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30/12/2020 Encontro: Introdução ao Pensamento de André Green - Departamento Formação em PsicanáliseDepartamento Formação em Psicanálise
sedes.org.br/Departamentos/Formacao_Psicanalise/dfp/encontro-introducao-ao-pensamento-de-andre-green/ 1/4
Encontro: Introdução ao Pensamento de
André Green
Devido ao grande interesse por autores da psicanálise contemporânea, o Departamento Formação
em Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, realizou no dia 13 de junho, um encontro, no modelo
de evento aberto, que promoveu a introdução ao pensamento de André Green.
Para esse feito convidamos Helenice Oliveira Rocha. Uma colega muito querida do departamento,
no qual fez sua formação de 1992 a 1995 e, que após um período sem nos visitar, nos deu a satisfação
de reencontra-la. Helenice generosamente veio nos agraciar com seu saber, compartilhando com o
Eventos
26 de junho de 2015 4 
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30/12/2020 Encontro: Introdução ao Pensamento de André Green - Departamento Formação em PsicanáliseDepartamento Formação em Psicanálise
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público presente seu recorte da obra desse grande teórico, que desperta o interesse de todos nós. 
Helenice começa sua introdução nos dizendo que André Green possui, além de uma obra vasta, um
pensamento complexo, so�sticado e profundo. Passou por várias escolas. De 1960 a 1967 frequentou
os seminários de Lacan, rompeu a partir desse ano e �cou mais próximo de Winnicott e Bion. Ao
longo de sua vida manteve contato com Laplanche, Pontalis, Piera Aulagnier e Anzieu, o que
proporcionou a ele a construção de uma teoria muito criativa. Considerou-se sempre um freudiano.
Tinha uma grande paixão pela clínica, criando teorias originais a respeito do setting e do enquadre
analítico.
Green nos foi apresentado a partir de um roteiro de três dimensões: Histórica, Clínica e
Metapsicológica, estando o Trabalho de Negativo como elo entre essas dimensões. Ele abriu espaço
para que pensássemos sobre a chamada Crise da Psicanálise – isso se deu na virada dos anos 2000,
sendo traçada por ele uma analogia à virada dos anos 20 de Freud, que contou com a segunda
teoria pulsional. A psicanálise estaria produzindo modelos reducionistas e dogmáticos; estaria
idealizando algumas �guras como chefes de escolas e Green fazia oposição a isso. Para o
enfrentamento dessa crise, foi proposto um projeto para uma �liação pluralista a Freud, Green dizia
que seria preciso manter um distanciamento do pai fundador, para que houvessem possibilidades
de aberturas para a teoria e a prática psicanalítica, trazendo para a clínica contemporânea novos
aportes.
Suas duas grandes contribuições foram: a conceitualização do Trabalho do Negativo e a clínica com
pacientes borderlines. É na dimensão clínica que o trabalho do negativo pôde ser criado, surge
através do atendimento aos pacientes ditos difíceis, no limite do analisável. 
O trabalho do negativo, foi teorizado em 1993, surgido do interesse de Green pelo desligamento feito
pela pulsão de morte. Faz-se necessário abordar a reconceitualização da pulsão de morte feita por
ele.
Se na pulsão de vida a função é objetalizante, ou seja, ligar a pulsão de amor ao objeto – objeto esse
tanto interno quanto externo – essa função vai alcançar as estruturas psíquicas, que irão se
transformar também em objeto (como por exemplo: o ego se transformando em objeto para Id),
chegando no limite de o próprio investimento de ligação se transformar em objeto.
Já na pulsão de morte, a força é de desligamento, a função é desobjetalizante. Essa função no limite,
afetaria os próprios alicerces do psiquismo, traria a manifestação do narcisismo de morte*, que além
de desinvestir o objeto, chega a desinvestir o próprio eu; é o desinvestimento da própria estrutura e
da unidade narcísica primária.
Helenice nos mostra, que é mediante à função desobjetalizante, que temos a desquali�cação do
objeto. O objeto desquali�cado como tal, �ca descaracterizado de sua identidade humana e de sua
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30/12/2020 Encontro: Introdução ao Pensamento de André Green - Departamento Formação em PsicanáliseDepartamento Formação em Psicanálise
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condição pensante: como ocorre nos casos que se realizam a tortura e a segregação racial. A própria
função desobjetalizante se tornaria também um objeto ao eu.
Na continuidade de sua explanação, Helenice chega ao conceito de enquadre para Green. Ela fala
que a construção da estrutura enquadrante – estrutura essa que dá os limites intrapsíquicos (id, ego
e superego) e intersubjetivos (eu e o outro) – necessita que o bebê possa alucinar negativamente o
objeto primário. É preciso ter uma presença/ausência do objeto.
O objeto precisa se deixar apagar para que haja um vazio estruturante, que dá acesso ao desejo e
possibilita a separação do mesmo. Esse se deixar apagar, traz a constituição do objeto no espaço
externo e atenua a presença desse objeto dentro do bebê. Esse objeto aparece fora como objeto de
atração ou repulsão.
Nos casos limites, o objeto não é apagado, a alucinação negativa não ocorre. Então, ela nos diz: “O
que �ca é uma ausência de ausência, ou, uma presença de presença. A estrutura enquadrante não
se forma. Nesses casos limites há o excesso de mãe dentro de si”. 
Esses são pacientes que vivem uma ocupação permanente com o objeto intrusivo e uma ausência
radical do objeto idealizado. Ocorre uma dupla angústia: a de intrusão e a de separação. Na clínica
com esses pacientes nos deparamos com a experiência do vazio, com uma cisão mais radical; em
detrimento do recalque, trazendo falhas na capacidade de simbolizar e representar. O que temos
aqui é uma expressão extrema do negativo, um negativo patológico, uma falência da ação
necessária do negativo, que se dá através do trabalho do negativo. Portanto, há a ocorrência, por
exemplo: das somatizações, das passagens ao ato e das compulsões. Os pacientes que estão no
limite do analisável, realizam grandes ataques ao enquadre e provocam respostas
contratransferências intensas.
Green, então propôs uma mudança no enquadre clássico da psicanálise. Tornando-se necessário
uma posição do analista múltipla e variável. O analista precisa ser criativo e Green iria ousar, criou
um setting analítico diferenciado para esses pacientes difíceis, aderindo ao encontro cara a cara,
relativizando o uso do divã, os horários e o número de sessões.
En�m, a teoria de Green nos apresenta um espaço analítico para a construção de um enquadre, que
é ao mesmo tempo contenção, distância e construção do objeto analítico; o que ele chamou de
objeto terceiro, levando-o ao conceito de terceridade: paciente, analista e enquadre. A escuta do
analista precisa ser dirigida a uma unidade (escuta narcísica), ao par (escuta mãe/bebê) e ao
triangular (escuta a estrutura edípica).
Após a apresentação introdutória ao pensamento de Green, fomos presenteados com um lindo e
sensível relato de um caso clínico feito pela também colega de Departamento, Giovana Viveiros.
Tivemos a oportunidade de vivenciar junto ao seu relato as angústias e incertezas que o trabalho
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clínico nos traz, colocando-nos uma vez mais diante da clínica viva, onde nos deparamos com
pacientes que necessitam de analistastambém vivos, o que ocorre dentro de uma conceituação
histórica e atual. E assim se deu nosso encontro, pudemos, novamente, constatar que a teoria só
adquire sentido em correlação à prática clínica, nos deixando inspirações e aspirações para a
continuada formação do analista.
Alessandra Ruivo.
* Narcisismo de morte é um conceito criado por Green que deu origem a seu mais conhecido livro:
Narcisismo de Vida/Narcisismo de Morte.
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