINLÂNDIA Mar Negro OCEANO ATLÂNTICO Mar do Norte M a r M e d i t e r r â n e o M ar B ál ti co TCHECOSLOVÁQUIA União Soviética Países do Leste Europeu Europa ocidental Bloco comunista 45º N 5º L LEGENDA Zonas de inFluÊnCia na euroPa aPÓs a seGunda Guerra mundial Fonte: GRAND atlas historique. Paris: Larousse, 2006. 0 400 QUILÔMETROS ESCALA 800 ocupado em grande parte pelo Exército Vermelho, como área de influência soviética formando com ele o bloco comunista. Esse bloco surgiu ao final na Segunda Guerra, quando o Exército Vermelho, tendo vencido os alemães em território soviético, marchou em direção à Alema- nha.No caminho, libertou do jugo nazista a maioria dos países do Leste e do Centro da Europa, ocupando- -os militarmente. Mais tarde, foram instalados nesses países governos controlados pelos comunistas. Liderado pela URSS, o bloco comunista era com- posto da Polônia, Tchecoslováquia, Hungria, Romê- nia, Bulgária, Albânia e da antiga Alemanha Orien- tal. Havia ainda a Iugoslávia, cuja libertação fora obra da Resistência sob o comando do comunista Josip Broz Tito, e não do Exército Vermelho. Esse país adotou um modelo socialis- ta mais flexível do que o soviéti- co, assimilado pelos outros paí- ses do Leste Europeu. Em 1948, Tito rompeu* com Stalin. * Veja o filme Quando papai saiu em viagem de negócios, de Emir Kusturica, 1985. HMOV_v3_PNLD2015_128a139_U02_C11.indd 129 4/25/13 3:30 PM 130 Unidade 2 Meios de comunicação de massa a polarização ideológica Para o governo dos Estados Unidos, a expansão do regime comunista punha em risco a democracia e a livre-iniciativa. Já para os soviéticos, o aumento da influência norte-americana sobre outras nações do planeta era o típico exemplo de ação imperialista e um perigo para o sucesso da revolução socialista. Nessa guerra ideológica, a propaganda foi uma das armas mais utilizadas pelos dois blocos (veja o boxe Guerra publicitária). O macarthismo Em março de 1947, o presidente norte-ameri- cano Harry Truman fez um pronunciamento no qual declarava que os Estados Unidos deveriam “ajudar 2 os povos livres” a lutar contra “movimentos agressi- vos que buscam impor-lhes regimes totalitários”. Era uma clara alusão à União Soviética. Para muitos histo- riadores, o discurso deu início à Guerra Fria. O discurso fazia parte da Doutrina Truman, que consistia em oferecer sustentação econômica, políti- ca e militar aos países ocidentais, de modo a criar for- ças de contenção do comunismo. Assim, também em 1947, o governo norte-americano anunciou o Plano Marshall de ajuda à Europa. Tratava-se de um programa que previa a apli- cação, durante quatro anos (1948-1952), de 14 bi- lhões de dólares no esforço de reconstrução das principais economias capitalistas europeias. Foram beneficiados a Inglaterra, a França, a Alemanha Oci- dental (país que seria criado em 1949, com a divi- são da Alemanha), a Itália e outros países, mas não a União Soviética. Guerra publicitária No mundo ocidental, os capitalistas procura- vam mostrar que do seu lado a vida era brilhante. As facilidades tecnológicas estavam ao alcance de todos. Os cidadãos comuns possuíam carros e bens de consumo, tinham liberdade de opinião e de ir e vir. Segundo a propaganda ocidental, a vida no lado socialista, retratada em diversos filmes de Hollywood, era triste e sem brilho, controlada pela polícia política e pelo Partido Comunista. No mundo socialista, as imagens mostravam exatamente o contrário. A vida no socialismo era alegre e tranquila. Os trabalhadores não precisa- vam se preocupar com emprego, educação e mo- radia. Tudo era garantido pelo Estado. A cada dia, novas conquistas tecnológicas, especialmente na área militar e espacial, mostravam a superiorida- de do socialismo. A propaganda comunista revela- va, ainda, um mundo ocidental decadente e indivi- dualista, onde o capitalismo reservava para alguns uma vida confortável e para a maioria uma situação de miséria, privações e desemprego. Adaptado de: <www.tvcultura.com.br/aloescola/historia/ guerrafria/guerra1/descricaopanoramica2.htm>. Acesso em: 24 fev. 2010. Cartaz da URSS no pós-Segunda Guerra Mundial com os dizeres: “União Soviética, 1946 – Viva a nossa pátria soviética”. Ao retratar uma criança sorridente no colo da mãe, também sorridente, e com a bandeira do país, o cartaz adota um tom ufanista e otimista em relação ao futuro da sociedade soviética. A lb u m /A k g -I m a g e s /L a ti n s to ck Capa de revista estadunidense de história em quadrinhos com propaganda anticomunista. “Assim será o amanhã?”, diz o título. Embaixo, o subtítulo acrescenta: “Os Estados Unidos sob o comunismo”. C a te ch e ti c a l G u il d /A rq u iv o d a e d it o ra HMOV_v3_PNLD2015_128a139_U02_C11.indd 130 4/25/13 3:30 PM 131A Guerra Fria Capítulo 11 O temor à “subversão comunista” dentro do próprio país levou o governo norte-americano a criar, em 1947, a Central Intelligency Agency, CIA, serviço secreto de inteligência com autorização para interferir em assuntos internos de outros países. Dois anos mais tarde, os norte-americanos lidera- ram a criação da Organização do Tratado do Atlân- tico Norte, Otan, aliança militar formada na época por doze países capitalistas, entre os quais a Ingla- terra e a França. Em 1950, o senador Joseph McCarthy assumiu a liderança do Comitê de Atividades Antiamerica- nas, criado para identificar e punir pessoas suspei- tas de envolvimento com o comunismo. McCarthy deu início então a uma in- tensa campanha de intimi- dação contra intelectuais, líderes trabalhistas e fun- cionários do governo acu- sados de “esquerdismo”. Tal campanha ficou conhe- cida como macarthismo*. Um dos principais alvos dessa perseguição foi a indústria cinematográfica de Hollywood. Os membros do Comitê consideravam Hollywood como “foco de comunismo”, uma vez que muitos de seus profissionais já haviam manifestado inclina- ções de esquerda. Um grande número de diretores, atores e rotei- ristas começou a ser interrogado a respeito de pos- síveis envolvimentos com o comunismo. As pessoas acusadas passaram a integrar uma lista do governo e ficavam impedidas de trabalhar em qualquer ati- vidade ligada à indústria cinema- tográfica. A situação agravava-se ainda mais porque muitas das de- núncias contra esses profissionais eram forjadas*, pois McCarthy chegava a subornar testemunhas para fazerem acusações sem provas. Diante de tamanha perseguição, muitos ar- tistas se refugiaram no exterior, como o diretor e ator Charlie Chaplin, que se mudou para a Suíça. Outros, como o roteirista Dalton Trumbo (1905- -1976), um dos mais famosos de Hollywood na época, só conseguiam escrever os roteiros dos fil- mes sob pseudônimo. * Veja os filmes Testa de ferro por acaso, de Martin Ritt, 1976, Culpado por suspeita, de Irwin Winkler, 1991, e Cine Majestic, de Frank Darabont, 2001. * Veja o filme Boa noite e boa sorte, de George Clooney, 2005. O roteirista de cinema de Hollywood Waldo Salt (1914-1987), à direita, depõe no Comitê de Atividades Antiamericanas, em 1951. Por ter se recusado a prestar informações, Salt sofreu perseguições por parte do governo dos Estados Unidos. Em 1969, foi agraciado com o Oscar de melhor roteiro, com o filme Perdidos na noite (Midnight cowboy). L ib ra ry o f C o n g re s s /E v e re tt C o ll e c ti o n /L a ti n s to ck A divisão da Alemanha Na União Soviética, as preocupações não eram menores. O governo desenvolveu um plano de auxílio econômico aos países do bloco comunista e procurou isolar-se das nações capitalistas. Em 1948, os governos dos Estados Unidos, da França e da Inglaterra entregaram a administração das três regiões da Alemanha sob sua guarda a au- toridades alemãs eleitas pela população. Vendo nisso a organização de um Estado alemão em separado, a União Soviética fechou os acessos ferroviários e rodo- viários que ligavam as três regiões a Berlim Ocidental. Berlim estava situada na parte oriental da Alemanha, sob ocupação soviética (veja mapa na página seguin- te). Sua parte ocidental, entretanto, era administrada por franceses, ingleses e norte-americanos. Esse episódio, conhecido como Bloqueio de Ber- lim, quase precipitou o mundo em uma nova guer- ra. Em 1949, o bloqueio foi suspenso. Nesse mesmo ano, foram criados dois Estados alemães independen- tes: a República Federal da Alemanha (ou Alemanha Ocidental), de economiacapitalista, e a República De- mocrática da Alemanha (ou Alemanha Oriental), de economia estatal-socialista. HMOV_v3_PNLD2015_128a139_U02_C11.indd 131 4/25/13 3:30 PM 132 Unidade 2 Meios de comunicação de massa Com a morte de Stalin, em 1953, a União Soviéti- ca entrou em um período de distensão, sob o coman- do de seu novo líder, Nikita Kruschev. Entretanto, em 1954 o governo soviético criou também seu serviço de inteligência e espionagem internacional, a KGB, si- gla em russo de Comitê para a Segurança do Estado. Como resposta à fundação da Otan, em 1955 os paí- ses do bloco comunista formaram uma aliança mili- tar denominada Pacto de Varsóvia (veja o boxe James Bond e outros espiões). Em 1961, para impedir o constante aumento no número de pessoas que fugiam da Alemanha Oriental para a Ocidental, os soviéticos construíram em uma única noite um muro que dividiu ao meio a cidade de Berlim. Fortemente vigiado por soldados soviéticos, o chamado muro da vergonha acabou se transformando no principal símbolo da Guerra Fria (veja a seção Passado presente). James Bond e outros espiões Os anos da Guerra Fria foram também os do auge da espionagem in- ternacional*, com a CIA e a KGB espalhando agen- tes por todo o mundo e re- correndo aos mais elaborados esquemas para ob- tenção de informações estratégicas. Um dos primeiros trabalhos da CIA foi des- moralizar secretamente os candidatos do Parti- do Comunista Italiano, que tinham possibilidades reais de vitória nas eleições de 1948. Entre outras ações, a CIA organizou e financiou assassinatos de líderes estrangeiros considerados contrários aos interesses dos Estados Unidos, como o do ex-pri- meiro-ministro da atual República Democrática do Congo, Patrice Lumumba (1925-1961), e o do di- tador Rafael Trujillo (1891-1961), da República Do- minicana, ambos em 1961. Nas décadas de 1960 e 1970, incentivou a implantação de regimes milita- res de direita na América Latina, em nações nas quais a esquerda estava em crescimento, entre as quais o Brasil. Já a KGB, que coordenava os serviços de espio- nagem da União Soviética, chegou a ter 1,5 milhão de colaboradores, muitos deles infiltrados nos Es- FRANÇA PAÍSES BAIXOS BÉLGICA Hamburgo Bremen Colônia Berlim Leipzig Frankfurt Stuttgart Munique Hanôver POLÔNIA SUÍÇA ÁUSTRIA LUXEMBURGO DINAMARCA Mar do Norte TCHECOSLOVÁQUIASaarbrücken Zona britânica Zona soviética Zona americana Zona francesa Ma r B ált ico OCEANO ATLÂNTICO 52º N 12º L LEGENDA a alemanha dividida Adaptado de: WORLD History Atlas: Mapping the Human Journey. London: Dorling Kindersley, 2005. 0 130 QUILÔMETROS ESCALA Adaptado de: WORLD History Atlas: Mapping the Human Journey. London: Dorling Kindersley, 2005. BERLIM ORIENTAL (RDA) B E R L IM O C ID E N T A L (R F A ) Zona britânica Zona soviética Muro de Berlim Zona americana Zona francesa 13º 30’ L 52º 30’ N LEGENDA a divisão de berlim 0 6 QUILÔMETROS ESCALA * Veja os filmes Intriga internacional, de Alfred Hitchcock, 1959, e Sob o domínio do mal, de John Frankenheimer, 1962. HMOV_v3_PNLD2015_128a139_U02_C11.indd 132 4/25/13 3:30 PM 133A Guerra Fria Capítulo 11 tados Unidos. Ela também teve intensa atuação in- terna, prendendo e matando dissidentes no interior do bloco comunista. A espionagem internacional é repleta de histó- rias mirabolantes e inspirou filmes, como os da sé- rie 007, e livros (entre os quais, os de John le Carré). Um dos casos mais polêmicos foi a execução em 1953, nos Estados Unidos, do casal Ethel e Julius Ro- semberg*, acusados de entregar aos comunistas segredos do programa nu- clear norte-americano. Fontes: DIAS JÚNIOR, José Augusto; ROUBICEK, Rafael. A Guerra Fria. 2. ed. São Paulo: Ática, 2001; Os segredos da KGB. História Viva. Ano I. n. 4. * Veja o filme Daniel, de Sidney Lumet, 1983. Outros muros da vergonha O muro de Berlim caiu em novembro de 1989, depois de manter a cidade alemã separada em duas partes por quase três décadas. No curso desse período ocorreram 5 075 fugas bem-sucedi- das de alemães orientais para a zona ocidental; 18,3 mil pessoas foram presas tentando escapar em direção ao lado ocidental e outras 270 morre- ram na tentativa. Entretanto, o triste exemplo deixado por essa construção não foi suficiente para que a huma- nidade parasse de construir muros visando se- parar povos ou países com interesses distintos. Ainda hoje, em diversos lugares do mundo novos muros são erguidos com esse objetivo. Veja al- guns exemplos. Estadunidenses versus mexicanos: em 2006, o governo dos Estados Unidos iniciou a cons- trução de um muro de 1,1 mil quilômetros ao longo dos 3,2 mil quilômetros da fronteira que separa os dois países. O projeto prevê um muro com três barreiras de contenção e vigilância permanente com sofisticados equipamentos de segurança. O objetivo alegado é impedir a entrada de imigrantes ilegais no país, princi- palmente mexicanos e centro-americanos. Até 2012 já haviam sido construídos mais de mil quilômetros de barreira. Muitos estudiosos su- gerem que a construção tem caráter ideológico, pois impediria a integração entre povos desen- volvidos e subdesenvolvidos. Israelenses versus palestinos: em 2002, o go- verno de Israel deu início à construção de um muro de mais de 700 quilômetros de extensão na fronteira entre seu país e a Cisjordânia, no Oriente Médio. Segundo as autoridades israe- lenses, ao se decidir pela construção da bar- reira elas pretenderam evitar a infiltração de terroristas suicidas palestinos no território is- raelense. Em 2004, o Tribunal Internacional de Justiça de Haia declarou o muro ilegal, uma vez que invade terras palestinas e deixa milhares de pessoas isoladas. Diante das críticas, o go- verno israelense alterou o traçado. Apesar dis- so, o muro ainda invade cerca de 4,5% do terri- tório da Cisjordânia. Espanhóis versus marroquinos: as cidades de Ceuta e Melilla são dois enclaves espanhóis na região do Marrocos, no norte da África. A partir da década de 1990, o governo espanhol determinou a construção de barreiras em tor- no das duas cidades, de modo a impedir a en- trada ilegal de imigrantes marroquinos. Assim, em Ceuta foi erguido um muro com 8 metros de altura, e em Melilla, uma cerca dupla de ara- me farpado com até 6 metros de altura. As duas barreiras são fortemente vigiadas por militares e modernos equipamentos de segurança. Passado Presente Y in B o g u /C o rb is /L a ti n s to ck Muro erguido por decisão do governo de Israel nas proximidades da cidade de Ramallah, na Cisjordânia, região da Palestina. À direita, pode-se ver um vilarejo palestino isolado pelo muro. O Tribunal Internacional de Justiça de Haia considerou ilegal a barreira. Foto de 2010. HMOV_v3_PNLD2015_128a139_U02_C11.indd 133 4/25/13 3:31 PM
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