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BIOLOGIA II PRÉ-VESTIBULAR 67PROENEM.COM.BR VÍRUS, BACTÉRIAS E PROTOZOÁRIOS25 VÍRUS, BACTÉRIAS E PROTOZOÁRIOS PRINCIPAIS DIVISÕES TAXONÔMICAS O número de organismos diferentes no mundo ultrapassa oito milhões de espécies. Estes indivíduos estão distribuídos nos mais variados habitats e desempenham as mais diversas funções. Para a ciência, esta mera observação é capaz de levantar muitas perguntas, como, por exemplo, como estes organismos surgiram e o que os fez tão diferentes em determinados aspectos e tão similares em outros tantos. Para responder a essa e outras perguntas o primeiro passo é organizá-los em grupos de acordo com suas similaridades. Assim, ao pensarmos em critérios mais simples, capazes de reunir grandes grupos de organismos, independentemente de suas pequenas particularidades, chegaremos a cinco grandes aglomerados – os cinco reinos de organismos vivos. O primeiro naturalista a tentar compreender e classificar os organismos vivos foi o sueco Carl von Linné (1707 – 1778) que definiu os reinos que hoje conhecemos como Monera, Protoctista, Fungi, Plantae e Animalia. Cada um destes grupos, por sua vez, pode ser estratificado em subgrupos até que se atinja o nível das espécies. Assim, como representado na figura a seguir, dentro de um reino observaremos vários filos que, por sua vez, serão subdivididos em classes. Dentro delas há várias ordens que, assim, abrigam famílias e estas, gêneros, até que chegamos às espécies. Linné ou Lineu, em português, também foi o responsável pelas primeiras regras de nomenclatura binominal. Estes critérios foram estabelecidos de forma a aumentar a capacidade de comunicação entre cientistas de diferentes partes do globo. Assim, era possível evitar que dois pesquisadores consumissem suas vidas com o mesmo organismo sem saber que havia outras descobertas no mesmo campo de estudo. Para que tal mecanismo funcionasse, a primeira regra adotada era o batismo de cada grupo através do latim. Além disso, qualquer grupo que ocupasse posição entre o reino e o gênero deveria ter seu nome iniciado com letra maiúscula. Isso fazia com que a espécie fosse a única divisão a possuir duas palavras em seu nome, sendo formada pelo gênero em que estava localizada e um termo final, escrito com inicial minúscula, chamado epíteto específico. Logo, ao nos referirmos aos humanos, por exemplo, podemos dizer que fazem parte do reino Animalia, do filo Chordata, da classe Mamalia, da ordem Primate, da família Hominidae, do gênero Homo e, por fim, da espécie Homo sapiens. Regras para se escrever o nome da espécie • Latim • Binominal • Sublinhada ou itálico • Primeira letra da primeira palavra em maiúsculo e o restante em minúsculo PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR68 BIOLOGIA II 25 VÍRUS, BACTÉRIAS E PROTOZOÁRIOS Para se escrever a subespécie, repete-se a regra da espécie, porém deve ser trinominal. Exemplo: Homo sapiens sapiens PROEXPLICA Regras para se escrever a família • Em se tratando de animais a palavra deve terminar em IDAE Exemplo: URSIDAE, CANIDAE, FELIDAE • Em se tratando de vegetais deve terminar em ACEAE Exemplo: BROMELIACEAE, ACACTACEAE Repare que todos os termos taxonômicos, por se apresentarem em latim, precisam ser destacados no texto. De forma manuscrita, por exemplo, é comum que se sublinhe cada uma destas palavras, em especial, a espécie. PROEXPLICA Uma classifi cação alternativa e mais moderna aquela proposta por Lineu divide a nossa biodiversidade em domínios, ao invés de utilizar reinos. O domínio Eucarya inclui todos os organismos eucariontes, anteriormente classifi cados nos reinos Protoctista, Fungi, Plantae e Animalia. O domínio Eubacteria inclui boa parte dos procariontes anteriormente classifi cados como bactérias, incluindo aquelas causadoras de doenças em humanos e que são poucos tolerantes a grandes extremos ambientais. Por fi m, o domínio Archea inclui a parcela de procariontes anteriormente classifi cados como arqueobactérias, tipicamente estudados quanto à resistência a situações extremas (temperatura, salinidade, pH, etc) e que hoje são conhecidamente colonizadores de todo e qualquer tipo de ambiente. Por mais que os membros do domínio Archea pareçam mais distantes daqueles presentes no domínio Eucarya dada a presença de muitos organismos extremófi los, dados moleculares demonstram que estes domínios foram grupos irmãos bastante aparentados. Assim, o domínio menos evolutivamente próximo ao nosso passa a ser o Eubacteria. PROEXPLICA PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR 25 VÍRUS, BACTÉRIAS E PROTOZOÁRIOS 69 BIOLOGIA II VÍRUS Ao classifi carmos todos os organismos vivos, algumas entidades biológicas fogem a qualquer um destes grupos, como os vírus. Assim, ainda que alguns cientistas acreditem que tais organismos deveriam participar do agrupamento originalmente feito por Lineu por apresentarem código genético e capacidade de reprodução, a maioria os coloca à parte e isto ocorre porque os vírus não apresentam uma composição celular. Sem membrana citoplasmática, ribossomos e metabolismo próprio, estas partículas virais se tornam completamente dependentes das células que parasitam, sendo, por isso, chamados de parasitas intracelulares obrigatórios. Existem muitas famílias de vírus e cada uma delas possui seus diferenciais que facilitam a atividade parasitária, mas, de uma forma ou de outra, algumas estruturas básicas devem estar presentes. O material genético, por exemplo, é indispensável, e pode ser composto por uma molécula de DNA ou RNA. Nele estão contidas as informações que serão utilizadas durante a síntese de novas partículas virais. Além disso, o genoma viral deve ser delimitado por um capsídeo proteico que, de acordo com a sua arquitetura, pode possibilitar a visualização de regiões distintas como a cabeça, o colar e a cauda. Alguns vírus apresentam uma estrutura membranosa externa ao capsídeo. Tal membrana não se qualifi ca como a membrana citoplasmática por não ser capaz de desempenhar as funções comuns a um ser vivo. PROEXPLICA CICLO REPRODUTIVO VIRAL Ao infectar uma célula, um vírus pode adotar duas estratégias que, em geral, são complementares. Seu material genético, uma vez inserido no citoplasma celular, pode se unir ao genoma do hospedeiro e permanecer latente. Assim, toda vez que a célula vier a se dividir, além de duplicar o seu próprio DNA, ela também o fará com o DNA viral. Esta fase, chamada de ciclo lisogênico, permite que o vírus se espalhe por várias células sem ter formado sequer uma nova partícula viral envolta em capsídeo. No entanto, o ciclo lisogênico pode ser interrompido, tendo início o ciclo lítico. Neste, o genoma viral é duplicado de forma independente ao do hospedeiro. Neste ciclo há a possibilidade de usar a informação genética para a síntese de proteínas do capsídeo que darão origem a diversos envoltórios, capazes de compor diversas novas partículas virais. Por fi m, depois de terem sido montados muitos novos vírus, a célula hospedeira tem sua membrana plasmática rompida (lise celular) e este evento libera, no ambiente, vírus prontos para realizarem novas infecções. PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR70 BIOLOGIA II 25 VÍRUS, BACTÉRIAS E PROTOZOÁRIOS VIROSES Muitas são as doenças causadas por infecções virais. Assim, ainda que muitos dos sintomas sejam similares entre elas, algumas particularidades devem ser notadas, como apresentado nas tabelas a seguir. Princiais viroses humanas Doença Trasmissão Sintomas Observações Sarampo - RNA Contato direto e gotículas de secreções nasais. Tosse seca, fotofobia e manchas vermelhas na pele (exantema). Há vacina. Rubéola - RNA Contato direto e secreções nabucosais. Febre, dor de cabeça, dores articulares, linfonodos inchados e exantema. Malformações em fetos (surdez, catarata). Há vacina. Caxumba - RNA Contato direto e saliva. Febre, dor de cabeça e inflamação das glândulas parótidas (salivares). Complicação: orquite (inflamação dos testículos). Catapora (varicela) - DNA Contato diretoe secreção nasal. Febre, fraqueza linfonodos inchados, manchas vermelhas na pele e coceira. As manchas se tornam vesículas com líquido. Gripe (vírus influenza) - RNA Contato direto e gotículas de saliva Febre, tosse, dor de cabeça e dores musculares. Epidemias. Há vacina Poliomelite - RNA Fecal-oral Afeta os neurônios motores, causando paralisias muscular e respiratória. Vacinas Salk e Sabin. Erradicada no Brasil. Hidrofobia (raiva) - RNA Mordidas (saliva): cão, gato e morcego Febre, espamos musculares, deglutição difícil, paralisia e coma. Há vacina. Herpes - DNA Saliva e relação sexual. Lesões labiais (herpes labial) e genitais (herpes genital). Não há vacina. Recorrente por trauma, estresse e luz solar. Mononucleose infecciosa - DNA Saliva e secreção nasal. Febre, dor de garganta e hipertrofia do baço. Não há vacina. Varíola - DNA Provocou graves epidemias no passado; hoje está mundialmente erradicada e o último caso foi registrado na Somália, em 1977. O vírus está guardado em laboratório. Febre amarela - RNA Mosquito (Aedes aegypt). Febre, dores musculares, dor de cabeça, icterícia, fotofobia e prostração. Há vacina que protege por até 10 anos. Dengue - RNA Mosquito (Aedes aegypt). Mesmos sintomas da febre amarela. Na segunda infecção, pode ocorrer a grave dengue hemorrádica. Não há vacina. Papiloma (HPV) - DNA Contato de pele e genital. Verrugas na pele, papilomas (HPV1 a 4) e verrugas genitais (HPV6 e 11). O HPV16 causa câncer uterino. Hepatite A (hepatite infecciosa) (HAV) - RNA Fecal-oral Maioria assintomática. Febre, vômito, icterícia e náuseas. Há vacina. Hepatite B (soro hepatite) (HBV) - DNA Sangue e relação sexual. Icterícia; a forma crônica causa cirrose. Há vacina. Hepatite C (HCV) - RNA Sangue e relação sexual. Febre, vômito e icterícia; a forma crônica predispõe para o câncer hepático. Não há vacina. AIDS (HIV) - RNA Relações sexuais, transfusão de sangue e seringas contaminadas. Exantema, aftas, inchaço dos nódulos linfáticos, febre, tosse, mal-estar e diarreia. Não há vacina. PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR 25 VÍRUS, BACTÉRIAS E PROTOZOÁRIOS 71 BIOLOGIA II CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS BACTÉRIAS Os primeiros organismos vivos que estudaremos são agrupados no reino Monera. Estes procariontes, sem núcleo definido ou qualquer estrutura membranosa interna, podem ser autotróficos – no caso das cianobactérias – ou heterotróficos – no caso das demais bactérias. De forma geral, suas células são constituídas por uma membrana citoplasmática que delimita o citoplasma, no qual se encontram ribossomos procariontes (70S), um único cromossomo circular e plasmídeos. Assim, enquanto as características básicas de uma determinada espécie são determinadas pelo material genético contido no cromossomo (localizado em uma região conhecida como nucleóide), os demais aspectos de um indivíduo (resistência a antibióticos ou aderência, por exemplo) são conferidos por estes pequenos anéis de DNA chamados plasmídeos, que podem ser transferidos de uma bactéria a outra. Externamente à membrana plasmática se encontram a parede celular constituída majoritariamente por substâncias conhecidas como peptidoglicanos e, em alguns casos, uma cápsula formada por carboidratos ou proteínas. Assim, além das funções de controle exercidas pela membrana, a bactéria conta com um revestimento estrutural de proteção, tanto contra choques mecânicos quanto à desidratação. Vale ressaltar, ainda, que a parede celular e a cápsula não possuem qualquer controle sobre a entrada e saída de substâncias na célula bacteriana, sendo permeáveis a praticamente qualquer molécula. Outras estruturas, oriundas dos envoltórios bacterianos, podem estar presentes. Assim, flagelos e cílios por vezes são visíveis ao microscópio, desempenhando função de movimentação. Já com relação à troca de material genético e fixação ao substrato, muitos indivíduos possuem em sua constituição as fímbrias ou pili, também formadas pela membrana plasmática. Os mesossomos são dobras na membrana plasmática de bactérias que fazem respiração celular aeróbia, é nessa estrutura que a cadeia transportadora de elétrons ocorre. CLASSIFICAÇÃO DAS BACTÉRIAS Os agrupamentos realizados dentro do reino Monera podem levar em consideração diversas características, como formato e organização molecular. Assim, além dos nomes pertinentes às espécies, é comum o emprego da nomenclatura morfológica, onde se distinguem cocos, bacilos, vibriões e espirilos. Por outro lado, a terminologia baseada na complexidade da parede celular também é bastante utilizada, principalmente devido à sua relevância clínica. Esta distinção, desenvolvida em 1884 por Hans Christian Gram, separa as bactérias em dois grupos. De um lado são encontradas espécies com parede celular mais espessa e rígida que, ainda assim, apresenta menor complexidade. Durante o método de coloração para visualização ao microscópio, tais organismos permanecem corados de roxo, sendo chamados Gram positivos. As bactérias Gram negativas, que terminam o processo coradas em tons rosáceos, possuem maior complexidade em sua parede celular. Assim, apesar de possuírem menores quantidades de peptidoglicanos, o que torna a parede mais delgada; externamente a essa camada há uma membrana externa que serve como barreira seletiva à passagem de algumas substâncias. A figura a seguir demonstra, resumidamente, as etapas envolvidas no processo de coloração pelo método de Gram. Assim, através da adição de diferentes reagentes, são separadas as bactérias mais virulentas (Gram negativas) daquelas que apresentam maior capacidade de fixação (Gram positivas). REPRODUÇÃO BACTERIANA Apenas uma modalidade de reprodução é distinguível nos organismos pertencentes a esse grupo. A forma assexuada, conhecida como divisão binária ou cissiparidade, envolve um único indivíduo que, através da duplicação de seu cromossomo, possibilita a ocorrência de uma divisão celular que originará duas células geneticamente idênticas. Neste processo, ainda que não haja adição à variabilidade genética de uma população, garante- se o seu rápido aumento numérico através de um processo de crescimento exponencial. PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR72 BIOLOGIA II 25 VÍRUS, BACTÉRIAS E PROTOZOÁRIOS Existe, ainda, outro processo relacionado ao metabolismo bacteriano que é capaz de ampliar a diversidade genética da população de organismos. Neste caso, porém, não o classificamos como um método de reprodução, uma vez que não são formados novos indivíduos. Assim, três são as possibilidades que envolvem a troca de DNA entre duas bactérias: transformação, transdução e conjugação. Em algumas situações, a morte de bactérias gera a liberação de plasmídeos no meio onde se encontra uma determinada população. Estas moléculas de DNA, então, tornam-se disponíveis aos organismos ainda vivos e a sua captura faz com que estes adquiram novas características, falando-se assim em uma transformação bacteriana. Em outra situação, um vírus (bacteriófago), ao infectar uma bactéria pode trazer consigo um fragmento de DNA que seja transportado consigo até outro indivíduo. Neste processo de transdução, o agente viral é o responsável pela combinação do material genético de duas bactérias. Por fim, no processo de conjugação, uma bactéria replica parte de seu material genético e o transmite a outra. A passagem do DNA de um procarionte a outro depende da formação de uma ponte citoplasmática (pili) que conecta o citoplasma destes dois organismos. RESPIRAÇÃO BACTERIANA • Aeróbia estrita – só sobrevivem na presença de oxigênio. • Anaeróbia estrita – só sobrevive na ausência de oxigênio. • Anaeróbia facultativa - na ausência do oxigênio, realiza respiração anaeróbia. PRINCIPAIS BACTERIOSES Muitas doenças comuns apresentam como agente patogênico (causador) as bactérias. Estas podem ser transmitidas por diversas vias como, a água, o ar, alimentos e relações sexuais sem proteção. Assim,a tabela a seguir apresenta as principais bacterioses, seus agentes causadores e particularidades. Doença Agente Via de transmissão Particularidades Botulismo Clostridium botulinum Ingestão de alimentos no qual houve desenvolvimento da bactéria com liberação de toxina; geralmente alimentos enlatados. A doença é causada pela toxina presente no alimento ingerido e não pela bactéria, uma vez que esta não sobrevive no corpo. Gangrena gasosa Tétano Clostridium novyi; Clostridium perfringens; Clostridium septicum Clostridium tetanii Contaminação acidental de ferimentos profundos. Os agentes causadores são germes que normalmente habitam o solo. Em geral não são parasitas, só causando doença quando acidentalmente penetram em um ferimento. Febre tifóide Salmonella typhi Contaminação fecal de água ou alimentos. A pessoa infectada pode, após o desaparecimento dos sintomas da doença, continuar portando indefinidamente alguns germes, isto é, tornar-se um portador crônico. Suas fezes constituirão um perigo constante para a população, pois delas poderão advir epidemias. O controle dessa doença reside fundamentalmente na identificação e fiscalização dos portadores crônicos. PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR 25 VÍRUS, BACTÉRIAS E PROTOZOÁRIOS 73 BIOLOGIA II Gastroenterites Salmonella Contaminação fecal de água ou alimentos. Qualquer espécie de Salmonella pode pro duzir um ou outro tipo de infecção, erronea mente chamada de intoxicação alimentar. Disenteria bacilar Shigella Contaminação fecal de água ou alimentos. A mais grave das infecções disentéricas. Pneumonia Streptococcus pneumoniae ou Diplococcus pneumoniae Inalação de ar contaminado. Localiza-se nos pulmões. Intoxicação alimentar Micrococcus pyegenes variedade aureus Ingestão de alimento no qual houve desenvolvimento bacteriano com liberação de toxina. Os sintomas da doença são causados pela toxina presente no alimento ingerido e não pela proliferação das bactérias. Gonorréia Neisseria gonorrhoeae Contato sexual. Doença sexualmente transmissível — Uma mãe portadora também pode infectar a cri ança ao nascer. Coqueluche Bordetella pertussis Inalação de ar contaminado. Afeta, geralmente, crianças — A vacinação proporciona controle eficaz. Tuberculose Mycobacterium tuberculosis Inalação de ar contaminado. Esses germes atacam normalmente os pul mões, mas podem se localizar em outras partes do corpo, tais como as meninges (membranas que envolvem o cérebro), os ossos, o nervo óptico. Sífilis Treponema pallidum Contato sexual. Doença sexualmente transmissível — Uma mãe portadora também pode transmitir a doença ao feto durante a gravidez. Cólera asiática Vibrio cholerae Contaminação fecal de água ou alimentos. O germe produz uma infecção intestinal gra ve, que pode levar o indivíduo à morte por perda de líquido. Meningite epidêmica Neisseria meningitidis Inalação de ar contaminado. Os germes instalam-se nas meninges, conduzidos pelo sangue. BIODIVERSIDADE DO REINO PROTOCTISTA O reino Protoctista (antigamente conhecido como Protista) inclui protozoários e algas. Enquanto os primeiros são exclusivamente unicelulares e heterotróficos; os segundos podem ser unicelulares ou pluricelulares, apresentando como principal forma de nutrição a fotossíntese. Tal variedade taxonômica é apontada em estudos recentes como uma falha de classificação, fazendo com que este reino seja considerado um grupo artificial (parafilético). Ou seja, os organismos que estudaremos neste módulo, por mais que venham a ser considerados como pertencentes ao mesmo táxon, não são, na realidade, evolutivamente próximos. CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS PROTOZOÁRIOS Os protozoários são eucariontes que podem ser de vida livre – habitando a água e o solo – parasitas ou mesmo se estabelecerem como seres mutualísticos em relações benéficas a outros organismos como cupins e ruminantes. De forma geral, são heterotróficos e obtém seus nutrientes a partir do meio ambiente em que vivem, ainda que isto signifique a captura de alimento a partir das células hospedeiras que infectam. PRINCIPAIS GRUPOS DE PROTOZOÁRIOS A classificação dos protozoários se baseia na presença ou ausência de estruturas locomotoras. Assim, os sarcodíneos (ex.: amebas) englobam aqueles seres que dependem da formação de pseudópodes (prolongamentos temporários da membrana plasmática) para a movimentação, enquanto os cilióforos (ex.: paramécios) e os mastigóforos (ex.: tripanossomas) apresentam estruturas fixas, sendo os cílios presentes nos primeiros e flagelos nos últimos. PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR74 BIOLOGIA II 25 VÍRUS, BACTÉRIAS E PROTOZOÁRIOS Há ainda seres que não apresentam quaisquer especializações voltadas ao seu deslocamento. Neste caso falamos em esporozoários (ex.: plasmódios) e a sua locomoção depende, em geral, de vetores animais ou do transporte realizado pela água. REPRODUÇÃO DOS PROTOZOÁRIOS A reprodução é geralmente assexuada, mas há organismos capazes de realizar a troca de material genético ou mesmo a produção de gametas. Neste último caso, a variabilidade genética da população aumenta o que difi culta a eliminação de uma espécie por uma determinada alteração ambiental. RELEVÂNCIA MÉDICA DOS PROTOZOÁRIOS Muitas doenças negligenciadas pelos grandes centros de pesquisa e tratamento são causadas pela infecção por protozoários. Tal contato pode ocorrer pela ingestão de alimentos ou água contaminados e pela exposição a um vetor, como um mosquito transmissor. A Doença de Chagas, por exemplo, é causada pelo Trypanosoma cruzi quando este é transmitido através de seu vetor, um percevejo popularmente conhecido como barbeiro (Triatoma infestans). Este animal de hábitos noturnos se alimenta de sangue e costuma buscar esconderijo em aberturas de árvores ou rochas. Quando o humano constrói sua residência em locais próximos à mata, em geral, destruindo-a, aproxima-se e se expõem a este vetor. Assim, durante a picada do percevejo, ocorre a eliminação dos protozoários através de suas fezes que fi cam em contato com a pele humana. Como tal situação costuma provocar coceiras, o próprio humano acaba abrindo pequenas feridas que permitem a entrada do tripanossoma e sua disseminação pelo sangue, como mostra a fi gura a seguir. PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR 25 VÍRUS, BACTÉRIAS E PROTOZOÁRIOS 75 BIOLOGIA II Para eliminar a doença é necessário combater o vetor através do uso de inseticidas e da substituição de casas de pau-a-pique – construídas com barro e escoras de madeira – por construções de alvenaria. Outra medida, esta mais comum, reside na fiscalização de bancos de sangue para que transfusões não sejam as responsáveis pela contaminação de indivíduos saudáveis. Outra protozoose relevante é a malária, causada pelo esporozoário do gênero Plasmodium sp. Estes parasitas são transmitidos ao ser humano através da picada de um vetor, o mosquito anófeles ou prego e, se disseminando através do sangue, atingem o fígado e o baço onde se transformam e assumem uma forma capaz de infectar as hemácias (glóbulos vermelhos do sangue). A proliferação dos plasmódios no interior das hemácias causa a ruptura destas células e consequente liberação das toxinas produzidas pelo parasita que, atém então, se encontravam ali armazenadas. Como este fenômeno ocorre de maneira generalizada, a grande quantidade de toxina provoca quadros de febre a cada 48 horas – febres terçãs – ou 72 horas – febres quartãs – variando de acordo com a espécie de plasmódio causadora da doença. O tratamento é feito com medicamentos e os insetos adultos podem ser combatidos com inseticidas ou, ao menos contidos, através de mosquiteiros e telas. As formas larvais do anofelino devem ser evitadas através da eliminação de objetos que possam acumular água parada, da drenagem de regiões alagadas, pelo uso de larvicidas ou através da criação de peixes que se alimentem delas. Além destas, merecem destaque a Leishmaniose tegumentar (úlcera de Bauru) causadapela Leishmania braziliensis, a Leishmaniose visceral (calazar) causada pela L. donavani ou L. chagasi, a giardíase causada pela Giardia lamblia e a toxoplasmose causada pelo Toxoplasma gondii. PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR76 BIOLOGIA II 25 VÍRUS, BACTÉRIAS E PROTOZOÁRIOS PROTREINO EXERCÍCIOS 01. Aponte duas medidas preventivas contra AIDS. 02. Diferencie a forma de contágio do tétano e da malária. 03. Descreva como podemos adquirir a leishimaniose. 04. Explique como podemos nos prevenir contra a leptospirose. 05. Destaque as principais estruturas de uma bactéria. PROPOSTOS EXERCÍCIOS 01. (UNICAMP) Graças às campanhas de vacinação, a poliomielite foi considerada erradicada no Brasil: o último caso foi registrado em 1989. Contudo, o Ministério da Saúde constatou cobertura vacinal alarmante (abaixo de 50%) em 312 municípios brasileiros em 2018. A vacinação é a única forma de prevenção da poliomielite; é uma questão de responsabilidade social contemplada no Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde. (Fonte: portalms.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/43797- ministerio-da-saude-alerta-parabaixas-coberturas-vacinais-para-polio.) Assinale a alternativa que caracteriza corretamente a poliomielite. a) É uma doença viral contagiosa, que pode ser transmitida através da ingestão de água ou alimentos contaminados por fezes de doentes. b) A transmissão do vírus ocorre por meio de vetores hematófagos que tenham picado uma pessoa contaminada na fase aguda da doença. c) É uma doença bacteriana transmitida por gotículas de saliva ou de sangue de pessoas contaminadas, com alto risco de contágio. d) A transmissão da bactéria ocorre por meio de vetores artrópodes que tenham picado uma pessoa contaminada na fase crônica da doença. 02. (ENEM) Na família Retroviridae encontram-se diversos vírus que infectam aves e mamíferos, sendo caracterizada pela produção de DNA a partir de uma molécula de RNA. Alguns retrovírus infectam exclusivamente humanos, não necessitando de outros hospedeiros, reservatórios ou vetores biológicos. As infecções ocasionadas por esses vírus vêm causando mortes e grandes prejuízos ao desenvolvimento social e econômico. Nesse contexto, pesquisadores têm produzido medicamentos que contribuem para o tratamento dessas doenças. Que avanços tecnológicos têm contribuído para o tratamento dessas infecções virais? a) Melhoria dos métodos de controle dos vetores desses vírus. b) Fabricação de soros mutagênicos para combate desses vírus. c) Investimento da indústria em equipamentos de proteção individual. d) Produção de vacinas que evitam a infecção das células hospedeiras. e) Desenvolvimento de antirretrovirais que dificultam a reprodução desses vírus. 03. (UNESP) A profilaxia pré-exposição (PrEP) ao vírus HIV é um tratamento que consiste no consumo diário do antirretroviral Truvada® e tem como público-alvo pessoas com maior vulnerabilidade a adquirir o vírus. Segundo o Ministério da Saúde, o uso correto do medicamento reduz o risco de infecção por HIV em mais de 90%. Esse uso, porém, não barra a entrada do vírus no organismo, apenas bloqueia a ação da enzima transcriptase reversa. (https://g1.globo.com. Adaptado.) O tratamento com Truvada® a) é profilático porque combate o agente transmissor da AIDS. b) evita que a célula infectada produza moléculas de DNA viral. c) dispensa o uso de métodos contraceptivos de barreira. d) impede a entrada do vírus em células humanas de defesa. e) pode ser eficaz contra outros vírus constituídos por DNA. 04. (ENEM PPL) As fêmeas do mosquito da dengue, Aedes aegypti, têm um olfato extremamente refinado. Além de identificar as coleções de águas para oviposição, elas são capazes de detectar de forma precisa e eficaz a presença humana pela interpretação de moléculas de odor eliminadas durante a sudorese. Após perceber o indivíduo, voam rapidamente em direção à fonte alimentar, iniciando o repasto sanguíneo durante o qual podem transmitir o vírus da dengue. Portanto, o olfato desempenha um papel importante para a sobrevivência dessa espécie. GUIDOBALDI, F.; MAY-CONCHA, I. J.; GUERENSTEIN, P. G. Morphology and Physiology of the Olfactory System of Blood-Feeding Insects. Journal of Physiology-Paris, n. 2-3, abr.-jun. 2014 (adaptado). Medidas que interferem na localização do hospedeiro pelo vetor por meio dessa modalidade sensorial incluem a a) colocação de telas nas janelas. b) eliminação de locais de oviposição. c) instalação de borrifadores de água em locais abertos. d) conscientização para a necessidade de banhos diários. e) utilização de cremes ou pomadas com princípios ativos. 05. (UECE) Atente ao que se diz a respeito de vírus, e assinale com V o que for verdadeiro e com F o que for falso. ( ) Um vírus que se aproxima da célula hospedeira injeta seu material genético e multiplica-se com a ajuda das organelas da célula infectada tem ciclo lisogênico. ( ) Todo vírus possui uma cápsula proteica protetora denominada capsídeo que encerra um genoma de DNA ou RNA. ( ) No ciclo lítico, o vírus invade a célula hospedeira e agrega seu material genético ao genoma da mesma. ( ) Apesar de poder ser causada por fungos e bactérias, a pneumonia também pode ter origem viral. A sequência correta, de cima para baixo, é: a) V, V, F, F. b) F, V, F, V. c) F, F, V, V. d) V, F, V, F. 06. (PUCSP) A produção de vacinas contra diversas doenças virais passa pela multiplicação dos vírus em ovos embrionados de galinha. A figura a seguir ilustra a inoculação de alguns vírus em partes específicas do ovo. PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR 25 VÍRUS, BACTÉRIAS E PROTOZOÁRIOS 77 BIOLOGIA II Considerando os diferentes anexos embrionários em que são inoculados os vírus citados na figura, é CORRETO afirmar que a) o vírus da gripe é inoculado no anexo 3, que permite o desenvolvimento embrionário em ambiente terrestre e serve como depósito de excretas produzidas pelo embrião. b) o anexo 6, onde se inocula o vírus da caxumba, é encontrado em todos os grupos de vertebrados e protege o embrião contra choques mecânicos. c) o anexo 2, que armazena substâncias nutritivas para o embrião, passa a produzir anticorpos contra o vírus da herpes, os quais serão purificados e utilizados nas vacinas. d) o anexo 1, que permite trocas gasosas entre o embrião e o meio externo, contém elementos do cório e do âmnio, e é onde há multiplicação de antígenos dos poxvírus inoculados. 07. (PUCCAMP) A reciclagem tem sido utilizada com sucesso para reduzir o impacto do acúmulo de lixo no meio ambiente. Caso não receba tratamento adequado, o lixo pode proporcionar a proliferação de organismos transmissores de doenças, tais como: a) sífilis. b) doença de Chagas. c) leptospirose. d) hepatite C. e) caxumba. 08. (UNICAMP) Em 2016, a Organização Mundial de Saúde (OMS) apresentou novas diretrizes para o tratamento de três doenças sexualmente transmissíveis: sífilis, gonorreia e clamidíase. As três doenças citadas são causadas por a) microrganismos (bactérias ou vírus), que passaram dos macacos para o ser humano há muitos anos, levando ao surgimento de epidemias e pandemias. b) bactérias, que podem se tornar resistentes a antibióticos, se utilizados em excesso ou de forma inapropriada, dificultando o tratamento. c) bactérias, que podem ser tratadas e eliminadas pelo uso diligente de preservativos (masculinos ou femininos) durante as relações sexuais. d) protozoários, que podem ser tratados e eliminados pelo uso diligente de preservativos (masculinos ou femininos) durante as relações sexuais. 09. (FUVEST) O botulismo provocou a morte de 1,1 mil cabeças de gado, no último mês de agosto, numa fazenda em Mato Grosso do Sul. A suspeita clínica inicial foi confirmada pelo exame das amostras de grãos úmidos de milho fornecidos aos animais, demonstrando a presença da toxinabotulínica, que é produzida pela bactéria Clostridium botulinum. Considerando que a toxina botulínica bloqueia a transmissão neuromuscular, a morte dos animais deve ter sido decorrente de a) infecção generalizada. b) hemorragia interna. c) desidratação provocada por diarreia. d) acidente vascular cerebral. e) parada respiratória. 10. (UNESP) As chamadas Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) também são transmitidas por outras vias, além da relação sexual. O quadro apresenta algumas DSTs. DST Agente infeccioso Sintomas Sífilis bactéria Treponema pallidum Lesões nos órgãos genitais, na pele e nas mucosas. Pode afetar o sistema nervoso. Cancro mole (cancro venéreo simples, cavalo) bactéria Haemophilus ducreyi Lesões nos órgãos genitais, mais frequentemente no homem. Aids vírus da imunodeficiência humana – HIV Ataque às células do sistema imunitário ocasionando imunodeficiência e infecções oportunistas. Gonorreia (blenorragia) bactéria Neisseria gonorrhoeae Ardor ao urinar e secreção uretral de cor amarelada. Nos bebês, pode levar à cegueira. Condiloma acuminado (crista de galo, HPV) papiloma vírus humano – HPV Lesões em forma de crista nos órgãos genitais. Pode levar ao câncer nos órgãos genitais e no ânus. Suponha que Júlio adquiriu uma DST através de transfusão sanguínea, que Paulo adquiriu uma DST ainda no ventre materno e que Adriano teve uma DST que só se adquire por relação sexual. As DSTs de Júlio, Paulo e Adriano podem ser, respectivamente, a) cancro mole, aids e condiloma acuminado. b) condiloma acuminado, gonorreia e sífilis. c) aids, sífilis e cancro mole. d) gonorreia, condiloma acuminado e aids. e) sífilis, cancro mole e gonorreia. 11. (ENEM) Os medicamentos são rotineiramente utilizados pelo ser humano com o intuito de diminuir ou, por muitas vezes, curar possíveis transtornos de saúde. Os antibióticos são grupos de fármacos inseridos no tratamento de doenças causadas por bactérias. Na terapêutica das doenças mencionadas, alguns desses fármacos atuam a) ativando o sistema imunológico do hospedeiro. b) interferindo na cascata bioquímica da inflamação. c) removendo as toxinas sintetizadas pelas bactérias. d) combatendo as células hospedeiras das bactérias. e) danificando estruturas específicas da célula bacteriana. PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR78 BIOLOGIA II 25 VÍRUS, BACTÉRIAS E PROTOZOÁRIOS 12. (ENEM 2ª APLICAÇÃO) Suponha que uma doença desconhecida esteja dizimando um rebanho bovino de uma cidade e alguns veterinários tenham conseguido isolar o agente causador da doença, verificando que se trata de um ser unicelular e procarionte. Para combater a doença, os veterinários devem administrar, nos bovinos contaminados, a) vacinas. b) antivirais. c) fungicidas. d) vermífugos. e) antibióticos. 13. (UNICAMP) Nos porões dos navios vindos do Oriente no século XIV, chegavam milhares de ratos à Europa, onde encontravam um ambiente favorável, dadas as condições precárias de higiene. Esses ratos estavam contaminados e suas pulgas transmitiam um agente etiológico aos homens através da picada. Os ratos também morriam da doença e, quando isto acontecia, as pulgas passavam rapidamente para os humanos, para obterem seu alimento, o sangue. Qual é o agente etiológico e qual é o nome popular dessa doença? a) Vírus, peste bubônica. b) Bactéria, peste bubônica. c) Vírus, leptospirose. d) Bactéria, leptospirose. 14. (UNICAMP) A malária representa um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Embora a dimensão geográfica da transmissão esteja encolhendo no Brasil, o país ainda registra 42% dos casos da doença nas Américas. A Fundação Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro, recentemente desenvolveu um preparado com alta eficácia antimalárica, agora em fase de ensaios clínicos. (Fontes: “Desafios para eliminação da malária”, Agência Fapesp, 2017; MAÍRA Menezes, “Malária: ensaio clínico aponta alta eficácia e ausência de resistência a medicamento”, Portal Fiocruz, 2016.) Levando em conta seus conhecimentos sobre o ciclo de vida do Plasmodium, assinale a alternativa que indica um possível mecanismo de ação do preparado antimalárico. a) Alterar a morfologia das hemácias dos mosquitos, diminuindo a taxa de infecção pelo parasita. b) Impedir a entrada de parasitas nos linfócitos, reduzindo a carga de gametócitos circulantes. c) Promover a multiplicação de esporozoítos no fígado, reduzindo o número de gametócitos. d) Inibir a multiplicação de merozoítos nos eritrócitos, diminuindo a carga de parasitas circulantes. 15. (MACKENZIE) O quadro abaixo apresenta três parasitoses, seus causadores, principais sintomas e formas de contágio. Parasitose Causador Sintomas Contágio Tétano Bactéria Clostridium tetani X Perfurações e cortes feitos com objetos contaminados. Y Vírus RABV Confusão mental, hidrofobia Mordidas de animais contaminados. Doença de Chagas Z Hipertrofia do miocárdio. Fezes contaminadas do inseto Triatoma infestans (barbeiro) As letras X, Y e Z correspondem, respectivamente, a X Y Z a) Confusão mental, convulsões Meningite Protozoário Plasmodium vivax b) Contração involuntária da musculatura, inclusive do diafragma Raiva Protozoário Trypanosoma cruzi c) Lesões nos pulmões, coração e fígado Tuberculose Bactéria Yersinia pestis d) Espasmos musculares, convulsões Peste bubônica Bactéria Leptospira interrogans e) Parada cardiorrespiratória Leptospirose Protozoário Leishmania brasiliensis 16. (ENEM) A utilização de extratos de origem natural tem recebido a atenção de pesquisadores em todo o mundo, principalmente nos países em desenvolvimento que são altamente acometidos por doenças infecciosas e parasitárias. Um bom exemplo dessa utilização são os produtos de origem botânica que combatem insetos. O uso desses produtos pode auxiliar no controle da a) esquistossomose. b) leptospirose. c) leishmaniose. d) hanseníase. e) aids. 17. (MACKENZIE) Algumas doenças humanas são causadas por protozoários pertencentes ao Filo Mastigophora, como mostra o quadro abaixo. Doença Agente causador Sintomas Forma de Contágio Leishmaniose (úlcera de Bauru) Leishmania brasiliensis Ulcerações de pele, principalmente no rosto, braço e pernas A Doença do sono B Sonolência e torpor devido a lesões do sistema nervoso Picada da mosca tsé-tsé Giardíase Giardia lamblia Diarreia e dores abdominais C A, B e C, devem ser preenchidos correta e respectivamente por a) Picada do mosquito-palha, Trypanosoma gambiensis e ingestão de água ou alimentos contaminados. b) Picada do mosquito Culex, Trypanosoma cruzi e ingestão de verduras mal lavadas. c) Picada do mosquito Anopheles, Trypanosoma gambiensis e ingestão de carne de porco. d) Picada do inseto barbeiro, Trypanosoma cruzi e ingestão de alimentos contaminados. e) Picada do mosquito Anopheles, Trypanosoma cruzi e ingestão de água não potável. PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR 25 VÍRUS, BACTÉRIAS E PROTOZOÁRIOS 79 BIOLOGIA II 18. (UECE) Denomina-se tripanossomíase qualquer doença causada por protozoários do gênero Trypanosoma que afetam o sistema cardiovascular. Entre esses protozoários, o Trypanosoma cruzi é o agente causador da doença de Chagas, uma endemia muito comum em países subdesenvolvidos. Sobre a doença de Chagas, é correto dizer que a) por ser transmitida somente pela picada do barbeiro, os casos têm diminuído no Brasil, em função da melhoria das condições de moradia nos últimos anos. b) pacientes infectados precisam ficar isolados de pacientes sadios, pois uma forma de contágio da doença é o contato com fluidos orgânicos de doentes, como gotículas de saliva contaminada. c) apesar de ser uma enfermidade muito grave, a cura é possível pela administração de antibióticos potentes aos pacientes contaminados. d) a contaminaçãopode ocorrer a partir da ingestão de alimentos crus e contaminados com fezes do parasita, da transfusão de sangue ou de transplantes de órgãos contaminados. 19. (MACKENZIE) Muitas pessoas confundem as doenças Malária, Amarelão e Febre Amarela, pensando que são nomes de uma mesma doença. Assinale a alternativa correta. a) Essas doenças são bem diferentes porque apresentam causadores e transmissores diferentes. b) Essas doenças são diferentes quanto aos transmissores e não quanto aos causadores. c) Essas doenças são diferentes quanto aos causadores e não quanto aos transmissores. d) Essas doenças são semelhantes quanto aos sintomas, pois todas provocam hemorragia. e) Essas doenças são todas possíveis de serem evitadas por vacinação. 20. (FUVEST) Procurando bem Todo mundo tem pereba Marca de bexiga ou vacina E tem piriri, tem lombriga, tem ameba Só a bailarina que não tem Edu Lobo e Chico Buarque, Ciranda da bailarina. A bailarina dos versos não contrai as doenças causadas por dois parasitas de importância para a saúde pública: a lombriga (Ascaris lumbricoides) e a ameba (Entamoeba histolytica). Todo mundo, porém, pode-se prevenir contra essas parasitoses, quando a) não nada em lagos em que haja caramujos e possibilidade de contaminação com esgoto. b) lava muito bem vegetais e frutas antes de ingeri-los crus. c) utiliza calçados ao andar sobre solos em que haja possibilidade de contaminação com esgoto. d) evita picada de artrópodes que transmitem esses parasitas. e) não ingere carne bovina ou suína contaminada pelos ovos da lombriga e da ameba. APROFUNDAMENTO EXERCÍCIOS DE 01. (UNICAMP) Em algumas regiões do Brasil, como no Estado de São Paulo, a maneira usual de transmissão de Tripanosoma cruzi para o ser humano, por meio de triatomídeos, deixou de ser importante, principalmente em consequência das medidas de controle desse artrópode. Dê duas explicações para o aparecimento, nessas regiões, de novos casos humanos autóctones da doença de Chagas. 02. (UNESP) O mal de Chagas é uma doença que afeta grande número de pessoas em áreas rurais do Brasil. Com respeito a essa doença, responda as seguintes questões: a) Como as pessoas são infectadas? b) Qual o agente transmissor? c) Qual órgão do corpo é afetado pelo agente patogênico? d) Qual a medida profilática para erradicar a doença? 03. (FUVEST) O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) diz que 86 índios makuxi do município de Normandia (RR), estão com malária provocada por garimpeiros evadidos da área Ianomâmi. (Folha de São Paulo - 25/11/90) Explique como a malária dos garimpeiros pode ter passado para os índios. 04. (UNESP) O controle das doenças bacterianas infecciosas feito por antibióticos ainda não está totalmente resolvido. A cada medicamento produzido, verifica-se o aparecimento de linhagens de bactérias que não respondem ao tratamento. Diante desse fato, conclui-se que os antibióticos induzem o aparecimento de bactérias resistentes. Pergunta-se: a) Está correta esta conclusão? b) Justifique a sua resposta. 05. (UNICAMP) Um dos animais sinantrópicos mais importantes na área de Saúde Pública é o rato. Quando ocorrem enchentes podem aparecer surtos de leptospirose humana. Qual é a relação entre as enchentes e os surtos de leptospirose? GABARITO EXERCÍCIOS PROPOSTOS 01. A 02. E 03. B 04. E 05. B 06. A 07. C 08. B 09. E 10. C 11. E 12. E 13. B 14. D 15. B 16. C 17. A 18. D 19. A 20. B EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO 01. Transfusões sanguíneas e transmissão vertical, da mãe infectada pelo T. cruzi, para seu filho, durante a gestação ou da amamentação. 02. a) Fezes contaminadas do inseto conhecido popularmente por barbeiro ou chupança. b) Inseto hemíptero 'Triatoma infestans' ou 'Panstrogylus megistus'. c) Miocárdio. d) Uso de inseticidas, evitar desmatamentos e casas de sapê ou pau-a-pique. 03. O Anopheles sp., vetor do Plasmodium sp., foi contaminado quando picou garimpeiros com malária. Posteriormente o vetor picou os índios transmitindo o protozoário. 04. a) Não. b)Os antibióticos selecionam as linhagens de bactérias resistentes, eliminando apenas as sensíveis. 05. A água das enchentes espalha a urina do rato contaminada com a bactéria causadora da Leptospirose. PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR80 BIOLOGIA II 25 VÍRUS, BACTÉRIAS E PROTOZOÁRIOS ANOTAÇÕES
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