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Profº Dr. Vivaldo Silveira Júnior Profº Dr. Douglas Fernandes Barbin FT 720 - Processos de remoção de calor QUESTIONÁRIO EFICIÊNCIA VOLUMÉTRICA: 1. O que o indicador eficiência volumétrica representa para compressores alternativos? A eficiência volumétrica está relacionada com a capacidade de bombeamento mássico de refrigerante pelo compressor, que, por sua vez, representa/se relaciona diretamente com a capacidade frigorífica do equipamento. Sendo assim, é o parâmetro de maior importância na hora de escolher um compressor para a aplicação. A eficiência volumétrica vai mostrar quanto de vapor de refrigerante é admitido na entrada do compressor e quanto será bombeado na saída – está diretamente relacionada com as condições de pressão e temperatura do refrigerante. 2. Por que a eficiência volumétrica de compressores alternativos reduz com redução da pressão de sucção ? ou com o aumento da pressão de descarga ? Com a redução da pressão de sucção e aumento da de descarga, o volume específico de sucção é maior, e isso causa um aumento na massa e volume inúteis do circuito, que vão se acumulando na câmara e fazendo com que o compressor cada vez mais não consiga comprimir a quantidade ideal de vapor - havendo diminuição na eficiência volumétrica e na capacidade frigorifica, 3. O sub-resfriamento de líquido e superaquecimento do vapor de sucção podem afetar a eficiência volumétrica ? por que ? Sim, o sub-resfriamento influencia positivamente pois ele aumenta o efeito refrigerante, devido a diminuição do calor latente do líquido refrigerante que será vaporizado, além disso não afeta a massa de refrigerante circulante. Desta forma, será necessário uma menor massa de refrigerante a ser circulada no ciclo para produzir a mesma capacidade térmica. Já o superaquecimento pode ser prejudicial para a eficiência volumétrica pois aumenta o volume específico do vapor aspirado que faz com que o compressor comprima uma massa menor de refrigerante. Superaquecimento: maior volume especifico, isto, maior produção de vapor, fazendo com que reduza vazão mássica de refrigerante = menor eficiência volumétrica FEA - Unicamp | Campinas - SP | 2022 Profº Dr. Vivaldo Silveira Júnior Profº Dr. Douglas Fernandes Barbin Sub-resfriamento: maior efeito frigorífico = menor massa de refri p/ ter mesma capacidade frigorífica. 4. O que uma má instalação de um sistema de refrigeração pode causar na redução da pressão de sucção ? Se o sistema de refrigeração operar com pressão de sucção inferior, resultará em danos da seguinte ordem: Redução da capacidade do compressor. -Aquecimento do compressor. -Ineficiência do sistema com aumento do consumo de energia para a mesma quantidade de calor a retirar. 5. Em compressores alternativos, como que a eficiência volumétrica interfere na capacidade frigorífica do sistema? Por estarem diretamente relacionados, prejuízos na eficiência volumétrica do sistema resultam em um funcionamento prejudicado do compressor, que, por sua vez, traz como consequência uma menor capacidade frigorífica disponível. Assim, pode ocorrer de o equipamento não operar de forma eficiente, fornecendo toda a capacidade necessária, e prejudicar todo o sistema de refrigeração. Os compressores podem ser comparados ao coração, sendo a peça de maior relevância em toda a estrutura de refrigeração. 6. Por que apenas os compressores alternativos tem o indicador de eficiência volumétrica ? Isso ocorre pois os compressores alternativos funcionam com um sistema de pistão que comprime o vapor de refrigerante que incide no equipamento. Sendo assim, o volume específico (e, consequentemente, a massa) do refrigerante quando ele chega no compressor irá influenciar, diretamente, na capacidade de compressão e funcionamento. A eficiência volumetria está relacionada com esses parâmetros, por isso é um indicador importante para compressores alternativos. 7. Em que condições operacionais que compressores alternativos, em funcionamento, atingem eficiência volumétrica igual a zero ? A eficiência volumétrica será igual a zero quando a pressão de sucção for muito menor que a pressão de condensação, ou seja, quando a razão de compressão ( R ) for muito alta. Isso indica a necessidade de um sistema duplo estágio. 8. Pode-se justificar que pela pequena eficiência volumétrica de compressores alternativos em regime de operação de baixa temperatura de evaporação (ex. -30 °C) e alta temperatura de condensação (ex.: 45 °C) foi motivo para aplicação de duplo estágio ? FEA - Unicamp | Campinas - SP | 2022 Profº Dr. Vivaldo Silveira Júnior Profº Dr. Douglas Fernandes Barbin Sim, pois há uma dependência física da eficiência volumétrica de compressores alternativos com a razão de compressão. onde a eficiência volumétrica é função da razão de compressão e da máquina (compressor) que realmente efetua a passagem do vapor de uma pressão menor a até uma pressão maior. COMPRESSORES 9. Por que existe óleo junto com refrigerante no sistema de refrigeração ? O óleo deve estar presente para garantir lubrificação das peças mecânicas (evitar atrito direto que podem danificar as peças, gerar calor...), além de assegurar a vedação do sistema. 10. Por que há compressores que não utilizam óleo, por exemplo o centrífugo magnético ? No caso de compressores centrífugos magnéticos, não há contato entre as peças, logo, não há necessidade de óleo para lubrificação para evitar o atrito e assim o desgaste das mesmas. Consequentemente, esse compressor não demanda um separador de óleo ou filtros, tendo menor manutenção. Comparando com o compressor convencional (com uso de óleo), o compressor isento de óleo gera menos custos, visto que não demanda manutenção de acessórios auxiliares (separador de óleo, filtro) nem troca de óleo não precisa ter troca de olho, nem a manutenção de acessórios auxiliares, além de evitar contaminação do produto por arraste de óleo e redução de vibrações e ruídos já que opera em baixa pressão e com baixa velocidade rotacional. 11. Por que em um projeto deve-se selecionar 2 compressores iguais, no mínimo, para a capacidade total da aplicação ? Para garantir que se no caso quebre um compressor, não afete diretamente o produto e perca o lote inteiro, havendo uma segurança com o segundo compressor trabalhando em sua máxima capacidade. Para isso, cada compressor trabalha na metade de sua capacidade (em paralelo). 12. Cite 2 câmaras de compressão de compressores diferentes. ● Câmaras de compressores alternativos (a qual se baseia no movimento de pistão no interior do cilindro devido à presença de motor elétrico, apresentando válvula de sucção e válvula de descarga) FEA - Unicamp | Campinas - SP | 2022 Profº Dr. Vivaldo Silveira Júnior Profº Dr. Douglas Fernandes Barbin ○ ↑PREFR ↓VCAMARA visto que maior pressão do refrigerante indica que há compressão na câmara e assim o ar comprimido é descarregado por abrir a válvula de descarga, o que reduz o conteúdo da câmara ● Câmara de compressão do tipo helicoidal, com compressor parafuso, o qual é formado por duas roscas sem fim, de forma que a distância entre essas roscas diminui conforme comprime-se o fluido refrigerante. Tem-se compressão gradual axial e não há válvula de sucção/descarga. 13. Por que se seleciona compressores pela carga térmica que ocorre no evaporador? O compressor, sendo a única máquina no sistema que realiza trabalho, é essencial para o resfriamento/congelamento do alimento, pois sua função é de aspirar o vapor formado no evaporador e comprimi-lo, para que chegue a uma pressão maior, e isso permite que o refrigerante circule no sistema e as condições do processo se matem (P = cte) Esta capacidade frigorífica do compressor significa o calor retirado no evaporador, quando o compressor está conectado a um equipamento frigorífico completo, que trabalha com as temperaturas de evaporação e condensação em questão. Deve-se notar que a capacidade frigorífica do compressor depende em grande medida da temperatura de evaporação, que, quanto mais baixa esta temperatura, menora capacidade. A temperatura de condensação tem também algum efeito sobre a capacidade frigorífica. 14. Por que compressores podem ser classificados como abertos ? Qual outra opção? Os compressores chamados abertos são assim classificados por possuírem o motor externo à sua carcaça, o que facilita sua manutenção e remoção, além de permitir a utilização de amônia como refrigerante, sendo o ideal entre as opções para instalações industriais. Entretanto, possuem um alto consumo de energia. As outras opções de compressores são os herméticos e semi-herméticos. O primeiro é mais barato, silencioso e de alta eficiência, entretanto, seu motor é interno e não removível, o que impossibilita a utilização da amônia, além de ser usado apenas em instalações de pequeno porte como ar condicionado e geladeira. Já os compressores semi-herméticos são utilizados em instalações médias e comerciais e seu motor é, ao mesmo tempo, interno e removível. FEA - Unicamp | Campinas - SP | 2022 Profº Dr. Vivaldo Silveira Júnior Profº Dr. Douglas Fernandes Barbin 15. Cite 2 vantagens/desvantagens da localização do motor elétrico em compressores. ● Motor externo: facilita sua manutenção e remoção, além de permitir a utilização de amônia como refrigerante. Entretanto, possuem um alto consumo de energia. ● Motor interno: mais barato, silencioso e de alta eficiência, entretanto, não removível, o que impossibilita a utilização da amônia 16. Por que as capacidades frigoríficas de compressores alteram com o regime de operação? A capacidade do compressor diminui conforme a temperatura de evaporação diminui, ou seja para temperaturas de congelamento (ex:-10°C) o mesmo compressor vai ter uma capacidade reduzida do que para uma temperatura de resfriamento (ex:5°C). 17. Cite formas de variar a capacidade frigorífica dos compressores alternativos e parafusos. Para o controle de capacidade de compressores alternativos, podemos: selecionar equipamentos com capacidades variáveis (que podem ser ligados/desligados conforme a necessidade), utilização de válvulas de sucção (para controla a injeção de óleo e controle de pressão na câmara de compressão) e utilização de variadores de frequência. Já para os compressores parafusos, podemos: variação da rotação (através da variação de frequência) e utilização de válvulas de nível (para modular o compressor a partir do controle de volume deslocado. SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO 18. Cite duas estratégias de controle de capacidades de sistemas de refrigeração com compressores alternativos em cargas parciais. Estratégia: Controle por etapa/compressores em paralelo: iniciar ou parar algum compressor em um sistema de multi compressores alternativos multicilindros para controle de carga parcial por etapa, visto que a eficiência é pouco reduzida nessa estratégia. Estratégia - Controle de velocidade variável: uso de motor elétrico de 2 velocidades ou inversor/conversor de frequência para variar a velocidade do compressor FEA - Unicamp | Campinas - SP | 2022 Profº Dr. Vivaldo Silveira Júnior Profº Dr. Douglas Fernandes Barbin Estratégia: controle por bloqueio de sucção de cabeçote através de pressostato 19. Como selecionar compressor(es) de um sistema central de simples estágio com 2 evaporadores a diferentes temperaturas de aplicação, uma vez que o catálogo prevê caso de simples estágio Ao selecionar compressores para um sistema central de simples estágio com dois evaporadores a diferentes temperaturas de aplicação, é necessário considerar alguns fatores importantes. Embora o catálogo possa fornecer informações para casos de simples estágio, é possível adaptar a seleção para atender aos requisitos específicos do seu sistema. Aqui estão algumas etapas gerais para a seleção: ● Requisitos de refrigeração: Avalie as necessidades de refrigeração de cada evaporador. Considere a carga térmica, a temperatura de evaporação desejada e a temperatura de condensação. Determine a capacidade de refrigeração necessária para cada evaporador. ● Tipo de compressor: Com base nas informações do catálogo e nas necessidades de refrigeração, identifique o tipo de compressor mais adequado para o sistema central de simples estágio. Alguns tipos comuns de compressores são os compressores alternativos (pistão), os compressores de parafuso e os compressores centrífugos. Considere fatores como eficiência, capacidade de carga variável e características de controle. ● Capacidade do compressor: Determine a capacidade de refrigeração exigida para cada evaporador e selecione um ou mais compressores que possam atender a essas demandas. Dependendo das cargas térmicas dos evaporadores, você pode precisar de compressores de diferentes tamanhos ou múltiplos compressores operando em paralelo. ● Controle de capacidade: Considere a necessidade de controle de capacidade para atender às variações de carga dos evaporadores. Alguns compressores oferecem capacidade de carga variável por meio de tecnologias como o controle de velocidade variável. Isso permite ajustar a capacidade de refrigeração de acordo com as demandas do sistema. ● Características adicionais: Considere outras características importantes para o seu sistema, como eficiência energética, facilidade de manutenção, confiabilidade e compatibilidade com outros componentes do sistema, como condensadores e dispositivos de expansão. É importante consultar o catálogo do fabricante do compressor para obter informações detalhadas sobre as capacidades, faixas de temperatura e outras especificações técnicas relevantes. Além disso, é recomendável contar com a FEA - Unicamp | Campinas - SP | 2022 Profº Dr. Vivaldo Silveira Júnior Profº Dr. Douglas Fernandes Barbin assistência de um profissional de engenharia de refrigeração para garantir que a seleção do compressor seja adequada às necessidades do sistema e cumpra os requisitos específicos. 20. O que é um sistema economizer? Por que é chamado de economizador ? Por que é usado em compressores parafusos? Economizer :Sistema economizador 1º ganho: Depois do condensador, faz uma expansão para um resfriador intermediário (L+V) à pega o líquido subresfriado e contínua para o evaporador à esse subresfriamento é um ganho em△h 2º ganho: o vapor saturado da parte de cima do resfriador intermediário vai ser injetado na carcaça do compressor parafuso O compressor parafuso tem um sistema que faz um resfriamento intermediário dentro da própria carcaça para que o vapor possa continuar a ser comprimido sem que atinja temperaturas muito altas (injeção de amônia fria vinda do economizer) 21. Como implementar os princípios de um sistema economizador em sistemas com compressores alternativos ? Não tem como injetar esse vapor resfriado na carcaça porque não pode, mas injeta antes (reservatório na linha antes do compressor) 22. Por que razão de compressão acima de 8 ou 9 deve-se aplicar um sistema de duplo estágio, quando se usa compressores alternativo ? e por que para compressores parafuso a razão é de 20 ? Para compressores parafusos podemos trabalhar a uma razão e compressão de até 20 pois ele é capaz de modular diferentes pressões para trabalhar, a partir de uma válvula que regula qual a pressão de saída do refrigerante. Já os compressores alternativos trabalham por diferença de entre a pressão interna e a pressão a que o FEA - Unicamp | Campinas - SP | 2022 Profº Dr. Vivaldo Silveira Júnior Profº Dr. Douglas Fernandes Barbin refrigerante chega (pressão de evaporação) – quanto menor a pressão de evaporação, maior o R e menor a capacidade volumétrica do compressor. 23. O que é C.O.P. ? E o que é I.P.L.V. ? Por que expressar com dois indicadores semelhantes ? COP é o coeficiente de performance, que indica o nível de eficiência do equipamento de refrigeração, pela relação entre capacidade de refrigeração consumida e a energia elétrica consumida. Já o IPLV (integrated part load value) é um índice baseado em COP, expressando a eficiência em carga parcial para equipamentos. O IPLV leva em consideração a ponderação de várias cargas térmicas.24. Por que o valor do COP não é mantido em cargas parciais? O motivo pelo qual o valor do COP não é mantido em cargas parciais está relacionado ao comportamento dos sistemas de refrigeração e aquecimento quando operam em capacidades reduzidas. 25. Por que selecionar todos os equipamentos na condição máxima de operação, sendo que depois terá que operar em condições parciais? Porque pode existir um dia que será condições extremas de clima, abertura de portas, passagem de pessoas, infiltração, iluminação… e a câmara precisa dar conta de manter a temperatura estimada 26. O que é “inverter”? Inverter: equipamento eletroeletrônico que inverte a frequência ou a rotação do motor elétrico. A variação de rotação do compressor. O compressor é comandante de impor a vazão do circuito (está bombeando), logo ao reduzir a rotação do motor, reduz o bombeamento e, consequentemente, reduz a capacidade frigorífica. - Princípio de variação de rotação e/ou frequência para variar a capacidade frigorífica 27. Desconsiderando as possíveis oscilações de temperatura da aplicação, segundo o exercício de entrega de cargas parciais, por que o compressor on-o� consumiu menos energia que o mesmo compressor com inversor de frequência ? On/O� gasta menos energia - trabalha em plena eficiência de energia De acordo com os fabricantes, geralmente, o compressor on/o�, ao entrar em “alívio”, não desliga e continua consumindo energia, enquanto o sistema de inversão FEA - Unicamp | Campinas - SP | 2022 Profº Dr. Vivaldo Silveira Júnior Profº Dr. Douglas Fernandes Barbin de frequência permite menor consumo energético por trabalhar em uma menor faixa de P possível. Contudo, o coeficiente de performance (COP) do compressor inversor de freq. não é linear e o compressor on/o� atua em plena eficiência de energia, justificando o on/ o� ter menor consumo de energia. 28. Quais as vantagens de utilizar um rack de compressores na mesma aplicação? Uma das grandes vantagens dos racks de compressores é a possibilidade de operar o sistema de refrigeração de acordo com a carga térmica requerida. Isso ocorre graças a presença de um quadro elétrico, permitindo o funcionamento dos compressores de acordo com a demanda, reduzindo custos de energia de até 50% e aumentando a performance dos compressores, possibilitando sucções mais altas e maior eficiência. Além disso, o custo de manutenção dos racks é menor do que comparado aos sistemas tradicionais. 29. O que é termoacumulação? A termoacumulação é a armazenagem do frio visando tanto a transferência do consumo de energia do horário de ponta de carga (consumo geral) para horário fora de ponta quanto o nivelamento de consumo reduzindo assim os picos de energia. 30. Quais as vantagens de se utilizar um sistema de refrigeração com termoacumulação? Dentre as vantagens estão: - Redução de custo com energia e o gerenciamento pelo lado da demanda - Gera maior confiabilidade e segurança ao sistema de refrigeração, devido ao armazenamento de energia - Proporciona uma redução na potência instalada, o que resulta em uma menor demanda de energia - Proporciona o deslocamento da carga do horário de alto consumo para outro de baixo, aliviando o sistema elétrico e reduzindo investimentos no setor - Contribui para a redução do impacto ambiental Desvantagens: - Necessidade de grandes espaços para instalação dos reservatórios de armazenagem - Altos investimentos iniciais em equipamentos CONDENSADORES OU UNIDADE CONDENSADORA FEA - Unicamp | Campinas - SP | 2022 Profº Dr. Vivaldo Silveira Júnior Profº Dr. Douglas Fernandes Barbin 31. Por que se seleciona um condensador ou uma unidade condensadora pela carga térmica que ocorre no evaporador? Pois o condensador é responsável por dissipar o calor do fluido refrigerante do sistema de refrigeração, isto é, a carga térmica retirada do meio que ocorre no evaporador. 32. Quais os parâmetros para selecionar uma unidade condensadora a água ? 33. Cite 3 exemplos de instalações inadequadas de unidades condensadoras a ar. Instalação da condensadora muito próximo a parede sem respeitar a distância de 1,5 metros, enclausurar para esteticamente esconder, não instalação de garrafa de líquido na saída do condensador para aumentar a área de troca térmica na tubulação, 34. Cite 3 causas para haver a elevação da temperatura de condensação. - Aumento da temperatura da água ou ar de resfriamento. No caso de condensador a ar: uma possível causa para o aumento da água seria um dia chuvoso, pois o ar está com alta umidade relativa, então a água não evapora e, consequentemente, não resfria. Outra causa seria um dia quente, pois o ar está com alta temperatura de bulbo úmido, resfriando menos a água. - Sujeiras e incrustações no equipamento, o que dificulta a troca térmica. - Má ventilação na serpentina. Uma maior ventilação proporciona maior turbulência, aumentando o coeficiente de película que, consequentemente, aumenta o coeficiente de troca térmica. 35. Por que o condensador a ar é o de menor eficiência para troca térmica ? Pois a temperatura de condensação, em um condensador a ar, é determinada pela temperatura ambiente de bulbo seco, enquanto, que em um condensador evaporativo FEA - Unicamp | Campinas - SP | 2022 Profº Dr. Vivaldo Silveira Júnior Profº Dr. Douglas Fernandes Barbin ou à água, a rejeição de calor é controlada pela temperatura de bulbo úmido, que fica entre 8 a 14K mais baixa que a TBS. 36. Como intensificar a troca térmica em condensadores a ar ? Para intensificar a troca térmica, podemos pulverizar água sobre a serpentina/placas em que ocorre a troca térmica, aumentar a área de troca térmica, realizar a movimentação do ar externo (que vai trocar calor com o refrigerante para condensá-lo) – isso pode ser feito pela implementação de um ventilador. 37. Por que o condensador evaporativo é mais eficiente que os outros ? Quais os fenômenos de transferências que ocorrem nesta operação ? O condensador evaporativo conta com um condensador a água e uma torre de resfriamento – temos bicos injetores no topo do condensador que vão pulverizar água nos tubos de refrigerante, provocando sua condensação. Dessa forma, temos que uma economia de energia (24%), menor investimento, menor ocupação de espaço e é adequado para climas quentes. Neste processo, temos tanto fenômenos de transferência de calor (do refrigerante sendo resfriado e da água que evapora), quanto de massa (pois a água evaporada vai para o ar). 38. O que é um condensador remoto ? É um condensador instalado a distância do compressor EVAPORADORES 39. Quais os parâmetros necessários para selecionar um evaporador? Temperatura de evaporação, delta Temperatura e Carga térmica. 40. Quais as diferenças estruturais de evaporadores inundados com expansão seca? Os evaporadores inundados utilizam uma massa de refrigerante circulando 5x maior que a massa que vai evaporar e têm um reservatório de líquido (refrigerante em estado líquido). Já em evaporadores de expansão seca, a massa de refrigerante que circula é exatamente igual a massa que será evaporada e a FEA - Unicamp | Campinas - SP | 2022 Profº Dr. Vivaldo Silveira Júnior Profº Dr. Douglas Fernandes Barbin área total de troca térmica deve ser de 10-20% maior que a área requerida para garantir que todo o refrigerante será evaporado. 41. Qual dos evaporadores (inundados ou expansão seca) possui maior eficiência na troca térmica? Por que ? No evaporador de expansão seca o fluído refrigerante inicia sua vaporização já na válvula de expansão. Na saída do evaporador todo refrigerante deve se encontrar na forma de vapor. A taxa de vaporização no interior do evaporador é uma função da carga térmica exigida. Por conta da constante mudança de estado, as paredes do evaporador não permanecem sempre molhadas, o que influência na diminuição da transferência térmica. Vantagem do evaporador expansão seca: possuem menor custo inicial, são mais compactos e possuem retorno de óleo. Desvantagens do evaporador expansão seca: menor eficiência de trocatérmica, possui variações de temperatura dentro da câmara, tem menor controle de líquidos na linha de sucção e super aquecimento útil. O evaporador inundado é aquele que trabalha repleto de líquido refrigerante, sendo que seu nível é mantido por uma válvula boia. O vapor formado no evaporador é succionado pela ação do compressor. Vantagens do evaporador inundado: apresenta maior coeficiente de transmissão de calor, melhor comportamento em relação à variação na carga térmica, fornece vapor saturado seco ao compressor e não vapor superaquecido e como Desvantagens do evaporador inundado: o evaporador inundado é caro, necessita de um separador de líquido, é utilizado para grandes instalações, apresenta elevado volume e grande quantidade de refrigerante se faz necessário. 42. Quais as diferenças operacionais e construtivas das válvulas de expansão dos evaporadores (inundados e expansão seca) ? Na expansão seca: A alimentação do refrigerante é controlada por uma válvula de expansão termostática ou termostática com equalização externa; T do vapor aumenta na saída do evaporador -> aquece o bulbo da válvula -> a pressão exercida pelo fluido do bulbo no diafragma abre a válvula -> entra mais refrigerante -> vapor sairá mais frio -> fecha a válvula. No caso de expansão inundada, o controle é feito por meio Válvulas de expansão automática ou manual., tendo em vista que o líquido refrigerante fica circulando, em quantidade 2 - 7 vezes maior do que será evaporadora. FEA - Unicamp | Campinas - SP | 2022 ( ( Profº Dr. Vivaldo Silveira Júnior Profº Dr. Douglas Fernandes Barbin 43. O evaporador é o componente que trata o ar, quer seja resfriando-o, quanto desumidificando-o. Como especificar para que não haja uma intensificação na desumidificação do ar e consequente menor desidratação do produto estocado? Para evitar que haja desidratação do produto, a velocidade do ar deve ser baixa e adequada ao produto, bem como a umidade relativa do ar controlada. Assim uma taxa de ar excessiva pode promover maior evaporação da umidade na superfície do produto e, consequentemente, maior desidratação do produto. A velocidade do ar nas câmaras de conservação de produtos não deve ser superior a 0,5 m/s. 44. O que você acha de selecionar um evaporador para a ante-câmara com um ΔT (Tev – Tar) maior que 6 °C? 45. Para uma aplicação com carga térmica de 12.000 kcal/h, quantos evaporadores do modelo de catálogo (com capacidade de 6.000 kcal/h e ΔT = 6 °C) serão necessários para que a desumidificação não seja intensa e ocorra uma operação com ΔT = 2 °C? Considera-se que o deltaT 6°C seja tabelado, encontra-se o valor de A*U FEA - Unicamp | Campinas - SP | 2022 Profº Dr. Vivaldo Silveira Júnior Profº Dr. Douglas Fernandes Barbin 46. Onde se encontra o evaporador em uma sorveteira? E num chiller? Em uma sorveteira, o evaporador geralmente está localizado dentro da unidade de refrigeração do equipamento. O evaporador é responsável por remover o calor do compartimento onde a mistura de sorvete é armazenada e resfriá-la para a consistência adequada do sorvete. O evaporador é projetado para entrar em contato com a mistura de sorvete e absorver o calor dela, permitindo que a mistura congele e se torne sorvete. Em um chiller (equipamento de refrigeração industrial), o evaporador está localizado no sistema de refrigeração, geralmente em uma unidade separada. O chiller é usado para resfriar fluidos ou ambientes em processos industriais, como resfriamento de equipamentos, ar-condicionado central, refrigeração de alimentos, entre outros. O evaporador no chiller é projetado para absorver o calor do fluido que precisa ser resfriado, transferindo-o para o refrigerante circulante. O refrigerante evapora no evaporador, removendo o calor do fluido e, em seguida, é comprimido e condensado no condensador para liberar o calor absorvido. 47. O quanto é benéfico o super-aquecimento de 6 °C na saída de evaporadores de expansão seca ao sistema de refrigeração? Um superaquecimento de 6 °C na saída do evaporador de expansão seca pode trazer benefícios significativos para o sistema de refrigeração, incluindo: ● Proteção do compressor: O superaquecimento é importante para evitar que o refrigerante líquido entre no compressor. O superaquecimento adequado garante que o refrigerante esteja completamente vaporizado antes de entrar no compressor, protegendo-o contra danos causados pelo líquido refrigerante comprimido, como golpes de líquido ou lubrificação inadequada. ● Estabilidade operacional: Um superaquecimento controlado ajuda a garantir uma operação estável do evaporador e do sistema de refrigeração em geral. Ele ajuda a manter uma quantidade consistente de refrigerante evaporado no evaporador, evitando flutuações indesejadas na capacidade de refrigeração e no desempenho do sistema. ● Eficiência energética: Um superaquecimento adequado pode contribuir para a eficiência energética do sistema de refrigeração. Quando o refrigerante está completamente vaporizado no evaporador, ele possui uma temperatura uniforme e é capaz de transferir calor de maneira eficiente, o que resulta em uma maior eficiência de transferência de calor e, consequentemente, uma operação mais eficiente em termos energéticos. FEA - Unicamp | Campinas - SP | 2022 Profº Dr. Vivaldo Silveira Júnior Profº Dr. Douglas Fernandes Barbin ● Controle de umidade: O superaquecimento também ajuda a remover a umidade indesejada do sistema. À medida que o refrigerante é superaquecido no evaporador, a umidade presente no ar condensado é evaporada, reduzindo a possibilidade de formação de gelo ou condensação excessiva em outros componentes do sistema. No entanto, é importante destacar que o superaquecimento ideal pode variar dependendo do tipo de refrigerante, das características do sistema e das condições operacionais específicas. É recomendável seguir as especificações do fabricante do sistema de refrigeração e, se necessário, consultar um profissional de engenharia de refrigeração para determinar o superaquecimento ideal para o seu sistema. CAUSA E EFEITO 48. Qual a relação do aumento da temperatura de condensação com o aumento da temperatura da câmara de um circuito de refrigeração? Se a temperatura de condensação aumenta, teremos um Δh0 reduzido, pois há uma distorção no ciclo de refrigeração. Consequentemente, a razão de compressão aumenta e o COP diminui. Além disso, a eficiência volumétrica diminui, ou seja, o compressor estará bombeando menos refrigerante e vai trocar menos calor, causando o aumento de temperatura na câmara. Essas relações podem ser justificadas a partir da equação Q=U.A.ΔT. 49. Quais as causas para ter a elevação da temperatura de condensação ? Alterações da temperatura de condensação, e por sua vez, prejuízos ao valor de U podem ter origem em incrustações externas ou internas, sujeira, má ventilação, óleo de lubrificação circulando pelo sistema, redução da circulação de água/ar (presença de incondensáveis ou de líquido acumulado dentro do condensador → ↓área), variações na temperatura do fluido de resfriamento (por causa do clima, por exemplo). A elevação pode ter origem ainda em instalações inadequadas, como equipamentos muito próximos à parede, em locais apertados sem circulação de ar ou em área com grande acúmulo de sujidades. FEA - Unicamp | Campinas - SP | 2022 Profº Dr. Vivaldo Silveira Júnior Profº Dr. Douglas Fernandes Barbin 50. Como reduzir a desidratação de produtos desembalados em câmaras frigoríficas ? R: aumentando a temperatura de evaporação (isso faz com que o Delta_T diminuia) e da condição da câmara, para reduzir a T.M. do produto com o ar. 51. Quanto que uma cortina na porta da câmara poderá reduzir o tempo de degelo e consequentemente modificar especificação do compressor ? Se a área da mesma for significante, tendo em vista que a contribuição da mesma se dá pela fórmula Qvedação = 150kcal/h * Área. Assim, se a mesma representar uma perda grande, deve-se reavaliar o compressor. 52. Por que a elevação da temperatura decondensação provoca maior consumo de energia da aplicação para manter a mesma carga térmica ? Explique pelo ciclo e pelos quantitativos. Quanto maior a temperatura de condensação, maior será a capacidade requerida no compressor, e portanto, maior a energia de aplicação para manter a mesma carga térmica do sistema. Analisando um diagrama de pressão x entalpia qualquer, observa-se que a variação de entalpia é maior quando se aumenta a temperatura de condensação, fazendo com que a capacidade requerida da máquina também seja maior. 53. Qual é o ganho de realizar um resfriamento evaporativo do ar para ser utilizado em condensadores a ar? Exemplifique e considere que o ΔT=10 °C (entre a temperatura ambiente e temperatura de condensação) seja mantido em qualquer uma das situações (com ou sem resfriamento do ar). Realizar o resfriamento evaporativo do ar em condensadores a ar traz benefícios como a redução da temperatura do ar ambiente, o que resulta em uma diferença de temperatura mais favorável entre o ar ambiente e a temperatura de condensação. Isso aumenta a eficiência do condensador, melhorando o desempenho do sistema de FEA - Unicamp | Campinas - SP | 2022 Fash gás - quandoO fluido do st e X = # Profº Dr. Vivaldo Silveira Júnior Profº Dr. Douglas Fernandes Barbin refrigeração como um todo. Além disso, o resfriamento evaporativo reduz a carga térmica sobre os componentes do condensador, o que pode prolongar sua vida útil e reduzir a necessidade de manutenção. Por exemplo, considerando um ΔT de 10 °C entre a temperatura ambiente e a temperatura de condensação, se o ar ambiente não for resfriado, a diferença de temperatura será de 10 °C. No entanto, se o ar ambiente for resfriado por meio do resfriamento evaporativo, é possível reduzir a temperatura do ar em alguns graus. Suponhamos que o ar seja resfriado em 5 °C, então a diferença de temperatura entre o ar ambiente resfriado e a temperatura de condensação será de 5 °C. Essa redução na diferença de temperatura é benéfica porque influencia diretamente a capacidade de transferência de calor do condensador. Quanto menor a diferença de temperatura, maior será a eficiência na dissipação do calor, o que resulta em um melhor desempenho do sistema de refrigeração como um todo. TORRE DE RESFRIAMENTO 54. Por que a torre de resfriamento não tem boa eficiência nos dias chuvosos? Explique os fenômenos físicos que ocorrem neste equipamento. O resfriamento ocorre principalmente por transferência de massa (evaporação: água ↷ vapor), visto que tem-se um grande efeito evaporativo em função do diferencial de pressão de vaporização. Além disso, ocorre a transferência de calor (calor latente (evaporação) e calor sensível (diferença entre a temperatura da água e do ar)). A operação de uma torre de resfriamento pode ser favorecida se for instalada em um ambiente mais seco (maior diferença entre a temperatura do bulbo úmido e do bulbo seco, então será mais fácil para a água evaporar), logo a transferência de massa é favorecida. Além disso, a operação da torre de resfriamento é favorecida no inverno, pois a temperatura e a umidade do ambiente são baixas, mas deve-se evitar operar à noite visto que o ar fica saturado. Também deve-se evitar operar em dias chuvosos, já que o ar está mais úmido, então tem-se menor capacidade de umidificar o ar, diminuindo a eficiência da torre. 55. Como intensificar a eficiência da torre de resfriamento? Para intensificar o resfriamento da água as estratégias dependem das condições climáticas do local. Portanto: - No inverno, quando a temperatura do ar cai e, caso a carga térmica seja mantida constante, a temperatura de saída da água também cai. FEA - Unicamp | Campinas - SP | 2022 Profº Dr. Vivaldo Silveira Júnior Profº Dr. Douglas Fernandes Barbin Para manter a temperatura da água de saída constante, pode-se diminuir a vazão de água que recircula no sistema de refrigeração. - No verão ocorre o inverso: a temperatura de saída da água aumenta, comprometendo a operação do condensador. Então, pode-se aumentar a vazão de água no sistema, visando compensar esse aumento de temperatura. - Em dias secos, a umidade do ar é menor e a temperatura de bulbo úmido é alta, assim, ocorre maior transferência de massa da água para o ar. Dessa forma, será necessária uma maior reposição. TUBULAÇÕES 56. Qual a relação dos diâmetros das tubulações de um sistema de refrigeração com a carga térmica? O diâmetro de escoamento pode ser obtido pela formula: 3600.A.V(vetorial)=Q//(Delta.Ho).v. Assim, quanto menor o diâmetro, maior é a perda de carga. - 57. Por que a tubulação de sucção tem maior diâmetro que das outras. Na linha de sucção, tem que ter pouca perda de carga e arraste de óleo, assim, o diâmetro tem que ser maior. 58. Por que é vital o isolamento da linha de sucção ? Evita perda por TC nas tubulações e garante a eficiência dos sistemas de refrigeração. Evita o superaquecimento inútil na linha de sucção, o que aumentaria a temperatura de descarga, o volume específico do refrigerante, o compressor realizaria um trabalho maior para bombear mais refrigerante, etc. Também evitaria uma possível condensação de água na linha. 59. Por que a grande distância (comprimento da linha de sucção) entre o evaporador e o compressor pode comprometer a capacidade frigorífica ? Uma maior distância da linha pode levar a uma maior perda de carga, diminuindo a temperatura de sucção, requerendo maior carga de refrigerante e reduzindo a capacidade do sistema. FEA - Unicamp | Campinas - SP | 2022 Profº Dr. Vivaldo Silveira Júnior Profº Dr. Douglas Fernandes Barbin 60.Porque a grande distância entre o evaporador e o compressor (comprimento da linha de sucção) pode comprometer a capacidade frigorífica? A grande distância entre o evaporador e o compressor, ou o comprimento da linha de sucção, pode comprometer a capacidade frigorífica de um sistema de refrigeração por vários motivos: ● Perdas de carga: O comprimento da linha de sucção contribui para as perdas de carga do sistema. À medida que o refrigerante viaja ao longo da linha de sucção, ocorrem atritos e resistência ao fluxo, o que resulta em uma perda de pressão. Essas perdas de carga podem afetar a capacidade frigorífica, reduzindo a pressão de sucção do compressor e, consequentemente, diminuindo o desempenho do sistema. ● Queda de pressão: Além das perdas de carga, uma grande distância entre o evaporador e o compressor pode levar a uma queda significativa na pressão de sucção. À medida que o refrigerante percorre uma linha de sucção longa, a pressão pode diminuir devido à expansão e dissipação do calor ao longo do caminho. Isso pode levar a uma redução da capacidade de refrigeração do sistema, pois o compressor precisa trabalhar com uma pressão de sucção menor. ● Perdas de calor: Uma linha de sucção longa também pode resultar em perdas de calor indesejadas. O calor pode ser transferido para a linha de sucção a partir do ambiente ao redor ou de fontes de calor próximas. Essas perdas de calor adicionais aumentam a carga térmica do sistema e reduzem a capacidade frigorífica disponível para resfriamento. ● Efeito da tubulação: O comprimento da linha de sucção também pode afetar o desempenho do sistema devido ao efeito da tubulação. Em linhas de sucção longas, o refrigerante pode sofrer mudanças de fase indesejadas, como a condensação parcial. Isso pode levar a problemas de retorno de líquido ao compressor, impactando negativamente o desempenho e a capacidade de refrigeração do sistema. Para minimizar esses efeitos negativos, é recomendável dimensionar adequadamente a linha de sucção, considerando as perdas de carga, o tamanho do tubo, o isolamento térmico adequado e a localização do compressor em relação ao evaporador. Além disso, é importante seguir as recomendações do fabricante do sistema de refrigeração e consultar um profissional de engenharia de refrigeração FEA - Unicamp | Campinas - SP | 2022 Profº Dr. Vivaldo Silveira Júnior Profº Dr. Douglas Fernandes Barbin para projetar einstalar corretamente a linha de sucção, levando em conta as especificidades do seu sistema. CONTROLES 61.Como funciona a válvula de expansão termostática com equalização externa? A válvula de expansão termostática com equalização externa é um dispositivo utilizado em sistemas de refrigeração para regular o fluxo de refrigerante líquido para o evaporador. Ela funciona através de um bulbo sensor que detecta a temperatura do refrigerante no evaporador e uma equalização externa que controla a abertura da válvula com base na pressão de evaporação. Isso permite um controle preciso do superaquecimento no evaporador, proporcionando eficiência e controle adequados do sistema. 62.O que e como realizar o pump down? "Pump down" é um procedimento usado na refrigeração e no ar condicionado para remover o refrigerante líquido do evaporador e direcioná-lo para o condensador antes de desligar o sistema. O objetivo principal do pump down é minimizar a perda de refrigerante e facilitar a manutenção ou reparo do sistema. O processo de realizar o pump down geralmente envolve os seguintes passos: ● Verificação do sistema: Antes de iniciar o pump down, é importante verificar se o sistema está em condições de ser desligado. Isso pode incluir a verificação da pressão do sistema, a identificação de vazamentos e a realização de todas as medidas de segurança adequadas. ● Redução da carga de refrigerante: Para iniciar o pump down, a válvula de serviço de sucção no compressor é fechada, enquanto a válvula de serviço líquido é aberta. Isso faz com que o compressor aspire o refrigerante do evaporador e o direcione para o condensador. ● Monitoramento da pressão: Durante o pump down, é importante monitorar a pressão do sistema para garantir que o refrigerante esteja sendo removido adequadamente do evaporador. À medida que o refrigerante é transferido para o condensador, a pressão no sistema diminuirá gradualmente. FEA - Unicamp | Campinas - SP | 2022 Profº Dr. Vivaldo Silveira Júnior Profº Dr. Douglas Fernandes Barbin ● Desligamento do compressor: Uma vez que a pressão do sistema atinge um nível adequado e a maior parte do refrigerante líquido é removida do evaporador, o compressor pode ser desligado. Isso é feito para evitar que o compressor aspire o refrigerante residual durante a manutenção ou o reparo do sistema. O pump down é uma prática comum em sistemas de refrigeração para evitar perdas de refrigerante, reduzir o tempo e o custo de manutenção e minimizar os riscos associados ao manuseio de refrigerantes. 63.Descreva a sequência dos acionamentos dos respectivos instrumentos do quadro elétrico para a realização de degelo elétrico. A sequência dos acionamentos dos instrumentos do quadro elétrico para a realização de degelo elétrico pode variar de acordo com o projeto específico do sistema de refrigeração. No entanto, a seguir está uma sequência geral que pode ser seguida: ● Desligamento do compressor: Antes de iniciar o degelo elétrico, o compressor do sistema de refrigeração deve ser desligado. Isso pode ser feito por meio de um disjuntor ou interruptor dedicado no quadro elétrico. ● Ativação do circuito de degelo: Localize o disjuntor ou interruptor dedicado para o circuito de degelo elétrico no quadro elétrico. Ligue-o para fornecer energia ao circuito de degelo. ● Ativação das resistências de degelo: As resistências de degelo elétrico estão localizadas no evaporador ou nas serpentinas do sistema de refrigeração. Elas são responsáveis por aquecer as serpentinas e derreter o gelo acumulado. Ative os contatos dos relés ou contatores que controlam as resistências de degelo. ● Desligamento do ventilador do evaporador: Para permitir que o calor das resistências de degelo seja distribuído uniformemente, é comum desligar o ventilador do evaporador durante o processo de degelo elétrico. Isso evita que o ar frio seja soprado no ambiente e interrompa o processo de degelo. ● Ativação do temporizador de degelo: Muitos sistemas de refrigeração possuem um temporizador de degelo para controlar a duração do degelo elétrico. Ajuste o temporizador para a duração desejada do degelo. FEA - Unicamp | Campinas - SP | 2022 Profº Dr. Vivaldo Silveira Júnior Profº Dr. Douglas Fernandes Barbin ● Monitoramento do degelo: Durante o degelo elétrico, monitore o processo para garantir que o gelo esteja derretendo adequadamente e que não haja problemas ou anomalias no sistema. ● Finalização do degelo: Quando o tempo de degelo definido pelo temporizador for concluído ou quando o sistema detectar que o gelo derreteu adequadamente, desative as resistências de degelo. ● Reativação do ventilador do evaporador: Após a conclusão do degelo elétrico, ligue novamente o ventilador do evaporador para retomar o fluxo de ar frio e reiniciar o ciclo de refrigeração. ● Reativação do compressor: Por fim, ligue o compressor novamente para reiniciar a operação normal do sistema de refrigeração. FEA - Unicamp | Campinas - SP | 2022 1. Eficiência volumétrica e capacidade do compressor, falar a relação e as condições para uma capacidade de compressão nula A eficiência volumétrica de um compressor é uma medida da capacidade do compressor em efetivamente comprimir o ar ou o fluido em relação ao seu volume teórico máximo. É expressa como a razão entre a capacidade real de compressão e a capacidade volumétrica teórica. A capacidade do compressor, por sua vez, é a quantidade de ar ou fluido que ele pode comprimir em um determinado período de tempo. Quando se fala em capacidade de compressão nula, isso significa que o compressor não está comprimindo o ar ou o fluido. Sob essa condição, a capacidade do compressor seria zero, ou seja, ele não está produzindo nenhum fluxo de ar ou fluido comprimido. Para que a capacidade de compressão seja nula, algumas condições podem ser consideradas, como: 1. O compressor está desligado: Se o compressor estiver completamente desligado, não haverá compressão ocorrendo e, portanto, a capacidade de compressão será nula. 2. Vazamento total: Se houver um vazamento completo no sistema de compressão, todo o ar ou fluido que entra no compressor será perdido e não haverá compressão ocorrendo. Nesse caso, a capacidade de compressão será nula. 3. Pressão de sucção igual à pressão de descarga: Se a pressão de sucção e a pressão de descarga do compressor forem iguais, não haverá diferença de pressão para o compressor trabalhar e realizar a compressão. Portanto, a capacidade de compressão será nula. 2. Explicar o sistema economizer e como que a gente aplica ele para compressores alternativos O sistema economizador é uma técnica que aproveita a energia térmica residual do sistema de refrigeração para reduzir o consumo de energia do compressor alternativo. Ele é aplicado por meio da instalação de uma válvula de economizador e de uma troca de calor adicional. 3. Como controlar carga térmica de compressores com cargas parciais? Válvulas de expansão: Utilize válvulas de expansão termostáticas para controlar o fluxo de refrigerante para o evaporador. Isso permite que você ajuste a quantidade de carga térmica nos compressores, de acordo com a demanda. 4. Se a temperatura de evaporação aumenta e o problema tá na condensador, quais são as causas? Fluxo de ar insuficiente, acúmulo de sujeira ou incrustações, ventiladores com mau funcionamento e problemas no circuito de refrigeração. 5. Por que o COP não é medido em cargas parciais? O COP não é medido em cargas parciais porque o desempenho do sistema de refrigeração pode variar significativamente em diferentes níveis de carga. Em cargas parciais, onde a demanda de resfriamento ou aquecimento é menor, os componentes do sistema, como o compressor, podem operar em condições diferentes em comparação com a carga total. 6. Explicar porque diferentes condições de operação temos diferentes capacidades frigoríficas Diferentes condições de operação em sistemas de refrigeração e ar condicionado podem resultar em diferentes capacidades frigoríficas devido a diversos fatores. Aqui estão algunsdos principais motivos pelos quais diferentes condições de operação afetam a capacidade frigorífica: → Temperatura ambiente: A temperatura ambiente é um fator crucial que afeta a capacidade frigorífica. Quanto maior a temperatura ambiente, mais calor será transferido para o espaço refrigerado, exigindo assim uma capacidade de refrigeração maior para manter a temperatura desejada. Em temperaturas mais baixas, a capacidade frigorífica necessária é reduzida. → Diferença de temperatura: A diferença de temperatura entre a temperatura do espaço refrigerado e a temperatura de evaporação do refrigerante afeta diretamente a capacidade frigorífica. Quanto maior a diferença de temperatura, maior a capacidade frigorífica necessária. → Carga térmica do espaço: A carga térmica do espaço refere-se à quantidade de calor que precisa ser removida do ambiente refrigerado. A carga térmica é influenciada por fatores como tamanho do espaço, isolamento térmico, equipamentos e iluminação. Quanto maior a carga térmica, maior será a capacidade frigorífica necessária para atender a essa demanda de calor. 7. Porque seleciona-se o condensador, evaporador e o compressor pela carga térmica O condensador, o evaporador e o compressor são selecionados com base na carga térmica para garantir um funcionamento eficiente e adequado do sistema de refrigeração. 1. O condensador é selecionado para dissipar o calor do refrigerante que está sendo comprimido no compressor. A capacidade do condensador deve ser adequada para remover a carga térmica do sistema e permitir que o refrigerante condense eficientemente. 2. O evaporador é selecionado para absorver o calor do ambiente a ser resfriado. A capacidade do evaporador deve ser suficiente para lidar com a carga térmica do ambiente e permitir que o refrigerante evapore adequadamente. 3. O compressor é selecionado com base na carga térmica total do sistema. Ele deve ter capacidade suficiente para comprimir o refrigerante e garantir um fluxo de refrigerante adequado pelo sistema. 8. Explicar (escrito e numericamente) formas de aumentar a eficiência de troca térmica em condensador aletados que já estão instalados e funcionando Para aumentar a eficiência de troca térmica em condensadores aletados que já estão instalados e funcionando, existem algumas medidas que podem ser adotadas. 1. Limpeza regular 2. Verificar o fluxo de ar 3. Verificar a temperatura ambiente 4. Utilizar aditivos químicos 5. Aumentar a área de superfície Numericamente, a eficiência de troca térmica pode ser avaliada através do coeficiente global de transferência de calor (U). Esse coeficiente representa a taxa de transferência de calor entre o fluido refrigerante e o ar ambiente. Ao implementar as medidas acima, é possível melhorar o valor do coeficiente U, indicando uma maior eficiência de troca térmica no condensador aletado. 9. Falar o valor de delta T ideal para duas situações: uma na câmara que o produto não poderia ganhar muita umidade e uma na antecâmara Geralmente, um ΔT ideal para câmaras de resfriamento varia de 5°C a 10°C. Essa faixa de ΔT ajuda a evitar a formação excessiva de condensação e a minimizar o risco de umidade indesejada no produto. Geralmente, um ΔT ideal para a antecâmara pode variar de 10°C a 15°C. Esse valor um pouco maior ajuda a reduzir a umidade e a temperatura do ar que entra na câmara principal. 10. Como tornar Torres de resfriamento mais eficientes Fazer a limpeza regular, controle da qualidade da água,controle da velocidade do ar, isolamento térmico adequado e monitoramento com análise de desempenho. Scanned by CamScanner Scanned by CamScanner Scanned by CamScanner Scanned by CamScanner Scanned by CamScanner Scanned by CamScanner Scanned by CamScanner Scanned by CamScanner Scanned by CamScanner Scanned by CamScanner Scanned by CamScanner Scanned by CamScanner 04/08/2023 1 APLICAÇÕES DO FRIO, PROPRIEDADES DA ÁGUA E ETC... RESFRIAMENTO / CONGELAMENTO / ESTOCAGEM : • Envolvem diversos processos tecnológicos! • MATURAÇÃO DE QUEIJOS: TEMPERATURAS CONTROLADAS • CERVEJARIA : ( FERMENTAÇÃO LEVEDURAS : REAÇÃO EXOTÉRMICA) • VINAGRE: (BACTÉRIAS ACÉTICAS: REAÇÃO EXOTÉRMICA) • PASTEURIZAÇÃO DE LEITE • SORVETES • VEGETAIS CONGELADOS • PRATOS PRONTOS – SOUS VIDE • REFRIGERANTES – CARBONATAÇÃO • PACKING HOUSE – RESFRIAMENTO DE FRUTAS E HORTALIÇAS 1 RESFRIAMENTO DE FRUTAS E HORTALIÇAS PERDAS POR FALTA DE PRÉ TRATAMENTO = 30 A 40 % 2 • ETAPAS PRECEDENTES A ESTOCAGEM : – COLHEITA – MANIPULAÇÃO – EXPOSIÇÃO A TEMPERATURAS ELEVADAS – EXPOSIÇÃO AO SOL • RESFRIAMENTO RÁPIDO : – REDUÇÃO DA TEMPERATURA – REDUZ A VELOCIDADE DO PROCESSO DE MATURAÇÃO – REDUÇÃO DA AÇÃO DE AGENTES DETERIORANTES – REDUÇÃO DE PERDA DE PESO DO PRODUTO IMPORTÂNCIA PARA FRUTAS E HORTALIÇAS 3 RESFRIAMENTO DE VEGETAIS PROCESSO DE RESPIRAÇÃO : • LIBERAÇÃO DE CALOR == ELEVAÇÃO DA TEMPERATURA • PRODUÇÃO DE CO2 E H20 R=f(T) 4 • EXEMPLOS : MAÇÃS : • AMADURECIMENTO : 21 °C / 1 DIA • ou 1 °C / 10 DIAS • MILHO : • PERDA DE 60 % DO TEOR DE SACAROSE : 1 DIA / 30 °C; • PERDA DE 6 % DO TEOR DE SACAROSE : 1 DIA / 0 °C. 04/08/2023 2 Resfriamento de Frutas e hortaliças – Embrapa, Unicamp, 2002 6 Produto T 0°C T 10°C T 20°C Alcachofra 0,165 0,605 1,485 Abobrinha 0,48 1,049 2,491 Agriaão 0,16 0,972 3,226 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 T 0°C T 10°C T 20°C Alcachofra Abobrinha Agriaão 7 Produto T 0°C T 10°C T 20°C Alcachofra -0,78252 -0,21824 0,171726 Abobrinha -0,318760,0207750,396374 Agriaão -0,79588 -0,01233 0,508664 y = 0,4771x - 1,2306 R² = 0,989 y = 0,3576x - 0,6823 R² = 0,9992 y = 0,6523x - 1,4044 R² = 0,9867 -1 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 0 1 2 3 4 Alcachofra Abobrinha Agriaão Linear (Alcachofra) Linear (Abobrinha) Linear (Agriaão) Resfriamento de Frutas e hortaliças – Embrapa, Unicamp, 2002 04/08/2023 3 SIGNIFICADO Q = 0,5 kJ/kg h (calor liberado) Q = 500.000 J/ton h Num packing house com 1.000 ton, serão 500.000.000 J/h ou 120.000.000 cal/h Um cálculo simples, aproximado: Q=mCp ΔT 120.000.000 cal/h = [1.000.000.000g]*[1 cal/g°C]*ΔT ΔT = 0,12 °C/h 9 RESFRIAMENTO DE VEGETAIS OBJETIVO : • Resfriamento logo após a colheita retirada do “calor do campo” • Aumentar a vida de prateleira do produto CÂMARA DE ESTOCAGEM DE PRODUTOS RESFRIADOS : • Não dimensionada para alta carga térmica; • Equipamento de menor capacidade Equipamentos Frigoríficos Dedicados : PRÉ-RESFRIAMENTO RÁPIDO REDUÇÃO : • Atividade metabólica : respiração e transpiração; • Desenvolvimento microbiológico; • Atividades enzimáticas 10 RESFRIAMENTO DE VEGETAIS Dias de comercialização de alfaces em função do tempo de espera para resfriá-las a 20C (0h, 6h, 8h, 12h e 24h). Colheita: 100%; Limite para a venda: 0% (FOURNIER &VANDIEVOET, 1983). 11 Perda de Qualidade de Alfaces Resfriadas a 2 C 0h6h8h12h24h 0% 100% 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Dias de comercialização Q ua lid ad e pa ra v en da RESFRIAMENTO DE VEGETAIS PARÂMETROS DE VELOCIDADE DE RESFRIAMENTO : TAXA DE RESFRIAMENTO : • TEMPO ( ½) DE MEIO RESFRIAMENTO; • TEMPO DE 7/8 DE RESFRIAMENTO TEMPO DE MEIO RESFRIAMENTO : • DEF.: TEMPO NECESSÁRIO PARA REDUZIR À METADE A DIFERENÇA DE TEMPERATURA ENTRE O PRODUTO E O MEIO 12 04/08/2023 4 RESFRIAMENTO DE VEGETAIS MÉTODO DE RESFR. CONDIÇÕES MEIO-TEMPO CÂMARA DE ESTOCAGEM SOLTAS, EM CAIXA 12,0 EMBALADAS, EM CAIXA 22,0 BIN DE 500 kg, GRANEL 18,0 CAIXAS PALETIZADAS 43,0 TÚNEL, AR 3-6 M/S SOLTAS, EM CAIXA 4,0 EMBALADAS, EM CAIXA 14,0 ÁGUA FRUTAS SOLTAS 0,4 INDIVIDUAL AR 0,7 M/S 1,3 AR 7,0 M/S 0,5 13 RESFRIAMENTO DE VEGETAIS MÉTODOS DE RESFRIAMENTO DE PRODUTOS HORTÍCULAS • COM AR FORÇADO COM RESFRIAMENTO EVAPORATIVO • COM AR FORÇADO • COM CÂMARAS • COM ÁGUA GELADA • COM GELO EMPACOTADO • À VACUO • À VACUO COM ASPERSÃO DE ÁGUA 14 RESFRIAMENTO DE FRUTAS Requerimento de frio é característico • Fisiologia • Maturidade na colheita • Temperatura ambiente • Tempo de colheita • Vegetais não resfriados • Falta de interesse econômico• Susceptibilidade à injúria pelo frio UNIDADES DE RESFRIAMENTO O custo padrão pode variar bastante Porém, a Vida de Prateleira depende das atividades pós processamento • Alface colhida a 20oC e resfriada imediatamente a 2oC - VP 8 dias. • Espera de 6 horas – VP 6 dias • Espera de 12 horas – VP 4 dias • Espera de 18 horas – VP 2 dias 04/08/2023 5 AR FORÇADO Vantagens • Pode ser rápido • ¼ a 1/10 em relação ao ar estático • 2 – 3 x mais lento do que H2O ou vácuo • Movimentação do ar na direção correta • Facilmente adaptável • Instalações podem ser reduzidas AR FORÇADO Desvantagens • Manuseio • Dificuldade de embalagens secundárias • Ruim para folhosas • Pode ser desigual • Pode ser lento AR FORÇADO - APLICAÇÕES Frutos de caroço em geral, Citros, Maçã, cereja, uva, alface, espinafre, tomate, pimentão, berinjela, legumes de raízes (cenoura, mandioquinha, beterraba, batata-doce, rabanete), bulbos (cebola, alho) AR FORÇADO - NECESSIDADES Ventilador deve movimentar • 0,5 a 3,0 L/(s.Kg) Componentes do sistema: • Câmara fria • Unidade condensadora • Evaporador • Ventilador • Acessórios do sistema de frio O tempo de resfriamento é proporcional ao quadrado do diâmetro do fruto 04/08/2023 6 SISTEMA COM CONTROLE DE UMIDADE Resfr. Frutas e Hortaliças, 2002 AR FORÇADO Baseado na correlação de Nusselt, Reynods e Prandtl Na prática, é preciso saber o regime de escoamento, curvas características do sistema (Pressão versus Vazão) e curvas de operação Existe perda de pressão pela passagem do ar tanto na embalagem como produto A umidade relativa do ar deve ser ajustada para não ocorrer ressecamento do produto SISTEMA ENVELOPE PARA PREVENIR RESSECAMENTO Resfr. Frutas e Hortaliças, 2002 PERDA DE PESO EM ESTOCAGEM FRIGORIFICADA PSICROMETRIA : • PROPRIEDADES DE MISTURA ( AR + VAPOR DE ÁGUA ) 24 5 t(C) 10 15 20 25 30 35 40 45 50 W(kg/kg) 0.01 0.02 0.03100 rh(%) 75 50 h(kJ/kg) 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0.8 v(m^3/kg) 0.85 0.9 D:\DOWNLOAD\PSYDEMO\Default.psy Pressure 101.3 kPa 04/08/2023 7 EFEITO “AQUECIMENTO” EFEITO “CONDENSAÇÃO” ÁGUA Pré resfriamento • Q = hAΔT • Limitado ao tamanho, forma e propriedades térmicas • A diminuição da resistência de calor na superfície diminui muito com aumento do fluxo de água • Em condições ideais h = 680W/(m2K) ÁGUA GELADA Fatores determinantes para um “h” apropriado: • Temperatura da água (0-0,5oC) • Uniformidade do produto • Propriedades térmicas Parâmetros do processo • Em sistemas de chuveiro recomenda-se 600-1000 litros/min/m2 • O tempo de resfriamento será entre 10 min a 1 h, dependendo da geometria • A queda da água sobre o produto não deve ser superior a 20 cm • Sistemas por imersão são mais úteis para produtos mais densos • Sugere-se água a 0,1 m/s Produtos • Milho doce, cebolinha, salsão, rabanete, couve-flor, brócolis 04/08/2023 8 HYDROCOOLER Kader, 1992. in Tecnol. Resfr. Frutas e Hortaliças, 1997 GELO LÍQUIDO Teoricamente • Cada kg de gelo pode resfriar 8kg de produto em até 10°C • Cada kg de gelo pode resfriar 4kg de produto em até 20°C Prática • Para resfriar de 35°C para 2°C utiliza-se em torno de 41,25% de gelo • Estudos práticos indicam 1kg de gelo por kg de produto RESFRIAMENTO COM GELO Tecnol. Resfr. Frutas e Hortaliças, 1997 RESFRIAMENTO COM GELO 04/08/2023 9 RESFRIAMENTO SOB VÁCUO Resfriamento baseado no calor de evaporação da água sobre o produto num ambiente sob vácuo Processos em batelada Introduzida na Califórnia em 1948 para alface Iceberg Vantagem para vegetais folhosos RESFRIAMENTO SOB VÁCUO O calor necessário para evaporar 1% da quantidade de água do produto à T ambiente é suficiente para reduzir a temperatura de 99% do produto em 5oC Na prática, evapora-se de 3 a 5% da água. VÁCUO Dimensão da câmera • 5,5m Comprimento x 2,5m Largura x 2,75m altura = 37,8m3 Resfriamento • 8 paletes, cada um com 30 caixas, e cada caixa com 22kg de alface a 32°C • Temperatura final 2°C, ou ΔT=30°C • Cp do alface = 4,06kJ/(kg°C) • Carga total energética: • Q=mCpΔT = 8x30x22x30x4,06 = 645000 kJ • Calor latente de vaporização da água é ~ 2256 kJ/kg • 284 kg de água evaporada • 55 mL H2O por kg de produto ou 1,18L H2O/caixa de alface (~5%) TEMPO DE RESFRIAMENTO COM VÁCUO Relação Área/volume Hortaliças Tempo vácuo (min) T inicial (oC) T final (oC) Alta Couve-de-Bruxelas Alface Espinafre 20 13 10 20 22 19 3 2 5 Média Couve flor Aipo Milho verde 20 13 10 24 21 28 7 8 6 Pequena Cenoura Pepino tomate 45 20 20 19 26 25 16 23 22 04/08/2023 10 MÉTODOS DE RESFRIAMENTO PARA COMMODITIES Commodity Larga escala Pequena escala Maçãs R R Aspargos HC HC Brocolis HC, FA, LQ FA, LQ Couve-flor FA, VC FA Berinjela R, FA FA Alface VC, FA, HC FA Batata R R Milho verde HC, VC, LQ HC, VC, LQ Melão HC, VC, LQ FA Tomates R, FA R=Room cooling; FA=Forced air; VC=Vacuum Cooling; HC=Hidrocooling; LQ=Liquid Icing RESFRIAMENTO DE VEGETAIS. COMPARAÇÃO DOS SISTEMAS DE RESFRIAMENTO TAXA DE RESFRIAMENTO : 38 RESFRIAMENTO DE VEGETAIS 39 RESFRIAMENTO DE VEGETAIS COMPARAÇÃO DOS SISTEMAS DE RESFRIAMENTO Custos comparativos de diferentes resfriadores (KADER, 1992). 40 Custo de Resfriadores 1988 Gelo - Líquido Vácuo Ar forçado Água 0 1 2 3 4 5 6 7 8 C us to /C ap ac id ad e ( U S $/ kg d ia ) 04/08/2023 11 APLICAÇÕES DO FRIO RESFRIAMENTO / CONGELAMENTO / ESTOCAGEM : • MATURAÇÃO DE QUEIJOS • CERVEJARIA : ( FERMENTAÇÃO LEVEDURAS : REAÇÃO EXOTÉRMICA) • VINAGRE: (BACTÉRIAS ACÉTICAS: REAÇÃO EXOTÉRMICA) • PASTEURIZAÇÃO DE LEITE • SORVETES • VEGETAIS CONGELADOS • PRATOS PRONTOS – SOUS VIDE • REFRIGERANTES – CARBONATAÇÃO • PACKING HOUSE – RESFRIAMENTO DE FRUTAS E HORTALIÇAS 41 VINAGRE 42 Fermentação Alcoólica: C 6 H12 O6 2 CO2 + C2 H5 OH Fermentação Acética: 2 C2 H5 OH + 2 O2 2 CH3CO2H + 2H2O Problema de excesso de arejamento: 2 C2 H5 OH + 6 O2 4 CO2 + 6H2O Reações que ocorrem na fabricação de vinagre: Liberação de calor nas reações de produção de vinho e vinagre • Vinho 1 mol de açúcar para produzir 1 mol de álcool libera 22 Kcal • Vinagre 1 mol de álcool para produzir 1 mol de ácido acético libera 115 Kcal 1,0 g de etanol convertido em ácido acético eleva a temperatura de 100 ml de água em 25ºC 04/08/2023 12 Liberação de calor nas reações de produção de vinagre 1 mol de álcool para produzir 1 mol de ácido acético libera 115 Kcal 1 mol etanol 46 g 1 g de etanol 1/46 mol, liberando 115/46 = 2,5 kcal Q = mCpΔT 2500 cal = [100 g]*[1 cal/g°C]*[25 °C] 1,0 g de etanol convertido em ácido acético eleva a temperatura de 100 ml de água em 25ºC Liberação de calor nas reações de produção de vinagre • Uma vinagreira de 1000 litros, em processo lento, produz 100 litros de vinagre por semana • Numa densidade de 1,010 g/ml, teremos 101 kg de vinagre/semana • A 4% de ácido acético [1 mol de ácido acético é 60g], teremos 101000*[4/100]/60 = 67,33 mol de ácido acético/semana • 67,33 mol etanol são consumidos por semana • 1 mol etanol libera 115 kcal na conversão em ácido acético • 67,33 mol liberam 7743 kcal/semana, ou 46 kcal/h • 46000 kcal = 1000*1*ΔT • ΔT = 46 °C • É necessário um sistema de arrefecimento/dissipação que garanta a retirada de 46 kcal/h para manter a temperatura no reator constante PRODUTOS CÁRNEOS 47 RESFRIAMENTO RÁPIDO FORNECE PRODUTOS CÁRNEOS “READY TO EAT” (RTE) MAIS SEGUROS Carnes e produtos cárneos não curados Cooling time Good Practice Maximum to 50°C 1h 2,5h from 50 to 12 °C 6h 6,0h from 12 to 5 °C 1h 1,5h total time to 5°C 8h 10h Carnes e produtos cárneos curados to 50°C 1,25h 3,25h from 50 to 12 °C 7,50h 7,50h from 12 to 5 °C 1,25h 1,75h total time to 5°C 10,00h 12,50h Requirementos para estabilizar produtos de carne e aves tratados termicamente Objetivo: evitar o crescimento de bactérias esporuladas (Clostridios) 04/08/2023 13 RESFRIAMENTO RÁPIDO OFERECE OUTROS BENEFÍCIOS OPERACIONAIS PARA PRODUTOS CÁRNEOS Evita alterações das características dosprodutos Melhora o rendimento da produção • Reduz evaporação da umidade devido ao resfriamento lento (encolhimento) Melhora o rendimento na cocção • Reduz variação no rendimento na cocção • Melhora a fatiabilidade e desempenho na depelagem de embutidos Reduz re-trabalho Reduz custos operacionais • Reduz o inventário (retenção de produção) durante o processo Aumenta o rendimento da produção Otimiza a utilização a área de processo • Aumenta a eficiência energética RESFRIAMENTO ENVOLVE 2 ESTÁGIOS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR 1-Calor migra do centro do produto para a superfície condução Produto corte transversal Velocidade de transferência de calor depende das características do produtos 2- Calor migra da superfície para o meio de resfriamento convecção Produto corte transversal Velocidade de transferência depende das características do meio AS PROPRIEDADES DE “TRANSFERÊNCIA DE CALOR” DOS PRODUTOS CONGELADOS SÃO CARACTERIZADAS POR 4 VARIÁVEIS FÍSICAS Calor específico (Cp) = relacionado à estrutura molecular do produto caracteriza a facilidade de se modificar a temperatura do produto Condutividade térmica (k) = velocidade de transferência de calor Afetada pelo teor de umidade do produto: água conduz calor melhor do que gordura Calor latente = energia necessária para mudança de fase p.ex. para congelar o produto Forma geométrica do produto Quanto mais espesso, mais longo o tempo de resfriamento Fase de Congelamento Calor latente é uma variável crítica quando peças grandes são resfriadas rapidamente • Uso de meio muito frio congelamento superficial • Durante o congelamento a temperatura não diminui = mudança de fase de água para gelo Requer grande quantidade de energia Uso de uma etapa de “equilíbrio” durante o resfriamentoApós o congelamento Acima do ponto congelamento 04/08/2023 14 Exemplo: congelamento de Carne moída de peru em tubos Tubos 10lbs, diâmetro 4,3”, -10 F (-23C) Glicol Tempo (horas) Periodo de Calor latente Glicol Centro Produto 10C 27C -1.1C 16C 21C 4C -6.6C -12C -18C -23C -28C % Sólidos % Água Cp k Calor Latente Bacon 61 29 0.60 0.28 74 Mortadela 35 65 0.86 0.31 86 Salsicha 40 60 0.86 0.31 86 Presunto 51 49 0.68 0.28 87 Peru reestr. 32 68 0.79 0.29 106 Propriedades Térmicas dos Produtos Cárneos (kJ/kg . °C) (W/m . °C) (kJ/kg) O MEIO DE RESFRIAMENTO É CARACTERIZADO PELO SEU COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR Método Coefficient (W/m2 . K) Ar - Convecção livre 5 - 25 - Convecção forçada 10 - 200 Líquido - Convecção livre 20 - 100 - Convecção forçada 50 – 10.000 CÂMARA DE RETENÇÃO PARA RESFRIAMENTO: CONVECÇÃO NATURAL 04/08/2023 15 Resfriador a ar de Alta Performance: Ar com Convecção Forçada (Air blast) Trocador de Calor Exaustão RESFRIADOR DE SALMOURA: CONVECÇÃO FORÇADA DE LÍQUIDO Tanque receptor de salmoura Trocador de Calor Chuveiro de Salmoura Tanque de armazenamento Eficiência de resfriamento: Salmoura > Blast > Câmara Forma nº7 Presunto prensado, 10” x 6” x 3.5” 71 66 60 54 49 43 38 32 27 21 16 10 4 -1 -7 -12 -17 Te m pe ra tu ra ( C ) Tempo (horas) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Temperatura da salmoura -9°C Temperatura do ar forçado -12°C Temperatura da câmara 0°C Temperatura final no centro do produto 2°C A ESCOLHA DO EQUIPAMENTO DE RESFRIAMENTO DEPENDE DAS CARACTERÍSTICAS DOS PRODUTOS, PROCESSOS,.... Pontos fortes Menor custo inicial Facilidade de manutenção Simplicidade de projeto Pontos fracos Ineficiência do ar Maior tempo de resfriamento Menor uniformidade Maior encolhimento Pontos fortes Alta eficiência Menos de 1% de encolhimento Tempo menor de resfriamento (vs. câmara) Economia de energia (vs. câmara) Compatibilidade com produtos Pontos fracos Maior custo inicial Maior tempo de resfriamento (vs. salmoura) Maior área (vs. salmoura) Manutenção (vs. câmara) Resfriamento com ar Resfriamento com ar forçado 04/08/2023 16 E DA CAPACIDADE OPERACIONAL Pontos fortes Alta eficiência 50 - 70% mais rápido 0% encolhimento Menos área de planta 30 - 65% menos energia Reduz a retenção de produto no processo Pontos fracos Maior custo inicial Manutenção / limpeza Custo da solução Descarte da salmoura Compatibilidade com produto Salmoura Baixo custo Adequa-se a diferentes produtos Vida útil do equipamento é limitada Corrosiva Glicol Alto custo Embalagem impermeável Vida indefinida > 25% glicol = bactericida -20°F (-28ºC) mínimo Não-corrosiva Absorve umidade Resfriamento líquido Salmoura ou glicol? UTILIZAR UM PROCESSO DE RESFRIAMENTO RECONHECIDO PARA PRODUTOS CÁRNEOS TORNA A VIDA MAIS FÁCIL… Atende os padrões de estabilidade do processo preconizados Tempo/temperatura - registros Processo de resfriamento sob medida (customizado) Usar a literatura /métodos clássicos reconhecidos Ou Conduzir um estudo com testes de desafio utilizando como modelo o C. perfringens COMO ANALISAR OS REGISTROS DO PROCESSO DE RESFRIAMENTO 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Time (hours) Steam Cook Core Brine Chill, 25 F. Roast Beef Cook/Chill Top Round, 5” x 12” x 15” 16lb/pc Este resfriamento seria adequado? Até 50°C em 1,0-2,5h De 50 a 12°C em 6,0h De 12 a 5°C em 1,0-1,5h Total até 5°C em 8-10h54C -4C Tempo (horas) 27C 49C 13C 4C COMO ANALISAR OS REGISTROS DO PROCESSO DE RESFRIAMENTO 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Time (hours) Turkey Breast Cook/Chill 5” x 8.5” x 9” 9lb/pc Steam Cook Core Brine Chill (4.5 hr @ 28 F.) Equilibration (25 F. Holding cooler) 74C -2C Este resfriamento seria adequado? Até 50°C em 1,0-2,5h De 50 a 12°C em 6,0h De 12 a 5°C em 1,0-1,5h Total até 5°C em 8-10h 04/08/2023 17 COMO ANALISAR OS REGISTROS DO PROCESSO DE RESFRIAMENTO 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Time (hours) Air and Brine Chilling of Turkey Breast 5.5” x 7.5” x 9.5”, 9 lb/pc, brine = 25 F, air = 12 F. Core Temperature Air Chill = 12 F. (6.25 hr) Core Temperature Brine Chill = 25 F. (5.25 hr) Te m p er at u re ( F ) -4C -11C Este resfriamento seria adequado? Até 50°C em 1,0-2,5h De 50 a 12°C em 6,0h De 12 a 5°C em 1,0-1,5h Total até 5°C em 8-10h SOUS VIDE 66 ALIMENTOS SOUS VIDE Sous vide é um método de cozimento profissional que emprega uma embalagem barreira ao O2 e controles precisos de temperatura, tanto para o aquecimento como para a refrigeração, para reduzir oxidação e extender a vida-de-prateleira. Resultado: • produto com textura superior, melhor flavor e qualidades organolépticas em geral. Maior mercado é o institucional, com ênfase ao food service e catering SOUS VIDE – EXPOSIÇÃO À TEMPERATURA 7 0 6 0 5 0 4 0 3 0 Zona de pasteurização 65-70°C Início da pasteurização 60-64°C Zona de tolerância 55-60 °C Zona perigosa 50-55 °C Zona muito perigosa 20-50°C Zona perigosa 10-20°C Zona de tolerância 3-10°C Zona segura 0-3°C T(°C) 04/08/2023 18 SOUS VIDE October 9-11, 2007 Artigo recente: file:///C:/Users/schmidt/Downloads/sustainability-12-07606-v2.pdf Defende o Sous vide para o mercado institucionalfood service, em detrimento ao processamento caseiro TÉCNICA DO SOUS VIDE Alimentos (crus, ou pré-cozidos, com molhos ou não) são cozidos sob temperatura controlada, O cozimento não precisa ser necessariamente completo, As temperaturas são sempre mais baixas do que os processos tradicionais (nunca na zona de perigo), O tempo de cozimento é maior, o que garante maciez, melhor textura e desenvolvimento de sabor, Se o alimento não for consumido imediatamente o resfriamento rápido é um ponto crítico de controle. ÁGUA E ALIMENTOS Água: • principal componente dos alimentos (97-98% em vegetais) • sua interação com os outros constituintes tem papel importante na estabilidade dos alimentos refrigerados (resfriados ou congelados). 71 Nos materiais biológicos temos: • Água livre: solidifica como gelo puro; • Água de constituição: presente em sistemas macromoleculares mas pode ser separada como gelo; induz a morte de células; • Água de adsorsão: ligada à compostos sólidos e não congela (em liofilização é removida após as outras duas); • Água de cristalização: tem ligações extremamente fortes, fazem parte do sistema cristalino (hidratos); 72 04/08/2023 19 CONGELAMENTO DE ALIMENTOS ÁGUA : Principal componente dos alimentos ( 97 a 98 % de vegetais ) • Propriedades Água Gelo • Cp [ kcal / kg . °C ] 1,0 0,5 • Densidade [ kg / dm3 ] 1,0 0,917 • Volume especifico [ dm3 / kg ] 1,0 1,09 • As propriedades da água e do gelo vão influenciar o efeito do processo de congelamento sobre o produto 73 CONTEÚDO DE ÁGUA E PONTO DE CONGELAMENTO Alimento Conteúdo de água (%) Ponto de congelamento (°C) Hortaliças 78-92 -0,8 a -2,8 Frutas 87-95 -0,9 a -2,7 Carne 55-70 -1,7 a -2,2 Pescado 65-81 -0,6 a -2,0 Leite 87 -0,5 ovos 74 -0,5 A % de água congelada varia com a composição do alimento e com a Temperatura. 75 Umidade % Água congelada Água não Produto (%) -5ºC -10ºC -15ºC -20ºC -30ºC congelável (%) Bife s/ gordura 74 74 82 85 87 88 12 Pão branco 40 15 45 53 54 54 46 Espinafre 90 88 93 95 96 97 2 Carne de pescado 80 - - - 91 - 10 Albumina de ovo 74 - - - 93 - 10 Carne de cordeiro 75 - - - 88 - 10 04/08/2023 20 CURVA DE CONGELAMENTO -25,0 -20,0 -15,0 -10,0 -5,0 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 T Maçã T pêra TC placa CONGELAMENTO DE FATIAS DE PERA E MAÇA EM EQUIPAMENTO DE PLACAS ALGUNS FUNDAMENTOS Super resfriamento (AS) • Abaixamento da temperatura da água aquém do ponto de congelamento, sem congelar • Não altera propriedades do alimento Cristalização da água (SB) • Formação de uma fase sólida organizada • Consiste da nucleação de um cristal e seu crescimento ALGUNS FUNDAMENTOS Fase (BC) • O calor é removido na mesma taxa que a anterior, mas como é o calor latente que está sendo removido enquanto o gelo é formado, a temperatura permanece quase constante. • É onde é formada a maior quantidade de gelo Supersaturação de outros solutos (CD) • Supersaturação e cristalização de outros solutos. Temperatura alcança a temperatura eutética do soluto Fase DE • cristalização da água e outros solutos Fase EF • Temperatura cai até próxima da temperatura do congelador 04/08/2023 21 CONGELAMENTO E FORMAÇÃO DE CRISTAIS Congelamento lento • Formação de poucos núcleos de cristalização com grande crescimento individual. Congelamento rápido • Formação de vários núcleos de cristalização e crescimento limitado de cada um deles. Alterações nas temperaturas de congelamento durante o armazenamento podem causar recristalização CONGELAMENTO Lento: Usa T ~ -18C • Tende a alterar a textura e as propriedades organolépticas do material. Rápido: Usa T ~ - 40°C • Forma cristais de gelo menores, menos danos celulares, menor difusão de sais, melhor textura e qualidade organoléptica TEMPO DE CONGELAMENTO 04/08/2023 22 ALTERAÇÕES DE VOLUME Água pura a 0°C expansão de 9%; outros constituintes também podem se expandir em menor proporção Composição • Relação de água e matéria seca • Espaços intracelulares podem acomodar crescimento de cristais Água não congelada • Água ligada ou super resfriada não congela Temperaturas envolvidas • Resfriamento preliminar pode causar encolhimento; formação do gelo causa expansão; resfriamento de cristais de gelo: contração; cristalização de solutos: expansão; CONCENTRAÇÃO DOS CONSTITUINTES NÃO AQUOSOS Cristalização da água concentra uma série de solutos não aquosos O efeito causado é similar a um processo convencional de desidratação • A fase não congelada muda drasticamente suas características: pH, acidez, força iônica, viscosidade, ponto de congelamento e outras propriedades coligativas CONGELAMENTO DE ALIMENTOSCONGELAMENTO : • Apenas da água; • Água livre : Redução Pv ↓ Aw • Água ligada / soluto não disponível ↓ Aw • Elevação da concentração da solução resultante ↓ Tcong. • Redução do pH : 87 T 0 -25 3 4 7 pH •RECRISTALIZAÇÃO : –Flutuação e Amplitude de temperatura de Estocagem congelado –Crescimento de cristais de gelo Pequenos cristais de gelo (obtidos por congelamento rápido) Rearranjo dos pequenos cristais Aumento da Temperatura Descongelamento dos pequenos cristais Re-nucleação dos cristais Diminuição da Temperatura Figura 5: Efeitos do aumento da temperatura de estocagem em congelados. [Silva, K., 2004] FLUTUAÇÕES DE TEMPERATURA X RE-NUCLEAÇÃO 88 CONGELAMENTO 04/08/2023 23 Físicos: Químicas: o Rachaduras devido ao congelamento (pães/massas); o Migração da umidade (embalagens de carnes); o Recristalização (sorvetes); o Perda de água por gotejamento durante descongelamento (tecidos animais e vegetais). o Oxidação lipídica; o Desnaturação / oxidação protéica; o Atividade enzimática. DANOS POSSÍVEIS DA REFRIGERAÇÃO INCORRETA: 89 CONGELAMENTO Nutricionais o Exsudação com perdas componentes nutricionais Circulação de Ar Quanto maior circulação de ar, maior perda de água no produto. Quanto maior circulação de ar, mais rápida a queda de temperatura. Temperatura de Estocagem de Congelados Em tecidos animais, oxidação da mioglobina ocorre a -10°C. As carnes são estocadas geralmente entre –5°C <T< -15 °C. Umidade Alta umidade relativa favorece multiplicação de microrganismos. Dessecar a superfície pode diminuir o valor comercial devido ao aspecto. Umidade relativa pode ser maior quanto mais baixa temperatura. 90 CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS A BAIXAS TEMPERATURAS EFEITOS DE BAIXAS TEMPERATURA EM ALIMENTOS 91 1-frango 2-pescado magro 3-carne bovina 4-banana 5-laranja 6-maçã 7-ovos 8-maçã atmosfera controlada POSSÍVEIS DEFEITOS AO DESCONGELAR Sistemas coloidais irreversivelmente desidratados – levam à exsudação de líquido. Textura mole demais Mudanças de cor – principalmente escurecimento por reações enzimáticas 04/08/2023 24 MEDIDAS PARA DIMINUIR OS EFEITOS NEGATIVOS Congelamento rápido Descongelamento a frio Adição de solutos como açúcar (produtos contendo mais sólidos são mais protegidos) Adição de anti-oxidante Branqueamento bem feito Embalagens que protetoras do oxigênio Embalagens que protegem contra perda de umidade Estocagem, transporte e apresentação a -18ºC, ou menor BRANQUEAMENTO ANTES DE CONGELAR OU NÃO Se não branquear antes de congelar, deve congelar muito rápido e congelar em volumes pequenos para que consiga descongelar razoavelmente rápido também, sem usar aquecimento. Objetivos do branqueamento: • Reduzir a carga microbiana • Inativar enzimas • p.e. na vagem (93ºC / 2min) (pectinesterase) HIDROCOLOIDES 95 Hidrocolóides: componentes que tem afinidade com a água (proteínas, géis e polissacarídeos); Promovem elasticidade e rigidez, são responsáveis pela consistência nos alimentos. Polissacarídeos: (amido = amilose + amilopectina): • Sofrem retrogradação com o resfriamento (estado ordenado das moléculas de amilose), provocando opacidade e um precipitado insolúvel; • Amilopectina: é mais resistente à formação de gel e retrogradação;• Alimentos com amido devem ser congelados e descongelados rapidamente já que as alterações máximas ocorrem no ponto de congelamento; • Temperaturas menores que -35ºC evitam a retrogradação em pão congelado; • Em temperatura de -18ºC não ocorre retrogradação em molhos e recheios (10-12 meses) mas ocorre em temperaturas de -12ºC. 96 04/08/2023 25 Outros hidrocolóides: • Pectinas (polissacarideos); • Ágar (gel originário de algas); • Alginatos • Carragenatos • Metilcelulose • Carboximetilcelulose 97 Géis de origem vegetal Derivados de celulose Proteínas: • Componente de qualquer sistema vivo; • Alta capacidade de se ligar à água; • Gelatina e albumina: podem atuar como espessante e emulsificante em processamento de sorvetes; • Têm desnaturação retardada pelo resfriamento; • Sofrem desnaturação no congelamento, isto depende da proteína, da temperatura e tempo de estocagem. 98 Emulsão: sistema heterogêneo, líquido imiscível disperso em outro na forma gotas microscópicas: • Emulsificantes: diminuem a tensão superficial, formam um filme sobre a gotícula dispersa evitando sua coalescência; • Emulsificação: não ocorre espontaneamente assim agitação mecânica é necessária (misturadores, homogenizadores, etc). 99 • Quebra da emulsão com temperatura: • Leite: camada de gordura separada após ser congelado; • Gema de ovo: após o congelamento fica pastosa e dificulta mistura com outros ingredientes (sal ou açúcar+congelamento rápido evita o problema). 10 0 04/08/2023 26 Carne com espessura 50mm 20 minutos depois 40 minutos depois Taxa de Congelamento (ºC/h) (TFinal – TInicial)/Tempo de Congelamento Velocidade de Congelamento (cm/h) Velocidade da “Frente de Congelamento” no produto. Depende do local avaliado: Vcong.superfície > Vcong.centro térmico Grafico T x tempo Centro termico Meio Superfície Ar a –35C t (h) T (°C) Ar Superfície Meio Centro térmico 10 1 Definição de Tempo de congelamento: • É o tempo desde o pré-congelamento até atingir a temperatura de equilíbrio 10 2 Taxa de congelamento (ºC /h): Taxa de congelamento = (Tf –Ti) / tc onde: Tf = Temperatura final Ti = Temperatura inicial tc = tempo de congelamento Velocidade de congelamento (cm /h): • é a velocidade de deslocamento do gelo através do produto ( ↑ próximo à superfície e ↓ próximo ao centro térmico) indica congelamento rápido ou lento. Unidade convencional: tonelada de refrigeração (TR) Quantidade de energia para congelar 1 tonelada de água em 24 horas 10 3 OBS.: 1 T.R. = TONELADA DE REFRIGERAÇÃO [ ] [ ] [ ]hkcalh kg kcalhkg RT FUSÃO 3300 24 .1000 ..1 = ∆ = CONGELAMENTO DE ALIMENTOS VELOCIDADE DE CONGELAMENTO : • Def. : Velocidade de deslocamento da frente de gelo através do produto [ cm / h ] Indicador de congelamento rápido e lento : 10 4 Tempo [h] 1 9 LENTO Espessura do Produto [mm] RÁPIDO ULTRA V=0,2 cm/h V=0,5 cm/h V=5 cm/h 5 8 V=3 cm/h Ar Forçado Imersão Criogênico Fluidização Placas 04/08/2023 27 CONGELAMENTO DE ALIMENTOS CONSEQUÊNCIAS DA VELOCIDADE DE CONGELAMENTO: • ALTERAÇÃO NO PALADAR, ODOR, TEXTURA ; PROCESSO PONTUAÇÃO ( DE 1 A 9 ) EXSUDADO SABOR TEXTURA % PRODUTO FRESCO 9,0 8,8 - VELOC. CONG. ( cm / h ) -18 °C / AR PARADO 0,2 5,5 6,0 37 TÚNEL FORÇADO -40 °C / 4 m/s 3,0 6,8 6,0 32 NITROGÊNIO LÍQUIDO 8,0 6,8 7,0 30 * TESTES COM MORANGO ( FONTE : NEVES, 1998 ) 10 5 CONGELAMENTO DE ALIMENTOS EXEMPLO : RANCIFICAÇÃO DE CARNE SUÍNA : 10 6 Tempo [meses] 4 6 10 8 3 96 12 - 24 C - 18 C - 15 C - 12 C Tempo [meses] 1 2 4 3 3 96 12 - 24 C - 18 C - 15 C - 12 C •SABOR •PERÓXIDO : TEMPERATURA DE ESTOCAGEM Congelamento bem feito não causa grandes variações dos nutrientes em alimentos; Temperaturas tem importante papel na manutenção da qualidade de um produto congelado (T<-18ºC): • ↓ T ↑ tempo de estocagem TAQ (tempo de alta qualidade): tempo de estocagem até onde alterações sensoriais são perceptíveis; TPE (tempo prático de estocagem): tempo de estocagem em que o produto mantém suas características adequadas ao consumo. 10 7 CONGELAMENTO DE ALIMENTOS FLUTUAÇÃO DA TEMPERATURA DE ESTOCAGEM RECRISTALIZAÇÃO: • CRESCIMENTO DE CRISTAIS • ACELERAÇÃO DAS REAÇÕES REDUÇÃO DO NÍVEL DE QUALIDADE PERDA DE PESO AUMENTO DE EXSUDADO Estocagem de Alimentos Não Embalados 10 8 PERDA DE PESO [%] Tempo [ Dias ] 0,6 0,4 0,2 10 20 4030 -18 + 3 C -18 + 0 C -26 + 0 C 04/08/2023 28 CONCEITOS IMPORTANTES NA COMPREENSÃO DOS EFEITOS DA REFRIGERAÇÃO DE ALIMENTOS 10 9 Pressão de Vapor Pressão que um vapor e o líquido de um componente puro estão em equilíbrio. Saturação: Vapor de um líquido existente em um gás não condensável em equilíbrio. Saturação Parcial: Ainda há escape! Umidade Termo para Saturação quando o vapor é de água e o gás não condensável é o ar. Calor Específico ⇔ Cp=Q/(m*∆T) Energia (Q) em kgcal, que a massa (m) de 1 Kg de produto recebe para elevar sua temperatura (∆T) em 1°C. Condutividade Térmica (k) N ° de calorias transferidos por unidade de área perpendicular ao fluxo de calor, para cada grau de diferença de temperatura através da amostra na direção do fluxo de calor. água ar Conceitos Importantes para compreender a Refrigeração 11 0 Sinerese Expulsão gradativa do soro devido a concentração do gel. Exudação Separação da água no produto descongelado. Retrogradação Estado ordenado das moléculas de amilose, provocando opacidade do produto e formação de precipitado insolúvel Problema: Amido gelatiniza entre 70-90°C. Refrigerado, o amido retrograda, com nível máximo de alterações no ponto de congelamento. Solução: Produtos com amido devem ser rapidamente congelados e descongelados. Pão congelado a T<-35ºC não ocorre retrogradação. Recheios e molhos c/amido T<-18ºC em 10-12 meses não ocorre retrogradação. T<-12ºC em 2 meses não ocorre retrogradação. Morno Frio Conceitos Importantes para compreender a Refrigeração 11 1 retrogradação. Branqueamento Inativação de enzimas, geralmente pelo uso de água quente ou vapor. Normalmente apenas vegetais são branqueados antes do congelar. Emulsão Líquido imiscível disperso em outro como microscópicas gotas. Emulsificante: ↑estabilidade por ↓tensão superficial dos componentes, formando um filme sobre cada gotícula dispersa, evitando a coalescência. Problema: Emulsão água/óleo tende a se quebrar com o congelamento e descong. Solução: Melhorar a homogenização. Exemplos: creme de leite, sorvetes, manteiga, margarina, gema de ovo, sopas, o próprio leite (antigamente comum). Conceitos Importantes para compreender a Refrigeração 11 2 04/08/2023 29 Espuma Fase gasosa revestida por filme, semi-sólido e elástico, em meio líquido. Problema: Instáveis principalmente no congelamento Solução: Abaixar: - Tensão Superficial; - Pressão de Vapor; - Estocá-las a -18°C (impede redução de volume). Coalescência Rompimento do glóbulo disperso em um meio. Oxidação Reação do oxigênio com o meio. Conceitos Importantes para compreender a Refrigeração 11 3 Dessecação (Desiccation) Migração da água da superfície do produto para a atmosfera. Pode ocorrer mesmo no produto embalado. Queima pelo Frio (Freeze Burn) Dessecação Ptos de Luz “Queima” Injúria Ruptura celular com danos irreversíveis (pressão osmótica) Conceitos Importantes para compreender a Refrigeração 11 4 Transição Vítrea (Glass Transition) “A transição vítrea influencia enormemente a estabilidade resultante de alimentos congelados.” (Levine & Slade, 1990) Conceitos Importantes para compreender a Refrigeração Concentração Matriz Viscosidade Congelamento Fluido viscoso Estado Vítreo Pto máxima Concentração Reduzida mobilidade molecular; Viscosidade muito alta. Figura 6: Diagrama esquemático temperatura-concentração para solução aquosa de carboidrato. Legenda: • Tg – Temperaturade transição vítrea • Tg’ – Temperatura de transição vítrea da solução concentrada ao máximo pelo congelamento • TmH2O – Temperatura de derretimento da água pura • Tm’ – Temperatura necessária para causar colápso mecânico e derretimento do gelo acima da transição vítrea. • Wg’ – Quantidade de água descongelada Gelo e Vidro Fração mássica de sólidos Tm H2O(0º C) T’m Tg’ Tg Tg H2O(-134º C) Linha de Transição Vítrea (1012Pas) Fase Vítrea (supersatudada, amorfa, metaestável, não reativa) Fase Líquida (estável, emborrachada, reativa) 0% Wg Wg’ 100% Saturação (Linha eutética) Máxima formação de gelo Estado líquido supersaturado Tg depende: -Composição; -Taxa de Congelamento. 11 5 Tg Fato: Muitos alimentos (carne, peixe, muitas frutas) têm Tg muito baixo (-30 °C). Estocá-los abaixo da Tg é inviável! Alimentos contendo carboidratos podem ter formulação alterada com aumento de sacarose e maltose o que aumenta a Tg. Congelamento União da água com demais compostos é muito mais precária que no produto fresco. Exemplo: Proteínas dos alimentos de origem animal se desnaturam. 11 6 04/08/2023 30 Coalescência Problema: Gelo se forma e rompe a membrana do glóbulo de gordura Solução: * Homogenização; * Adição de: - certos óleos; - agentes espessantes; - cloreto de sódio (na faixa de 0.5 a 1.6%) ; - açúcar. Refrigeração + Meios 2arios Objetivo: Minimizar efeitos prejudiciais e/ou ampliar tempo de estocagem Exemplos: * ovos imersos em azeites minerais; * pescados imersos em soluções salinas; * glacês e coberturas com embalagens que reduzem evaporação e oxidação; * embalagens com: - tratamento químico (difenil, p.ex.); - aditivos bactericidas para armazenar pescados; - antibióticos. Interesse Atual: É seguro? É natural? 11 7 DINÂMICA DA REFRIGERAÇÃO “RESFRIAMENTO / CONGELAMENTO” 11 8 RESFRIAMENTO 11 9 Sistema por compressão: remoção do Calor (pela Evaporação de fluido primário). Abaixamento de temperatura não é espontâneo! 2ª Lei da Termodinâmica Sistema de Refrigeração RESFRIAMENTO Lado Frio T < Lado Quente T > Transferência de Calor Natural CONDUÇÃO AMBIENTES DESTINADOS A CONSERVAÇÃO A BAIXA TEMPERATURA 12 0 Isotérmicos: Simplesmente isolados. Refrigerados: Isolados e com Sistema Descontínuo para produção de frio (fusão de água, fusão de soluções eutéticas, sublimação, vaporização do nitrogênio líquido). Barcos pesqueiros, Vagões para transporte de carne, Aviões para transporte de congelados, etc. Câmaras Frigoríficas: Isolados e com Sistema Contínuo de produção do “frio” (mecânico, por absorção, etc.) Refrigeradores domésticos e comerciais, Câmaras e Transportes Frigoríficos. Nosso foco na disciplina!!! 04/08/2023 31 MÉTODOS E EQUIPAMENTOS DE RESF./CONGELAMENTO 12 1 Congelamento em Túneis (Rápida Circulação de Ar): Túneis com Vagões; Túneis com Esteiras Transportadoras; Túneis com Elevadores. Congelamento em Banhos Líquidos: Contato Direto do Alimento com o fluido térmico; Sem Contato Direto do Alimento com o fluido térmico. Congelamento por Placas: Criogênicos: Contato Direto do Alimento com o fluido térmico líquido (N2 ou CO2); Contato Direto do Alimento com o fluido térmico vapor (N2 ou CO2). produto refrigerante AR COMO MEIO DE TRANSFERÊNCIA DO FRIO Armários Túneis Leitos fluidizados CONGELAMENTO – TÚNEL DE CONGELAMENTO Mais moderno: IQF – pode embalar a granel e depois re-embalar. Mais popular: túnel com ar forcado - com velocidade suficiente chega a ser leito fluidizado. Temperatura do ar: -37ºC ou menos. Flofreezer FMC IQF 12 4 Produtos não embalados – individual Quick Freezing (IQF): ar forcado (esteira), leito fluidizado, contato direto com o ar frio. 04/08/2023 32 IMPINGEMENT FREEZER Demandas específicas da indústria de carnes (nugets): qualidade, segurança, custo, investimento IMPINGEMENT CONGELADOR – PLACAS Congelador de placas: em geral leva de 30 a 90 minutos Bom para alimentos que possuem grandes superfícies Pescados Blocos de camarão (em desuso) Polpas de fruta em embalagens flexíveis CONGELADOR A PLACAS 04/08/2023 33 CONGELAMENTO – CRIOGÊNICO Contato direto: nitrogênio (+ comum) ou ar líquido ou gás carbônico liquido ou sólido (temperatura - 73ºC), ou diclorofluorometano R12 (temperatura de –30ºC) – muito eficiente mas operacionalmente caro. CONGELADOR CRIOGÊNICO CONGELAMENTO POR IMERSÃO Imersão do alimento, embalado ou não, no meio refrigerante (ou aspersão do meio refrigerante) • Propileno glicol, glicerol, cloreto de sódio, cloreto de cálcio, misturas de açúcares e sais 04/08/2023 1 APLICAÇÕES DO FRIO, PROPRIEDADES DA ÁGUA E ETC... RESFRIAMENTO / CONGELAMENTO / ESTOCAGEM : • Envolvem diversos processos tecnológicos! • MATURAÇÃO DE QUEIJOS: TEMPERATURAS CONTROLADAS • CERVEJARIA : ( FERMENTAÇÃO LEVEDURAS : REAÇÃO EXOTÉRMICA) • VINAGRE: (BACTÉRIAS ACÉTICAS: REAÇÃO EXOTÉRMICA) • PASTEURIZAÇÃO DE LEITE • SORVETES • VEGETAIS CONGELADOS • PRATOS PRONTOS – SOUS VIDE • REFRIGERANTES – CARBONATAÇÃO • PACKING HOUSE – RESFRIAMENTO DE FRUTAS E HORTALIÇAS 1 RESFRIAMENTO DE FRUTAS E HORTALIÇAS PERDAS POR FALTA DE PRÉ TRATAMENTO = 30 A 40 % 2 • ETAPAS PRECEDENTES A ESTOCAGEM : – COLHEITA – MANIPULAÇÃO – EXPOSIÇÃO A TEMPERATURAS ELEVADAS – EXPOSIÇÃO AO SOL • RESFRIAMENTO RÁPIDO : – REDUÇÃO DA TEMPERATURA – REDUZ A VELOCIDADE DO PROCESSO DE MATURAÇÃO – REDUÇÃO DA AÇÃO DE AGENTES DETERIORANTES – REDUÇÃO DE PERDA DE PESO DO PRODUTO IMPORTÂNCIA PARA FRUTAS E HORTALIÇAS 3 RESFRIAMENTO DE VEGETAIS PROCESSO DE RESPIRAÇÃO : • LIBERAÇÃO DE CALOR == ELEVAÇÃO DA TEMPERATURA • PRODUÇÃO DE CO2 E H20 R=f(T) 4 • EXEMPLOS : MAÇÃS : • AMADURECIMENTO : 21 °C / 1 DIA • ou 1 °C / 10 DIAS • MILHO : • PERDA DE 60 % DO TEOR DE SACAROSE : 1 DIA / 30 °C; • PERDA DE 6 % DO TEOR DE SACAROSE : 1 DIA / 0 °C. 04/08/2023 2 Resfriamento de Frutas e hortaliças – Embrapa, Unicamp, 2002 6 Produto T 0°C T 10°C T 20°C Alcachofra 0,165 0,605 1,485 Abobrinha 0,48 1,049 2,491 Agriaão 0,16 0,972 3,226 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 T 0°C T 10°C T 20°C Alcachofra Abobrinha Agriaão 7 Produto T 0°C T 10°C T 20°C Alcachofra -0,78252 -0,21824 0,171726 Abobrinha -0,318760,0207750,396374 Agriaão -0,79588 -0,01233 0,508664 y = 0,4771x - 1,2306 R² = 0,989 y = 0,3576x - 0,6823 R² = 0,9992 y = 0,6523x - 1,4044 R² = 0,9867 -1 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 0 1 2 3 4 Alcachofra Abobrinha Agriaão Linear (Alcachofra) Linear (Abobrinha) Linear (Agriaão) Resfriamento de Frutas e hortaliças – Embrapa, Unicamp, 2002 04/08/2023 3 SIGNIFICADO Q = 0,5 kJ/kg h (calor liberado) Q = 500.000 J/ton h Num packing house com 1.000 ton, serão 500.000.000 J/h ou 120.000.000 cal/h Um cálculo simples, aproximado: Q=mCp ΔT 120.000.000 cal/h = [1.000.000.000g]*[1 cal/g°C]*ΔT ΔT = 0,12 °C/h 9 RESFRIAMENTO DE VEGETAIS OBJETIVO : • Resfriamento logo após a colheita retirada do “calor do campo” • Aumentar a vida de prateleira do produto CÂMARA DE ESTOCAGEM DE PRODUTOS RESFRIADOS : • Não dimensionada para alta carga térmica; • Equipamento de menor capacidade Equipamentos Frigoríficos Dedicados : PRÉ-RESFRIAMENTO RÁPIDO REDUÇÃO : • Atividade metabólica : respiração e transpiração; • Desenvolvimento microbiológico; • Atividades enzimáticas 10 RESFRIAMENTO DE VEGETAIS Dias de comercialização de alfaces em função do tempo de espera para resfriá-las a 20C (0h, 6h, 8h, 12h e 24h). Colheita: 100%; Limite para a venda: 0% (FOURNIER &VANDIEVOET, 1983). 11 Perda de Qualidade de Alfaces Resfriadas a 2 C 0h6h8h12h24h 0% 100% 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Dias de comercialização Q ua lid ad e pa ra v en da RESFRIAMENTO DE VEGETAIS PARÂMETROS DE VELOCIDADE DE RESFRIAMENTO : TAXA DE RESFRIAMENTO : • TEMPO ( ½) DE MEIO RESFRIAMENTO; • TEMPO DE 7/8 DE RESFRIAMENTO TEMPO DE MEIO RESFRIAMENTO : • DEF.: TEMPO NECESSÁRIO PARA REDUZIR À METADE A DIFERENÇA DE TEMPERATURA ENTRE O PRODUTO E O MEIO 12 04/08/20234 RESFRIAMENTO DE VEGETAIS MÉTODO DE RESFR. CONDIÇÕES MEIO-TEMPO CÂMARA DE ESTOCAGEM SOLTAS, EM CAIXA 12,0 EMBALADAS, EM CAIXA 22,0 BIN DE 500 kg, GRANEL 18,0 CAIXAS PALETIZADAS 43,0 TÚNEL, AR 3-6 M/S SOLTAS, EM CAIXA 4,0 EMBALADAS, EM CAIXA 14,0 ÁGUA FRUTAS SOLTAS 0,4 INDIVIDUAL AR 0,7 M/S 1,3 AR 7,0 M/S 0,5 13 RESFRIAMENTO DE VEGETAIS MÉTODOS DE RESFRIAMENTO DE PRODUTOS HORTÍCULAS • COM AR FORÇADO COM RESFRIAMENTO EVAPORATIVO • COM AR FORÇADO • COM CÂMARAS • COM ÁGUA GELADA • COM GELO EMPACOTADO • À VACUO • À VACUO COM ASPERSÃO DE ÁGUA 14 RESFRIAMENTO DE FRUTAS Requerimento de frio é característico • Fisiologia • Maturidade na colheita • Temperatura ambiente • Tempo de colheita • Vegetais não resfriados • Falta de interesse econômico • Susceptibilidade à injúria pelo frio UNIDADES DE RESFRIAMENTO O custo padrão pode variar bastante Porém, a Vida de Prateleira depende das atividades pós processamento • Alface colhida a 20oC e resfriada imediatamente a 2oC - VP 8 dias. • Espera de 6 horas – VP 6 dias • Espera de 12 horas – VP 4 dias • Espera de 18 horas – VP 2 dias 04/08/2023 5 AR FORÇADO Vantagens • Pode ser rápido • ¼ a 1/10 em relação ao ar estático • 2 – 3 x mais lento do que H2O ou vácuo • Movimentação do ar na direção correta • Facilmente adaptável • Instalações podem ser reduzidas AR FORÇADO Desvantagens • Manuseio • Dificuldade de embalagens secundárias • Ruim para folhosas • Pode ser desigual • Pode ser lento AR FORÇADO - APLICAÇÕES Frutos de caroço em geral, Citros, Maçã, cereja, uva, alface, espinafre, tomate, pimentão, berinjela, legumes de raízes (cenoura, mandioquinha, beterraba, batata-doce, rabanete), bulbos (cebola, alho) AR FORÇADO - NECESSIDADES Ventilador deve movimentar • 0,5 a 3,0 L/(s.Kg) Componentes do sistema: • Câmara fria • Unidade condensadora • Evaporador • Ventilador • Acessórios do sistema de frio O tempo de resfriamento é proporcional ao quadrado do diâmetro do fruto 04/08/2023 6 SISTEMA COM CONTROLE DE UMIDADE Resfr. Frutas e Hortaliças, 2002 AR FORÇADO Baseado na correlação de Nusselt, Reynods e Prandtl Na prática, é preciso saber o regime de escoamento, curvas características do sistema (Pressão versus Vazão) e curvas de operação Existe perda de pressão pela passagem do ar tanto na embalagem como produto A umidade relativa do ar deve ser ajustada para não ocorrer ressecamento do produto SISTEMA ENVELOPE PARA PREVENIR RESSECAMENTO Resfr. Frutas e Hortaliças, 2002 PERDA DE PESO EM ESTOCAGEM FRIGORIFICADA PSICROMETRIA : • PROPRIEDADES DE MISTURA ( AR + VAPOR DE ÁGUA ) 24 5 t(C) 10 15 20 25 30 35 40 45 50 W(kg/kg) 0.01 0.02 0.03100 rh(%) 75 50 h(kJ/kg) 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0.8 v(m^3/kg) 0.85 0.9 D:\DOWNLOAD\PSYDEMO\Default.psy Pressure 101.3 kPa 04/08/2023 7 EFEITO “AQUECIMENTO” EFEITO “CONDENSAÇÃO” ÁGUA Pré resfriamento • Q = hAΔT • Limitado ao tamanho, forma e propriedades térmicas • A diminuição da resistência de calor na superfície diminui muito com aumento do fluxo de água • Em condições ideais h = 680W/(m2K) ÁGUA GELADA Fatores determinantes para um “h” apropriado: • Temperatura da água (0-0,5oC) • Uniformidade do produto • Propriedades térmicas Parâmetros do processo • Em sistemas de chuveiro recomenda-se 600-1000 litros/min/m2 • O tempo de resfriamento será entre 10 min a 1 h, dependendo da geometria • A queda da água sobre o produto não deve ser superior a 20 cm • Sistemas por imersão são mais úteis para produtos mais densos • Sugere-se água a 0,1 m/s Produtos • Milho doce, cebolinha, salsão, rabanete, couve-flor, brócolis 04/08/2023 8 HYDROCOOLER Kader, 1992. in Tecnol. Resfr. Frutas e Hortaliças, 1997 GELO LÍQUIDO Teoricamente • Cada kg de gelo pode resfriar 8kg de produto em até 10°C • Cada kg de gelo pode resfriar 4kg de produto em até 20°C Prática • Para resfriar de 35°C para 2°C utiliza-se em torno de 41,25% de gelo • Estudos práticos indicam 1kg de gelo por kg de produto RESFRIAMENTO COM GELO Tecnol. Resfr. Frutas e Hortaliças, 1997 RESFRIAMENTO COM GELO 04/08/2023 9 RESFRIAMENTO SOB VÁCUO Resfriamento baseado no calor de evaporação da água sobre o produto num ambiente sob vácuo Processos em batelada Introduzida na Califórnia em 1948 para alface Iceberg Vantagem para vegetais folhosos RESFRIAMENTO SOB VÁCUO O calor necessário para evaporar 1% da quantidade de água do produto à T ambiente é suficiente para reduzir a temperatura de 99% do produto em 5oC Na prática, evapora-se de 3 a 5% da água. VÁCUO Dimensão da câmera • 5,5m Comprimento x 2,5m Largura x 2,75m altura = 37,8m3 Resfriamento • 8 paletes, cada um com 30 caixas, e cada caixa com 22kg de alface a 32°C • Temperatura final 2°C, ou ΔT=30°C • Cp do alface = 4,06kJ/(kg°C) • Carga total energética: • Q=mCpΔT = 8x30x22x30x4,06 = 645000 kJ • Calor latente de vaporização da água é ~ 2256 kJ/kg • 284 kg de água evaporada • 55 mL H2O por kg de produto ou 1,18L H2O/caixa de alface (~5%) TEMPO DE RESFRIAMENTO COM VÁCUO Relação Área/volume Hortaliças Tempo vácuo (min) T inicial (oC) T final (oC) Alta Couve-de-Bruxelas Alface Espinafre 20 13 10 20 22 19 3 2 5 Média Couve flor Aipo Milho verde 20 13 10 24 21 28 7 8 6 Pequena Cenoura Pepino tomate 45 20 20 19 26 25 16 23 22 04/08/2023 10 MÉTODOS DE RESFRIAMENTO PARA COMMODITIES Commodity Larga escala Pequena escala Maçãs R R Aspargos HC HC Brocolis HC, FA, LQ FA, LQ Couve-flor FA, VC FA Berinjela R, FA FA Alface VC, FA, HC FA Batata R R Milho verde HC, VC, LQ HC, VC, LQ Melão HC, VC, LQ FA Tomates R, FA R=Room cooling; FA=Forced air; VC=Vacuum Cooling; HC=Hidrocooling; LQ=Liquid Icing RESFRIAMENTO DE VEGETAIS. COMPARAÇÃO DOS SISTEMAS DE RESFRIAMENTO TAXA DE RESFRIAMENTO : 38 RESFRIAMENTO DE VEGETAIS 39 RESFRIAMENTO DE VEGETAIS COMPARAÇÃO DOS SISTEMAS DE RESFRIAMENTO Custos comparativos de diferentes resfriadores (KADER, 1992). 40 Custo de Resfriadores 1988 Gelo - Líquido Vácuo Ar forçado Água 0 1 2 3 4 5 6 7 8 C us to /C ap ac id ad e ( U S $/ kg d ia ) 04/08/2023 11 APLICAÇÕES DO FRIO RESFRIAMENTO / CONGELAMENTO / ESTOCAGEM : • MATURAÇÃO DE QUEIJOS • CERVEJARIA : ( FERMENTAÇÃO LEVEDURAS : REAÇÃO EXOTÉRMICA) • VINAGRE: (BACTÉRIAS ACÉTICAS: REAÇÃO EXOTÉRMICA) • PASTEURIZAÇÃO DE LEITE • SORVETES • VEGETAIS CONGELADOS • PRATOS PRONTOS – SOUS VIDE • REFRIGERANTES – CARBONATAÇÃO • PACKING HOUSE – RESFRIAMENTO DE FRUTAS E HORTALIÇAS 41 VINAGRE 42 Fermentação Alcoólica: C 6 H12 O6 2 CO2 + C2 H5 OH Fermentação Acética: 2 C2 H5 OH + 2 O2 2 CH3CO2H + 2H2O Problema de excesso de arejamento: 2 C2 H5 OH + 6 O2 4 CO2 + 6H2O Reações que ocorrem na fabricação de vinagre: Liberação de calor nas reações de produção de vinho e vinagre • Vinho 1 mol de açúcar para produzir 1 mol de álcool libera 22 Kcal • Vinagre 1 mol de álcool para produzir 1 mol de ácido acético libera 115 Kcal 1,0 g de etanol convertido em ácido acético eleva a temperatura de 100 ml de água em 25ºC 04/08/2023 12 Liberação de calor nas reações de produção de vinagre 1 mol de álcool para produzir 1 mol de ácido acético libera 115 Kcal 1 mol etanol 46 g 1 g de etanol 1/46 mol, liberando 115/46 = 2,5 kcal Q = mCpΔT 2500 cal = [100 g]*[1 cal/g°C]*[25 °C] 1,0 g de etanol convertido em ácido acético eleva a temperatura de 100 ml de água em 25ºC Liberação de calor nas reações de produção de vinagre • Uma vinagreira de 1000 litros, em processo lento, produz 100 litros de vinagre por semana • Numa densidade de 1,010 g/ml, teremos 101 kg de vinagre/semana • A 4% de ácido acético [1 mol de ácido acético é 60g], teremos 101000*[4/100]/60 = 67,33 mol de ácido acético/semana • 67,33 mol etanol são consumidos por semana • 1 mol etanol libera 115 kcal na conversão em ácido acético • 67,33 mol liberam 7743 kcal/semana, ou 46 kcal/h • 46000 kcal = 1000*1*ΔT • ΔT = 46 °C • É necessário um sistema de arrefecimento/dissipação que garanta a retiradade 46 kcal/h para manter a temperatura no reator constante PRODUTOS CÁRNEOS 47 RESFRIAMENTO RÁPIDO FORNECE PRODUTOS CÁRNEOS “READY TO EAT” (RTE) MAIS SEGUROS Carnes e produtos cárneos não curados Cooling time Good Practice Maximum to 50°C 1h 2,5h from 50 to 12 °C 6h 6,0h from 12 to 5 °C 1h 1,5h total time to 5°C 8h 10h Carnes e produtos cárneos curados to 50°C 1,25h 3,25h from 50 to 12 °C 7,50h 7,50h from 12 to 5 °C 1,25h 1,75h total time to 5°C 10,00h 12,50h Requirementos para estabilizar produtos de carne e aves tratados termicamente Objetivo: evitar o crescimento de bactérias esporuladas (Clostridios) 04/08/2023 13 RESFRIAMENTO RÁPIDO OFERECE OUTROS BENEFÍCIOS OPERACIONAIS PARA PRODUTOS CÁRNEOS Evita alterações das características dos produtos Melhora o rendimento da produção • Reduz evaporação da umidade devido ao resfriamento lento (encolhimento) Melhora o rendimento na cocção • Reduz variação no rendimento na cocção • Melhora a fatiabilidade e desempenho na depelagem de embutidos Reduz re-trabalho Reduz custos operacionais • Reduz o inventário (retenção de produção) durante o processo Aumenta o rendimento da produção Otimiza a utilização a área de processo • Aumenta a eficiência energética RESFRIAMENTO ENVOLVE 2 ESTÁGIOS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR 1-Calor migra do centro do produto para a superfície condução Produto corte transversal Velocidade de transferência de calor depende das características do produtos 2- Calor migra da superfície para o meio de resfriamento convecção Produto corte transversal Velocidade de transferência depende das características do meio AS PROPRIEDADES DE “TRANSFERÊNCIA DE CALOR” DOS PRODUTOS CONGELADOS SÃO CARACTERIZADAS POR 4 VARIÁVEIS FÍSICAS Calor específico (Cp) = relacionado à estrutura molecular do produto caracteriza a facilidade de se modificar a temperatura do produto Condutividade térmica (k) = velocidade de transferência de calor Afetada pelo teor de umidade do produto: água conduz calor melhor do que gordura Calor latente = energia necessária para mudança de fase p.ex. para congelar o produto Forma geométrica do produto Quanto mais espesso, mais longo o tempo de resfriamento Fase de Congelamento Calor latente é uma variável crítica quando peças grandes são resfriadas rapidamente • Uso de meio muito frio congelamento superficial • Durante o congelamento a temperatura não diminui = mudança de fase de água para gelo Requer grande quantidade de energia Uso de uma etapa de “equilíbrio” durante o resfriamentoApós o congelamento Acima do ponto congelamento 04/08/2023 14 Exemplo: congelamento de Carne moída de peru em tubos Tubos 10lbs, diâmetro 4,3”, -10 F (-23C) Glicol Tempo (horas) Periodo de Calor latente Glicol Centro Produto 10C 27C -1.1C 16C 21C 4C -6.6C -12C -18C -23C -28C % Sólidos % Água Cp k Calor Latente Bacon 61 29 0.60 0.28 74 Mortadela 35 65 0.86 0.31 86 Salsicha 40 60 0.86 0.31 86 Presunto 51 49 0.68 0.28 87 Peru reestr. 32 68 0.79 0.29 106 Propriedades Térmicas dos Produtos Cárneos (kJ/kg . °C) (W/m . °C) (kJ/kg) O MEIO DE RESFRIAMENTO É CARACTERIZADO PELO SEU COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR Método Coefficient (W/m2 . K) Ar - Convecção livre 5 - 25 - Convecção forçada 10 - 200 Líquido - Convecção livre 20 - 100 - Convecção forçada 50 – 10.000 CÂMARA DE RETENÇÃO PARA RESFRIAMENTO: CONVECÇÃO NATURAL 04/08/2023 15 Resfriador a ar de Alta Performance: Ar com Convecção Forçada (Air blast) Trocador de Calor Exaustão RESFRIADOR DE SALMOURA: CONVECÇÃO FORÇADA DE LÍQUIDO Tanque receptor de salmoura Trocador de Calor Chuveiro de Salmoura Tanque de armazenamento Eficiência de resfriamento: Salmoura > Blast > Câmara Forma nº7 Presunto prensado, 10” x 6” x 3.5” 71 66 60 54 49 43 38 32 27 21 16 10 4 -1 -7 -12 -17 Te m pe ra tu ra ( C ) Tempo (horas) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Temperatura da salmoura -9°C Temperatura do ar forçado -12°C Temperatura da câmara 0°C Temperatura final no centro do produto 2°C A ESCOLHA DO EQUIPAMENTO DE RESFRIAMENTO DEPENDE DAS CARACTERÍSTICAS DOS PRODUTOS, PROCESSOS,.... Pontos fortes Menor custo inicial Facilidade de manutenção Simplicidade de projeto Pontos fracos Ineficiência do ar Maior tempo de resfriamento Menor uniformidade Maior encolhimento Pontos fortes Alta eficiência Menos de 1% de encolhimento Tempo menor de resfriamento (vs. câmara) Economia de energia (vs. câmara) Compatibilidade com produtos Pontos fracos Maior custo inicial Maior tempo de resfriamento (vs. salmoura) Maior área (vs. salmoura) Manutenção (vs. câmara) Resfriamento com ar Resfriamento com ar forçado 04/08/2023 16 E DA CAPACIDADE OPERACIONAL Pontos fortes Alta eficiência 50 - 70% mais rápido 0% encolhimento Menos área de planta 30 - 65% menos energia Reduz a retenção de produto no processo Pontos fracos Maior custo inicial Manutenção / limpeza Custo da solução Descarte da salmoura Compatibilidade com produto Salmoura Baixo custo Adequa-se a diferentes produtos Vida útil do equipamento é limitada Corrosiva Glicol Alto custo Embalagem impermeável Vida indefinida > 25% glicol = bactericida -20°F (-28ºC) mínimo Não-corrosiva Absorve umidade Resfriamento líquido Salmoura ou glicol? UTILIZAR UM PROCESSO DE RESFRIAMENTO RECONHECIDO PARA PRODUTOS CÁRNEOS TORNA A VIDA MAIS FÁCIL… Atende os padrões de estabilidade do processo preconizados Tempo/temperatura - registros Processo de resfriamento sob medida (customizado) Usar a literatura /métodos clássicos reconhecidos Ou Conduzir um estudo com testes de desafio utilizando como modelo o C. perfringens COMO ANALISAR OS REGISTROS DO PROCESSO DE RESFRIAMENTO 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Time (hours) Steam Cook Core Brine Chill, 25 F. Roast Beef Cook/Chill Top Round, 5” x 12” x 15” 16lb/pc Este resfriamento seria adequado? Até 50°C em 1,0-2,5h De 50 a 12°C em 6,0h De 12 a 5°C em 1,0-1,5h Total até 5°C em 8-10h54C -4C Tempo (horas) 27C 49C 13C 4C COMO ANALISAR OS REGISTROS DO PROCESSO DE RESFRIAMENTO 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Time (hours) Turkey Breast Cook/Chill 5” x 8.5” x 9” 9lb/pc Steam Cook Core Brine Chill (4.5 hr @ 28 F.) Equilibration (25 F. Holding cooler) 74C -2C Este resfriamento seria adequado? Até 50°C em 1,0-2,5h De 50 a 12°C em 6,0h De 12 a 5°C em 1,0-1,5h Total até 5°C em 8-10h 04/08/2023 17 COMO ANALISAR OS REGISTROS DO PROCESSO DE RESFRIAMENTO 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Time (hours) Air and Brine Chilling of Turkey Breast 5.5” x 7.5” x 9.5”, 9 lb/pc, brine = 25 F, air = 12 F. Core Temperature Air Chill = 12 F. (6.25 hr) Core Temperature Brine Chill = 25 F. (5.25 hr) Te m p er at u re ( F ) -4C -11C Este resfriamento seria adequado? Até 50°C em 1,0-2,5h De 50 a 12°C em 6,0h De 12 a 5°C em 1,0-1,5h Total até 5°C em 8-10h SOUS VIDE 66 ALIMENTOS SOUS VIDE Sous vide é um método de cozimento profissional que emprega uma embalagem barreira ao O2 e controlesprecisos de temperatura, tanto para o aquecimento como para a refrigeração, para reduzir oxidação e extender a vida-de-prateleira. Resultado: • produto com textura superior, melhor flavor e qualidades organolépticas em geral. Maior mercado é o institucional, com ênfase ao food service e catering SOUS VIDE – EXPOSIÇÃO À TEMPERATURA 7 0 6 0 5 0 4 0 3 0 Zona de pasteurização 65-70°C Início da pasteurização 60-64°C Zona de tolerância 55-60 °C Zona perigosa 50-55 °C Zona muito perigosa 20-50°C Zona perigosa 10-20°C Zona de tolerância 3-10°C Zona segura 0-3°C T(°C) 04/08/2023 18 SOUS VIDE October 9-11, 2007 Artigo recente: file:///C:/Users/schmidt/Downloads/sustainability-12-07606-v2.pdf Defende o Sous vide para o mercado institucional food service, em detrimento ao processamento caseiro TÉCNICA DO SOUS VIDE Alimentos (crus, ou pré-cozidos, com molhos ou não) são cozidos sob temperatura controlada, O cozimento não precisa ser necessariamente completo, As temperaturas são sempre mais baixas do que os processos tradicionais (nunca na zona de perigo), O tempo de cozimento é maior, o que garante maciez, melhor textura e desenvolvimento de sabor, Se o alimento não for consumido imediatamente o resfriamento rápido é um ponto crítico de controle. ÁGUA E ALIMENTOS Água: • principal componente dos alimentos (97-98% em vegetais) • sua interação com os outros constituintes tem papel importante na estabilidade dos alimentos refrigerados (resfriados ou congelados). 71 Nos materiais biológicos temos: • Água livre: solidifica como gelo puro; • Água de constituição: presente em sistemas macromoleculares mas pode ser separada como gelo; induz a morte de células; • Água de adsorsão: ligada à compostos sólidos e não congela (em liofilização é removida após as outras duas); • Água de cristalização: tem ligações extremamente fortes, fazem parte do sistema cristalino (hidratos); 72 04/08/2023 19 CONGELAMENTO DE ALIMENTOS ÁGUA : Principal componente dos alimentos ( 97 a 98 % de vegetais ) • Propriedades Água Gelo • Cp [ kcal / kg . °C ] 1,0 0,5 • Densidade [ kg / dm3 ] 1,0 0,917 • Volume especifico [ dm3 / kg ] 1,0 1,09 • As propriedades da água e do gelo vão influenciar o efeito do processo de congelamento sobre o produto 73 CONTEÚDO DE ÁGUA E PONTO DE CONGELAMENTO Alimento Conteúdo de água (%) Ponto de congelamento (°C) Hortaliças 78-92 -0,8 a -2,8 Frutas 87-95 -0,9 a -2,7 Carne 55-70 -1,7 a -2,2 Pescado 65-81 -0,6 a -2,0 Leite 87 -0,5 ovos 74 -0,5 A % de água congelada varia com a composição do alimento e com a Temperatura. 75 Umidade % Água congelada Água não Produto (%) -5ºC -10ºC -15ºC -20ºC -30ºC congelável (%) Bife s/ gordura 74 74 82 85 87 88 12 Pão branco 40 15 45 53 54 54 46 Espinafre 90 88 93 95 96 97 2 Carne de pescado 80 - - - 91 - 10 Albumina de ovo 74 - - - 93 - 10 Carne de cordeiro 75 - - - 88 - 10 04/08/2023 20 CURVA DE CONGELAMENTO -25,0 -20,0 -15,0 -10,0 -5,0 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 T Maçã T pêra TC placa CONGELAMENTO DE FATIAS DE PERA E MAÇA EM EQUIPAMENTO DE PLACAS ALGUNS FUNDAMENTOS Super resfriamento (AS) • Abaixamento da temperatura da água aquém do ponto de congelamento, sem congelar • Não altera propriedades do alimento Cristalização da água (SB) • Formação de uma fase sólida organizada • Consiste da nucleação de um cristal e seu crescimento ALGUNS FUNDAMENTOS Fase (BC) • O calor é removido na mesma taxa que a anterior, mas como é o calor latente que está sendo removido enquanto o gelo é formado, a temperatura permanece quase constante. • É onde é formada a maior quantidade de gelo Supersaturação de outros solutos (CD) • Supersaturação e cristalização de outros solutos. Temperatura alcança a temperatura eutética do soluto Fase DE • cristalização da água e outros solutos Fase EF • Temperatura cai até próxima da temperatura do congelador 04/08/2023 21 CONGELAMENTO E FORMAÇÃO DE CRISTAIS Congelamento lento • Formação de poucos núcleos de cristalização com grande crescimento individual. Congelamento rápido • Formação de vários núcleos de cristalização e crescimento limitado de cada um deles. Alterações nas temperaturas de congelamento durante o armazenamento podem causar recristalização CONGELAMENTO Lento: Usa T ~ -18C • Tende a alterar a textura e as propriedades organolépticas do material. Rápido: Usa T ~ - 40°C • Forma cristais de gelo menores, menos danos celulares, menor difusão de sais, melhor textura e qualidade organoléptica TEMPO DE CONGELAMENTO 04/08/2023 22 ALTERAÇÕES DE VOLUME Água pura a 0°C expansão de 9%; outros constituintes também podem se expandir em menor proporção Composição • Relação de água e matéria seca • Espaços intracelulares podem acomodar crescimento de cristais Água não congelada • Água ligada ou super resfriada não congela Temperaturas envolvidas • Resfriamento preliminar pode causar encolhimento; formação do gelo causa expansão; resfriamento de cristais de gelo: contração; cristalização de solutos: expansão; CONCENTRAÇÃO DOS CONSTITUINTES NÃO AQUOSOS Cristalização da água concentra uma série de solutos não aquosos O efeito causado é similar a um processo convencional de desidratação • A fase não congelada muda drasticamente suas características: pH, acidez, força iônica, viscosidade, ponto de congelamento e outras propriedades coligativas CONGELAMENTO DE ALIMENTOSCONGELAMENTO : • Apenas da água; • Água livre : Redução Pv ↓ Aw • Água ligada / soluto não disponível ↓ Aw • Elevação da concentração da solução resultante ↓ Tcong. • Redução do pH : 87 T 0 -25 3 4 7 pH •RECRISTALIZAÇÃO : –Flutuação e Amplitude de temperatura de Estocagem congelado –Crescimento de cristais de gelo Pequenos cristais de gelo (obtidos por congelamento rápido) Rearranjo dos pequenos cristais Aumento da Temperatura Descongelamento dos pequenos cristais Re-nucleação dos cristais Diminuição da Temperatura Figura 5: Efeitos do aumento da temperatura de estocagem em congelados. [Silva, K., 2004] FLUTUAÇÕES DE TEMPERATURA X RE-NUCLEAÇÃO 88 CONGELAMENTO 04/08/2023 23 Físicos: Químicas: o Rachaduras devido ao congelamento (pães/massas); o Migração da umidade (embalagens de carnes); o Recristalização (sorvetes); o Perda de água por gotejamento durante descongelamento (tecidos animais e vegetais). o Oxidação lipídica; o Desnaturação / oxidação protéica; o Atividade enzimática. DANOS POSSÍVEIS DA REFRIGERAÇÃO INCORRETA: 89 CONGELAMENTO Nutricionais o Exsudação com perdas componentes nutricionais Circulação de Ar Quanto maior circulação de ar, maior perda de água no produto. Quanto maior circulação de ar, mais rápida a queda de temperatura. Temperatura de Estocagem de Congelados Em tecidos animais, oxidação da mioglobina ocorre a -10°C. As carnes são estocadas geralmente entre –5°C <T< -15 °C. Umidade Alta umidade relativa favorece multiplicação de microrganismos. Dessecar a superfície pode diminuir o valor comercial devido ao aspecto. Umidade relativa pode ser maior quanto mais baixa temperatura. 90 CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS A BAIXAS TEMPERATURAS EFEITOS DE BAIXAS TEMPERATURA EM ALIMENTOS 91 1-frango 2-pescado magro 3-carne bovina 4-banana 5-laranja 6-maçã 7-ovos 8-maçã atmosfera controlada POSSÍVEIS DEFEITOS AO DESCONGELAR Sistemas coloidais irreversivelmente desidratados – levam à exsudação de líquido. Textura mole demais Mudanças de cor – principalmente escurecimento por reações enzimáticas 04/08/2023 24 MEDIDAS PARA DIMINUIR OS EFEITOS NEGATIVOS Congelamento rápido Descongelamento a frio Adição de solutos como açúcar (produtos contendo mais sólidos são mais protegidos) Adição de anti-oxidante Branqueamento bem feito Embalagens que protetoras do oxigênio Embalagens que protegem contra perda de umidade Estocagem, transporte e apresentação a -18ºC, ou menor BRANQUEAMENTO ANTESDE CONGELAR OU NÃO Se não branquear antes de congelar, deve congelar muito rápido e congelar em volumes pequenos para que consiga descongelar razoavelmente rápido também, sem usar aquecimento. Objetivos do branqueamento: • Reduzir a carga microbiana • Inativar enzimas • p.e. na vagem (93ºC / 2min) (pectinesterase) HIDROCOLOIDES 95 Hidrocolóides: componentes que tem afinidade com a água (proteínas, géis e polissacarídeos); Promovem elasticidade e rigidez, são responsáveis pela consistência nos alimentos. Polissacarídeos: (amido = amilose + amilopectina): • Sofrem retrogradação com o resfriamento (estado ordenado das moléculas de amilose), provocando opacidade e um precipitado insolúvel; • Amilopectina: é mais resistente à formação de gel e retrogradação; • Alimentos com amido devem ser congelados e descongelados rapidamente já que as alterações máximas ocorrem no ponto de congelamento; • Temperaturas menores que -35ºC evitam a retrogradação em pão congelado; • Em temperatura de -18ºC não ocorre retrogradação em molhos e recheios (10-12 meses) mas ocorre em temperaturas de -12ºC. 96 04/08/2023 25 Outros hidrocolóides: • Pectinas (polissacarideos); • Ágar (gel originário de algas); • Alginatos • Carragenatos • Metilcelulose • Carboximetilcelulose 97 Géis de origem vegetal Derivados de celulose Proteínas: • Componente de qualquer sistema vivo; • Alta capacidade de se ligar à água; • Gelatina e albumina: podem atuar como espessante e emulsificante em processamento de sorvetes; • Têm desnaturação retardada pelo resfriamento; • Sofrem desnaturação no congelamento, isto depende da proteína, da temperatura e tempo de estocagem. 98 Emulsão: sistema heterogêneo, líquido imiscível disperso em outro na forma gotas microscópicas: • Emulsificantes: diminuem a tensão superficial, formam um filme sobre a gotícula dispersa evitando sua coalescência; • Emulsificação: não ocorre espontaneamente assim agitação mecânica é necessária (misturadores, homogenizadores, etc). 99 • Quebra da emulsão com temperatura: • Leite: camada de gordura separada após ser congelado; • Gema de ovo: após o congelamento fica pastosa e dificulta mistura com outros ingredientes (sal ou açúcar+congelamento rápido evita o problema). 10 0 04/08/2023 26 Carne com espessura 50mm 20 minutos depois 40 minutos depois Taxa de Congelamento (ºC/h) (TFinal – TInicial)/Tempo de Congelamento Velocidade de Congelamento (cm/h) Velocidade da “Frente de Congelamento” no produto. Depende do local avaliado: Vcong.superfície > Vcong.centro térmico Grafico T x tempo Centro termico Meio Superfície Ar a –35C t (h) T (°C) Ar Superfície Meio Centro térmico 10 1 Definição de Tempo de congelamento: • É o tempo desde o pré-congelamento até atingir a temperatura de equilíbrio 10 2 Taxa de congelamento (ºC /h): Taxa de congelamento = (Tf –Ti) / tc onde: Tf = Temperatura final Ti = Temperatura inicial tc = tempo de congelamento Velocidade de congelamento (cm /h): • é a velocidade de deslocamento do gelo através do produto ( ↑ próximo à superfície e ↓ próximo ao centro térmico) indica congelamento rápido ou lento. Unidade convencional: tonelada de refrigeração (TR) Quantidade de energia para congelar 1 tonelada de água em 24 horas 10 3 OBS.: 1 T.R. = TONELADA DE REFRIGERAÇÃO [ ] [ ] [ ]hkcalh kg kcalhkg RT FUSÃO 3300 24 .1000 ..1 = ∆ = CONGELAMENTO DE ALIMENTOS VELOCIDADE DE CONGELAMENTO : • Def. : Velocidade de deslocamento da frente de gelo através do produto [ cm / h ] Indicador de congelamento rápido e lento : 10 4 Tempo [h] 1 9 LENTO Espessura do Produto [mm] RÁPIDO ULTRA V=0,2 cm/h V=0,5 cm/h V=5 cm/h 5 8 V=3 cm/h Ar Forçado Imersão Criogênico Fluidização Placas 04/08/2023 27 CONGELAMENTO DE ALIMENTOS CONSEQUÊNCIAS DA VELOCIDADE DE CONGELAMENTO: • ALTERAÇÃO NO PALADAR, ODOR, TEXTURA ; PROCESSO PONTUAÇÃO ( DE 1 A 9 ) EXSUDADO SABOR TEXTURA % PRODUTO FRESCO 9,0 8,8 - VELOC. CONG. ( cm / h ) -18 °C / AR PARADO 0,2 5,5 6,0 37 TÚNEL FORÇADO -40 °C / 4 m/s 3,0 6,8 6,0 32 NITROGÊNIO LÍQUIDO 8,0 6,8 7,0 30 * TESTES COM MORANGO ( FONTE : NEVES, 1998 ) 10 5 CONGELAMENTO DE ALIMENTOS EXEMPLO : RANCIFICAÇÃO DE CARNE SUÍNA : 10 6 Tempo [meses] 4 6 10 8 3 96 12 - 24 C - 18 C - 15 C - 12 C Tempo [meses] 1 2 4 3 3 96 12 - 24 C - 18 C - 15 C - 12 C •SABOR •PERÓXIDO : TEMPERATURA DE ESTOCAGEM Congelamento bem feito não causa grandes variações dos nutrientes em alimentos; Temperaturas tem importante papel na manutenção da qualidade de um produto congelado (T<-18ºC): • ↓ T ↑ tempo de estocagem TAQ (tempo de alta qualidade): tempo de estocagem até onde alterações sensoriais são perceptíveis; TPE (tempo prático de estocagem): tempo de estocagem em que o produto mantém suas características adequadas ao consumo. 10 7 CONGELAMENTO DE ALIMENTOS FLUTUAÇÃO DA TEMPERATURA DE ESTOCAGEM RECRISTALIZAÇÃO: • CRESCIMENTO DE CRISTAIS • ACELERAÇÃO DAS REAÇÕES REDUÇÃO DO NÍVEL DE QUALIDADE PERDA DE PESO AUMENTO DE EXSUDADO Estocagem de Alimentos Não Embalados 10 8 PERDA DE PESO [%] Tempo [ Dias ] 0,6 0,4 0,2 10 20 4030 -18 + 3 C -18 + 0 C -26 + 0 C 04/08/2023 28 CONCEITOS IMPORTANTES NA COMPREENSÃO DOS EFEITOS DA REFRIGERAÇÃO DE ALIMENTOS 10 9 Pressão de Vapor Pressão que um vapor e o líquido de um componente puro estão em equilíbrio. Saturação: Vapor de um líquido existente em um gás não condensável em equilíbrio. Saturação Parcial: Ainda há escape! Umidade Termo para Saturação quando o vapor é de água e o gás não condensável é o ar. Calor Específico ⇔ Cp=Q/(m*∆T) Energia (Q) em kgcal, que a massa (m) de 1 Kg de produto recebe para elevar sua temperatura (∆T) em 1°C. Condutividade Térmica (k) N ° de calorias transferidos por unidade de área perpendicular ao fluxo de calor, para cada grau de diferença de temperatura através da amostra na direção do fluxo de calor. água ar Conceitos Importantes para compreender a Refrigeração 11 0 Sinerese Expulsão gradativa do soro devido a concentração do gel. Exudação Separação da água no produto descongelado. Retrogradação Estado ordenado das moléculas de amilose, provocando opacidade do produto e formação de precipitado insolúvel Problema: Amido gelatiniza entre 70-90°C. Refrigerado, o amido retrograda, com nível máximo de alterações no ponto de congelamento. Solução: Produtos com amido devem ser rapidamente congelados e descongelados. Pão congelado a T<-35ºC não ocorre retrogradação. Recheios e molhos c/amido T<-18ºC em 10-12 meses não ocorre retrogradação. T<-12ºC em 2 meses não ocorre retrogradação. Morno Frio Conceitos Importantes para compreender a Refrigeração 11 1 retrogradação. Branqueamento Inativação de enzimas, geralmente pelo uso de água quente ou vapor. Normalmente apenas vegetais são branqueados antes do congelar. Emulsão Líquido imiscível disperso em outro como microscópicas gotas. Emulsificante: ↑estabilidade por ↓tensão superficial dos componentes, formando um filme sobre cada gotícula dispersa, evitando a coalescência. Problema: Emulsão água/óleo tende a se quebrar com o congelamento e descong. Solução: Melhorar a homogenização. Exemplos: creme de leite, sorvetes, manteiga, margarina, gema de ovo, sopas, o próprio leite (antigamente comum). Conceitos Importantes para compreender a Refrigeração 11 2 04/08/2023 29 Espuma Fase gasosa revestida por filme, semi-sólido e elástico, em meio líquido. Problema: Instáveis principalmente no congelamento Solução: Abaixar: - Tensão Superficial; - Pressão de Vapor; - Estocá-las a -18°C (impede redução de volume). Coalescência Rompimento do glóbulo disperso em um meio. Oxidação Reação do oxigênio com o meio. Conceitos Importantes para compreender a Refrigeração 11 3 Dessecação (Desiccation) Migração da água da superfíciedo produto para a atmosfera. Pode ocorrer mesmo no produto embalado. Queima pelo Frio (Freeze Burn) Dessecação Ptos de Luz “Queima” Injúria Ruptura celular com danos irreversíveis (pressão osmótica) Conceitos Importantes para compreender a Refrigeração 11 4 Transição Vítrea (Glass Transition) “A transição vítrea influencia enormemente a estabilidade resultante de alimentos congelados.” (Levine & Slade, 1990) Conceitos Importantes para compreender a Refrigeração Concentração Matriz Viscosidade Congelamento Fluido viscoso Estado Vítreo Pto máxima Concentração Reduzida mobilidade molecular; Viscosidade muito alta. Figura 6: Diagrama esquemático temperatura-concentração para solução aquosa de carboidrato. Legenda: • Tg – Temperatura de transição vítrea • Tg’ – Temperatura de transição vítrea da solução concentrada ao máximo pelo congelamento • TmH2O – Temperatura de derretimento da água pura • Tm’ – Temperatura necessária para causar colápso mecânico e derretimento do gelo acima da transição vítrea. • Wg’ – Quantidade de água descongelada Gelo e Vidro Fração mássica de sólidos Tm H2O(0º C) T’m Tg’ Tg Tg H2O(-134º C) Linha de Transição Vítrea (1012Pas) Fase Vítrea (supersatudada, amorfa, metaestável, não reativa) Fase Líquida (estável, emborrachada, reativa) 0% Wg Wg’ 100% Saturação (Linha eutética) Máxima formação de gelo Estado líquido supersaturado Tg depende: -Composição; -Taxa de Congelamento. 11 5 Tg Fato: Muitos alimentos (carne, peixe, muitas frutas) têm Tg muito baixo (-30 °C). Estocá-los abaixo da Tg é inviável! Alimentos contendo carboidratos podem ter formulação alterada com aumento de sacarose e maltose o que aumenta a Tg. Congelamento União da água com demais compostos é muito mais precária que no produto fresco. Exemplo: Proteínas dos alimentos de origem animal se desnaturam. 11 6 04/08/2023 30 Coalescência Problema: Gelo se forma e rompe a membrana do glóbulo de gordura Solução: * Homogenização; * Adição de: - certos óleos; - agentes espessantes; - cloreto de sódio (na faixa de 0.5 a 1.6%) ; - açúcar. Refrigeração + Meios 2arios Objetivo: Minimizar efeitos prejudiciais e/ou ampliar tempo de estocagem Exemplos: * ovos imersos em azeites minerais; * pescados imersos em soluções salinas; * glacês e coberturas com embalagens que reduzem evaporação e oxidação; * embalagens com: - tratamento químico (difenil, p.ex.); - aditivos bactericidas para armazenar pescados; - antibióticos. Interesse Atual: É seguro? É natural? 11 7 DINÂMICA DA REFRIGERAÇÃO “RESFRIAMENTO / CONGELAMENTO” 11 8 RESFRIAMENTO 11 9 Sistema por compressão: remoção do Calor (pela Evaporação de fluido primário). Abaixamento de temperatura não é espontâneo! 2ª Lei da Termodinâmica Sistema de Refrigeração RESFRIAMENTO Lado Frio T < Lado Quente T > Transferência de Calor Natural CONDUÇÃO AMBIENTES DESTINADOS A CONSERVAÇÃO A BAIXA TEMPERATURA 12 0 Isotérmicos: Simplesmente isolados. Refrigerados: Isolados e com Sistema Descontínuo para produção de frio (fusão de água, fusão de soluções eutéticas, sublimação, vaporização do nitrogênio líquido). Barcos pesqueiros, Vagões para transporte de carne, Aviões para transporte de congelados, etc. Câmaras Frigoríficas: Isolados e com Sistema Contínuo de produção do “frio” (mecânico, por absorção, etc.) Refrigeradores domésticos e comerciais, Câmaras e Transportes Frigoríficos. Nosso foco na disciplina!!! 04/08/2023 31 MÉTODOS E EQUIPAMENTOS DE RESF./CONGELAMENTO 12 1 Congelamento em Túneis (Rápida Circulação de Ar): Túneis com Vagões; Túneis com Esteiras Transportadoras; Túneis com Elevadores. Congelamento em Banhos Líquidos: Contato Direto do Alimento com o fluido térmico; Sem Contato Direto do Alimento com o fluido térmico. Congelamento por Placas: Criogênicos: Contato Direto do Alimento com o fluido térmico líquido (N2 ou CO2); Contato Direto do Alimento com o fluido térmico vapor (N2 ou CO2). produto refrigerante AR COMO MEIO DE TRANSFERÊNCIA DO FRIO Armários Túneis Leitos fluidizados CONGELAMENTO – TÚNEL DE CONGELAMENTO Mais moderno: IQF – pode embalar a granel e depois re-embalar. Mais popular: túnel com ar forcado - com velocidade suficiente chega a ser leito fluidizado. Temperatura do ar: -37ºC ou menos. Flofreezer FMC IQF 12 4 Produtos não embalados – individual Quick Freezing (IQF): ar forcado (esteira), leito fluidizado, contato direto com o ar frio. 04/08/2023 32 IMPINGEMENT FREEZER Demandas específicas da indústria de carnes (nugets): qualidade, segurança, custo, investimento IMPINGEMENT CONGELADOR – PLACAS Congelador de placas: em geral leva de 30 a 90 minutos Bom para alimentos que possuem grandes superfícies Pescados Blocos de camarão (em desuso) Polpas de fruta em embalagens flexíveis CONGELADOR A PLACAS 04/08/2023 33 CONGELAMENTO – CRIOGÊNICO Contato direto: nitrogênio (+ comum) ou ar líquido ou gás carbônico liquido ou sólido (temperatura - 73ºC), ou diclorofluorometano R12 (temperatura de –30ºC) – muito eficiente mas operacionalmente caro. CONGELADOR CRIOGÊNICO CONGELAMENTO POR IMERSÃO Imersão do alimento, embalado ou não, no meio refrigerante (ou aspersão do meio refrigerante) • Propileno glicol, glicerol, cloreto de sódio, cloreto de cálcio, misturas de açúcares e sais 1 REFRIGERANTES PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS TOPICOS : •Propriedades de substâncias puras •Diagrama P x h •Refrigerantes Primários / Secundários •Classificação •Propriedades LinhaSucção Linha descarga Qcomp Qcond Qev Compressor CONDENSADOR EVAPORADOR V.E. Reserv. Líq. Linha Líquido A A B C ED PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DE SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO POR COMPRESSÃO Queda de pressão Tepp10 ↓T,FP PERPE O in 2 25°C 25°C Objetivo: Reduzir a temperatura (resfr/cong.) do produto ∆T = ?? Q=U.A. ∆T ∆T = ?? Q=U.A. ∆Tml Fluido térmico Refrigerante TC / evaporador Trocas de calor : sensível ou latente !!!!!!!! >2°C 2°C Meio de resfriamento: Fluido térmico Ar / Líquido 1 Atm -35 C PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DE SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO SISTEMAS ABERTOS ( COM PERDA DE REFRIGERANTE ) : 15 Atm / 25 °C RESERVATÓRIO DE LÍQUIDO DISPOSITIVO DE EXPANSÃO ∆p EVAPORADOR Q=U.A.∆T 1 Atm / -35 C VAP-SAT Condições de Equilíbrio amônia SATURADOS 3 Troca de calor : sensível >10°C 10°C Meio de resfriamento: Fluido térmico Ar / Líquido ∆T = ?? Q=U.A. ∆T Troca de calor : latente 10 Bar / 25°C - 30°C 1 Bar Substância (refrigerante) “X” 0,05 Bar / ~ 5°C ∆T = 25 – 10 [°C] 1 Bar / 100°C ~ 5 °C / 0,05 Bar Água ( R-718 ) AR 25°C ou água vL Saturação PROPRIEDADES DE SUBSTÂNCIAS VaporSólido Líquido Triplo Critico Temperatura [C] P [Bar] EQUAÇÕES DE ESTADO : (Ta-332) –Gases Ideais : p . V = n . R .T –Gases Reais : p . V = Z . n . R .T –Pressão de Vapor : ln psat = A - B / ( T + C ) [ Antoine ] –Equação de Wagner : pressão de vapor com PR e TR –Eq. de Rackett Modificada: volume molar de líquido 1 100C Água 0,5 80C5 C 0,05 0 C 4 Super Crítico PROPRIEDADES DE SUBSTÂNCIAS P [Bar] h [kJ/kg] v [m3/kg] S [kJ/kg.K] T [°C] Liq. Liq./Vapor Sat. Vapor Super Aquec. x[%vapor] C isoentalpica isobárica DIAGRAMA DE MOOLIER DIAGRAMA P x h : T [C] S [kJ/kg.K] P [Bar] h [kJ/kg] Liq. Liq./Vapor Sat. Vapor Super Aquec. x[%vapor] Refrigerantes Primários v [m3/kg] C 5 Refrigerante Primário: água EQUILÍBRIO DE ESTADOS PRESSÃO CONSTANTE : a b c E1 E2 vapor super-aquec vapor saturado vapor e Liq.saturados P h[kJ/kg] ac b hc hb ha P=cte Substância “X” E1E2 1 kg 1 kg 1 kg xv Vapor super-aquecvapor e Liq. saturados 6 EXEMPLOS P h [kJ/kg] R-1 R-2 R-3 R-4 Refrigerantes Primários EXEMPLOS Refrigerantes Primários 7 EXEMPLOS h [kcal/kg] ln Psat ln PAMB B A TAMB 1 2 Refrigerantes Primários T2 A B TAMB PAMB T1 B A Psat Psat T2T1CLASSIFICAÇÃO DOS REFRIGERANTES 1. REFRIGERANTES PRIMÁRIOS : DEF.: TROCA DE CALOR COM MUDANÇA DE FASE : – HIDROCARBONETOS HALOGENADOS : CFC ; HCFC, HFC – HIDROCARBONETOS : COMPOSTOS ORGÂNICOS – COMPOSTOS INORGÂNICOS: NH3 (R-717) , H2O (R-718) – Outros: CO2 (R-744) , HFO (hidro-fluor-olefina) 2. REFRIGERANTES SECUNDÁRIOS : DEF.: TROCA DE CALOR (sensível) SEM MUDANÇA DE FASE : • SUBSTÂNCIAS PURAS (Água, óleos térmicos ....) • SOLUÇÕES COM BAIXO PONTO DE CONGELAMENTO (ex.: solução alcoólica, etanol, propileno-glicol, etileno-glicol) 8 REFRIGERANTES PRIMÁRIOS REFRIGERANTES PRIMÁRIOS •CARACTERÍSTICAS : – (não) EXPLOSIVA; TÓXICA ; INFLAMÁVEL –HALOGENADOS ( com Cl , F ) ; NÃO HALOGENADOS ( sem Cl , F ) •SELEÇÃO : – Condições de Operação : Aplicações ( pressão, temperatura ) : •PMAX ( TUBULAÇÕES E EQUIPAMENTOS MAIS ROBUSTOS ) •PMIN > PATM ( EVITAR VAZAMENTOS PARA O INTERIOR ) – Porte do sistema – Compatibilidade de materiais ( cobre / aço carbono ) – Estabilidade – Identificação em vazamentos – Custo – Lubrificação : tipo de óleo (sintético ou mineral) – Influência no meio ambiente (GWP, ODP) – Propriedades termodinâmicas : melhor funcionamento do sistema de refrigeração ( ∆ho ; Pmin, Pmax, Tev, Tcond, deslocamento volumétrico; C.O.P. ) –Volume Específico : Capacidade Volumétrica do Compressor 9 REFRIGERANTES PRIMÁRIOS - HALOGENADOS CARACTERÍSTICAS : – INODORO – MISCÍVEL EM ÓLEO == USO DE SEPARADORES DE ÓLEO – ATÓXICO COMPOSIÇÃO QUÍMICA : Cx . Hy . Fz . Clm . BrK – Maior estabilidade : maior quantidade de Cloro – Baixa toxicidade : morte por asfixia – 1 Cloro = destroi 2.000 moléculas de Ozone = PROBLEMA ECOLÓGICO TRATADOS DE MONTREAL / KIOTO / PARIS: – EXTINÇÃO DO CLORO EM FLUIDOS FRIGORÍGENOS – R-12 até ano 2000 ; R-22 ....... 10 Fatores Ambientais : INDICADORES: GWP (Potencial ou índice ao aquecimento global) ODP (Potencial ou índice à destruição da camada de ozônio), Protocolo de Montreal : Restringe o uso de halogenados a partir de 2010 devido ao seu alto ODP) Fatores Ambientais : Características relativas ao meio ambiente de fluidos refrigerantes 11 Meta de redução de HCFC em países em desenvolvimento 12 Degradação da camada de ozônio até 95% inferior ao CFC, RETROFIT Def.: Conversão (atualização) de equipamentos que contêm HCFCs para operar com novos fluidos refrigerantes, que não degradam a camada de ozônio. Objetivos: - Manter desempenho e capacidades similares; - Deve operar em condições próximas de T e P; - Manter a compatibilidade de materiais (vedações; cobre; alumínio); - Garantir a miscibilidade e compatibilidade com óleo lubrificante presente (óleo mineral, Poliol Ester ou Alquil Benzeno) 13 Refrigerantes substitutos Refrigerantes substitutos 14 NOMENCLATURA - FÓRMULAS : ( HALOGENADOS ) i ) R-xy : ( BASE NO METANO : C H4 ) Exemplo : – R-12 = C F2 Cl2 ; R-22 = C H F2 Cl ; – R-23 = C H F3 ; REGRA : –x = número de Hidrogênio + 1 –y = número de Fluor –o resto até 4 ligações completa-se com Cloro ii ) R-xyz : ( BASE NO ETANO : C2 H6 ) Exemplo : – R-113 = C2 F3 Cl3 ; R-115 = C2 F5 Cl – R-142 = C2 H3 F2 Cl ; R-160 = C2 H6 Cl REGRA : – x = número de Carbono + 1 –y = número de Hidrogênio + 1 –z = número de Fluor –o resto até 6 ligações completa-se com Cloro OUTROS MISTURAS AZEOTRÓPICAS ( Série 500 ) R-501 = 85 % de R-22 e 15 % de R-12 SUBSTITUTOS : ( “Retrofit” ) –R-134a [ C H2 F . C F3 ] em substituição R-12 [ C Cl2 F2 ] –propriedades físicas e termodinâmicas semelhantes; –R-408 OU R-404 em substituição do R-502 REFRIGERANTE : NÃO HALOGENADOS ORGÂNICOS ( Série 600 ) : –BUTANO (C4 H10 ) = R-600; ISO-BUTANO = R-600a INORGÂNICOS ( Série 700 ) : –CO2 = R-744 ; –AMÔNIA = R-717 15 Faixa de Temperaturas de Aplicação (evaporação) alta média baixa Faixa de Temperaturas de Aplicação (evaporação) cont. alta média baixa 16 Faixa de Temperaturas de Aplicação cont. alta média baixa 17 OUTROS REFRIGERANTES: [ N H3 ] = R-717 CARACTERÍSTICAS : •IMISCÍVEL EM ÓLEO •TÓXICO a alta concentração •FÁCIL DE DETECÇÃO •ÓTIMAS PROPRIEDADES TERMODINÂMICAS ( ↑ ∆hev) •REAGE COM COBRE •BARATO •USO EM SISTEMAS DE GRANDE PORTE •SEPARADOR DE ÓLEO INDISPENSÁVEL; •EVAPORADOR, COLETOR DE LÍQUIDO E OUTROS; •RESERVATÓRIOS : DRENAGEM DE ÓLEO ( MANUAL ); •SE BOA SEPARAÇÃO POUCO ÓLEO MENOR VELOCIDADE MENOR ∆P 18 Dados do Cool Pack para sistema expansão seca e resfriador intermediário fechado do refrigerante R-717 Comparação entre coeficiente de performance (COP) dos refrigerantes DOWNLOAD •CoolPack version 1.50 •Pack Calculation Pro •Other Refrigeration Software http://en.ipu.dk/Indhold/refrigeration-and-energy-technology/coolpack.aspx 19 Eficiência Termodinâmica (comparações de Refrigerantes) Gráfico P x H para expansão seca do refrigerante R-717 Gráfico P x H para expansão seca do refrigerante R-22 Gráfico P x H para expansão seca do refrigerante R-134a Softwares: CoolPack Grafico PxH [ -40 / +35C] ∆H=1300 kJ/kg ∆H=200 kJ/kg ∆H=180 kJ/kg REFRIGERANTES SECUNDÁRIOS 20 REFRIGERANTES SECUNDÁRIOS Tcongel Conc. da Solução [%] -114 0,0 0,0 100 REFRIGERANTES SECUNDÁRIOS : –SOLUÇÕES A DIFERENTES CONCENTRAÇÕES –VARIAÇÃO DA TEMPERATURA DE CONGELAMENTO EXEMPLOS DE SOLUÇÕES de: –CLORETO DE CÁLCIO –CLORETO DE SÓDIO –ETILENO GLICOL –PROPILENO GLICOL –ETANOL –água 10°C Troca de calor : sensível Meio de resfriamento: Fluido térmico Ar / Líquido Q=U.A. ∆T 1 Bar / 0°C Substância ou solução (refrigerante Sedundário) “X” ~ 1 Bar / ~ 5°C ∆T = 25 – 10 [°C] 0,0 5,0 10,0 25,0 Ar 25°C Ar 10°C Área primário 21 Softwares: CoolPack 22 Próxima Aula: CICLOS DE REFRIGERAÇÃO POR COMPRESSÃO • DE SIMPLES ESTÁGIO E • DE DUPLO ESTÁGIOS 1 CARGA TÉRMICA / CÂMARAS • TOPICOS : ▫ TIPOS ambientes; Câmaras ou túneis; Câmaras de estocagem; ambientes de operação (ante-câmara ou sala de processos) ▫ CONSTRUÇÃO: Painel / alvenaria ▫ DIMENSIONAMENTO, ISOLAMENTO E OPERAÇÃO; ▫ CARGA TÉRMICA : CONGELAMENTO; RESFRIAMENTO; ESTOCAGEM DE ALIMENTOS ; • BIBLIOGRAFIA: ASHRAE Refrigeration / Fundamentals NEVES Fº, L.C. (2000) - "Refrigeração e Alimentos". UNICAMP-FEA / IBF, 392p. Refrigeração Industrial ( Stoecker & Jabardo) Catálogos: SÃO RAFAEL, DÂNICA 2 TÓPICOS ANTERIORES: • Efeitos da redução de temperatura nos alimentos; • Conceitos básicos de refrigeração e transferência de calor • Refrigerantes PRÓXIMOS TÓPICOS: • Câmaras frigoríficas / Carga térmica • Ciclos frigoríficos ▫ O sistema de compressão; ▫ A termodinâmica do ciclo frigorífico; ▫ Sistema de duplo estágio ▫ Sistema Central / individuais TIPOS DE AMBIENTES ACONDICIONADOS - CÂMARAS FRIGORÍFICAS Câmaras de resfriamento e estocagem Câmaras de congelamento e estocagem Câmaras estocagem de congelados Câmaras estocagem de resfriados Ante câmara Sala de Processos Conforme os níveis de Temperaturas : Baixa Temperatura: -18 °C A 0 °C (congelados) Média Temperatura: 0 a 15 °C (resfriados) Alta Temperatura: > 15 °C : (climatização) Sala de Conforto térmico Baixíssima Temperatura: T < -18 °C (super-gelados) : Túneis de congelamento Túneis de resfriamento 3 CARGA TÉRMICA Capacidade Frigorífica Diferença de capacidades frigoríficas entre estocagem e congelamento ESTOCAGEM DE 20 TONELADAS DE PRODUTO A –25 °C CONGELAMENTO DE 1 TONELADA DO PRODUTO POR HORA A –25 °C 4 HP 2.500 kcal/h 100 HP 100.000 kcal/h Ambiente condicionado para Estocagem / ”Resfriamento” / ”Congelamento Frigorificado” NÍVEIS DE ESTOCAGEM : Baixíssima Temperatura: T < -18 °C (Super-gelados) Baixa Temperatura: -18 °C A 0 °C (Congelados) Média Temperatura: T > 0 °C (Resfriados) DIMENSÕES DE CÂMARAS : FATORES QUE INFLUENCIAM: Tipo de recepção e embarque;Tipo de produto; Quantidade de produto; Período de estocagem; Necessidade de paletização PÉ DIREITO : H = 7 a 9 m ⇒ Uso de Empilhadeira; H = 3 a 4 m ⇒ Movimentação Manual; EMBALAGEM: Normas de Empilhamento ; Padronização ⇒ Economia na Movimentação e Transporte; Estivas/ Paletes/ Posições em estantes 4 5 TIPOS DE CONSTRUÇÃO DE CÂMARAS : · ALVENARIA : · Sem vigas voltadas para o interior; · Paredes, teto e piso: desempenados; · Aplicação do isolamento. PAINEIS ( PRÉ-FABRICADO ) : · Isolante entre chapas; · Facilidade de montagem / relocação; · Menor tempo e mão-de-obra para montagem. 6 PAINEIS ( PRÉ-FABRICADO ) : 7 PISO : · Prevenção de lençois freáticos; · Lajes de concreto para resistência mecânica; · Câmara a baixas temperaturas : • circulação de ar externo (manilhas no piso) •Aquecimento do piso ( fluido térmico ) TETO : · Ventilação externa; · Proteção da incidência solar direta; FIAÇÃO E TUBULAÇÃO : · Evitar mais rompimentos da barreira de vapor; · Ex.: conduítes com vedação plástica ILUMINAÇÃO : · Necessária para identificação; · Lâmpadas protegidas com globos; PORTAS : · Depende das condições de operação e tráfego; · Aquecimento em torno dos batentes (câmaras de baixa temperatura ); tipos : · manual / elétrica; · giratória / de correr; · Uma folha / duas folhas ANTE-CÂMARA : Depende das condições de operação: · Tempo de expedição; · Temperatura do produto; · Condições ambientais : +10 °C · Reduzir entrada de ar quente e úmido; · Evitar formação de gelo no evaporador : · ⇑ TCÂMARA e ⇑ TPRODUTO · ⇑ Degelo 8 -25 °C -25 °C -25 °C -25 °C 10 °C 10 °C Docas Expedição Redução de 50% do calor por infiltração 9 ISOLAMENTO TÉRMICO SE SUB-DIMENSIONAMENTO DO ISOLAMENTO, ENTÃO: · Carga térmica adicional por transmissão: -Maior capacidade do sistema de refrigeração -Maior evaporador · Oscilação da temperatura da câmara: -Maior circulação de ar; -Maior potência do ventilador; -Maior dissipação de calor pelo ventilador. · Condensação no lado externo da parede : TPAREDE_EXTERNA > TPONTO_ORVALHO 10 11 Carga térmica • A carga térmica define a capacidade do sistema; Projeto Frigorífico ⇒ Carga Térmica 12 • PROBLEMA PROPOSTO: ▫ QUAIS AS DEMANDAS TÉRMICAS ENVOLVIDAS NA APLICAÇÃO? ▫ QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DA CÂMARA PARA ESTOCAR “x” QUANTIDADE DE PRODUTOS? ▫ QUAL CAPACIDADE DO SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO DEVE SER ESPECIFICADO E CONDIÇÕES DE OPERAÇÃO? ▫ QUAIS AS DIFERENÇAS DE CÂMARA PARA ESTOCAGEM DE PRODUTOS CONGELADOS E RESFRIADOS? Carga térmica == Capacidade Frigorífica Carga térmica = Demanda térmica Capacidade Frigorífica 13 Carga térmica • Para o cálculo da carga térmica ou da capacidade frigorífica do sistema (Qe) necessita-se conhecer: ▫O calor transferido através das paredes, piso e teto; ▫O calor relativo à infiltração de ar; ▫O calor relativo ao produto; ▫O calor misto (pessoas, iluminação, empilhadeira, etc) CARGA TÉRMICA DEFINIÇÃO : COMPOSIÇÃO DAS POTÊNCIAS TÉRMICAS ENVOLVIDAS NA APLICAÇÃO A SER REMOVIDA PARA MANUTENÇÃO DAS CONDIÇÕES DE TEMPERATURA EVAPORADOR Q1 Q5 Q6 Q1 Q1 Q1 Q3 Q4 Q7 Q2 EXEMPLO : CÂMARA FRIGORÍFICA /RESFRIAMENTO Q1 = Fluxo de Calor por Condução; Q2 = Taxa de Dissipação de Calor por Equipamentos Q3 = Taxa de Dissipação de Calor por Pessoas Q4 = Taxa de Calor por Troca de Ar “Frio” por “Quente” Q5 = Taxa de Dissipação de Calor pelo Produto/embalagem Q6 = Taxa de Dissipação de Calor de Respiração de Frutas Q7 = Taxa de Dissipação de Calor pela Iluminação 14 CARGA TÉRMICA q1 = Fluxo de Calor por Condução (6 faces); Q2 = Taxa de Dissipação de Calor por Equipamentos Q3 = Taxa de Dissipação de Calor por Pessoas Q4 = Taxa de Calor por Troca de Ar Frio por Quente (Infiltração) Q5 = Taxa de Dissipação de Calor pelo Produto/embalagem Q6 = Taxa de Dissipação de Calor de Respiração de Frutas Q7 = Taxa de Dissipação de Calor pela Iluminação h kcal∑+= • iQAqq ).( 1 FATOR DE SEGURANÇA : DEPENDE DA CONFIABILIDADE DOS DADOS : 5 A 10 % QTOTAL BASE DE 24 HORAS : TOTALQQ .10,10 = Q8 = Taxa de Calor por Troca de Ar Frio por Quente (RENOVAÇÃO) CARGA TÉRMICA CARGA TÉRMICA (Método Diário) = NECESSIDADE DA APLICAÇÃO : “Q0” EM [ kcal / h ] ou [ kcal / 24 h ] FATORES DE ESTUDO PARA O DIMENSIONAMENTO DE SIST. FRIGORÍFICO CLIMA : •T.C. EXTERNO OU INTERNO; •CONDIÇÕES DE CONDENSAÇÃO •TBS ( MÉDIA DO MÊS MAIS QUENTE ); •TBU OU U.R. ÁGUA : •DISPONIBILIDADE / QUANTIDADE; •TMAX E MÉDIA DO MÊS MAIS QUENTE; •ORIGEM (NATURAL, MUNICIPAL) ENERGIA : •DISPONIBILIDADE •TARIFAÇÃO; QUANTIDADE MÁX. FORNECIDA; PRODUTO : •TIPO DE PRODUTO (CARACTERÍSTICAS FÍSICAS); •QUANT. DISPONÍVEL; MOVIMENTAÇÃO (T / DIA); •SAZONALIDADE E ALTERNATIVAS DE OUTROS PRODUTOS; •TEMPERATURA DE RECEBIMENTO DO PRODUTO; •EMBALAGEM; •TIPO DE ACONDICIONAMENTO ( ESTIVAS, GRANEL, PALETIZAÇÃO) LOCAL : •LOCALIZAÇÃO (REGIONAL E MUNICIPAL); •DIMENSÃO; ADEQUAÇÃO; PLANEJAMENTO 15 CARGA TÉRMICA MÉTODO PARA ESTIMAR A CAPACIDADE DO SISTEMA ( Csist = Q0 ) A) TRANSMISSÃO DE CALOR POR CONDUÇÃO (TRANSMISSÃO) : ( FLUXO DE CALOR POR CONDUÇÃO PELAS PAREDES = ∆T = (TEXT -TINT) ( )24... INTEXT TTAUq −= • [ ][ ] = h h Cm Cmh kcal h kcal 24 ... .24 2 2 o o ∑ ∑∑ +⇑+ ==⇓ INTPEXTi RRRR U 11 OBSERVAÇÃO: ⇑ espessura do isolamento .._ ORVPEXTP TT ≥ ii i e hk e k e hU 111 ++++= L Onde: he: coeficiente de convecção do ar externo; e: espessura do tijolo, ou bloco, etc; k: condutividade térmica dos tijolo; ei: espessura do isolante; ki: condutividade térmica do isolante; hi: coeficiente de convecção do ar interno. Método Diário: Base 24 h TP_EXT TP_INT q Espessura TEXT TINT PERFIL DE TEMPERATURA: T x [ ]2......8........6 mhkcalAA q = Validar ! Carga térmica de transmissão • Temperatura de orvalho do lado externo: .._ ORVPEXTP TT ≥ Ambiente: 32,5°C / 56% UR 16 Carga térmica de transmissão • A seleção do isolante térmico depende: ▫ Da condutividade térmica; ▫ Densidade; ▫ Economia; ▫ Risco de fogo (inflamabilidade); ▫ Odores e vapores indesejáveis; ▫ Facilidade de instalação; ▫ Resistência à decomposição, a insetos e microrganismos. Carga térmica de transmissão Propriedades Poliestireno expandido Poliuretano expandido Densidade (kg/m3) 10-30 40 Condutividade témica (kcal/mhoC) 0,030 0,020 Resistência a passagem de água boa boa Resistência a difusão do vapor em relação ao ar parado (%) 70 100 Segurança ao fogo pobre pobre Resistência à compressão (kgf/m2) 2000 3000 Custo baixo alto Isolamento térmico 17 ESPESSURA ÓTIMA ( MÉTODO PRÁTICO ) : FLUXO DE CALOR : ONDE : · 6 kcal / h.m2 ⇒ TEMPERATURAS BAIXAS (Câmaras de congelados) · 8 kcal / h.m2 ⇒ TEMPERATURAS MÉDIAS (Câmaras de refrigerados) ANÁLISE DE CUSTOS ( ANÁLISE GLOBAL ) : SELEÇÃO DA ESPESSURA ÓTIMA DE UM ISOLANTE: [ ]2......8........6 mhkcalAA q = Carga térmica de transmissão CUSTO DE REFRIGERAÇÃO CUSTO DE ISOLAMENTO CUSTO DE INVESTIMENTO E OPERAÇÃO CUSTO TOTAL εÓTIMA ESPESSURA DO ISOLANTE Carga térmica de transmissão A.1. ) TEMPERATURA EXTERNA : ( AR LIVRE ) ( DEPENDE DA MICRO-LOCALIZAÇÃO DA INSTALAÇÃO ) SE CÂMARA DE CONGELAMENTO PROBLEMAS NO PISO !! TEXT T1 TEXT= T1 T1 TEXT Tbu = T3 T1 = T3 = TEXT T3 = TEXT TEXT T1 A carga térmica por transmissão é calculada através de cada uma das paredes a cada ∆T; Paredes com materiais diferentes têm U diferentes; - Ventilação sob o piso (manilhas) - Aquecimento do piso (serpentina com glicol) 18 Carga térmica de transmissão A.2. ) TEMPERATURA EXTERNA DE PAREDE HÁ CORREÇÕES : ( DEPENDE DA POSIÇÃO DA PAREDE ) i) SEM INCIDÊNCIA DIRETA DE RAIOS SOLARES : TP_EXT = TBS ( SEM CORREÇÕES ) ii) COM INCIDÊNCIA DIRETA DE RAIOS SOLARES : COR DA SUPERFÍCIE ORIENTAÇÃO LESTE OESTE NORTE TETO ESCURA 5 5 3 11 MÉDIA 4 4 3 9 CLARA 3 3 2 5 jtotal qQ ∑= ( )jjjj TTAUq +∆= 1.. S O L N CORREÇÃO DO ∆T OU TP_EXT ⇒ ∆TF = ∆T + TCORR SUL ??? PISO ??? Carga térmica de infiltraçãoB) TROCA DE AR (INFILTRAÇÃO): i ) ABERTURAS DE PORTAS E INFILTRAÇÃO : · TROCA DE AR FRIO POR AR QUENTE. · EX.: RESFRIADOR DE LÍQUIDO = INEXISTENTE; · AMBIENTE CONDICIONADO: EM SALAS DE PROCESSOS COM RENOVAÇÃO, E VENTILAÇÃO. ii) POR ABERTURA DE PORTA : . ESTIMATIVA DA TROCA DE AR (EXPERIÊNCIA DE APLICAÇÕES SEMELHANTES ) : · FREQUÊNCIA; DURAÇÃO; · TAMANHO DA PORTA / VOLUME DA CÂMARA; ( )NhhVQ INTAREXTAR QUENTEAR CAM .. __ _ −= υ Volume Interno [ m3] Troca de ar por 24 h ( N ) 10 31 20 21 30 17 40 14 50 13 100 9 150 7 200 6 250 5 500 4 750 3 1000 2,5 1250 2 1800 1,7 2400 1,4 CÁLCULO DA ENERGIA PARA “N” ABERTURAS : 5 t(C) 10 15 20 25 30 35 40 45 50 W(kg/kg) 0.01 0.02 0.03100 rh(%) 75 50 h(kJ/kg) 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0.8 v(m^3/kg) 0.85 0.9 D:\DOWNLOAD\PSYDEMO\Default.psy Pressure 101.3 kPa A B ∆h 19 Umidade Absoluta CARTA PSICROMÉTRICA CARGA TÉRMICA ( )NhhVQ INTAREXTAR QUENTEAR CAM .. __ _ −= υ 5 t(C) 10 15 20 25 30 35 40 45 50 W(kg/kg) 0.01 0.02 0.03100 rh(%) 75 50 h(kJ/kg) 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0.8 v(m^3/kg) 0.85 0.9 D:\DOWNLOAD\PSYDEMO\Default.psy Pressure 101.3 kPa INTARh _ EXTARh _ QUENTEAR _υ EXT INT 20 Carga térmica por infiltração • O cálculo de carga térmica por infiltração, para “n” aberturas, em 24 h se dá pela seguinte expressão: ▫ V = volume interno da câmara; ▫ ν = volume específico do ar externo; ▫ n = número de troca de ar em 24h. ( )NhhVQ INTAREXTAR QUENTEAR CAM .. __ _ −= υ Carga térmica por infiltração / renovação ?? Câmaras de estocagem: - Etileno - CO2 - AROMAS Tabela de renovação de ar (Conforto térmico) (ASHRAE – American Society of Heating Refrigerating and Air Conditioning Engineering, Guide an Data Book). 21 CARGA TÉRMICA C) PRODUTO C.1.) CALOR DE RESFRIAMENTO / CONGELAMENTO : T. inicial; Qtde. produto; propriedades termo-físicas: Cp, Xi calor latente; Tin_cong.; A) CÁLCULO DO CALOR REMOVIDO DO PRODUTO i) Calor sensível removido no resfriamento : ii) Calor sensível removido até início de congelamento : iii) Calor latente removido no congelamento (água congelavel): iv) Calor sensível removido abaixo do ponto de congelamento : ).(. 21 TTCpMq PRODi −= ).(. _1 CONGINICIOPRODii TTCpMq −= .. CONGELPRODiii LMq = ).(. 2_. TTCpMq CONGINICIOCONGPRODiv −= Carga térmica 30C 20 C 10C0 C -30 C -20 C -15 C -10 C -2 C10% 30% 50% 70% 85% 90% % DE ÁGUA CONGELADA Água [ % ] 70 75 80 h3 h2 h3 Entalpia [kcal/kg] B) MÉTODO GRÁFICO: CALOR REMOVIDO DO PRODUTO Diagrama de Entalpia em Função da Porcentagem de Água e Temperatura para Carne Magra 22 Carga térmica Carga térmica do produto • Propriedades térmicas dos alimentos Produto T (início cong.oC) Água (%) Cp (kcal/kgoC) Cp* (kcal/kgoC) L (kcal/kg) Abacaxi -1,4 85,3 0,88 0,45 68 Pêra -2,0 83,5 0,86 0,45 65 Carne -1,7 60-77 0,7-0,8 0,39-0,43 50-62 Frango -2,8 74 0,80 0,42 60 Salmão -2,2 64 0,72 0,39 52 Camarão -2,2 76 0,84 0,44 66 Sorvete -6 63 0,70 0,39 49 Gema líq. -2,2 55 0,65 0,36 45 23 CARGA TÉRMICA C) CÁLCULO DO CALOR REMOVIDO DO PRODUTO COM TEMPO DE RESFRIAMENTO DESEJADO • CASO NORMAL : Equipamento dimensionado para carga do produto distribuída no tempo total de resfriamento. • • INÍCIO: ⇑ ∆T (PRODUTO/AMBIENTE) • TÉRMINO: ⇓ ∆T (PRODUTO/AMBIENTE) • CASO : Com Tempo De Resfriamento Desejado: • Por exemplo: • NOVA CAPACIDADE DO SISTEMA: 24. ).(. 21 TORESFRIAMEN PROD t TTCpM q − = 24. 20 ).(. 21 TTCpMq PROD − = ).(..2,1 21 TTCpMq PROD −= Carga térmica: CALOR DE RESPIRAÇÃO (VEGETAIS Refrigerados): Para frutas e hortaliças considera-se o calor produzido pelo metabolismo (vivos) para resfriamento/estocagem - calor de respiração é f(T): ▫ R = calor de respiração (kcal/t. 24h) ▫ m = massa (t) [ ] ( ) = hton kcal m h kcal Q prodr 24. TR ton 24 T C embp ∆= embemb mQ Calor de Respiração: R [ kcal/t.24 h] Temperatura [ C ] 208 0,0 230 0,2 321 1,0 775 5,0 3040 25,0 t Carga térmica: Calor da embalagem (primárias, secundárias, estocagem): Cp = 0,67 kcal/kgoC madeira Cp = 0,45 kcal/kgoC papelão O2 + CARBOHIDRATO ⇒ Qresp + H2O + CO2 24 Carga térmica do produto • Calor de respiração Frutas e hortaliças Calor de Respiração R (kcal/t . 24h) 0oC 2oC 5oC 10oC 15oC 20oC Abacaxi - - 826-937 1361-1461 1562-1663 1713-1841 Pêssego 262-393 363-453 524-847 1310-1915 1814-2721 2923-1613 Banana - - 826-1209 1361-2419 1814-3427 2016-5040 Maçã 201-358 292-433 322-655 857-1260 1109-1915 1209-2520 Alface 655-806 706-907 857-1058 1462-2117 2268-3931 5242-7056 Couve 958-1310 1209-1411 1532-1813 3226-3780 5393-6098 8064-9072 Cenoura 202-585 454-706 535-806 655-907 1512-2016 1865-2822 Carga térmica mista • Carga mista são provenientes de outras fontes: ▫ Iluminação; ▫ Motores dos ventiladores; ▫ Motores das empilhadeiras; ▫ Pessoas (atividades); 25 Carga térmica mista • Carga proveniente da iluminação: ▫ Quanto maior a intensidade da lâmpada ⇒ maior a carga térmica; ▫ Normalmente se considera: 260 kcal/h p/ cada 100 m2 de câmara, ou 100W p/ 30m2 (Norma MB-10). • Calor dissipado [ kcal/h ] para diferentes tipos de lâmpadas e intensidade luminosa Intensidade (lux) Vapor de mercúrio Fluorescente Sódio Incandescente 75 5,0 6,7 2,3 15,3 125 8,3 11,1 3,8 25,4 250 17,0 22,2 7,6 50,7 Carga térmica mista • Carga proveniente de motores: ▫ A carga proveniente de empilhadeiras, irá depender do motor, hoje em dia as empilhadeiras à combustão estão sendo substituídas pelas elétricas. • Carga proveniente de motores elétrico (ventiladores e empilhadeiras) MOTOR [ HP ] kcal/h por HP 1/8 a 1/2 1070 1/2 a 3 930 3 a 20 740 26 Carga térmica mista • Carga proveniente de pessoas: ▫ O calor proveniente de pessoas depende do número, da movimentação ou tipo de atividade, da roupa e da temperatura. • Calor equivalente de uma pessoa em baixa atividade no espaço refrigerado TEMPERATURA [ °C ] kcal / h 10 180 4 210 -12 300 -24 350 Carga Térmica FATOR DE SEGURANÇA : DEPENDE DA CONFIABILIDADE DOS DADOS : 5 A 10 % QTOTAL BASE DE 24 HORAS : TOTALQQ .10,10 = 27 CARGA TÉRMICA I) CARGA TÉRMICA “FINAL” : O EQUIPAMENTO NÃO FUNCIONARÁ AS 24 h / DIA; REDISTRIBUIR EM 16 A 22 HORAS ( TIPO DE DEGELO ): OBSERVAR: TEMPO DE RESFRIAMENTO / CONGELAMENTO SISTEMA FRIGORÍFICO SUPER-DIMENSIONADO ( APÓS TEMPERATURA ALCANÇADA ) MAIOR INVESTIMENTO FIXO E VARIÁVEL CONTROLE DE CAPACIDADE TIPO DE DEGELO HORAS DE FUNCIONAMENTO DO SISTEMA FRIGORÍFICO NATURAL 16 HORAS COM RESISTÊNCIA ELÉTRICA 20 A 22 HORAS COM GÁS QUENTE 18 A 20 HORAS [ ] [ ] h kcal ha hQ QFINAL 22....16 240= 00 .1,1.........5,1 QaQQFINAL = CARGA TÉRMICA APLICAÇÕES DE RESFRIAMENTO / CONGELAMENTO CÂMARA ( TÚNEL ) DE CONGELAMENTO / RESFRIAMENTO : Predomina o calor removido para reduzir a temperatura do produto de t1 → t2 CÂMARA DE ESTOCAGEM : Predomina o calor removido para iluminação, pessoas, motores (empilhadeira, ventiladores), aberturas de porta, condução de calor pelas paredes. COMPARAÇÃO DA CARGA TÉRMICA : CÂMARA ( TÚNEL ) DE CONGEL. / RESFRIAMENTO >>> CÂMARA DE ESTOCAGEM 28 CARGA TÉRMICA EXEMPLO: DIFERENÇA ENTRE ESTOCAGEM E CONGELAMENTO ESTOCAGEM DE 20 TONELADA DE PRODUTO A –25 °C CONGELAMENTO DE 01 TONELADA DO PRODUTO POR HORA A –25 °C 4 HP 2.500 kcal/h 100 HP 100.000 kcal/h Exemplo de Câmara de resfriamento (com degelo): Fonte de Carga Térmica Q (kcal)/24h Transmissão 12000 Infiltração 24000 Produto 96000 Mista : • Iluminação 4000 • Pessoas 6000 Sub-Total (1) 142000 Ventiladores (10%) 14200 Sub-Total (2) 156200 Segurança (10%) 15620 Total [ kcal / 24 h ] 171820 Capacidade frigorífica horária [ kcal/ h ] 7159,16 Capacidade frigorífica em 18h de operação [ kcal /h] 9545,55 29 Exemplo do Câmara de resfriamento com degelo: Transmissão 7% Infiltração 14% Produto 56% Iluminação 2% Pessoas 4% Ventilação 8% Fator de Segurança 9% Carga térmica Exercício de carga térmica• Um navio pesqueiro resolveu investir em uma instalação frigorífica que possa sustentar os peixes abatidos em alto mar. Você foi contratado para executar a engenharia (fornecer a base de cálculos) da instalação frigorífica. Os investidores passaram os seguintes dados: ▫ A câmara irá estocar 100 t de peixe, a carga diária será de 50 t. Os peixes entrarão a aproximadamente 20 oC e ao final de 24 h estarão a -5 oC. ▫ A temperatura externa à câmara (no porão do navio) será de 18 oC (UR 60%) e a interna de -5 oC (UR 85%). ▫ A câmara deverá ter 20 m de comprimento x 10 m de largura e 3 m de altura. ▫ As paredes, teto e piso serão de folhas de PVC com núcleo isolante em PUR (Poliuretano) injetado, com condutância térmica de 0,025 kcal/hm2oC. O coeficiente de película do ar interno e externo será de 7 kcal/hm2oC. ▫ Determine: a) Carga térmica de transmissão: neste caso considere que a câmara, de paredes claras, se encontra no centro do porão com 4m de pé direito. b) Infiltração; c) Iluminação: considere que em cada 30 m2 de teto há 100 W (86 kcal/h)e que o período de iluminação seja de 8 horas por dia; d) Produto: utilizando o Diagrama de Mollier para peixe magro com 83% de conteúdo de água determine a carga térmica total proveniente do produto e indique a carga térmica diária durante três dias e acrescente ao valor da carga térmica 10% referente à embalagem; (ou, dado cp atum = 0,7 e 0,40 kcal/kg. oC) e) Carga mista: pessoas – considerar 2 pessoas trabalhando durante 8h/dia e suponha que cada uma representa 250kcal/h; g) Monte o quadro geral considerando ainda 10% de carga proveniente dos ventiladores dos evaporadores e mais 10% de segurança. Lista de Refrigeração 1. Quais os benefícios para os vegetais quando é realizado um resfriamento um resfriamento rápido e com o menor de espera possível? (1,0) Resposta: Os benefícios são: retenção de nutrientes (resfriamento preserva nutrientes que são sensíveis ao calor), melhoria de textura (mantém a textura crocante e firme dos vegetais, como por exemplo do brócolis que pode ficar murcho se não forem resfriados após a colheita), controle de bactérias e microrganismos (ajuda a reduzir o crescimento de bactérias e microrganismos nos vegetais), preservação da qualidade (reduz a atividade enzimática e a taxa de respiração). 2. Quais os efeitos para o produto quando se tem quebra da cadeia do frio? Resposta: A deterioração da qualidade (as flutuações de temperatura podem acelerar o crescimento de bactérias e microrganismos), perda de nutrientes ( a exposição a temperaturas inadequadas durante a quebra da cadeia do frio pode resultar na perda de nutrientes essenciais nos alimentos, reduzindo seu valor nutricional), risco de contaminação (aumentar o risco de contaminação por bactérias patogênicas), perda de prazo de validade (quebra da cadeia do frio pode acelerar o processo de deterioração dos alimentos). 3. Qual a diferença entre refrigerante primário e secundário? Resposta: O refrigerante primário é o fluido refrigerante diretamente utilizado no ciclo de refrigeração. Ele é responsável por absorver o calor do ambiente a ser refrigerado e transferi-lo para o sistema de refrigeração. O refrigerante secundário é um meio intermediário utilizado para transferir o calor do ambiente refrigerado para o refrigerante primário. O refrigerante secundário circula através de um trocador de calor secundário (como um trocador de calor de placas ou serpentinas) que está em contato com o ambiente a ser refrigerado. O calor é transferido do refrigerante secundário para o refrigerante primário por meio do trocador de calor. 4. Quais são as taxas de dissipação de calor envolvidas em um túnel de congelamento? Resposta: - Condução: A condução é a transferência de calor através de um material sólido. No caso de um túnel de congelamento, a condução de calor ocorre entre o produto a ser congelado e as superfícies do túnel, como as esteiras ou as paredes do túnel. A taxa de condução depende das propriedades térmicas dos materiais envolvidos e da diferença de temperatura entre eles. - Convecção: A convecção é a transferência de calor por meio do movimento de um fluido, como o ar. No túnel de congelamento, o ar frio é soprado sobre o produto para remover o calor e acelerar o processo de congelamento. A taxa de convecção depende da velocidade do ar, da diferença de temperatura entre o ar e o produto, e das características de fluxo do ar no túnel. - Radiação: A radiação térmica é a transferência de calor por meio de ondas eletromagnéticas. No túnel de congelamento, ocorre a troca de calor por radiação entre as superfícies do produto, as paredes do túnel e o ambiente circundante. A taxa de radiação depende da temperatura das superfícies envolvidas e das propriedades de emissividade e absorção dos materiais. 5. Como calcular a T externa da parede de uma câmara de resfrimento? Resposta: - Determine a temperatura interna da câmara. - Calcule a taxa de transferência de calor através da parede: A taxa de transferência de calor depende das propriedades térmicas da parede da câmara, como a condutividade térmica do material e a área de superfície. Utilize a Lei de Fourier para calcular essa taxa de transferência de calor. - Considere as condições ambientais externas: Leve em conta a temperatura ambiente externa e outros fatores, como a radiação solar incidente ou a velocidade do vento, que podem afetar a transferência de calor da parede da câmara para o ambiente externo. - Aplique a equação de transferência de calor: Utilize a equação básica de transferência de calor, como a Lei de Newton do resfriamento, para calcular a temperatura externa da parede. Essa equação relaciona a taxa de transferência de calor, a diferença de temperatura entre a parede e o ambiente externo e o coeficiente de transferência de calor. 6. Qual o critério para utilizar sistema central? Resposta:A decisão de utilizar um sistema central de HVAC (aquecimento, ventilação e ar-condicionado) em vez de sistemas individuais depende de vários fatores. Aqui estão alguns critérios a serem considerados: - Tamanho do espaço: Os sistemas centrais são mais adequados para espaços maiores, como edifícios comerciais, escritórios, escolas e hospitais. Se o espaço for pequeno, como uma residência, sistemas individuais, como ar-condicionado de janela ou unidades split, podem ser mais apropriados. - Necessidades de controle e zonificação: Os sistemas centrais oferecem maior controle e flexibilidade em termos de zonificação, ou seja, a capacidade de controlar a temperatura em áreas específicas. Se o espaço tiver requisitos diferentes de temperatura em diferentes áreas, um sistema central pode ser preferível. - Eficiência energética: Os sistemas centrais podem ser mais eficientes em termos energéticos do que sistemas individuais. Eles podem ser projetados para otimizar o consumo de energia e reduzir os custos operacionais a longo prazo. Além disso, sistemas centrais podem aproveitar tecnologias como recuperação de calor e sistemas de ventilação balanceada para melhorar a eficiência. - Manutenção e custos de instalação: Sistemas centrais geralmente exigem um investimento inicial mais alto em termos de instalação e equipamentos. No entanto, eles podem ser mais fáceis de manter e podem ter custos de manutenção mais baixos a longo prazo, especialmente se o espaço for grande e exigir múltiplas unidades individuais. - Requisitos de estética e ruído: Se a aparência estética do espaço for importante, um sistema central pode ser preferível, pois as unidades individuais podem ser mais visíveis. Além disso, os sistemas centrais têm a vantagem de serem mais silenciosos, pois a maior parte do ruído é gerada fora do espaço ocupado. - Integração com outros sistemas: Em alguns casos, a integração com outros sistemas, como controle de acesso, segurança ou automação predial, pode ser mais fácil com um sistema central. REFRIGERAÇÃO-RESUMO P1 (Douglas) Métodos de Conservação pela redução da Temperatura: a conservaçãopela redução da temperatura é possível porque causa a diminuição da atividade enzimática, microbiológica e das alterações físico, químicas e biológicas. A refrigeração é o processo de conservação que mais se aproxima com o produto fresco. Objetivos: redução de perdas de produtos perecíveis e estocagem reguladora de mercado, manter a qualidade e prolongar a vida de prateleira mantendo a temperatura em um ponto onde a deterioração microbiológica e metabólica seja mínima tornando o alimento seguro para o consumidor. Refrigeração x Congelamento: a diferença entre os dois é a temperatura. Para a refrigeração a temperatura é entre - 1°C e 7°C e para o congelamento é de aproximadamente -18°C. Ambos não eliminam todos os MO, alguns ficam em estado de latência. No caso do congelamento, alguns MO são inativados porque os cristais de gelo podem romper a membrana celular. Além disso se o alimento estiver contaminado, depois de descongelado os MO voltam a crescer porque o frio não esteriliza. Cadeia do frio: engloba todas as etapas de logística desde o recebimento da matéria-prima até o consumidor final. Quanto menor for a quebra da cadeia do frio melhor vai ser o produto para o consumidor final. Conforme ocorre a quebra da cadeia a qualidade do produto diminui, pois há variação na temperatura que leva a danos físicos e sensoriais, crescimento microbiológico e reações bioquímicas no produto final. Congelamento Rápido x Congelamento Lento: o congelamento rápido é mais vantajoso para cárneos e vegetais in natura, pois os cristais formados são menores o que danifica menos a estrutura do produto. O dano ocorre porque a água é o único composto que quando solidifica expande o seu volume causando a ruptura dos tecidos dos alimentos. Podemos utilizar o congelamento lento para produtos processados, pois a qualidade sensorial não é tão alterada se comparado a produto in natura. Ex: purê de batata. Quanto menor a temperatura de congelamento, maior será o tempo para a formação de cristais grandes. Por exemplo, se eu tiver o mesmo produto congelado a -10°C e a -20°C durante um mesmo intervalo de tempo, o de -10°C formará cristais muito maiores se comparado ao de -20°C. No congelamento lento há formação de gelo em regiões extracelulares, poucos pontos de nucleação, grandes dimensões dos cristais de gelo, alteração da concentração intra-celular e rompimento das paredes (exudação, redução da textura). No congelamento rápido são formados pequenos cristas no meio intra e extracelular. Efeito de Baixas Temperaturas em Alimentos: 1. Alimentos não Perecíveis: os alimentos não perecíveis podem ser armazenados em temperatura ambiente e, depois de abertos, alguns exigem refrigeração. 2. Alimentos não perecíveis: a deterioração nesses alimentos é causada por processos físicos (calor, ação mecânico, evaporação da água), processos químicos e biológicos (ação enzimática) e processos microbiológicos (Aw, temperatura e meio nutritivo). Calor Latente x Calor Sensível: a troca de calor latente sempre é mais eficiente. Por exemplo, resfriar frutas por imersão em água ou aspersão com água. No caso da aspersão, a água está em gotículas menores e quando entra em contato com a superfície quente da fruta, ela rouba calor e evapora. Desse modo, há troca de calor latente (Q=m.L). Já no caso da imersão, a água não evapora e, por isso, há troca somente de calor sensível (Q=m.Cp.∆T). Observamos então que o calor latente é sempre maior que o calor sensível porque a energia fornecida é maior. Regra de Van’t Hoff: diminuir a temperatura em 10°C reduz 3 vezes a velocidade de reação de decomposição, ou seja, o alimento vai demorar mais para sofrer deterioração. Aspecto Microbiológico: os MO patogênicos são predominantemente mesófilos. Então, os MO que se desenvolvem em condição de refrigeração (não crescem a 5°C) vão causas somente a deterioração do alimento. Resfriamento de Vegetais: o resfriamento dos vegetais deve ser feito logo após a colheita para aumentar a vida de prateleira do produto garantindo sua qualidade por mais tempo. Isso causa a redução das atividades metabólicas (respiração e transpiração), do desenvolvimento microbiológico e das atividades enzimáticas. (PROVA) Gráfico da Redução de Temperatura: Ti: temperatura inicial do produto. T2: temperatura correspondente a metade da temperatura inicial. Antes de atingir T2 a taxa de transferência de calor é maior e mais eficiente porque a variação de temperatura é maior. Depois desse ponto, a transferência de calor é menor. Porém quando o produto atingir 15°C existe um certo controle, pois limitamos alguns MO, reações químicas e enzimáticas. Desse modo, eu garanto uma vida de prateleira muito maior se comparada ao produto inicial. Tf: temperatura do produto final igual a temperatura do meio refrigerante. t1/2: é o tempo de meio resfriamento. Tempo de 7/8 de resfriamento: a Tf é a temperatura de equilíbrio, ou seja, quando o produto final fica com a mesma temperatura do meio refrigerante após a troca térmica. Devido às limitações termodinâmicas e as variações que ocorrem na prática, a troca térmica nunca é ideal e o produto nunca irá atingir o equilíbrio com o meio refrigerante. Desse modo, quando 7/8 do processo foi completado consideramos que o produto atingiu a temperatura desejada. Além disso, esse tempo de 7/8 garante a qualidade do produto Normalmente utilizamos um método combinado, ou seja, primeiro é usado um equipamento mais robusto para atingir a T2 e depois um segundo equipamento para aumentar a troca térmica até a temperatura desejada. Um exemplo é o resfriamento de frutas onde primeiramente é usado um túnel com passagem de ar ou imersão até a T2 e, depois, a fruta é transferida para uma câmara de estocagem. O problema desse método combinado é o custo. Temperatura de Congelamento: a temperatura usual de congelamento é -18°C. Ao longo do congelamento, sempre vai existir uma porcentagem de água que não será possível congelar. Conforme eu reduzo a temperatura de congelamento, essa porcentagem de água não congelável também diminui. A partir de -15°C, essa porcentagem não se altera muito porque a água restante está ligada e não disponível para o congelamento. Dessa forma, -15°C já seria suficiente para reduzir a níveis seguros a água livre. Porém utiliza-se -18°C para garantir a segurança do alimento. Vale ressaltar, que a % de água congelada varia com a composição do alimento e com a temperatura. Quanto menor a umidade do alimento, maior será a porcentagem de água não congelável. Congelamento de Alimentos: a água e substâncias puras mudam de fase a uma temperatura constante. Já para substâncias não puras, como os alimentos, ocorre alteração da temperatura durante a mudança de fase. Ponto S (curvinha): corresponde ao super-resfriamento. Nesse ponto a água fica líquida a temperaturas abaixo de 0°C porque ela necessita maior energia do sistema para que os átomos se reordenem e ocorra a cristalização. Durante o processo a água remove mais calor do sistema a 0°C, atinge temperaturas menores, se aquece voltando a 0°C e congelando. Ponto B (logo após a curva): é onde se inicia a nucleação dos átomos e a substância começa a solidificar. Curvas em Preto: caracterizam um congelamento rápido. Com isso, obtemos cristais menores, melhora o aspecto sensorial, evita o rompimento das fibras no descongelamento e evita exudação que carrega consigo nutrientes. Flutuações na Temperatura x Re-nucleação: a re-nucleação pode ocorrer devido ao re-cogelamento ou devido a variação da temperatura. Isso leva a problemas tecnológicos, alteração de textura, oxidação e entre outros, pois os pequenos cristais vão se reorganizam e se tornam cada vez maiores à medida que esse processo ocorre. Danos causados pela refrigeração incorreta: 1. Físicos: rachaduras devido ao congelamento de pães e massas, migração de umidade, recristalização, perda de água por gotejamento durante o descongelamento. 2. Químicas:oxidação lipídica, desnaturação proteica e atividade enzimática. 3. Nutricionais: exudação com perdas de componentes nutricionais. Circulação do Ar Refrigerante: quanto maior a circulação de ar, maior a perda de água no produto e mais rápida é a queda de temperatura. Se a perda de umidade for muito alta a superfície do produto pode dessecar e, consequentemente, o valor comercial muda devido ao aspecto do produto. Diagrama de Mollier: determina a temperatura de estocagem de acordo com o produto e a % de água congelada em cada uma dessas temperaturas (NÃO SEI LER!!!). Modificação dos Componentes dos Alimentos devido a Baixas Temperaturas: 1. Proteínas: tem desnaturação retardada pelo resfriamento e sofre desnaturação no congelamento. Isso vai depender do tipo de proteína, temperatura e tempo de estocagem. 2. Polissacarídeo: sofrem retrogradação com o resfriamento (estado ordenado das moléculas de amilose) provocando opacidade e um precipitado insolúvel. Alimentos com amido devem ser congelados e descongelados rapidamente já que as alterações máximas ocorrem no ponto de congelamento. 3. Emulsão: os produtos emulsionados podem sofrer separação durante o congelamento e, consequentemente, quebra na emulsão. Um exemplo é o congelamento do leite onde ocorre a separação da camada de gordura. Carga Térmica: engloba todas as fontes de calor existentes no sistema e isso é usado para a escolha de equipamentos. Tempo de Congelamento: é o tempo desde o pré-congelamento até atingir a temperatura de equilíbrio (-18°C). Ocorre a retirada de calor sensível até a temperatura de congelamento (pré-resfriamento), depois retirada de calor latente devido a mudança de fase da água (estágio de congelamento) e, por último, retirada de calor sensível para atingir - 18°C. Nesse ponto a maior parte da água é convertida em gelo e a temperatura final é a mesma em qualquer parte do produto (equilíbrio). Velocidade de Congelamento (cm/h): é a velocidade de deslocamento do gelo através do produto (aumenta próximo a superfície e diminui ao centro térmico) indica congelamento rápido ou lento. O processo que apresenta maior velocidade de congelamento é o criogênico em que há contato direto entre o produto e o refrigerante (não usado em alimentos), em pouco tempo o gelo atinge toda a espessura do produto. A partir de um teste com morangos foi possível notar que quanto maior a velocidade utiliza menor é a exudação, mas maior é a alteração de sabor e textura. Tempo de Estocagem: TAQ (tempo de alta qualidade): é o tempo de estocagem a partir do qual as alterações sensoriais passam a ser perceptíveis. TPE (tempo prático de estocagem): tempo de estocagem em que o produto mantém suas características adequadas ao consumo. Características ideais de um Refrigerante: 1. Ter características termodinamicamente favoráveis: evaporar a baixas temperaturas e em pressões razoavelmente baixas. 2. Não ser tóxico (CFCs tem baixo nível de toxidade). 3. Não ser inflamável. 4. Ter grau de contabilidade com Materiais. 5. Ser de fácil detecção. 6. Não prejudicar o meio ambiente. 7. Ter custo razoável e estar disponível comercialmente. Classificação dos Refrigerantes: 1. Refrigerante Primário: troca calor com mudança de fase (calor latente). Ele é usado para refrigerar o refrigerante secundário. Normalmente são misturas azeotrópicas, ou seja, possuem temperatura de ebulição constante mesmo não sendo uma substância pura (hidrocarbonetos halogenados e compostos inorgânicos). Características Refrigerantes Halogenados: inodoro, miscível em óleo, atóxico. Tem maior estabilidade porque apresenta maior quantia de cloro e baixa toxicidade por asfixia. Características da Amônia: imiscível em óleo, tóxico em alta concentração, fácil de detectar, tem ótimas propriedades termodinâmicas, reage com cobre, barato e usada em sistemas de grande porte. 2. Refrigerantes Secundários: troca calor sensível sem mudança de fase. São substâncias putas e com baixo ponto de congelamento. Exemplos: cloreto de cálcio, cloreto de sódio, etileno glicol, propileno glicol e etanol. Influência dos Refrigerantes sobre atmosfera terrestre: podem causar a destruição da camada de ozônio (ODP=potencial de destruição da camada de ozônio) e o efeito estufa (GWP=Global Warming Potencial). Combatibilidade com Materiais: os halogenados podem ser usados com a maioria dos metais e cobre e latão não podem ser usados para amônia. No geral não é recomendado magnésio e ligas com maios de 2%. Em relação aos plásticos, quanto maior o número de cloro no refrigerante maior será o ataque aos plásticos. Amônia x Refrigerantes Halogenados: a amônia só pode ser usada se as instalações estiverem afastadas de áreas povoadas, é necessário pessoal técnico especializado, o custo é inferior, tolera pequenas quantidades de água e tem menor densidade e, por isso, ocupa menos espaço. Já os halogenados são bem mais caros que a amônia, não tolera presença de água (causa congelamento das válvulas) e em instalações os halogêneos estão sempre em contato com o óleo de lubrificação. CICLOS FRIGORÍFICOS: Diagrama de Pressão x Entalpia: é a ferramenta mais utilizada para correlacionar propriedades termodinâmicas dos refrigerantes. Esse diagrama contém linhas isotérmicas (T constante), isoentrópicas (S constante) e isocóricas (V constante). Ciclo de Carnot: trata-se de um ciclo termodinâmico em que o objetivo é reutilizar o refrigerante. Ele é composto por uma válvula de expansão, um evaporador, um compressor e um condensador. Esse ciclo é definido em função das temperaturas (de condensação e evaporação) e elas variam de acordo com o produto e as condições do ambiente. Ponto 1 ao 2: ocorre expansão isoentalpica, ou seja, entalpia constante. Nessa etapa o fluido refrigerante que está líquido saturado passa pela válvula de expansão. Com isso, há uma redução na pressão e na temperatura do sistema que resulta em uma mistura de líquido+vapor saturado. O objetivo dessa válvula é causar uma perda de carga que, consequentemente, reduz a pressão e reduzir a temperatura de evaporação do refrigerante até a temperatura desejada. Ponto 2 ao 3: nessa etapa o refrigerante troca calor com o produto (que será resfriado ou congelado). Com isso, ocorre uma evaporação isotérmica e o líquido saturado vai evaporar tornando-se vapor saturado. A carga térmica é calcula nessa etapa a partir da variação da entalpia. Ponto 3 ao 4: após evaporar o vapor saturado sofre uma expansão isentrópica ao passar pelo compressor e se torna vapor superaquecido. Desse modo, há um aumento de pressão até a pressão inicial e, consequentemente, um aumento da temperatura do vapor (Tdescarga>Tinical). Ponto 4 ao 1: o objetivo dessa etapa é condensar o vapor superaquecido (Tdescarga) até a condição inicial de líquido saturado (Tinicial). Para isso, é utilizado um condensador que remove primeiro calor sensível até que ele atinja a condição de vapor saturado na temperatura inicial e, em seguida, remoção de calor latente para que ocorra a mudança de fase. OBS: a linha azul representa a região de baixa pressão que inclui válvula de expansão, evaporador e linha de admissão. Já a linha vermelha representa a região de alta pressão e engloba compressor, linha de descarga, condensador e tanque de liquido refrigerante. Carga Térmica: a carga térmica é calcula de acordo com a demanda de calor necessário para resfriar o meu produto. Por exemplo: se eu quiser resfriar uma maçã de 25°C para 0°C, a carga térmica será Q=mmaçã.Cpmaçã.∆T. A partir dessa carga térmica e do diagrama (encontro do ∆H2-3(evap), eu consigo calcular a vazão mássica de refrigerante usando Q=mrefri. ∆H2-3(evap). Balanço de Massa no Evaporardor: o balanço será constante porque não ocorre entrada e nem saída de refrigerante no sistema, desse modo: m1=m2=m3 Balanço de Energia no Evaporador: h1=h2 e h2.m2 = h3.m3 + Q0 (a energia do ponto 2 é a energia quesai do evaporador (3) + a energia de evaporação que foi trocada dentro do evaporador). Exercício 1 (Folha a parte e Diagrama R-22): vale ressaltar que Qevaporação+Qcompressão=Qcondensação. A vazão volumétrica no compressor é calcula para escolher o compressor pelos catálogos. Quanto maior a temperatura de evaporação (Tev), menor será o volume específico, ou seja, eu vou circular a mesma massa de refrigerante em um volume menor. O que resulta em menor trabalho do compressor e menor gasto energético. Isso pode implicar também em um número menor de compressores. Cálculo do Coeficiente de Desempenho: é a relação entre a taxa de calor no evaporador e no compressor. 𝐶𝑂𝑃 = 𝑄𝑒𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟𝑎𝑑𝑜𝑟 𝑄𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠𝑜𝑟⁄ = ∆ℎ 𝑒𝑣 ∆ℎ 𝑐𝑜𝑚𝑝⁄ Quanto maior o COP, melhor é o desempenho do ciclo. Quanto mais próximas forem as Tevaporação e Tcondensação maior vai ser o desempenho, pois o Qcompressão vai ser menor. Análise do Diagrama P x Entalpia: 1. Aumento da Tev: vai ocasionar uma redução da vazão mássica do refrigerante porque ocorre um aumento do ∆Hevaporação. Além disso, o trabalho do compressor diminui devido à redução do ∆Hcompressão. Em relação ao condensador, teremos uma temperatura de descarga menor e, consequentemente, a troca térmica necessária para atingir a condição inicial será menor (menor ∆Hcondensação), implicando numa vazão mássica de água menor (redução de custo e energia). 2. Aumento da Tcond: vai ocasionar um aumento da vazão mássica do refrigerante devido a diminuição do ∆Hevaporação. Isso significa que teremos menos líquido saturado disponível para a evaporação, pois o título aumenta. Além disso, o ∆Hcompressão aumenta fazendo com que o trabalho do compressor seja maior. Como a vazão mássica de refrigerante aumenta, é necessário uma vazão maior de água/ar no condensador para resfria-lo. Com isso, o trabalho do condensador é maior e o ∆Hcondensação também. 3. Condição Ideal: o aumento da temperatura de condensação é negativo. Desse modo, o ideal é que ela esteja o mais próximo possível da Tev. No entanto, a Tev não pode ser alterada com facilidade, pois está diretamente relacionada as exigências de conservação do produto. Já a Tcond depende das condições do ambiente. Influência da Variação da Temperatura de Evaporação: Formação de Gelo: quando usamos temperaturas menores que zero, a umidade do ar, que está do lado de fora da serpentina por onde passa refrigerante, condensa e é congelada formando uma grande camada de gelo. Isso é ruim porque, como o gelo possui baixa condutividade térmica, ele atua como um isolante e dificulta a troca de calor entre o produto e o refrigerante. Com isso, vou ter que usar uma Tev (so refrigerante) menor para que o produto ainda atinja a temperatura desejada e, consequentemente, a capacidade do compressor aumenta (tem que trocar mais calor para atingir a Tcondensação). PORQUE ¯ Qo??? Se, por algum motivo, a temperatura de evaporação aumenta, vou ter uma capacidade menor do comprossor e o Qo aumenta. Influência da Variação da Temperatura de Condensação: Causas: 1. Variação da Incrustação no Condensador: se eu tiver incrustação no meu condensador a troca térmica irá diminuir porque eu vou deixar de ter contato direto entre o metal e o refrigerante. Desse modo, o coeficiente global de transferência de calor diminui (U) e, para compensar isso mantendo a carga térmica do condensador constante, eu tenho eu aumentar a temperatura de condensação. 2. Variação da circulação do Fluído de Resfriamento. Ciclo REAL: no funcionamento de um ciclo frigorífico deve-se considerar 1. Queda de P nas linhas através do evaporador e condensador. 2. Sub-resfriamento do líquido: se eu sub-dimensionar o meu condensador ao final da condensação eu terei uma mistura de líquido+vapor porque a troca térmica vai ser menor. Com isso, quando a expansão isoentálpica for realizada, pela válvula de expansão, essa válvula vai ser danificada pela presença do vapor. Para evitar que isso ocorra eu preciso superdimensionar o meu condensador de modo que a troca térmica seja maior e eu consiga garantir que todo o refrigerante estará líquido. Desse modo, o meu refrigerante fica sub-refriado, resultando em um aumento do ∆Hevaporação (de B’ à C) e, consequentemente, aumento do COP (muito positivo). Além disso, aumentando o ∆Hevaporação eu reduzo a massa de refrigerante necessária para realizar a evaporação. 3. (PROVA) Super-aquecimento Inútil do vapor: após a passagem pelo evaporador o refrigerante deve percorrer uma certa distância até chegar no compressor. Normalmente essa distância é muito grande e, com isso, o refrigerante que está à Tev acaba ganhando calor ao longo da linha e sendo aquecido. Além disso, o refrigerante sofre uma perda de carga ao longo da linha o que reduz sua Pressão. Dessa forma, como esses dois fenômenos ocorrem simultaneamente, o resultado vai ser um vapor-superaquecido e com uma pressão menor (3’). Consequências: Pontos Negativos: com o aumento da Tev e redução da Pev vamos ter uma temperatura de descarga (4’) maior que anteriormente. Com isso, o condensador terá que trabalhar mais (porque o ∆T vai ser maior e ele vai gastar mais energia para resfriar o refrigerante). O compressor também tem que trabalhar mais, por dois motivos: 1. O ∆P aumente e ele vai precisar de mais energia para comprimir o fluido para a Pcond e 2. O volume específico aumenta o que significa que para a mesma carga térmica e mesma massa de refrigerante o volume ocupado pelo refrigerante é maior. Desse modo, o compressor trabalha mais porque impulsiona uma menor massa de refrigerante por volume. Pontos Positivos: o super-aquecimento é positivo porque garante que só vapor entrará no meu compressor. Nesse equipamento não pode entrar liquido, pois como ele é incompressível, causa danos e desgaste. Dessa forma, o ciclo é dimensionado com 15% de aquecimento para garantir que só entre vapor. OBS: outras formas de garantir que só entre vapor saturado no compressor são: utilizar um separador de líquido antes do compressor, o qual gera um equilíbrio de fases entre o líquido e o vapor (caso haja líquido) e, desse modo, o compressor succiona somente o vapor que fica na parte superior do separador. Desse modo, eu evito a entrada do líquido no compressor. Outra alternativa é usar um isolante na linha entre o evaporador e o compressor que evita o ganho de calor. 4. (PROVA) Super-aquecimento Útil: nesse caso, o super-aquecimento ocorre dentro do evaporador. Isso não é desejado porque a temperatura aumenta e o refrigerante passa a trocar calor sensível com o produto, fazendo com que a troca térmica diminua. Esse calor eu considero para fazer o balanço de energia no evaporador. Combinação de Superaquecimento e Subresfriamento: no ciclo real o ideal é sempre ter o sub-resfriamento e super- aquecimento. Para gerar tais efeitos com aproveitamento de energia posso colocar um trocador de calor, no qual de um lado vai passar vapor satura e do outro líquido saturado, ambos trocam calor entre si e isso resulta em líquido sub- resfriado (porque ele se resfria) e vapor super-aquecido (porque ele de aquece). Esse trocador de calor recebe o vapor que sai do evaporador a caminho do compressor e o líquido que sai do condensador a caminho da válvula de expansão. Linhas: A’: líquido sub-resfriado entrando no evaporador C: vapor saturado entrando no trocador de calor C’: vapor superaquecido entrando no compressor A: líquido saturado entrando no trocador de calor 5. Variação na entropia do compressor. Evaporador Inundado: consiste em colocar uma garrafa entre a válvula de expansão e o evaporador. Desse modo, ocorre um equilíbrio líquido-vapor dentro da garrafa e eu garanto que só vai entrar líquido no evaporador e somente vapor no compressor. O vapor formado na evaporação vai novamente para a garrafa e junto com o vapor saturado já existente é succionado pelo compressor.Do ponto 1 para o ponto 2 ocorre a expansão isoentalpica e o resultado é um líquido que contém um título, ou seja, uma fração em vapor (2). Com o uso da garrafa, o que entra no evaporador é somente o líquido saturado (3). Desse modo, consideramos o ∆Hevaporação entre o ponto 3 e 4=5. O ponto 4 corresponde ao vapor saturado que é formado na evaporação e volta para a garrafa. Já o ponto 5 corresponde ao vapor saturado que é succionado da garrafa pelo compressor. Os dois pontos estão no mesmo local do gráfico porque ambos são vapores saturados, mas possuem quantidades diferentes. Sendo que o vapor saturado 5 é a soma do vapor que já estava na garrafa+vapor proveniente da evaporação (4). Desvantagem: o evaporador inundado requer maior circulação de refrigerante. Balanço de Massa: olhando a garrafa, temos: M1=M2=M5 e M3=M4 Balanço de Energia: carga térmica (sempre relacionada ao evaporador que é onde troca calor com o produto): Qo=M3. ∆H4-3, sabemos que: m1.h1=m2.h2, pois a VE faz uma expansão isoentálpica (h1=h2) Evaporador inundade: temos uma garrafa com líquido e vapor, porém somente o líquido vai para o evaporador. Como o volume de líquido é grande ele não é evaporado por completo, sendo que parte dele volta para a garrafa junto com o vapor (4). Assim, temos que considerar da corrente que deixa o evaporador (4) e a energia de evaporação (Qo). Portanto: h1.m1=h4.m4+Qo DUPLO Estágio: é utilizado para reduzir a potência requerida, além de exigir um número menor de compressores. Além disso, melhora a eficiência volumétrica, reduz o consumo de energia e diminui a temperatura de descarga (na entrada do condensador) e, desse modo, o condensador tem que trabalhar menos porque a troca térmica será menor. O duplo estágio deve ser usado quando o R do simples estágio for entre 8-9. Sendo que R=PDESCARGA/PEVAPORAÇÃO e PDESCARGA é a pressão na entrada do condensador. Quando a capacidade do compressor aumenta, o R diminui porque a pressão de descarga fica menor devido ao uso de dois compressores. Depois de constatada a necessidade do uso de duplo estágio pelo cálculo do R, temos que calcular a Pressão Intermediária (PI). Essa corresponde a pressão descarga do primeiro compressor e a pressão de sucção do segundo compressor. 𝑷𝑰 = √𝑷𝑫𝑬𝑺𝑪𝑨𝑹𝑮𝑨. 𝑷𝑺𝑼𝑪ÇÃ𝑶 Funcionamento Geral de um Duplo Estágio: no duplo estágio, temos dois compressores e um refriador intermediário entre eles que permite a redução da temperatura de descarga. Compressor 1: é o compressor que fica na linha de baixa pressão. Ele succiona o vapor que sai do evaporador, o comprime até a pressão intermediária e descarrega no resfriador intermediário. Trocador de Calor: é o resfriador. Ele recebe o vapor que sai do compressor 1 e o resfria até a condição de vapor saturado (saturação). Compressor 2: é o compressor que fica na linha de alta pressão. Ele succiona o vapor saturado que sai do trocador de calor e o comprime até a pressão de condensação. Classificação de Circuitos Duplo Estágio: Primeiramente podemos classificar os evaporadores como secos ou inundados. Os evaporadores inundados promovem maior transferência de calor, pois ocorre a troca de calor latente e o ∆HEVAPORAÇÃO é maior. Isso ocorre porque é utilizada uma garrafa antes do evaporador que faz com que apenas o líquido saturado entre no evaporador. Além disso, os circuitos podem ser classificados como: 1. Com Resfriador Intermediário Aberto: nesse caso, ao invés do trocador de calor, temos uma garrafa a qual tem a função de reaproveitar a energia do sistema. Essa garrafa recebe duas correntes de entrada: 1. Vapor Superaquecido que foi comprimido pelo primeiro compressor até a pressão intermediária (quente). 2. Mistura entre líquido e vapor na saída da primeira válvula de expansão. Nesse caso, são necessárias duas válvulas de expansão: a primeira vai expandir o líquido até Pressão Intermediária (PI) para que o refrigerante possa entrar na garrafa a qual se encontra nessa pressão. A segunda válvula tem a função de expandir o líquido saturado que sai da garrafa até a Pressão de Evaporação (Pevap) para que ele entre no evaporador com a temperatura desejada (Tevap). Poderíamos realizar um subresfriamento do líquido após a condensação e um superaquecimento do vapor após a evaporação. Depois da segunda válvula de expansão obtemos uma mistura entre líquido+vapor (4). Caso o evaporador fosse inundado, ou seja, se tivesse uma garrafa antes do evaporador, ela iria atuar separando o líquido do vapor através do equilíbrio entre as fases. Desse modo, o evaporador ia receber como corrente de entrada somente o líquido saturado (4’) e o resultado seria uma maior troca térmica (aumenta o ∆HEVAPORAÇÃO). 2. Com Resfriador Intermediário Fechado: nesse caso, a linha de líquido saturado possui duas derivações: na primeira o fluído passa por uma válvula de expansão e entre na garrafa, sendo que parte dele se encontra como vapor e parte como líquido nas condições de P e T intermediárias. Na segunda derivação o líquido saturado (1) passa por uma serpentina que está dentro da garrafa e troca calor com o líquido que já estava lá dentro a uma Tintermediária. Como a TI<Tcond, o líquido sobre um sub-resfriamento (3). O fluído que sai da serpentina sofre uma expansão até a Pevapo e entra no evaporador. Vale ressaltar que a derivação que contém a válvula de expansão é necessária para alimentar a garrafa com líquido a baixas temperaturas (2). Além disso, o vapor que sai do compressor 1 entra nessa mesma garrafa no estado de super-aquecido (6) ao trocar calor com o líquido a Tintermediária, ele se resfria até a condição de saturação e segue para o compressor 2. 3. Com Injeção de Líquido na Linha de Sucção: nesse caso, após o líquido saturado passar pela válvula de expansão, obtemos uma mistura de líquido+vapor (5). Dessa maneira, a fração líquida troca calor com o vapor super-aquecido que saiu do compressor 1(4). Com essa troca térmica, o vapor se resfria e o líquido, absorve calor e evapora, resultando no ponto 6. Isso evita que permitindo que a temperatura de sucção do segundo compressor seja muito alta. OBS: o ponto 6 não atinge a condição de saturação porque a troca térmica não é ideal como na garrafa. Esse sistema é mais barato, pois não se utiliza a garrafa. Por outro lado, os parâmetros devem ser muito controlados para que não entre líquido no compressor e o danifique. Sistema em Cascata: consiste em dois sistemas independentes que operam usando refrigerantes diferentes. Esse sistema é projeto para reduzir a temperatura de condensação de um dos fluídos. A desvantagem é o custo e as instalações são mais complexas. Funcionamento: a troca de calor entre os refrigerantes ocorre por meio de um trocador de calor que fica entre os sistemas independentes. Para o fluído 1, o trocador de calor atua como um evaporador. Já para o fluído 2, atua como um condensador. SISTEMAS INDIVIDUAIS X CENTRAIS: Utilizamos Sistemas centrais quando tenho dois ou mais evaporadores usando temperaturas de evaporação diferentes. Para definir se eu vou usar um sistema central devo avaliar a carga térmica da maior Tev e a carga térmica da menor Tev. Qo (↑Tev) < 20-25%. Qo (↓Tev) Ou seja, eu uso sistema central se a carga térmica da maior temperatura de evaporação for 20-25% menor que a carga térmica da menor temperatura evaporação. Sistema Individual (somente um evaporador): operam independente em cada aplicação, ou seja, vou ter um sistema de recuperação de refrigerante para cada “câmara de resfriamento”. Por exemplo: um ar condicionado instalado em residências, é necessário um para cada cômodo. Além disso, utilizamos refrigerantes halogenados, são sistemas de fácil montagem e instalação e o investimento inicial é baixo porque eles são vendidos prontos. Sistemas Centrais (dois ou maisevaporadores): a recuperação do refrigerante é centralizada, ou seja, todos os evaporadores utilizam os mesmos compressores e condensadores. No entanto, cada evaporador trabalha individualmente para suprir uma carga térmica, sendo que posso ter um evaporador em cada ambiente. Exemplo: olhando a tabela abaixo, vemos que cada câmara requer uma temperatura de evaporação diferente. Desse modo, utilizo um sistema central em que cada evaporador vai suprir a carga térmica requerida para o produto. Supondo que T1=3°C, T2=-5°C, T3=-10°C, uma possível representação do sistema de refrigeração é mostrado na figura ao lado. Nota-se que existem duas válvulas redutoras de pressão nas linhas dos evaporadores que utilizam temperaturas maiores. Isso ocorre porque quanto maior a temperatura do refrigerante, maior será a pressão. Dessa forma, teremos 3 pressões diferentes no sistema P1>P2>P3 e, para que o vapor obtido pelos 3 evaporadores sejam encaminhados ao compressor, é necessário que eles estejam na mesma pressão e, consequentemente, adquirem a mesma temperatura. A perda de pressão causada pela VRP é ISOENTALPICA (desce reto no gráfico). Além disso, quando houver a mistura entre os fluídos a temperatura dessa mistura será a média das 3 temperaturas de saída. Exemplo 1: esquematize um sistema saturado de simples estágio com a linha de líquido evaporando dentro de uma garrafa (0°C) e o evaporador com Tev = -15°C e Tcond = 40°C. Informações que Obtemos a partir do enunciado: 1. Simples Estágio: temos somente um compressor. 2. Linha de Líquido evaporando dentro de uma Garrafa a 0°C: como a Tev é diferente da Tgarrafa, concluímos que não é possível ter uma evaporador inundado. Desse modo, existe uma condição intermediária no meu sistema, PI e uma TI. Esquema: primeiramente, ocorre a expansão do líquido até P(0), dentro da garrafa. Em seguida, o líquido saturado que está na garrafa, sofre outra expansão até P(-15) e é evaporado. Além disso, o vapor saturado que está dentro da garrafa, passa pela VTP até que chegue a P(-15). Esse vapor se mistura com o vapor saturado que saiu do evaporador e juntos atingem a temperatura do ponto F (temperatura média entre D e E). Então, ocorre a compressão até a P(40) e, posteriormente, a condensação fazendo o refrigerante voltar a ser líquido saturado. Benefícios de um congelamento rápido em alimentos (vegetais): → Aumento da vida de prateleira → Redução da velocidade de maturação → Redução da ação de agentes deteriorantes → Retenção de nutrientes Cadeia de frio: riscos de quebra → Processo de refrigeração desde a colheita até o consumo → Aumento da chance da ação de microorganismos microbiológicos e enzimáticos → Perda de nutrientes → Diminuição da vida de prateleira → Alterações físico-químicas Métodos de resfriamento: → Vácuo, água gelada, gelo, ar forçado Tipos de congelamento: → Lento: formação de cristais grandes na região extracelular do produto, além de mudanças sensoriais → Rápido: formação de cristais pequenos nas regiões intra e extracelulares, ajudando na preservação e conservação sensorial do produto Variação da temperatura de estocagem: → Recristalização → Aumento da chance da ação de microorganismos deteriorantes → Mudança sensorial do produto, afetando seu estado final → Ocorre geralmente em alimentos não embalados Refrigerante primário: → Faz troca de calor latente, ou seja, troca com mudança de fase → Absorve o calor do ambiente e transfere para o sistema → Ex: amônia e CO2 Refrigerante secundário: → Faz troca de calor sensível, ou seja, sem mudança de fase → Ex: água e etanol Influência da temperatura de evaporação: → Menor: formação de gelo, e menor rendimento do compressor, pois vai evaporar menos do que o compressor estava esperando succionar → Maior: sem formação de gelo e maior rendimento do compressor (aumento do cop) Ciclo real: → Sub-resfriamento do líquido: é desejável, pois gera o aumento do efeito frigorífico e aumenta a carga térmica → Superaquecimento do vapor de sucção: é indesejável, porém necessário, pois aumenta o volume específico de refrigeração e eleva a pressão da descarga Métodos de alimentação: → Expansão seca: acontece no ciclo saturado ● vantagens: líquido refrigerante reduzido para garantir total evaporação, possui baixa eficiência por ter líquido refrigerante mínimo e apresenta carga total do evaporador de 20-30% maior ● desvantagens: apresenta variações térmicas e baixo controle na linha de sucção → Inundado: ● vantagens: baixa flutuação de temperatura, aumento na taxa de transferência de calor, diminuição do trabalho do compressor ● desvantagens: dificuldade no retorno de óleo, maior quantidade de refrigerante e maior custo inicial