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[2023A]-[P1]-HP-Parte 4-Ciência e SC-Psic ou Psics-[10-03]-OK-AVA

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CIÊNCIA E SENSO COMUM
O senso comum e o conhecimento científico
A PSICOLOGIA OU “AS PSICOLOGIAS”
Prof. Ma. Elizeth Germano Mattos
Para sabermos o que é ciência, o que é conhecimento científico,
precisamos distingui-los do chamado senso comum. Iniciamos com as
perguntas abaixo:
Como duvidar que o sol seja menor do que a Terra se, todo dia, vemos
um pequeno círculo de cor vermelha percorrendo o céu?
Como duvidar que a terra seja imóvel se diariamente vemos o sol
nascer, percorrer o céu e se pôr?
Certezas como esta estão presentes na nossa vida e expressam o que 
nós chamamos de "senso comum". 
CIÊNCIA E SENSO COMUM
O senso comum e o conhecimento científico
Quando fazemos a ciência, a realidade cotidiana é usada como base.
Observe que:
- A astronomia nos revela que o sol é muitas vezes maior do que a Terra e
que é a Terra que se move em torno dele.
- Já a biologia nos ensina que as espécies de animais se formaram a partir
de modificações de microrganismos extremamente simples e isto ao longo
de milhões de anos.
VOCÊ, COM CERTEZA, JÁ DEVE TER OUVIDO ALGUÉM DIZER
"Dize-me com que andas que eu te direi quem és“
"Mais vale um pássaro na mão do que dois voando"
Esses dois exemplos nos mostram com o senso comum se manifesta por meio 
dos ditos populares, das crenças do povo. 
Mas, existe uma GRANDE DIFERENÇA entre nossas certezas cotidianas e o conhecimento científico.
CIÊNCIA E SENSO COMUM
O senso comum e o conhecimento científico
Senso Comum: prático, cotidiano, sociedade. 
Ciência: pesquisa acadêmica.
Misticismo: busca entre o céu e a terra. 
Religião: Bíblia, Alcorão (Livro sagrado do Islão, Islamismo - Muçulmanos), 
Vedas (escrituras sagradas do hinduísmo). 
Artes: qualidade de vida, expressão do conhecimento. 
Filosofia: verdadeira significado da vida.
DE ONDE ORIGINA-SE O CONHECIMENTO?
Portanto, a arte, religião, filosofia, ciência e senso comum 
são domínios do conhecimento humano.
SENSO COMUM
Diríamos que o Senso Comum não se caracteriza pela investigação, pelo
questionamento, ao contrário da ciência. Fica no imediato das coisas,
caracteriza-se pela subjetividade, permeado pelas opiniões, emoções e valores
de quem o produz:
É um verdadeiro receituário para o homem resolver os seus problemas da vida
diária. É um saber não-sistematizado mas muito útil para guiar o homem na sua
vida cotidiana. É obtido geralmente pelas observações realizadas pelos
sentidos. É ditado pelas circunstâncias.
É todo o conhecimento 
que vamos acumulando no 
nosso cotidiano.
CONHECIMENTO DO COTIDIANO
Ocorre por meio do Senso Comum, que é espontâneo e intuitivo. 
• CIÊNCIA: abstrai a realidade para compreendê-la melhor;
• COTIDIANO: traz a ciência para o real. 
Exemplo: Newton abstraiu-se da realidade: 
Fruta caia da árvore (cotidiano) e formulou a lei da gravidade (científico).
O QUE É CIÊNCIA? 
Conjunto de conhecimentos sobre os fatos por meio de linguagem
precisa e rigorosa que são obtidos de maneira programada,
sistemática e controlada para que se verifique sua realidade.
O saber pode assim transmitir, verificar, utilizar, desenvolver.
É um processo contínuo, pois sempre há aprimoramento de técnicas,
pois, aspira objetividade.
COMO SE PRODUZ UM NOVO CONHECIMENTO?
É produzido sempre a partir de algo anteriormente desenvolvido.
Negam-se, reafirmam-se, descobrem-se novos aspectos, e assim
a ciência avança, progride e prossegue.
O conhecimento científico nos permite indicar o objeto de estudo
das diferentes áreas do saber e compreender exatamente como
determinado conteúdo foi construído, possibilitando, também, a
reprodução da experiência.
Por isso, o saber científico pode ser transmitido, verificado,
utilizado e desenvolvido.
PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE SENSO COMUM E CIÊNCIA
SENSO COMUM:
 É espontâneo e intuitivo;
 Se manifesta através dos ditos populares, das crenças dos povos;
 É um verdadeiro "receituário" para o homem resolver os seus problemas 
da vida diária;
 É um saber não-sistematizado, mas útil para guiar o homem na sua vida 
cotidiana;
 É geralmente obtido pelas observações realizadas pelos sentidos;
 Fica no imediato das coisas, caracteriza-se pela subjetividade;
 É ditado pelas circunstâncias;
 É subjetivo, isto é, permeado pelas emoções, opiniões e valores de 
quem o produz;
 É marcado pelo sentimento.
CIÊNCIA
 Tem objeto específico;
 Linguagem rigorosa, cujos conceitos são definidos de modo a evitar qualquer
ambiguidade;
 Método rigoroso para observação, experimentação e verificação dos fatos;
 Técnicas específicas;
 Processo cumulativo de conhecimento;
 Objetividade;
 Se caracteriza pela investigação, pelo questionamento;
 Desconfia de nossas certezas, de nossa adesão imediata às coisas, da ausência de
crítica;
 Busca leis gerais para o fenômeno;
 Exemplo: a queda dos corpos é explicada pela lei da gravidade. Não acredita em
milagres, e sim na regularidade, constância, frequência dos fenômenos.
 É generalizador
 É quantitativo: busca medidas, padrões, critérios de comparação e de avaliação para
coisas que parecem diferentes.
 Busca a racionalidade
A ciência é uma atividade eminentemente 
reflexiva, que procura compreender, 
elucidar e alterar esse cotidiano, 
a partir de seu estudo sistemático.
SENSO COMUM: UMA VISÃO-DE-MUNDO
 Esse conhecimento do senso comum, apropria-se de uma maneira
muito singular de conhecimentos produzidos pelos outros setores
da produção do saber humano.
 O senso comum mistura e recicla esses outros saberes, muito
mais especializados, e os reduz a um tipo de teoria simplificada,
produzindo uma determinada visão-de-mundo.
Mas apesar destas diferenças: 
No senso comum há elementos do conhecimento científico.
Vamos dar alguns exemplos:
1. Você está guiando um automóvel e de repente ele para. Não há possibilidade
de chamar o mecânico ou outra pessoa para lhe ajudar. O que você fará?
2. Coloco à sua frente várias peças de um quebra-cabeças, vamos supor que
sejam mais de 1000 peças. Você terá que armá-lo. Não lhe é dado o modelo.
O SENSO COMUM PRODUZ UMA DETERMINADA VISÃO-DE-
MUNDO, E ATINGE TODAS AS ÁREAS DO CONHECIMENTO. 
Exemplo 1: Quando usamos a garrafa térmica para manter o café quente, sabemos
mais ou menos por quanto tempo o café permanecerá quente - sem precisarmos
para isso fazer um cálculo complicado.
Exemplo 2: Quando sentimos dor de estômago ou fígado, podemos fazer um chá de
boldo (planta medicinal) - sem, no entanto, conhecer o princípio ativo de suas
folhas nas doenças hepáticas e sem nenhum estudo farmacológico.
Exemplo 3: Quando atravessamos uma avenida movimentada, com o tráfego de
veículos em alta velocidade, sabemos perfeitamente medir a distância e a
velocidade do automóvel que vem em nossa direção - não há necessidade de
usar uma máquina de calcular ou fita métrica para essa tarefa.
Esse é o chamado Senso Comum – pois, trata-se de um 
conhecimento intuitivo, espontâneo, de tentativas e erros.
USAMOS O TERMO “PSICOLOGIA” NO NOSSO COTIDIANO, 
COM VÁRIOS SENTIDOS. 
EXEMPLO:
 Quando o vendedor usa o seu poder de persuasão, dizemos que tem 
“psicologia” para vender o seu produto;
 Quando à jovem usa o seu poder de sedução para a trair o rapaz, falamos que 
ela usa de “psicologia”; 
 E quando procuramos um amigo para nos ouvir, dizemos que ele tem 
“psicologia” para nos entender.
Essa psicologia usada no cotidiano 
pelas pessoas em geral, 
é denominada de 
PSICOLOGIA DO SENSO COMUM.
Nem por isso deixa de ser uma psicologia.
O que estamos dizendo é que as pessoas, têm um 
domínio, mesmo que pequeno e superficial, do 
conhecimento acumulado pela Psicologia científica.
Permitindo-lhes explicar problemas cotidianos de 
um ponto de vista psicológico.
Quantas vezes no nosso dia-a-dia ouvimos o termo PSICOLOGIA?
É comum as pessoas pensarem que entendem um pouco dela. As pessoas, em
geral, tem a sua própria psicologia, empregam esse termono cotidiano
para designar uma série de fatos.
Será esta a PSICOLOGIA dos psicólogos? 
Certamente NÃO.
A PSICOLOGIA ou "AS PSICOLOGIAS" 
- Pensando sobre a Psicologia: ciência e senso comum -
Essa PSICOLOGIA usada no cotidiano é denominada de psicologia do senso
comum. Mas nem por isso deixa de ser uma PSICOLOGIA. Em geral, as pessoas
tem um domínio mesmo que pequeno e superficial do conhecimento científico
acumulado pela PSICOLOGIA CIENTÍFICA, o que lhes permite explicar ou
compreender seus problemas cotidianos de um ponto de vista psicológico.
POR MEIO DO SENSO COMUM TAMBÉM EM PSICOLOGIA
USAMOS TERMOS, COMO POR EXEMPLO:
 Histérico(a)
 Complexado
 Tímido/Extrovertido
 Psicopata
 Neurótico
 Louco
 Fobia(s)
 Trauma(s)
Termos estes definidos e estudados pela PSICOLOGIA CIENTÍFICA que 
empregamos no cotidiano sem a preocupação com a definição científica 
correta, e que nem por isso deixamos de nos fazer entender pelo outro. 
A MATÉRIA-PRIMA, DA PSICOLOGIA É O HOMEM EM TODAS AS 
SUAS EXPRESSÕES:
• visíveis (comportamento);
• invisíveis (sentimentos);
• singulares (porque somos o que somos) e;
• genéricas (porque somos todos assim)
OU SEJA, INCLUI TUDO QUE ESTÁ SINTETIZADO NO TERMO 
“SUBJETIVIDADE”:
• homem-corpo;
• homem-pensamento;
• homem-afeto;
• homem-ação.
A psicologia, como área da Ciência, vem se desenvolvendo na história desde
1875, quando Wilhelm Wundt (1832-1926) criou o primeiro Laboratório de
Experimentos em Psicofisiologia, em Leipzig, na Alemanha.
 Esse marco histórico significou o desligamento das ideias psicológicas de
ideias abstratas e espiritualistas, que defendiam a existência de uma alma
nos homens, a qual seria a sede da vida psíquica.
A CIÊNCIA, como forma de saber, não está pronta e nunca estará, 
pois é cumulativa, progressiva.
A CIÊNCIA é um processo permanente de conhecimento do mundo, 
pode-se dizer que é um exercício de diálogo entre 
o pensamento humano e a realidade.
BIBLIOGRAFIA:
ALVES, Rubem. Filosofia da Ciência - Introdução ao jogo e suas regras. São 
Paulo: Brasiliense, 1981. 
BOCK, Ana M. Bahia; FURTADO, Odair & TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. 
Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia.13.ed. Reform. e ampl. São 
Paulo: Saraiva, 2002.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1994. 
FOUREZ, Gérard. A construção das ciências - introdução à filosofia e à ética 
das ciências. São Paulo: Unesp, 1995.
LUCKESI, Cipriano Carlos e PASSOS, Elizete Silva. Introdução à Filosofia -
aprendendo a pensar. 2.ed., São Paulo: Cortez, 1996. 
SÁTIRO, Angélica e WUENSCH, Ana Miriam. Pensando melhor – Iniciação ao 
filosofar. São Paulo: Saraiva, 1997.
Profa. Elizeth Germano Mattos

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