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Apostila Pintura e Revestimento Schola Digital

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Pintura e Revestimento 
 
 
 
 
SCHOLA DIGITAL 
2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Didático de Leitura 
Obrigatória utilizado na 
Disciplina de Pintura e 
Revestimento – Revisão 00 
de Janeiro de 2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÍNDICE 
 
UNIDADE 1 – SISTEMA DE PINTURAS 
Aula 1: Tintas I............................................................................................................................1 
Aula 2: Tintas II.........................................................................................................................15 
Aula 3: Agentes Diversos..........................................................................................................31 
Aula 4: Manutenção e Conservação.........................................................................................40 
Aula 5: Patologias Congênitas..................................................................................................52 
Aula 6: Patologias Outras.........................................................................................................61 
UNIDADE 2 – SISTEMA CERÂMICOS 
Aula 7: Conceitos Gerais...........................................................................................................81 
Aula 8: Fabricação de Cerâmicas..............................................................................................93 
Aula 9: Parâmetros de Projetos..............................................................................................105 
Aula 10: Execução...................................................................................................................116 
Aula 11: Patologias.................................................................................................................126 
Aula 12: Particularidades e Recomendações..........................................................................137 
 
 
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Aula 1 – Tintas I 
 
UNIDADE 1 – SISTEMA DE PINTURAS 
 
 
 
 
 
1 
 
 
Unidade 1 – Sistema de Pinturas 
 
Aula 1: Tintas I 
 
Pintar significa proteger e embelezar. É necessário assegurar que as qualidades da tinta 
permanecerão firmes e aderidas ao substrato mantendo por um determinado tempo, as 
propriedades essenciais. Esta mesma preocupação deverá ser direcionada à preparação das 
superfícies a serem pintadas. Sem o que tudo estará comprometido. Por fim, dever-se-á exigir 
profissionais com qualidade, experiência e, porque não, equipamentos modernos. 
 
1. A História da Tinta 
A história do uso das cores e da pintura se confunde com a própria história da 
humanidade. O ser humano na pré-história, possuidor de limitados recursos verbais para 
transmitir suas experiências, viu-se obrigado a desenvolver alternativas que 
complementassem sua comunicação e que perpetuasse a informação. 
1.1. A cor na pré-história 
Descobertas atuais demonstram que as gravuras encontradas em cavernas remetem 
ao último Período Glacial. Os nossos ancestrais perceberam que certos produtos, como o 
sangue, por exemplo, uma vez espalhado nas rochas deixavam marcas que não 
desapareciam. Logo estes materiais começaram a ser utilizados para transmitir informações. 
Com a necessidade de aumentar a durabilidade das pinturas e diversificar as cores, as 
chamadas pinturas rupestres passaram a utilizar óxidos naturais, presumivelmente 
abundantes junto à superfície do solo naquele tempo, como os ocres e vermelhos. 
Para que fosse possível "pintar" era necessário um ligante que pudesse fixar os 
pigmentos à superfície conferindo alguma durabilidade. A solução foi misturá-los ao sebo ou 
seiva vegetal. 
Aula 1 – Tintas I 
 
PINTURA E REVESTIMENTO 
 
 
 
 
 
2 
 
 
Com o aprimoramento da competência artesanal, ainda no período glacial, começaram 
a surgir as primeiras ferramentas e equipamentos auxiliares para executar as pinturas, bem 
como para manufaturar as matérias-primas utilizadas na preparação das tintas. 
Depois disso, durante milhares de anos, pouco se acrescentou às descobertas iniciais. 
A história começa a registrar novidades quando várias civilizações surgem do longo período 
de maturação da mente humana. 
1.2. Egito 
Durante o período de 8000 a 5800 A.C. surgiram, desenvolvidos pelos egípcios, os 
primeiros pigmentos sintéticos. Estes pigmentos eram derivados de compostos de cálcio, 
alumínio, silício e cobre, razão pela qual possuíam grande gama de azuis, como o até hoje 
utilizado Azul do Egito. Além do desenvolvimento de pigmentos baseados em materiais 
minerais também foram desenvolvidos os de origem orgânica. Os produtos usados como 
ligantes incluíam goma arábica, albumina de ovo, cera de abelha entre outros. 
1.3. Grécia e Roma 
Gregos e romanos utilizavam pigmentos como os egípcios, tendo desenvolvido grande 
variedade de pigmentos minerais, derivados de chumbo, zinco, ferro e orgânicos; derivados 
de ossos. Assim como no Egito, os bálsamos naturais eram utilizados como proteção para 
navios, revestindo os cascos. Neste período da história são relatados usos de ferramentas 
como espátulas e trinchas. 
1.4. A pintura no Oriente 
Os orientais utilizavam diversos materiais orgânicos e minerais para suas pinturas. Os 
chineses e japoneses preparavam materiais para decoração de suas porcelanas, sendo que 
os indianos e persas faziam uso de trinchas e elementos de corte para executar a pintura. 
Ainda neste período os maiores desenvolvimentos se davam em função do uso decorativo 
da pintura, sem grande importância ao aspecto de conservação. 
1.5. As Américas 
Os índios das Américas, especialmente no que hoje conhecemos como América do 
Norte, faziam uso de vários materiais de origem vegetal nas suas pinturas e em seus 
cosméticos, além dos minerais retirados de rios e lagos. 
Aula 1 – Tintas I 
 
UNIDADE 1 – SISTEMA DE PINTURAS 
 
 
 
 
 
3 
 
 
Os nativos da América do Sul utilizavam penas de pássaros para a confecção de seus 
apetrechos de pintura. Neste período, algumas pinturas já possuíam boa durabilidade. 
1.6. Idade Média 
Neste período surgem os primeiros registros da utilização de vernizes como proteção 
para superfícies. Estes materiais eram preparados a partir do cozimento de óleos naturais e 
adição de alguns ligantes. 
1.7. O impulso da Revolução industrial 
Assim como em outros setores industriais, foi durante o período da Revolução 
Industrial que a indústria de tintas e vernizes se desenvolveu com maior rapidez. O copal e o 
âmbar eram as resinas mais comumente utilizadas. As primeiras indústrias surgiram na 
Inglaterra, França, Alemanha e Áustria. As fórmulas eram tratadas sob sigilo absoluto, e 
tidas como uma informação de poucos privilegiados. 
1.8. Novos desenvolvimentos 
Durante o século XX, a indústria de tintas passou por grande evolução tecnológica, o 
que gerou o aparecimento de novos materiais, cada vez mais adequados ao usuário. Os 
desenvolvimentos também trouxeram produtos de maior resistência, garantindo 
longevidade às superfícies tratadas. 
1.9. Inicio da Atividade Industrial no Brasil 
A história da indústria de tintas brasileira teve início por volta do ano 1900, quando os 
pioneiros Paulo Hering, fundador das Tintas Hering, e Carlos Kuenerz, fundador da Usina 
São Cristóvão, ambos imigrantes alemães, iniciaram suas atividades na nova pátria e lar. 
Sucessivamente outras empresas, atraídas pelo novo mercado potencial, começaram a se 
instalar em nosso País e desenvolverfortemente o setor. 
2. Tipos 
Existem duas classificações básicas para tintas: 
• À base de óleo ou solventes; 
• À base de água. 
Aula 1 – Tintas I 
 
PINTURA E REVESTIMENTO 
 
 
 
 
 
4 
 
 
As denominações citadas espelham a principal diferença entre as duas categorias de 
tintas, denominada porção líquida, ou veículo da tinta. A porção líquida de uma tinta à base 
de óleo contém solventes como o mineral spirits. Nas tintas à base de látex. A porção 
líquida contém água. 
Vantagens das Tintas à base de Solventes são: 
• Proporciona melhor cobertura na primeira demão; 
• Adere melhor a superfícies que não estão muito limpas; 
• Tempo de abertura maior (espaço de tempo em que a tinta pode ser aplicada 
com pincel antes de começar a secar); 
• Depois de seca apresenta maior resistência à aderência e a abrasão. 
As vantagens das tintas à base de água são: 
• Melhor flexibilidade em longo prazo; 
• Maior resistência a rachaduras e lascas; 
• Maior resistência ao amarelecimento, em ares prot4egidas da luz do sol; 
• Exala menos cheiro; 
• Pode ser limpa com água; 
• Não é inflamável. 
 
Aula 1 – Tintas I 
 
UNIDADE 1 – SISTEMA DE PINTURAS 
 
 
 
 
 
5 
 
 
2.1. Tintas à base de Óleo 
As tintas à base de óleo têm boa cobertura (característica da tinta de cobrir ou mudar 
a superfície original) e adesão ao substrato aplicado. Por outro lado, em aplicações 
externas, algumas destas tintas tendem a oxidar, fazendo com que a película, com o passar 
do tempo torne-se quebradiça, ocorrendo diversas linhas de trincas e fissuras. Em 
aplicações internas, costuma ocorrer o amarelamento e, às vezes, pequenos 
desplacamentos da película. Estas tintas são mais difíceis de aplicação que as formuladas 
com látex, demorando de 8 a 24 horas para proceder a secagem da película aplicada. 
Não devem ser aplicadas sobre superfícies com características alcalinas e, mais 
especificamente, sobre aquelas que não se apresentem totalmente curadas. Também não 
devem ser aplicadas diretamente sobre superfícies metálicas galvanizadas. Em ambos os 
casos há esta contra indicação devido ao fato de que, desta forma, haverá a saponificação 
do filme. 
2.2. Tintas à base de Água 
As tintas base água dividem-se em acrílicas e copolímero de acetato de vinila (PVA). 
2.2.1. Tintas à base de PVA 
As tintas à base de PVA oferecem mais qualidades para fins externos que as tintas à 
base de óleo, já que apresentam maior variedade de cores, retenção do brilho, melhor 
resistência à surgência de fissuras, à radiação UV e ao desenvolvimento de mofo. 
2.2.2. Tintas à base de Acrílico 
As tintas de acrílico de fórmula pura oferece em relação ao látex maior resistência: 
• Ao amolecimento por gordura; 
• Ao descascamento; 
• À formação de bolhas; 
• Ao crescimento de algas e fungos; 
• À formação de manchas por água, mostarda, molho de tomate, café; 
• Aos produtos de limpeza doméstica; 
• Manutenção de cor; 
• Adesão em condições úmidas. 
Aula 1 – Tintas I 
 
PINTURA E REVESTIMENTO 
 
 
 
 
 
6 
 
 
A qualidade das tintas à base de látex para utilização externa, hoje, é inquestionável, 
Particularmente aquelas formuladas com resinas 100% acrílicas, já que seu filme mantém a 
flexibilidade por anos. 
 
3. Componentes 
Todas as tintas são compostas por quatro componentes básicos, que darão efeitos 
particulares em suas performances, desconsiderando o fato de serem à base de solvente ou 
água. Os componentes são: O pigmento, a resina, a porção líquida e os aditivos. Os três 
últimos formam o veículo da tinta. 
3.1. Pigmento 
São materiais insolúveis, geralmente com grande finura, sendo sintéticos ou naturais, 
que dão cor e poder de cobertura à tinta. O dióxido de titânio, pigmento branco, é o mais 
empregado na formulação das tintas, é um dos ingredientes que melhora a qualidade da 
Aula 1 – Tintas I 
 
UNIDADE 1 – SISTEMA DE PINTURAS 
 
 
 
 
 
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tinta, garantindo alto poder de cobertura, alvura, durabilidade, brilho e opacidade. Os 
“extenders” ou “cargas” também são pigmentos, inertes como o carbonato de cálcio, 
silicatos de magnésio e de alumínio, sílica, etc., que são adicionados às tintas de modo a dar 
volume, sem acrescentar praticamente nada em seu custo. 
Os pigmentos podem ser divididos em orgânicos e inorgânicos. Os inorgânicos são 
todos os pigmentos brancos e cargas e uma grande faixa de pigmentos coloridos, sintéticos 
ou naturais. Os orgânicos são substâncias corantes insolúveis e normalmente não tem 
características ou funções anticorrosivas. Uma dos aspectos mais importantes a se observar, 
é sua durabilidade ou propriedade de permanência sem alteração de cor. 
 
3.2. Resina 
É um material ligante ou aglomerante, normalmente um polímero, não volátil, 
também chamado de “veículo sólido” que fixa, junta e faz aderir as partículas do pigmento, 
dando integridade à película de pintura. Propriedades da tinta como dureza, resistência à 
abrasão, resistência aos álcalis e adesão são governadas basicamente pela resina. 
Quando a pintura é aplicada e seca, seu poder de aderência à superfície deve-se à 
resina que, dependendo do tipo e quantidade adicionada à formulação da tinta, será 
fundamental para dar resistência ou retenção de cor, brilho, flexibilidade ao filme e, 
finalmente, durabilidade. Deduz-se, portanto, que uma tinta com pouca ou nenhuma resina 
terá uma performance deficiente e, por fim, uma durabilidade extremamente baixa. A 
caiação é uma tinta que, essencialmente, não contém resina. 
Aula 1 – Tintas I 
 
PINTURA E REVESTIMENTO 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
As tintas compostas de solventes podem ser formuladas com resinas sintéticas ou 
naturais. É interessante ressaltar que mais de 90% das tintas a base de solvente usam 
resinas alquídicas (reação de álcools polihidricos, como os glicols e a glicerina, adicionando-
se ácidos orgânicos como o maleic e o sebaic) como aglomerante. Este aglomerante, 
explicando de outra maneira, é composto por resinas modificadas com óleos vegetais, como 
o de linhaça e de tungue que secam rapidamente e formam uma película dura, 
diferentemente dos óleos vegetais e resinas sintéticas. Estas tintas não devem ser aplicadas 
diretamente sobre paredes ou superfícies alcalinas, a não ser que se aplique um isolante 
resistente aos álcalis. De outra forma, ocorrerá a saponificação do veículo. Nas tintas à base 
d´água, a resina é essencialmente sintética, sendo que a acrílica (ou 100% acrílica) e a vinil 
acrílica (também chamada acetato de polivinil ou PVA) são mais comuns. Já é de 
conhecimento geral que as tintas formadas com 100% de resina acrílica promovem melhor 
adesão à superfície e dão maior durabilidade que as tintas vinil acrílicas, particularmente em 
superfícies alcalinas (existem tiras de papel e lápis que medem o PH da superfície). 
3.3. Porção Líquida ou Volátil (Solvente) 
Com diferentes funções, dependendo do tipo da tinta, mantém os pigmentos e as 
resinas dispersas ou dissolvidas em um estado fluido ou com baixa viscosidade, tornando a 
tinta fácil de aplicar. Após a aplicação da tinta, a porção líquida evapora totalmente e deixa 
atrás uma película de pigmentos estruturada com a resina. Normalmente não reagem com 
os constituintes da tinta. 
Aula 1 – Tintas I 
 
UNIDADE 1 – SISTEMA DE PINTURAS 
 
 
 
 
 
9 
 
 
A porção volátil mais freqüente nas tintas à base de óleo são: a trupentina (solventedestilado do pinheiro) e os derivados do petróleo como xilol, toluol, etc., que dissolvem a 
resina. 
São os produtos que tem a capacidade de dissolver outros materiais sem alterar suas 
propriedades químicas. O resultado dessa interação é denominado solubilização. Os 
solventes são, via de regra, voláteis e na sua maioria inflamáveis. Eles estão presentes nas 
tintas com duas finalidades: 
• Solubilizar a resina; 
• Conferir viscosidade adequada à aplicação. 
A solubilização da resina é necessária para que haja um melhor contato da tinta com o 
substrato, favorecendo a aderência. A utilização de solventes inadequados, que não tenham 
poder de solvência sobre a resina, pode causar problemas nas tintas, como a coagulação ou 
precipitação da resina, perda de brilho, diminuição da resistência à água. 
Normalmente, são utilizados composições de solventes com diferentes pontos de 
ebulição, de maneira que os solventes “mais leves” formam a película logo após a aplicação, 
evitando o escorrimento, e os “mais pesados” possibilitam a correção de imperfeições como 
marcas de pincel e crateras. 
As características gerais dos Solventes são: 
• Incolores; 
• Voláteis, sem formação de resíduos; 
• Quimicamente estáveis, não se alterando no armazenamento; 
• Neutros (não devem reagir com os demais componentes da tinta); 
• Inodoros ou de odor fraco ou agradável; 
• Estáveis, com propriedades físicas constantes. 
Os solventes mais amplamente utilizados são: 
• Hidrocarbonetos alifáticos (poder de solvência e volatilidade baixo devido seu 
alto peso molecular) e aromáticos (forte poder de solvência e odor. São eles: 
benzeno, tolueno, etc.). São muito utilizados devido ao seu custo 
relativamente baixo e indicação para a maioria das resinas; 
• Oxigenados: Caracterizado genericamente por ser hidrossolúveis. São eles: 
Álcoois, ésteres, cetonas e os glicóis. 
Aula 1 – Tintas I 
 
PINTURA E REVESTIMENTO 
 
 
 
 
 
10 
 
 
3.3.1. Limites de Tolerância 
A água é o único solvente absolutamente sem perigo como, porém, muitas substâncias 
não se dissolvem na água, houve na segunda guerra um extraordinário desenvolvimento do 
uso de solventes orgânicos. 
Entre eles alguns são poucos nocivos, como o etanol e a acetona. Outros como o 
benzeno, o dissulfeto de carbono e o sulfato de dimetila, são extremamente perigosos. Em 
função do perigo potencial que eles representam os higienistas fixaram limites de tolerância 
diária, os quais não devem ser ultrapassados em locais de trabalho. Estes limites estão 
definidos nas NR’s. 
Nas tintas à base de látex, a porção líquida principal é a água, que não dissolve a 
resina, mantendo-a apenas dispersada, funcionando como um diluente. Além da água, nas 
tintas à base de látex, são usados outros solventes coalescentes que aderem à resina, 
amolecendo-a, fazendo com que a tinta sofra uma secagem mais rápida. 
3.4. Aditivos 
Combinam-se aos componentes primários, de modo a incrementar a performance da 
tinta. Os aditivos variam, de preservativos (que impedem que a tinta estrague ao ser 
estocada na prateleira) aos fungicidas (que evitam o crescimento de colônias de mofo na 
superfície da película aplicada). As sílicas garantem a homogeneidade do revestimento, 
evitando o surgimento de fissuras e outros tipos de deformação, seus principais benefícios 
são: alto poder de fosqueamento, alta porosidade, consistência, fácil dispersão e qualidade 
de filme, proporcionando excelente resistência a riscos e manchas. O glicol também entra 
na composição das tintas com a função de impedir que, após a aplicação o filme seque 
rapidamente. 
Os modificadores reológicos são uma outra linha de aditivos usado nas tintas à base de 
látex, coma função de melhorar suas propriedades de aplicação e a aparência do produto 
final, fazendo com que o sistema tenha boa fluidez ou espalhamento, interferindo 
eficazmente na cobertura da pintura e, principalmente, em sua durabilidade. 
Quanto ao mecanismo de atuação, os aditivos dividem-se em: 
• Aditivos de cinética 
✓ Secantes 
✓ Catalisadores 
✓ Antipeles 
Aula 1 – Tintas I 
 
UNIDADE 1 – SISTEMA DE PINTURAS 
 
 
 
 
 
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• Aditivos de Reologia 
✓ Espessantes 
✓ Niveladores 
✓ Antiescorrimento 
• Aditivos de processo 
✓ Surfactantes 
• Aditivos de preservação 
✓ Biocidas 
✓ Estabilizantes de ultravioleta 
4. Qualidade 
Ao variar a quantidade e o tipo de resina, pigmento, porção, líquida e aditivos, pode-se 
criar uma vasta variedade de tintas. O teor de sólidos, o conteúdo de pigmentos e a 
qualidade de óxido de titânio são os três indicadores da qualidade de uma tinta. 
Quanto maior a porcentagem de sólidos em volume, não em peso, na tinta; maior 
espessura da película, considerando-se uma determinada taxa de espalhamento. Esta 
vantagem, simplesmente traduz-se em uma melhor cobertura e, obviamente, em uma 
verdadeira proteção da superfície, significando, no fim das contas, durabilidade. 
Por exemplo, as tintas comuns à base de látex apresentam-se com cerca de 15 a 20% 
de sólidos em volume e 80 a 85% de água. As boas tintas ou de qualidade, normalmente 
apresentam cerca de 35 a 45% de sólidos e, consequentemente, 55 a 65% de água. 
Se pintarmos com uma tinta de qualidade e uma tinta comum, em igualdade de 
condições, uma mesma espessura de filme molhado (recém-pintado), após a secagem 
obter-se-á uma película mais espessa, que dará mais proteção e durabilidade. De fato, com 
uma tinta de 40% de sólidos em volume após a secagem da pintura, obteremos uma 
película seca (EPS) três vezes mais espessa do que com a tinta 30% de sólidos. 
Aula 1 – Tintas I 
 
PINTURA E REVESTIMENTO 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
4.1. Características de uma Boa Tinta 
Variáveis para formulação de tintas de qualidade: 
 
Aula 1 – Tintas I 
 
UNIDADE 1 – SISTEMA DE PINTURAS 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
4.2. Componentes 
As tintas são compostas por quatro categorias de componentes: pigmentos, ligantes, 
líquidos e aditivos. Como uma regra geral, quanto maior a quantidade de pigmento e 
ligante, melhor será a qualidade da tinta. 
 
Características: 
• Pigmentos: responsáveis pela cor e poder de cobertura; 
• Ligantes: dão "liga" aos pigmentos e proporcionam integridade e adesão ao 
filme; 
• Líquidos: também conhecidos como veículo, proporcionam a consistência 
desejada; 
• Aditivos: proporcionam à tinta propriedades específicas. 
4.3. Características de Aplicação 
De acordo com o quadro abaixo. 
Aula 1 – Tintas I 
 
PINTURA E REVESTIMENTO 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
4.4. Teor de Pigmentos 
A proporção de pigmentos, volumetricamente falando, referida ao volume total de 
sólidos de resina e pigmentos de uma tinta é chamada de teor de pigmentos, e é expressa 
em porcentagem. 
Teores de pigmentos entre 10 e 2% representam uma proporção baixa na relação 
pigmento/resina, significando, certamente, uma tinta com brilho. De forma inversa, as 
tintas com altos teores de pigmentos entre 45 e 75%, apresentam-se com uma proporção 
superior à resina, o que resulta em uma pintura ou acabamento fosco, sem brilho. 
As pinturas com acabamento acetinado ou com maio brilho apresentam-se, de um 
modo geral, com teores de pigmento entre 28 e 38%. Outra forma de entender o teor de 
pigmento é analisando-se a questão de quanta resina será necessária para envolver o 
pigmento. As tintas, com baixos teores de pigmento, são consideradas, portanto, com alto 
teor de resina,isto é, mais resina do que pigmento. Logo, como já dito, obter-se-á uma 
pintura polida, com brilho. 
Baseado e adaptado de Giul l iano 
Pol i to. Edições sem prejuízo de 
conteúdo.
Aula 2 – Tintas II 
 
UNIDADE 1 – SISTEMA DE PINTURAS 
 
 
 
 
 
15 
 
 
Aula 2: Tintas II 
 
Na construção civil a pintura representa uma operação de grande importância, uma vez que 
as áreas pintadas são, normalmente, muito extensas, implicando num alto custo. Há uma 
tendência natural em considerar a pintura uma operação de decoração, porém, além de 
decorar e proteger o substrato, a tinta pode oferecer melhor higienização dos ambientes, 
servindo também para sinalizar, identificar, isolar termicamente, controlar luminosidade e 
podendo ainda ter suas cores utilizadas para influir psicologicamente sobre as pessoas. 
 
1. Características dos Sistemas de Pintura 
À primeira vista, uma parede interna ou uma fachada bem acabada aparenta formar a 
base ideal para receber uma pintura, entretanto, a pintura sobre superfícies de reboco ou 
de concreto não é assim tão simples como parece, constituindo-se num problema onde os 
riscos e as dificuldades surgem em grande número. Os materiais de construção empregados 
na preparação e no acabamento das paredes são quimicamente agressivos, podendo, 
consequentemente, atacar e destruir as tintas aplicadas sobre elas. 
Os materiais de alvenaria podem conter considerável quantidade de água, apresentar 
porosidade excessiva ou irregularmente distribuída, bem como sais minerais ou cal 
incorretamente carbonatação, estando sujeitos à degradação progressiva que terminará por 
reduzir ou destruir a firmeza destas paredes, e com elas o sistema de pintura empregado. 
A alcalinidade das paredes pode provocar a saponificação das tintas formando 
manchas, com posterior amolecimento ou descascamento do filme. A presença de água 
pode promover o aparecimento de bolhas e impedir a aderência das películas, além de 
favorecer a formação de mofo. A porosidade irregular pode causar variações no brilho, na 
cor ou prejudicar a aderência da tinta. A presença de sais minerais pode causar a formação 
de depósitos cristalinos, descascamento, empolamento, etc. Em uma futura aula as 
patologias das pinturas serão mais bem estudadas. 
1.1. Propriedades do Substrato 
As propriedades das superfícies, que influem diretamente no comportamento das 
pinturas são: 
Aula 2 – Tintas II 
 
PINTURA E REVESTIMENTO 
 
 
 
 
 
16 
 
 
• Permeabilidade: É a propriedade que tem o substrato de permitir a passagem 
de gases ou líquidos que poderão resultar em diversas combinações químicas; 
• Porosidade: É a relação percentual entre o volume de espaços vazios e o 
volume total. Esta relação influenciará substancialmente no grau de absorção 
dos compostos líquidos pela tinta; 
• Resistência a radiações energéticas: É a propriedade dos materiais de não 
sofrerem deterioração ou decomposição quando expostos às radiações 
energéticas, especial as radiações provenientes do sol, como luz ultravioleta; 
• Plasticidade/Fragilidade: Plasticidade é a propriedade do material de sofrer 
alteração de forma sob ação de forças externas e as manter mesmo após a 
retirada destas forças, sem o aparecimento de fissuras; Fragilidade é a 
propriedade segundo a qual o material se rompe, sob a ação de forças 
externas, sem ter sofrido deformação; 
• Reatividade química: a capacidade do material de combinar com agentes 
químicos ambientais. 
Os materiais de alvenaria são, via de regra, porosos, e absorvem e podem reter água, 
desenvolver e abrigar fungos e possuem comportamento alcalino. As madeiras são porosas, 
higroscópicas e sofrem decomposição superficial sob efeito dos fungos e das radiações 
solares (raios infravermelho e ultravioleta). Por absorverem umidade, sofrem alteração 
dimensional provocando empenamentos. Os metais, basicamente as ligas ferrosas, são 
altamente sensíveis à corrosão quando em contato com a umidade, o oxigênio e os 
elementos poluentes. 
As especificações de pintura na construção civil devem ser feitas mediante pleno 
conhecimento das condições ambientais e dos diversos tipos de substratos. 
 
Aula 2 – Tintas II 
 
UNIDADE 1 – SISTEMA DE PINTURAS 
 
 
 
 
 
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1.2. Tipos de Substratos 
O resultado final de um sistema de pintura é o produto direto do adequado preparo da 
superfície. Em resumo, as principais observações são: 
• A superfície deverá estar firme, limpa, seca, isenta de poeira, gordura, 
sabão, mofo, etc.; 
• Todas as partes soltas ou mal aderidas devem ser eliminadas através de 
raspagem ou escavação da superfície; 
• Imperfeições profundas das paredes devem ser corrigidas com massa 
acrílica em superfícies externas ou internas ou com massa PVA em 
superfícies internas; 
• Manchas de gordura ou graxa devem ser eliminadas com água e 
detergentes; 
• Paredes mofadas devem ser raspadas e a seguir lavadas com uma solução 
de água e água sanitária (1:1) e a seguir lavadas e enxaguadas com água 
potável; 
• No caso de repintura sobre superfícies brilhantes, o brilho deve ser 
eliminado com uma lixa fina. 
Aula 2 – Tintas II 
 
PINTURA E REVESTIMENTO 
 
 
 
 
 
18 
 
 
Além desses cuidados, outras considerações devem ser levadas em conta em relação à 
superfície que será pintada, que serão estratificadas a seguir. 
1.2.1. Concreto e Reboco 
Aguardar pelo menos 30 dias para cura total. Sobre rebocos fracos, deve-se aplicar o 
fundo preparador de paredes para aumentar a coesão das partículas da superfície, evitando 
problemas de má aderência e descascamento. Quando essas superfícies tiverem absorções 
diferenciadas, deverá ser aplicado um selador acrílico pigmentado para uniformizar a 
absorção. O concreto deve estar seco, limpo, isento de pó, sujeira, óleo e agentes 
desmoldantes. 
1.2.2. Fibrocimento 
É uma superfície altamente alcalina, sendo indicada a aplicação de um fundo 
resistente à alcalinidade para selar a superfície. Este procedimento não é necessário se for 
utilizado látex acrílico, que tem excelente resistência à alcalinidade. 
1.2.3. Pisos 
Só podem ser pintados os tipos porosos, pois pisos vitrificados (concreto liso, ladrilhos, 
etc.) não proporcionam boa aderência. O piso deverá estar limpo e seco, isento de 
impregnações (óleo, graxa, cera, etc.). Pisos de concreto liso (cimento queimado) devem ser 
submetidos a um tratamento prévio com solução de ácido muriático e água (1:1), que terá a 
finalidade de abrir porosidade na superfície. Após esse tratamento, o piso deve ser 
enxaguado, seco e então pintado. O tratamento com ácido muriático é ineficaz sobre pisos 
de ladrilhos vitrificados. 
1.2.4. Madeira 
Deve ser limpa, aparelhada, seca e isenta de óleos, graxas, sujeiras ou outros 
contaminantes. Madeiras resinosas ou áreas que contém nós devem ser seladas com verniz. 
Um procedimento aconselhável é selar a parte traseira e os cantos da madeira antes de 
instalá-la, para evitar a penetração de umidade por esse lado. Uma cuidadosa vedação de 
furos, frestas, junções é necessária para prevenir infiltrações de água de chuva. 
1.2.5. Ferro e Aço 
Materiais muito vulneráveis à corrosão. Devem ser removidos todos os contaminantes 
que possam interferir na aderência máxima do revestimento, inclusive a ferrugem; o 
processo de preparo depende do tipo e concentração dos contaminantes e as exigências 
Aula 2 – Tintas II 
 
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19específicas de cada tipo de tinta. Alguns tipos de tinta têm uma boa aderência somente 
quando a superfície é preparada com jateamento abrasivo, que produz um perfil rugoso 
adequado para a perfeita ancoragem do revestimento. 
1.2.6. Alumínio 
É um metal facilmente atacado por ácidos ou álcalis, e sua preparação deve constar de 
uma limpeza com solventes para eliminar óleo, gordura, graxas, ou outros contaminantes. 
Aplicar inicialmente um primer de ancoragem para garantir uma perfeita aderência do 
sistema de pintura. 
1.2.7. Ferro Galvanizado 
É um metal ferroso com uma camada de zinco, usado para dar proteção à corrosão por 
mecanismos físicos e químicos, portanto, não é o ferro que será pintado, mas sim zinco, que 
é um metal alcalino. As superfícies galvanizadas devem ser limpas, secas e livres de 
contaminantes. Um primer específico para este tipo de superfície, também denominado 
primer de aderência, deve ser aplicado inicialmente. 
1.2.8. Superfícies Emassadas 
São, em sua maioria, muito absorventes e sujeitas à contaminação pela poeira 
residual, proveniente da operação de lixamento. Para garantir boa aderência do 
acabamento a ser aplicado, é fundamental, após o lixamento, a máxima remoção do pó 
residual produzido. Em seguida, deve ser aplicado um selador tipo incolor, que penetrará e 
selará a massa. A própria tinta de acabamento poderá ser utilizada diretamente sobre a 
superfície emassada, desde que a 1ª demão, servindo de seladora, seja aplicada com maior 
diluição. Acabamentos à base de água devem ser diluídos, como regra, de 50 a 100% por 
volume. Acabamentos a óleo ou sintéticos devem ser diluídos na condição máxima 
recomendada, conforme o método de aplicação e solvente. 
1.2.9. Superfície Mofadas 
Devem ser cuidadosamente limpam, com a total destruição destas colônias. Para 
tanto, deve-se escovar a superfície, e, a seguir, lavá-la com uma solução de água potável e 
água sanitária (1:1), deixando agir por cerca de 30 minutos, após o que a superfície deve ser 
novamente lavada com água potável, aguardando a completa secagem antes de iniciar a 
pintura. 
 
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1.2.10. Superfícies Caiadas 
Não oferecem boa base para pintura, tornando-se necessário uma raspagem completa 
seguida de aplicação do fundo preparador de paredes. 
1.2.11. Superfícies já Pintadas 
Quando a superfície estiver em boas condições, será suficiente limpá-la bem, após um 
lixamento, e a seguir aplicar as tintas de acabamento escolhidas. Quando em má condições, 
a tinta antiga deve ser completamente removida e a seguir deve-se proceder como se fosse 
superfície nova. 
 
 
 
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2. Métodos de Aplicação 
Algumas observações devem ser respeitadas anteriormente às execuções de pinturas. 
Algumas delas são: 
• Temperatura Ambiente 
✓ 5° C é a temperatura mínima de aplicação para a maior parte das tintas à 
base de água ou de solvente, seja em relação à superfície a ser pintada ou 
ao ambiente; 
✓ Temperaturas muito baixas dificultam as pinceladas e passadas de rolo, 
prolongam o tempo de secagem, o que faz com que a tinta fique mais 
sujeita a adesão de partículas de poeira do ar; 
✓ Temperaturas muito elevadas podem fazer com que a tinta seque rápido 
demais, comprometendo a durabilidade da pintura. 
✓ Devem ser evitadas pinturas temperatura do ar ou da superfície superior a 
30 °C; 
✓ Devem ser evitadas pinturas com luz do sol direta, principalmente ao usar 
cores escuras. 
• Ventilação 
✓ Ao usar tintas à base de solventes, cuide para que o local seja muito bem 
ventilado. Isso evitará que forte odor do solvente, prejudicial à saúde das 
pessoas, permaneça no local por muito tempo. 
Ao abrir a embalagem disponível no mercado seja de quarto (0,9L), galão (3,6L) ou lata 
(16L ou 18L), a tinta não deve apresentar elevada sedimentação, coagulação, 
empedramento, formação de película superior, odor desagradável ou sinais de corrosão. 
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Antes da aplicação, os produtos devem ser homogeneizados através da agitação 
manual e/ou mexedores chatos com movimentos de baixo para cima. A homogeneização é 
fundamental, pois as tintas são constituídas de produtos em suspensão que se sedimentam 
formando duas fases distintas. Uma parte líquida superior com o veículo (solvente, resina e 
aditivos líquidos) e outra inferior, a sedimentação, (pigmento sedimentado, cargas e 
aditivos sólidos). Os pigmentos das tintas são partículas muito pequenas, da ordem de 0,1 a 
1,0 micrometros, mas possuem massa e acabam se depositando no fundo da lata. Por isso, 
é necessário mexer bem a tinta, com cuidado, para que todo material depositado no fundo 
se incorpore. 
 
Porém, quando a tinta está estocada por muito tempo há certa dificuldade de 
dispersar os pigmentos na tinta. Neste caso, deve seguir os seguintes procedimentos: 
• Abrir a lata e verificar com uma espátula se há presença de sedimentação. 
Caso positivo, transferir a parte líquida para uma segunda lata limpa; 
• Mexer a sedimentação com espátula na lata e retornar lentamente a parte 
líquida que está separada na outra lata; 
• Continuar mexendo a sedimentação na lata até que toda a parte líquida que 
estava na outra lata seja reincorporada e bem homogeneizada; 
• Aguardar de 10 a 15 minutos após o momento da mistura. 
 
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Geralmente, as tintas e texturas já possuem diluição adequada para a aplicação, 
porém, caso a diluição seja necessária para melhorar a penetração no substrato ou facilitar 
a aplicação, é importante seguir a proporção e a especificação do diluente conforme o 
fabricante, uma vez que a diluição interfere na capacidade de ocultar a cor da superfície. 
Vale ressaltar que produtos de diferentes marcas não devem ser misturados sem a consulta 
prévia do fabricante. 
Momentos antes da execução, é importante considerar as condições ideais para 
aplicação, de modo a evitar o comprometimento do desempenho da pintura. 
• Temperatura do produto: a temperatura do produto a ser aplicado deverá 
estar entre 16°C a 30°C podendo ser medida por um termômetro comum; 
• Temperatura do ambiente e umidade: a temperatura ambiente deve estar 
entre 10°C a 35°C com umidade relativa do ar entre 30% e 80% para evitar 
condensação; 
• Temperatura da superfície: a temperatura da superfície recomenda-se estar 
entre 10°C a 35°C. No Brasil, a mão de obra utiliza-se como prática corrente 
umedecer o substrato a fim de amenizar a temperatura da superfície. Porém, 
no caso de tintas/texturas, esta prática pode comprometer a aderência 
devendo ser aplicado em superfícies secas com temperatura ambiente 
adequada; 
• Ar e vento: evitar pintar na presença de neblina e ventos fortes com partículas 
atmosféricas em suspensão, independente da demão; 
• Fatores sazonais: programar a pintura em estações amenas evitando chuvas e 
sol forte. A incidência direta do sol acarreta na rápida evaporação do solvente 
sendo prejudicial para a formação da película; 
• Poluição atmosférica: em ambientes poluídos a limpeza deve ser cuidadosa e 
o intervalo entre as demãos deve ser o menor possível, afim de não prender 
sujeiras na superfície molhada; 
• Iluminação: caso a iluminação natural seja insuficiente, utilizar iluminação 
artificial de preferência com lâmpadas alógenas em feixesde luz paralelo à 
superfície, de modo a acentuar os defeitos e levar à correção; 
• Quando os produtos não são corretamente aplicados, suas características e 
desempenho ficam prejudicados. 
2.1. Trincha (Pincel de Formato Chato) 
É o método de aplicação mais antigo e até hoje é de grande utilidade, sendo 
considerada uma ferramenta insubstituível na pintura. É o mais elementar dos métodos de 
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pintura, por ser uma ferramenta simples e, consequentemente de baixo custo, além de não 
requerer grande capacitação do aplicador. É mais indicado para aplicação da primeira 
demão de tinta em reentrâncias, cantos vivos e demais acidentes, onde outros métodos de 
aplicação poderiam deixar falhas, devido à dificuldade de penetração ou à cavidade e às 
demais regiões de difícil acesso. 
O método é de baixa produtividade. Por maior que seja a habilidade do aplicador, 
tende a dar origem a películas não uniformes, particularmente em termos de espessura. A 
perda de tinta durante a aplicação é mínima, normalmente não alcançando a 5%. A 
aplicação deve ser feita mergulhando-se de 2/3 até metade do comprimento das cerdas na 
tinta (evitam-se desperdícios de tinta e perda da própria trincha), depositando-se a tinta em 
uma região ainda não coberta e depois a espalhando em passes cruzados. 
O nivelamento e alisamento da camada se fazem com longas pinceladas sobre as 
iniciais, sem apertar muito para evitar marcas das cerdas no filme. 
Terminada a aplicação, as trinchas devem ser de imediato limpas com solvente 
adequado ou água (dependendo da tinta utilizada), de forma a remover qualquer depósito 
de tinta, e a seguir secas e adequadamente armazenadas (apoiados pelo cabo e nunca pelas 
cerdas). As trinchas normalmente utilizadas têm em torno de 50 a 70 mm de largura e suas 
cerdas são de pelos de animais, fibras sintéticas ou vegetais. 
2.2. Rolo 
Este método tem a vantagem de proporcionar maior rendimento produtivo em relação 
à trincha. As perdas de tinta durante a aplicação são em principio superiores à da trincha, 
devido principalmente a respingos, porém, o fato de se conseguir espessuras mais 
uniformes do que aquele método tende a igualar suas perdas. Exigem diluições ligeiramente 
superiores às exigidas pela trincha. 
O método de aplicação a rolo é particularmente aplicável à pintura de grandes áreas 
planas ou com grande raio de curvatura, na presença de ventos, onde a aplicação à pistola 
leva a elevadas perdas de tinta. 
Os rolos fabricados a partir de pelo de carneiro são de melhor qualidade para aplicação 
da maioria das tintas utilizadas em pintura. O rolo mais utilizado na construção civil tem 
largura de 23 cm, sendo eventualmente utilizado o de 30 cm de acordo com a preferência 
do profissional. 
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Aplicação a rolo não deve ser mergulhado todo na tinta. Deve ser mergulhada na tinta 
depositada em uma bandeja ou recipiente, que possui uma região que permite a retirada de 
excessos, que pode gerar escorrimentos ou desperdícios, espalhando-se a tinta na 
superfície dada uma sobreposição de 50 mm. A pressão do rolo sobre a superfície deve ser 
controlada para obter um filme de espessura uniforme. Para superfícies muito rugosas o 
rolo deve ser passado em várias direções indo e voltando para fazer a tinta penetrar nas 
irregularidades. A cada novo início de espalhamento da tinta, o rolo acumula muita tinta e 
no final do percurso já esta com pouca, devido a isto é importante fazer o repasse em 
sentido contrário ao primeiro movimento uniformizando a camada. Ao final da aplicação, o 
rolo deve ser imediatamente limpo com solvente ou água (dependendo da tinta que foi 
aplicada), para que possa ser reaproveitado. 
2.3. Pistola Convencional 
Na pistola convencional, ou pistola a ar, a tinta depositada no recipiente é expulsa em 
direção ao bico da pistola pela ação da pressão do ar. É um método de aplicação de tinta 
muito utilizado em pintura industrial, não só na pintura de campo como na de oficina, 
apresenta grande produtividade, tem como característica a obtenção de espessura de 
película quase que constante ao longo de toda a superfície pintada. 
A aplicação da tinta pelo método da pistola convencional requer que a mesma seja 
diluída mais que qualquer outro método, para adequar sua viscosidade, de forma que ela 
possa fluir do recipiente até a pistola pela ação da pressão do ar. Como consequência dessa 
excessiva diluição, o método tem duas desvantagens significativas. A primeira é que, com a 
evaporação do solvente, há uma sensível redução da espessura da película úmida para seca. 
O método de aplicação por pistola convencional apresenta ainda como limitação o fato de 
levar à excessivas perdas de tinta durante a aplicação, da ordem de 30 %, e os riscos de 
segurança, observados quando a aplicação é feita em ambientes fechados, são 
significativos, devido ao excessivo acúmulo de solventes. 
Existem dois tipos de equipamentos tidos como pistola convencional: 
• Nos mais simples, o recipiente é acoplado diretamente à pistola (pistola de 
caneco); 
• No outro, a tinta é depositada em um grande recipiente e, através de 
mangueiras, pela ação da pressão do ar injetado dentro do recipiente, chega 
até a pistola. 
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O pequeno recipiente do primeiro equipamento acarreta frequentes interrupções da 
aplicação para enchimento do mesmo com tinta. A vantagem do segundo equipamento é 
que a pistola fica mais leve, uma vez que o recipiente onde a tinta é depositada não fica 
acoplado à mesma, como acontece com o primeiro equipamento. 
A instalação para aplicação das tintas pelo método de pistola convencional consiste 
em: 
• Manômetro, regulador de pressão e válvulas de entrada de ar e saída da 
mistura ar e tinta, mangueiras de ar e da mistura ar e tinta, pistola (com bico 
que é selecionado em função da tinta que se quer aplicar, a partir de 
instruções fornecidas pelo fabricante da mesma) e fonte supridora de ar, que 
deve ser seco; 
• Pistola de caneco: usado em oficinas de repinturas ou na indústria para 
operação de peças pequenas. A caneca quando cheia pesa em torno de 1 Kg 
dependo da tinta, cansando o pintor; 
• Tanque de pressão: muito usado na indústria onde há necessidade de 
produtividade. O tanque permite a colocação de um volume maior de tinta 
preparada, evitando paradas para reabastecimento. Alguns tanques trazem 
acoplado um agitador pneumático para homogeneizar a tinta 
constantemente. 
Na aplicação da tinta pelo método da pistola convencional, uma série de cuidados 
devem ser observadas. O primeiro é a correta diluição da tinta, procurando-se ajustar sua 
viscosidade a uma aplicação adequada. Outro é a seleção do bico da pistola, que é feita em 
função das propriedades tixotrópicas da tinta. A pressão e a vazão do ar que é injetado no 
tanque de pressão também devem ser selecionadas em função das propriedades da tinta 
que se quer aplicar. Este elenco de parâmetros definirá o leque do fluido constituído da 
mistura tinta e ar que sai do bico da pistola. 
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Aplicação pistola deve ser posicionada com o leque do fluído constituído de tinta e ar, 
incidindo perpendicularmente em relação à superfície a pintar e deslocada em movimentos 
de ida e volta paralela aquela superfície. Neste movimento de ida evolta, deve haver uma 
sobreposição da passada subsequente para que haja continuidade da película aplicada. A 
sobreposição deve ser da ordem de 50%. A distância do bico da pistola à superfície deve 
oscilar entre 15 e 20 cm. A aplicação com a pistola muito próxima da superfície causa o 
defeito de escorrimento da película e, com a pistola muito distante, o efeito de 
sobreposição ou overspray (depósitos sobre a superfície em forma de pó ou grânulos). A 
velocidade de passagem do leque de fluido em um sentido e outro também pode causar tais 
defeitos. O defeito do overspray é ainda muito comumente observado em aplicação de 
tintas pelo método de pistola convencional quando o pintor não tem a necessária 
qualificação e é influenciado pela diluição, seleção do bico, pressão do ar, distância 
inadequada da pistola à superfície e movimentos irregulares. 
 
 
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2.4. Pistola Sem Ar (Airless) 
A pintura com pistola “airless spray” ou pistola sem ar, também conhecida como 
pistola hidráulica, é um método de aplicação por pulverização indicado para pintura de 
grandes áreas, como casco de navios, tanques de armazenamento, etc. Ao contrário da 
pistola convencional, que utiliza o ar para atomização da tinta, a pintura sem ar utiliza uma 
bomba, acionada pneumaticamente, para pressurizar à tinta, e a energia com que a mesma 
chega ao bico da pistola provoca sua pulverização. 
A alimentação da pistola é feita com bombas hidráulicas e a atomização das tintas é 
produzida pela passagem da tinta sob alta pressão através de um orifício de diâmetro muito 
pequeno. Pressões da ordem até 7.500 Libras/pol², dependendo do tipo de equipamento 
usado, enquanto nas pistolas convencionais a pressão no tanque fica por volta de 20 a 60 
Libras/pol². Isto permite que sejam aplicadas com este método tintas com elevadas 
quantidades de sólidos por volume (tintas sem solventes), sem a necessidade de diluição e 
em espessuras elevadas. 
Além de ser um método que permite a aplicação de películas de tintas com 
propriedades uniformes em termos de espessura e baixa incidência de falhas, é de elevada 
produtividade e tem perdas de tinta na aplicação bastante reduzidas, da ordem de 15%. Na 
aplicação da tinta pelo método da pistola sem ar devem ser observados os mesmos 
cuidados já descritos para a aplicação da pistola convencional em termos de diluição, 
seleção do bico e movimentos de aplicação. A aplicação de tintas pelo método da pistola 
sem ar requer cuidados de segurança por parte do pintor, dadas às elevadas pressões 
envolvidas. A distância entre o bico da pistola airless e a superfície a ser pintada é de 25 a 
50 cm. Adotam-se as mesmas técnicas de aplicação para a pistola convencional. 
2.4.1. Pistola Airless Assistida 
Método de aplicação misto entre o sistema airless e o convencional, utilizando a 
técnica de pressurização com pressões de 3.000 a 4.000 Libras/pol², e possui capa com 
chifres e com orifícios para a saída do ar comprimido para auxiliar na pulverização. 
Utilizado para melhorar as propriedades de aplicação e pulverização em tintas sem 
diluentes, quanto à distribuição das partículas de tinta permitindo um acabamento mais 
uniforme. 
 
 
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2.5. Pintura Eletrostática 
Muito utilizada em esquadrias metálicas, a pintura eletrostática é um método de 
aplicação de tintas muito utilizado na aplicação de pintura de fábrica e somente há poucos 
anos passou a ser usada na aplicação de esquemas de pintura no campo. Vem sendo 
largamente utilizada na pintura de tubos que são usados na construção de dutos enterrados 
ou outros. Nestes casos, a aplicação da pintura dos tubos é feita na oficina, e as juntas são 
aplicadas eletrostaticamente no campo. 
A tinta é eletrizada na pistola durante a pulverização e projetada contra a peça que 
deve ser aterrada com carga de sinal contrário. O aproveitamento da tinta neste método é 
maior devido as partículas que seriam perdidas durante a pulverização, serem atraídas para 
a peça. 
As tintas utilizadas na pintura eletrostática baseiam-se na seleção dos aditivos e 
solventes, responsáveis por fornecer maior ou menor polaridade, podendo ser tintas 
líquidas ou em pó. Estes produtos devem ser fornecidos dentro das faixas de condutividade 
(faixa de 10 a 30 micro amperes – μA) ou resistividade (faixa de 0,4 a 0,8 megaohms – MΩ) 
de acordo com o equipamento de aplicação. 
2.6. Pintura por Imersão 
A pintura por imersão pode ser dividida em imersão eletroforética e imersão simples. 
Na imersão eletroforética, a peça a ser pintada é mergulhada em um banho de tinta contida 
em um tanque, sendo que entre o tanque e a peça é estabelecida uma diferença de 
potencial em torno de 300 volts, com película uniforme, da ordem de 15 a 30 µm. O banho 
dever ser mantido com agitação constante. Já na imersão simples, não é estabelecida a 
diferença de potencial entre a peça e o tanque, havendo simplesmente o banho de tinta 
com agitação constante. A tinta não deve ter “pot life” curto. O método de aplicação 
conhecido como “Flooding” pode substituir a pintura por imersão. Faz-se um esguicho com 
mangueira, dando um banho de tinta na peça. Este método é utilizado para pintura de 
transformadores elétricos. Como principal vantagem da pintura por imersão pode-se citar a 
minimização de perdas. Entretanto, esta técnica possui a desvantagem de gerar muitos 
problemas de escorrimentos. 
3. Armazenamento e Manuseio 
Com exceção das tintas à base de água, as tintas possuem solventes que são 
inflamáveis. Logo, defeitos na embalagem, estocagem inapropriada, manuseio incorreto e 
Aula 2 – Tintas II 
 
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aquecimento excessivo, podem causar vazamentos de solventes e acúmulo de seus vapores 
no ambiente, trazendo riscos de incêndios e prejuízos à saúde. 
Logo, o armazenamento e manuseio exigem certas precauções que devem ser 
seguidas: 
• Já no recebimento, as amostras devem ser mantidas fechadas e registradas 
com a data de entrega e o número do lote, principalmente em obras grandes. 
Este procedimento é para que os produtos sejam utilizados conforme a 
sequência de entrega, garantindo a validade do produto; 
• Os produtos devem ser armazenados em locais frescos, ventilados, c om 
comunicação com o exterior e de fácil acesso. Enquanto não forem utilizadas, 
as embalagens devem permanecer fechadas. Ao abrir, as tintas e texturas 
devem ser aproveitadas imediatamente, evitando sobras. Caso ocorra, é 
conveniente inserir os restos de material em embalagens menores, de modo 
que eles fiquem armazenados cheios, uma vez que a presença do ar e 
umidade pode comprometer o desempenho das tintas/texturas. Já as sobras 
de solventes, devem ser armazenadas em recipientes bem fechados ou 
enviadas para empresas de recuperação ou incineração já que necessita de 
proteção maior contra qualquer fonte de calor ou chama. Recomenda-se que 
as latas sejam estocadas, inicialmente, com a tampa virada para baixo e de 3 
em 3 meses sejam invertidas. Esta providência permite maior vedação da 
tampa pelo lado interno e diminui a sedimentação no fundo das embalagens. 
O empilhamento não deve exceder o peso superior ao suportado pelas embalagens. 
Danificações podem comprometer a qualidade do produto e podem causar até vazamentos. 
Logo, o empilhamento máximo no local de armazenamento deve ser conforme tabela 
abaixo: 
 
As embalagens não devem ser lavadas para não lançar efluentes poluidorese devem 
ser inutilizadas no momento do descarte, evitando seu uso para outros fins. As latas com 
filme de tinta seco podem ser encaminhadas para área de transbordo e triagem ou para a 
reciclagem. Outras instruções devem ser seguidas conforme fornecidas na embalagem do 
produto ou no catálogo do fabricante. 
Baseado e adaptado de Giul l iano 
Pol i to. Edições sem prejuízo de 
conteúdo.
Aula 3 – Agentes Diversos 
 
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Aula 3: Agentes Diversos 
 
O processo de pintura de um determinado material exige que todas as normas e 
procedimentos técnicos sejam respeitados com rigor, incluindo-se o respeito às datas de 
validade do produto a ser utilizado. Alguns problemas eventualmente ocorrem, apesar de 
todos os cuidados tomados geralmente decorrentes de condições de armazenamento 
deficientes, condições climáticas adversas ou falhas no preparo da superfície, durante a 
aplicação ou durante a secagem Adiante, serão visto outros materiais utilizados em pinturas 
que não Tintas. 
 
1. Cal Hidratada para Pintura 
A tinta a base de cal é uma tinta inorgânica composta por uma dispersão aquosa de cal 
hidratada contendo frequentemente diversos tipos de aditivos e/ou pigmentos. A sua 
pintura origina um acabamento de aspecto fosco, não totalmente uniforme, e poroso 
bastante permeável ao vapor de água, exigindo uma manutenção freqüente. No entanto 
devido ao seu caráter inorgânico não é propícia à biodegradação ou à fixação de vegetação 
parasitária. 
A cal em contato com os gases sulfurosos degrada-se originando sulfatos que são 
solúveis na água da chuva, conduzindo a uma rápida degradação da pintura de cal. Sendo 
por isso necessário ponderar muito bem a sua possível utilização em cidades com grandes 
níveis de poluição. 
Este tipo de pintura à base de cal não é indicado para aplicação nas superfícies de 
concreto armado, pois a porosidade da película permite a passagem do dióxido de carbono 
o que vai originar a corrosão das armaduras e que consequentemente poderá provocar 
manchas indesejáveis na superfície de pintura. 
Hoje em dia já é possível recorrer ao uso de aditivos e adjuvantes para melhorar as 
características da caiação e aumentar a sua durabilidade, permitindo fixar a cal ao suporte, 
melhorar a sua plasticidade e aumentar a capacidade de resistir à ação da chuva. Os 
produtos adicionados podem ser variados, como gorduras naturais ou produtos acrílicos, 
permitindo aumentar a durabilidade da caiação. 
Aula 3 – Agentes Diversos 
 
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1.1. Características e Utilização 
A composição é formulada com cal hidratada podendo conter pigmentos opacificantes 
e/ou coloridos, cargas minerais, sais higroscópicos e eventualmente produtos repelentes à 
água. É recomendada para superfícies externas e internas, rústicas e porosas como 
alvenarias de cimento, cal, concreto, bloco de concreto. Pode ser aplicado em superfícies 
úmidas e frescas. Não deve ser aplicado em superfícies lisas como cerâmica, nem sobre 
superfícies pintadas com outros tipos de tinta. 
Como características técnicas, possui dispersão aquosa isenta de solventes orgânicos, 
liberando baixo teor de orgânicos voláteis (baixa toxidade). O pó é misturado à água pouco 
antes da aplicação. O leite de cal, ao ser aplicado, reage com o anídrico carbônico (CO2) do 
ar formando o carbonato de cálcio (CaCO3). Geralmente, dolomitos de granulação muito 
fina e arredondada resultam em cal hidratada para pintura de melhor desempenho do que 
os calcários. De modo geral, a película de caiação possui bom poder de cobertura quando 
seca e baixo poder quando úmida. 
Devido a sua alcalinidade suas cores são limitadas. A maioria dos pigmentos orgânicos 
é incompatível com este tipo de pintura, devido a sua suscetibilidade à alcalinidade. Já os 
pigmentos minerais são compatíveis, principalmente óxidos de ferro. Se comparada às 
tintas convencionais e à pintura de base de cimento, forma uma camada mais permeável 
permitindo a transpiração do substrato úmido. Possui baixa resistência a ácidos e elevada 
resistência à alcalinidade e à água. A resistência à alcalinidade torna-a muito recomendada 
para aplicação em substratos com base de cimento ou cal recém-executados, não sendo 
adequada para aplicação em ambientes industriais onde o meio é ácido. 
2. Fundos 
As paredes novas tendem a deixar resíduos na superfície, possuem alta absorção e 
também possuem absorção muito irregular. Com isto, além de consumir muita tinta, 
tendem a deixar o acabamento manchado e diminuir a fixação da tinta. Uma demão de 
selador regulariza essas imperfeições, bem como a absorção da parede. Assim, deixa-se a 
parede em melhores condições para receber a tinta e consegue-se mais economia. Os 
fundos podem ser aplicados também quando a parede estiver muito castigada pelo tempo, 
possuindo partes soltas ou com absorção desuniforme. Um selador serve para corrigir a 
absorção da parede, bem como para fixar resíduos que passam despercebidos na 
preparação da parede para a pintura. Fundos incolores ou pigmentados possuem a mesma 
função, mas o pigmentado facilita o trabalho na medida em que ele já cobre parte do 
substrato, já que possui cargas e pigmentos. Em caso de paredes que possuam manchas ou 
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pintura com cores irregulares, o selador pigmentado já forma uma barreira de cor única 
facilitando a aplicação da tinta no final. O selador transparente apenas corrige a absorção 
e/ou fixa pequenos resíduos soltos na parede, mas não altera a aparência do substrato. 
mesmo entre os profissionais especializados existe muita dúvida na hora de escolher o 
produto certo que irá preparar a parede para pintura. O selador é conhecido entre os 
profissionais como santo milagreiro, mas pode se tornar o vilão da história. Isso porque 
muitos acreditam, equivocadamente, que ele pode ser utilizado, por exemplo, para “selar a 
umidade” ou preparar uma superfície para ser repintada. A aplicação incorreta pode 
provocar o descascamento da pintura ou a calcinação da superfície e deixar o acabamento 
muito grosso, o chamado efeito casca de laranja. 
Na verdade, o selador tem apenas uma função: dar preenchimento a superfícies muito 
porosas porque ele penetra e se expande proporcionando uniformidade. Ele é indicado para 
reboco novo, concreto aparente, blocos de concreto e fibrocimento. A vantagem da 
utilização do selador é que, além de melhorar o acabamento, ele faz os produtos aplicados 
posteriormente como a massa, textura ou tinta renderem mais. Por exemplo, sem selador, 
um galão de tinta premium (3,6 litros) cobre uma área média de 35 m² por demão. 
Utilizando o selador, é possível pintar em média 50 m² por demão. 
Porém, existe o alerta que lojas de tinta e pintores confundem o selador com fundo 
preparador de paredes. O fundo preparador é indicado para repintura, para paredes em 
gesso, paredes descascadas, paredes pintadas com cal que estão esfarelando ou ainda para 
dar mais firmeza ao reboco fraco. O que este produto faz é fixar bem essas partículas para 
que a superfície fique pronta para receber a pintura. O fundo preparador aglutina as 
partículas soltas, proporcionando melhor aderência da tinta. O produto pode ser indicado 
até mesmo antes da pintura com tinta emborrachada, por exemplo. 
2.1. Fundo Líquido Preparador para Paredes 
Formulação com dispersão ou suspensão de polímeros e aditivos. É recomendado para 
uniformizar ou reduzir a absorção de superfíciesporosas como gesso, tijolo aparente, telha 
cerâmica, concreto, pedras. Aumenta a coesão de superfícies sem resistência mecânica. 
Aglomera pulverulências de superfícies de caiação, gesso e pintura calcinada. Sua principal 
característica técnica é que libera alto teor de produtos orgânicos voláteis (alta toxidade). 
Se comparado a fundos seladores possui maior capacidade de penetração em superfícies 
porosas e maior poder de aglomeração de partículas. 
 
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2.2. Fundo Selador Acrílico Pigmentado 
Formulação com dispersão de polímeros acrílicos ou estireno acrílico, aditivos, 
pigmentos ou cargas. É recomendado para reduzir e uniformizar a absorção de superfícies 
internas e externas muito porosas, sem pintura, como reboco, concreto, tijolo, gesso, 
massas niveladoras. Como característica, possui dispersão aquosa isenta de solventes 
orgânicos, liberando baixo teor de orgânicos voláteis (baixa toxidade). Sua secagem rápida e 
permite aplicação da tinta de acabamento no mesmo dia. Se comparado ao fundo líquido 
preparador de paredes possui maior poder de enchimento e cobertura. 
2.3. Fundo Selador Vinílico 
Formulação com dispersão de polímeros vinílicos (poliacetato de vinila ou PVA), 
aditivos, contém ou não pigmentos ou cargas. É recomendado para reduzir e uniformizar a 
absorção de superfícies internas e externas muito porosas, sem pintura, como reboco, 
concreto, tijolo, gesso, massas niveladoras. Como características técnicas, possui dispersão 
aquosa isenta de solventes orgânicos, liberando baixo teor de orgânicos voláteis (baixa 
toxidade), fácil aplicação e secagem rápida. Permite a aplicação da tinta de acabamento no 
mesmo dia. Se comparado ao fundo líquido preparador de parede possui maior poder de 
enchimento e cobertura. Se comparado ao fundo selador acrílico líquido possui menor 
resistência à alcalinidade e à água. 
3. Massas 
A massa corrida é um produto muito utilizado na preparação de superfícies que irão 
receber novas pinturas. O recurso é indispensável para que o acabamento liso, 
uniformizado e apresente maior durabilidade. 
A fabricação da massa corrida conta com elementos que garantem propriedades 
selantes. A aplicação oferece a vantagem da redução no consumo de tinta, isso acontece, 
pois o produto é capaz de diminuir a porosidade da parede fazendo com que ela absorva 
menos líquido. Outro benefício apresentado é que sua fórmula proporciona maior agilidade 
no processo de lixamento. 
A preparação e produção da massa corrida consistem num processo industrial simples 
que contam com a mistura de várias matérias-primas. Os principais componentes utilizados 
na fabricação do produto são: água, calcita, bentonita, bactericida, CMC, dispersante ou 
parafina, emulsões, entre alguns outros. 
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Quando uma pintura é realizada sem o emprego de massa corrida ou ainda com a 
aplicação errada, os resultados são claramente insatisfatórios e podem inviabilizar toda uma 
reforma. Em casos assim, é possível perceber rachaduras, buracos, furos, imperfeições e 
diferenças na textura e nivelamento. 
Existem 2 variações desse produto no mercado: a Massa Acrílica e a Massa Corrida 
PVA. De maneira geral, a massa acrílica é indicada para ambientes externos ou internos 
enquanto que a massa corrida de PVA é recomendada apenas para o interior dos 
ambientes. 
Embora ambas tenham a função de nivelar, equiparar paredes e apresentar bons 
resultados no acabamento, a massa acrílica de PVA é mais barata, pois não oferece 
resistência à umidade e chuvas. Já a massa acrílica proporciona vedação completa. Visto 
isso, para tomar a melhor decisão, é preciso analisar se o local da reforma é seco ou úmido. 
Caso a escolha não seja adequada, a parede apresentará no futuro esfarelamentos ou 
bolhas. 
Com o intuito de facilitar a vida das pessoas, já existem no mercado opções de massas 
corridas coloridas que dispensam a utilização da tinta. Outro recurso bastante explorado é a 
decoração de ambientes com esse tipo de produto. É possível conseguir efeitos de textura e 
formas que dão um ar descontraído e moderno aos ambientes. 
3.1. Massa Corrida 
Formulação com dispersão de polímeros vinílicos (poliacetato de vinila ou PVA), 
aditivos, contém pigmentos ou cargas. Recomenda-se o uso para uniformizar, nivelar e 
corrigir pequenas imperfeições de superfícies internas de argamassas e concreto. Sua 
principal característica é dispersão aquosa isenta de solventes orgânicos, liberando baixo 
teor de orgânicos voláteis (baixa toxidade). A secagem rápida, permitindo lixar e aplicar a 
tinta de acabamento no mesmo dia para dar proteção e resistência à massa. Se comparada 
à massa acrílica possui menor resistência à alcalinidade e à água e maior facilidade de 
aplicação e lixamento. 
3.2. Massa Acrílica 
Composição: formulação com dispersão de polímeros acrílicos ou estireno acrílico, 
aditivos, pigmentos ou cargas. Recomendada para uniformizar, nivelar e corrigir pequenas 
imperfeições de superfícies internas de argamassas e concreto. Caracterizada pela dispersão 
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aquosa isenta de solventes orgânicos, liberando baixo teor de orgânicos voláteis (baixa 
toxidade). 
Secagem rápida, permitindo lixar e aplicar a tinta de acabamento no mesmo dia para 
dar proteção e resistência à massa. Se comparada a massa corrida (vinílica) possui maior 
resistência à aderência, à alcalinidade e à água. Porém, maior dificuldade de aplicação e 
lixamento. 
3.3. Aplicação 
A aplicação de um revestimento por pintura é um aspecto tão relevante quanto as 
suas próprias características. Existem vários processos para a disposição das camadas sobre 
o substrato, desde o básico pincel de aplicação manual a complexas instalações industriais. 
A escolha do método de utilização mais adequada a cada situação depende de diversos 
fatores como o acabamento final pretendido, a forma e quantidade do objeto a ser 
revestido, a rapidez de aplicação, a espessura proporcionada pelos diversos aparelhos e, 
claro, as condições de ordem econômica e financeira. Assim, estas medidas constituem uma 
referência geral das boas práticas a adequar a cada caso específico. 
Após a preparação da superfície, conforme descrito anteriormente, pode-se aplicar o 
acabamento desejado de acordo com a recomendação do fabricante. Com a superfície 
devidamente preparada, aplicar demãos finas de massa com desempenadeira ou espátula. 
Quanto maior a angulação da ferramenta de aplicação com a superfície menos massa é 
depositada. 
 
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O intervalo de cada demão é de aproximadamente 1 hora e a quantidade de aplicação 
(1 a 3) vai depender das características do substrato. Quanto mais lisa a superfície menor o 
consumo de massa e quanto menor a espessura aplicada maior a resistência da superfície à 
água. Após a secagem completa da massa, que varia em torno de 3 horas, lixar a superfície. 
A aplicação de massa acrílica em superfícies externas deve ser evitada devido à 
dificuldade de aplicação, lixamento e a camada de massa diminui a velocidade de 
evaporação da água que penetra no substrato, causando patologias. Além disso, ao 
proporcionar acabamento mais liso, facilita a percepção de ondulações e imperfeições, 
principalmente ao nascer e pôr do sol. 
3.4. LixamentoPara dar qualidade final no acabamento, um item de grande importância é o processo 
de lixamento, ou seja, após aplicar massa corrida é natural que ela não fique totalmente 
uniforme uma vez que é impossível fazer isso utilizando a desempenadeira na aplicação. 
Após aplicação da massa corrida, e ela estar devidamente seca, então passa-se a lixar a 
parede para alcançar o resultado final que é deixar a superfície lisa. 
O procedimento se inicia com uma demão de massa corrida, secagem, e posterior lixa 
um pouco mais grossa para tirar as imperfeições e preparar melhor a parede para receber a 
segunda demão na massa. Uma lixa de gramatura 150 pode ser útil. Após aplicação da 
segunda demão da massa e secagem, lixa-se novamente, só que desta fez com uma lixa fina 
de gramatura 220 e com o auxílio de uma lâmpada. Isto é necessário para garantir que 
pequenas imperfeições na parede possam ser vistas e corrigidas. 
4. Texturas 
As tintas texturizadas são tintas aquosas ou de solvente que originam acabamentos 
rugosos, podendo ir até aos três milímetros de espessura, conseguindo muitas vezes 
disfarçar as irregularidades da base. Quando bem produzidas e aplicadas em parâmetros 
adequados, estas tintas podem atingir uma grande durabilidade. 
Porém, estas tintas, devido ao fato de apresentarem rugosidades elevadas, têm grande 
tendência para acumular sujeiras. A grande espessura torna as superfícies mais 
impermeáveis aos vapores de água, não deixando passar água do exterior para o interior e 
também não deixando passar do interior para o exterior, ou seja, não permitem a libertação 
de vapores que se formam quando a diferença de temperatura entre o exterior e o interior 
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é muito elevada, com conseqüente criação de gradientes elevados de pressão de vapor de 
água. 
As cargas minerais constituintes deste tipo de tinta são partículas sólidas de 
substâncias minerais naturais e/ou sintéticas que tem uma estrutura densa ou porosa, tal 
como a areia natural ou outros minerais inertes, e tem a propriedade de dar corpo ao 
revestimento. Assim, comparativamente às pinturas comuns, as tintas texturizadas acrílicas 
são constituídas pelos mesmos componentes das tintas, porém com cargas especiais para o 
efeito texturizado e com a resina acrílica com ligante. 
Em muitos países, parte das cargas constituintes das tintas texturizadas é também 
chamada de agregados, que correspondem às partículas de minerais inertes com tamanho 
maior que 250 µm. 
A natureza da resina pode ser identificada por espectrometria no infravermelho, após 
a separação dos pigmentos, que são materiais opacos. Os ensaios por espectrometria no 
infravermelho mostram que os produtos são, em sua maioria, à base de resina acrílica 
modificada com estireno ou de acetato de polivinila. 
Os produtos texturizados possuem maiores teores em material não volátil e valores de 
massa específica e viscosidade mais elevados. Esses produtos geralmente se saem melhor 
nos ensaios de desempenho. No caso de sistema de pintura com tinta de fundo e 
acabamento, a tinta texturizada apresenta à maior porcentagem de produtos com melhor 
desempenho quanto ao envelhecimento artificial. Quanto a absorção por coluna de água, 
ou teste do cachimbo, os resultados obtidos parecem indicar que os sistemas de dois 
produtos apresentam melhor desempenho quanto a este critério, e quanto à aderência por 
tração os sistemas de um só produto apresentam melhor desempenho. 
Quanto à penetração de água, tanto os sistemas com acabamento liso como 
texturizado apresentam desempenho semelhante e quanto ao desenvolvimento de bolor, 
os resultados parecem indicar que os produtos texturizados possuem maior facilidade, pois 
provavelmente a rugosidade dificulta a secagem da película. Para acabamentos externos as 
tintas texturizadas têm melhor desempenho que as tintas lisas. 
5. Vernizes 
Os vernizes são produtos de consistência líquida ou semilíquida, que, espalhados sobre 
um objeto, deixam uma camada fina, brilhante, transparente, incolor ou colorida, de modo 
a proteger de modo durável o suporte. A secagem se opera pela simples evaporação do 
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solvente, por complexos fenômenos físicos e químicos. Em forma esquemática, um verniz é 
formado de um solvente e um produto dissolvido, que gera o filme. A substância filmógena 
pode ser um óleo, uma resina natural ou sintética, ou uma mistura. Pigmentando o verniz, 
obtém-se uma tinta. O pigmento elimina a transparência, que é própria e essencial aos 
vernizes. As únicas exceções são os vernizes negros, que mesmo sem pigmento não são 
transparentes. Os vernizes podem ser agrupados em quatro classes: 
• Vernizes gordos, constituídos de um óleo secante, uma resina e um 
diluente; 
• Vernizes a solventes voláteis, de uma ou mais resinas naturais ou 
sintéticas em um solvente volátil, contendo pequenas quantidades de 
óleos e plastificantes; 
• Vernizes celulósicos, formados de um ou mais ésteres celulósicos, um 
plastificante (resina natural ou sintética) e solvente e dissolvente; 
• Vernizes negros betuminosos, que não são transparentes e são 
formados de betumes naturais, quase sempre com óleo e resinas. 
5.1. Aplicação 
O primeiro ponto importante é definir em que local o verniz será aplicado, isto faz toda 
a diferença para o tipo de verniz que se deverá utilizar, pois cada local da edificação possui 
características únicas que podem ser mais bem atendidas por determinados tipos de verniz. 
De um modo geral a maior preocupação é realmente com água e também com Sol, 
estes dois fatores são os que costumam causar maiores danos para as madeiras de sua casa, 
se vai utilizar verniz em áreas que recebem chuva deve procurar algum verniz com proteção 
UV, desta forma estará protegendo sua madeira. 
Para áreas que receberão chuva o ideal é utilizar verniz naval (o mesmo utilizado para 
madeiras em barcos), este tipo de verniz oferece uma grande resistência à água, torna a 
madeira realmente impermeável, é um pouco mais caro que um verniz comum. 
 
Baseado e adaptado de Giul l iano 
Pol i to, Magal i Lopes de Almeida. 
Edições sem prejuízo de 
conteúdo.
Aula 4 – Manutenção e Conservação 
 
PINTURA E REVESTIMENTO 
 
 
 
 
 
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Aula 4: Manutenção e Conservação 
 
Os problemas que surgem nos acabamento em pintura são muitos e diversos, obrigando a 
uma boa prevenção e reparação, podendo surgir devido à ação de vários agentes, como a 
água, o ar/vento, o sol, a alcalinidade do substrato e a poluição. 
 
1. Inspeção 
A inspeção consiste em avaliar as condições técnicas de execução, uso e manutenção 
visando orientar e garantir a qualidade do produto ou serviço. Para um maior controle e 
desempenho, o ideal é que a inspeção ocorra em todas as etapas do sistema de pintura 
obtendo a aprovação de uma etapa antes do início da próxima. 
A garantia de um bom desempenho em sistemas de pintura e textura está relacionada 
com 4 fatores básicos: resistência à ação da água, resistência aos agentes agressivos, 
elasticidade e compatibilidade mecânica e química do substrato, que são influenciados 
segundo as condições do projeto, clima, substrato, tinta e mão de obra. 
 
Antes de tentar resistir à água com o uso de materiais com propriedades hidrofugantes 
o ideal é não deixá-la disseminar no sistema. A velocidade com que líquidos e vapores se 
movem no interior do substrato é determinado pela permeabilidade do mesmo. Portanto,

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