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Estudo escolha melhor tipo de fundação

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INFLUÊNCIA DAS CARACTERÍSTICAS DO SOLO NA ESCOLHA DO TIPO DE FUNDAÇÃO DE UMA CONSTRUÇÃO
RESUMO 
Este trabalho busca avaliar de maneira preliminar o tipo de fundação mais viável tecnicamente e economicamente para uma edificação de pequeno porte unifamiliar, considerando as opções de fundação, estaca escavada e sapata. Tal abordagem se faz necessária, levando em consideração que a escolha adequada da fundação de uma edificação, está diretamente ligada à qualidade e segurança dessa. O propósito deste estudo é avaliar e definir o modelo de fundação mais recomendado para a garantia de uma edificação primorosa e segura, de maneira a conciliar os aspectos técnicos e econômicos. Este propósito será atingido através do estudo de caso de uma edificação em particular, localizada no município de Varginha, por meio de investigações geotécnicas do terreno em que ela está inserida, bem como pelos cálculos das cargas e tensões admissíveis atuantes na edificação. 
ABSTRACT
This work seeks to preliminarily evaluate the most technically and economically viable type of foundation for a small single-family building, considering the foundation, dug pile and footing options. Such an approach is necessary, taking into account that the proper choice of foundation for a building is directly linked to quality and safety. The purpose of the study is to evaluate and define the most recommended foundation model to guarantee an exquisite and safe building, in order to reconcile the technical and economic aspects. This purpose will be achieved through the case study of a particular building, located in the municipality of Varginha, through geotechnical investigations of the terrain in which it is inserted, as well as by calculating the loads and allowable stresses acting on the building.
1. INTRODUÇÃO
1.1. Considerações iniciais 
	As fundações compreendem, certamente, um dos principais elementos a serem levados em consideração no momento da análise de uma construção. Isso porque elas são responsáveis por suportar e distribuir todo o conjunto de cargas a que a edificação se encontra submetida, de maneira a permitir a estabilidade e qualidade dessa. Elas são distribuídas em diversos tipos e podem ser classificadas em fundações rasas (diretas ou superficiais) e profundas. As primeiras apresentam um método de funcionamento a partir do qual ocorre a transmissão das cargas diretamente para o solo por suas bases. Nesse âmbito, cabe citar o tipo sapata, que consiste em um elemento de fundação superficial de concreto armado, dimensionado de modo que as tensões de tração nele resultantes sejam resistidas por armadura especialmente disposta para este fim (VELLOSO, 2010, pg. 11). Diferentemente, as fundações profundas se caracterizam por transmitir as cargas da construção por atrito lateral com o solo, sendo essas empregadas em profundidades maiores, em um contexto de resistência insuficiente do maciço. Dentro dessa classificação, pode-se ressaltar a estaca, elemento de fundação profunda executado por ferramentas e equipamentos, execução essa que pode ser por cravação ou escavação, ou ainda, mista (VELLOSO, 2010, pg. 12).
Para a escolha do tipo mais adequado de fundação a ser adotado, é de extrema importância a averiguação dos aspectos técnicos e econômicos que essa envolve. No que diz respeito à sua projeção, os elementos necessários para tal são: topografia da área, dados geológico-geotécnicos, dados referentes às construções vizinhas, bem como informações a respeito da estrutura a ser construída. 
	Quanto à topografia da região onde a edificação será construída, nesse âmbito, se inserem os levantamentos de dados sobre os taludes e encostas que possam ter influência sobre o terreno, assim como o levantamento planialtimétrico. Por sua vez, as referências geológicas e geotécnicas estão intimamente ligadas à investigação profunda a respeito das propriedades no solo do terreno, além de análises que envolvam fotos aéreas e de satélite, levantamentos aerofotogramétricos e artigos sobre experiências anteriores na área. Os dados sobre as construções vizinhas, englobam, sobretudo, os tipos de fundações e estruturas empregadas, bem como as possíveis consequências que podem ser ocasionadas em virtude de escavações e vibrações provocadas pela nova obra. Por fim, os elementos da edificação a ser construída dizem respeito ao sistema estrutural (hiperestaticidade, flexibilidade, etc.), sistema construtivo (convencional, pré-moldado, etc.), além das cargas admissíveis relacionadas a essa (VELLOSO, 2010).
	No que diz respeito à investigação geotécnica, essa consiste na execução de ensaios de campo e laboratório, com o intuito de identificar as características e propriedades do solo e do substrato rochoso, de maneira a determinar, assim, previsões de comportamento do maciço, frente aos pesos dos elementos da construção. Uma forma frequentemente empregada é a sondagem SPT, com a qual mede-se a resistência de uma camada de solo de um metro mediante a quantização do número de golpes necessários para a penetração de trinta centímetros desse mesmo solo. Assim, obtendo-se os dados geotécnicos necessários e essenciais para uma análise completa do maciço, pode-se realizar as comparações com os valores mínimos adotados por norma e, posteriormente, inferir qual o tipo de fundação que melhor cumpre com as características do terreno.
	Ademais, acerca das cargas admissíveis, suas ações na estrutura podem ser classificadas de diferentes formas, de acordo com a norma ABNT NBR 8681, dentre as quais pode-se citar:  
a) Ações permanentes: compreendem aquelas que apresentam valores constantes e que se encontram presentes praticamente por toda a vida da construção. Dentre elas, cabe citar o peso próprio da edificação e de equipamentos fixos, empuxos e esforços relacionados aos recalques de apoio;
b) Ações variáveis: são aquelas que apresentam variações significativas de valores ao longo da vida da obra, estando relacionadas ao uso da construção, bem como a ações ambientais, como vento, ondas, correnteza, etc.;
c) Ações excepcionais: são as ações caracterizadas por apresentarem curta duração e baixa probabilidade de ocorrência na construção, mas que devem ser consideradas e contabilizadas nas projeções estruturais. Nesse tipo, se encontra a ocorrência de explosões, colisões, incêndios, enchentes, sismos, entre outros.
1.2. Justificativas
As fundações se classificam como elementos primordiais em qualquer forma de construção, servindo como suporte para todos os carregamentos e tensões que perpassam pelas estruturas das edificações. Assim, é com base nessa importância, que a cautela com a seleção da tipologia de fundação a ser adotada se torna extremamente evidente, de maneira a representar fundamental papel para que a edificação em questão se mantenha erguida em segurança e cumpra com a sua função efetivamente no meio social. 
Nesse sentido, pode-se dizer que a escolha desse parâmetro se baseia em algumas circunstâncias, dentre as quais é possível citar os aspectos geológicos do terreno em que a edificação será inserida, bem como questões ambientais e de âmbito econômico. Quanto ao primeiro tópico, cabe ressaltar a relevância do conhecimento profundo a respeito da origem e formação dos solos, caracterização, classificação e percolação desses, bem como ter conhecimento de propriedades relevantes como quanto à resistência ao cisalhamento, capacidade de carga e empuxo, compressibilidade, além de outras propriedades e investigações geotécnicas. A partir desses fatores, têm-se um considerável direcionamento na escolha das fundações, frente as suas inúmeras características que elas podem apresentar, como a decisão entre o emprego fundações diretas e indiretas (diante da quantidade de carregamento e das condições geotécnicas da região em que será feita a construção, as quais são adquiridas por meio de ensaios do solo, como o denominado SPT). Por sua vez, a questão econômica está diretamente relacionada à situação do cliente (àquilo que o cliente está disposto a pagar) e, principalmente,ao atingimento do melhor custo benefício possível, o qual deve estar de acordo com a questão da qualidade, da viabilidade e com a ideia de melhor otimizar a execução do projeto.
Com isso, sabendo que a conectividade de todas essas condições é essencial para um bom desempenho final de qualquer obra, a justificativa da escolha dessa temática se torna nítida, uma vez que o melhor entendimento dessas questões induz, consequentemente, a uma melhor organização e a um planejamento mais eficaz de qualquer construção, com boa otimização e levando em consideração a qualidade, segurança e viabilidade da obra. 
Diante dessas informações, este trabalho busca analisar, mediante a realização de ensaios geotécnicos e por meio da análise de cargas admissíveis locais, a opção mais apropriada de fundação para uma edificação em particular, localizada no município de Varginha, podendo essa se direcionar aos tipos estaca escavada ou sapata. Tal abordagem se faz extremamente necessária, uma vez que a devida escolha da fundação para edificações resulta em uma maior qualificação da obra, de maneira a garantir a segurança necessária a seus habitantes. Além disso, junta-se a essa questão a conciliação entre os aspectos técnicos e econômicos da escolha, de forma que sejam compatíveis com o porte da obra e com a disponibilidade do seu cliente. Esse propósito será atingido mediante a realização prévia de uma revisão bibliográfica, bem como a partir de efetuação de um estudo de caso.
2. OBJETIVO
O objetivo geral do presente Projeto Interdisciplinar é avaliar de maneira preliminar qual o tipo de fundação que atende simultaneamente a viabilidade técnica e econômica para uma edificação de pequeno porte a partir de um estudo de caso real. Dentre os tipos de fundações a serem estabelecidas, determinou-se dois tipos: fundações do tipo estaca escavada e fundações do tipo sapata.
O projeto realizado possui o total de 10 objetivos específicos apresentados a seguir:
a) Definir o carregamento de cada elemento de fundação com base na planta de carga do projeto estrutural;
b) Definir, com base em sondagem SPT, a cota de assentamento das sapatas e a tensão admissível do solo via metodologias semiempíricas;
c) Realizar o dimensionamento geométricos das sapatas;
d) Levantar os quantitativos de concreto e aço com base em indicadores da literatura (taxa de aço) das sapatas;
e) Estimar o custo com as fundações da edificação considerando as fundações rasas (sapatas);
f) Definir, com base em sondagem SPT, o comprimento das estacas escavadas e a carga admissível geotécnica das mesmas via metodologias semiempíricas;
g) Avaliar o número de estacas necessário para cada pilar e pré-dimensionar os blocos de coroamento;
h) Estimar o custo com as fundações da edificação considerando fundações profundas (estacas escavadas);
i) Discutir os resultados obtidos e concluir qual o tipo de fundação mais viável tecnicamente e economicamente. 
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Antes de tudo, foi escolhida uma edificação residencial com 55,80 m² de área a ser construída, a fim de verificar a influência das características do solo na escolha do tipo de fundação dessa construção.
Figura 1 - Fachada Frontal
Figura 2– Planta Baixa - Térreo
Figura 3 – Planta Baixa – Primeiro Pavimento
Inicialmente, foi realizada a revisão bibliográfica do presente Projeto Interdisciplinar a partir da construção de um referencial teórico. Tal revisão foi feita com o objetivo de introduzir os principais conceitos dos tipos de fundações a serem apresentadas ao decorrer do projeto e suas principais características. Em seguida, foram atribuídos ao referencial teórico os principais conceitos de carga e tensão admissível do solo de acordo com a ABNT NBR 6122. Por fim, o método de sondagem SPT e as metodologias matemáticas que serão utilizadas para a execução dos cálculos necessários para o desenvolvimento do estudo de caso foram integrados ao referencial teórico.
Ademais, a NBR 6122/2019 determina que deve ser executada uma investigação preliminar para qualquer porte de edificação, a fim de se obter a determinação das demais características do solo, bem como a posição do nível d’água, a medida do índice de resistência a penetração (NSPT) e o tipo de solo encontrado no terreno do presente estudo de caso de acordo com a ABNT NBR 6484. 
3.1 SONDAGEM SPT (Standard Penetration Test)
Para as fundações do tipo sapata, o método de investigação geotécnico utilizado no atual projeto é a sondagem SPT (Standard Penetration Test) para ter-se a obtenção dos dados necessários para obter-se uma análise completa do solo do terreno do estudo de caso apresentado, como já salientado na introdução. 
A sondagem SPT possui o total de três finalidades prescritas na norma NBR 6484/2020, sendo elas a determinação dos tipos de solo em suas respectivas profundidades de ocorrência; a posição do nível d’água e os índices de resistência à penetração a cada metro. A partir desse ensaio, será possível determinar as características do maciço retirado de cada amostra a cada metro específico perfurado, com a finalidade de se obter uma análise completa e essencial.
O processo de execução da sondagem de simples reconhecimento com SPT é normatizado pela norma brasileira ABNT NBR 6484/2020. Tal processo de investigação consiste na cravação de um amostrador-padrão a partir do impacto de um martelo de ferro.
Para dar início à sondagem de simples reconhecimento (SPT) é realizada a locação dos furos com o auxílio da cravação de um piquete de material apropriado. Em seguida, é feito o processo de perfuração, o qual consiste no emprego do trado-concha ou cavadeira manual até a profundidade de 1 m. Após isso, o amostrador-padrão é conectado à composição de cavação e a cabeça de bater é posicionada e, posteriormente, a haste de comprimento igual a 45 cm é marcada pela sua divisão em três segmentos iguais a 15 cm. Então, o martelo de ferro de massa igual a 65 kg é elevado a uma altura igual a 75 cm com o auxílio de um cabo têxtil e de uma roldana acoplado ao tripé é soltado em queda livre até atingir-se uma penetração igual a 45 cm. Logo, é anotado separadamente a quantidade de golpes que foram necessários para a cravação a cada seguimento de 15 cm marcados anteriormente no amostrador-padrão.
Figura 4 – Processo de perfuração do amostrador-padrão
Fonte 1- Chiossi (2013, p .123). Disponível em http://dedmd.com.br/validacao/2019_1/FUNDA%C3%87%C3%95ES/Unidade%201/s3/
Após isso, as amostras do maciço a cada metro perfurado devem ser recolhidas imediatamente e armazenadas em diferentes recipientes identificados por um etiqueta, a qual deve apresentar a designação ou número do trabalho, o local da construção, o número da sondagem e da amostra, a profundidade da amostra, o número de golpes e suas respectivas penetrações do amostrador (ABNT NBR 6484, 2020, p.16).
Figura 5 – Processo executivo da sondagem SPT
Fonte 2 - SONDAGENS a Percussão (SPT). CIVILSOLO Sondagens e Fundações LTDA. Disponível em: https://www.civilsolo.com.br/sondagens-a-percussao-spt/.
Figura 6 – Equipamentos para a sondagem SPT
Fonte 3 - SONDAGEM a Percussão (SPT): O que é? Eu preciso contratar? BR Engenharia. 20 de março de 2020; Disponível em: http://brengenharia.com.br/blog_br/sondagem-a-percussao-spt-o-que-e-eu-preciso-contratar/
De acordo com a NBR 6484/2020, quando a cravação atingir os 45 cm prescritos, a soma da quantidade dos golpes executados para a segunda e terceira etapas de penetração, independentemente se a penetração não tiver atingido os exatos 15 cm, corresponde a resistência à penetração (NSPT). Além do mais, caso qualquer em dos três segmentos de 15 cm, a quantidade de golpes efetuada ultrapassar 30, e caso o amostrador-padrão não avançar durante a execução de cinco golpes sucessivos do martelo de ferro, o processo de cravação deve ser interrompido. 
Conforme determinado pela ABNT NBR 8036/1983, os números mínimos de sondagens a cada m2 de área construída e em qualquer condição de área de projeção são especificados de acordo com as tabelas abaixo:Tabela 1 - Número mínimo de sondagens
	Área a ser construída (m²)
	Número mínimo de sondagens a cada m²
	Até 200 m² até 1200 m²
	1 sondagem a cada 200 m²
	De 1200 m² até 2400 m²
	1 sondagem a cada 400 m² que exceder de 1200 m²
	Acima de 2400 m²
	Fixado de acordo com o plano de construção
Tabela 2 - Número mínimo de sondagens em qualquer condição
	Área de projeção (m²)
	Número mínimo de sondagens a cada m²
	Até 200 m²
	2 sondagens
	De 200 m² até 400 m²
	3 sondagens 
Por fim, de acordo com a ABNT NBR 6484/2020, tem-se as seguintes designações do estado de compacidade e consistência do solo de acordo com seu respectivo índice de resistência a penetração:
Tabela 3 - Estado de compacidade e consistência
	Solo
	Índice de resistência à penetração N
	Designação
	Areias e siltes arenosos
	≤ 4
	Fofa(o)
	
	5 a 8
	Pouco compacta(o)
	
	9 a 18
	Medianamente compacta(o)
	
	19 a 40
	Compacta(o)
	
	
	Muito compacta(o)
	Argilas e siltes argilosos
	≤ 2
	Muito mole
	
	3 a 5
	Mole
	
	6 a 10
	Média(o)
	
	11 a 19
	Rija(o)
	
	20 a 30
	Muito rija(o)
	
	> 30
	Dura(o)
Os resultados encontrados são expressados por meio de um Relatório de Sondagem. Devem estar contidos nesse documento as coordenadas e cota da boca de furo; a descrição e identificação das camadas do solos; a interpretação geológica (origem geológica do material recolhido); descrição do material; os números de golpe, a resistência à penetração N; profundidade do nível d’água e data de início e término.
Figura 7 – Exemplo de um Relatório de Sondagem
Fonte 4 - VIANA Dandara. Ensaio SPT: aprenda como interpretar os resultados. 23 de janeiro de 2018. Disponível em: https://www.guiadaengenharia.com/resultado-ensaio-spt/.
3.2 TENSÃO ADMISSÍVEL
Para a execução do dimensionamento de sapatas faz-se necessária a determinação da tensão admissível que, por definição normativa da NBR 6122/2019 no item 3.45, é máxima tensão que, aplicada ao terreno pela fundação rasa ou pela base de tubulão, atende, com fatores de segurança predeterminados, aos estados limites últimos (ruptura) e de serviço (recalques, vibrações etc.). Ainda dentro desta norma, a tensão admissível, de acordo com o item 7.3, deve ser fixada a partir da utilização e interpretação de um ou mais dos procedimentos descritos:
a) Prova de carga sobre placa (NBR 6122, 2019, item 7.3.1, p.22.);
b) Métodos teóricos (NBR 6122, 2019, item 7.3.2, p.22.);
c) Métodos semiempíricos (NBR 6122, 2019, item 7.3.3, p.22.).
3.2 MÉTODOS SEMIEMPÍRICOS
Como já apresentado no tópico 2, o qual diz respeito aos objetivos gerais e específicos desse projeto, métodos matemáticos semiempíricos serão aplicados para auxiliar o desenvolvimento do presente trabalho. Por definição, métodos semiempíricos que relacionam resultados de ensaios (tais como o SPT, CPT etc.) com tensões admissíveis ou tensões resistentes de cálculo. Devem ser observados os domínios de validade de suas aplicações, bem como as dispersões dos dados e as limitações regionais associadas a cada um dos métodos (NBR 6122, 2019, item 7.3.3, p.22.).
3.3 CÁLCULO DA TENSÃO ADMISSÍVEL
Para este Projeto Interdisciplinar, determinou-se com antecedência que a tensão admissível do solo será calculada através de métodos semiempírcos correlacionado com o ensaio de sondagem SPT. Com relação aos métodos que podem ser utilizados para a determinação da tensão admissível do maciço, destaca-se a seguinte correlação matemática:
Onde:
σadm: tensão admissível;
Nspt: índice de resistência à penetração de solos médio do bulbo de tensões obtido a partir da sondagem SPT e expresso no Relatório de Sondagem (não deve ser menor que 5 ou maior que 20);
Fs/50: fator de segurança.
A equação descrita acima é uma das correlações geralmente utilizadas para executar o cálculo, a partir do SPT. 
Figura 8 – Bulbo de tensões
Fonte 5 - MARINHO, Felipe. Guia da Engenharia. Disponível em: https://www.guiadaengenharia.com/bulbo-tensoes/
3.4 MÉTODO AOKI E VELLOSO
Para o cálculo da capacidade de carga do projeto em questão será utilizado o método de Aoki-Velloso. De acordo com Velloso, D. de A.; LOPES, F. de R. (2012), o método de Aoki-Velloso (1975) foi desenvolvido a partir de um estudo comparativo entre provas de carga em estacas e sondagens SPT. Neste método há uma carga vertical (R) advinda da superestrutura. A estaca escavada apresenta dois mecanismos de resistência, sendo a resistência de ponta, localizada na extremidade inferior da estaca e o atrito lateral. 
Figura 9 - – Parcelas de resistência que constituem a capacidade de carga
Fonte 6 - MARINHO, Felipe. Guia da Engenharia. Disponível em: https://www.guiadaengenharia.com/calculo-estacas-capacidade-carga/
A capacidade de carga é dada pela equação abaixo:
	
Onde:
R = Capacidade de carga
RL = Resistência Lateral
Rp = Resistência de ponta
Em que:
As incógnitas geotécnicas rL e rp foram inicialmente concebidas com base nos ensaios de penetração estática CPT, por meio dos valores da resistência de ponta do cone (qc) e do atrito lateral unitário na luva (fs) (Cintra, 2010).
Entretanto, devido a maior utilização do ensaio SPT, através de correlação podem ser utilizados os dados do índice à penetração dinâmica SPT (NSPT).
Em que f1 e f2 são fatores de correção de escala e execução obtidos a partir da retro análise de resultados de provas de carga em estaca (Velloso de Lopes, 2012). Sendo assim, esses fatores estão relacionados ao tipo de estaca que será adotado.
Tabela 4 - Valores de F1 e F2
	Tipo de Estaca
	F1
	F2
	Franki
	2,5
	5,0
	Metálica
	1,75
	3,5
	Pré-moldada de concreto
	1,75
	3,5
	Escavada
	3,0
	6,0
 
O coeficiente K está relacionado ao tipo de solo e α a função do tipo de solo.
Tabela 5 - Coeficiente K e razão de atrito α
	Solo
	K (MPa)
	Α (%)
	Areia 
	1,00
	1,4
	Areia siltosa
	0,80
	2,0
	Areia siltoargilosa
	0,70
	2,4
	Areia argilosa
	0,60
	3,0
	Areia argilossiltosa
	0,50
	2,8
	Silte 
	0,40
	3,0
	Silte arenoso
	0,55
	2,2
	Silte arenoargiloso
	0,45
	2,8
	Silte argiloso
	0,23
	3,4
	Silte argiloarenoso
	0,25
	3,0
	Argila
	0,20
	6,0
	Argila arenosa
	0,35
	2,4
	Argila arenossiltosa
	0,30
	2,8
	Argila siltosa
	0,22
	4,0
	Argila siltoarenosa
	0,33
	3,0
Logo, a capacidade de carga (R) será calculada pela fórmula semiempírica:
Em que U é dado pelo perímetro da seção transversal do fuste da estaca, ΔL o trecho onde se admite rL constante e Ap a área da ponta da estaca.
3.5 CARGA ADMISSÍVEL
O cálculo da carga admissível será realizado considerando a capacidade de carga (3.4).A carga admissível é dada pela relação entre o valor médio da capacidade de carga (R) e o fator de segurança.
Uma vez que a capacidade de carga será calculada através do método semiempiríco de Aoki-Velloso o fs a ser utilizado para a determinação da carga admissível é 2, conforme determina a NBR 6122:2010. 
Dessa forma, considerando as recomendações dos autores Aoki e Velloso (1975), será adotado o fator de segurança global normatizado de 2.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
· ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122. Projeto e execução de fundações. Rio de Janeiro, 2019.
· ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6484. Solo — Sondagem de simples reconhecimento com SPT — Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2020.
· ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8036. Programação de sondagens de simples reconhecimento dos solos para fundações de edifícios. Rio de Janeiro, 1983.
· HELENA, Lúcia. Sondagem a Percussão (SPT) – Quais informações deve conter no Relatório de Sondagem – Artigo. Suporte Solo. Disponível em: https://suportesolo.com.br/blog/sondagem-a-percussao-spt-quais-informacoes-deve-conter-no-relatório-de-sondagem-artigo/47/.
· MARINHO, Felipe. Bulbo de tensões: Conceito e aplicações, Guia da Engenharia, 15 de janeiro de 2019. Disponível em: https://www.guiadaengenharia.com/bulbo-tensoes/.
· VIANA, Dandara. Ensaio SPT: aprenda como interpretar os resultados. 23 de janeiro de 2018. Disponível em: https://www.guiadaengenharia.com/resultado-ensaio-spt/.
· DUTRA, Gal. Aula Tensão Admissível do Soloe o SPT - MEC SOLOS E FUNDAÇÕES. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-grG6rMRz4k.
· STOROPOLI, João Henrique. Tensão Admissível de Solos, 4 de maio de 2016. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=HGXyYjOv9Ts.
· GUIA DA ENGENHARIA. Tensão Admissível: Métodos de Determinação [Teoria], 23 de agosto de 2019. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=vLN7lN1DHx8.
· TQS DOCS. Capacidade de Carga – Estacas. Disponível em: http://docs.tqs.com.br/Docs/Details?id=3832&language=pt-br 
· VELLOSO, Dirceu de Alencar; LOPES, Francisco de Rezende. Fundações. Critérios de Projeto | Investigação do Subsolo | Fundações Superficiais | Fundações Profundas. Rio de Janeiro, 2010.
· CINTRA, José Carlos A.; AOKI, Nelson. Fundações por Estaca. Projeto Geotécnico. São Paulo, 2010.
· GUIA DA ENGENHARIA. Capacidade de Carga em Estacas [Teoria].. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=jYMvHehzYAg&t=169s

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