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CIÊNCIAS DO AMBIENTE 1- BIBLIOGRAFIA a) BRANCO, SAMUEL MURGEL; ROCHA, ARISTIDES ALMEIDA. ECOLOGIA EDUCAÇÃO AMBIENTAL CIÊNCIAS DO AMBIENTE PARA UNIVERSITÁRIOS. CETESB – COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL b) MOTA, SUETÔNIO. INTRODUÇÃO À ENGENHARIA AMBIENTAL. ABES – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL. c) BRANCO, SAMUEL MURGEL; ROCHA, ARISTIDES ALMEIDA. ELEMENTOS DE CIÊNCIAS DO AMBIENTE. CETESB – COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL. d) VOCABULÁRIO BÁSICO DO MEIO AMBIENTE. FEEMA – FUNDAÇÃO ESTADUAL DE ENGENHARIA DO MEIO AMBIENTE – RIO DE JANEIRO e) DAJOZ, RICARDO. ECOLOGIA GERAL. EDITORA VOZES PETRÓPOLIS, RIO DE JANEIRO, 1983. f) BARBIERI, JOSÉ CARLOS. GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL: CONCEITOS, MODELOS E INSTRUMENTOS. SÃO PAULO: SARAIVA, 2004. g) BRAUN, RICARDO. DESENVOLVIMENTO AO PONTO SUSTENTÁVEL: NOVOS PARADIGMAS AMBIENTAIS. PETRÓPOLIS, RIO DE JANEIRO: VOZES, 2001. h) DERÍSIO, J.C. INTRODUÇÃO AO CONTROLE DE POLUIÇÃO AMBIENTAL. SÃO PAULO: SIGNUS, 2000. i) DIAS, GENEBALDO FREIRE. PEGADA ECOLOGICA E SUSTENTABILIDADE HUMANA. SÃO PAULO: GAIA, 2002. j) FIGUEIREDO, RICARDO B. ENGENHARIA SOCIAL: SOLUÇÕES PARA ÁREAS DE RISCO. SÃO PAULO: MAKRON BOOKS, 1994. k) MORANDI, SONIA; GIL, IZABEL C. TECNOLOGIA E AMBIENTE. SÃO PAULO: COPIDART, 2000. 2. INTRODUÇÃO O engenheiro além dos conhecimentos técnicos próprios de sua especialização deve estar preparado para exercer sua profissão, de modo a compatibilizar suas atividades com a capacidade de utilização dos recursos ambientais. O engenheiro deve estar consciente de que o melhor empreendimento é aquele que, além de apresentar boas características técnicas e funcionais, contribui para proporcionar a qualidade de vida necessária à população, sem causar danos ao ambiente. ENGENHARIA ↔ MEIO AMBIENTE = MELHOR QUALIDADE DE VIDA. 3. IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA O avanço tecnológico deve ser planificado a fim de atender aos seguintes requisitos básicos: a) somente serem introduzidas inovações na medida em que forem necessárias a continua adaptação do homem à evolução do meio; * deve-se evitar a inovação pela inovação; Exemplos: dessalgamento da água do mar como processo de abastecimento da água potável na região amazônica; Substituição do tradicional bonde como meio de transporte coletivo urbano pelo ônibus. b) qualquer inovação deve ser analisada em suas mínimas conseqüências de maneira a permitir o desenvolvimento de todo substrato tecnológico capaz de impedir ou neutralizar a introdução de resultados secundários nocivos. É necessário que a inovação em um setor não crie dificuldades em outros e somente através do planejamento integrado poderão evitar esses inconvenientes. Exemplos: automóveis mais velozes implicam na construção de novas rodovias. Expansão demográfica exige medidas adequadas de proteção dos rios e dos oceanos contra a poluição. 4. OBJETIVOS O engenheiro tem que desenvolver criatividade técnica e planejamento e este são os objetivos da engenharia. Criatividade Técnica – é a capacidade de “engendrar artifícios” o ingrediente básico da tecnologia. Planejamento – se caracteriza antes de tudo pela técnica de projetar no espaço e tempo. Portanto o engenheiro civil não tem o direito de negligenciar quanto às perturbações do meio ambiente que podem ser gerados pela construção de estradas, barragens, remoção de matas, erosão, disposição de esgotos e lixos das cidades. Para tanto só os princípios da Ecologia oferecem informações básicas de utilidade e necessidade indiscutíveis a todo verdadeiro engenheiro, ou seja, aquele que reconheça o papel eminente social e humanístico da sua profissão. Aos engenheiros cabe compreender que a tecnologia sozinha não pode resolver os problemas humanos e ecológicos. 5. ECOLOGIA, CONCEITOS BÁSICOS. A palavra ecologia, criada pelo biólogo alemão Ernest Haeckel (1834-1919), em 1866 origina-se do grego: oikos = casa e logos = estudo. Assim, no sentido literal, ecologia é o estudo das casas, ou seja, do meio, do ambiente ou, ainda, do hábitat. Várias definições são encontradas para Ecologia: • Ciência que estuda as relações entre os seres vivos e o meio ambiente (Haeckel, 1866). • Ciência que estuda a estrutura e funcionamento da natureza, considerando que a humanidade é uma parte dela (Odum, 1972). • Ciência que estuda as relações entre os seres vivos e o meio ambiente em que vivem, bem como as suas recíprocas influências (Atlas do Meio Ambiente do Brasil, 1994). • Ciência que estuda as condições de existência dos seres vivos e as interações, de qualquer natureza, existentes entre esses seres vivos e seu meio (Dajoz, 1983). Os princípios básicos da Ecologia são fundamentais para o conhecimento do nosso Planeta, sendo indispensáveis aos profissionais da área de Ciências do Ambiente. A seguir, são apresentados alguns conceitos importantes. MEIO AMBIENTE – Conjunto de condições que afetam a existência, desenvolvimento e bem-estar dos seres vivos, incluindo não apenas o lugar no espaço, mas todas as condições físicas, químicas e biológicas (ambientes naturais e artificiais) – (Atlas do Meio Ambiente do Brasil, 1994). Conjunto de condições físicas, químicas e biológicas que cercam o ser vivo, resultando num conjunto de limitações e possibilidades para uma dada espécie. O meio ambiente é sempre o conjunto de possibilidades físicas, químicas e biológicas para cada espécie de uma comunidade. O meio ambiente é heterogêneo e continua variando dew um local para outro. Está sempre mudando e evoluindo. ESPÉCIE – é um conjunto de seres vivos, geneticamente semelhantes, que em condições naturais se cruzam, produzindo descendentes férteis. ESPÉCIE – é uma população ativa (dinâmica) de organismos com muitas características anatômicas, fisiológicas e de comportamento em comum. POPULAÇÃO – é o conjunto de indivíduos de uma mesma espécie que ocupam uma mesma área ao mesmo tempo. COMUNIDADE, BIOCENOSE ou BIOTA – é o conjunto de populações interdependentes que vivem numa determinada área ao mesmo tempo. ECOSSISTEMA – é o conjunto de seres vivos (bióticos) e não vivos (abióticos ou biótopos) que numa determinada área trocam matéria e energia. É o conjunto formado por uma comunidade e os componentes abióticos ou biótopos (água, luz, gases, solo, sais minerais, etc.) com os quais essa comunidade interage. ECOSSISTEMA = BIOCENOSE + BIÓTOPO BIOCENOSE = ao conjunto dos seres vivos que compõem um ecossistema. BIÓTOPO = ao meio físico. Sob o aspecto estrutural, um ecossistema é constituído por: • Substâncias abióticas • Componentes bióticos: o Organismos produtores (autótrofos) o Organismos consumidores (heterótrofos): ▪ Grandes consumidores ▪ Decompositores (microconsumidores) AUTÓTROFOS – seres que produzem compostos orgânicos, absorvendo diretamente energia da luz solar. Nutre por si mesmo. São todos vegetais. HETERÓTROFOS – seres que necessitam da energia condensada, na forma de compostos orgânicos, produzida pelos autótrofos. Os heterótrofos alimentam-se dos autótrofos e são utilizados como alimento por outros heterótrofos. São os animais e alguns grupos vegetais (todos os fungos e muitas bactérias). EQUILÍBRIO ECOLÓGICO - em um ecossistema existe um relativo equilíbrio (balanço) entre os produtores e os consumidores, embora isso não seja estático. Assim, o conceito de equilíbrio ecológico é o de repetição cíclica de comunidades. Não se pode falar de estabilidade real quando se trata de seres vivos, pois a essência da vida é a transformação contínua. (BRANCO & ROCHA, 1987). POTENCIAL BIÓTICO – é a capacidade que possuem os organismos de reproduzir-se sob condições ótimas. RESISTÊNCIA AMBIENTAL – compreende todos os fatores que se opõem ao desenvolvimento do potencial biótico. BIOSFERA –é a região do planeta que contém os seres vivos e onde a vida é permanentemente possível. É o conjunto de todos os ecossistemas terrestres. A espessura da biosfera fica em torno de 12Km, sendo comum não se observar à existência de vida a mais de 6 Km acima do nível do mar e 6 Km abaixo deste. É muito pouco, considerando o diâmetro do planeta, de quase 14000Km. A biosfera divide-se em três regiões: litosfera, camada superficial, sólida, da Terra, composta de rochas e solo, acima do nível das águas; hidrosfera ambiente líquido (oceanos, lagos, rios); atmosfera, camada de ar que envolve a terra. Níveis de Organização. • protoplama→célula→tecido→órgão→aparelho→organismo→ POPULAÇÃO→COMUNIDADE→ECOSSISTEMA→BIOFERA • POPULAÇÃO – conjunto de indivíduos de um a mesma espécie que ocupa uma determinada área; • COMUNIDADE – conjunto de populações que interagem de forma organizada, vivendo numa mesma área; • ECOSSISTEMA – conjunto resultante da interação entre a comunidade e o ambiente inerte; • BIOSFERA – sistema que inclui todos os seres vivos da Terra, interagindo com o ambiente físico como um todo. HABITAT – é o lugar onde vive uma determinada espécie, isto é, o endereço dessa espécie. Área física/ geográfica (endereço) onde se encontra o ser vivo. È o ambiente que oferece um conjunto de condições favoráveis ao desenvolvimento de suas necessidades básicas. No habitat, as condições ambientais atingem o ponto ótimo para o desenvolvimento de uma determinada espécie. Condições do meio ambiente determinam o número de indivíduos e espécies que podem viver no mesmo HABITAT. NICHO ECOLÓGICO – é a função ou o papel que um organismo desempenha em seu ambiente de vida. É a profissão desempenhada pela espécie no ecossistema. Conjunto de atividades desenvolvidas (profissão) pelos seres vivos para a satisfação das suas necessidades básicas. Papel que exerce na comunidade, por exemplo, no oceano atlântico o peixe anjo, a tartaruga marinha e o peixe limpador ocupam o mesmo habitat, mas têm nichos ecológicos diferentes. ESQUEMA DOS NESQUEMA DOS NÍÍVEIS DE ORGANIZAVEIS DE ORGANIZAÇÇÃOÃO O peixe anjo se alimenta de outros peixes; a tartaruga de algas e o peixe limpador de parasitas que estão em outros peixes, mas todos moram no recife de coral (mesmo habitat). CADEIA ALIMENTAR – é chamada de cadeia alimentar ou cadeia trófica a transferência de energia alimentar, a partir dos vegetais, por uma série de organismos. Os diversos estágios da cadeia alimentar são denominados de níveis tróficos. Um exemplo de cadeia alimentar está representado no esquema abaixo: VEGETAÇÃO→AVES→INSETOS→ROEDORES→FITÓFAGOS Para esta cadeia alimentar, teríamos: 1º nível trófico: vegetação (produtor) 2º nível trófico: aves (consumidor primário) 3º nível trófico: insetos (consumidor secundário) 4º nível trófico: roedores (consumidor terciário) 5º nível trófico: fitófagos (consumidor de 4ª ordem) A ENERGIA NO ECOSSISTEMA – a energia é a capacidade de produzir trabalho, a energia é trabalho armazenado. A energia dentro do ecossistema está sujeita as mesmas leis que no mundo físico, e são primeira e a segunda leis fundamentais da termodinâmica. Primeira lei da termodinâmica: pelo principio da conservação da energia, em qualquer mudança física ou química não se cria e não se destrói a energia, mas se transforma em outras formas. É impossível obter mais energia num processo que aquela que é fornecida para que o processo aconteça. Segunda lei da termodinâmica: em uma transformação de energia em trabalho, parte da energia inicial é degradada em uma forma de energia menos útil, de menor qualidade e mais dispersa. Eficiência Ecológica - porcentagem de energia transferida de um nível trófico para o seguinte . Só 5% a 20% da energia passa de um nível trófico ao seguinte. A energia que chega a um nível trófico depende de: • Eficiência de transferência entre níveis tróficos • Produção primária líquida ( a base da cadeia alimentar). • As plantas usam de 15% a 70% da energia luminosa assimilada para processos de manutenção. • Herbívoros e carnívoros usam mais energia na manutenção: a produção de cada nível trófico é só de 5% a 20% da do nível inferior. Odum estendeu o seu modelo para incorporar o fluxo de nutrientes • A energia entra nos ecossistemas como luz e sai como calor (fluxo unidirecional) • Os nutrientes circulam continuamente entre os compartimentos orgânicos e inorgânicos dos ecossistemas • Estudos sobre ciclos de nutrientes são indicadores de fluxo de energia FLUXO DE ENERGIA NOS ECOSSISTEMAS - os seres vivos em sua totalidade necessitam de matéria-prima para seu crescimento, reprodução, desenvolvimento e reparação de perdas. Necessitam também de energia para a realização de seus processos vitais. Essas necessidades são supridas pelo alimento orgânico. Os seres autótrofos (vegetais) sintetizam seus próprios alimentos através da fotossíntese ou da quimiossíntese. O alimento produzido pelos autótrofos é utilizado por eles mesmos e pelos organismos heterótrofos. Os principais produtores da Terra são os organismos fotossintetizantes. A energia luminosa do Sol é fixada pelo autótrofo e transmitida, sob a forma de energia química, aos demais seres vivos. Essa energia, no entanto, diminui à medida que passa pelos consumidores, pois parte dela é utilizada para a realização dos processos vitais do organismo e outra perde sob a forma de calor; sempre restará, portanto, apenas uma parcela menor de energia disponível para o nível seguinte. Como na transferência de energia entre os seres vivos não há reaproveitamento da energia liberada, diz-se que essa transferência é unidirecional e se dá como um fluxo de energia. PIRÂMIDES ECOLÓGICAS - as transferências de matéria e de energia nos ecossistemas são freqüentemente representadas de forma gráfica, mostrando as relações entre os diferentes níveis tróficos em termos de quantidade. Como há perda de matéria e de energia em cada nível trófico, as representações adquirem a forma de pirâmides. As pirâmides ecológicas podem ser de número, de biomassa ou de energia. PIRÂMIDE DE NÚMEROS - Indica o número de indivíduos em cada nível trófico. Por exemplo: em um campo, 5000 plantas são necessárias para alimentar 300 gafanhotos, que servirão de alimento para apenas uma ave. Nesse exemplo, a pirâmide tem o ápice para cima: é necessário grande número de produtores para alimentar uns poucos herbívoros que, por sua vez, servirão de alimento para um número ainda menor de carnívoros. Em uma floresta, uma única árvore pode sustentar grande número de herbívoros. Nesse caso, a pirâmide terá a forma inversa. PIRÂMIDE DE BIOMASSA - a biomassa é expressa em termos de quantidade de matéria orgânica por unidade de área, em um dado momento. A forma da pirâmide de biomassa também poder variar, dependendo do ecossistema. De modo geral, a biomassa dos produtores é maior que a de herbívoros, que é maior que a de carnívoros. Nesses casos, a pirâmide apresenta o ápice voltado para cima. Isso ocorre nos ecossistemas terrestres, em que, em geral, os produtores têm grande porte. Às vezes, no entanto, a pirâmide de biomassa apresenta-se invertida, como pode ocorrer nos oceanos e nos lagos, onde os produtores são pequenos e rapidamente consumidos pelos consumidores primários. PIRÂMIDE DE ENERGIA - a pirâmide de energia é construída levando-se em consideração a biomassa acumulada por unidade de área (ou volume) por unidade de tempo em cada nível trófico. Por considerar o fator tempo, a pirâmide de energia nunca é invertida. Estima-se que apenas cerca de 10% da energia disponível em um nível trófico sejam utilizados pelo nível trófico seguinte. Por exemplo: Por causa dessa redução da energia disponível a cada níveltrófico, dificilmente há mais do que cinco elos em uma cadeia alimentar. O MODELO DO FLUXO ENERGÉTICO - apesar de as pirâmides de energia constituír uma das melhores maneiras de se representar à transferência de matéria e de energia nos ecossistemas, elas possuem três inconvenientes básicos, comuns também às outras pirâmides ecológicas. Elas não representam: • Os decompositores, que são uma parte importante dos ecossistemas; • A matéria orgânica armazenada, que é a matéria não utilizada e não decomposta; • A importação e a exportação de matéria orgânica de e para outros ecossistemas, uma vez que os ecossistemas são sistemas abertos, realizando intercâmbio uns com os outros. A melhor maneira de representar todos esses fatores é através do modelo do fluxo energético.