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Animais que erroneamente nos assustamos e os achamos maus

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Animais que erroneamente nos assustamos e os achamos
maus
Costumamos sentir medo de certos animais sem ao menos entender o motivo de tanto pavor. Ao longo
da história, muitas vezes associamos algumas espécies com o mal, mesmo quando não há razão para
isso.
Segundo a autora da obra A Cultura e História dos Animais na Idade Medieval, Brigitte Resl, os animais
noturnos costumavam ser retratados na literatura da época com bastante simbolismo. Eles eram
estranhos às pessoas naqueles tempos.
“Nos períodos pré-modernos, as noites eram muito mais assustadoras do que se tornariam mais tarde,
quando se poderia acender velas e lâmpadas. Nesses períodos remotos, a noite era apenas escura”,
explica a autora em uma entrevista divulgada pela BBC Earth.
Foto: depositphotos
Segundo a especialista, as pessoas não conseguiam entender como os animais podiam andar nessas
condições noturnas. Hoje em dia, com o avanço das pesquisas, sabemos que isso ocorre devido ao
grande número de células de bastonete em seus olhos. O pigmento presente nestas células é bastante
sensível à baixa luminosidade e é produzido a uma taxa constante durante a noite, permitindo que estes
animais enxerguem.
A autora sugere uma outra explicação para a má reputação que animais inocentes, como o sapo,
ganharam. Possivelmente a atividade sexual do anfíbio durante a época de acasalamento pode ter sido
desaprovada durante a religiosa Idade Média.
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Foto: Reprodução/BBC/Edwin Giesbers/Naturepl.com
Muitas vezes a percepção negativa que temos sobre algum animal são projeções das nossas próprias
imoralidades. A notícia boa é que, com o tempo, essas percepções são modificadas. Por exemplo a
coruja, que já foi muito associada a elementos negativos, hoje é um grande símbolo de sabedoria.
O ativista dos direitos dos animais, Margo Demello, citou, em entrevista para o portal, outro exemplo de
animais que previamente não gostamos: o coelho e a lebre.
Hoje em dia consideramos como animais fofos e inocentes, mas na Suécia, no início do século 18,
existia uma crença popular de que as bruxas se transformavam em lebres e sugavam o leite das vacas
até secarem.
“Parece extraordinário e ridículo, mas há casos judiciais reais em que as mulheres foram julgadas e
condenadas no testemunho espectral de seus vizinhos”, diz Demello.

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