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Segurança do paciente no enfoque da prevenção de infecções contribuições para o ensino de enfermagem em metodologias ativas

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO 
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE 
 
 
 
Juliana Vaz 
 
 
 
 
 
 
Segurança do paciente no enfoque da prevenção de infecções: contribuições 
para o ensino de enfermagem em metodologias ativas. 
 
 
 
 
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO NAS PROFISSÕES DA SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOROCABA 
2016 
 
 
Juliana Vaz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Segurança do paciente no enfoque da prevenção de infecções: contribuições para o 
ensino de enfermagem em metodologias ativas. 
 
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO NAS PROFISSÕES DA SAÚDE 
 
 
 
Trabalho final apresentado à Banca 
Examinadora da Pontifícia Universidade 
Católica de São Paulo, como exigência para 
obtenção do título de MESTRE 
PROFISSIONAL em Educação nas 
Profissões da Saúde sob a orientação da 
Profª Drª Raquel Aparecida de Oliveira. 
 
 
 
 
 
 
 
SOROCABA 
2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Elaborado pela Biblioteca Prof. Dr. Luiz Ferraz de Sampaio Júnior. 
Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde – PUC-SP 
 
 
Vaz, Juliana 
V393 Segurança do paciente no enfoque da prevenção de infecções: 
contribuições para o ensino de enfermagem em metodologias ativas / 
Juliana Vaz. -- Sorocaba, SP : [s.n.], 2016. 
 
Orientadora: Raquel Aparecida de Oliveira. 
Trabalho Final (Mestrado Profissional) -- Pontifícia Universidade 
Católica de São Paulo, Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde. 
 
1. Infecção Hospitalar/prevenção & controle. 2. Segurança do 
Paciente. 3. Educação em Enfermagem/métodos. 4. Avaliação 
Educacional. I. Oliveira, Raquel Aparecida. II. Pontifícia Universidade 
Católica de São Paulo, Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde. III. 
Título. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Banca Examinadora 
 
 
__________________________________ 
 
 
____________________________________ 
 
 
____________________________________ 
 
 
____________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Dedico este trabalho a Deus, que me ajudou a ter 
paciência e determinação. Me ajudou a perseverar e a 
acreditar que tudo iria dar certo. Agradeço a Deus por 
ter colocado pessoas maravilhosas em meu caminho 
e que me ajudaram a seguir esse caminho e a chegar 
ao resultado final de realizar mais esse sonho”. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço à Pontifícia Universidade Católica de São Paulo que me acolheu, 
primeiro como aluna, segundo como professora da graduação de enfermagem e 
posterior como aluna do Mestrado. Agradeço a Fundação São Paulo (FUNDASP) 
pela bolsa de estudo, que proporcionou a realização desse sonho. 
À minha mãe que desde o início foi a inspiração para toda a carreira de 
estudo e profissão. 
Aos meus filhos Fernando e Yasmin, pelo carinho e em especial a Yasmin, 
que tão pequena compreendeu todas as vezes que não pude estar presente e dar 
atenção nos momentos que ela tanto queria. 
Ao meu esposo, Jefferson, que no decorrer do meu estudo passou a entender 
a importância do mestrado para mim. 
As professoras da PUC Hebe, Janie e Carmen, companheiras de trabalho, 
queridas amigas, parceiras: tenho muito carinho por vocês. 
Aos professores que participaram da banca de Qualificação, Profa. Isabel e 
Prof. Fernando, pelas sugestões que contribuíram para a qualidade do meu trabalho 
e por aceitarem participar da minha banca de defesa. 
Aos professores do Mestrado Profissional da PUC-SP, pela dedicação e 
valiosos ensinamentos. 
Aos colegas de turma pelos momentos inesquecíveis que passamos juntos. 
À Heloisa pela paciência, dedicação e, por sempre estar à disposição para 
ajudar com muito carinho. 
Aos alunos e professores que aceitaram participar da pesquisa e dedicaram 
tempo para responder ao questionário. 
À Raissa, pela tradução do inglês, que o fez com agilidade e dedicação. 
À Adriana Botelho, amiga, que auxiliou com a tabulação dos dados e 
organização das planilhas. 
Às amigas de trabalho Camila e Laís, pela paciência e ajuda nos momentos 
que precisei. 
Á todos os amigos, familiares, alunos e colegas de trabalho, que não foram 
citados nominalmente, mas que foram importantes nessa etapa da minha vida. 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS ESPECIAL 
 
Agradeço em especial a três pessoas que fizeram parte dessa trajetória, à 
orientadora Raquel Aparecida de Oliveira, pelas orientações, dedicação e paciência 
nos momentos difíceis. 
Á minha amiga Josiani, pelo carinho, amizade, paciência; por ouvir quando 
precisei. Por sempre mandar “Um reforço” e, por ajudar com a formatação do meu 
trabalho. 
E, agradeço ao meu amigo Jorge, pela paciência, pelo carinho, por estar 
sempre ao meu lado; pelas palavras de incentivo e força que não me deixaram 
desistir; obrigada por tudo... Somos amigos para sempre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Sábio é aquele que a tudo compreende e nada ignora. Deus 
não impôs aos ignorantes a obrigação de aprender, sem antes 
ter tomado dos que sabem o juramento de ensinar”. Provérbio 
chinês. 
 
 
 
 
RESUMO 
 
Juliana V. Segurança do paciente no enfoque da prevenção de infecções: 
contribuições para o ensino de enfermagem em metodologias ativas. 
 
Introdução: O Enfermeiro é o responsável em atuar na prevenção e controle de 
infecção em serviços de saúde. Objetivos: Avaliar no curso de graduação de 
enfermagem com metodologias ativas, a abordagem do tema infecções em Serviços 
de Saúde; identificar sob a perspectiva do docente e discente a abordagem de 
infecção em serviços de saúde e verificar as modalidades de ensino aprendizagem 
que contemplam essa temática. Material e Método: Estudo exploratório-descritivo, 
documental e quantiqualitativo realizado no Curso de Enfermagem da Pontifícia 
Universidade Católica de São Paulo. A pesquisa documental foi no Banco de 
Problemas Tutoriais e Material de Apoio do ambiente virtual. Participaram 12 
(66,6%) docentes e 60 discentes (57,6%) que responderam um questionário, 
contendo uma escala de Likert e perguntas abertas. Resultados: O estudo 
documental mostrou que o conteúdo é abordado de forma gradativa, atende as 
especificidades do eixo de cada ano. Os instrumentos mostraram-se confiáveis, 
valor de Alfa de Cronbach de 0,90 dos professores e 0,91 dos alunos. Na 
caracterização, os docentes 100% eram do sexo feminino. Os discentes eram 95% 
do sexo feminino e 5% do sexo masculino. 24 (40%) são alunos trabalhadores e oito 
(13,3%) realizam estágio remunerado. Na dimensão Estrutura os docentes sentem-
se preparados para abordar o tema e não disponibilizam material no ambiente 
virtual. No Processo concordaram que as atividades práticas permitem o 
aprendizado e não houve consenso quanto a abordagem do tema como objetivo de 
aprendizagem nos problemas. Em Resultado referiram que o aluno realiza 
procedimentos aplicando os conceitos. Os alunos alegaram que na Estrutura os 
materiais utilizados nas atividades práticas são suficientes para o aprendizado e que 
os locais de estágio oferecem oportunidade de aprendizado. No Processo 
concordaram que o tempo dispendido sobre o assunto é suficiente e que 
participaram de atividade sobre a temática. Na dimensão Resultado reconhecem 
que aplicam os conceitos na prática e que as atividades de ensino desenvolvidas no 
 
 
curso acarretam melhoria na qualidade da assistência. Na comparação das três 
dimensões (análise instrumento dos alunos), a que obteve maior escore de 
favorabilidade foi a de Processo (64%) e a pior o Estrutura (36%). Docentes e alunos 
confluíram suas opiniões quanto a importância da abordagem do tema e sugeremque seja mais explorado nos objetivos de aprendizagem e maior aprofundamento 
respectivamente. Discussão: Os achados permitiram verificar a potencialidade das 
metodologias ativas para o ensino de prevenção de infecções nos serviços de saúde 
e mostrar os pontos que merecem maior ênfase. 
Palavras chaves: Infecção Hospitalar/Prevenção & Controle; Segurança do 
Paciente; Educação em Enfermagem/Métodos; Avaliação Educacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Juliana V. Patient safety in infection prevention approach: contributions to nursing 
education in active methodologies . 
 
 
Introduction: The nurse is the responsible one for acting in the prevention and 
control of infections in Health Services. Objectives: To assess in the undergraduate 
nursing course with active methodologies, the approach of the subject infections in 
Health Services; identify through the perspective of professors and students the 
approach of infections in Health Services and verify the teaching and learning 
methods that include this subject. Materials and Methods: A descriptive and 
exploratory, documentary and quanti-qualitative study held at the Undergraduate 
Nursing Course at the Pontifical Catholic University of São Paulo. The documentary 
research covered the Bank of Tutorials Problems and Material Support of the virtual 
environment. Participated in 12 (66.6%) teachers and 60 students (57.6%) who 
answered a questionnaire containing a Likert Scale and open questions. Results: 
The documentary study showed that the content is approached gradually, and meets 
the specificities of the axis of each year of graduation. The instruments are reliable, 
Cronbach's alpha value of 0.90 for professors and 0.91 for students. In characterizing 
the sample, teachers were 100% female. Students were 95% female and 5% male. 
24 (40%) of the students are workers and eight (13.3%) perform paid internship. In 
the Structure dimension professors feel prepared to address the issue and do not 
provide material in the virtual environment. In Process they agreed that the practical 
activities allow the learning and there was no consensus for the approach of the 
subject as a learning objective in the study of problems. In Results they indicated that 
the student performs procedures applying the concepts. Students claimed that the 
structure of the materials used in practical activities are sufficient for learning and 
internship sites offer learning opportunities. In Process they agreed that the time 
spent on the subject is sufficient and had participated in activities addressing the 
subject. In the Result dimension they recognize that are applying the concepts in 
practice and claim that teaching activities developed in the course lead to the 
improvement of care quality. In comparing the three dimensions (analysis students 
instrument), the one that obtained the highest favorability score was Process (64%) 
and the worst, Structure (36%). Professors and students converged their views on 
the importance of the theme approach and suggest it to be further explored in the 
learning objectives and further deepening of the subject, respectively. Discussion: 
The findings allowed to verify the potential of active methods for teaching prevention 
of infections in Health Services and show the points that deserve more emphasis. 
Key words: Cross Infection / Prevention & Control; Patient safety; Education, 
Nursing / Methods; Educational Measurement. 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ANVISA: Agencia Nacional de Vigilância Sanitária 
CCIH: Comissão de Controle de Infecção Hospitalar 
CCIHS: Controle de Infecção Hospitalar 
CEP: Conselho de Ensino e Pesquisa 
CNCIRAS: Comissão Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas 
à Assistência à Saúde 
CHS: Conjunto Hospitalar de Sorocaba 
CVC: Cateter Venoso Central 
DCN: Diretrizes Curriculares Nacionais 
DNCIH: Divisão Nacional de Controle de Infecção Hospitalar 
DCNs: Diretrizes Curriculares Nacionais 
EPI: Equipamento de Proteção Individual 
FCMS: Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde. 
FUNSASP: Fundação São Paulo 
IPCS: Infecção Primária de Corrente Sanguínea 
INESP: Instituto Nacional de Ensino Superior e Pesquisa 
IRAS: Infecção Relacionada a Assistência à Saúde 
HSL Hospital Santa Lucinda 
MBA: Master in Business Administration 
OMS: Organização Mundial de Saúde 
OPAS: Organização Pan-Americana da Saúde 
PCI: Programa de Controle de Infecções 
PCIH: Programa de Controle de Infecção Hospitalar 
PUC/SP: Pontifícia Universidade Católica – São Paulo 
PNCIH: Programa Nacional de Controle de Infecção Hospitalar 
PPE: Projeto Pedagógico de Enfermagem 
PNSP: Programa Nacional de Segurança do Paciente 
RDC: Resolução da Diretorias Colegiadas 
RN: Recém Nascido 
SCIH: Serviço de Controle de Infecção Hospitalar 
SPCIH: Serviço de Prevenção e Controle de Infecção Hospitalar 
SNE: Sonda Nasoenteral 
 
 
 
UTI: Unidade de Terapia Intensiva 
UTI N: Unidade de Terapia Intensiva Neonatal 
TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14 
1.1 Justificativa ...................................................................................................... 14 
1.2 Infecções em serviços de saúde e a segurança do 
paciente.....................................................................................................................15 
 
1.3 As infecções em serviços de saúde e o enfermeiro...................................... 20 
1.4. As infecções em serviços de saúde e a formação do enfermeiro................24 
 
2 OBJETIVOS .......................................................................................................... 27 
2.1 Objetivos especificos ....................................................................................... 27 
3 Trajetória metodológica........................................................................................28 
 
3.1Tipo de estudo ....................................................................................................28 
3.2 Local do estudo ................................................................................................ 28 
3.3 Participantes ..................................................................................................... 29 
3.3.1 Critérios de inclusão ..................................................................................... 29 
3.3.2 Critérios de exclusão ..................................................................................... 29 
3.4 Procedimento de coleta de dados e instrumentos ......................................... 29 
3.4.1 Pesquisa documental .................................................................................... 29 
3.4.2 Pesquisa quantiqualitativa – elaboração e aplicação do questionário de 
pesquisa .................................................................................................................. 30 
3.4.3 Instrumento de coleta de cados ................................................................... 30 
3.4.4 Análise conteúdo do instrumento ................................................................ 32 
3.4.5 Organização e análise de dados .................................................................. 33 
4 ASPECTOS ÉTICOS ............................................................................................ 34 
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 35 
5.1 Análise documental ......................................................................................... 35 
5.2 Análise do instrumento de coleta alunos professores .................................37 
 
 
 
5.2.1 Confiabilidade ................................................................................................. 37 
5.3 Correlação entre os domínios ..........................................................................39 
 
5.3.1 Confiabilidade dos domínios Estrutura, Processo e Resultdo...................39 
6. ARTIGO 1- ENSINO SOBRE INFECÇÕES NOS SERVIÇOS DE SAÚDE: 
PERCEPÇÕES DOS DOCENTES DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM ............ 41 
6.1 Introdução ......................................................................................................... 41 
7 MÉTODO ................................................................................................................ 44 
8 RESULTADOS ...................................................................................................... 46 
9 DISCUSSÃO ......................................................................................................... 54 
9.1 Fidedignidade do instrumento ......................................................................... 54 
9.2 Análise das distribuições dos resultados pelas dimenssões estrutura, 
processo e resultado .............................................................................................. 54 
10 CONCLUSÕES ....................................................................................................60 
11 ARTIGO 2- SEGURANÇA DO PACIENTE – PERCEPÇÃO DOS ALUNOS 
SOBRE A ABORDAGEM DO TEMA DOS SERVIÇOS DE SAÚDE NA 
GRADUAÇÃO DE ENFERMAGEM .......................................................................... 61 
11.1 Introdução ........................................................................................................ 61 
12 Método..................................................................................................................64 
 
2.1 Desenho e local do estudo................................................................................64 
13 RESULTADOS .................................................................................................... 66 
13.1 Perfil dos estudantes ......................................................................................66 
13.2 Confiabilidade dos instrumentos ..................................................................66 
 
13.3 Análise Qualitativa ..........................................................................................72 
 
14 DISCUSSÃO........................................................................................................77 
 
14.1 Perfil dos estudantes......................................................................................77 
 
14.2 Fidedignidade do instrumento........................................................................77 
 
 
 
14.3 Correlação entre os domínios........................................................................77 
 
14.4 Confiabilidade dos domínios Estrutura, Processo Resultado....................78 
 
15 Análise das distribuições dos resultados pelas dimensões Estrutura, 
Processo e Resultado.............................................................................................79 
 
15.1 Dimensão Estrutura.........................................................................................79 
 
15.2 Dimensão Processo.........................................................................................79 
 
15.3 Dimensão Resultado........................................................................................82 
 
16 ANÁLISE QUALITATIVA......................................................................................83 
 
17 CONCLUSÕES.....................................................................................................89 
 
18 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................92 
 
19 REFERENCIAS.....................................................................................................96 
 
20 APENDICES........................................................................................................104 
 
21 ANEXOS.............................................................................................................121 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
1 INTRODUÇÃO 
1.1 Justificativa 
No ano de 2001, concluí a graduação em enfermagem pela PUC/SP e, antes 
de tornar-me especialista em Prevenção e Controle de Infecção Hospitalar, trabalhei 
como enfermeira assistencial. Nesse período, a falta de pias para realizar higiene 
das mãos, ausência da limpeza de equipamentos e mobiliários, bem como a 
ausência da técnica correta de procedimentos, já faziam parte dos questionamentos 
diários, por acreditar que o paciente deveria receber assistência segura e não 
adquirir complicações ao permanecer hospitalizado por um período estendido. 
No ano de 2006, iniciei minhas atribuições como Enfermeira no Serviço de 
Prevenção e Controle de Infecção Hospitalar (SPCIH) em uma instituição da cidade 
de Sorocaba/SP. No início, o processo foi difícil, pois as exigências nessa função 
iam além daqueles conhecimentos adquiridos na graduação. Para suprir as 
necessidades da minha profissão naquele momento realizei especialização em 
Master in Business Administration (MBA) em Serviços de Saúde e Controle de 
Infecção Hospitalar no INESP – Instituto Nacional de Ensino Superior e Pesquisa – 
SP. A organização do curso, o currículo e as estratégias de ensino-aprendizagem, o 
conhecimento dos professores, a troca de experiências com profissionais da área, 
bem como a dinâmica de trazer situações do cotidiano da área da saúde foram de 
grande importância para direcionar as questões de prevenção no meu processo de 
trabalho. 
No mesmo período de atuação como Enfermeira de Serviço de Controle de 
Infecção Hospitalar (SCIH), trabalhei em três instituições, duas na cidade de 
Sorocaba/SP e a outra na cidade de Itu/SP, constatei a necessidade de sensibilizar 
os enfermeiros sobre a importância de prevenir as infecções através de 
treinamentos. A minha percepção apontava que o assunto abordado era 
desconhecido ou tratado como uma consequência normal da atenção à saúde, 
seguido por uma desvalorização do profissional quanto ao tema de prevenção de 
infecção hospitalar ou serviços de saúde. O estudo de Silva e Souza1, com livre 
participação de enfermeiras candidatas a um curso de especialização em controle 
de infecção, apontou descaso dos profissionais de saúde; profissionais pouco 
comprometidos com a saúde e que ignoram ou até desconheciam o controle ou 
normas estabelecidas pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e 
ainda a pouca abordagem do tema na graduação dos enfermeiros. 
15 
 
 
 
Desta forma passei a refletir sobre o papel da formação do enfermeiro nos 
aspectos da segurança do paciente com enfoque na prevenção das infecções em 
serviços de saúde. 
No decorrer da atuação no SCIH, questionei informalmente aos enfermeiros 
quanto à abordagem da infecção hospitalar durante a graduação e as respostas 
direcionaram que foi pouco abordado e ainda constatei a desvalorização do assunto. 
A partir dessa observação da realidade, duas questões emergiram: Por que o tema 
não era abordado de forma adequada na graduação? Por que os profissionais 
estavam desvalorizando o tema? Assim, diante dessas observações, entendendo 
que a formação do enfermeiro pode contribuir para uma atuação mais efetiva nas 
questões de controle e prevenção de infecções, na dimensão assistencial e 
educativa tanto do paciente, família e equipe multiprofissional, passei então a 
questionar: como tem sido abordado o tema no atual currículo do Curso de 
Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúda da Pontifícia 
Universidade Católica de São Paulo (FCMS-PUC/SP)? 
Em 2013 já não mais atuava na área hospitalar, e tive a oportunidade de 
iniciar minha prática docente atuando nos 5º e 6º períodos do Curso deEnfermagem 
da FCMS-PUC/SP. Ao ingressar no Mestrado Profissional da mesma instituição, 
encontrei a possibilidade de buscar respostas para tais questões. 
 
1.2 Infecção em serviços de saúde e a segurança do paciente 
 
As infecções relacionadas a assistência à saúde (IRAS) por muito tempo 
ficaram exclusivamente sob os olhos da vigilância hospitalar e fizeram parte das 
estatísticas e das CCIH. Atualmente, é considerado um tema sob a ótica da 
Segurança do Paciente, sendo contemplada mundialmente na meta internacional de 
segurança número 5 “Reduzir os riscos de infecções associadas aos cuidados em 
saúde”. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que entre 5 a 10% dos 
pacientes que utilizam serviços de saúde adquirem uma ou mais infecções. Com o 
objetivo de auxiliar na redução das infecções estratégias foram elaboradas para 
incentivar o envolvimento das instituições nas prevenções. A primeira meta 
compartilhada foi a Aliança Mundial pela Segurança do Paciente intitulada “Uma 
16 
 
assistência Limpa é uma Assistência mais Segura” que envolve ações de incentivo à 
higiene das mãos.2 
Segurança pode ser definida como ausência de exposição ao perigo e 
proteção contra ocorrência ou risco de lesão ou perda, e para a OMS, segurança do 
paciente consiste na ausência de dano potencial ou desnecessário para o paciente 
associado aos cuidados em saúde ou ainda evitar lesões e danos nos pacientes 
decorrentes do cuidado que tem como objetivo ajudá-los. 3,4,5 
Para a OMS, “[...] segurança do paciente corresponde reduzir ao mínimo 
aceitável os riscos e danos desnecessários associados ao cuidado de saúde [...]”.2 
Neste sentido, as instituições buscam certificações de qualidade com o objetivo de 
seguir as recomendações necessárias para proporcionar assistência aos pacientes 
com segurança. 
Atualmente, os pacientes e familiares com acesso às informações, seja na 
mídia televisiva ou através de sites de busca e redes sociais, propicia 
questionamentos sobre a assistência que está sendo prestada e a preocupação com 
as condições de segurança nos hospitais, clínicas e unidades básica de saúde, e 
também proporciona incentivo às instituições a aderir à vigilância de práticas 
seguras. Para ter acesso a qualquer informação, é necessário acessar sites de 
buscas ou rede de comunicações. Qualidade e melhorias podem ser divulgadas por 
toda rede de comunicação, mas os erros e falhas também são expostos com 
facilidade, sendo de grande valia para as instituições de saúde procurar investir na 
prevenção de erros e danos aos pacientes. Essa abordagem é incentivada 
mundialmente.2,4 O erro humano e a segurança do paciente são tema de estudo nos 
Estados Unidos, onde são relatados casos de mortes decorrentes de erros durante a 
assistência à saúde, sendo maior que as relacionadas aos acidentes de automóvel, 
câncer de mama e Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, e também relata que, 
na área da saúde, o erro humano pode ocorrer por diversas razões, sendo casos 
isolados ou múltiplos fatores associados, que pode envolver a instituição, recursos 
humanos, financeiros e estruturais.6,7,8 
A segurança do paciente sendo trabalhada na formação acadêmica dos 
profissionais de saúde reforça o desenvolvimento do trabalho sem erros, 
trabalhando e favorecendo a cultura de que não é aceitável trabalhar a assistência 
sem responsabilidade, sem cuidados, esforços e conhecimento sobre os 
procedimentos a serem realizados.4,8 
17 
 
 
 
No Brasil, as primeiras CCIH surgiram na década de 1960.9 Com as ações 
destas CCIH, e o movimento contínuo de profissionais envolvidos na área, evoluiu-
se gradativamente para a concepção das Infecções Relacionadas à Assistência à 
Saúde (IRAS) como um problema de saúde pública, e, em 1988 foi instituído o 
Programa Nacional de Controle de Infecção Hospitalar, por meio da Portaria nº. 
232/98, no âmbito do Ministério da Saúde. Em decorrência deste Programa, foi 
criada a Divisão Nacional de Controle de Infecção Hospitalar (DNCIH) - Portaria no. 
666/90 .9,10 
Em 1983 e 1992, foram publicadas respectivamente as Portarias nº. 196 e nº. 
930, com o objetivo de normalizar as ações de prevenção e controle de IRAS no 
Brasil e atualmente as legislações e normativas que determinam as diretrizes gerais 
para a prevenção e controle de IRAS são a Lei nº. 9.431 de 1997, a Portaria nº. 
2.616 de 1998 e a RDC nº 48 de 2000.11,12 
Em 1999, foi oficialmente constituída a Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária (ANVISA), e o Programa Nacional de Controle de Infecção Hospitalar 
(PNCIH) foi transferido do Ministério da Saúde, por meio da Portaria nº. 1.241, de 13 
de outubro de 1999, que repassou as atividades de controle de infecções 
hospitalares para a então Gerência de Controle de Riscos à Saúde, da Diretoria de 
Serviços e Correlatos. A seguir a ANVISA assumiu as atribuições e interfaces com 
órgãos de vigilância sanitária Estaduais e Municipais. A ANVISA atua na prevenção 
e controle de infecções nos serviços de saúde e trabalha a segurança do paciente, 
um assunto que nos últimos tempos é apontado como foco em instituições e projetos 
de melhorias de órgãos competentes.2,9 
O Ministério da Saúde instituiu a portaria nº 529, de 1º de abril de 2013, 
referente ao Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), com o objetivo 
de promover uma atenção segura, livre de incidentes que possam gerar danos à 
saúde. A implantação de uma assistência segura envolve profissionais vinculados ao 
ensino, assistência e pesquisa, e estudantes de graduação e pós-graduação que 
devem realizar ações que priorizem o melhor cuidado aos pacientes. Sendo assim, 
em 2014 foi criado o Programa Nacional de Segurança do Paciente, que trabalha 
inicialmente com a cultura dos trabalhadores, incluindo profissionais envolvidos no 
cuidado, e gestores, onde assume responsabilidade pela sua própria segurança, 
segurança de seus colegas, pacientes e familiares. O programa prioriza a segurança 
18 
 
acima de metas financeiras e operacionais; encoraja e recompensa a identificação, a 
notificação e a resolução dos problemas relacionados à segurança; a partir da 
ocorrência de incidentes, promove o aprendizado organizacional, e proporcionam 
recursos, estrutura e responsabilização para a manutenção efetiva da segurança. 4,13 
Em todos os níveis de atenção à saúde é necessário ampliar o olhar para 
além da própria atuação profissional e para os múltiplos fatores que colocam em 
risco a segurança do paciente no processo de cuidado, requerendo um esforço 
intenso e direcionado para que os processos de atenção à saúde, desde o 
planejamento, normas, procedimentos, rotinas, mapas estratégicos, checklist, entre 
outros, sejam realmente elaborados, mas principalmente implementados e seguidos 
rigorosamente.14 
As infecções relacionadas à saúde, por muito tempo, foram o foco da 
epidemiologia hospitalar e integravam as estatísticas das CCIH. Atualmente, não é 
abordada somente nesses contextos, mas faz parte da segurança do paciente, 
visualizada como um evento adverso na assistência à saúde, sendo as infecções de 
sítio cirúrgico, pneumonia associada à ventilação mecânica, infecções associadas à 
catéteres e infecções do trato urinário associadas ao uso de catéteres estão dentre 
os principais tipos de eventos relacionados a infecções. As situações nas quais 
ocorrem erros ou falhas são denominados incidentes, e podem ou não provocar 
danos aos pacientes. Este erro está sendo chamado de Evento Adverso, “que é o 
incidente que atingiu o paciente e resultou num dano ou lesão, podendo representar 
um prejuízo temporário ou permanente e até mesmo a morte entre os usuários dos 
serviços de saúde”. Prevenir infecções em serviços de saúde, é das ações de 
segurança do paciente na prevenção dos eventos adversos, pois os mesmos 
ocasionam transtornos aos pacientes e elevam os custos para a instituição.2,15 
Um exemplo paraprevenir infecções relacionada à assistência de saúde é a 
higiene das mãos. Em 1846, Ignaz Semmelweis, médico húngaro, reportou a 
redução no número de mortes maternas por infecção puerperal após a implantação 
da prática de higienização das mãos em um hospital em Viena e, desde então, esse 
procedimento tem sido recomendado como medida primária no controle da 
disseminação de agentes infecciosos. A prática sustentada de higiene das mãos 
pelos profissionais de saúde no momento certo e da maneira correta auxilia a 
redução da disseminação da infecção no ambiente de saúde e suas consequências. 
19 
 
 
 
A higiene das mãos, mesmo sendo uma medida simples para a prevenção, tem-se 
obtido, surpreendentemente, baixo índice de adesão da equipe multiprofissional.16,17 
Como a adesão nas medidas de prevenção são consideradas baixas, a 
ANVISA buscou conhecer a incidência das IRAS nas Unidades de Terapia Intensiva 
(UTI) dos hospitais brasileiros para trabalhar a redução dos eventos adversos 
decorrentes do cuidado em saúde no Brasil. No ano de 2010, 690 hospitais do Brasil, 
notificaram dados para compor o primeiro indicador nacional obrigatório: densidade 
de incidência de infecção primária de corrente sanguínea (IPCS) associada a um 
catéter venoso central (CVC). Destes esforços, resultou-se a notificação de 18.370 
IPCS, sendo 59,3% ocorrências em UTI adulto, 8,3% em UTI pediátrica e 32,4% em 
UTI neonatal. A monitorização deste indicador é de maior importância, pois promove 
respaldo nas estimativas da OMS, que apontam que um em cada quatro pacientes 
internados em unidades de cuidados intensivos vão adquirir infecção.6,2 
A higiene das mãos é abordada de forma mundial para prevenir infecções 
relacionada a assistências de saúde, mas outros tópicos fazem parte desta 
campanha, como os procedimentos clínicos seguros, segurança do sangue e de 
hemoderivados, administração segura de injetáveis e de imunobiológicos, e 
segurança da água.2 
Em 2011, a RDC/ANVISA nº 63 determinou que os estabelecimentos de 
saúde elaborassem estratégias e ações voltadas para a segurança do paciente, 
incluindo a prevenção de IRAS. Seguindo essas ações foi instituída a Comissão 
Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à 
Saúde, com a finalidade de assessorar a Diretoria Colegiada da ANVISA na 
elaboração de diretrizes, normas e medidas para prevenção e controle de IRAS. Em 
abril de 2013 foi publicada a Portaria MS/GM nº 529 que institui o Programa 
Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) o qual contempla as IRAS.13 
Posteriormente, em julho do mesmo ano, foi publicada a RDC /Anvisa nº 36 que 
institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde dentre as quais 
aquelas voltadas para a prevenção e controle das IRAS.2,9,18,19 
 
 
 
 
20 
 
1.3 As infecções em serviços de saúde e o enfermeiro 
 
Ao escolhermos ser enfermeiros, sabemos que, de uma forma ou de outra, 
essa profissão se refere às dimensões do cuidar e gerenciar, atuando em diferentes 
cenários e níveis da área da saúde como na promoção, prevenção, cura e 
reabilitação. Desta forma, são necessários o aperfeiçoamento e a capacitação para 
intervir e favorecer assistência segura e de qualidade. O enfermeiro obtém 
competência técnico-cientifica e é responsável por administrar e liderar equipe de 
enfermagem que irá prestar assistência direta aos pacientes. É um profissional 
ímpar na assistência, por isso a importância do mesmo ter conhecimentos sobre a 
prevenção de infecções de serviços de saúde para multiplicar os conhecimentos 
para sua equipe e demais profissionais envolvidos na assistência.20 
Em 1855, Florence Nightingale, com base em dados de mortalidade das 
tropas britânicas, propôs mudanças na higiene dos hospitais que resultaram em 
redução no número de óbitos dos pacientes internados; sendo diversas outras 
atividades que exerceu ao longo de sua vida, Florence Nightingale também esteve 
envolvida com a criação das primeiras medidas de melhorias dos hospitais.21 
No Brasil, as infecções hospitalares começaram a ter maior relevância a partir 
da década de 70, quando surgiram as primeiras comissões de infecções em 
hospitais, sendo o Hospital das Clínicas e o Hospital Ipanema os primeiros a 
iniciarem as CCIHs. Nesse mesmo período, o Ministério da Saúde passou a ter 
envolvimento e elaborou medidas para prevenir infecções hospitalares, como a 
Portaria nº 196, que recomendava a criação de CCIHs nos hospitais, e na década de 
90, a criação do Programa de Controle de Infecção Hospitalar.22 
Na década de 90 foi instituída a Portaria N° 2.616, de 12 de maio de 1998, 
onde descreve “Infecção Hospitalar é aquela adquirida após a admissão do paciente 
e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser 
relacionada a internação ou procedimentos”. Consta nessa portaria que o enfermeiro 
deve fazer parte da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar como membro 
consultor e executor.19 
A lei Nº 7.498/86, que dispõe sobre a regulamentação do exercício da 
enfermagem e dá outras providências e no Art. 11°, inciso II – Parágrafo 5º e 6º, 
descreve que o enfermeiro tem a função junto com a equipe de saúde de realizar 
prevenção e controle sistemáticos de infecção hospitalar e de doenças 
21 
 
 
 
transmissíveis, e ainda realizar a prevenção e controle de danos sistemáticos que 
possam ser causados à clientela durante a assistência de enfermagem.23 
As infecções podem ser divididas em duas partes relacionadas, a primeira 
relacionada à questão das alterações das condições orgânicas do paciente e 
imunológica que podem vir a deixa-lo mais suscetível, e a segunda relacionada ao 
ambiente, às ações dos profissionais de saúde, os procedimentos invasivos e a 
deficiência ou ausência de boas práticas. 13,22 
Para realizar a prevenção de infecções em serviços de saúde é necessário ter 
ação macro política, que seriam as ações governamentais, e as micropolíticas, que 
são as ações institucionais, que envolvem a participação de toda equipe, não 
somente dos membros das comissões, mas de todos os profissionais que realizam a 
assistência aos pacientes. A prevenção de infecções deve ser discutida, abordada e 
implantada nas instituições de saúde e acadêmicas, pois o enfermeiro é um 
profissional educador constante em suas atribuições diárias.6,24 Este realiza as 
orientações da equipe de enfermagem, familiares e tem a propriedade de trabalhar 
em parcerias com equipes multidisciplinares e auxiliar nas orientações de toda 
equipe.2,22,24 
Em todas as categorias profissionais existem protocolos instituídos, regras de 
convivência, código de ética e a direção que o trabalho deve ser realizado para se 
chegar ao objetivo final. Na área da saúde não difere a forma global das demais 
instituições em relação às regras, protocolos e código de ética. Mas o foco do 
trabalho não é uma peça de qualquer computador, carro, alimentos ou materiais 
para construção. Na área da saúde, o foco do trabalho, o ponto a ser tratado, é o 
cuidar de uma pessoa, um ser humano, que pode ser um recém-nascido ou uma 
pessoa idosa ao final de sua jornada. Dessa forma o trabalho merece a fiel trajetória 
e o cumprimento de regras para prevenir danos que muitas vezes podem ser 
irreversíveis. Nesse aspecto, a infecção pode ser considerada um dano aos 
pacientes e que muitas vezes ocasiona grandes transtornos, problemas sociais, 
custos elevados às instituições e aos pacientes e ainda com o agravante, que pode 
levar à morte. 
As infecções podem ser divididas em três categorias de acordo com a 
Portaria N° 2.616, de 12 de maio de 1998: 
 
22 
 
1) Infecção Comunitária: quando o paciente é hospitalizado com 
alguma infecção que adquiriu na residência ou comunidade, como 
por exemplo, pneumonia, diarreia, conjuntivite e outras doenças 
infecto contagiosas como varicela, tuberculose, meningites. Para 
prevenir essaforma de infecção é de grande importância as 
orientações relacionadas a educação da população por meio de 
campanhas realizadas pelo governo e ações nas unidades básicas 
de saúde e agentes da saúde. 
2 ) Infecção Importada: aquela que o paciente chega a instituição 
transferido de outra já com uma ou mais infecções. Nesse caso a 
instituição anterior deve ser comunicada, para realizar ações que 
visem prevenir infecções futuras e seguir regras e rotinas para 
notificações das infecções. 
3) Infecção Hospitalar: é aquela adquirida após a admissão do 
paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, 
quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos 
hospitalares.19 
 
Algumas infecções em serviços de saúde são evitáveis e outras não. As 
infecções que podem ser prevenidas são as que se pode interferir na cadeia de 
transmissão dos microrganismos. A interrupção dessa cadeia de transmissão é 
realizada através da higiene das mãos, que mais uma vez é citada e pode ser uma 
medida eficaz, o processamento dos artigos e limpeza de superfícies, a utilização 
dos equipamentos de proteção individual, no caso do risco laboral, e a observação 
das medidas de antissepsia.25,26 
As infecções são iatrogênicas, decorrentes da assistência dos serviços de 
saúde, e nas últimas décadas passaram a ter uma atenção maior, embora existam 
relatos que, desde a antiguidade, ocorre disseminação de doenças epidêmicas e 
sobre a inevitabilidade das infecções cirúrgicas. Louis Pasteur descobriu os 
elementos da ciência da bacteriologia, e Joseph Lister introduziu os princípios 
básicos de antissepsia, e décadas se passaram até que se desenvolvessem 
mecanismos eficazes para realmente intervir nas infecções. Mudanças ocorreram 
desde o período da antiguidade, a tecnologia na assistência à saúde que estamos 
vivenciando trouxe modificações e soluções para vários problemas, assim como 
possibilitou a sobrevivência de muitos pacientes, mas outros desafios acabaram 
surgindo com todos os procedimentos invasivos que passaram a ser realizados e 
continuaram acarretando as indesejáveis complicações, sendo que as infecções 
continuam sendo uma das complicações indesejáveis da assistência à saúde.2,27 
Os agentes etiológicos responsáveis pelas infecções em serviços de saúde 
podem ter origens duas fontes: a endógena e a exógena. As endógenas são 
23 
 
 
 
responsáveis por cerca de 70% das infecções aos pacientes, são provenientes da 
própria flora microbiana do indivíduo, que estando com a imunidade prejudicada 
pode vir a ser suscetível à infecção. Mas, mesmo sendo microrganismos 
provenientes da flora do paciente, não significa que não existam prevenções. Manter 
decúbito elevado 45º, evitar o jejum prolongado, realizar higiene oral, inserção de 
catéteres com técnica asséptica e material estéril são ações que favorecem a 
prevenção das infecções.2,27 
As infecções exógenas resultam da transmissão de microrganismos de outras 
fontes que não do paciente. Essas infecções seriam decorrentes de falhas técnicas 
na execução de diversos procedimentos ou rotinas assistenciais, sendo ainda 
enfatizada a não valorização da importância de seguir a realização dos 
procedimentos com a técnica correta. A frequência das infecções em serviços de 
saúde pode variar com as características do paciente, pois a gravidade da doença 
de base pode ser um fator determinante às infecções. Outros fatores favorecem o 
aumento do risco do paciente adquirir infecções, tais como: a característica da 
instituição, os serviços oferecidos, o tipo de clientela atendida, ou seja, a gravidade e 
complexidade dos pacientes, sendo importante o sistema de vigilância 
epidemiológica e o Programa de Controle de Infecções (PCI) adotados pela 
instituição de saúde.2,27 
No que diz respeito aos aspectos preventivos, a Portaria MS 2.616/98 instituiu 
o Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH), um conjunto de ações para 
prevenir as infecções, e nesta Portaria, consta a CCIH e o Serviço de Controle de 
Infecção Hospitalar (SCIH), e fazem parte da comissão os profissionais 
farmacêuticos, enfermeiros, médicos, representantes do laboratório e do setor 
administrativo. O SCIH é o executor das atividades, são os profissionais que farão 
as orientações, os treinamentos, que deverão implantar e revisar os protocolos e 
fazer cumpri-los juntamente com todos os demais profissionais da Instituição.19 
O SCIH é responsável por realizar a busca ativa de casos de infecções e de 
gerar relatórios e encaminhá-los para órgãos competentes como Vigilância 
Epidemiológica e Sanitária. O processo deve ter parceria com todos os profissionais 
da instituição para o processo ser contínuo e seguir um caminho de qualidade e 
melhor assistência aos pacientes.28 
24 
 
O profissional responsável do SCIH, órgão executor das ações, é o 
enfermeiro, e este deve ter a competência e responsabilidade para seguir as boas 
práticas e direcionar os demais colegas enfermeiros, equipe de enfermagem, 
médicos e equipe multidisciplinar a atuar na prevenção de infecções e de risco, 
visando o bem estar e a recuperação dos pacientes.19,29 
O SCIH é um trabalho a ser realizado diariamente pelo enfermeiro com a 
equipe em qualquer momento da assistência aos pacientes. Dentro de uma 
instituição que presta assistência, a forma de prevenir infecções deverá ser realizada 
desde a higiene das mãos que é uma conduta simples e de baixo custo, 
comprovada cientificamente como uma das formas mais eficazes para prevenir 
infecções cruzadas, a adesão às boas práticas, que envolve a higiene de pisos, 
paredes, mobiliários, equipamentos, limpeza, desinfecção e esterilização de artigos 
e materiais que serão utilizados na assistência aos pacientes.2,30,331 
 
1.4 As Infecções em Serviços de Saúde e a Formação do Enfermeiro 
 
A prevenção de infecções nos serviços de saúde é realizada através do 
processo de ensino entre os alunos, professores, profissionais, pacientes e 
familiares. Segurança do paciente e prevenir infecção são duas ações que 
caminham em conjunto e para serem realizadas é necessário ter conhecimento, 
entender a importância e os problemas que podem acarretar quando a assistência 
não é segura.2,32 
Segundo Urbanetto14 no âmbito do ensino e da assistência, a educação deve 
ter o enfoque nas competências para a segurança e contribuir para o cuidado mais 
seguro do paciente devendo o tema ser abordado em todo o currículo e enfocar 
especificidades de riscos e medidas preventivas de dano nos variados cenários de 
assistência à saúde. Deve ser desenvolvido por meio de ações de ensino-
aprendizagem em que o aluno e o educador trabalhem práticas significativas, que 
repercutam em uma atuação segura ao longo da formação e que se sustentem 
também na atuação profissional. Nesse trabalho, os educadores precisam manter 
estratégias de educação permanente, e os projetos pedagógicos dos cursos de 
graduação/pós-graduação e técnicos precisam de alinhamentos claros, para que 
este aspecto não seja minimizado dentre outros tão importantes no ensino em 
25 
 
 
 
saúde. A melhor assistência aos pacientes requer o conhecimento prévio, o estudo e 
o aprimoramento. 
A formação do enfermeiro tem por objetivo dotar o profissional de 
conhecimentos por meio de competências e habilidades gerais, sendo uma delas a 
atenção à saúde. Os profissionais de saúde, dentro de seu âmbito profissional, 
devem estar aptos a desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e 
reabilitação da saúde, tanto nível individual quanto coletivo. A Lei N° 7.498/86 e o 
Decreto N° 94.406/87 privativamente, incumbe ao enfermeiro a direção do serviço 
de enfermagem (em instituições de saúde e de ensino, públicas, privadas e a 
prestação de serviço); as atividades de gestão como planejamento da assistência de 
enfermagem, consultoria, auditoria, entre outras; a consulta de enfermagem; a 
prescrição daassistência de enfermagem; os cuidados diretos a pacientes com risco 
de morte; a prescrição de medicamentos (estabelecidos em programas de saúde e 
em rotina); e todos os cuidados de maior complexidade técnica.23,33,34 
 Desta forma, o enfermeiro é a “chave” para proporcionar a prevenção e 
incentivar a equipe de saúde a realizar as ações que auxiliem na prevenção das 
infecções onde exige responsabilidade ética, técnica e social de todos os 
profissionais que prestam assistência, assim garantido a assistência segura e de 
qualidade. 
O Curso de Enfermagem da FCMS-PUC/SP iniciou em 1950, um ano após a 
regulamentação do ensino de enfermagem no Brasil. Inicialmente, era uma escola, e 
recebeu o nome de Escola de Enfermagem Coração de Maria, sendo atualmente 
denominado Curso de Enfermagem da FCMS-PUC/SP, campus situado na cidade 
de Sorocaba.35 
O Curso de Enfermagem passou por mudanças em seu currículo para se 
adequar às necessidades do mercado e melhoria do aprendizado dos alunos. 
Inicialmente, o primeiro currículo do curso foi baseado na Lei 775/49 de 6 de agosto 
de 1949, que no Art.20 orientava: “Em cada Centro Universitário ou sede de 
Faculdade de Medicina deverá haver escola de enfermagem, com os dois cursos 
que trata o art. 1º”. Por este motivo foi criado o Curso de Graduação em 
Enfermagem junto à Faculdade de Medicina. 35 
No ano de 2001, foram instituídas as Diretrizes Curriculares Nacionais do 
Curso de Graduação (DCNs) em enfermagem, e novamente o curso passou por 
26 
 
mudanças sendo instituídas quatro bases educacionais: A concepção pedagógica 
por competências e habilidades, a avaliação dos resultados, a razão comunicativa 
na leitura do real e o exercício do pluralismo e da interdisciplinaridade.35 
Desde o ano de 2007 o ensino no Curso de Enfermagem da FCMS- PUC/SP 
é realizado através da aprendizagem baseada em problemas e problematização, 
constando no Projeto Pedagógico do Curso de Enfermagem (2012) a carga horária 
do curso de com 4.118 horas distribuídas em módulos (Anexo 2). 
Segundo o Projeto Pedagógico do Curso de Enfermagem da FCMS- PUC/SP 
(2012): 
 
O enfermeiro egresso tem a formação generalista e humanista com 
capacidade crítica e reflexiva, sendo fundamentada no rigor científico 
e norteada por princípios éticos e legais. Ainda o aluno formando 
deve ser atuante, competente para conhecer, intervir e interpretar, ter 
senso de responsabilidade social, compromisso com a qualidade e 
integralidade da assistência, promoção da saúde, comprometidos 
com a dimensão humana e com as relações cotidianas no trabalho.35 
 
Diante do novo projeto pedagógico do Curso de Enfermagem da FCMS-
PUC/SP e do desafio de formar profissionais preparados, este estudo tem a 
finalidade de contribuir para subsidiar implementações curriculares e enriquecer o 
conhecimento dos graduandos sobre infecções relacionada à assistência, de forma 
a promover assistência com melhor qualidade e segurança nos serviços de saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
 
2 OBJETIVOS 
Avaliar no Curso de Graduação de Enfermagem a abordagem do tema 
Infecções em Serviços de Saúde. 
 
2.1 Objetivos específicos 
 
Identificar, sob a perspectiva do docente e discente, a percepção da 
abordagem de infecção em serviços de saúde no atual currículo de enfermagem; 
Verificar as modalidades de ensino aprendizagem que contemplam o tema 
infecção em serviços de saúde; 
 Oferecer subsídios para o currículo de enfermagem de acordo com o 
disposto no projeto pedagógico do curso de Enfermagem da FCMS-PUC/SP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
3 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA 
 
3.1 Tipo de estudo 
 
Estudo do tipo exploratório-descritivo, documental e de abordagem 
qualiquantitava. 
As pesquisas exploratórias são aquelas que têm por objetivo explicar e 
proporcionar maior entendimento sobre um determinado problema. Nesse tipo de 
pesquisa o pesquisador procura um maior conhecimento sobre o tema em estudo 
pretendendo descrever as características do tema estudado.36,37 
A pesquisa descritiva expõe as características de determinada população, 
fenômeno ou de uma experiência; há um levantamento de dados e o porquê destes 
dados. As abordagens qualitativa e quantitativa levam como base de seu 
delineamento as questões ou problemas específicos. Adota tanto em um quanto em 
outro a utilização de questionários e entrevistas.36,37 
 
3.2 Local do estudo 
 
O local do estudo foi a Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da 
Pontifícia Universidade Católica – PUC/SP Campus Sorocaba, sendo o foco de 
estudo o Curso de Enfermagem. 
Atualmente há 24 profissionais Enfermeiros que atuam como docentes para 
alunos do primeiro ao quarto ano do curso de Enfermagem, e três consultores. 
No ano de 2014, estavam matriculados no curso de Enfermagem 106 alunos 
sendo: 1º ano - 31 alunos; 2º ano - 23 alunos; 3º ano - 25 alunos e 4º ano - 27 
alunos. No ano de 2015, estavam matriculados 109 alunos, sendo 33 alunos no 1º 
ano, 28 alunos no 2º ano, 24 alunos no 3º ano e 24 alunos no 4º de Enfermagem. 
Os alunos do Curso de Enfermagem passam por diversos cenários de 
aprendizagem que facilitam as atividades teóricas e práticas, sendo que estas estão 
presentes desde o início do curso permeando a formação do enfermeiro, de forma 
integrada e interdisciplinar. Realizam estágio curricular eletivo ao final do curso, em 
média 45 dias em instituições conveniadas com a PUC/SP. Os locais para 
aprendizagem prática inclui a rede municipal de saúde constituída pelas Unidades 
Básicas de Saúde, Ambulatório Geral e de Especialidades; o Conjunto Hospitalar de 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Conjunto_Hospitalar_de_Sorocaba
29 
 
 
 
Sorocaba (CHS) localizado ao redor do campus, constituído de 02 hospitais 
(Hospital Regional e Hospital Leonor Mendes de Barros) e Ambulatórios de 
Especialidades com total de 400 leitos, ambos do Estado e o Hospital Santa 
Lucinda da PUC-SP (HSL) com 132 leitos localizado dentro do Campus. 
 
3.3 Participantes 
 
Foram convidados a participar todos os professores consultores e enfermeiros 
(coordenadores, professores nas atividades de tutoria e professores da prática 
profissional) que atuam no Curso de Enfermagem e todos os alunos matriculados no 
Curso de Graduação em Enfermagem no ano de 2015. 
 
3.3.1 Critérios de inclusão 
 
Alunos matriculados em um dos módulos do primeiro ao quarto ano do Curso 
de Graduação em Enfermagem e que aceitaram a participar da pesquisa e 
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Apêndice (5); 
Professores que atuam no Curso de Graduação de Enfermagem e 
expressaram o aceite em participar da pesquisa ao assinarem o TCLE. Apêndice (5). 
 
3.3.2 Critérios de exclusão 
 
Alunos não matriculados no curso, que negaram se a participar da pesquisa, 
e os que estavam como intercambistas no período da pesquisa; 
Professores afastados no período da coleta que manifestarem negativa em 
participar da pesquisa. 
 
3.4 Procedimento de coleta de dados e instrumentos. 
 
3.4.1 Pesquisa documental 
Com o objetivo de identificar o tema infecções em serviços de saúde no 
conteúdo ministrado na graduação do curso de enfermagem, foi realizada análise da 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hospital_Santa_Lucinda
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hospital_Santa_Lucinda
http://pt.wikipedia.org/wiki/PUC-SP
30 
 
pesquisa documental utilizadas por alunos e professores dos quatros anos do curso 
de graduação de enfermagem no ano letivo de 2014. 
Como fonte de pesquisa foi utilizado o ambiente virtual da FCMS denominado 
Moodle. O Moodle é um ambiente virtual de aprendizagem que amplia as 
possibilidades de ensino e aprendizagem. Essa plataforma oferece apoio às 
disciplinas presenciais e à distância. A busca foi realizada nas postagens dos 
professores no ambiente denominadomaterial de apoio. No material de apoio são 
depositados textos pelos professores responsáveis pelos módulos e consultores 
referentes ao conteúdo de cada problema, atividades de integração, prática 
profissional e estágio supervisionado (Atenção Básica e Hospital). 
Outra fonte utilizada foi o Banco de Problemas, disponibilizado pelos 
professores. Os problemas são utilizados nas tutorias e descrevem situações que 
oportunizam os alunos a desenvolverem objetivos de aprendizagem e trazem 
referências bibliográficas descritas como oportunidades de aprendizagem. Foram 
considerados os problemas do Salto Triplo que são utilizados como parte da 
avaliação do aluno em cada módulo. A prova de progressão se constituiu de outra 
fonte de pesquisa. Os documentos foram submetidos a leituras sucessivas para 
identificação das possíveis palavras, termos ou temas que identificassem a 
abordagem, possibilidade de discussões ou incentivo à pesquisa sobre infecções em 
serviços de saúde. Os temas encontrados foram agrupados por ano (1º, 2º, 3º e 4º) 
e apresentados em tabelas para análise do conteúdo e identificação do assunto. 
 
3.4.2 Pesquisa quantiqualitativa – elaboração e aplicação do questionário de 
pesquisa. 
 
Para coleta de dados foi utilizado um questionário semiestruturado, 
autoaplicável para docentes e alunos. O contato foi realizado de forma direta sem 
prejudicar as atividades acadêmicas. 
 
3.4.3 Instrumento de coleta de dados 
 
Para a coleta de dados foram elaborados dois instrumentos pela 
pesquisadora, um para professores e outro para os alunos, ambos com duas partes. 
A primeira com questões sobre o perfil dos participantes e a segunda com questões 
31 
 
 
 
de múltipla escolha com cinco alternativas e três questões abertas, para o 
participante expor o parecer e opinião sobre o tema da pesquisa. 
O referencial teórico adotado foi o Modelo Donabediano, que aborda a tríade 
de estrutura-processo-resultados. Estrutura: implica nas caraterísticas relativamente 
estáveis das instituições, tais como: área física, recursos humanos, materiais e 
financeiros e o modelo organizacional. Processo: refere-se ao conjunto de atividades 
desenvolvidas na produção de bens e serviços, e no setor saúde, nas relações 
estabelecidas entre os profissionais e os usuários, desde a busca pela assistência, 
incluindo o diagnóstico e o tratamento. Nos resultados: ocorre a obtenção das 
características desejáveis dos produtos ou serviços, retratando os efeitos da 
assistência à saúde do usuário, bem como as mudanças relacionadas com o 
conhecimento e comportamento das pessoas.38,39 
O Modelo Donabediano (estrutura, processo e resultado) é utilizado para 
medir a relação profissional-meio. Sendo a pesquisa realizada em uma instituição 
acadêmica, foi necessário adequar as proposições para o cenário acadêmico para 
poder identificar os pontos fortes e as fragilidades no que diz respeito ao tema da 
pesquisa no período de formação do enfermeiro (a).38,39 
Os questionários foram elaborados de acordo com a escala de Likert, a qual 
apresenta variações, sendo uma de concordância e a outra de discordância. A 
Escala Likert é um instrumento científico de observação e mensuração de 
fenômenos sociais, e foi idealizado para coletar informações de afirmação, com a 
finalidade de medir a intensidade das atitudes e opiniões na forma mais objetiva 
possível e medir opiniões e atitudes que são geralmente conhecidos como 
questionários de opiniões e atitudes – QOA. O objetivo da forma das questões é 
mediar julgamentos, opiniões e atitudes, permitindo que os sujeitos possam 
responder com graus variados de satisfação. É um instrumento destinado a atribuir 
um escore numérico às respostas, para colocá-las em uma sequência em relação às 
proposições que estão sendo medidas. Consiste em afirmações declaratórias que 
expressam um ponto de vista sobre um assunto. As respostas são graduadas para 
cada afirmação da seguinte forma: (1) Discordo totalmente, (2) Discordo, (3) 
Indiferente, (4) Concordo, (5) Concordo totalmente.40,41 
As respostas sugeridas na escala são de caráter quantitativo, sendo 
construída com proposições que medem as posições do mais desfavorável ao mais 
32 
 
favorável. As proposições do instrumento tiveram a finalidade de determinar as 
percepções acerca da abordagem do tema sobre infecção em serviços de saúde 
durante a formação do Enfermeiro. 
A primeira parte do instrumento para os docentes consta com 10 questões de 
caracterização, e na segunda parte constam 43 proposições, divididas entre 
Processo (27 proposições), Estrutura (11 proposições) e Resultados (05 
proposições), sendo as proposições elaboradas de formas positivas e negativas. Ao 
final das preposições foram elaboradas três questões abertas com o objetivo do 
entrevistado fornecer opiniões e sugestões. (Apêndice 6). 
O instrumento dos alunos foi elaborado com 06 questões de caracterização 
do entrevistado, 47 preposições, divididas em 24 proposições de processo, 13 
proposições de estrutura e 10 proposições de resultados e 03 questões abertas com 
o objetivo do entrevistado fornecer opiniões e sugestões (Apêndice 7) 
 
3.4.4 Análise de conteúdo do instrumento. 
 
Para a validação de conteúdo do instrumento, o mesmo passou por cinco 
etapas: 
Primeiro: os objetivos do estudo e o questionário pré-elaborado foram 
encaminhados para três juízes, com o objetivo dos mesmos avaliarem a clareza do 
instrumento, compreensão e fornecerem sugestões. Os juízes fizeram apontamentos 
convergentes em relação às proposições, sendo que um apontou a inclusão de um 
item na caracterização dos alunos, que foi atendido. 
Segundo: Antes de iniciar a coleta de dados, o instrumento foi avaliado pelo 
estatístico. 
Terceiro: Foi realizado teste piloto com alunos e docentes oriundos do curso 
de enfermagem de outra instituição. O pré-teste identificou que o instrumento 
estava adequado para coleta de dados. 
Quarto: Na apreciação pela banca de Qualificação, o instrumento de coleta de 
dados não recebeu questionamentos. 
Cinco: Após coleta de dados o instrumento foi encaminhado ao estatístico, 
sendo a análise realizada no instrumento dos professores e alunos. As proposições 
do instrumento dos alunos foram submetidas a validação através do coeficiente alfa 
de Cronbach. 
33 
 
 
 
 
3.4.5 Organização e análise de dados 
 
Os dados coletados na análise documental foram catalogados e os coletados 
através dos questionários, foram analisados estatisticamente e apresentados 
através de quadros e tabelas. 
As questões abertas (qualitativas) foram categorizadas e analisadas de 
acordo com a análise de conteúdo. De acordo com Santos apud Bardin, 
 
A análise do conteúdo é um conjunto de técnicas de análise das 
comunicações. Não se trata de um instrumento, mas de um leque de 
apetrechos; ou, com maior rigor será um único instrumento, mas 
marcado por uma grande disparidade de formas e adaptável a um 
campo de aplicação muito vasto, as comunicações.42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
4 ASPECTOS ÉTICOS 
 
Para a realização desta pesquisa, o projeto foi encaminhado para apreciação 
e ciência da Coordenação do Curso de Enfermagem, antes do encaminhamento 
para o Conselho de Ensino e Pesquisa (CEP) da FCMS/PUC-SP. (Apêndice 1). 
Para a análise documental foi solicitada aprovação do Diretor da Faculdade 
(Apêndice 2), mediante apresentação do Termo Confidencialidade (Apêndice 3). 
O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da FCMS-PUC/SP 
de Sorocaba - São Paulo (Apêndice 4) e aprovado no dia 09/02/2015; Número do 
Parecer: 950.605 (Anexo 01). Para tanto, todas as exigências da Resolução 
466/2012, que versa sobre os aspectos éticos em pesquisas com seres humanos do 
Conselho Nacional em Saúde, foram atendidas, com a apresentação do modelo do 
Termo de Consentimento Livre e Esclarecidoe outros documentos solicitados pelo 
CEP (Apêndice 5). Cada participante ficou com uma cópia do citado termo, após sua 
assinatura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
 
 
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
5.1 Análise documental 
 
Tabela 1 – Presença do tema: “Infecções em Serviços de Saúde” ou assuntos relacionados 
nas atividades de ensino aprendizagem do 1º ao 4º ano do Curso de Enfermagem da FCMS/SP, 
Sorocaba 2014. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1º Ano 
Temas abordados que podem gerar 
discussão para prevenir infecção 
Temas como infecto contagiosa 
Problemas (corpo do problemas e objetivo de
aprendizagem)
0 0
Salto Triplo 0 0
Material de apoio (Moodle) 1 0
Prova de Progressão 0 2
Referências dos problemas do material do banco 
de dados 
0 0
2º Ano 
Temas abordados que podem gerar 
discussão para prevenir infecção 
Temas como infecto contagiosa 
Problemas (corpo do problemas e objetivo de
aprendizagem)
4 14
Salto Triplo 1 0
Material de apoio (Moodle) 2 0
Prova de Progressão 0 2
Referências dos problemas do material do banco 
de dados 
16 0
3º Ano 
Temas abordados que podem gerar 
discussão para prevenir infecção 
Temas como infecto contagiosa 
Problemas (corpo do problemas e objetivo de
aprendizagem)
14 6
Salto Triplo 4 0
Material de apoio (Moodle) 0 0
Prova de Progressão 0 2
Referências dos problemas do material do banco 
de dados 
9 0
4º Ano 
Temas abordados que podem gerar 
discussão para prevenir infecção 
Temas como infecto contagiosa 
Problemas (corpo do problemas e objetivo de
aprendizagem)
Não se aplica Não se aplica
Salto Triplo Não se aplica Não se aplica
Material de apoio (Moodle) 0 0
Prova de Progressão 0 2
Referências dos problemas do material do banco 
de dados 
0 0
36 
 
O levantamento de dados mostrou que o conteúdo sobre infecções em 
serviços de saúde é abordado de forma gradativa e de maneira a atender as 
especificidades do eixo de cada ano. 
 No primeiro ano, os alunos desenvolvem seu aprendizado a partir da 
problematização de contextos reais da comunidade com enfoque na família e 
comunidade. 
 No segundo ano, os alunos a partir da Aprendizagem Baseada em 
Problemas, passam a desenvolver aprendizagens na Atenção Básica, 
considerando os aspectos da promoção, prevenção e intervenção na saúde. 
Nesse contexto o tema aparece em maior evidência, contemplado em todos 
os itens pesquisados, caracterizando-se nas medidas de biossegurança, 
doenças infectocontagiosas, vacinas, curativos, tratamento de feridas. 
 No terceiro ano, a metodologia de ensino é a mesma do segundo ano. Porém, 
o eixo norteador de aprendizagem são as situações do ser humano 
hospitalizado. Identificou-se que o tema foi encontrado em todos os itens 
pesquisados, com exceção no material de apoio, onde os materiais não são 
inseridos no banco de dados Moodle, mas são entregues de forma impressa 
aos alunos. O conteúdo acadêmico abordado no terceiro ano engloba a 
problemática da infecção em serviços de saúde, mas não de uma forma clara 
e direcionada; as atividades norteiam o tema, pois o aluno é inserido no 
contexto assistencial, aprendendo sobre procedimentos que exigem técnica 
correta e aprofundamento para não ocorrer a “quebra da técnica”, assim 
prevenindo infecções e favorecendo uma assistência segura. 
 No quarto ano os alunos são direcionados para o estágio curricular 
supervisionado nos serviços de Atenção Básica e hospitalares e estágio 
eletivo. Neste ano, o tema foi identificado somente na Prova de Progressão, 
mesmo considerando que os itens Problemas e Salto triplo não se aplicam. O 
tema sobre infecções em serviços de saúde não foi considerado como 
objetivo de aprendizagem nos objetivos pré-determinados dos problemas que 
os alunos devem alcançar. Em relação ao material de apoio, consideramos 
que há uma limitação para análise documental, pois nem todos os 
professores disponibilizam material na plataforma ou utilizam parcialmente a 
plataforma do Moodle, assim disponibilizando cópia impressa do material de 
estudo. 
37 
 
 
 
 
5.2 Análise do instrumento de coleta alunos e professores. 
 
5.2.1 Confiabilidade: 
 
Como estimador de confiabilidade o Alfa de Cronbach é caracterizado como o 
principal para confiabilidade e muitos pesquisadores que elaboram instrumentos de 
pesquisas fazem uso da ferramenta. O alfa sofre mudanças de acordo com a 
população que a escala é aplicada.43 
O instrumento utilizado para a coleta de dados foi devidamente elaborado 
para que se reproduza de forma confiável a realidade e a opinião dos participantes. 
Foram entregues o total de 120 questionários no período entre agosto e 
setembro de 2015, sendo 104 para os alunos do primeiro ao quarto ano de 
enfermagem; desses foram respondidos 60 questionários. Para os professores 
foram aplicados 16 questionários; do total, 13 foi o número de devoluções. 
O instrumento dos alunos foi elaborado com 06 questões de caracterização 
do entrevistado, 47 preposições, divididas em 24 proposições de processo, 13 
proposições de estrutura e 10 proposições de resultados. Para a análise qualitativa 
foi apresentado aos participantes 03 questões abertas. A Validação do instrumento 
foi realizada de forma geral com as 47 proposições e seguido da validação das 
proposições de Estrutura, Processo e Resultados (Tabela 3). As proposições do 
instrumento dos alunos foram submetidas a validação através do coeficiente Alfa de 
Cronbach com média de 179 e o coeficiente de confiabilidade de 0,91 das respostas 
decorrentes do questionário, sendo assim de caráter confiável, pois a confiabilidade 
do Alfa de Cronbach é de 0 a 1. 
O instrumento dos professores foi elaborado com 10 questões de 
caracterização do entrevistado, 43 proposições, divididas em 27 proposições de 
Processo, 11 proposições de Estrutura e 05 de proposições de Resultados. As 
proposições dos professores receberam a média 180 e o coeficiente de 
confiabilidade de 0,90 sendo assim, também de caráter confiável. 
O enfoque da pesquisa nesse momento foi a pesquisa com os alunos, por 
isso, a análise do instrumento dos alunos foi realizada de forma mais criteriosa. 
Outra abordagem de prioridade no momento são as proposições de Processo que 
38 
 
foram elencadas em maior numeração, pois a prioridade do estudo nesse momento 
era avaliar o processo de ensino referente ao tema da pesquisa. O instrumento do 
professor foi submetido somente ao Alfa de Cronbach. 
 
Tabela 2- Apresentação das proposições divididas entre os domínios Processo, Estrutura e 
Resultado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A tabela a seguir apresenta a confiabilidade dos domínios, sendo o domínio 
Processo com 24 proposições, média 208 e coeficiente de confiabilidade de 0,86. 
Para as proposições de Estrutura foram um total de 13 com média de 210 e 
coeficiente de confiabilidade de 0,80. O domínio Resultado, foram 10 proposições, 
com média de 288 e o coeficiente de confiabilidade de 0,82. 
 
Tabela 3 - Coeficiente de confiabilidade do instrumento de pesquisa, seguido da tríade 
Estrutura, Processo e Resultado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
 
 
5.3 Correlação entre os domínios 
 
A correlação entre os domínios estrutura, processo e resultado foram 
realizadas com o objetivo de verificar a articulação entre as respostas das 
proposições e a confiabilidade da análise dos dados. 
 
Tabela 4 - Valores de confiabilidade entre os domínios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.3.1 Confiabilidade dos domínios Estrutura, Processo e Resultado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estrutura Resultado 
Processo 
0,64% 0,65% 
0,36% 
 
40 
 
Após realizar a análise da tríade Estrutura, Processo e Resultado, o domínio 
Estrutura apresentou a menor média em relação ao domínio Processo e Resultado,apontando a fragilidade e a necessidade de adequação no que diz respeito à 
Estrutura para o aprendizado dos alunos referente ao ensino infecções em serviços 
de saúde. 
Nesse estudo, o domínio Processo teve o maior número de proposições, mas 
não de forma ocasional, sendo pontual para saber como o tema da pesquisa é 
abordado na graduação de enfermagem através do processo e desenvolvimento do 
ensino do tema infecções em serviços de saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
 
 
6 ARTIGO 1 - ENSINO SOBRE INFECÇÕES NOS SERVIÇOS DE SAÚDE: 
PERCEPÇÕES DOS DOCENTES DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM. 
 
6.1 INTRODUÇÃO 
 
A prevenção de infecções nos serviços de saúde é realizada através do 
processo de ensino entre os alunos, professores, profissionais, pacientes e 
familiares. Prevenir infecções promove a assistência com segurança ao paciente, 
sendo primordial proporcionar assistência com ausência de dano ao paciente. A 
segurança do paciente é um tema atual e mundial; no Brasil, em abril de 2013, o MS 
instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente por uma atenção segura, 
livre de incidentes, que possam gerar danos à saúde da pessoa de forma que o 
cuidado seja seguro. Dentre os objetivos do PNSP está produzir, sistematizar e 
difundir conhecimentos sobre segurança do paciente, e enfatizar a inclusão do tema 
“segurança do paciente” no ensino técnico e de graduação e na pós-graduação na 
área da Saúde. A cultura de segurança do paciente é elemento que perpassa todos 
esses eixos assistenciais. No Brasil, as ações de promoção e prevenção de infecção 
em serviços de saúde vem sendo enfatizadas desde 2007, após a assinatura da 
Declaração de Compromisso na Luta contra as Infecções Relacionada à Assistência 
à Saúde - IRAS, pelo Ministro da Saúde. Como uma ação inicial para prevenir 
infecções, a OMS definiu a data de 5 de maio como o Dia Mundial de Higiene das 
Mãos. Nessa campanha, os países membros e os serviços de saúde foram 
convidados a criar incentivos para a higiene das mãos ser realizada a todo momento 
pelos profissionais de saúde. O incentivo à higiene das mãos colocou para as 
instituições de saúde os cinco momentos de higiene das mãos e, com o incentivo, 
diversas redes assistenciais passaram a utilizar como base de treinamento os cinco 
momentos de higiene das mãos para favorecer a prevenção de infecções na 
assistência aos pacientes.2,32,44,45 
Os profissionais, as equipes, as instituições devem ter responsabilidade e 
trabalhar a proteção dos pacientes para prevenir danos não intencionais. Prevenir 
dano ao paciente de modo em geral, prevenir infecções e promover assistência 
segura deve ser instituído no contexto cultural dos profissionais. A forma de inserir 
42 
 
na cultura dos profissionais é sem dúvida através da formação acadêmica e 
utilizando da educação permanente, pois nesses dois momentos os profissionais de 
saúde poderão aprender, entender e posteriormente praticar a segurança do 
paciente de forma rotineira e contínua. Abordar o tema “infecções de saúde” na 
graduação proporcionará ao futuro enfermeiro entender e valorizar a prevenção de 
infecções e ainda atuar nesse requisito da segurança do paciente. A contínua 
educação promove aprimoramento e evidencia que, nesse processo, onde os 
profissionais que recebem constantes orientações e entendem a importância do 
conteúdo, auxilia na promoção de uma assistência de qualidade e bem estruturada, 
proporcionando um resultado de grande valia, ou seja, a prevenção de infecções, 
assistência de qualidade e acima de tudo segura. Para atender as mudanças do 
mercado, os processos de melhorias da assistência, os selos institucionais e 
pacientes do século 21, as instituições acadêmicas de formação profissional na área 
da saúde estão precisando modificar o seu método e conteúdo acadêmico para 
atender o mercado em que o profissional será inserido. Com todo um processo de 
mudança, aprimoramento da tecnologia e facilidade de informações, está sendo 
necessária uma grande reforma, levando em conta o ensino do aluno, mas ainda a 
necessidade de aprimoramento dos professores para proporcionar ao aluno o 
conteúdo e informações dos dias e necessidades atuais.4,45,46 
Segundo Urbanetto 14 no âmbito do ensino e da assistência, a educação deve 
ter o enfoque nas competências para a segurança e contribuir para o cuidado mais 
seguro do paciente, devendo o tema ser abordado em todo o currículo, e enfocar 
especificidades de riscos e medidas preventivas de dano nos variados cenários de 
assistência à saúde. Deve ser desenvolvido por meio de ações de ensino-
aprendizagem em que o aluno e o professor trabalhem práticas que possam atuar 
em um aprendizado, que tenha como base a segurança do paciente, e ao longo da 
formação sustentem também na atuação profissional. Nesse trabalho, os 
educadores precisam manter estratégias de educação permanente, e os projetos 
pedagógicos dos cursos de graduação/pós-graduação e técnicos precisam de 
alinhamentos claros, para que este aspecto não seja minimizado dentre outros tão 
importantes no ensino em saúde. A melhor assistência aos pacientes requer o 
conhecimento prévio, o estudo e aprimoramento. 
A formação do enfermeiro tem por objetivo dotar o profissional de 
conhecimentos por meio de competências e habilidades no contexto da atenção à 
43 
 
 
 
saúde. Os profissionais de saúde, no seu âmbito profissional, devem estar aptos a 
desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde, tanto 
nível individual quanto coletivo. Os conhecimentos sobre segurança do paciente, e o 
enfoque na infecção são essenciais para a prática do enfermeiro; este deve estar 
garantido nos currículos de enfermagem, pois o desenvolvimento dessa prática 
desde o período acadêmico proporcionará ao futuro enfermeiro conhecimentos 
básicos e essenciais para desempenhar a assistência com segurança, garantindo a 
qualidade da assistência.33 
As Diretrizes Curriculares dos Cursos de Enfermagem garantem que a 
prevenção faz parte das atribuições e competências do futuro enfermeiro, e a 
Portaria MS n° 2616 de 12/05/1998 enfatiza que o enfermeiro é membro efetivo para 
realizar as ações de prevenção. Com isso, pode-se entender que a profissão de 
enfermeiro é a “chave” para proporcionar a prevenção e incentivar a equipe de 
saúde a realizar ações que venham proporcionar assistência de qualidade. Na 
graduação de enfermagem, o professor é o norteador e o profissional que irá 
proporcionar ao aluno o direcionamento para o ensino/aprendizagem.19,33 
No ensino, o tema da segurança do paciente deve perpassar todo o currículo 
nos diferentes cenários de aprendizagem por meio de práticas problematizadoras 
que garantam uma atuação profissional segura e de qualidade. 
Neste contexto, este trabalho teve como objetivo identificar sob a perspectiva 
do docente a abordagem da infecção hospitalar em serviços de saúde na graduação 
do curso de enfermagem de uma universidade privada do interior paulista. O 
desenvolvimento desse estudo permite compartilhar experiências e recomendações 
destinadas a garantir a uma melhor formação para a segurança do paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
7 MÉTODO 
 
Estudo do tipo exploratório-descritivo e de abordagem qualiquantitava 
realizado no Curso de Enfermagem de uma Universidade privada, do interior de São 
Paulo. O Curso caracteriza-se pelo ensino em metodologias ativas e inserção dos 
alunos nas atividades práticas desde o início da formação. Participaram como 
população do estudo docentes que estavam em exercício no ano de 2015 nos 
quatro anos do curso. Foram adotados critérios de exclusão aos docentes que 
estivessem na ocasião da coleta de dados em período de férias, licenças e/ou 
afastamentos da docência. Foram distribuídos 18 questionários e se obtiveram 12 
(66,6%) retornos. 
A

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