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Aplicativo móvel para prevenção e classificação de úlceras por pressão

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Universidade Federal de São Carlos 
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde 
Programa de Pós-graduação em Enfermagem 
 
 
 
 
Chris Mayara dos Santos Tibes 
 
 
 
Aplicativo Móvel para prevenção e 
classificação de Úlceras por Pressão 
 
 
 
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO CARLOS 
 2014 
 
II 
Chris Mayara dos Santos Tibes 
 
 
 
Aplicativo Móvel para prevenção e 
classificação de Úlceras por Pressão 
 
 
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE 
 
 
Dissertação apresentada ao 
Programa de Pós-Graduação em 
Enfermagem da Universidade 
Federal de São Carlos, como parte 
dos requisitos para obtenção do 
título de Mestre em Ciências da 
Saúde. 
 
Orientador: Silvia Helena Zem- 
Mascarenhas 
 
 
 
 
SÃO CARLOS 
2014 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da 
Biblioteca Comunitária da UFSCar 
 
 
 
 T553am 
 
Tibes, Chris Mayara dos Santos. 
 Aplicativo móvel para prevenção e classificação de 
úlceras por pressão / Chris Mayara dos Santos Tibes. -- São 
Carlos : UFSCar, 2015. 
 118 f. 
 
 Dissertação (Mestrado) -- Universidade Federal de São 
Carlos, 2015. 
 
 1. Enfermagem. 2. Informática em saúde. 3. Serviços de 
saúde - medidas de segurança. 4. Software - 
desenvolvimento. I. Título. 
 
 
 CDD: 610.73 (20a) 
 
 
 
III 
“AAA” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Seja a mudança que você 
quer ver no mundo” 
(Dalai Lama) 
http://pensador.uol.com.br/autor/dalai_lama/
 
IV 
Dedicatória 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À minha família, Terezinha, 
Luiz, Louiza e Everton. 
Eu amo vocês. 
 
 
 
V 
Agradecimentos 
 
 
À Deus por todas as oportunidades e boas pessoas que tem 
colocado em meu caminho. 
Aos meus pais, Tere e Luiz Tibes, que sempre acreditaram em mim, 
me amaram incondicionalmente e deram o seu melhor para fazer meus 
sonhos se tornarem realidade, superando a distância e a saudade. Sem 
vocês eu nada seria. Minhas palavras nunca serão suficientes para 
expressar meu amor e gratidão. Obrigada mamãe e papai. Também 
agradeço minha irmã, Louiza Tibes, por me dar a honra de ser sua amiga 
e madrinha. Amo e tenho muito orgulho de você, por ser essa pessoa tão 
carismática e amável. Lolo, você será sempre a minha princesinha. 
 Ao meu amor e amigo, Everton Cherman, a quem amo e admiro 
muito. Você tem me acompanhado e apoiado desde meus primeiros 
passos na ciência, desde quando o mestrado era apenas um sonho, você 
sempre me incentivou a seguir este caminho e acreditou no meu 
potencial. Seu apoio, amor, orientações e paciência têm sido 
fundamentais pra mim. Além disso, agradeço imensamente por sua 
participação ativa nesta pesquisa enquanto desenvolvedor do protótipo, 
sem você nada disso seria possível. Estendo meus agradecimentos a sua 
família que sempre me recebem com muito carinho. Especialmente a sua 
irmã e prima, Kamila e Flávia, que além de me acolherem como família se 
tornaram grandes amigas. 
Agradeço minha orientadora, Silvia Zem, que acreditou em mim 
mesmo sem me conhecer, aceitou me orientar e me acolheu como filha. 
Obrigada por sua paciência, orientação e carinho. Sou imensamente 
grata a você, por ter me dado à oportunidade de ingressar nesta jornada. 
Aprendi muito com você, como pesquisadora e pessoa, e sei que ainda 
tenho muito para aprender. Você tem um lugar especial em minha vida e 
coração. 
À minha avó e madrinha, Catharina Tibes, por todo seu carinho, 
amor e por estar sempre presente em minha vida me transmitindo um 
pouco da sua paz interior e sabedoria. Também estendo meus 
agradecimentos aos demais familiares, tios, primos e agregados. 
Aos meus professores, amigos e primeiros orientadores, Wu e Huei, 
que acompanharam e me incentivaram nesta caminhada. Vocês serão 
sempre um grande exemplo de dedicação a ciência. “Se eu vi mais longe, 
foi por estar sobre ombros de gigantes”. Estendo meus agradecimentos 
aos demais professores e integrantes do LABI. 
 
VI 
À professora e amiga, Maria Carolina Monard. Obrigada por suas 
dicas fundamentais para minha vida acadêmica e as longas e 
prazerosas conversas que sempre me ensinam muito. Você é, não só pra 
mim, mas para todos que te conhecem, um grande exemplo de 
pesquisadora, orientadora e pessoa. 
À professora Yolanda Évora que participou da banca da 
qualificação e contribuiu com sugestões preciosas para a continuidade 
desta pesquisa e por ter aceitado participar da banca da dissertação. 
Agradeço também por ter aceitado me orientador no Doutorado, estou 
imensamente grata e feliz por poder ser orientada por você. 
À professora Maria Helena Caliri que participou como banca no 
exame de qualificação e contribuiu com sugestões essenciais para a 
conclusão deste estudo. Também por sua dedicação a pesquisa, seu 
trabalho tem sido fundamental para o desenvolvimento desta pesquisa. 
À professora Vivian Aline Mininel que aceitou participar da banca 
final desta dissertação. 
Agradeço a minha companheira de mestrado, Jéssica, pela 
amizade e parceria nesta caminhada. Além de colega de mestrado você 
se tornou uma amiga para a vida, espero que possamos continuar 
compartilhando muitas vitórias juntas. Estendo meus agradecimentos 
aos demais colegas e amigos do mestrado (PPGEnf – UFSCar), 
especialmente às amigas Lívia, Flávia, Soraya, Lina, Daiane, Carlene e 
Alcione, que acompanharam essa trajetória mais de perto, 
compartilharam momentos de alegria e angustia, vocês são muito 
especiais pra mim. 
As minhas amigas de infância e faculdade, Giselle, Adrieli, Marina, 
Marcia, e Rebeca, que mesmo distante se fazem presente em minha vida. 
Também agradeço aos amigos de São Carlos, Vanessa, Bruno, Thainara 
e Vinicius, pela amizade e parceria, vocês se tornaram nossa família São-
Carlense. 
Aos colegas do grupo de pesquisa, pela prazerosa convivência e as 
divertidas reuniões semanais. 
Aos professores e funcionários do DEnf, pela convivência, atenção e 
colaboração. 
Aos especialistas que aceitaram participar, enquanto avaliadores, 
desta pesquisa. 
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo 
(FAPESP) pelo apoio financeiro para o desenvolvimento do mestrado. 
 
 
 
VII 
Resumo 
 
A popularização dos dispositivos móveis tem sido considerada por 
muitos a revolução tecnológica de maior impacto nos últimos anos. 
Desse modo, entende-se que o desenvolvimento de soluções 
computacionais em formato de aplicativos (softwares) para dispositivos 
móveis representa um meio eficaz de disponibilizar conteúdos e atingir 
o público-alvo desejado. A utilização de ferramentas computacionais na 
área da saúde está em crescente expansão. Atualmente, um dos temas 
mais abordados na área da saúde é em relação à segurança do 
paciente. Nesse sentido o Ministério da Saúde e ANVISA lançaram a 
Portaria nº 529 de 1º de Abril de 2013, a qual institui o Programa 
Nacional de Segurança do Paciente. Esta portaria visa à redução de 
eventos adversos nos serviços de saúde, dentre eles a redução da 
incidência de úlcera por pressão. Os cuidados de prevenção e de 
tratamento das úlceras por pressão são relacionados principalmente a 
equipe de enfermagem e em muitas instituições de saúde a incidência 
de úlcera por pressão é utilizada como um indicador da qualidade do 
cuidado. Nesse sentido, torna-se fundamental instrumentalizar os 
profissionais com recursos que os capacitem para predizer o risco do 
paciente desenvolver úlcera por pressão, apoiá-los no processo de 
classificação desse tipo de lesão e auxiliá-los frente à tomada de decisão 
na implementação de cuidados adequados para prevenir e/ou tratar 
esse tipo de lesão. Tecnologias de informação podem auxiliar nesse 
sentido. Além de serem capazes de armazenar e compactar um grande 
volumede informações, esse tipo de ferramenta é passível de 
portabilidade, adaptação e ampla abrangência. Com o intuito de 
auxiliar enfermeiros em sua prática profissional, esta pesquisa teve 
como objetivo desenvolver um protótipo de aplicativo móvel que auxilie 
na prevenção e na classificação de úlcera por pressão. O aplicativo 
desenvolvido é capaz de calcular/avaliar o risco, sugerir cuidados para 
prevenção e/ou tratamento de úlcera por pressão e classificar as 
úlceras existentes. A qualidade técnica e funcional do aplicativo foi 
avaliada por especialistas de computação e enfermagem, sendo 
considerado adequado nos quesitos de funcionalidade, confiabilidade, 
usabilidade, eficiência, manutenibilidade e portabilidade. Como 
trabalho futuro propõe-se avaliar o aplicativo em sua capacidade de 
reduzir a incidência de úlcera por pressão junto aos usuários na prática 
assistencial. 
Palavras-chave: Enfermagem, Informática em Enfermagem, Software. 
 
VIII 
Abstract 
 
 
The popularity of mobile devices has been considered by many the 
technological revolution with the greatest impact in recent years. Thus, 
the application development (software) for mobile devices provides an 
effective way of providing content and reaches the desired audience. The 
use of computational tools in healthcare is becoming increasingly 
widespread. Currently, one of the topics more addressed in the health 
field is related to the patient safety. The Brazilian Ministry of Health and 
ANVISA launched the Ordinance Nº 529 of April 1st 2013, which 
established the National Patient Safety Program. This ordinance aims to 
reduce adverse events in health care, including reducing the incidence 
of pressure ulcers. Prevention and treatment of pressure ulcers are 
mainly related to the nursing team and in many health institutions the 
incidence of pressure ulcers is used as an indicator of care quality. In 
this sense, it is fundamental equip professionals with resources that 
enable them to predict the patient's risk of developing pressure ulcers, 
support them to classify this type of injury and help them forward for 
decision making in the implementation of care adequate to prevent 
and/or treat this type of injury. Information technology can help these 
professionals. In addition to being able to store and compress a large 
volume of information, this type of tool is highly portable, adaptable and 
broad scope. In order to assist nurses in their professional practice, this 
research aimed to develop a mobile application prototype to assist in the 
prevention and classification process of pressure ulcers. The developed 
application is able to calculate the risk assessment, suggest cares for 
prevention and/or treatment of pressure ulcers, as well as to classify 
existing ulcers. The technical and functional quality of the application 
was evaluated by computing and nursing specialists and was 
considered adequate in question as functionality, reliability, usability, 
efficiency, maintainability and portability. As future work, it is proposed 
to evaluate the developed application in its ability of reducing the ulcer 
pressure incidence with users in care practice. 
 
 
Keywords: Nursing, Nursing Informatics, Software. 
 
 
 
IX 
Sumário 
 
 
Lista de figuras XI 
Lista de tabelas XIII 
Lista de abreviaturas XIV 
Apresentação 1 
1 Introdução 4 
2 Objetivos 9 
3 Fundamentação teórica 11 
 3.1 Aplicativos móveis 12 
 3.2 Engenharia e qualidade de software 14 
 3.3 Prática baseada em evidência 17 
 3.4 Úlcera por pressão 20 
4 Método 24 
 4.1 Tipo de estudo 25 
 4.2 Local de estudo 25 
 4.3 Método de desenvolvimento 26 
 4.3.1 Etapa I: Revisão integrativa da literatura 26 
 4.3.2 Etapa II: Desenvolvimento do aplicativo móvel 28 
 4.3.3 Etapa III: Avaliação do aplicativo móvel 35 
 4.4 Participantes 37 
 4.5 Procedimentos éticos 38 
5 Apresentação e discussão dos resultados 39 
 5.1 Etapa I: Revisão integrativa da literatura 40 
 5.1.1 Outros aplicativos 48 
 5.2 Etapa II: Desenvolvimento do aplicativo móvel 49 
 5.2.1 Organização do aplicativo móvel 50 
 5.2.2 Apresentação 51 
 5.2.3 Avaliação do risco 54 
 5.2.4 Inspeção da pele 57 
 5.2.5 Sugestão de cuidados 63 
 
X 
 5.2.6 Relatório final e impressão 64 
 5.3 Etapa III: Avaliação do aplicativo móvel 67 
 5.3.1 Avaliação do especialista – Computação 68 
 5.3.2 Avaliação do especialista – Enfermagem 75 
6 Conclusões 80 
7 Publicações 84 
 Referências 88 
 Anexos 100 
 Apêndices 106 
 
 
 
XI 
Lista de figuras 
 
Figura 1. Componentes de decisão baseada em evidências 18 
Figura 2. Fases do processo de desenvolvimento do sistema 29 
Figura 3. Sistema RGB 32 
Figura 4. 
Ilustração do processo de caracterização de imagens 
utilizando histograma de cores 
34 
Figura 5. 
Síntese do processo de seleção dos artigos para 
revisão integrativa da literatura 
40 
Figura 6. Fluxograma de navegação do aplicativo móvel 51 
Figura 7. Acesso por senha 52 
Figura 8. Aviso de login e/ou senha incorreto 52 
Figura 9. Outras opções 53 
Figura 10. Ajuda ao usuário 53 
Figura 11. Sobre a equipe e contato 53 
Figura 12. Referências do APP 53 
Figura 13. Tela inicial da Escala de Braden 56 
Figura 14. Subescalas Percepção sensorial 56 
Figura 15. Resultado parcial da escala 56 
Figura 16. Resultado final da escala 56 
Figura 17. Inspeção da pele 58 
Figura 18. Classificação baseada em imagem 59 
Figura 19. Imagem enviada para processamento 59 
Figura 20. Processando imagem 60 
Figura 21. Resultado do processamento da imagem 60 
Figura 22. Classificação baseada em informação 62 
Figura 23. Descrição e outras informações sobre o estágio da UP 62 
Figura 24. Ilustração contida em “Foto maior” 63 
Figura 25. Descrição adicional 63 
Figura 26. Lista de cuidados recomendados 64 
Figura 27. Adicionar cuidado manualmente 64 
Figura 28. Relatório final sem UP 65 
 
XII 
Figura 29. Relatório final com UP 66 
Figura 30. 
Perfil da formação acadêmica/profissional dos 
especialistas em computação 
68 
Figura 31. Respostas para questão 1.2 71 
Figura 32. Respostas para questão 1.3 71 
Figura 33. Respostas para questão 1.4 71 
Figura 34. Respostas para questão 2.1 72 
Figura 35. Respostas para questão 2.2 72 
Figura 36. Respostas para questão 3.1 72 
Figura 37. Respostas para questão 3.2 72 
Figura 38. Respostas para questão 3.3 73 
Figura 39. Respostas para questão 3.4 73 
Figura 40. Respostas para questão 4.1 73 
Figura 41. Respostas para questão 4.2 73 
Figura 42. Respostas para questão 5.1 74 
Figura 43. Respostas para questão 5.2 74 
Figura 44. Respostas para questão 5.3 74 
Figura 45. Respostas para questão 6.1 75 
Figura 46. Respostas para questão 6.2 75 
Figura 47. 
Perfil da formação acadêmica/profissional dos 
especialistas em enfermagem 
76 
 
 
XIII 
Lista de tabelas 
 
Tabela 1. Classificação dos estudos em categorias temáticas 42 
Tabela 2. 
Caracterização dos aplicativos disponíveis nas lojas 
online. 
48 
Tabela 3. 
Média de todas as respostas obtida para cada 
especialista de Computação 
69 
Tabela 4. 
Médiaa e desvio padrão das respostas dos 
especialistas de Computação para cada Questão 
70 
Tabela 5. 
Média de todas as respostas obtida para cada 
especialista de Enfermagem 
77 
Tabela 6. 
Média e desvio padrão das respostas de todos os 
especialistas de Enfermagem para cada Questão 
78 
 
 
 
XIV 
Lista de abreviaturas 
 
 
AHRQ Agency for Healthcare Research and Quality 
APP Aplicativo 
EPUAP European Pressure Ulcer Advisory Panel 
ESF Estratégia de Saúde da Família 
ICMC Instituto de Ciências Matemática e de Computação 
k-NN K - nearest neighbors 
LABI Laboratório de Bioinformática 
MS Ministério da Saúde 
NAS Nursing Activies Score 
NEPEGIEnfNúcleo de Estudos e Pesquisas em Gerenciamento e 
Informática em Enfermagem 
NPUAP National Pressure Ulcer Advisory Panel 
OHA Open Handset Alliance 
PBE Prática Baseada em Evidência 
PNSP Programa Nacional de Segurança do Paciente 
PPPIA Pan Pacific Pressure Injury Alliance 
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
UFSCar Universidade Federal de São Carlos 
UP Úlcera por Pressão 
 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apresentação 
 
 
2 
Em 2007 iniciei o curso de Bacharelado e Licenciatura em 
Enfermagem na Universidade Estadual do Oeste do Paraná em Foz do 
Iguaçu – PR. Desde o primeiro ano da graduação já tive grande 
afinidade com as disciplinas da Licenciatura, o que me despertou 
interesse em realizar um projeto de pesquisa. 
No inicio de 2008 surgiu à oportunidade de participar de um 
projeto de Extensão na linha de criança e saúde pública. No final desse 
mesmo ano, fui convidada a integrar ao Laboratório de Bioinformática – 
LABI e realizar estágio de Iniciação Científica. Nesse laboratório pude 
ter contato com pesquisas e pesquisadores de diferentes áreas 
(medicina, biologia, engenharia e computação) e foi ali que me 
aproximei da linha pesquisa de Informática Biomédica. 
Ao finalizar o curso de graduação em 2011, não pude ingressar de 
imediato no mestrado, mas tive a oportunidade de realizar um estágio 
de aperfeiçoamento em pesquisa na área de Fisiologia na Universidade 
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. 
No ano de 2012 atuei como enfermeira no Hospital Ministro Costa 
Cavalcante em Foz do Iguaçu – PR, nesse hospital passei por vários 
setores, mas minha atuação foi principalmente nos setores de Pronto 
Atendimento/Pronto Socorro, Unidade de Terapia Intensiva e Oncologia. 
Nesse mesmo período me especializei em Saúde do Trabalhador. 
Apesar da mudança no percurso que havia planejado durante a 
graduação tinha o desejo de voltar para a área acadêmica. No final de 
2012 fui aprovada no processo seletivo para o mestrado na 
Universidade Federal de São Carlos. 
Ao iniciar o mestrado o novo desafio foi definir a pesquisa, tendo 
como foco a linha da profª Silvia e meu grande interesse por tecnologias 
surgiu à ideia de trabalhar com Aplicativos Móveis. A presente pesquisa 
teve início em março de 2013 e versa sobre o desenvolvimento de 
tecnologia móvel para enfermagem. 
Nesse sentido, o foco deste estudo de mestrado foi o 
desenvolvimento de um aplicativo para dispositivo móvel que auxilia 
 
3 
enfermeiros no gerenciamento do cuidado de úlceras por pressão. Os 
objetivos definidos foram cumpridos e o aplicativo-protótipo elaborado. 
Minha trajetória no mestrado pode trazer mais do que o 
aprimoramento profissional, trouxe também um grande aprendizado 
pessoal e consolidou o meu desejo de seguir na pesquisa e academia. A 
pesquisa e o ensino me mostraram o caminho para compartilhar e 
produzir conhecimento e esse é o caminho que quero seguir. 
Finalizo o mestrado com a alegria de estar aprovada para o 
doutorado na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – USP. A 
conclusão de um sonho e o início de outro, ambos parte do caminho 
para alcançar um objetivo maior: o de ser professora e pesquisadora. 
Esta pesquisa de mestrado está inserida no Núcleo de Estudos e 
Pesquisas em Gerenciamento e Informática em Enfermagem – 
NEPEGIEnf, cadastrado no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
 
 
5 
1. Introdução 
 
A popularização dos dispositivos móveis, tablets e smartphones, 
tem sido considerada por muitos a revolução tecnológica de maior 
impacto nos últimos tempos após a revolução causada pela Internet e 
pelas redes sociais. No Brasil, apenas em 2013, foram vendidos mais de 
35 milhões de smartphones, o que supera o número de celulares 
convencionais vendidos no mesmo período. Até 2017, a expectativa é 
que o Brasil se tornará o quarto maior mercado desse setor no mundo1. 
A principal característica dos dispositivos móveis é a quebra da 
limitação da mobilidade. Essa qualidade é fundamental para recursos 
empregados na assistência à saúde, considerando as peculiaridades 
inerentes ao trabalho desempenhado pelos profissionais dessa área, 
visto que esses se deslocam, frequentemente, dentro das instituições em 
que trabalham. Nesse sentido, a aplicação dos dispositivos móveis para 
a área da saúde está em crescente expansão (FIGUEIREDO e 
NAKAMURA, 2003; MENDES e SILVA, 2013; TIBES, DIAS e ZEM-
MASCARENHAS, 2014). 
O software para dispositivo móvel é chamado de Aplicativo (APP) e 
é capaz de personalizar e ampliar as funções desses computadores de 
bolso. Apenas em 2013, mais de 100 bilhões de APP foram baixados 
nesses dispositivos e a previsão é que esse número ultrapasse 200 
bilhões em 20162. 
Desse modo, entende-se que desenvolver soluções 
computacionais no formato de APP representa um meio eficaz de 
disponibilizar a ferramenta e atingir o público-alvo desejado. 
A utilização de ferramentas computacionais na área da saúde está 
em crescente expansão, pois esse tipo de suporte proporciona aos 
profissionais de saúde maior precisão e agilidade em seus trabalhos. No 
que diz respeito ao cuidado de enfermagem no Brasil, a adoção de 
 
1
 http://www.idc.com/ 
2 http://www.gartner.com/newsroom/id/2592315 
 
6 
recursos tecnológicos é um fato crescente desde a década 60 com a 
fundamentação científica da profissão (ROCHA et al., 2008). 
A computação móvel pode ser aplicada em várias vertentes dentro 
da área da saúde, dentre essas aplicações destaca-se o monitoramento 
remoto, o apoio ao diagnóstico e o apoio à tomada de decisão (CATALAN 
et al., 2011; MENEZES Jr. et al., 2011; BARONE, FIGUEIREDO e WINK, 
2012). 
Atualmente, um dos temas mais abordados na área da saúde é 
em relação à segurança do paciente. Nesse sentido, foi lançada pelo 
Ministério da Saúde (MS) e ANVISA a Portaria nº 529 de 1º de Abril de 
20133, a qual institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente 
(PNSP) e tem por objetivo geral contribuir para a qualificação do 
cuidado em saúde em todos os estabelecimentos de saúde do território 
nacional. 
No Art. 4º § I da referida portaria Segurança do Paciente é 
definida como: “redução, a um mínimo aceitável, do risco de dano 
desnecessário associado ao cuidado de saúde”. Dentre os danos que a 
portaria prevê no Art.7º, alguns deles são: prevenção de infecção 
relacionada à assistência à saúde, prevenção de queda, prevenção de 
erros relacionados à medicação e a prevenção de Úlcera por Pressão 
(UP) (BRASIL, 2013). 
As UP são caracterizadas pela lesão da integridade da pele e/ou 
tecido subjacente. Os cuidados preventivos e de tratamento das UP 
estão relacionados principalmente à equipe de enfermagem. O 
enfermeiro é responsável pelo gerenciamento do cuidado, mais 
especificamente pela identificação da melhor prática de cuidar a ser 
estabelecida para cada paciente (GRITTEM, 2007). 
Dentre os prejuízos que a UP acarreta, pode-se citar: o 
prolongamento da hospitalização, o aumento da dificuldade de 
recuperação do doente e o risco para o desenvolvimento de outras 
complicações, além de maior morbidade e mortalidade dos pacientes 
 
3 http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0529_01_04_2013.html 
 
 
7 
internados, repercutindo diretamente na economia familiar e nos gastos 
na saúde pública (FERNANDES, CALIRI e HAAS, 2008). 
Em muitas instituições de saúde a incidência de UP é utilizada 
como um indicador da qualidade dos cuidados relacionados à 
assistência de enfermagem (GABRIEL et al., 2011). 
Em relação ao conceito de qualidade, o que melhor se refere à 
qualidade nos serviços de saúde, diz respeito à relação entre as 
melhorias obtidas,a diminuição de riscos, a diminuição dos custos e 
satisfação do paciente (DONABEDIAN, 1988; DONABEDIAN, 1992). 
Nesse sentido, uma intervenção é de qualidade se o conhecimento 
científico e a experiência prática estão presentes no processo, gerando 
satisfação nas relações interpessoais, benefícios a um custo suportável 
e o mínimo de riscos ao mesmo tempo (DONABEDIAN, 1988; 
DONABEDIAN, 1992). 
Gabriel e colaboradores (2011) ressaltam que a incidência de UP 
enquanto indicador de qualidade deve ser utilizado para reavaliar, 
replanejar e reorganizar as atividades da equipe de enfermagem. 
Um mecanismo efetivo de melhoria da qualidade nos serviços de 
saúde é o incentivo na educação profissional; a participação e 
capacitação na vida profissional e o apoio institucional (DONABEDIAN, 
1985). 
Tecnologias computacionais podem auxiliar nessa capacitação 
profissional. Essas tecnologias tem causado significativo impacto no 
processo de ensino e de aprendizagem, tanto no âmbito de formação 
quanto para a atualização profissional. Além disso, recursos 
computacionais são capazes de armazenar um grande volume de 
informações, são passíveis de portabilidade, adaptação e ampla 
abrangência (MARIN e CUNHA, 2006). 
Com o intuito de auxiliar os profissionais de saúde frente à 
aquisição de conhecimento especializado e frente ao processo de tomada 
de decisão dos cuidados das UP, esta pesquisa visou o desenvolvimento 
de um aplicativo-protótipo que fornece informações personalizadas de 
cada paciente quanto ao risco, prevenção e/ou classificação da UP. 
 
8 
Esse aplicativo-protótipo pode ser utilizado por profissionais e 
estudantes de enfermagem na prática assistencial e/ou no processo de 
aquisição de conhecimento especializado. 
Nesse contexto, a seguinte pergunta de investigação norteou o 
desenvolvimento desta pesquisa: “É possível desenvolver um aplicativo 
móvel capaz de avaliar o risco, sugerir cuidados para prevenção e 
classificar as úlceras por pressão?”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Objetivos 
 
 
10 
2. Objetivos 
 
 Geral 
Desenvolver um protótipo de um aplicativo móvel que auxilie na 
prevenção e na classificação de úlcera por pressão. 
 
 Específicos 
o Realizar um levantamento de publicações científicas sobre o 
desenvolvimento de aplicativos móveis voltados para a área da 
saúde no Brasil; 
o Identificar as recomendações presentes na literatura para 
prevenção de úlcera por pressão; 
o Auxiliar na automatização do processo de classificação das 
úlceras por pressão; 
o Avaliar junto a especialistas de enfermagem e especialistas de 
computação o aplicativo-protótipo segundo os critérios de 
avaliação de software. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fundamentação teórica 
 
 
12 
3. Fundamentação teórica 
 
Este capítulo visa aprofundar alguns conceitos do referencial 
teórico-metodológico utilizado nesta pesquisa. Para isso, dividiu-se a 
fundamentação teórica em quatro aspectos principais: Aplicativos 
móveis, engenharia e qualidade de software, prática baseada em 
evidência e úlcera por pressão. 
 
 
3.1 Aplicativos móveis 
 
A popularização dos dispositivos móveis tem sido considerada por 
muitos a revolução tecnológica de maior impacto da atualidade, após a 
revolução causada pela Internet e pelas redes sociais. Esse tipo de 
dispositivo tem fácil acesso a milhões de softwares para personalizar 
suas funções, os chamados aplicativos (APP). Apenas em 2013, mais de 
100 bilhões de APP foram baixados nesses dispositivos e a previsão é 
que esse número ultrapasse 200 bilhões em 20164. Isso se deve 
principalmente à facilidade em que esses APP podem ser acessados em 
suas respectivas lojas virtuais. 
A principal característica dos dispositivos móveis é a quebra da 
limitação da mobilidade, uma vez que o smartphone é como um 
computador de bolso, que pode acompanhar seu usuário 24 horas por 
dia onde ele estiver. 
Os dispositivos móveis são compostos por diversos recursos, 
como câmera digital, GPS, wireless, acesso 3G e 4G à Internet, entre 
outros, que tornam esse dispositivo uma poderosa ferramenta portátil 
quando combinado com o APP adequado. Devido a estas 
funcionalidades, os dispositivos móveis podem representar uma 
oportunidade de entretenimento, acesso à informação e solução de 
 
4 http://www.gartner.com/newsroom/id/2592315 
 
13 
problemas e, desse modo, passar a fazer parte do cotidiano das pessoas 
e facilitar diversas tarefas do dia a dia (SILVA e SANTOS, 2014). 
Aplicativos nativos são conceitualmente definidos por APP 
desenvolvidos para um tipo específico de plataforma, e destinados a 
serem executados exclusivamente em dispositivos móveis (SILVA e 
SANTOS, 2014). 
Há diversas plataformas de desenvolvimento para dispositivos 
móveis disponíveis, tais como: Android (Google), IOs (Apple Inc), 
Windows Mobile (Microsoft Corp), entre outros (SILVA e SANTOS, 2014). 
Uma das principais plataformas de desenvolvimento é a 
plataforma Android, que vem se popularizando e se tornando o principal 
sistema operacional para dispositivos móveis. O Android surgiu de um 
grupo de empresas chamado Open Handset Alliance (OHA). Uma das 
principais características do projeto Android é o fato de ser gratuito e de 
suas aplicações poderem ser desenvolvidas a partir de qualquer 
computador (ANDROID, 2013). 
Apesar do reduzido número de APP desenvolvidos no Brasil, 
baseados em pesquisa científica, voltados para a área da saúde, vê-se 
uma alta taxa de crescimento ao longo dos últimos anos (TIBES, DIAS e 
ZEM-MASCARENHAS, 2014). 
Pesquisas científicas que visem desenvolver APP são de grande 
importância, uma vez que a utilização dos dispositivos móveis está cada 
vez mais comum e ao alinhar o desenvolvimento e pesquisa, esses APP 
tendem a ser analisados e testados por profissionais que conhecem as 
reais necessidades dos usuários finais. Para desenvolver APP de 
maneira coerente e adequada é essencial reconhecer as necessidades do 
usuário final, para que assim o desenvolvimento seja de acordo com as 
demandas específicas, testadas na pesquisa e implementadas na 
prática (TIBES, DIAS e ZEM-MASCARENHAS, 2014). 
 
 
 
 
14 
3.2 Engenharia e qualidade de software 
 
Software é uma das mais importantes tecnologias no cenário 
mundial. Nos últimos 50 anos, o software passou de uma ferramenta 
especializada em análise de informações para uma ferramenta de 
resolução de problemas (PRESSMAN, 2011). 
No processo de engenharia de software há cinco atividades 
estruturais: comunicação, planejamento, modelagem, construção e 
emprego; e elas se aplicam a todos os projetos de software. Para cada 
projeto há um modelo de desenvolvimento que melhor se adapte, cada 
um desses modelos define um fluxo de processo. Dentre esses modelos, 
destacam-se o modelo cascata, o modelo incremental e o modelo de 
processo evolucionário (PRESSMAN, 2011). 
A engenharia de software guia um processo de desenvolvimento 
adaptável e ágil que conduza a um resultado de alta qualidade e que 
atenda as necessidades daqueles que usarão o produto final 
(PRESSMAN, 2011). 
A qualidade de software passou a receber maior atenção quando 
o software passou a fazer parte da maioria das atividades diárias. Na 
década de 1990, observou-se que bilhões de dólares estavam sendo 
desperdiçados em razão de softwares que não cumpriam 
adequadamente as funções a que eram destinados. Na virada do século, 
houve uma mobilização para trabalhar contra esse desperdício 
(PRESSMAN, 2011). 
Nesse sentido, Pressman (2011) define qualidade de software 
como “uma gestão de qualidade efetiva aplicada de modo a criar um 
produto útil que forneça valor mensurável para aqueles que o produzem 
e para aqueles que o utilizam”.Esta definição serve para enfatizar três 
pontos importantes, descritos a seguir. 
A gestão de qualidade efetiva visa definir a infraestrutura que dá 
suporte à construção de um software de alta qualidade. A resultante do 
estabelecimento de uma gestão de qualidade efetiva é um processo para 
o desenvolvimento do projeto. Os aspectos gerenciais do processo criam 
 
15 
um mecanismo de controle e equilíbrio que ajudam a evitar o caos no 
projeto, permitindo que o desenvolvedor tenha uma visão geral do 
processo e assim analise os problemas e elabore uma solução 
consistente. 
Um produto útil fornece o conteúdo, as funções e os recursos que 
o usuário final precisa. Visa satisfazer as necessidades do cliente 
fornecendo um conjunto de requisitos, como confiabilidade, isenção de 
erros, facilidade de uso, dentre outras características que se espera de 
um software de alta qualidade. 
Agregar valor para o fabricante e para o usuário do software gera 
benefícios para todos os envolvidos. Os fornecedores ganham valor 
agregado por um software de alta qualidade exigir menos em 
manutenção, adequações e suporte ao cliente. Enquanto que o usuário 
ganha no sentido de que o software fornece a capacidade de tornar mais 
ágil um processo. 
Segundo Pressman (2011), há alguns quesitos que devem ser 
considerados para avaliação da qualidade de software, tais como 
funcionalidade, usabilidade, confiabilidade, eficiência, manutenibilidade 
e portabilidade. 
Esses quesitos têm por objetivo abranger todos os aspectos, 
internos e externos, de qualidade de software. Esses parâmetros 
avaliam a adequabilidade do sistema tanto do ponto de vista do usuário 
e de qualidade dos resultados, quanto do ponto de vista da sua 
engenharia de construção. Para melhor entender o significado de cada 
uma dessas características, utilizou-se a definição de Pressman, a 
saber: 
 
Funcionalidade: conjunto de atributos que evidenciam a existência de 
um conjunto de funções e suas propriedades específicas. 
Usabilidade: conjunto de atributos que evidenciam o esforço necessário 
para utilizar o software, bem como o julgamento individual 
desse uso, por um conjunto de usuários. 
 
16 
Confiabilidade: conjunto de atributos que evidenciam a capacidade do 
software de manter seu nível de desempenho sob condições 
estabelecidas durante um período de tempo estabelecido. 
Eficiência: conjunto de atributos que evidenciam o relacionamento entre 
nível de desempenho do software e a quantidade de recursos 
usados. 
Manutenibilidade: conjunto de atributos que evidenciam o esforço 
necessário para fazer modificações especifica do software. 
Portabilidade: conjunto de atributos que evidenciam a capacidade do 
software ser transferido de um ambiente para outro. 
 
 
 
 
17 
3.3 Prática baseada em evidência 
 
O conceito da Prática Baseada em Evidência (PBE) surgiu na 
literatura a partir da década de 90, oriundo da área Médica, e se 
apresentou como uma nova forma de exercer a prática assistencial, com 
base em evidências e não em tradições, mitos ou preferência pessoal 
(CALIRI, 2002). 
Por definição, a PBE compreende “o uso consciente, explicito e 
criterioso da melhor evidência atual para a tomada de decisão sobre o 
cuidar individual do paciente”. Em um processo que integre a 
competência clínica individual com os resultados de pesquisas cientifica 
(ATALLAH e CASTRO, 1998; FRENCH, 1999; DOMENICO e IDE, 2003). 
A PBE é vista como um novo paradigma assistencial e pedagógico, 
e suas ferramentas, quando bem usadas, podem gerar uma assistência 
de qualidade e redução dos custos dos serviços de saúde (CALIRI, 
2002). 
Nesse sentido, a PBE é uma abordagem de solução de problema 
frente à tomada de decisão. A PBE incorpora resultados de pesquisas e 
outras evidências para o embasamento ou justificativas para uma forma 
mais adequada de se realizar uma intervenção (CALIRI, 2002). A busca 
pela melhor intervenção envolve a definição de um problema, a busca e 
a avaliação crítica das evidências disponíveis, a implementação das 
evidências na prática e a avaliação dos resultados obtidos (GALVÃO, 
SAWADA e MENDES, 2003; MENDES, SILVEIRA e GALVÃO, 2008). 
O raciocínio da PBE surgiu da epidemiologia clínica, que objetiva 
a aplicação da ciência epidemiológica a problemas e decisões clínicas, o 
qual permite suprir a lacuna entre o desenvolvimento de pesquisa e a 
utilização de seus resultados na prática (CULLUM et al., 2010). 
No entanto, os resultados de pesquisas não são usados 
isoladamente para guiar a PBE. Juntamente com os resultados de 
pesquisas há o uso do conhecimento específico sobre cada paciente e o 
contexto em que se está inserido (CULLUM et al., 2010). Os 
 
18 
componentes para a tomada de decisão para uma prática baseada em 
evidência são apresentados na Figura 1. 
 
 
Figura 1. Componentes de decisão baseada em evidências 
Fonte: CULLUM et al. (2010). 
 
Além dos benefícios que as práticas baseadas em evidências 
podem trazer para a prática clínica, é notório o impacto dessa 
abordagem sobre a política e o ensino (CULLUM et al., 2010). 
As PBE podem auxiliar efetivamente na educação profissional e 
na formação de uma cultura de melhoria contínua. Essa abordagem 
tem como propósito encorajar a utilização de resultados de pesquisas 
científica na assistência à saúde prestada nos diversos níveis de 
atenção, reforçando a importância da pesquisa para a prática clínica 
(MENDES, SILVEIRA e GALVÃO, 2008). 
A utilização de intervenções clínicas a partir de recomendações 
baseadas em evidências pode melhorar a qualidade do atendimento. No 
Decisão 
clínica 
Evidência de 
pesquisa válida 
e relevante 
Preferências e 
circunstâncias 
do paciente 
Recursos 
disponíveis 
Discernimento 
e 
especialização 
do enfermeiro 
 
19 
entanto, a introdução das PBE na prática hospitalar é custosa devido à 
quantidade e complexidade de informações disponíveis na literatura, o 
que torna fundamental a aplicação de abordagens para facilitar e 
agilizar o acesso ao conhecimento pelo enfermeiro (MENDES, SILVEIRA 
e GALVÃO, 2008). 
Tecnologias de informação podem auxiliar nesse processo de 
adoção das PBE. Essas tecnologias têm se tornado uma importante 
aliada nas mais diversas áreas do conhecimento. Além de serem 
capazes de armazenar e compactar um grande volume de informações, 
esse tipo de ferramenta é passível de portabilidade, adaptação e ampla 
abrangência (MARIN e CUNHA, 2006). 
Além dos recursos tecnológicos, outra ferramenta importante no 
processo de adoção do modelo da PBE na prática assistencial são as 
diretrizes clínicas, desenvolvidas a partir da análise dos resultados das 
pesquisas existentes e das opiniões de especialistas (VASCONCELOS, 
2014). 
No que diz respeito à prevenção e tratamento de UP, existem 
várias diretrizes internacionais disponíveis para nortear a prática clínica 
e subsidiar a estruturação de protocolos na área. No Brasil, mesmo que 
as pesquisas e publicações sobre UP esteja em crescente expansão nos 
últimos anos, ainda não há resultados suficientes para a proposição de 
recomendações nacionais (VASCONCELOS, 2014). 
Entretanto, especialistas brasileiros da área utilizam as diretrizes 
internacionais para fazer recomendações e as consideram válidas no 
escopo da saúde brasileira (CALIRI, 2002; ROGENSKI e SANTOS, 2005; 
FERNANDES, CALIRI e HAAS, 2008; MIYAZAKI, CALIRI e SANTOS, 
2010). 
 
 
20 
3.4 Úlcera por Pressão 
 
O sistema de classificação em estágios da UP foi criado pelo 
National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) em 1989. No entanto, as 
descrições originais do NPUAP não eram muito claras para os 
profissionais o que acarretava muitas vezes em uma classificação 
inadequada. Em fevereiro de 2007, o NPUAP atualizou a definição de UP 
e o seu sistema de classificação por estágios. 
No que diz respeito à definição da UP, essa passou a serdefinida 
como: 
“Lesão localizada na pele e/ou no tecido ou estrutura subjacente, 
geralmente sobre uma proeminência óssea, resultante de pressão 
isolada ou de pressão combinada com cisalhamento e fricção sobre a 
área afetada” (SANTOS e CALIRI, 2007). 
 
Em relação aos estágios, além dos quatro estágios originais foram 
adicionados mais dois referentes à lesão suspeita de tecidos profundos 
e a úlceras que não podem ser classificadas (SANTOS e CALIRI, 2007). 
Segundo as novas definições, traduzidas para o português por 
Santos e Caliri (2007), as descrições referentes a cada estágio são5: 
 Suspeita de lesão tissular profunda: 
Área localizada de pele intacta de coloração púrpura ou castanha ou bolha 
sanguinolenta devido a dano no tecido mole, decorrente de pressão 
e/ou cisalhamento. A área pode ser precedida por um tecido que se 
apresenta dolorido, endurecido, amolecido, esponjoso e mais quente ou 
frio comparativamente ao tecido adjacente. 
 Estágio I: 
Pele intacta com hiperemia de uma área localizada que não embranquece, 
geralmente sobre proeminência óssea. A pele de cor escura pode não 
apresentar embranquecimento visível: sua cor pode diferir da pele ao 
redor. 
 Estágio II: 
Perda parcial da espessura dérmica. Apresenta-se como úlcera superficial 
com o leito de coloração vermelho pálida, sem esfacelo. Pode 
 
5 ©Copyright 2007: National Pressure Ulcer Advisory Panel. 
 
21 
apresentar-se ainda como uma bolha (preenchida com exsudato seroso), 
intacta ou aberta/ rompida. 
 Estágio III: 
Perda de tecido em sua espessura total. A gordura sub-cutânea pode estar 
visível, sem exposição de osso, tendão ou músculo. Esfacelo pode estar 
presente sem prejudicar a identificação da profundidade da perda 
tissular. Pode incluir descolamento e túneis. 
 Estágio IV: 
Perda total de tecido com exposição óssea, de músculo ou tendão. Pode 
haver presença de esfacelo ou escara em algumas partes do leito da 
ferida. Frequentemente, inclui descolamento e túneis. 
 Úlceras que não podem ser classificadas: 
Lesão com perda total de tecido, na qual a base da úlcera está coberta por 
esfacelo (amarelo, marrom, cinza, esverdeado ou castanho) e/ou há 
escara (marrom, castanha ou negra) no leito da lesão. 
 
A incidência de UP é em muitas instituições de saúde utilizada 
como um indicador da qualidade dos cuidados relacionados à 
assistência de enfermagem (GABRIEL et al., 2011). 
 Essa incidência é calculada através da relação entre o número de 
pacientes acometidos com novos casos de UP em um determinado 
período e o número de pessoas expostas ao risco de desenvolver UP no 
mesmo período (CQH, 2006). 
Dentre os prejuízos que a UP acarreta, pode-se citar: o 
prolongamento da hospitalização, o aumento da dificuldade de 
recuperação do doente e o risco para o desenvolvimento de outras 
complicações, além de maior morbidade e mortalidade aos pacientes 
acometidos, repercutindo diretamente nos custos para os serviços de 
saúde e na economia familiar dos pacientes internados (FERNANDES, 
CALIRI e HAAS, 2008; SOUZA e SANTOS, 2010). 
Nesse sentido, entende-se que mais importante do que adotar 
boas práticas para o tratamento é impedir que as UP se desenvolvam, 
ou seja, preveni-las (RODRIGUES e SORIANO, 2011). 
Dentre as práticas preventivas destacam-se as escalas de 
avaliação de risco para UP. Essas escalas de avaliação têm apresentado 
 
22 
resultados significativos frente essa problemática. Esse tipo de 
instrumento aborda fatores intrínsecos e extrínsecos aos pacientes 
relacionados com o desenvolvimento de lesões. Tais aspectos facilitam 
na identificação de fatores de risco, bem como, no planejamento de uma 
assistência individualizada para cada paciente (BORGES et al., 2008; 
ROGENSKI e KURCGANT, 2012). 
A avaliação do risco para o desenvolvimento da UP deve ser 
aplicada diariamente durante o exame físico e sempre que houver 
alteração no estado clínico do paciente (ROGENSKI e KURCGANT, 
2012). 
Resultados de pesquisas brasileiras relacionam baixos escores na 
Escala de Braden com a presença de UP, sugerindo boa validade 
preditiva (PARANHOS e SANTOS, 1999; ROGENSKI e SANTOS, 2005; 
ROGENSKI e KURCGANT, 2012). 
A Escala de Braden é composta por seis diferentes subescalas: 
percepção sensorial, atividade, mobilidade, umidade, nutrição e fricção 
ou cisalhamento. As cinco primeiras subescalas são pontuadas de um a 
quatro, enquanto a última (fricção ou cisalhamento) é pontuada de um 
a três. O escore total varia de seis a 23, e os índices baixos 
correspondem a um alto risco e os índices altos, a um menor risco 
(ROGENSKI e KURCGANT, 2012). 
Quando se utiliza a Escala de Branden é imprescindível que, 
quando avaliado um mesmo paciente, haja o máximo de concordância 
entre diferentes profissionais em relação à pontuação das subescalas e 
da pontuação final obtida, garantindo assim, a efetividade preditiva da 
escala. Caso contrário a escala torna-se subjetiva e perderá sua 
validade (ROGENSKI e KURCGANT, 2012). 
Rogenski e Kurcgant (2012) destacam ainda que há a necessidade 
de treinamentos sistematizados para os enfermeiros que utilizem a 
escala para que a avaliação torne-se mais fidedigna. 
Além da utilização da escala de avaliação, há cuidados que podem 
representar um poderoso aliado na prevenção da UP. Em 2014, a 
National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP), a European Pressure 
 
23 
Ulcer Advisory Panel (EPUAP) e a Pan Pacific Pressure Injury Alliance 
(PPPIA), lançaram a segunda versão do Prevention and treatment of 
Pressure ulcer: clinical practice guideline. O objetivo desse guia é 
fornecer recomendações baseadas em evidências para a prevenção e 
tratamento de UP. Esse guia constitui-se em um recurso indispensável 
para as práticas baseadas em evidências na prática clínica (NPUAP, 
EPUAP e PPPIA; 2014). 
Paralelamente ao guideline foi lançado à versão atualizada do 
Prevention and treatment of Pressure ulcer: quick reference guide, que 
fornece de maneira reduzida as diretrizes baseadas em evidências para 
prevenção e tratamento das UP. Os dois documentos fornecem uma 
análise detalhada das pesquisas existentes nesta área, a avaliação 
crítica dos pressupostos e do conhecimento clínico (NPUAP, EPUAP e 
PPPIA, 2014). 
O tratamento das UP é necessário quando as medidas preventivas 
não foram suficientes para evitá-las. Esse tipo de complicação se 
destaca por, dentre outros aspectos, prolongar a hospitalização dos 
pacientes acometidos e assim gerar altos custos às instituições de 
saúde. 
Diante do conhecimento dos fatores de risco para UP, ou mesmo 
quando já há a lesão instalada, torna-se necessário o estabelecimento 
de metas e um planejamento que direcione o tratamento adequado. 
Também é fundamental estabelecer um processo avaliativo contínuo 
que leve ao estabelecimento de ações que previna o surgimento de 
novas lesões (LOBOSCO et al., 2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Método 
 
 
25 
 
4. Método 
 
Este capítulo tem como intuito elucidar os procedimentos pelos 
quais esta pesquisa foi guiada para atingir seus objetivos. São 
apresentadas as características da investigação realizada, como o tipo 
de estudo, local, método de desenvolvimento, participantes e os 
aspectos éticos. 
 
 
4.1 Tipo de estudo 
 
Trata-se de uma pesquisa aplicada, que visa o desenvolvimento 
de um aplicativo móvel para auxiliar os enfermeiros no processo de 
prevenção e tratamento das UP. 
A pesquisa aplicada refere-se à geração de conhecimentos para a 
elaboração de novos produtos ou aperfeiçoamento dos já existentes, 
suprindo a necessidade de um local para a solução de um problema 
específico, ou seja, utiliza os conhecimentos gerados pela pesquisa 
básica para aplicação prática com produtos, frente a uma demandapreestabelecida (SANTOS e PARRA Filho, 1998; MENEZES e SILVA, 
2001; POLIT, BECK e HUNGLER, 2004). 
 
 
4.2 Local do estudo 
 
Todas as etapas do estudo foram desenvolvidas na Universidade 
Federal de São Carlos (UFSCar) em parceria com especialistas em 
Inteligência Artificial, Mineração de Dados e Engenharia de Software do 
Instituto de Ciências Matemática e de Computação (ICMC – USP). 
 
 
 
 
26 
4.3 Método de desenvolvimento 
 
Para o cumprimento dos objetivos específicos apresentados, o 
presente estudo foi dividido em três etapas distintas: 
 Etapa I: Revisão integrativa da literatura; 
 Etapa II: Desenvolvimento do aplicativo móvel; 
 Etapa III: Avaliação do aplicativo móvel. 
Cada uma dessas etapas será apresentada separadamente nas 
próximas Seções. 
 
4.3.1 Etapa I: Revisão integrativa da literatura 
Para o alcance do primeiro objetivo específico “Realizar um 
levantamento de publicações científicas sobre o desenvolvimento de 
aplicativos móveis voltados para a área da saúde no Brasil”, realizou-se 
um estudo de revisão integrativa da literatura, visando apreender o que 
existe de publicação científica no país sobre o desenvolvimento de 
aplicativos móveis na área da saúde. 
O método de Revisão integrativa possibilita sumarizar as 
pesquisas já realizadas e obter conclusões a partir de um tema 
específico (BEYEA e NICOLL, 1998). Para a realização da revisão 
utilizou-se o modelo que envolve as seguintes etapas (GANONG, 1987): 
1. Seleção das questões para revisão; 
2. Estabelecimento de critérios para inclusão de estudos e busca na 
literatura; 
3. Apresentação das características dos estudos revisados; 
4. Análise dos estudos utilizando instrumento específico; 
5. Interpretação dos resultados; 
6. Apresentação dos resultados e síntese do conhecimento. 
A questão que guiou esta revisão integrativa foi: “O que foi 
desenvolvido no Brasil em pesquisa científica na área da saúde 
relacionada a aplicativos móveis?”. 
Os critérios de seleção utilizados foram os seguintes: publicações 
disponíveis online, em língua Portuguesa, trabalhos desenvolvidos por 
 
27 
pesquisadores brasileiros e publicados no período compreendido entre 
2006 a 2014. Os descritores utilizados foram: Aplicativo, Saúde e 
Smartphone, combinados a partir da lógica booleana AND. 
Foi consultada a base de dado LILACS, a biblioteca virtual 
SCIELO, e o sistema de busca Google Acadêmico. Esta última foi 
utilizada no intuito de ampliar o âmbito da pesquisa abrangendo 
trabalhos não encontrados em bibliotecas indexadas, minimizando 
possíveis vieses nessa etapa do processo de elaboração da revisão. Os 
estudos encontrados em mais de uma base de dados foram 
considerados somente uma vez. 
Utilizou-se um instrumento especialmente construído para a 
finalidade de extração e a análise dos dados dos estudos selecionados. 
Nesse instrumento é necessário identificar o título do estudo, a 
instituição sede, o local em que o trabalho foi publicado, as 
características metodológicas do estudo, bem como a avaliação do rigor 
metodológico. 
Para realizar a classificação do nível de evidência dos trabalhos foi 
utilizada a categorização da Agency for Healthcare Research and Quality 
(AHRQ)6. A qualidade das evidências é classificada em seis níveis, a 
saber: 
 Nível 1 - metanálise de múltiplos estudos controlados; 
 Nível 2 - estudo individual com delineamento experimental; 
 Nível 3 - estudo com delineamento quase-experimental como 
estudo sem randomização com grupo único pré e pós-teste, séries 
temporais ou caso-controle; 
 Nível 4 - estudo com delineamento não-experimental como 
pesquisa descritiva correlacional e qualitativa ou estudos de caso; 
 Nível 5 - relatório de casos ou dado obtido de forma sistemática, 
de qualidade verificável ou dados de avaliação de programas; 
 Nível 6 - opinião de autoridades respeitáveis baseada na 
competência clínica ou opinião de comitês de especialistas, 
 
6 http://www.qualityindicators.ahrq.gov/ 
 
28 
incluindo interpretações de informações não baseadas em 
pesquisas. 
 
4.3.2 Etapa II: Desenvolvimento do aplicativo móvel 
Esta etapa teve como propósito atender o objetivo de desenvolver 
um protótipo de um aplicativo móvel que auxilie na prevenção e na 
classificação de úlcera por pressão. 
Para isso, o sistema foi desenvolvimento em parceria com 
especialistas de computação do Laboratório de Inteligência 
Computacional – LABIC da Universidade de São Paulo – USP/São 
Carlos. 
Para desenvolver o APP, diversas linguagens de programação e 
softwares de apoio podem ser utilizadas. Como o objetivo do projeto é 
desenvolver um APP para dispositivo móvel, ferramentas de 
desenvolvimento para a plataforma Android foram utilizadas. Também 
definido como um sistema operacional para dispositivo móveis, o 
Android está presente em cerca de 85% dos smartphones do mundo. No 
Brasil, a presença de mercado da plataforma Android é ainda maior7. 
Desenvolver um APP para essa plataforma requer a utilização de 
bibliotecas e ferramentas na linguagem de programação Java fornecida 
pelo Android SDK (sigla para kit de desenvolvimento de software, em 
inglês). Além disso, nesta pesquisa também se utilizou o ambiente de 
desenvolvimento integrado Android Studio. 
O sistema foi desenvolvido baseado nos preceitos básicos do 
processo de desenvolvimento de software incremental contido na 
Engenharia de Software (PRESSMAN, 2011). O método final utilizado foi 
adaptado às necessidades desta pesquisa e é composto por cinco fases 
conforme ilustrado na Figura 2. 
O desenvolvimento do APP foi realizado utilizando um processo 
iterativo, ou seja, pôde-se retornar a qualquer fase anterior sempre que 
fosse necessário aperfeiçoar o sistema. Além disso, a interação com 
 
7 http://www.idc.com/getdoc.jsp?containerId=prUS24676414 
 
29 
especialistas, tanto da área de computação quanto de enfermagem, 
ocorreu em todas as fases de desenvolvimento. 
 
 
Figura 2. Fases do processo de desenvolvimento do sistema. 
Fonte: TIBES, 2014. 
 
Cada fase do processo de desenvolvimento utilizado nesta 
pesquisa é descrita a seguir. 
 
Fase 1 – Análise dos requisitos 
Nesta fase foram levantadas as necessidades funcionais e não 
funcionais que o sistema deve abranger. Quanto às necessidades 
funcionais, pode-se citar a implementação do cálculo simplificado da 
escala de avaliação do risco para desenvolver UP, da recomendação de 
cuidados para UP, e a identificação de padrões em imagens desse tipo 
de lesão. Como requisitos não funcionais destaca-se a necessidade de 
ser de fácil e rápida utilização, bem como a mobilidade da solução 
desenvolvida. 
 
 
 
30 
 
Fase 2 – Definição do conhecimento 
Nesta fase, o conhecimento necessário para a correta elaboração 
do conteúdo a ser embutido no APP foi levantado por meio de revisão de 
literatura. Destacam-se, nesse sentido, a identificação da escala de 
avaliação utilizada e os cuidados para UP. Além disso, a identificação 
das imagens de referência de úlceras por pressão também faz parte do 
escopo desta fase. 
Para eleger a escala de avaliação a ser utilizada no sistema, 
realizou-se um estudo de revisão da literatura que visou identificar a 
escala mais estudada e recomendada no Brasil. 
Com a finalidade de identificar os cuidados para UP a serem 
recomendados pelo software, realizou-se um estudo de análise 
documental do Prevention and treatment of Pressure ulcer: quick 
reference guide (NPUAP, EPUAP e PPPIA, 2014). A análise documental 
consiste em identificar, verificar e apreciar os documentos com uma 
finalidade específica (SOUZA, KANTORSKI e LUIS, 2011). 
 
Fase 3 – Representação computacional do conhecimento 
O conteúdo coletado na fase anterior foi transformado emum 
formato adequado para posteriormente ser codificado em linguagem 
computacional e embutido no software. Para tanto foi utilizando a 
linguagem de programação escolhida previamente. Desse modo, o 
conteúdo levantado na fase anterior foi projetado para ser 
implementado utilizando o paradigma de Orientação a Objetos da 
linguagem de programação Java. Os conteúdos do APP foram 
projetados para serem implementados utilizando os conceitos de 
Orientação a Objeto, tais como Classes, Métodos, Heranças, entre 
outros (WU, 2010). 
 
Fase 4 – Codificação do protótipo do sistema 
Esta fase do desenvolvimento teve por objetivo implementar o que 
foi projetado nas fases anteriores. Para tanto, o desenvolvimento foi 
 
31 
dividido em entregáveis (releases, em inglês) ou módulos. A divisão em 
módulos tem como objetivo realizar testes internos de qualidade a 
medida que cada módulo é implementado a fim de identificar possíveis 
falhas o mais rápido possível e, assim, evitá-las nas próximas 
implementações. Os entregáveis desta pesquisa seguiram a seguinte 
ordem: Escala de avaliação do risco, recomendação de cuidados e 
processamento de imagens. 
O módulo de processamento de imagens visou alcançar o objetivo 
especifico “Auxiliar na automatização do processo de classificação das 
úlceras por pressão” e será detalhado a fim de elucidar o método 
computacional empregado. 
 
Módulo de Processamento de Imagens 
O processamento (digital) de imagens é uma área de Ciência da 
Computação que tem como objetivo o desenvolvimento de algoritmos 
para o processamento de dados nos quais a entrada e/ou a saída 
envolvam imagens digitais. 
Uma imagem, por sua vez, pode ser definida como uma função 
bidimensional, f(x,y), onde x e y são coordenadas em um plano espacial 
e o valor de f em qualquer par de coordenadas (x,y) é chamada de 
intensidade de cor ou nível de cinza da imagem naquele ponto. Quando 
x, y e os valores de f são todos finitos, ou seja, valores discretos, a 
imagem pode ser chamada de imagem digital. Desse modo, cada 
imagem é composta por um número finito de elementos, cada qual com 
sua localização e valor. Esses elementos são amplamente conhecidos 
como pixels (GONZALES e WOODS, 2002). 
Existem diversos sistemas para a definição do valor de 
intensidade de cor ou nível de cinza (valor da função f). O sistema mais 
amplamente utilizado para a representação de imagens digitais é o RGB 
(sigla do Inglês para Vermelho, Verde e Azul) (Figura 3) (GONZALES e 
WOODS, 2002). 
Esse sistema forma as distintas cores de um pixel definindo a 
intensidade de cada um dos três componentes (RGB). Quando os três 
 
32 
componentes têm intensidade máxima, a cor a ser exibida para o pixel 
será a branca. Por outro lado, a cor preta é representada quando a 
intensidade é nula em todos os componentes (GONZALES e WOODS, 
2002). 
 
 
Figura 3. Sistema RGB. 
Fonte: GONZALES e WOODS, 2002. 
 
A combinação de pixels, cada qual com sua posição e intensidade 
de cor, formam as imagens digitais. 
Neste estudo, são utilizadas especificamente imagens de úlceras 
por pressão. O objetivo da utilização de algoritmos de processamento de 
imagens nesta pesquisa é, fornecida ao sistema uma nova imagem de 
UP, identificar automaticamente a imagem mais similar no banco de 
imagens de referência e, desse modo, estimar o estágio da UP da nova 
imagem submetida ao algoritmo. 
Para atingir esse objetivo, quatro etapas podem ser destacadas: 
construção de um banco de referência com imagens de UP; extração de 
características das imagens; definição de uma função que calcule a 
similaridade entre imagens; e recuperação da imagem de referência 
mais similar à nova imagem fornecida ao algoritmo. 
 
 Construção de um banco de referência com imagens de UP: na 
primeira etapa organizou-se um banco com oito imagens de úlcera por 
pressão, duas para cada estágio da lesão. As imagens, e seus devidos 
direitos de uso, utilizadas nesta etapa foram adquiridas no site da 
 
33 
NPUAP8. As imagens adquiridas foram previamente estudadas e 
classificadas de acordo com seu estágio pela NPUAP. 
Desse modo, além das próprias imagens, o estágio de cada lesão 
também é armazenado no sistema computacional. Esse banco foi 
posteriormente dividido em dois conjuntos: um para referência (também 
chamado de conjunto de treinamento) e outro para posterior teste da 
precisão do algoritmo de processamento de imagens (também chamado 
de conjunto de testes). Cada um dos bancos (referência e teste) foi 
composto por quatro imagens, uma para cada estágio da lesão. 
 
 Extração de características das imagens: na segunda etapa são 
extraídas características que sumarizem cada imagem a fim de serem 
utilizadas para calcular a similaridade entre elas e, assim, recuperar 
a(s) imagem(s) mais semelhante. 
Existem diversas técnicas disponíveis na literatura da área de 
Processamento de Imagens para esse fim. Nesta pesquisa, elegeu-se a 
técnica conhecida como histograma de cores (GONZALES e WOODS, 
2002) para caracterizar cada imagem. 
Um histograma é usualmente uma representação gráfica para 
indicar a distribuição de frequências de valores em um conjunto. No 
contexto de processamento de imagens, essa técnica consiste 
basicamente em analisar pixel a pixel para contar a frequência com que 
cada intensidade de cor está presente na imagem. 
A Figura 4 ilustra a construção do histograma de cores de uma 
imagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 http://www.npuap.org/online-store/home.php?cat=249 
 
34 
 
 
 
 
Figura 4. Ilustração do processo de caracterização de imagens utilizando histograma 
de cores. 
Fonte: TIBES, 2014. 
 
 Definição de uma função que calcule a similaridade entre imagens: 
a terceira etapa do módulo de processamento de imagens consiste em 
definir a métrica que irá calcular a similaridade entre duas imagens 
representadas pelos seus vetores de características h1 e h2 . 
Para isso, diversas métricas podem ser utilizadas. Nesta pesquisa 
elegeu-se a distância Euclidiana por ser uma métrica amplamente 
divulgada e utilizada (Witten, Frank e Hall, 2011). A distância 
Euclidiana é definida pela seguinte equação: 
 
 
 
 
 
onde h1 e h2 são os vetores de histograma de cores normalizado que, 
no caso deste trabalho, representam as imagens a serem comparadas e 
n é quantidade de dimensões dos vetores (intensidade de cores). 
 
 Recuperação da imagem de referência mais similar a nova imagem 
fornecida ao algoritmo: na quarta e última etapa do módulo de 
 
35 
processamento de imagens é definido o algoritmo utilizado para 
recuperar a(s) imagem(s) mais similar(es) à uma nova imagem 
processada pelo APP. Para tanto, o algoritmo k-NN (do inglês, k-Vizinhos 
mais Próximos) foi utilizado (WITTEN, FRANK e HALL, 2011). 
Ao processar uma imagem, esse algoritmo tem como objetivo 
recuperar os k exemplos (imagens) mais similares dentro do banco de 
exemplos de referência. 
Desse modo, recuperada a imagem de referência mais similar, 
basta utilizar o estágio já conhecido e atribuído previamente a essa 
imagem como a estimativa de estágio para a nova imagem. 
 
Fase 5 – Avaliação do sistema: a quinta e última fase de 
desenvolvimento do APP também diz respeito a “Etapa III” desta 
pesquisa e, por isso, é apresentada em detalhes na Seção 4.3.3. 
 
4.3.3 Etapa III: Avaliação do aplicativo móvel 
A última etapa desta pesquisa está relacionada ao terceiro e 
último objetivo específico: “Avaliar junto a especialistas de enfermagem 
e especialistas de computação o aplicativo-protótipo segundo os 
critérios de avaliação de software”. 
Para avaliação de qualidade técnica do software, foram 
desenvolvidos dois questionários baseados no estudo de Sperandio 
(2008), que avalia as características de funcionalidade, confiabilidade,usabilidade, eficiência, manutenibilidade e portabilidade do sistema 
(Apêndices I e II). 
Para a elaboração dos questionários utilizou-se a ferramenta para 
construção e aplicação de pesquisa online “Google Forms”. Optou-se 
pela escala do tipo Likert, por se tratar de uma escala que verifica o 
grau de concordância do indivíduo frente assertivas que apresentem 
algo de favorável ou desfavorável em relação a um objeto. 
Os questionários desenvolvidos passaram por um teste de 
validade de conteúdo. Para isso, os questionários foram submetidos à 
avaliação de um comitê de especialistas. Esse comitê foi formado por 
 
36 
seis juízes, três especialistas em enfermagem e três especialistas em 
computação, com formação mínima em nível de mestrado ou dois anos 
de experiência profissional. 
Para o teste de validade de conteúdo foi desenvolvido um 
questionário específico com a finalidade de avaliar a compreensão, 
clareza, dificuldades e aparência geral do instrumento. Para mensurar a 
validade de conteúdo dos instrumentos foi realizada uma análise 
qualitativa. A avaliação foi aplicada inicialmente de forma individual e 
independente pelos juízes, seguida por uma discussão em grupo para 
identificar pontos controversos (HYRKÄS, SCHMIDLECHNER e OKSA, 
2003; ALEXANDRE e COLUCI, 2011). 
Após a validação do conteúdo, as modificações nos instrumentos 
propostas pelo comitê de especialistas foram realizadas. Desse modo, 
foram modificadas duas questões no questionário destinado aos 
enfermeiros e adicionado uma questão no questionário destinado aos 
especialistas em computação. Os questionários foram aplicados para 
avaliar o aplicativo desenvolvido nesta pesquisa. 
 A avaliação do APP foi realizada por uma comissão de juízes 
especialistas, nesse caso especificamente, especialistas de enfermagem 
e especialistas de computação. As características dos avaliadores são 
descritas no item 4.4. 
Os quesitos considerados na avaliação do APP são os utilizados 
em Engenharia de Software, tais como funcionalidade, usabilidade, 
confiabilidade, eficiência, manutenibilidade e portabilidade 
(PRESSMAN, 2011). Esses quesitos objetivam abranger todos os 
aspectos, internos e externos, de qualidade do software. Esses 
parâmetros avaliam a adequabilidade do sistema tanto do ponto de 
vista do usuário e da qualidade dos resultados, quanto do ponto de 
vista da sua engenharia de construção. 
Os juízes especialistas em enfermagem avaliaram os aspectos de 
funcionalidade, usabilidade, confiabilidade e eficiência do APP. Já os 
especialistas da área computacional avaliaram além dos aspectos 
referentes à funcionalidade, usabilidade, confiabilidade e eficiência do 
 
37 
aplicativo, também avaliaram os quesitos de manutenibilidade e 
portabilidade do APP. 
 
Para que os avaliadores do protótipo pudessem responder ao 
questionário de avaliação, foram construídos quatro estudos de caso 
dois para enfermagem (Apêndice III e IV) e outros dois para computação 
(Apêndice V e VI). 
Foi utilizada uma linguagem simples, clara e objetiva para manter 
a atenção dos avaliadores, facilitando o entendimento e a memorização 
dos dados apresentados. 
Esses estudos de caso foram entregues aos avaliadores e 
continham as informações necessárias para guiar uma avaliação fictícia 
pelo APP. Ao final da consulta guiada pelo estudo de caso os avaliadores 
responderam aos questionários de avaliação do APP. 
As respostas obtidas nas avaliações foram tabuladas de acordo 
com a frequência. Para analisar esses resultados foram empregadas 
técnicas da estatística descritiva, como, média e desvio padrão 
(SILVESTRE, 2007). 
 
 
4.4 Participantes 
 
Os participantes aqui mencionados referem-se apenas à etapa III 
desta pesquisa. Nesta etapa, houve a participação de especialistas de 
enfermagem e computação para a avaliação do APP desenvolvido. 
A Norma Brasileira ABNT ISO/IEC 25062:2011 recomenda uma 
amostragem mínima de oito participantes, portanto neste estudo foram 
selecionados 16 avaliadores, a saber: 
Oito especialistas de enfermagem com no mínimo dois anos de 
experiência profissional ou mestrado. 
Oito especialistas de computação com no mínimo dois anos de 
experiência profissional ou mestrado, nas áreas de Inteligência artificial, 
Mineração de dados e/ou Engenharia de software. 
 
38 
4.5 Procedimentos éticos 
 
Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa em 
Seres Humanos da UFSCar, sob nº de parecer 393.976 (Anexo I), 
atendendo as exigências da Resolução 466/12 (BRASIL, 2012). 
Todos os sujeitos envolvidos na pesquisa foram informados sobre 
os objetivos do estudo, destacando a disponibilidade para o 
esclarecimento de eventuais dúvidas. A participação na pesquisa foi 
realizada mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e 
Esclarecido (TCLE) (Apêndice VII), que assegura o sigilo e anonimato, a 
desistência em qualquer fase da pesquisa sem qualquer ônus e a 
autorização para a divulgação dos resultados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apresentação e 
discussão dos resultados 
 
 
40 
5. Apresentação e discussão dos resultados 
 
Neste capítulo são apresentados e discutidos os resultados desta 
pesquisa. A apresentação e discussão dos resultados seguirá a ordem 
do desenvolvimento da pesquisa. 
 
 
5.1 Etapa I: Revisão integrativa da literatura 
 
Os resultados obtidos por meio da revisão integrativa deram 
origem ao artigo intitulado “Aplicativos móveis desenvolvidos para a 
área da saúde no Brasil: Revisão integrativa da literatura” (TIBES, DIAS 
e ZEM-MASCARENHAS, 2014). 
Por meio da busca nas bases de dados estabelecidas obteve-se 
319 estudos. Após a leitura de todos os títulos e resumos, respeitando-
se os critérios de seleção, apenas 36 estudos foram selecionados para 
análise. O processo de seleção dos artigos está apresentado na Figura 5. 
 
Figura 5. Síntese do processo de seleção dos artigos para revisão integrativa da 
literatura. 
Fonte: TIBES, 2015. 
 
41 
Os trabalhos selecionados foram sumarizados e classificados de 
acordo com os seguintes critérios: ano de publicação, tipo de 
publicação, abordagem temática e categoria profissional foco da 
aplicação. 
Segundo o ano de publicação, obtivemos a seguinte distribuição: 
2014(3), 2013 (7), 2012 (10), 2011 (6), 2010 (3), 2009 (3), 2008 (1), 2007 
(1) e 2006 (2). Quanto ao tipo da publicação não foram encontradas 
Teses de doutorado, e os demais tipos foram sumarizados em: Artigo 
(19), Dissertação (7), Trabalho de Conclusão de Curso (9) e Monografia 
de especialização (1). Todos os estudos identificados foram classificados 
com o nível de evidência 4, baseadas na categorização da AHRQ, pois 
todos os estudos eram não-experimental, com tipo de pesquisa 
descritiva, aplicada ou correlacional. 
A fim de realizar a análise e discussão dos aplicativos móveis 
desenvolvidos para a área da saúde, organizou-se os estudos 
selecionados em categorias por aderência temática ao público alvo de 
cada pesquisa, a saber: "Estudos com foco multiprofissional"; "Estudos 
com foco no profissional de enfermagem"; "Estudos com foco no 
profissional de medicina"; "Estudos com foco no profissional de 
odontologia", “Estudos com foco no profissional de fonoaudiologia”, 
“Estudos com foco no profissional de radiologia” e "Estudos com foco no 
paciente" (Tabela 1). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
Tabela 1. Classificação dos estudos em categorias temáticas. 
Categorias Artigos selecionados 
Estudos com foco 
multiprofissional 
TONON, 2006; SCHWARZ, 2007; MARQUES, PISA e 
MARIN, 2008; VIGOLO, 2009; FERNANDES, 2011; 
FERREIRA e RODOVALHO, 2011; RODRIGUES, 2011; 
ARAÚJO e ALVES, 2012; GHIZONI, 2012; PEREIRA, 
TARCIA e SIGULEM, 2012; SILVA, 2012; UGULINO et 
al., 2012. 
Estudos com foco no 
profissional de medicina 
CAMILLOJúnior, 2006; BASTOS et al., 2009; 
ALBUQUERQUE, FERRER-SAVALL e CODINA, 2010; 
MAGALHÃES e AGUIAR, 2010; KODAMA, MORALES e 
KAVAI, 2011; MORAES et al., 2012; MORAIS et al., 
2012; MOURATO, MOSER e MATTOS, 2013. 
Estudos com foco no 
profissional de enfermagem 
SILVEIRA et al., 2010; CATALAN et al., 2011; 
OLIVEIRA e COSTA, 2012; GROSSI, PISA e MARIN, 
2014 
Estudos com foco no 
profissional de odontologia 
BARONE, FIGUEIREDO e WINK, 2012; WINK, 2012 
Estudos com foco no 
profissional de 
fonoaudiologia 
SANTOS, 2013 
Estudos com foco no 
profissional de radiologia 
SOARES et al., 2013 
Estudos com foco no 
paciente 
YAÑEZ, 2009; NAVARRO et al., 2012; VALENTE e 
ORSO, 2013; JULLIEN, 2013; LIMA et al., 2013; 
MONTEIRO, 2013; MORAN e TAMARIZ, 2013; 
CAIVANO, FERREIRA e DOMENE, 2014 
Fonte: TIBES, 2014. 
 
Estudos com foco multiprofissional 
Com relação à categoria "Estudos com foco multiprofissional" 
foram selecionados 12 estudos que abarcavam a temática tecnologia 
móvel voltada para auxílio na prática de diversos profissionais de saúde. 
A grande maioria dos estudos desenvolveu tecnologias que utilizavam os 
sinais vitais dos pacientes como conteúdo, visando à visualização destes 
dados e acompanhamento constante do paciente pelos profissionais de 
saúde, sem a necessidade da presença no leito e facilitando o acesso às 
 
43 
informações em qualquer ambiente (TONON, 2006; SCHWARZ, 2007; 
VIGOLO, 2009; FERNANDES, 2011; FERREIRA e RODOVALHO, 2011; 
RODRIGUES, 2011; ARAÚJO e ALVES, 2012; UGULINO et al., 2012). 
Dentre estes, um estudo partiu de um mecanismo diferenciado para a 
visualização dos sinais vitais ao se utilizar da fotopletismografia 
(SCHWARZ, 2007), enquanto os demais utilizaram de uma transmissão 
de dados a partir de uma conexão do dispositivo móvel com os 
dispositivos eletrônicos acoplados ao paciente. Todos os estudos traziam 
a importância de se facilitar o acesso do profissional às condições dos 
pacientes e aperfeiçoar as atividades destes, auxiliando ainda na 
comunicação entre os profissionais quando o paciente não apresentar 
uma condição estável. 
Um dos estudos propôs a utilização de tecnologia móvel para 
auxílio ao protocolo de atendimento de Infarto Agudo do Miocárdio com 
Supradesnivelamento do Segmento ST (IAM com SST) (MARQUES, PISA 
e MARIN, 2008), outro desenvolveu um sistema de visão computacional 
para monitorar, de forma remota, os parâmetros respiratórios de 
pacientes com Esclerose Lateral Amiotrófica em um ambiente hospitalar 
(SILVA, 2012), um estudo analisou o uso das tecnologias móveis com o 
propósito didático no contexto da saúde (PEREIRA, TARCIA e SIGULEM, 
2012) e também outros autores pesquisaram e propuseram um 
ambiente ubíquo de cuidados em saúde a partir do uso de tecnologias 
móveis (GHIZONI, 2012). 
 
Estudos com foco no profissional de enfermagem 
Na categoria "Estudos com foco no profissional de enfermagem" 
selecionou-se quatro estudos que contemplavam a utilização de 
dispositivos móveis voltados à prática da enfermagem. Desenvolveu-se 
um APP sobre vacinação no Brasil a partir de dados atualizados do 
Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde (OLIVEIRA e 
COSTA, 2012). Outro aplicativo móvel foi desenvolvido para 
classificação de pacientes e avaliação da carga de trabalho da 
enfermagem na terapia intensiva, o Nursing Activities Score (NAS) 
 
44 
(SILVEIRA et al., 2010; CATALAN et al., 2011). O terceiro APP teve como 
objetivo desenvolver um APP de consulta de medicamentos 
quimioterápicos para auxiliar na auditoria em enfermagem de contas 
hospitalares e avaliar quanto à satisfação do usuário e usabilidade 
(GROSSI, PISA e MARIN, 2014). 
Todos os APP desta categoria estão em fase de desenvolvimento 
final e posterior avaliação do software na prática clínica, visando à 
atualização do profissional de enfermagem e maior inserção da 
tecnologia móvel em seus ambientes de trabalho. 
 
Estudos com foco no profissional de medicina 
Os estudos selecionados segundo seu foco para o profissional de 
medicina somaram oito. Essa foi a segunda categoria com foco no 
profissional de saúde mais abordada, atrás apenas da categoria 
“Estudos com foco multidisciplinar”. 
Dentre os APP selecionados identificaram-se duas iniciativas que 
auxiliam na tomada de decisão diagnóstica do profissional de medicina 
(ALBUQUERQUE, FERRER-SAVALL e CODINA, 2010; MAGALHÃES e 
AGUIAR, 2010). Ambas as pesquisas além de auxiliar o médico no 
processo diagnóstico, também utilizam a tecnologia de processamento 
de imagem nesse processo de identificação e classificação de patologias. 
Uma terceira iniciativa além de auxiliar nesse processo de diagnóstico 
faz a transmissão remota de dados de exames (KODAMA, MORALES e 
KAVAI, 2011). 
A tecnologia de transmissão de dados dos pacientes foi 
desenvolvida e utilizada em outros quatro trabalhos com foco no 
profissional de medicina (CAMILLO Júnior, 2006; BASTOS et al., 2009; 
MORAES et al., 2012; MORAIS et al., 2012). Os APP com a função de 
transmitir dados, além de auxiliarem médicos a acompanhar seus 
pacientes remotamente, também incentivam às práticas baseadas em 
evidências, fornecendo consulta a conhecimentos especializados 
baseados nos dados obtidos. 
 
45 
Além deste mais um estudo foi incluído no estudo (MOURATO, 
MOSER e MATTOS, 2013). Neste, desenvolveu-se um APP para Android 
que visa dar apoio aos médicos no diagnóstico diferencial de 
cardiopatias congênitas. 
 
Estudos com foco no profissional de odontologia 
Na categoria “Estudos com foco no profissional de odontologia” 
foram selecionados apenas dois estudos. Ambos os trabalhos, 
apresentaram o desenvolvimento e aplicação de aplicativos para apoio 
ao profissional de odontologia atuante no programa do governo 
brasileiro denominado Estratégia de Saúde da Família (ESF), nesses 
sistemas é possível armazenar informações referentes à saúde bucal dos 
pacientes que recebem a consulta domiciliar (BARONE, FIGUEIREDO e 
WINK, 2012; WINK, 2012). Os dois trabalhos relatam que os sistemas 
foram propostos a fim de garantir eficiência no atendimento domiciliar e 
organização dos dados coletados. 
 
Estudos com foco no profissional de fonoaudiologia 
Outro estudo selecionado tinha como foco o profissional de 
fonoaudiologia. Neste estudo abordou-se o distúrbio dislalia, para isso 
foi criado um aplicativo para dispositivos móveis para detectar erros 
fonéticos pronunciados pelo paciente e auxiliar o fonoaudiólogo na 
avaliação de evolução do paciente (SANTOS, 2013). 
 
Estudos com foco no profissional de radiologia 
Nesta categoria “estudos com foco no profissional de radiologia”, 
elegeu-se um estudo (SOARES et al., 2013). O objetivo dessa pesquisa 
foi desenvolver um APP para o sistema operacional Android. Esse APP 
estima a dose de radiação ionizante que profissionais e pacientes estão 
sendo expostos por meio do calculo da dose de entrada na pele – DEP. 
 
 
 
 
46 
Estudos com foco no apoio ao paciente 
Por fim, oito estudos foram selecionados segundo seu foco 
principal na categoria “Estudos com foco no apoio ao paciente”. Nessa 
categoria, dois APP têm como objetivo auxiliar pacientes na adesão 
tanto ao tratamento farmacológico quanto ao tratamento atitudinal 
(YAÑEZ, 2009; NAVARRO et al., 2012). Outros dois estudos 
desenvolveram APP que têm como objetivo auxiliar na localização de 
pacientes em caso de urgência médica (LIMA et al., 2013; MORAN e 
TAMARIZ, 2013). 
Ainda com a finalidade de auxiliar o paciente um estudo visou 
auxiliar possíveis doadores de sangue a agendar uma doação de 
maneira rápida e cômoda através do APP (MONTEIRO, 2013). Um outro 
APP desta categoria tem como objetivo auxiliar na mobilidade de 
deficientes visuais em meios urbanos (VALENTE e ORSO, 2013). 
Ainda nessa categoria foi possível identificar o desenvolvimento de 
um serious game para dispositivos móveis,

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