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GRUPO SER EDUCACIONAL
SAÚDE COLETIVA 
E VIGILÂNCIA 
EPIDEMIOLÓGICA
SAÚDE COLETIVA E VIGILÂNCIA EPIDEM
IOLÓGICA
Autoras: Gabriela de Melo Kohns, Ana Gabriela Silva 
e Aline Carvalho de Azevedo
Organizadora: Debora Santos Alves de Oliveira
SAÚDE COLETIVA 
E VIGILÂNCIA 
EPIDEMIOLÓGICA
Autoras: Gabriela de Melo Kohns, Ana Gabriela Silva e 
Aline Carvalho de Azevedo
Organizadora: Debora Santos Alves de Oliveira
Saúde Coletiva 
e Vigilância 
Epidemiológica
SAÚDE COLETIVA E VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA _Ebook completo_SER_v2.indd 1SAÚDE COLETIVA E VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA _Ebook completo_SER_v2.indd 1 10/08/2022 11:49:4110/08/2022 11:49:41
© by Ser Educacional
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro 
tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia 
autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional.
Imagens e Ícones: ©Shutterstock, ©Freepick, ©Unsplash.
Diretor de EAD: Enzo Moreira.
Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato.
Coordenadora de projetos EAD: Jennifer dos Santos Sousa.
Equipe de Designers Instrucionais: Gabriela Falcão; José Carlos Mello; Lara 
Salviano; Leide Rúbia; Márcia Gouveia; Mariana Fernandes; Mônica Oliveira 
e Talita Bruto.
Equipe de Revisores: Camila Taís da Silva; Isis de Paula Oliveira; José Felipe 
Soares; Nomager Fabiolo Nunes.
Equipe de Designers gráficos: Bruna Helena Ferreira; Danielle Almeida; 
Jonas Fragoso; Lucas Amaral, Sabrina Guimarães, Sérgio Ramos e Rafael 
Carvalho.
Ilustrador: João Henrique Martins.
Autoras: Kohns, Gabriela de Melo; Silva, Ana Gabriela; Azevedo, Aline 
Carvalho de.
Organizador(a): Oliveira, Debora Santos Alves de
Nome Disciplina: Saúde Coletiva e Vigilância Epidemiológica
Recife: Editora Digital Pages e Grupo Ser Educacional - 2022.
107 p.: pdf
ISBN: 978-65-81507-46-6
1. Saúde 2. SUS 3. Epidemiologia
Grupo Ser Educacional
Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro
CEP: 50100-160, Recife - PE
PABX: (81) 3413-4611
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
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OBJETIVO
Descrição do conteúdo 
abordado.
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que merecem atenção.
OBSERVAÇÃO
Nota sobre uma 
informação.
PALAVRAS DO 
PROFESSOR/AUTOR
Nota pessoal e particular 
do autor.
PODCAST
Recomendação de 
podcasts.
REFLITA
Convite a reflexão sobre 
um determinado texto.
RESUMINDO
Um resumo sobre o que 
foi visto no conteúdo.
SAIBA MAIS
Informações extras sobre 
o conteúdo.
SINTETIZANDO
Uma síntese sobre o 
conteúdo estudado.
VOCÊ SABIA?
Informações 
complementares.
ASSISTA
Recomendação de vídeos 
e videoaulas.
ATENÇÃO
Informações importantes 
que merecem maior 
atenção.
CURIOSIDADES
Informações 
interessantes e 
relevantes.
CONTEXTUALIZANDO
Contextualização sobre o 
tema abordado.
DEFINIÇÃO
Definição sobre o tema 
abordado.
DICA
Dicas interessantes sobre 
o tema abordado.
EXEMPLIFICANDO
Exemplos e explicações 
para melhor absorção do 
tema.
EXEMPLO
Exemplos sobre o tema 
abordado.
FIQUE DE OLHO
Informações que 
merecem relevância.
SAÚDE COLETIVA E VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA _Ebook completo_SER_v2.indd 3SAÚDE COLETIVA E VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA _Ebook completo_SER_v2.indd 3 10/08/2022 11:49:4210/08/2022 11:49:42
SUMÁRIO
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE � � � � � � � � 12
Conceito Ampliado de Saúde � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �12
Saúde Pública vs. Saúde Coletiva � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �15
Saúde como Direito � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �17
Sistema Único de Saúde (SUS) � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �18
Princípios Doutrinários e Organizativos do SUS � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �21
Pacto pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 24
Ações Estratégicas e Prioritárias � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 25
Conceitos básicos de Epidemiologia � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 32
Epidemiologia: Conceito � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 32
Histórico da Epidemiologia � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 37
História da Epidemiologia no Brasil � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 40
Epidemiologia: Objetivos � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �41
Importância como Eixo das Ações de Saúde e como Base de 
Informações � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 43
Conceito de Saúde � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 44
Determinantes do Processo Saúde-Doença � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 51
Adoção de Políticas nos Determinantes do Processo Saúde-Doença 55
Leis orgânicas, indicadores de saúde e níveis de assistência � � � � 60
Lei Orgânica � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 60
Leis 8�080/90 e 8�142/90 � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 63
Leis 8�080/90 e 8�142/90 e a Reforma Sanitária do Brasil � � � � � � � � � � 65
Sistema de Organização Hierárquica de Atenção à Saúde � � � � � � � 66
Sistemas de Redes de Atenção à Saúde � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 67
SAÚDE COLETIVA E VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA _Ebook completo_SER_v2.indd 4SAÚDE COLETIVA E VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA _Ebook completo_SER_v2.indd 4 10/08/2022 11:49:4210/08/2022 11:49:42
Indicadores de Saúde: Indicador e Índice � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �71
Indicadores de Saúde e Estatísticas Públicas � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 77
Avaliação de Indicadores � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 78
Prevalência vs. Incidência � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 80
Saúde da família: uma estratégia de múltiplos objetivos � � � � � � � �84
Programa de Saúde da Família � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 84
Transição do PSF para a ESF � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 89
Doenças Crônicas Não-Transmissíveis � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 93
Estrutura Epidemiológica e Casualidade � � � � � � � � � � � � � 95
Vigilância Epidemiológica � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 98
Notificação Compulsória � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 102
Investigação Epidemiológica � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 103
Avaliação dos Sistemas de Vigilância Epidemiológica � � � � � � � � � � � � � 106
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Apresentação
Caro aluno(a), seja bem-vindo(a) à disciplina de Saúde Co-
letiva e Vigilância Epidemiológica! Esse material foi desenvolvido 
com muita dedicação para você, como uma ferramenta de apoio na 
construção do seu conhecimento. Esse guia foi criado com o intui-
to de formar profissionais com visão generalista, humanista e com 
senso de responsabilidade social. Espera-se queo aluno(a) possa 
desenvolver habilidades para a análise crítica, reflexiva e investi-
gativa do processo saúde-doença em sua dimensão coletiva, desen-
volver competências, atitudes e valores éticos do atendimento do 
indivíduo, da família e da comunidade.
Neste Objeto de Aprendizagem abordaremos temáticas para o 
entendimento do processo de mudanças da prática de saúde, o papel 
da prevenção e promoção a saúde e, principalmente, o impacto que 
causam na incidência e prevalência de muitas doenças. Tudo isso 
com o cuidado de agregar informações que associam o conhecimen-
to teórico com a futura prática profissional. Dominar estes conceitos 
lhe permitirá uma visão mais crítica e ampla da atuação profissional 
frente à elaboração de estratégias para os problemas enfrentados no 
cotidiano da prática clínica em saúde coletiva.
Esperamos que a partir das discussões, textos e materiais de 
apoio que compõem esse material você seja incentivado(a) a fazer 
uma reflexão crítica sobre o cenário atual do nosso sistema de saúde 
e prevenção de doenças. 
Bons estudos!
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Autoria
Gabriela de Melo Kohns
Olá! Meu nome é Gabriela de Melo 
Kohns. Mestre em Ciências da Saúde pelo 
Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Al-
bert Einstein (2018), onde também especia-
lizei em Fisioterapia Neonatal e Pediátrica 
(2016). Graduada em Fisioterapia pelo Cen-
tro Universitário Facvest (2015), atualmente 
sou docente nos cursos de Fisioterapia, Edu-
cação Física e Nutrição, lecionando as disci-
plinas de Saúde da Família, Anatomia Humana Sistêmica, Embriologia 
e Histologia. Atuo também como fisioterapeuta clínica na área de 
Reabilitação Pediátrica e na estimulação precoce do desenvolvimento 
neuropsicomotor. Possuo experiência como tutora e consultora de ins-
tituições educacionais, contribuindo na elaboração de planos de curso 
e de material didático a nível de graduação e pós-graduação.
http://lattes.cnpq.br/7784962876996174
Ana Gabriela Silva
Olá! Meu nome é Ana Gabriela Silva. 
Sou Bacharel em Enfermagem pela Univer-
sidade Federal de São João del-Rei (2014) e 
Mestre em Ciências pela mesma instituição 
(2017). Também sou especialista em Ur-
gência e Emergência pela Faculdade Batis-
ta de Minas Gerais (2019) e em Programa 
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de Saúde da Família pela mesma instituição (2019). Doutora em Ci-
ências pela Universidade Federal de São João del-Rei (2020).
http://lattes.cnpq.br/3226446827488985
Aline Carvalho de Azevedo
Olá! Meu nome é Aline Carvalho de 
Azevedo. Sou doutora em Ciências pelo 
Programa de Pós-graduação em Vigilân-
cia Sanitária (2019) do Instituto Nacional 
de Controle de Qualidade, da Fiocruz; 
mestra em Ciências pelo Programa de 
Pós-Graduação em Biotecnologia e Bio-
processos (2013) da Universidade Federal 
do Rio de Janeiro – UFRJ; bacharel em Ciências Biológicas (2010) 
e licenciada em Ciências Biológicas (2009) pela Universidade do 
Grande Rio – Unigranrio. Atua com projetos que envolvem téc-
nicas de biologia molecular, imunologia e microbiologia, com a 
finalidade de geração de dados de saúde em epidemiologia. Mi-
nistra aulas de biologia para o ensino médio.
http://lattes.cnpq.br/3586555578332948
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Organizadora
Debora Santos Alves de Oliveira
Olá! Meu nome é Debora Santos Al-
ves de Oliveira. Sou bacharel em Nutrição, 
mestra em Nutrição, Atividade Física e 
Plasticidade Fenotípica e doutora em Nu-
trição pela UFPE. Tenho experiência pro-
fissional como nutricionista hospitalar, 
ambulatorial e geriatra. Atualmente traba-
lho como docente de cursos EAD do Grupo 
Ser Educacional. Será um prazer colaborar 
com a sua formação profissional! Espero poder mantê-lo(a) moti-
vado(a) nesse processo de aprendizagem dinâmico. 
http://lattes.cnpq.br/7015978383768958
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UN
ID
AD
E
1
Objetivos
 ◼ Analisar o conceito de saúde e sua evolução ao longo do tem-
po, bem como compreender a diferença entre prevenção, pro-
moção e educação em saúde;
 ◼ Contextualizar os determinantes e condicionantes de saúde 
com o processo saúde-doença;
 ◼ Estabelecer uma correlação entre promoção e prevenção à 
saúde e sua importância para a saúde coletiva;
 ◼ Discutir a criação do SUS e os seus princípios doutrinários e 
organizativos;
 ◼ Debater sobre a criação do Pacto Pela Saúde do SUS e os seus 
componentes (Pacto Pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pac-
to Pela Gestão do SUS).
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12
Introdução
Nesta unidade você será apresentado a conceitos fundamen-
tais de Saúde Coletiva e Vigilância Epidemiológica, como o conceito 
ampliado de saúde, a prevalência e incidência de doenças, dentre 
outros. Trataremos do processo saúde-doença, da criação do Sis-
tema Único de Saúde (SUS) no Brasil, dos princípios do SUS e da 
criação do Pacto Pela Saúde do SUS. Agora, convido-lhe a estudar e 
compreender essas temáticas de tamanha relevância para a socie-
dade.
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13
Princípios e diretrizes do sistema único de 
saúde 
Conceito Ampliado de Saúde 
Há muito tempo que o conceito de saúde tem sido pauta de 
amplos debates entre especialistas de diversas áreas de atuação 
profissional. Levando em consideração a complexidade desse tema, 
a Organização Mundial de Saúde (OMS) elaborou em 1946 o chama-
do conceito ampliado de saúde, que afirma que saúde é um estado de 
completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência 
de doenças e enfermidades.
Desta forma, é possível compreender que o conceito ampliado 
de saúde leva em consideração a integração de diferentes aspectos 
da vida e da sociedade, como economia, lazer, educação, segurança 
e trabalho. Observe o Diagrama 1, a fim de obter uma contextualiza-
ção mais adequada desse conceito. 
Diagrama 1. Aspectos integrados ao bem estar e saúde que abarcam o conceito 
ampliado de saúde
Legenda: aspectos integrados ao bem-estar e saúde que abarcam o conceito ampliado 
de saúde
Fonte: Junkles, 2018, p.13 (adaptado)
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14
Analisando-se o conceito de saúde elaborado pela OMS, é 
possível identificar três princípios (MOREIRA et al., 2018):
 ◼ O bem-estar físico: relaciona-se à ideia de que não há a saúde 
de apenas um órgão ou sistema do corpo, mas sim de um todo, 
de modo integral;
 ◼ O bem-estar social: refere-se aos ajustes das exigências do 
meio, principalmente das condições socioeconômicas, local 
de moradia, distribuição de renda e oportunidades oferecidas 
a cada pessoa;
 ◼ O bem-estar mental: relacionado a um estado de equilíbrio, 
entendimento e tolerância consigo mesmo e com os outros. 
Relaciona-se a saber lidare conduzir as diferentes emoções.
Embora a definição da OMS seja aceita e utilizada como parâ-
metro pelos sistemas de saúde em praticamente todo o mundo, ela 
vem sofrendo críticas de muitos pesquisadores nos últimos anos. O 
argumento utilizado pelos críticos é que esse conceito de saúde é 
utópico e inatingível, uma vez que alguns creem que o ser huma-
no jamais será um ser completo em todos os aspectos e sentidos da 
vida.
Posteriormente, a definição de saúde sofreu uma atualização 
no Brasil com a promulgação da Lei Orgânica da Saúde (LOS), sob o 
nº 8.080, de 1990. A LOS procura abordar aspectos mais abrangen-
tes do que os apresentados pela OMS e incita fatores determinantes 
e condicionantes do processo saúde-doença. De acordo com a lei, 
alguns dos fatores determinantes e condicionantes são: alimenta-
ção, moradia, saneamento básico, meio ambiente, trabalho, renda, 
educação, entre outros. Além disso, a LOS regulamenta o Sistema 
Único de Saúde (SUS) e é complementada pela lei n° 8.142, de 1990, 
que dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e 
sobre as transferências intergovernamentais de recursos financei-
ros na área da saúde. 
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EXEMPLO
15
Um exemplo clássico de condicionante de saúde é a gravidez, uma 
vez que apenas pessoas do sexo feminino podem engravidar. Conse-
quentemente, o sexo é um fator condicionante para a ocorrência da 
gestação entre os seres humanos.
Atualmente, alguns fatores estão intimamente relacionados 
ao processo saúde-doença, e, por isso, simples atitudes do dia a dia 
tornam-se importantes na intenção de manter uma rotina e um há-
bito de vida mais saudáveis. Alimentar-se corretamente (principal-
mente pela ingestão de frutas, legumes e verduras), praticar exer-
cícios físicos com regularidade, manter uma regularidade no sono 
e ingerir um volume suficiente de água por dia são alguns exem-
plos de conselhos médicos para que uma pessoa mantenha uma boa 
qualidade de vida, o que impactará diretamente a sua saúde.
Saúde Pública vs. Saúde Coletiva 
A compreensão dos conceitos e definições do processo saúde-
-doença é fundamental para todos os profissionais da área da saú-
de, e seu domínio possibilita uma atuação mais efetiva e ativa frente 
aos pacientes e a comunidade. Posto isso, para prosseguirmos nessa 
jornada de construção do conhecimento, é imprescindível que es-
tejam claras a definição e diferenciação dos termos saúde pública e 
saúde coletiva.
Saúde pública e saúde coletiva são áreas frequentemente 
concebidas como sinônimos. Todavia, elas possuem algumas dis-
tinções. Assim sendo, a saúde pública pode ser entendida como o 
conjunto de ações exercidas pelo governo em prol do bem estar físi-
co, mental e social da população, configurando-se como um direito 
constitucional que engloba as mais diversas áreas e níveis de aten-
ção à saúde.
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16
Já a saúde coletiva é uma ciência que engloba aspectos sociais 
e biomédicos através de diversas perspectivas organizacionais. É, 
também, uma área de atuação profissional que faz parte dos pro-
gramas de saúde pública. Paim e Almeida Filho (1998) afirmam que:
Enquanto campo de conhecimento, a saúde 
coletiva contribui com o estudo do fenômeno 
saúde/doença em populações. Enquanto pro-
cesso social investiga a produção e distribui-
ção das doenças na sociedade, analisando as 
práticas de saúde (processo de trabalho) na 
sua articulação com as demais práticas sociais, 
procurando compreender as formas com que a 
sociedade identifica suas necessidades e pro-
blemas de saúde, buscando sua explicação e se 
organizando para enfrentá-los. 
A saúde coletiva busca ampliar a compreensão da população 
sobre a saúde, acrescentando analises sociológicas, antropológicas 
e históricas. A sua criação parte das ações de um movimento sanita-
rista e tem como propósito auxiliar no reconhecimento de variáveis 
econômicas, ambientais e sociais que possam ocasionar o desenvol-
vimento de doenças.
O movimento sanitarista que propiciou a criação da saúde 
coletiva teve início na década de 1970. A filosofia desse movimen-
to preconizava a saúde não como um problema a ser solucionado 
pelos então serviços médicos, mas sim como uma questão política 
e social.
Desde seu surgimento, a saúde coletiva envolve-se com 
questões políticas, sociais e ideológicas, trazendo repercussões para 
a saúde como um todo em sua delimitação, e identificando meios 
que possibilitem tornar a saúde coletiva um campo cada vez mais 
aberto a novos paradigmas diante das necessidades de saúde, de-
mocratização da vida social e direitos humanos.
As diretrizes dos programas de saúde coletiva enfatizam a 
importância da comunicação e da atuação conjunta de equipes in-
terdisciplinares e multiprofissionais, sendo estas compostas por 
médicos, fisioterapeutas, assistentes sociais, psicólogos, biólogos, 
enfermeiros, dentistas, entre outros.
SAÚDE COLETIVA E VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA _Ebook completo_SER_v2.indd 16SAÚDE COLETIVA E VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA _Ebook completo_SER_v2.indd 16 10/08/2022 11:49:4510/08/2022 11:49:45
17
Entre os instrumentos utilizados pelos programas de saúde 
coletiva, destaca-se o uso da epidemiologia social, que possibilita 
conhecer o perfil dos problemas de saúde e das doenças apresenta-
das em determinada população assistida. O emprego da epidemio-
logia permite a criação de indicadores de saúde que, por sua vez, 
possuem dados referentes a condições sanitárias e socioeconômicas 
que otimizam o desenvolvimento de intervenções e de medidas de 
prevenção e promoção a saúde coletiva.
Deve-se ficar explícito que toda saúde pública é coletiva, mas 
nem toda saúde coletiva é pública, posto que no Brasil a saúde é 
considerada livre à iniciativa privada. Ao ter que atuar por meio do 
Sistema Único de Saúde, a saúde coletiva encontra muitos desafios, 
e o principal deles é conseguir oferecer um serviço eficiente em um 
sistema no qual o usuário corresponde à totalidade dos brasileiros.
Saúde como Direito 
A mudança conceitual do processo saúde-doença pela popu-
lação brasileira é um dos fatores que contribuiu para que o governo 
implementasse políticas públicas de saúde mais abrangentes, não 
se restringindo unicamente ao tratamento e a cura de doenças.
No Brasil, o acesso à saúde foi por muitos anos limitado à 
parcela da população que detinha condições financeiras para con-
tratar assistência particular, e posteriormente àqueles que contri-
buíam com a previdência social, em sua maioria trabalhadores com 
carteira assinada. Essa realidade começou a mudar somente a partir 
de 1988, com a aprovação da nova Constituição da República Fede-
rativa do Brasil, vigente até os dias atuais, que considera a saúde 
como um direito de toda a população, independentemente de qual- 
quer condição e fator externo.
A seção II, art. 196, capítulo I da constituição da república fe-
derativa afirma que:
A saúde é direito de todos e dever do Estado, 
garantido mediante políticas sociais e econô-
micas que visem a redução do risco de doença e 
de outros agravos e ao acesso universal e igua-
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litário às ações e serviços para sua promoção, 
proteção e recuperação (BRASIL, 1988, p. 1).
Além de ter explicitado o direito do acesso à saúde, a Consti-
tuição de 1988 enfatizou o dever e a responsabilidade do estado de 
promover a mesma, além de proteger a sociedade contra as doenças.
Sistema Único de Saúde (SUS) 
O primeiro passo para começara desvendar o SUS é compre-
ender que um sistema é o agrupamento de diversos componentes 
relacionados, os quais agem mutuamente para executar determina-
da tarefa. No SUS, o sistema tem como objetivo propiciar cuidados 
à saúde da sociedade por meio de ações curativas, preventivas, re-
abilitadoras, educativas e promotoras. A próxima etapa é assimilar 
porque o sistema é “único”: o SUS é assim chamado devido ao fato 
de seguir as mesmas diretrizes e princípios por todo o país.
O SUS pode ser definido como um novo preceito organizacio-
nal e político voltado para a reorganização da saúde pública. Ade-
mais, ele não é considerado um sucessor do INAMPS, mas sim um 
novo programa, completamente diferente, que marca na história a 
conquista do direito universal à saúde, já mencionado na Declara-
ção dos Direitos Humanos. Os principais fundamentos do SUS foram 
decididos durante a VIII Conferência Nacional de Saúde e seu esta-
belecimento se deu por meio da Constituição Federal da República 
de 1988.
A implementação do SUS é considerada a maior ação de in-
clusão social da história brasileira, sendo um símbolo da política 
positiva de engajamento do governo para com os direitos da popu-
lação. Com o SUS, a saúde passou a ser um direito de todos e uma 
obrigação do Estado, algo até então inédito, visto que os programas 
anteriores possuíam um caráter centralizador, restrito e excluden-
te. Basicamente, as únicas medidas de caráter universal antecesso-
ras ao SUS, não condicionadas a outros fatores, foram as campanhas 
de vacinação promovidas pelo Ministério da Saúde.
Todavia, deve ficar claro que a ideologia do SUS é muito mais 
do que apenas oferecer atendimento médico e hospitalar para que 
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a população o acesse quando necessário: seu propósito é também 
atuar antes disso, diminuindo os casos de infecções, doenças e se-
quelas ocasionadas. Assim, o SUS não é apenas um serviço ou uma 
mera instituição pública, mas um amplo sistema que engloba um 
conjunto de unidades e ações que se relacionam na busca de um 
mesmo objetivo.
Todos os usuários do SUS possuem o Cartão Nacional de Saú-
de (CNS), também chamado de cartão SUS. Esse cartão funciona 
como um documento de identificação e possui uma sequência de 
números únicos. Um dos principais objetivos do CNS é registrar o 
histórico do paciente na rede pública, como, por exemplo, a ocor-
rência de internações e as últimas medicações prescritas. O cartão 
não tem custo e pode ser solicitado até mesmo pela internet.
Internacionalmente, o SUS é considerado um dos maiores 
e mais complexo sistema de saúde do mundo, no que tange à sua 
cobertura e população atendida. Entre os programas do SUS que 
são considerados modelos a serem seguidos, destacam-se as cam-
panhas de vacinação, o programa de tratamento do HIV, o Siste-
ma Nacional de Transplantes, o fornecimento de remédios para o 
manejo de doenças crônicas não transmissíveis, os hemocentros e o 
programa Saúde da Família.
É importante observar também que a Constituição Federal 
estabeleceu o SUS em 1988, mas sua regulamentação se deu pela Lei 
Orgânica da Saúde n. 8.080/90. A legislação que rege o SUS, de modo 
geral, compreende os artigos 196 a 200 da Constituição, as Normas 
Operacionais Básicas (NOB), a Lei Orgânica da Saúde n. 8.080/1990 
e o Decreto regulamentador n. 7.508/2011. Os profissionais de saúde 
devem ter conhecimento dessas normativas para atuar de maneira 
a conseguir promover uma melhor qualidade de atendimento à po-
pulação de acordo com os preceitos do SUS e as políticas públicas de 
saúde.
Todo profissional de saúde deve ter pleno conhecimento dos 
direitos assegurados pela Constituição à saúde da população. Para 
conhecer na íntegra os postulados da Constituição relacionados à 
saúde, verifique os artigos 196 a 200 da Seção II.
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Princípios Doutrinários e Organizativos do SUS
Todos os programas sociais precisam de normas para que se 
assegure o seu bom desempenho, e com o SUS não poderia ser di-
ferente. O Sistema Único de Saúde possui uma série de princípios 
e diretrizes que o acompanham desde sua criação e sua essência é 
tudo o que o programa garante à sociedade, direcionando o seu fun-
cionamento e gestão. 
Os princípios do SUS podem ser organizados em doutrinários 
(universalidade, equidade e integralidade) e organizativos (regio-
nalização/hierarquização, descentralização e participação social). 
Agora, observe com atenção as informações sobre cada princípio 
(FIGUEIREDO, 2012; NICOLICH; ROCHA, 2017):
 ◼ Universalidade: estabelece o acesso à saúde por meio do SUS a 
todos os cidadãos, sem restrições e condicionantes;
 ◼ Equidade: leva em consideração as diferenças individuais e 
regionais, oferecendo mais para aqueles que mais precisam. 
Equidade não deve ser confundida com igualdade, uma vez 
que esta busca propiciar condições para que todos tenham as 
mesmas oportunidades, podendo, em virtude disto, canalizar 
mais atenção a determinado grupo de pessoas. 
 ◼ Integralidade: considera o paciente como um todo indivisível 
e todas as suas necessidades devem ser atendidas por ações 
de saúde;
 ◼ Regionalização/Hierarquização: organiza em níveis os servi-
ços que têm como objetivo atender as diferentes necessida-
des de saúde da população. Os serviços devem funcionar em 
níveis de complexidade crescente e o acesso inicial ao siste-
ma deve ser através do nível primário de atenção, somente os 
casos mais complexos deverão ser encaminhados para níveis 
secundários e terciários. 
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 ◼ Descentralização: trata da distribuição das responsabilidades 
e poder sobre a saúde nas três esferas do governo, visando as-
sim um trabalho mais efetivo e com maior controle e fiscali-
zação por parte da população. Esse princípio parte da ideolo-
gia de que quanto mais próxima do fato a decisão for tomada, 
mais chance haverá de acerto. Com esse postulado, os municí-
pios passaram a ser considerados gestores e administradores 
da oferta dos serviços de saúde do SUS, ou seja, responsáveis 
por determinar as políticas de saúde locais de acordo com sua 
realidade;
 ◼ Participação popular/social: refere-se à democratização das 
decisões a respeito da saúde pública, principalmente através 
da participação da sociedade no SUS. É a garantia de que o povo 
estará envolvido na formulação das políticas de saúde. Essa 
participação acontece a partir dos conselhos de saúde, que são 
grupos deliberativos constituídos por representantes de toda 
a população, com uma estrutura estabelecida por um núme-
ro igual de pessoas que representam tanto os usuários quanto 
o Estado e seus respectivos funcionários da saúde e parceiros 
do setor privado; e das conferências de saúde, que são encon-
tros entre diversos representantes sociais, que se reúnem para 
avaliar o cenário da saúde e indicar suas diretrizes políticas. As 
conferências nacionais acontecem no intervalo de tempo de 
quatro anos, e têm como característica sua descentralização e 
seu fomento nas conferências estaduais e municipais.
Os princípios do SUS garantem a maioria dos direitos à saúde 
contemplados pela Constituição de 1988. Todavia, esses princípios 
só começaram a ser realmente colocados em prática após a aprova-
ção das Leis Orgânicas de Saúde.
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Fonte:Ministério da Saúde/SUS
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VOCÊ SABIA?
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Pacto pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão 
Desde sua criação, o SUS demonstra adversidades no que diz 
respeito à sua prestação de serviços; na tentativa de transpor alguns 
dos problemas de saúde pública, foi realizado no ano de 2006 um 
acordo entre o Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Secre-
tários de Saúde e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de 
Saúde para o estabelecimento de um pacto de responsabilidades 
administrativas e de atenção à saúde denominado de “Pacto pela 
Saúde”. A criação deste pacto teve como principal objetivo a solu-
ção de situações consideradas prioritárias na saúde pública. Todos 
os anos o Pacto pela Saúde deve ser revisto, de modo a exaltar as 
carências de saúde da sociedade e, consequentemente, atualizar a 
lista de prioridades.
As portarias número 399 e 699 de 2006 regulamentam o 
Pacto pela Saúde, que representa uma medida de descentralização 
e organização de um sistema hierarquizado e regionalizado de con-
dutas do SUS. Objetivando uma melhor estruturação e elucidação 
das prioridades do Pacto pela Saúde, este foi dividido em três seg-
mentos, a saber: Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto 
pela Gestão do SUS.
As políticas de saúde pública no Brasil funcionaram, sobretudo, no 
formato de campanhas, até por volta de 1930, fase que ficou co-
nhecida como campanhista. O sistema dessa época era parcialmen-
te voltado para questões de saúde que afetavam a população, mas 
essencialmente motivado por conveniências de ordem econômica. 
Entre os avanços desse período, há a criação de escolas de enferma-
gem, laboratórios públicos direcionados para a pesquisa e centros 
de saúde. A saúde individual continuou semelhante à do período 
imperial: médicos para os que podiam pagar e métodos empíricos/
caridade para os demais.
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Ações Estratégicas e Prioritárias 
O Pacto pela Vida é composto por uma série de compromis-
sos sanitários e sociais, provenientes da observação da conjuntura 
da saúde do país e das prioridades deliberadas pelas três esferas do 
governo - federal, estadual e municipal. Fazem parte das ações es-
tratégicas e prioritárias do Pacto pela Vida (BRASIL, 2006; LEMOS, 
2015; NICOLICH; ROCHA, 2017):
 ◼ Saúde do Idoso: promoção do envelhecimento ativo e sau-
dável; atenção integral à saúde; implantação de serviços de 
atenção domiciliar; acolhimento preferencial em unidades de 
saúde; fomento à participação social; educação permanente 
dos profissionais de saúde em geriatria; apoio a estudos e pes-
quisas sobre o envelhecimento; criação da caderneta de saúde 
da pessoa idosa, possibilitando um melhor acompanhamento 
por parte dos profissionais de saúde e melhora da assistência 
farmacêutica;
 ◼ Controle do câncer de colo do útero e de mama: contribuir 
para reduzir ao máximo as morbidades e a mortalidade por 
câncer de colo do útero e de mama; aumentar a cobertura do 
exame preventivo do câncer do colo de útero e do exame de 
mamografia, realizando-se punção em 100% dos casos quan-
do necessário e incentivar a realização da cirurgia de alta fre-
quência para a retirada de lesões do colo uterino;
 ◼ Redução da mortalidade infantil e materna: reduzir a morta-
lidade neonatal; diminuir o número de óbitos por pneumonias 
e doenças diarreicas; qualificar os profissionais da saúde na 
atenção às doenças mais prevalentes; desenvolver comitês de 
vigilância do óbito; garantir o acesso a medicamentos para o 
tratamento dos quadros hipertensivos no parto;
 ◼ Fortalecer a capacidade de resposta às doenças emergentes 
e endêmicas: enfatizar o controle da dengue, hanseníase, tu-
berculose, malária, hepatite, AIDS e influenza; implantar um 
plano de contingência com ações de vigilância, prevenção e 
controle; criar unidades sentinelas e melhorar o sistema de 
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informação sobre estas doenças;
 ◼ Promoção da saúde: enfatizar a adoção de hábitos saudáveis 
na população; internalizar a responsabilidade individual da 
prática de atividade física regular e de alimentação saudável e 
combater o tabagismo;
 ◼ Fortalecimento da Atenção Básica: desenvolver ações de 
qualificação dos profissionais da Atenção Básica; ampliar, 
consolidar e qualificar o Programa de Saúde da Família (PSF) 
como modelo de Atenção Básica à Saúde nos municípios e ga-
rantir infraestrutura necessária ao funcionamento das Unida-
des Básicas de Saúde (UBS);
 ◼ Saúde do trabalhador: maximizar o Sistema Nacional de 
Atenção Integral à Saúde do Trabalhador e apoiar a capacita-
ção de profissionais em saúde do trabalhador;
 ◼ Saúde mental: ampliar a cobertura de Centros de Atenção Psi-
cossocial (CAPS); contemplar com o Programa de Volta para 
Casa, voltado para os pacientes de longa permanência em 
hospitais psiquiátricos;
 ◼ Fortalecimento da capacidade de resposta do sistema de 
saúde às pessoas com deficiência: implementar programas 
estaduais de reabilitação para o atendimento de pacientes 
com deficiência auditiva;
 ◼ Atenção integral às pessoas em situação ou risco de violên-
cia: desenvolver programas de proteção às vítimas de violên-
cia doméstica e sexual; aumentar a cobertura da ficha de noti-
ficação e investigação de casos de violência;
 ◼ Cuidados com a saúde bucal: prevenir o desencadeamento de 
doenças bucais e educar a população sobre os cuidados com a 
higiene da boca;
 ◼ Saúde do homem: promover a saúde integral do homem. 
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DICA
CURIOSIDADE
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Para saber mais sobre a promoção da saúde, é possível ler o compi-
lado do Ministério da Saúde denominado As cartas da promoção da 
saúde. Ele reúne documentos oriundos das conferências internacio-
nais de saúde realizadas em vários países.
O Pacto em Defesa do SUS engloba medidas articuladas pe-
los governos federais, estaduais e municipais para o fortalecimento 
do SUS como política pública e a consolidação da reforma sanitária. 
A prioridade desse pacto é implementar um projeto permanente de 
mobilização social com a finalidade de:
 ◼ Evidenciar a saúde como um direito de cidadania e o SUS como 
um programa público universal que assegura esses direitos;
 ◼ Propiciar o incremento de recursos orçamentários e financei-
ros para a saúde;
 ◼ Controlar o orçamento do SUS, constituído pelos orçamen-
tos das três esferas de governo, elucidando o compromisso de 
cada uma;
 ◼ Apoiar a mobilização social pela promoção e desenvolvimento 
da cidadania;
 ◼ Facilitar o acesso à Carta dos Direitos dos Usuários do SUS.
A carta dos Direitos dos Usuários do SUS foi elaborada em 2006 pe-
las três esferas do governo e pelo Conselho Nacional de Saúde. Sua 
publicação foi um marco importante, uma vez que possibilitou um 
maior entendimento sobre o sistema de saúde público.
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REFLITA
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O Pacto pela Gestão determina as obrigações de cada âmbito 
federado, de modo a minimizar as competências adversárias e elu-
cidar as funções de cada um, colaborando, assim, para o fomento da 
gestão conjunta e solidária do SUS. Esse pacto se fundamenta nos 
princípios organizacionais do SUS e suas prioridades são duas,a sa-
ber:
 ◼ Definir de forma inequívoca a responsabilidade sanitária de 
cada instância gestora do SUS: federais, estaduais e munici-
pais, dominando o processo atual de habilitação;
 ◼ Estabelecer as diretrizes para a gestão do SUS: enfatizar a 
descentralização, regionalização, regulação, programação 
pactuada e integrada, gestão do trabalho, participação e con-
trole social, além do financiamento, planejamento e educação 
na saúde.
A história política e de saúde brasileira tem importantes marcos, 
como a célebre Reforma Sanitária e a criação do SUS, intimamente 
ligada à conquista de direitos por parte da sociedade. É notória a de-
pendência da população em relação a esse sistema, que se baseia em 
princípios como universalidade, integralidade e equidade da assis-
tência à saúde. Entretanto, os atuais acontecimentos que visam ao 
desmonte do SUS evidenciam ataques a direitos sociais adquiridos. 
Assim, há urgente necessidade de revitalizar o movimento sanitário 
brasileiro, com compromisso social que impeça o processo de pri-
vatização do direito à saúde, combata o baixo financiamento e qua-
lifique a gestão do SUS.
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SINTETIZANDO
28
Olá, aluno(a)!
Você aprendeu que o conceito de saúde, além de não ser único, é 
mutável e extremamente relacionado ao momento histórico vivido. 
Assim sendo, pode-se afirmar que é de acordo com o modo que a 
sociedade compreende a saúde e a doença que os cuidados de aten-
ção são determinados. Foi a evolução do entendimento do processo 
saúde-doença que possibilitou o estabelecimento do conceito am-
pliado de saúde, o qual vai além da ausência de doença, consideran-
do o ser humano e a vida de uma forma mais integrada.
Observamos também o grande desafio da conceituação dos termos 
saúde e doença. O conceito proposto pela OMS pareceu vago e de-
satualizado, mas a Lei Orgânica da Saúde abordou, no Brasil, ques-
tões mais abrangentes, chegando mais próxima à realidade. Definir 
saúde e doença mostrou-se mais difícil do que se esperava. Saúde e 
doença devem ser, então, tratadas como um lema, de forma indivi-
dualizada, levando sempre em consideração os aspectos psíquicos, 
sociais e culturais de cada indivíduo. A saúde deve ser vivida, de ma-
neira preventiva, e promovida pela adoção de medidas de políticas 
públicas.
Por falar em políticas públicas, são elas que conectam a epidemio-
logia à medicina. São ciências que caminham de mãos dadas, uma 
dando o suporte que a outra precisa. Não seria mais fácil a caminha-
da pelo saber se cada uma tomasse direções opostas.
Embora o SUS seja alvo de muitas críticas e enfrente problemas es-
truturais no seu dia a dia, é também um programa admirado por 
muitas pessoas, sendo considerado um modelo a ser seguido inter-
nacionalmente, graças a sua política de cobertura e extensão. Por 
fim, mas não menos importante, discutimos o Pacto pela Saúde, e 
analisamos os seus propósitos junto às três esferas governamentais.
Precisamos entender aqui como a epidemiologia se tornou e se tor-
na cada vez mais importante para a saúde Pública. Afinal, a criação 
do SUS mostra-nos a relevância da criação de um Sistema Único, 
unificado para todos, que ainda tem muito a se transformar e me-
lhorar, sempre em busca de alternativas para permitir a qualidade 
de vida do brasileiro.
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UN
ID
AD
E
2
Objetivos
 ◼ Descrever o conceito, o histórico e os principais objetivos e 
contribuições da epidemiologia;
 ◼ Compreender os principais sistemas de informação utilizados 
em saúde pública;
 ◼ Identificar as variáveis relacionadas às pessoas, tempo e es-
paço que interferem no processo saúde-doença;
 ◼ Conhecer as principais estratégias de combate a doenças imu-
nopreviníveis. 
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30
Introdução
Olá, aluno(a)!
Neste objeto de aprendizagem você aprenderá que a epide-
miologia faz-nos compreender como o monitoramento de doenças 
pode auxiliar e fornecer informações relevantes para os sistemas de 
saúde.Trataremos do conceito, objetivos e tipos de Epidemiologia, 
da importância da Epidemiologia como eixo das ações de saúde e 
como base de informações, e dos determinantes do processo saúde-
-doença. Agora, convido-lhe a estudar e compreender essas temá-
ticas de tamanha relevância para a sociedade.
Bons estudos!
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REFLITA
31
Conceitos básicos de Epidemiologia 
Epidemiologia: Conceito 
Conceituar epidemiologia é uma tarefa um tanto quanto 
complexa, pois pode ser apresentada em diferentes sentidos, por 
exemplo, a epidemiologia é notada facilmente como disciplina e nas 
atividades práticas na área da saúde, de forma totalmente atuante 
na sociedade.
A epidemiologia como ciência nos mostra a relevância de es-
tudar o processo saúde-doença nas populações. Para isso, é de fun-
damental importância conhecer como uma doença surge, quais são 
os motivos que a faz ter alta ou baixa transmissibilidade, as razões 
pelas quais os processos de prevenção e tratamento são eficazes, 
entre outros. Logo, a epidemiologia descreve, explica e explora as 
possíveis causas e consequências e como uma determinada doença 
impacta na vida da população.
A epidemiologia exerce importante papel ao se preocupar não ape-
nas com o controle de doenças e de seus vetores, mas, sobretudo, 
com a melhoria da saúde da população antes mesmo que a doença 
a alcance. Os estudos que privilegiam temáticas da saúde pública, 
em geral, estão frequentemente interessados em investigar o modo 
pelo qual as condições sociais influenciam e determinam o processo 
saúde-doença das populações, o que tem gerado uma forte articula-
ção entre a epidemiologia e as ciências sociais (RAMOS et al., 2016).
A palavra epidemiologia vem do grego epi “sobre”, demos 
“povo” e logos “estudo”. A epidemiologia é definida como “o es-
tudo da distribuição e dos determinantes de estados ou eventos re-
lacionados à saúde em populações específicas, e sua aplicação na 
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prevenção e controle dos problemas de saúde” (MORABIA, 2013, 
p. 1060).
Epidemiologia é um termo de origem grega que significa es-
tudo sobre a população. A epidemiologia pode ser conceituada como 
a ciência que estuda o processo saúde-doença na sociedade, anali-
sando a distribuição e os fatores determinantes das doenças, danos 
à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas 
específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças e for-
necendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, admi-
nistração e avaliação das ações de saúde (BRASIL, 2005, citado por 
GUSMÃO; FILHO, 2015, p. 20).
O conceito de epidemiologia demonstra como a abrangência 
de suas informações possui uma estreita relação e funcionalidade 
com a saúde pública. Assim, é notável que nada nesse processo de 
identificação e conhecimento funciona de maneira singular. A epi-
demiologia com seus indicadores e sistemas de informação favorece 
a saúde pública que, por sua vez, formula estratégias de promoção e 
prevenção e políticas públicas, sendo uma “chave que abre portas” 
para o conhecimento da saúde da população.
Para que a epidemiologia se fortaleça, diversas disciplinascomo Biologia, Medicina, Enfermagem, Matemática, Estatística, 
Geografia e Sociologia estão envolvidas nesse processo. Todas em 
prol de um interesse comum, o conhecimento para o bem-estar da 
sociedade. A Biologia, Medicina e Enfermagem são ciências atuan-
tes diretamente nas condições e nos determinantes de saúde. É a 
partir delas que existe a conscientização e o alerta do que pode estar 
acometendo uma comunidade ou população. 
A Matemática e Estatística participam da etapa de geração 
e elaboração de resultados concretos que irão embasar a dissemi-
nação de informações em saúde. A Geografia e Sociologia atuam de 
forma mais generalizada pela obtenção de dados demográficos e 
pelo estudo das condições sociais os quais um grupo é exposto. A 
integração entre as ciências permite que o processo saúde-doença 
seja o mais explorado e estudado possível. O conhecimento gerado 
se torna um subsidio para as ações da Vigilância em Saúde, que tem 
como princípio a atenção na saúde das populações a partir do que é 
coletado de informações.
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EXEMPLO
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Dados podem ser conceituados como as características das variáveis 
analisadas em um estudo epidemiológico, por exemplo, pessoas, 
regiões e aspectos sociais. Na saúde pública, um dado está vinculado 
à descrição de uma situação ou fato, e não a um contexto explicati-
vo. Quando os dados adquiridos são processados e convertidos em 
um contexto com significância é possível afirmar que o dado gerou 
uma informação, pois possui uma realidade associada.
É importante salientar que os epidemiologistas não estão 
preocupados apenas com a saúde e a doença de uma população, mas 
também, e primordialmente, em como podem contribuir aos fato-
res que estão intimamente relacionados ao processo saúde-doença, 
como nas práticas de promoção e prevenção à saúde e a avaliação de 
danos à saúde.
O elemento base para que a epidemiologia se demonstre 
como uma ciência é a população humana, que é dividida em gran-
des grupos sistematizados, podendo ser uma família, um grupo de 
trabalhadores de uma empresa, pacientes da ala oncológica de um 
hospital, alunos de uma escola, entre outros. De certa forma, a po-
pulação deve se localizar em uma área em um determinado perío-
do. Isso favorece a formação de subgrupos, como sexo, faixa etária, 
raça, aspectos sociais e econômicos. Devendo ainda ser levado em 
consideração é a variação da estrutura de um grupo de acordo com a 
área e o tempo, fator esse que deverá ser estimado em todo processo 
epidemiológico.
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Fonte: A autora
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Histórico da Epidemiologia 
Diante da notícia de uma doença emergente ou reemergen-
te, ou de uma nova epidemia, percebemos a importância dos dados 
epidemiológicos. Esses dados são imprescindíveis para tomadas de 
decisões e desenvolvimento de estratégias em saúde, especialmen-
te quando se referem a doenças contra as quais ainda não há mé-
todos preventivos. Entretanto, o que grande parcela da população 
não imagina é como a epidemiologia evoluiu e se desenvolveu na 
história.
A epidemiologia, como a conhecemos, passou por inúmeras 
transformações ao longo dos anos. No entanto, a importância dos 
dados e das análises realizadas no passado embasa todo o conhe-
cimento que temos hoje. Alguns dos métodos de monitoramento 
criados há séculos foram aperfeiçoados, mas seus princípios, por 
exemplo, ainda têm grande valor para a ciência atual.
Como disciplina, a epidemiologia iniciou-se somente a partir 
da Segunda Guerra Mundial – mas o pensamento epidemiológico 
foi traçado muito antes, por Hipócrates, John Graunt, William Farr 
e John Snow, entre outros. Embora não haja exatidão sobre quem 
empregou ou quando o termo “epidemiologia” foi empregado pela 
primeira vez, Hipócrates recebeu reconhecimento por seu pionei-
rismo. Conhecido como pai da medicina, Hipócrates deixou um le-
gado pelas contribuições iniciais à epidemiologia, já que foram seus 
primeiros relatos (há aproximadamente 2,5 mil anos) que alicerça-
ram os conhecimentos vigentes.
Hipócrates sugeriu que fatores ambientais podiam influen-
ciar o aparecimento e desenvolvimento de doenças e que, portanto, 
tais doenças ocorreriam de forma natural, o que as desvinculava dos 
pensamentos sobrenaturais da época, como, por exemplo, aqueles 
que definiam doença como “castigo divino”. Seus estudos retrata-
vam a relação saúde/doença com o ambiente. Hipócrates relatou, 
assim, que os hábitos de higiene podiam auxiliar na prevenção de 
doenças.
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John Graunt também é considerado um dos pioneiros no es-
tudo da epidemiologia pela marcante atuação na geração de dados 
epidemiológicos. Graunt confeccionou tabelas sobre taxas de nata-
lidade e mortalidade em Londres, relacionando tais resultados a fa-
tores como sexo, idade e localidade (ambiente urbano e rural). Des-
sa maneira, foi o primeiro a fazer um monitoramento das doenças 
infecciosas e medir os riscos de mortalidade em uma determinada 
população. Seus métodos, apesar de desenvolvidos há muito tempo, 
ainda fazem parte do cenário atual da epidemiologia.
William Farr, por sua vez, desenvolveu um sistema moderno 
de estatística baseado nas ideias propostas por Graunt. Farr defen-
deu a ideia de que algumas doenças, principalmente as crônicas, te-
riam uma etiologia multifatorial. Dessa maneira, é considerado um 
dos fundadores da epidemiologia moderna. Um de seus trabalhos 
marcantes em epidemiologia foi a correlação entre o encarcera-
mento e o risco de mortalidade dos prisioneiros, utilizando fatores 
como idade e tempo da sentença. Com esses dados, Farr sugeriu que 
a população carcerária apresentava um maior risco de morte.
Por fim, John Snow teve grande destaque na história da epi-
demiologia ao iniciar uma investigação que identificou onde as 
pessoas com cólera residiam e de qual fonte coletavam água para 
consumo. Snow observou uma relação entre o consumo de água e as 
mortes por cólera e supôs ser a água o fator responsável pela trans-
missibilidade da doença. Um mapa das ruas de Londres foi, então, 
confeccionado, relacionando as principais fontes de água (bombas 
d’água) aos casos confirmados de cólera. Com essa descoberta, no-
vas medidas de políticas em saúde puderam ser tomadas em Lon-
dres, evitando o aumento do número de pessoas contaminadas.
A partir das conclusões de Snow, melhorias foram realizadas 
no abastecimento de água e na questão fitossanitária, o que clara-
mente ressalta o aporte dado à saúde pública. Dessa forma, a par-
tir de 1850, os estudos epidemiológicos têm demonstrado, cada vez 
mais, sua relevância no que concerne à saúde das populações.
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No entanto, apesar de o trabalho de Snow ter-se apresentado 
como pioneiro na adoção de medidas contra a cólera, as epidemias 
ainda são relativamente frequentes nas populações menos favore-
cidas socioeconomicamente nos dias atuais. Em 2006, houve, em 
Angola, 40 mil casos de cólera, com 1,6 mil óbitos; no Sudão, foram 
13.852 casos e 516 mortes, somente nos primeiros meses do mesmo 
ano.
Além das ideias revolucionárias dos cientistas citados ante-riormente, não podemos deixar de lembrar que as descobertas na 
área da microbiologia, a partir do século XIX, proporcionaram um 
novo rumo para a ciência. Os trabalhos do francês Louis Pasteur fa-
voreceram uma maior compreensão e aprofundamento na epide-
miologia, pois a microbiologia permitiu o conhecimento de agentes 
infecciosos – uma nova e relevante informação para a compilação 
de dados estatísticos e monitoramento de doenças infecciosas.
História da Epidemiologia no Brasil
Figura 1. Retrato de Osvaldo Cruz em nota de 50 cruzados.
Fonte: Shutterstock
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No final do século XIX, várias tentativas de análise quanti-
tativa da ocorrência de doenças foram registradas no Brasil, no en-
tanto, sem empregar técnicas estatísticas já de uso corrente no ce-
nário europeu e norte-americano. Em 1903, o médico Oswaldo Cruz 
(Figura 1) foi nomeado para a Diretoria-Geral de Saúde Pública com 
o importante desafio de sanear o Rio de Janeiro, capital do País, e, 
assim, combater a febre amarela, a peste bubônica e a varíola, prin-
cipais epidemias que assolavam a cidade. Como medidas de contro-
le, foram impostas multas e intimações à população.
Dois anos depois, Carlos Chagas conseguiu controlar um 
surto de malária em uma cidade do interior de São Paulo, e sua ex-
periência acabou por torná-lo referência no combate à doença no 
mundo inteiro. Em 1909, Chagas descobriu o protozoário causador 
da tripanossomíase americana, denominado por ele Trypanosoma 
cruzi, em homenagem a Oswaldo Cruz. A doença ficou conhecida 
mundialmente como doença de Chagas.
No plano de organização do ensino, duas instituições de pes-
quisa e formação especializadas no campo da saúde pública foram 
criadas na primeira metade do século XX: a Fundação Oswaldo Cruz, 
no Rio de Janeiro, então capital da República; e a Faculdade de Saú-
de Pública da Universidade de São Paulo, na metrópole economica-
mente mais dinâmica no período.
Epidemiologia: Objetivos 
A epidemiologia, ciência que estuda a dinâmica do proces-
so saúde-doença possui objetivos e princípios básicos para o seu 
cumprimento. Para que resultados sejam alcançados é necessário 
que a epidemiologia analise como as doenças se distribuem e se de-
senvolvem, qual é a relação com os determinantes em saúde e que 
proponha novas medidas com a intenção de prevenção e controle 
de doenças, prevenção de riscos à saúde (danos à saúde) e demais 
eventos relacionados à saúde, bem como forneça subsídios úteis 
para que sejam feitos planejamento, administração e adoção de me-
didas em saúde.
Do ponto de vista do alvo do estudo epidemiológico, encon-
tra-se a população, que são as pessoas envolvidas nesse processo 
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avaliativo, que permite impor as articulações necessárias e propor o 
controle de doenças infecciosas.
Para cumprir seus propósitos, a epidemiologia possui como 
objetivos:
 ◼ A descrição da ocorrência da distribuição de problemas de 
saúde na população: como primeiro passo para um estudo 
epidemiológico, é necessário que sejam tomadas notas e re-
ferências do que acontece de novo e diferente ou reemergente 
em um determinado período e, assim, podem ser feitos relatos 
do que precisa ser levado em consideração para a adoção de 
medidas cabíveis em saúde pública;
 ◼ A identificação de fatores de riscos no que se refere ao pro-
cesso saúde-doença: depois de visto que novas doenças ou 
alterações na saúde da população humana acontecem, é ne-
cessário que sejam investigados e identificados o que leva a 
essa população apresentar maior ou menor risco à sua saúde. 
Aqui, pode-se dizer que é a peça-chave para encontrar cami-
nhos que levem a novas descobertas e sugestões;
 ◼ A análise de fatores externos (ambientais e socioeconômi-
cos) que possam estar relacionados às condições de vida e 
saúde da população: é sabido que não apenas condições indi-
viduais ou predisposições genéticas de cada pessoa são fatores 
únicos para deixar o indivíduo mais propício ao adoecimento. 
Fatores externos, ambientais ou socioeconômicos estão com-
provadamente relacionados a algumas doenças. Dessa forma, 
a epidemiologia tenta interferir de maneira que amenize os 
riscos à população;
 ◼ A geração de dados e elaborações de planos em saúde: come-
ça nesse ponto, a partir dos dados coletados, a elaboração de 
ações que visam garantir a prevenção e promoção da saúde. A 
geração de dados garante informações fidedignas que levam 
as esferas envolvidas a investir em medidas de contenção e 
melhoria na qualidade de vida da população;
 ◼ A fundamentação de planos de ação, planejamento e execu-
ção de práticas preventivas e de controle e o tratamento de 
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doenças: nesse momento, fala-se em execução, ao colocar em 
prática tudo que até esse momento foi relatado, calculado e 
embasado. As ações de prevenção são tão importantes quanto 
as ações de promoção da saúde, cada uma em um momento 
oportuno para sua implementação;
 ◼ A fundamentação e consistência de novos programas e tec-
nologias que visem a assistência e vigilância em saúde: em 
um último plano de um processo inteiramente integrado, 
chega-se à fundamentação, isto é, a confirmação e adoção de 
programas baseados em evidências. Tudo o que foi coletado, 
proposto, estudado e aceito até o momento se torna uma me-
dida palpável. Nesse momento, a averiguação das medidas to-
madas se torna uma função da vigilância em saúde.
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DEFINIÇÃO
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Importância como Eixo das Ações de Saúde 
e como Base de Informações
A epidemiologia é uma ciência dentro do campo das ciências 
naturais. Ainda assim, de acordo com seus objetivos e campos de 
atuação, é possível classificá-las em subgrupos como a epidemiolo-
gia clínica, epidemiologia investigativa, epidemiologia nutricional, 
epidemiologia de campo e epidemiologia descritiva. Independente 
da classificação da epidemiologia, todas as suas categorias possuem 
em comum objetivos claros: identificar as condições de saúde de 
uma determinada população a fim de construir indicadores de saú-
de; investigações das razões sociais para uma determinada situação 
de saúde; avaliar como as ações propostas impactam na vida da po-
pulação, visando sua melhoria e bem-estar.
A epidemiologia é a ciência utilizada como eixo norteador nas 
tomadas de decisões e na implementação das ações em saúde. Ana-
lisar como uma doença se distribui, quais os fatores envolvidos nes-
sa distribuição e qual é sua duração são trabalhos importantes dos 
epidemiologistas para compreender o que se passa em determinada 
população em um período específico.
A investigação epidemiológica consiste em um procedimento que 
não apenas vincula-se a informações da notificação (como fonte de 
infecção, transmissibilidade, patogenicidade, riscos) mas, sobretu-
do, possibilita a descoberta de novos casos que não foram notifica-
dos. A importância da notificação promove uma maior robustez dos 
dados gerados pela epidemiologia, o que favorece a aplicabilidade 
de políticas e ações em saúde.
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Conceito de Saúde
Popularmente, é comum ouvirmos dizer: “Fulano temuma 
saúde de ferro!”, ou então: “Ele tem saúde para dar e vender!”. Es-
ses jargões são muito utilizados pela população para remeter a uma 
pessoa considerada saudável. No entanto, para considerarmos al-
guém saudável, isto é, prezando por saúde, primeiramente, temos 
que conhecer o conceito de saúde e como surgiu a necessidade de 
conceituação.
Diante da notícia de uma doença emergente ou reemergen-
te, ou de uma nova epidemia, percebemos a importância dos dados 
epidemiológicos. Esses dados são imprescindíveis para tomadas de 
decisões e desenvolvimento de estratégias em saúde, especialmen-
te quando se referem a doenças contra as quais ainda não há mé-
todos preventivos. Entretanto, o que grande parcela da população 
não imagina é como a epidemiologia evoluiu e se desenvolveu na 
história.
A epidemiologia, como a conhecemos, passou por inúmeras 
transformações ao longo dos anos. No entanto, a importância dos 
dados e das análises realizadas no passado embasa todo o conhe-
cimento que temos hoje. Alguns dos métodos de monitoramento 
criados há séculos foram aperfeiçoados, mas seus princípios, por 
exemplo, ainda têm grande valor para a ciência atual.
Como disciplina, a epidemiologia iniciou-se somente a partir 
da Segunda Guerra Mundial – mas o pensamento epidemiológico 
foi traçado muito antes, por Hipócrates, John Graunt, William Farr 
e John Snow, entre outros.
Embora não haja exatidão sobre quem empregou ou quando o 
termo “epidemiologia” foi empregado pela primeira vez, Hipócra-
tes recebeu reconhecimento por seu pioneirismo. Conhecido como 
pai da medicina, Hipócrates deixou um legado pelas contribuições 
iniciais à epidemiologia, já que foram seus primeiros relatos (há 
aproximadamente 2,5 mil anos) que alicerçaram os conhecimentos 
vigentes.
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Hipócrates sugeriu que fatores ambientais podiam influen-
ciar o aparecimento e desenvolvimento de doenças e que, portanto, 
tais doenças ocorreriam de forma natural, o que as desvinculava dos 
pensamentos sobrenaturais da época, como, por exemplo, aqueles 
que definiam doença como “castigo divino”. Seus estudos retrata-
vam a relação saúde/doença com o ambiente. Hipócrates relatou, 
assim, que os hábitos de higiene podiam auxiliar na prevenção de 
doenças.
John Graunt também é considerado um dos pioneiros no es-
tudo da epidemiologia pela marcante atuação na geração de dados 
epidemiológicos. Graunt confeccionou tabelas sobre taxas de nata-
lidade e mortalidade em Londres, relacionando tais resultados a fa-
tores como sexo, idade e localidade (ambiente urbano e rural). Des-
sa maneira, foi o primeiro a fazer um monitoramento das doenças 
infecciosas e medir os riscos de mortalidade em uma determinada 
população. Seus métodos, apesar de desenvolvidos há muito tempo, 
ainda fazem parte do cenário atual da epidemiologia.
William Farr, por sua vez, desenvolveu um sistema moderno 
de estatística baseado nas ideias propostas por Graunt. Farr defen-
deu a ideia de que algumas doenças, principalmente as crônicas, te-
riam uma etiologia multifatorial. Dessa maneira, é considerado um 
dos fundadores da epidemiologia moderna. Um de seus trabalhos 
marcantes em epidemiologia foi a correlação entre o encarcera-
mento e o risco de mortalidade dos prisioneiros, utilizando fatores 
como idade e tempo da sentença. Com esses dados, Farr sugeriu que 
a população carcerária apresentava um maior risco de morte.
Por fim, John Snow teve grande destaque na história da epi-
demiologia ao iniciar uma investigação que identificou onde as 
pessoas com cólera residiam e de qual fonte coletavam água para 
consumo. Snow observou uma relação entre o consumo de água e as 
mortes por cólera e supôs ser a água o fator responsável pela trans-
missibilidade da doença. Um mapa das ruas de Londres foi, então, 
confeccionado, relacionando as principais fontes de água (bombas 
d’água) aos casos confirmados de cólera. Com essa descoberta, no-
vas medidas de políticas em saúde puderam ser tomadas em Lon-
dres, evitando o aumento do número de pessoas contaminadas.
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A partir das conclusões de Snow, melhorias foram realizadas 
no abastecimento de água e na questão fitossanitária, o que clara-
mente ressalta o aporte dado à saúde pública. Dessa forma, a par-
tir de 1850, os estudos epidemiológicos têm demonstrado, cada vez 
mais, sua relevância no que concerne à saúde das populações.
No entanto, apesar de o trabalho de Snow ter-se apresentado 
como pioneiro na adoção de medidas contra a cólera, as epidemias 
ainda são relativamente frequentes nas populações menos favore-
cidas socioeconomicamente nos dias atuais. Em 2006, houve, em 
Angola, 40 mil casos de cólera, com 1,6 mil óbitos; no Sudão, foram 
13.852 casos e 516 mortes, somente nos primeiros meses do mesmo 
ano.
A preocupação histórica dos povos pela busca de um ideal de 
saúde tem sido constante e natural, visando ao fortalecimento do 
grupo e até mesmo por instinto de preservação da espécie humana, 
tantas vezes ameaçada por lutas fratricidas, guerras de conquista e 
epidemias de caráter destrutivo. O surgimento de médicos, ao lado 
dos “mágicos”, curandeiros ou feiticeiros, data dos primórdios da 
humanidade, com notícias que remontam ao ano de 4.000 a.C., na 
Mesopotâmia (OLIVEIRA, 2001).
Fundada em 1948, após a Segunda Guerra, a Organização 
Mundial da Saúde (OMS) definiu saúde como: “um estado de com-
pleto bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de 
afecções e enfermidades” (OPAS, 1948,p. 2). Apesar de ser um con-
ceito deliberado há décadas, essa foi, por muito tempo – e, diga-se 
de passagem, ainda é – a definição mundialmente aceita.
A partir da divulgação do conceito de saúde pela OMS, um di-
lema instalou-se na sociedade acadêmica. Como em tudo que nos 
cerca, existem aqueles que são favoráveis e aqueles que são contrá-
rios. Tal divergência entre os cientistas sobre a “saúde definida em 
palavras” leva-nos a uma boa reflexão sobre o tema.
Souza e Silva, Schraiber e Mota (2019) descreveram como di-
ferentes grupos se posicionaram sobre a conceituação de saúde pela 
OMS. Vejamos alguns deles:
 ◼ Grupo dos que defendem o conceito de saúde da OMS sem le-
vantar questionamentos;
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 ◼ Grupo dos que defendem mais de uma percepção sobre o con-
ceito de saúde, sendo o conceito da OMS majoritário;
 ◼ Grupo dos que defendem o conceito de saúde como ausência 
de doença;
 ◼ Grupo dos que defendem que o conceito de saúde é subjetivo;
 ◼ Grupo dos que defendem uma não conceituação de saúde.
Como favoráveis ao conceito da OMS, vamos citar os autores 
Brugnerotto e Simões (2009). Eles analisaram o conceito de saúde 
nos projetos político-pedagógicos de cursos de formação em edu-
cação física nas principais universidades do estado do Paraná. A 
compreensão de saúde ocorreu por duas vertentes: por meio do mo-
delo biomédico e a partir da estratégia da nova promoção da saúde. 
Ao final, os autores concluíram que a definição da OMS é a 
melhor escolha. Do outro lado da moeda, temos um grande grupo 
contrário ao conceito de saúde da OMS. Alguns pesquisadores da 
área da saúde, durante todos esses anos, têm tentado aprimorar, 
atualizar e até mesmo sugerir uma nova definição para saúde. Eles 
alegam que a falta de clareza no que se entende por “completo bem-
-estar físico, mental e social” é uma das razões pela busca de um 
novo conceito.
Segre e Ferraz (1997), por exemplo, publicaram um repúdio 
ao conceito de saúdeda OMS. Os autores a consideram ultrapassada, 
por visar uma perfeição inatingível, atentando contra as próprias 
características da personalidade. Suas principais notas mostram a 
inadequação de se fazer distinção entre o físico, o mental e o social. 
Segundo os autores, trata-se de uma definição irreal porque, alu-
dindo ao “perfeito bem-estar”, propõe uma utopia. O que é “per-
feito bem-estar?” É, por acaso, possível caracterizar-se a “perfei-
ção”? 
Scliar afirma que “o conceito de saúde deve refletir a con-
juntura social, econômica, política e cultural”, ou seja, “saúde não 
representa a mesma coisa para todas as pessoas. Dependerá da épo-
ca, do lugar, da classe social. Dependerá de valores individuais, de-
penderá de concepções científicas, religiosas, filosóficas” (SCLIAR, 
2007, p. 30).
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Existem, ainda, aqueles que aderem a uma “não conceitua-
ção” de saúde, alegando o fato de que saúde é um lema. De acordo 
com Czeresnia (1999), nenhum conceito, ou sistema de conceitos, 
pode esperar explicar a característica de unidade na singularidade. 
Os conceitos expressam identidades, enquanto a unidade singular é 
uma expressão da diferença. Ainda que muito potencial explicativo 
um conceito possa ter e por mais operativo que possa ser, é incapaz 
de expressar o fenômeno em sua totalidade; isto é, não pode repre-
sentar a realidade.
Agora, conhecendo os dois lados da história e antes da tenta-
tiva de conceituar saúde, devemos refletir o quão (in)atingível isto 
pode ser: definir uma condição em palavras. Afinal, o que deve ser 
levado em conta? Interpretar o conceito de saúde ou vivenciá-lo? É 
notória que a interpretação de texto é uma questão individual. Cada 
pessoa pode interpretar de diferentes maneiras, motivo esse para 
tanta divergência. A vivência segue a mesma tendência, com a ideia 
de que cada indivíduo é único, com particularidades e experiências 
próprias.
Vivemos em um País de proporções continentais que tem 
passado por grandes transformações tanto sociais quanto econô-
micas. Esses fatores geram uma diferença na qualidade de vida do 
brasileiro. Logo, as peculiaridades de cada indivíduo, família ou po-
pulação são importantes passos na tentativa de conceituar saúde.
Não podíamos imaginar o quanto isso seria difícil – parece 
ser um desafio e tanto - : generalizar um conceito tão amplo como 
saúde. Apesar da discordância entre aqueles que não aceitam o con-
ceito da OMS, independentemente se preferem uma atualização ou 
uma não conceituação, uma coisa é fato: há uma preocupação de to-
dos com a promoção da saúde, como veremos adiante.
A epidemiologia mostra-se, assim, como uma ciência com 
constantes desafios de contextualização. Essa ciência parece não 
ser capaz de referenciar de maneira teórica o conceito de saúde. En-
tre todos os parâmetros e definições estudados pela epidemiologia, 
a conceituação de saúde pode constituir um ponto cego, capaz de 
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abranger diferentes causas e permear diferentes campos de visão.
Ainda assim, as Conferências Internacionais sobre Promoção 
da Saúde mostraram seu valor quando o conceito de saúde começou 
a ser produzido e avaliado teoricamente. A primeira conferência de 
importância internacional emergiu com a necessidade de aperfei-
çoar a saúde das populações, em especial por parte dos países que 
implementaram as recomendações sugeridas na Conferência Inter-
nacional sobre Cuidados Primários de Saúde, realizada em 1978 pela 
Organização Mundial da Saúde (OMS) em Alma-Ata, no Cazaquis-
tão.
Posteriormente, a definição de saúde sofreu uma atualização 
no Brasil com a promulgação da Lei Orgânica da Saúde (LOS), sob o 
nº 8.080, de 1990. A LOS procura abordar aspectos mais abrangen-
tes do que os apresentados pela OMS e incita fatores determinantes 
e condicionantes do processo saúde-doença. De acordo com a lei, 
alguns dos fatores determinantes e condicionantes são: alimenta-
ção, moradia, saneamento básico, meio ambiente, trabalho, renda, 
educação, entre outros. Além disso, a LOS regulamenta o Sistema 
Único de Saúde (SUS) e é complementada pela lei n° 8.142, de 1990, 
que dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e 
sobre as transferências intergovernamentais de recursos financei-
ros na área da saúde.
Atualmente, alguns fatores estão intimamente relacionados 
ao processo saúde-doença, e, por isso, simples atitudes do dia a dia 
tornam-se importantes na intenção de manter uma rotina e um há-
bito de vida mais saudáveis. Alimentar-se corretamente (principal-
mente pela ingestão de frutas, legumes e verduras), praticar exer-
cícios físicos com regularidade, manter uma regularidade no sono 
e ingerir um volume suficiente de água por dia são alguns exem-
plos de conselhos médicos para que uma pessoa mantenha uma boa 
qualidade de vida, o que impactará diretamente a sua saúde.
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Determinantes do Processo Saúde-Doença 
Os determinantes do processo saúde-doença incluem dife-
rentes fatores que podem afetar o estado de saúde de um indiví-
duo, por exemplo, os fatores biológicos, socioculturais, econômicos 
e comportamentais. A união e o equilíbrio desses fatores resultam 
na definição de saúde (Figura 2). A Organização Mundial da Saúde 
(OMS) define que os determinantes sociais da saúde estão intima-
mente relacionados às condições de vida e trabalho de um determi-
nado indivíduo na sociedade. A situação econômica é um dos fatores 
mais importantes na concepção do processo saúde-doença, pois irá 
impactar diretamente no estado de saúde do paciente.
Figura 2. A saúde é resultante do equilibro entre diferentes fatores.
Fonte: Shutterstock
Alguns estudos experimentais foram desenvolvidos na ten-
tativa de modificar os determinantes envolvidos no processo saú-
de-doença, como interromper uma doença por meio de um trata-
mento. No entanto, esses tipos de estudos experimentais passam 
por uma série de restrições, pois impactam diretamente na vida das 
pessoas. Para o entendimento de como tais determinantes interfe-
rem no processo saúde-doença é preciso retomar o conceito de saú-
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DICA
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de e doença como eventos opostos, mas que possuem uma conexão.
O processo saúde-doença marca a epidemiologia social, isso 
é, aquela que considera a saúde e doença como razões no coletivo. 
Dessa forma, o processo saúde-doença deve sempre ser embasa-
do no bem-estar social da população, objeto de pesquisa da saúde 
pública. Esse processo ocorre por processos biológicos e sociais de 
desgaste que tem como consequência o adoecimento dos indivíduos .
.Fatores demográficos de países pobres são definidos pela aglome-
ração de população vivendo em espaço reduzido, com saneamento 
inadequado, em condições precárias de habitação, proliferação de 
fauna sinantrópica, infraestrutura urbana deficitária e elevada de-
gradação ambiental. Esses indicadores criam condições favoráveis 
para a multiplicação e propagação de determinados agentes, seus 
vetores e reservatórios – por exemplo, a emergência da dengue 
(RAMOS et al., 2016).
O processo saúde-doença é um dos pontos centrais para os 
profissionais da saúde que buscam promovê-la, cuidando para que 
as pessoas possam ter, tanto quanto possível, uma boa qualidade de 
vida, mesmo quando as limitações se estabelecem.Para essa relação 
especial com os clientes, é necessário o aprendizado do uso dos ins-
trumentos e das tecnologias para o cuidado que compõe a formação 
desses profissionais (VIANNA, 2012, p. 86).
A busca pela saúde é um propósito em comum a toda popu-
lação. Para isso, os profissionais da saúde e gestores trabalham pelo 
acesso à inclusão e aderência de políticas de saúde que promovam 
ações em saúde.
Alguns fatores intrínsecos e extrínsecos ao homem estão re-
lacionados ao processo saúde-doença, que incluem causas suficien-
tes para que uma doença seja adquirida e desenvolvida. Em alguns 
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CURIOSIDADE
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casos, a exposição a diversos determinantes nem sempre podem 
subsidiar alterações imediatas ao indivíduo. Os casos em que a trí-
ade ambiente-determinante-susceptibilidade se manifesta tardia-
mente, mas da mesma forma, acometem o bem-estar da população 
em um momento ou outro.
São alguns dos fatores determinantes do processo saúde-
doença: sedentarismo, tabagismo, obesidade, alcoolismo, estresse, 
baixa autoestima, uso incorreto de medicamento, uso inadequado 
da alimentação, problemas colaborativos e pré-existentes, relações 
interpessoais prejudicadas, renda insuficiente, educação inadequa-
da, disposição ineficaz de agenda para tratamento e problemas com 
os cuidadores dos parciais ou totalmente dependentes (CARVALHO 
et al., 2005;LIMA et al.,2008).
A política de saúde engloba ações de promoção a saúde que 
cobremos determinantes sociais, econômicos e ambientais da saú-
de. A política de saúde pode ser vista como um conjunto de decisões 
sobre os objetivos estratégicos para o setor saúde e os meios para 
alcançar esses objetivos. A política é expressa em normas, práticas, 
regulamentos e leis que afetam a saúde da população e que em con-
junto dão formato, direção e consistência às decisões tomadas ao 
longo do tempo (BONITA, 2010, p. 165).
As políticas de saúde são referidas principalmente aos cuida-
dos médicos ou pela organização assistencial de serviços de saúde. 
As decisões políticas também influenciam as tomadas de decisões 
em saúde. Uma política verdadeira deve se empenhar em fornecer 
ações de saúde, como profilaxia, prevenção e promoção. Para que 
isso ocorra os determinantes do processo saúde-doença necessitam 
ser constantemente avaliados.
Profilaxia é o conjunto de medidas adotadas com o objetivo de inter-
romper a cadeia de transmissão de uma doença, e conta com: pre-
venção (maneiras para evitar o surgimento de uma doença), con-
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trole (medidas que possuem como objetivo a redução da frequência 
da ocorrência de uma doença) e erradicação (medidas adotadas com 
o intuito de eliminar determinada doença de uma região).
Os últimos 50 anos demonstraram a importância da epide-
miologia como ciência. Hoje, seu maior desafio é avaliar como os 
determinantes de saúde e doença influenciam o processo saúde-
-doença. Os epidemiologistas estão preocupados não somente com 
a vida ou morte de um indivíduo, mas também com a melhoria dos 
indicadores de saúde e com maneiras de promover saúde.
Uma nova maneira de pensar a saúde e a doença deve incluir 
explicações para os achados universais de que a mortalidade e a 
morbidade obedecem a um gradiente, que atravessa as classes so-
cioeconômicas, de modo que menores rendas ou status social estão 
associados a uma pior condição em termos de saúde. Tal evidência 
constitui-se em um indicativo de que os determinantes da saúde 
estão localizados fora do sistema de assistência à saúde (VIANNA, 
2012, p. 78). 
Em algumas situações é importante se atentar para não cul-
par as pessoas quanto a determinadas condições em que as mesmas 
se encontram, por exemplo, condições de trabalho insalubres que 
podem interferir na vida e nos cuidados de um indivíduo.
Adoção de Políticas nos Determinantes do Processo 
Saúde-Doença 
Os determinantes do processo saúde-doença influenciam 
diretamente o estilo de vida das pessoas. Por isso, foram pensa-
das e propostas políticas que garantam e estimulam a mudança no 
comportamento através de práticas e ações educativas, facilitando 
o acesso às comunidades menos favorecidas, promovendo assim 
equidade social.
O estilo de vida e o comportamento dos cidadãos formam a 
entrave do início da promoção a saúde. A facilidade ao acesso a uma 
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VOCÊ SABIA?
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alimentação saudável, criação de academias ao ar livre e espaços 
para práticas de atividades físicas são algumas das atitudes propos-
tas. Além disso, as redes de solidariedade, que visam o acolhimento 
da comunidade, a implementação de redes de apoio e participação 
dos envolvidos, também pretendem aprimorar medidas e assim re-
duzir os possíveis danos no processo saúde-doença. Condições so-
cioeconômicas, culturais, sanitárias e trabalhistas envolvem dire-
tamente as condições de vida de um indivíduo.
Para elucidar como a promoção da saúde vincula-se à adoção 
de medidas e políticas nos determinantes do processo saúde-doen-
ça, podemos citar o tabagismo. Atualmente, é sabido que a principal 
causa do aumento do número de pessoas com câncer de pulmão é 
o tabagismo. Os primeiros estudos epidemiológicos que fizeram a 
relação do tabagismo com o câncer de pulmão são datados de 1950. 
O tabagismo é uma prática que pode ser iniciada pela influên-
cia familiar ou de amigos ou pela ausência de estrutura emocional e 
educacional. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) conta hoje como 
uma rede de apoio que se baseia em campanhas e projetos para o 
controle do tabagismo. Diferentes locais (escolas, universidades, 
unidades de saúde, empresas, entre outros) participam de um Plano 
Global de Controle do Tabagismo e Prevenção Primária do Câncer.
A Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas 
Relacionados à Saúde (CID) tornou-se o padrão de classificação 
diagnóstica para todos os propósitos epidemiológicos e de registros 
em saúde. A CID está em sua 11ª edição e é chamada de CID-11, sendo 
utilizada para classificar doenças e outros problemas de saúde em 
diferentes tipos de registros, incluindo atestados de óbito e regis-
tros hospitalares. Essa classificação permite resgatar informações 
clínicas e epidemiológicas e compará-las com estatísticas nacionais 
de morbimortalidade. A nova classificação entrou em vigor em 1º de 
janeiro de 2022 e atualizou diversas condições, com destaque para 
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SINTETIZANDO
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o transtorno do espectro autista e transexualidade, e trouxe novas 
categorias relativas à Covid-19. A CID contém mais de 50 mil códi-
gos para doenças e causas de morte, e serve de base para estatísticas 
de saúde em todo o mundo.
Vimos que a epidemiologia é a ciência que estuda o comportamento 
das doenças em uma população, em um determinado período. Sua 
relevância é demonstrada pela importância do conhecimento do 
processo saúde-doença. Saber como uma doença surge, seu método 
de transmissão, os riscos que oferece à população, as maneiras de 
preveni-la e como promover a saúde, são ações essenciais no estudo 
epidemiológico.
Toda investigação epidemiológica é feita baseada na população. É 
ela que direciona todo o estudo de acordo com a apresentação de 
características específicas. O estudo epidemiológico conta com uma 
análise descritiva, de total demonstraçãoda real situação que uma 
determinada população está passando. Os métodos analíticos atu-
am na tentativa de formular hipóteses, construir ferramentas e pre-
venir fatores de risco, evitando maiores consequências futuras.
A estrutura epidemiológica composta pelo agente infeccioso, hos-
pedeiro e meio ambiente revelam a pluralidade e a extensão da epi-
demiologia. A epidemiologia visa manter a população o mais longe 
possível das novas ou reemergentes doenças. Sua intenção como 
prática social é fornecer subsídios para um planejamento e gestão 
de medidas e políticas em saúde.
A casualidade multifatorial das doenças impulsiona a abordagem 
de que não somente de fatores genéticos os indivíduos estão condi-
cionados, mas de todas as demais características que podem afetar 
a incidência e prevalência de uma enfermidade. Aspectos sociocul-
turais e ambientais são comprovadamente capazes de interferir na 
qualidade de vida dos indivíduos.
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UN
ID
AD
E
3
Objetivos
 ◼ Discutir as leis regulamentadoras do SUS (Lei nº 8.080/90 e 
Lei nº 8.142/90);
 ◼ Descrever os indicadores de saúde;
 ◼ Reconhecer os níveis de assistência e sua importância para a 
Saúde Coletiva;
 ◼ Compreender o sistema de referência e contrarreferência em 
saúde;
 ◼ Analisar a tomada de decisão em cada nível de assistência.
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Introdução
Olá, aluno(a)!
Neste objeto de aprendizagem você estudará as leis regula-
mentadoras do SUS, também conhecidas como Leis Orgânicas de 
Saúde. Discutiremos as leis de nº 8.080/90 e nº 8.142/90, tratare-
mos dos indicadores de saúde, abordaremos os níveis de assistência 
em saúde e o sistema de referência e contrarreferência em saúde. 
Agora, convido-lhe a estudar e compreender essas temáticas de ta-
manha relevância para a sociedade. 
Bons estudos!
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CURIOSIDADE
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Leis orgânicas, indicadores de saúde e níveis 
de assistência 
Lei Orgânica 
As leis são as normas e regras jurídicas de um país. A lei do 
tipo orgânica regulamenta os direitos fundamentais da população e 
o desenvolvimento dos poderes públicos. A lei orgânica é amparada 
na esfera da magistratura nacional pela lei complementar número 
35 de 1979. Esta é subordinada pela constituição estadual e federal, 
sendo uma conexão intermediária entre a constituição e as leis or-
dinárias.
O artigo 29 da Constituição Federal descreve a lei orgânica 
como sendo os regimentos organizatórios municipais. Já quando se 
alude aos regimentos dos estados, denomina-se estes de constitui-
ção estadual. Para uma lei orgânica ser aprovada, é necessária a ob-
tenção da supremacia de votos favoráveis à mesma, pois esta trata 
de temas importantes para a população, exigindo maior rigor na sua 
instituição e alteração (BRASIL, 1990).
No município, a lei orgânica representa a lei de maior mag-
nitude, devendo, no entanto, respeitar as diretrizes da Constituição 
Federal da república. Para uma lei orgânica ser estabelecida, é pre-
ciso haver a aprovação da câmara municipal e a superioridade de 2/3 
dos votos dos vereadores; após aprovada, esta não pode ser facil-
mente modificada, mesmo que seja a vontade do prefeito da cidade.
O município legisla para si a partir das atribuições dadas a ele pela 
que a Constituição Federal da república. As leis orgânicas estão hie-
rarquicamente acima de todas as outras normas legislativas regio-
nais, no que refere às competências municipais.
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A elaboração de leis orgânicas, de maneira autônoma, pelos 
municípios é um processo relativamente recente. Voltando no tem-
po e analisando o histórico de constituições brasileiras, podemos 
verificar que:
 ◼ A constituição de 1824, vigente durante o Brasil império, nem 
ao menos utiliza a palavra município;
 ◼ A constituição de 1891 afirma, somente, que os estados devem 
se organizar para assegurar a soberania dos interesses muni-
cipais;
 ◼ A constituição de 1934 e 1937 menciona o estabelecimento da 
lei orgânica somente para o Distrito Federal;
 ◼ A constituição de 1946 faz alusão à lei orgânica, somente, para 
designar que até a promulgação desta, a lei deve se manter 
conforme a legislação precedente;
 ◼ A constituição de 1967 não faz referências diretas à lei orgâ-
nica;
A constituição de 1988, atualmente vigente, afirma, no seu 
artigo 29, que o município irá reger-se através de lei orgânica, com 
votação em dois turnos, e com o interstício mínimo de dez dias. Ela 
deve ser aprovada por 2/3 dos membros da câmara municipal, que a 
promulgará, desde que sejam atendidos os princípios estabelecidos 
na constituição.
Como visto, as leis orgânicas começaram a ser estabelecidas 
somente no Brasil República; com o fim do império priorizou-se 
dar autonomia aos estados e consentir que estes determinassem a 
autonomia dos seus respectivos municípios. Foi com a constituição 
federal de 1988 que se instituiu a total autoridade dos municípios 
na criação de suas próprias leis orgânicas. Também foi a partir des-
sa época que a federação passou a ser composta pelos âmbitos da 
união, dos estados, dos municípios e do distrito federal.
A cada âmbito federativo foi destinado um conjunto de au-
tonomias organizativas, monetárias, administrativas, legislativas 
e políticas. A autonomia organizativa refere-se à autonomia dada 
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aos municípios no que se refere ao estabelecimento de suas leis or-
gânicas. A autonomia monetária engloba a criação, arrecadação e 
aplicação dos impostos municipais, assim como a gerência dos re-
cursos provenientes dos repasses da união e dos estados. A autono-
mia administrativa está relacionada à gestão dos serviços públicos 
municipais. A autonomia legislativa denota a concepção de normas 
locais, sendo enfatizadas as particularidades de cada município. A 
autonomia política se dá por meio da eleição dos prefeitos e verea-
dores e da posterior chance de cassação dos seus governos pela câ-
mara municipal (CORRALO; CARDOSO, 2016).
As normas constituintes anteriores a 1988 davam preceden-
tes para que os estados escolhessem o tipo de sistema que lhes pro-
porcionasse maior poder, salvo os estados de Goiás e do Rio Gran-
de do Sul, que seguiam o método de carta própria desde a primeira 
constituição. O sistema de carta própria delegava ao município o 
direito de estabelecer as suas leis fundamentais. Com a constitui-
ção de 1988, todos os municípios passaram a ser Entes Federados, 
consequentemente, a ter mais autonomia organizacional, podendo 
elaborar suas próprias leis orgânicas.
Leis 8�080/90 e 8�142/90 
As leis números 8.080 e 8.142 são leis do tipo orgânica, que 
foram instituídas em 1990 para reger a saúde e regulamentar o Sis-
tema Único de Saúde (SUS). Ambas são válidas em todo território 
nacional, sendo conhecidas e denominadas como as “leis orgânicas 
da saúde”, as quais discorrem preponderantemente a respeito do 
repasse intergovernamental de verbas na saúde, da presençada so-
ciedade na gestão do SUS, e da estrutura e execução de atividades no 
sistema público de saúde (ROCHA, 2012; MOREIRA, 2018).
As leis orgânicas da saúde têm como propósito o esclareci-
mento da conjuntura adequada à realização da proteção, recupera-
ção e promoção da saúde no país. Elas normatizam o modo de exe-
cução dos serviços de saúde, que podem ser realizados em caráter 
eventual ou definitivo, de modo individual ou coletivo, por pesso-
as jurídicas ou físicas, e no âmbito público ou privado. Um aspecto 
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REFLITA
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elementar e prevalecente dessas leis é a instauração da saúde como 
um direito da população e como um dever do Estado, o qual tem a 
obrigação de assegurar a assistência por meio do desenvolvimento 
de políticas públicas de saúde e programas sociais.
Por designarem a saúde como um direito fundamental à vida, 
a aprovação das leis 8.080/90 e 8.142/90 foram, e são, compreendi-
das como uma importante vitória da sociedade brasileira. Estas en-
fatizam que o governo é responsável por garantir o acesso universal, 
integral e equitativo em todos os níveis de atenção à saúde. Ressal-
ta-se, no entanto, que as leis orgânicas da saúde não se abstêm da 
responsabilidade individual de cada cidadão, família e empregador 
de proteger e promover a saúde dos seus dependentes.
A definição de saúde é contemplada pela lei 8.080/90, na qual 
ela é relacionada determinantes e condicionantes socioeconômicos, 
como: as condições de moradia, alimentação, saneamento básico, 
trabalho, lazer e educação. Os aspectos de saúde de uma população e 
o acesso a serviços essenciais a uma vida digna são fatores que com-
põem o índice de desenvolvimento de um país no contexto global 
(BRASIL, 1990; SOLHA, 2014).
A lei 8.080 tem um efeito, para além do simbólico, de detalhar na le-
gislação infraconstitucional diversas das diretrizes que a Constitui-
ção de 1988 assegurou. Tivemos o avanço, a partir do movimento da 
Reforma Sanitária, com a inclusão no texto constitucional da saúde 
como um direito. Para a geração que nasce pós-88 isso parece dado, 
mas precisa ser sempre reforçado como algo que foi uma batalha, 
uma luta do povo brasileiro encabeçada pelos atores da Reforma Sa-
nitária (CAMPOS, 2020).
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Leis 8�080/90 e 8�142/90 e a Reforma Sanitária do 
Brasil
A Reforma Sanitária tem sua origem relacionada à formação 
de um grupo que era composto por: profissionais da saúde, sindica-
listas, estudantes, filósofos e representantes de organizações po-
pulares. Este grupo compartilhava do mesmo ideal: o direito uni-
versal à saúde. Felizmente este ideal foi alcançado somente na VIII 
Conferência Nacional de Saúde (Figura 1), a qual contou com mais 
de 5.000 participantes, ficando conhecida na época como a maior 
reunião da história dos movimentos sociais.
Figura 1. VIII Conferência Nacional de Saúde.
Fonte: Conselho Nacional de Saúde, 2019.
Pode-se dizer que o SUS foi criado graças à luta incessante do 
movimento de reforma sanitária e a batalha dos participantes das 
Conferências Nacionais de Saúde. Após a instituição do SUS surgiu à 
necessidade da normatização do mesmo, ocorrendo esta através das 
leis 8.080/90 e 8.142/90. Essas leis estabeleceram alterações no sis-
tema de saúde que vêm ao encontro da luta e do propósito fomenta-
do pela reforma sanitária (PAIVA; TEIXEIRA, 2014; BRASIL, 1986).
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Sistema de Organização Hierárquica de 
Atenção à Saúde
Fonte: A autora
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O SUS é um programa integrado, estruturado em uma rede 
hierarquizada e regionalizada. Historicamente a organização dos 
serviços públicos de saúde é dividida em três amplos conjuntos de 
assistência, são eles (MENDES, 2010; MOREIRA, 2018):
 ◼ Atenção básica, que é a porta de entrada do sistema, prestan-
do assistência de baixa complexidade, englobando unidades 
básicas de saúde, ambulatórios, o programa saúde da família 
e o programa de agentes comunitários da saúde;
 ◼ Média complexidade, a qual é composta por ambulatórios, 
clínicas e hospitais especializados da rede pública e privada 
de saúde;
 ◼ Alta complexidade que disponibiliza atendimento em diver-
sas especialidades, incluindo procedimentos de alto custo e 
que exige grande tecnologia, como a realização de transplan-
tes.
Nos últimos anos, o sistema hierárquico não tem mostrado 
os resultados desejáveis frente às demandas de saúde da popula-
ção, por este motivo, novas medidas têm sido implementadas pelo 
Ministério da Saúde no País, como o sistema de redes de atenção à 
saúde.
Sistemas de Redes de Atenção à Saúde
Atualmente, o Ministério da Saúde vem tentando implemen-
tar no País o sistema de redes de atenção à saúde, diferentemente 
do sistema hierárquico e piramidal, separado em níveis de comple-
xidade, as redes de atenção à saúde possuem o propósito de integrar 
os serviços para disponibilizar uma assistência mais efetiva, huma-
nizada e em conformidade com os princípios doutrinários do SUS. 
O sistema de rede fomenta o vínculo entre a atenção hospitalar e a 
atenção básica, estabelecendo serviços de referência e subdivisões 
de cuidados específicos à saúde do paciente (MOREIRA, 2018).
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EXEMPLO
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O seguinte caso hipotético é um exemplo de como o sistema de redes 
de atenção em saúde funciona: Um usuário do SUS procura a unidade 
básica de saúde com queixas de dor de cabeça. Como apresenta ou-
tros sinais e sintomas sugestivos de um acidente vascular cerebral 
é direcionado a um pronto socorro da região. Lá piora e desenvolve 
um trombo na corrente sanguínea, permanece dez dias na unidade 
de terapia intensiva e depois mais seis dias sobre observação na in-
ternação. Como obteve escaras é direcionado novamente a unidade 
básica para continuar o seu acompanhamento clínico. Dois meses 
após a sua alta, desenvolve insuficiência renal, sendo mais uma vez 
encaminhada a um hospital especializado, para realizar hemodiáli-
se. Segue fazendo o acompanhamento das suas demais comorbida-
des na unidade básica de saúde.
Para o sistema de redes a unidade básica de saúde é a porta 
de entrada do paciente no SUS, podendo este ser direcionado pela 
unidade a outros serviços da rede quando necessário. É importante 
ressaltar que o sistema de redes entende que uma unidade de pronto 
atendimento e um ambulatório de especialidades médicas possuem 
a mesma importância, ou seja, um serviço não é considerado infe-
rior ou superior ao outro.As Redes de Atenção à Saúde são organiza-
das através de um complexo de unidades assistenciais à saúde (Fi-
gura 2). A implantação dessas redes otimiza as condições sanitárias 
e econômicas do sistema público de saúde. 
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Figura 2. Ilustração do sistema de rede de atenção a saúde.
Fonte: Shutterstock.
As Redes de Atenção à Saúde são organizadas através de um 
complexo de unidades assistenciais à saúde. A implantação dessas 
redes otimiza as condições sanitárias e econômicasdo sistema pú-
blico de saúde. Não existe somente um único padrão organizacio-
nal das redes de atenção à saúde, entretanto o Ministério da Saúde 
considera que os seguintes quesitos são essenciais ao seu funciona-
mento (ARRUDA, 2017; MOREIRA, 2018):
 ◼ Recursos humanos suficientes, competentes, comprometidos 
e com incentivos pelo alcance de metas da rede;
 ◼ Vasta cadeia de empresas de saúde que oferecem serviços in-
dividuais e coletivos de promoção, prevenção, diagnóstico, 
tratamento, reabilitação e cuidados paliativos;
 ◼ Atenção básica à saúde estruturada como primeiro nível de 
atenção e porta de entrada preferencial do sistema, consti-
tuída de equipe multidisciplinar que cobre toda a população, 
integrando, coordenando o cuidado, e atendendo às suas ne-
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cessidades de saúde;
 ◼ Financiamento tripartite alinhado com as metas da rede;
 ◼ Participação social ampla;
 ◼ Prestação de serviços especializados em locais adequado;
 ◼ Existência de mecanismos de coordenação, continuidade do 
cuidado e integração assistencial por todo o contínuo da aten-
ção;
 ◼ Atenção à saúde centrada no indivíduo, na família e na comu-
nidade, tendo em conta as particularidades culturais, assim 
como a diversidade da população;
 ◼ Administração integrada dos sistemas de apoio administrati-
vo, clínico e logístico;
 ◼ Sistema de informação integrado que vincula todos os mem-
bros da rede, com identificação de dados;
 ◼ Ação intersetorial e abordagem dos determinantes da saúde e 
da equidade em saúde;
 ◼ Gerência baseada em resultado;
 ◼ Sociedade e território definidos com amplo conhecimento de 
suas carências e preferências, que determinam a oferta de 
serviços de saúde;
 ◼ Sistema de governança único para toda a rede com o propósito 
de criar uma missão, visão e estratégias nas organizações que 
compõem a região de saúde; definir objetivos e metas que de-
vam ser cumpridos no curto, médio e longo prazo; articular as 
políticas institucionais; e desenvolver a capacidade de gestão 
necessária para planejar, monitorar e avaliar o desempenho 
dos gerentes e das organizações.
A constituição da equipe de saúde deve sempre ser multipro-
fissional no sistema de rede, pois este acredita que as doenças são de 
múltiplas causas, requerendo, portanto, distintos conhecimentos 
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DEFINIÇÃO
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profissionais, sendo também fundamental a manutenção do diálogo 
interdisciplinar entre a equipe (MOREIRA, 2018).
Doença transmissível é qualquer doença causada por um agente 
infeccioso específico ou seus produtos tóxicos. Se manifesta pela 
transmissão deste agente ou de seus produtos – de um reservatório 
a um hospedeiro suscetível –, seja diretamente de uma pessoa ou 
animal infectado, ou indiretamente por meio de um hospedeiro in-
termediário, de natureza vegetal ou animal, de um vetor ou do meio 
ambiente inanimado (OPAS, 2010).
Indicadores de Saúde: Indicador e Índice
A Epidemiologia é a ciência que estuda o processo saúde/
doença em certa população por meio da análise da distribuição po-
pulacional e dos fatores determinantes das doenças, danos à saúde 
e eventos associados à saúde coletiva. Na prática, dessa forma, ela 
propõe medidas específicas de prevenção, redução ou eliminação de 
enfermidades, além de fornecer indicadores que servem de parâ-
metros para planejar, administrar e avaliar ações na saúde.
Os conhecimentos e estratégias desenvolvidos pelos profis-
sionais de saúde e gestores são essenciais durante todo o estudo 
epidemiológico: na investigação de doenças emergentes e reemer-
gentes e na indicação de quais os melhores determinantes e indica-
dores de saúde ligados à origem de uma doença.
Os avanços na tentativa de controlar doenças infecciosas me-
lhoraram a compreensão do estado de saúde, e os determinantes 
sociais passaram a fazer parte do quadro avaliativo de uma popu-
lação. São exemplos práticos os dados de morbidade, prevalência, 
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VOCÊ SABIA?
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incidência, acesso a serviços de saúde, qualidade de vida, fatores 
socioambientais envolvidos na saúde pública etc. As informações 
disponibilizadas a partir de uma base de dados válidos são requisi-
tos fundamentais para avaliar os cidadãos e suas condições de saú-
de, visto que são essas as premissas que sustentarão e programarão 
as ações e políticas na saúde.
Os valores que avaliam o estado de saúde de uma população 
possuem um papel capital para a ciência; são eles: indicadores e ín-
dices de saúde. Nota-se a partir disso a importância de eventos re-
lacionados à saúde com a intenção de conhecer suas condições em 
dado local.
Os indicadores de saúde são realizados de modo a facilitar o 
desenvolvi- mento de informações conforme elementos gerados 
pela quantificação e avaliação dos conhecimentos produzidos. Po-
de-se dizer que os indicadores se referem a ferramentas impres-
cindíveis para a dimensão do estado de saúde e avaliação de desem-
penho dos sistemas de saúde. Eles, pois, refletem na real situação 
sanitária e servem como guia para ações de vigilância.
O IBGE é o instituto responsável pela aquisição de dados estatísti-
cos sobre indicadores sociais, demografia, pesquisa de orçamentos 
familiares e mortalidade. Tais dados contribuem para a construção 
de indicadores de saúde a serem utilizados pelos serviços de saúde. 
A lei de acesso a informações (Lei n. 12.527, de 18 de novembro de 
2011) tem o propósito de regulamentar o direito constitucional de 
acesso dos cidadãos, tornando possível a maior participação popu-
lar e o controle social das ações governamentais; o acesso da so-
ciedade às informações públicas permite que ocorra um avanço na 
gestão pública.
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69
Valores absolutos não são ideais para a epidemiologia, pois 
há uma gama de informações referentes ao estado de saúde das pes-
soas: como chances de algum agravo à saúde, grupos de riscos de 
certas doenças, sexo, faixa etária etc. Tais informações são obtidas 
por meio dos indicadores.
Além de importante instrumento gerencial, de planejamento 
e de vigilância da saúde, tornar as informações acerca dos indica-
dores de saúde disponíveis e acessíveis a todos, especialmente aos 
usuários dos serviços de saúde, é passo essencial para a efetivação 
do controle social do SUS, um dos pilares de democratização de nos-
so sistema de saúde (SANTIAGO et al., 2002, p. 803).
A idealização de um indicador é um processo de complexida-
de variável – desde a contagem de casos de uma doença até cálculos 
estatísticos, como probabilidades, taxas e razões. Se construídos e 
atualizados constantemente em um sistema dinâmico, os indicado-
res são ferramentas valiosas para a gestão de saúde. São evidências 
que constituem a situação e suas propensões permitem identificar, 
por exemplo, grupos com maiores necessidades de saúde e até mes-
mo localizar áreas mais críticas. Eles estabelecem, assim, subsídios 
que devem ser colocados rapidamente em prática de acordo com a 
precisão da população.
Os indicadores assentem que o número de pessoas ou animais 
afetados por uma doença favoreça a comparação de níveis de forma 
espacial e temporal. Destaca-se a importância dos indicadores de 
saúde e como sua construção e consolidação influenciam as defini-
ções e perspectivas de um grupo estudado. Para atuar na perspecti-va da vigilância da saúde é imprescindível a utilização de indicado-
res sociais e de saúde que, articulados, ajudam a medir problemas 
e avaliar resultados da intervenção em saúde. Estes indicadores, 
utilizados de forma pactuada, constituem-se caminho apropriado 
para o envolvimento de diferentes atores sociais na construção de 
projetos intersetoriais capazes de influenciar a formulação de polí-
ticas públicas que melhor respondam às demandas sociais de saúde 
(SANTIAGO et al., 2002, p. 799).
Existem indicadores positivos, negativos e neutros. Indica-
dores negativos são mostras que traduzem dados negativos – mor-
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DICA
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bidade, letalidade e mortalidade. Indicadores positivos referem-se 
àqueles que fornecem dados relacionados à saúde e à qualidade de 
vida. E aqueles que não se encaixam em indicadores positivos ou ne-
gativos são definidos como indicadores neutros. Em Epidemiologia, 
no que tange à saúde de uma população, os dados negativos são os 
mais utilizados. Em Medicina Veterinária, por exemplo, há indica-
dores que medem a produtividade em explorações animais.
Os indicadores de saúde são continuadamente elaborados e 
atualizados conforme a necessidade de um estudo epidemiológico, 
apesar de serem os indicadores negativos os mais empregados para 
esse fim. Eles identificam, monitoram e avaliam as ações e todo o 
planejamento que subsidiam as decisões do gestor. Torna-se pos-
sível identificar, por exemplo, áreas com maior ou menor risco de 
uma doença ocorrer e quais as tendências em dada época do ano.
Os indicadores fortalecem as informações e os dados, auxi-
liam no direcionamento da tomada de decisões e evitam o desper-
dício de tempo em ações não planejadas. O acompanhamento de 
todo o processo, desde o recolhimento de dados até a confecção do 
relatório final, é de amplo valor: a segurança da informação reflete 
na realidade, e não em uma simples percepção sem fundamentação.
Quanto à qualidade e cobertura dos dados de saúde, é preci-
so transformar esses dados em indicadores que possam servir para 
comparar o observado em determinado local com o observado em 
outros locais ou com o observado em diferentes tempos. Portanto, 
a construção de indicadores de saúde é necessária para analisar a 
situação atual de saúde; fazer comparações e avaliar mudanças ao 
longo do tempo (VAUGHAN; MORROW, 1992).
Os indicadores são diferentes de índices, pois retratam apenas um 
aspecto, como a mortalidade. O índice, por sua vez, exprime cir-
cunstâncias com múltiplas dimensões e incorpora diferentes indi-
cadores em uma única medida. Um índice cotidiano na saúde públi-
ca é o índice de desenvolvimento humano (IDH).
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71
Entre os principais indicadores de saúde, estão:
 ◼ Aspectos demográficos;
 ◼ Morbidade/gravidade/incapacidade funcional;
 ◼ Mortalidade/sobrevivência;
 ◼ Nutrição/crescimento e desenvolvimento;
 ◼ Saúde ambiental;
 ◼ Condições socioeconômicas;
 ◼ Serviços de saúde.
Na proposta de vigilância da saúde, as ações de saúde dirigi-
das ao coletivo não devem se resumir a intervenções sobre o hospe-
deiro, o agente etiológico e o meio ambiente, mas devem focalizar os 
determinantes que estão por trás dessa tríade (CARVALHO, 1998).
Os indicadores são expressos mediante proporções, médias, 
taxas, índices, distribuições por classes e valores absolutos; estes 
podem referir-se à totalidade da população ou a grupos sociodemo-
gráficos específicos.
Índice é um tipo de indicador de saúde cuja relação entre fre-
quências atribuídas de determinado evento é avaliada. Os índices 
são expressos em valores percentuais. Eles são valores menores que 
a unidade pelo motivo de estarem como frequências de eventos as-
sociados ao numerador, significativamente, menor que os valores 
do denominador. Pode-se considerar o índice um indicador multi-
dimensional.
O índice é utilizado em alguns casos como sinônimo de indi-
cador, ora com uma conotação mais abrangente expondo situações 
multidimensionais do problema estudado e incorporando, em uma 
medida única, diferentes aspectos ou diferentes indicadores (PE-
REIRA, 1995 apud PEREIRA, 2007, p. 12).
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Indicadores de Saúde e Estatísticas 
Públicas 
Em alguns estudos epidemiológicos, comumente leva-se em 
consideração as estatísticas públicas. Deve-se destacar, no entanto, 
que existe uma diferença entre as vertentes indicadores e estatísti-
cas. As estatísticas são desenvolvidas e promovidas por instituições 
parceiras, como modelos de pesquisas amostrais e levantadas por 
censos demográficos – estas são vinculadas a registros administra-
dos de esferas governamentais, em níveis municipal, estadual e fe-
deral. As estatísticas revelam dados brutos, sem contextualização, o 
que as difere dos indicadores. Pode-se dizer que as estatísticas am-
param a construção dos indicadores de saúde; por exemplo: regis-
tros de mortes e nascimentos são dados estatísticos úteis à confec-
ção de indicadores, esses últimos permitem uma contextualização 
e uma comparação temporal e espacial do real acontecimento, por 
meio da composição de índice de natalidade e mortalidade.
Como o setor de saúde é influenciado por uma ampla varieda-
de de fatores, muitos dos quais não estão vinculados à prestação de 
serviços de saúde, é importante colaborar com outros setores (como 
outras agências governamentais, universidades e os centros de pes-
quisa). Parte dos principais interesses desses setores requer definir, 
elaborar, analisar e usar indicadores de saúde. Portanto, a colabo-
ração intersetorial melhora e otimiza a qualidade e a relevância dos 
indicadores de saúde e incentiva a tomada de decisão baseada em 
evidências em todos os setores (OPAS, s.d.).
Alguns institutos realizam trabalhos de produção de infor-
mação demográfica; entre eles, o Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística (IBGE) e o Sistema Estadual de Análise de Dados (Se-
ade). As informações quanto à situação demográfica, relações tra-
balhistas e saúde são disponibilizadas para a população e podem ser 
utilizadas como fonte de pesquisa. A tecnologia, por meio da infor-
mática e da facilidade de acesso à internet, favoreceu esse processo.
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73
Avaliação de Indicadores
Os valores aproveitados para gerar informações sobre saúde 
devem ser constantemente avaliados, e, em princípio, não é uma 
tarefa simples. Alguns detalhes, portanto, precisam ser considera-
dos: mortalidade, faixa etária, qualidade de vida etc. A escolha de 
qual indicador usar em um estudo epidemiológico depende dos ob-
jetivos do trabalho, bem como dos aspectos metodológicos, éticos 
e operacionais. O desígnio do indicador começa com a delimitação 
do problema a ser observado, investigado ou medido. Depois, de-
fine-se o indicador e como ele será utilizado no meio operacional. 
Na avaliação de indicadores, certos princípios precisam ser levados 
em consideração:
 ◼ Validade: esse requisito avaliativo possui significado de ade-
quação, isto é, deve compor estratégias em sua abordagem 
operacional. Utiliza-se a validade para medir um fenômeno e 
sua capacidade de discriminação, representação, entre outros 
eventos pela detecção de modificações ocorridas ao longo dos 
anos. Por exemplo: a testagem do nível de determinada pro-
teína; seu ponto de cortepode ser variável e, com isso,obtém-
se maior validade. Essa margem mais flexível pode refletir em 
uma fase de pré-patogênese de uma doença. O novo ponto de 
corte, desse modo, reflete mais fielmente no risco a que a po-
pulação está correndo;
 ◼ Confiabilidade (ou reprodutibilidade ou fidedignidade): 
método avaliativo que revela o quanto um teste é confiável 
por meio da obtenção de resultados semelhantes; quando são 
repetidas várias vezes e se há concordância de resultados, 
ponto-chave para tal critério. Em uma análise epidemiológica, 
devem ser escolhidas características com maior confiabilidade; 
valores que delimitem uma baixa confiabilidade tornam-se 
sem utilização;
 ◼ Representatividade ou cobertura: uma característica impor-
tante para utilização e eficiência de um indicador é sua taxa de 
cobertura, principalmente quando questões sociais, econô-
micas e geográficas estão envolvidas. Quanto maior a cober-
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tura, mais fiéis serão as informações trazidas;
 ◼ Aspectos éticos: toda a abordagem dos indicadores deve ser 
feita de maneira a não ferir princípios éticos; assim, não pode 
haver malefícios, constrangimentos ou prejuízos às pessoas. 
A confiabilidade e o sigilo são fatores importantes para a epi-
demiologia clínica, e também devem ser considerados.
Os profissionais e gestores envolvidos na produção, geração 
de informação e análise de resultados são consideráveis aliados para 
a confecção e atualização dos indicadores de saúde. São eles os res-
ponsáveis e mais habilitados para conhecer as etapas a serem re-
alizadas e, assim, conseguir monitorar as tendências em todas as 
esferas governamentais. Ressalte-se que os dados produzidos em 
certa localidade necessitam retratar os pontos fortes e as limitações 
de cada dado ou informação.
Sugere-se que um profissional local participe da primeira 
fase do processo. Os demais profissionais e usuários dos dados de-
vem estimular a valorização da informação, o incentivo à coleta e o 
gerenciamento de dados. As iniciativas de capacitação (coleta, ge-
renciamento, avaliação e análise de dados) são fundamentais, por-
tanto, para a melhora da capacidade nacional, sobretudo em nível 
local.
Prevalência vs. Incidência 
A prevalência de uma doença é representada pelo número de 
casos presentes ao somar casos novos aos casos antigos em deter-
minada região em certo período. A taxa de prevalência é de maneira 
geral expressa como casos por 100 (%) ou por mil pessoas. Em algu-
mas situações, a população de uma área avaliada dá-se por meio de 
aproximação, pois nem sempre os dados estão disponíveis ou atu-
alizados.
A prevalência como indicador de saúde é afetada, além dos 
casos emergentes (incidência), pela duração da doença, que pode 
ser diferente entre as comunidades, graças a motivos como assis-
tência à saúde, facilidade de acesso aos serviços públicos de saúde 
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SINTETIZANDO
75
etc. Pode-se concluir que a duração média da doença é proporcional 
à diferença entre os valores de prevalência e incidência. 
A prevalência é ainda afetada pelos casos que emergem (en-
tram) na comunidade e por aqueles que emigram (saem) por curas e 
por mortes. A prevalência não mede o risco de ocorrência de enfer-
midades na população, mas consegue ser empregada pelos gestores 
da área de saúde para o planejamento da estrutura e dos recursos 
necessários ao processo saúde/doença, bem como ser utilizada du-
rante o tratamento de doenças.
A incidência refere-se à velocidade com que as novas doenças 
(emergentes ou reemergentes) ocorrem em uma população. A inci-
dência considera o período em que os indivíduos não foram acome-
tidos pela doença, mas que, ainda assim, possuem o risco de desen-
volvê-la. O risco de ocorrência de doenças entre populações deve ser 
avaliado de acordo com a incidência, pois esta contabiliza os novos 
casos da doença em uma população em dado período. 
A relação entre incidência e prevalência varia entre as do-
enças. Uma mesma doença pode apresentar baixa incidência e alta 
prevalência – como no diabetes – ou alta incidência e baixa preva-
lência – como no resfriado comum. Isso implica dizer que o resfria-
do ocorre mais frequentemente do que o diabetes, mas por um curto 
período, enquanto que o diabetes aparece menos frequentemente, 
mas por um longo período (BONITA et al., 2010, p. 18).
Neste objeto de aprendizagem vimos que a criação do SUS é tida 
como resultado da VIII Conferência Nacional de Saúde. As leis nú-
meros 8.142/90 e 8.080/90 são o marco legislatório do SUS. Estas 
leis são conhecidas como as leis orgânicas da saúde. O sistema de 
saúde pública brasileiro possui uma política nacional de organiza-
ção dos serviços de saúde. Ela determina as atribuições dos diferen-
tes serviços de saúde ofertados à população. 
A atenção básica é considerada a porta de entrada dos pacientes no 
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SUS, tanto no sistema hierarquizado, que divide a saúde em níveis 
de complexidade, quanto no sistema de redes de atenção à saúde, o 
qual são organizados através de um complexo de unidades assis-
tenciais à saúde, não considerado um serviço inferior ou superior 
ao outro. 
Assim, a epidemiologia utiliza-se de ferramentas como os indi-
cadores de saúde e sistemas de informação de alta capacidade que 
mantém os dados sempre atualizados. Assim, as análises epide-
miológicas ditam as tomadas de decisão e auxiliam de forma di-
reta a saúde pública do País, permitindo a elaboração e prática das 
políticas públicas.
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UN
ID
AD
E
4
Objetivos
 ◼ Identificar a evolução dos modelos de Atenção Básica no Brasil;
 ◼ Compreender a finalidade da existência de modelos de Atenção 
Básica;
 ◼ Discutir a epidemiologia das doenças não-transmissíveis;
 ◼ Debater o conceito e aspectos da vigilância epidemiológica.
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78
Introdução
Olá, aluno(a)!
Neste objeto de aprendizagem você estudará os modelos as-
sistenciais de atenção básica.Trataremos do Programa Saúde da Fa-
mília (PSF), a transição do PSF para a Estratégia de Saúde da Família 
(ESF), discutiremos a epidemiologia das doenças não-transmissí-
veis e abordaremos aspectos da vigilância em saúde.Agora, convi-
do-lhe a estudar e compreender essas temáticas de tamanha rele-
vância para a sociedade. 
Bons estudos!
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SAIBA MAIS
79
Saúde da família: uma estratégia de 
múltiplos objetivos 
Programa de Saúde da Família 
O Programa Saúde da Família (PSF), hoje denominado Estra-
tégia Saúde da Família (ESF), foi estabelecido no Brasil em 1994, no 
município de Sobral, no estado do Ceará. A implantação do PSF foi 
um grande desafio aos gestores da saúde pública, já que, à época, era 
um programa sem precedentes no país. Raphaela Solha, autora do 
livro Saúde coletiva para iniciantes: políticas e práticas profissionais, 
publicado em 2014, afirma que as equipes à frente desse processo 
basearam-se na experiência de países como Cuba e Canadá,onde já 
havia políticas públicas similares ao PSF.
Entenda mais sobre o desenvolvimento do sistema de saúde brasi-
leiro assistindo ao filme História da saúde pública no Brasil: um século 
de luta pelo direito à saúde, produzido em parceria com o Ministério 
da Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde.
O PSF adotou características do Programa dos Agentes Co-
munitários de Saúde(PACS), um programa de visitação domiciliar 
feito por enfermeiros e Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Os 
objetivos do PACS eram a erradicação da mortalidade infantil, a 
educação e promoção da saúde, a redução da disseminação de doen-
ças infectocontagiosas e a ampliação do acesso à vacinação. Hoje em 
dia, o PACS é mantido em algumas cidades como estratégia comple-
mentar de saúde, já que, com o passar do tempo, ficou nítida a liga-
ção das ações dos ACS com a otimização dos indicadores de saúde, 
sobretudo na faixa populacional mais carente, como indicado por 
Taís Moreira no livro Saúde coletiva, de 2018.
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80
Tendo em vista o trabalho desempenhado pelos ACS, eles 
foram promovidos a membros do PSF pelo Ministério da Saúde. A 
partir desse momento, o foco da política pública de saúde brasileira 
deixou de se concentrar no indivíduo para focar suas intervenções 
na família, no coletivo e nos aspectos biopsicossociais.
A ESF é parte da política nacional de atenção básica à saúde, 
se caracterizando por ser organizativa e substitutiva ao sistema so-
berano médico curativista, centrado na rede hospitalar. O progra-
ma conta com uma equipe de atuação clínica multidisciplinar que, 
através de uma visão ampliada do que é saúde, procura melhorar a 
qualidade de vida da população atendida.
Conforme os artigos “Atributos essenciais da Atenção Pri-
mária e a Estratégia Saúde da Família”, escrito por Maria Amélia 
Oliveira e Iara Pereira para a edição de setembro de 2013 da Revista 
brasileira de enfermagem, e “Estratégia Saúde da Família: Clínica e 
Crítica.”, escrito por Luís Cláudio Motta e Rodrigo Siqueira-Batis-
ta para a edição de junho de 2015 da Revista brasileira de educação 
médica, os seguintes princípios de atenção e cuidado à saúde são 
designados pela ESF:
 ◼ A criação de vínculos e a corresponsabilização entre a popula-
ção e a equipe multidisciplinar de saúde;
 ◼ A prescrição do problema-alvo na atenção à saúde de cada 
família, compreendido com base na análise do ambiente e do 
espaço geográfico em que cada indivíduo vive;
 ◼ O desenvolvimento de ações integrais de saúde para as famí-
lias, o meio ambiente e ambiente de trabalho do paciente;
 ◼ A responsabilização pela população assistida;
 ◼ A realização de intervenções que não se limitem aos muros 
das unidades de saúde.
A ESF é um programa do Sistema Único de Saúde (SUS). Logo, 
respeita seus princípios a fim de assegurar universalidade no aces-
so, integralidade na assistência, equidade, resolubilidade dos pro-
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REFLITA
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blemas, hierarquização com ênfase na atenção básica, regionaliza-
ção e descentralização.
A família como um todo é atendida pela ESF, do bebê ao idoso, 
não havendo restrições de idade e outras imposições. A ESF é um 
modelo que privilegia o ser humano e a comunidade em vez do in-
dividual. Como forma de territorialização, a ESF permite a demar-
cação de um espaço concreto de atuação da equipe de saúde, tendo 
o núcleo familiar como base para o desenvolvimento da atuação, o 
que permite compreender melhor a dinâmica do núcleo familiar, 
suas conexões e quais razões sociais contribuem para o desenvolvi-
mento do processo de saúde comunitária.
O acolhimento é entendido como a recepção adequada do paciente 
no centro de saúde, não apenas no aspecto administrativo, solici-
tando documentos e agendando procedimentos, mas também por 
meio da arguição das queixas dos enfermos, para ajudar a resolvê-
-las, oferecendo soluções diversificadas, como uma consulta fisio-
terapêutica, o encaminhamento a outro serviço clínico ou, ainda, a 
inclusão em um grupo educativo da unidade.
Por conhecer a realidade epidemiológica da região, fazer uso 
de ferramentas informatizadas e repassar informações com uma 
linguagem de fácil entendimento à população, a ESF firma pactos e 
metas com o objetivo de proporcionar uma maior qualidade de vida. 
Graças à garantia de acesso, a ESF é considerada uma porta de en-
trada da atenção básica no sistema de saúde pública, sendo capaz de 
acompanhar e assegurar acesso aos demais níveis de complexidade 
a depender da demanda de cada caso, sem perder o vínculo original 
e sua individualidade.
A população assistida por cada equipe de saúde da família é de 
até 4000 pessoas. É importante ressaltar que há exceções, cabendo 
aos gestores municipais, às equipes da atenção básica e ao conselho 
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SAIBA MAIS
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municipal de saúde a definição de outro parâmetro populacional por 
equipe, levando em conta as características, os riscos e vulnerabili-
dades da comunidade.
A ESF age por meio de projetos que visam à recuperação, 
manutenção e promoção da saúde, prevenção de doenças e agra-
vos, além da reabilitação. As equipes trabalham sobre um território 
pré-determinado, cadastrando os moradores, para que se conheça a 
comunidade, bem como os problemas de saúde que a aflige.
Para saber mais sobre a promoção da saúde, é possível ler o compi-
lado do Ministério da Saúde denominado As cartas da promoção da 
saúde. Ele reúne documentos oriundos das conferências internacio-
nais de saúde realizadas em vários países.
A saúde é muito mais que a ausência de doença e o estar sau-
dável envolve o bem estar físico, social, familiar e mental, sem con-
tar o aspecto econômico, que influencia nas condições de moradia, 
nos hábitos alimentares e no acesso à educação. Logo, a equipe da 
ESF não cuida da saúde comunitária somente de dentro da UBS, 
precisando conhecer mais a fundo o território e a realidade de cada 
família.
Quando um problema tem uma magnitude que impossibilita 
a ESF de resolvê-lo sozinha, a equipe articula ações intersetoriais 
para solucionar o problema. Se, no território, há um rio com diver-
sas casas sem saneamento básico, em que os moradores descartam 
lixo, é função da ESF buscar ajuda com outras repartições, como a 
assistência social e as secretarias municipais de habitação e meio 
ambiente, sem deixar de exercer sua responsabilidade de educar os 
moradores quanto ao descarte correto do lixo e o perigo do consumo 
de água contaminada sem o devido tratamento.
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VOCÊ SABIA?
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Transição do PSF para a ESF 
A denominação Programa Saúde da Família foi mantida de 
1994 a 2006, quando se chegou à conclusão que a palavra “progra-
ma” deveria ser alterada para “estratégia”. O principal argumen-
to a favor da substituição para Estratégia Saúde da Família está no 
fato de que um programa possui tempo pré-determinado, o que não 
acontece nessa situação, que se caracteriza como uma assistência 
contínua e permanente à saúde da população.
A alteração do nome para ESF foi corroborada pela portaria 
número 649 do Ministério da Saúde, de 28 de março de 2006, que 
enfatiza que cada equipe é composta, no mínimo, pelos seguintes 
profissionais: médico, de preferência especialista em saúde da fa-
mília, enfermeiros, ACS, técnicos e/ou auxiliaresde enfermagem, 
incluindo, ainda, dentistas, auxiliares ou técnicos em saúde bucal e 
agentes de combate a endemias.
Os integrantes das equipes de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) 
são indicados pela própria comunidade onde residem. Não existem 
muitas exigências para se tornar um ACS, no entanto, a pessoa deve 
possuir características de liderança e ser alfabetizada.
O perfil da saúde no Brasil demonstra a existência de doenças 
crônicas que demandam a atuação de equipes multiprofissionais de 
saúde. Diversos profissionais não fazem parte do ESF e para preen-
cher parte do vazio deixado por essa lacuna profissional, o Ministé-
rio da Saúde criou, em 2008, os Núcleos de Apoio à Saúde da Família 
(NASF).
Integralizando os cuidados à saúde da população, o NASF ofe-
rece uma assistência mais ampla para tratar das questões clínicas, 
ambientais e sanitárias da região assistida. No NASF, as equipes são 
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formadas por profissionais de diferentes formações, que compar-
tilham conhecimento e formulam uma discussão clínica interdis-
ciplinar, visando melhores resultados no tratamento dos pacientes.
Os gestores municipais são os responsáveis por definir a 
composição profissional do NASF, tendo em consideração as carên-
cias regionais. São especialidades presentes no NASF:
 ◼ Médicos: acupunturista, homeopata, pediatra, psiquiatra, ge-
riatra, clínico geral, do trabalho, ginecologista e obstetra;
 ◼ Assistente social;
 ◼ Educador físico;
 ◼ Farmacêutico;
 ◼ Fisioterapeuta;
 ◼ Fonoaudiólogo;
 ◼ Nutricionista;
 ◼ Psicólogo;
 ◼ Terapeuta ocupacional;
 ◼ Médico veterinário;
 ◼ Profissional com formação em arte e educação;
 ◼ Profissional de saúde sanitária.
A continuidade do NASF está ameaçada, pois, em novembro 
de 2019, o Ministério da Saúde lançou a portaria número 2979, re-
vogando a formação de novas equipes e finalizando a transferência 
de verbas federais aos Núcleos. O fim do NASF representa o fim do 
contato dos profissionais da unidade básica com uma equipe mais 
ampla de diferentes áreas de conhecimento, o que resulta em pre-
juízos à população.
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Fonte: A autora
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EXEMPLO
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Doenças Crônicas Não-Transmissíveis
Dentro do grande grupo de doenças não transmissíveis, exis-
tem as doenças crônicas não transmissíveis, que compõem o con-
junto de condições crônicas relacionadas a múltiplas causas (Figura 
1). Elas são caracterizadas por apresentar um início gradual, de du-
ração incerta, que pode apresentar um curso clínico, que se trans-
forma com o passar do tempo, intercalando períodos de fase aguda, 
podendo comprometer o paciente.
 Figura 1. Causalidade das Doenças Crônicas Não-Transmissíveis
Fonte: Ministério da Saúde, 2011
No cenário nacional, as doenças cardiovasculares, que têm a 
hipertensão e diabetes como um importante fator de risco para seu 
desenvolvimento, representam a principal causa de mortalidade no 
país (OPAS, 2010, p. 18).
O chamado “estilo de vida moderno”, a que todos estão sujeitos, é o 
grande fator de risco à saúde. Os hábitos alimentares inadequados, 
o sedentarismo e o tabagismo compõem as principais causas para o 
desenvolvimento das doenças crônicas não-transmissíveis. Embora 
o grupo de Doenças e Agravos Não-transmissíveis (DANT) seja mui-
to abrangente, as doenças cardiovasculares (doenças isquêmicas do 
coração, doenças cérebros-vasculares e hipertensão), as chamadas 
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CURIOSIDADE
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crônico-degenerativas (câncer, diabetes, doenças renais e reumá-
ticas, etc.), os agravos decorrentes das causas externas (acidentes, 
violências e envenenamentos) e os transtornos de natureza mental 
são reconhecidos como os mais prevalentes no Brasil, contribuindo 
sobremaneira na carga global de doenças do país.
Além dos índices de mortalidade, um fator considerável nas 
doenças crônicas é a grande morbidade relacionada a essas doenças. 
São números expressivos de pacientes internados; que têm perda de 
membros; de mobilidade; ou disfunções neurológicas. Essas mor-
bidades levam a uma consequente perda da qualidade de vida e traz 
mais sofrimento cada vez que a doença avança.
Essa situação levou o Brasil a elaborar o Plano de ações estra-
tégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não-transmis-
síveis. O objetivo desse plano é garantir a idealização e a implemen-
tação de políticas públicas baseadas especialmente na prevenção, 
na promoção e no controle das doenças crônicas. Políticas que pre-
cisam levar em conta o público-alvo e os fatores de risco. Em 2012, 
foi proposta a construção da Rede de Atenção às Pessoas com Doen-
ças Crônicas (Portaria nº 252, de 19 de fevereiro de 2013).
Urgência e emergência são palavras muitos parecidas, mas com 
significados diferentes. A primeira coisa a se saber é que ambas re-
querem cuidados clínicos rápidos. Na emergência, há um risco de 
morte iminente e o paciente recebe tratamento imediato. No caso da 
urgência, a ameaça à saúde e à vida está num futuro próximo, não 
havendo risco de morte iminente, embora haja risco de agravamen-
to, vindo a se tornar uma emergência.
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Estrutura Epidemiológica e Casualidade 
A busca pela causa de diversos fenômenos observados no 
cotidiano é movida pela curiosidade e a necessidade de controle, 
principalmente das doenças, em que há um interesse de conhecer as 
causas e o que pode ser feito para sua prevenção. Porém, a detecção 
da causa não é simples, pois envolve diversas áreas de investigação e 
conhecimento. A medicina busca a relação da doença e suas causas, 
enquanto que a estatística faz a dimensão de ocorrência dos casos.
A causa e a estrutura epidemiológica estão relacionadas na 
representação sistêmica dos elementos envolvidos no processo 
saúde – doença. Os fatores inter-relacionam com o agente etioló-
gico, o indivíduo susceptível e o ambiente que atua, existindo um 
equilíbrio que quando é perturbado favorece a manifestação pato-
lógica da doença (LUIZ et al., 2002).
A busca sobre causalidade é mais objetiva no contexto esta-
tístico, pois ela faz a mensuração de efeitos causais. A mensuração 
dos efeitos causais sem a compreensão do mecanismo não tem ne-
nhum significado, pois não permite que ocorra a resolução da causa, 
apensar a quantificação em números. Para ter efetividade é impor-
tante compreender os mecanismos que levam as causas, para que 
possa ser quantificado e traçado métodos resolutivos de prevenção 
e cura do que for identificado.
Quando é feita a inferência causal em epidemiologia, quer 
dizer a relação entre a filosofia da doença e o estabelecimento de 
condições ou restrições que respaldem uma interpretação da causa. 
A estatística então estabelece a associação entre a doença e os fato-
res de exposição, mensurando epidemiologicamente o número de 
ocorrências (LUIZ et al., 2002).
A identificação dos fatores causa na epidemiologia utiliza es-
tudos observacionais e ensaios clínicos. Apesar de nem sempre ser 
possível a utilização dos ensaios clínicos quando os seres afetados 
são as populações humanas, por isso a maioria dos estudos são ob-
servacionais, como os estudosde caso-controle. Esse tipo de estu-
do, apesar de ter maior número de vieses, é o mais viável em relação 
ao tempo, custo e número de casos da doença, por exemplo.
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Na epidemiologia, independentemente se o modelo do dese-
nho epidemiológico for experimental ou observacional para a de-
terminação de uma proposição causal a ser investigada, como por 
exemplo “o tabagismo como causa doença cardiovascular”, exis-
tem características que atrapalham sua avaliação, pois não são to-
dos os fumantes que irão desenvolver doença cardiovascular, assim 
como existem pessoas que não são tabagistas que irão desenvolver 
a doença. A partir disso, a proposição a avaliação passa a ser o risco, 
ou seja, se existe um risco maior de quem fuma desenvolver doen-
ça cardiovascular quando comparado ao risco de quem não fuma. 
Porém, é importante que a determinação do risco seja observada a 
divisão dos grupos fumante e não fumante, pois a idade muito dis-
crepante pode interferir, assim como a presença de outras doenças 
como diabetes e hipertensão. 
Para chegar a uma conclusão do risco, é importante que os 
grupos comparados sejam mais homogêneos e a única variável seja 
o tabagismo. Lembrando que o tempo de tabagismo também pode 
influenciar, se o grupo de tabagismo for jovem, pode não haver as-
sociação em curto prazo, enquanto que em um grupo de tabagismo 
mais velho, ou seja, indivíduos que fazem o uso do tabaco por mais 
tempo, a presença da doença pode estar presente em uma proporção 
maior (LUIZ et al., 2002).
A epidemiologia é uma ciência que tem como base a frequên-
cia, a distribuição e os determinantes das doenças que ocorrem na 
população. Assim ela busca procedimentos metodológicos baseados 
em modelos estatísticos que identificam a etiologia das doenças. Na 
epidemiologia então a causa é qualquer evento, condição ou carac-
terística que tenha relação com a doença. É importante lembrar que 
a causa na epidemiologia não é uma relação isolada apenas, pois 
uma doença pode apresentar diversas causas, porém a frequência 
relacionada às causas podem ser diferentes, por exemplo, o câncer 
de pulmão pode ser causado pelo tabagismo ou pela poluição do ar, 
mas o número de ocorrências relacionadas as essas duas causas são 
diferentes, permitindo que seja realizado medidas de vigilância epi-
demiológica diferentes nas duas causas, para a mesma doença.
A relação da causa também tem associação entre a exposição 
e doença e a determinação da força de associação, ou seja, se exis-
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te uma associação entre a causa e a doença. A associação ocorre de 
maneira forte, isso significa que tem relação causal, enquanto que 
a associação fraca indica que provavelmente aquele fator não tem 
nenhuma relação. Um outro fator é a consistência, ou seja, o nú-
mero de casos na população, isso irá reforçar a causalidade de uma 
doença. A especificidade também, visto que ela tem relação direta 
com a causa, ou seja, a remoção da causa específica implica que o 
fenômeno patológico não ocorra (LUIZ et al., 2002).
A temporalidade em relação a causa está relacionada princi-
palmente nos estudos transversais e retrospectivos, pois o tempo 
avaliado por interferir no achado em relação a causa. Como exem-
plificado acima, se avaliar um grupo de tabagista que tem o hábito 
há poucos anos e um grupo com um tempo maior, o número de in-
divíduos com distúrbios cardíacos será diferente, devido a tempo-
ralidade da causa. Por isso, que os estudos precisam controlar essa 
variável de causa, pois o tempo de exposição tem relação direta com 
a causa.
Vigilância Epidemiológica
A vigilância epidemiológica é definida pela Lei nº 8.080, de 19 
de setembro de 1990, como:
[…] um conjunto de ações que proporciona o conheci-
mento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança 
nos fatores determinantes e condicionantes de saúde 
individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar 
e adotar as medidas de prevenção e controle das doen-
ças ou agravos (BRASIL,1990).
Alguns dos objetivos da vigilância epidemiológica são: for-
necer parecer técnico para ser utilizado pelo pessoal capacitado na 
execução de ações; programas de controle de doenças e agravos pe-
los profissionais de saúde; criação de sistemas de alerta que confi-
gurem em uma resposta rápida a doenças infecciosas. Os objetivos 
da vigilância epidemiológica visam melhorias na estruturação do 
sistema de saúde pública, para torná-lo mais eficiente por meio de 
planejamento e organização.
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As informações oriundas da vigilância epidemiológica de-
vem assegurar eficiência e fidelidade de dados. A vigilância requer 
o domínio e atualização constante de todos os fatores que envol-
vam a ocorrência e a disseminação de uma doença, por meio de 
métodos práticos e de fácil execução. Para isso, é preciso que sejam 
constantemente atualizadas com novos resultados e inovações téc-
nico-científicas, que sejam capazes de arcar com melhorias à sua 
abrangência e qualidade. A análise de dados em um sistema de vi-
gilância epidemiológica fornece informações a respeito do aumento 
ou diminuição de casos.
A vigilância epidemiológica pode ser estruturada como um 
processo, de acordo com seu ciclo de funções, sejam elas específicas 
ou complementares. A cada momento, é possível conhecer o com-
portamento da doença ou agravo que será o alvo da ação, criando 
assim medidas de intervenção precoces e direcionadas a uma deter-
minada finalidade (Figura 2).
Figura 2. Ciclo de funções da vigilância epidemiológica: conhecimento, detecção, 
prevenção e ação
Fonte: Souza, 2014 (Adaptado)
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DICA
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A vigilância é uma característica essencial da prática epide-
miológica e pode ser usada na identificação de casos isolados ou de 
grupos; na avaliação do impacto de eventos relacionados à saúde 
pública e de suas tendências; na mensuração de fatores e agravos à 
saúde; no monitoramento e avaliação do impacto das medidas pro-
tetivas e de controle; no monitoramento das estratégias utilizadas 
para intervenção e modificações nas políticas públicas; na atenção 
ao paciente.
A maioria dos países tem leis regulando a notificação com-
pulsória de algumas doenças. As doenças que devem ser notifica-
das frequentemente incluem as que são preveníveis pela vacinação, 
tais como, poliomielite, sarampo, tétano e difteria, além de outras 
doenças transmissíveis, como, por exemplo, tuberculose, hepatite, 
meningite e lepra. Também pode ser requerida a notificação de óbi-
to materno,acidentes e doenças ocupacionais e ambientais, como, 
por exemplo, a intoxicação por pesticidas. A notificação compulsó-
ria de algumas doenças constitui parte da vigilância (BONITA et al., 
2010, p. 127).
Além da utilização dos dados gerados pela vigilância epide-
miológica, as estimativas de abrangência e magnitude de uma epi-
demia ou surto auxiliam no monitoramento da sua tendência. Os 
dados também podem ser usados no engajamento da comunidade 
com os setores de saúde, e na defesa da utilização de mais recursos 
disponibilizados para a saúde.
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba: “a escolha 
das doenças e agravos de notificação compulsória obedece a crité-
rios como: magnitude, potencial de disseminação, transcendência, 
vulnerabilidade e disponibilidadede medidas de controle, sendo a 
lista periodicamente revisada, tanto em função da situação epide-
miológica da doença, como pela emergência de novos agentes e por 
alterações no Regulamento Sanitário Internacional. Os dados cole-
tados sobre as doenças de notificação compulsória são incluídos no 
Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN)” (2016).
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Em países subdesenvolvidos, os sistemas de vigilância e no-
tificação são escassos, levando à uma subnotificação e enfraqueci-
mento do sistema de saúde. A fim de tentar unificar a geração de 
informações em saúde, uma grande rede – que inclui organizações 
não governamentais, ferramentas de busca na internet, grupos de 
discussão eletrônica e redes de treinamento e laboratórios – ofere-
ce mecanismos eficazes, que visam reunir informações que possam 
levar a uma resposta internacional unificada.
A dinâmica do perfil epidemiológico das doenças, o avanço 
do conhecimento científico e algumas características da socieda-
de contemporânea têm exigido não só constantes atualizações das 
normas e procedimentos técnicos de Vigilância Epidemiológica, 
como também o desenvolvimento de novas estruturas e estratégias 
capazes de atender aos desafios que vêm sendo colocados (BRASIL, 
2018, p.14).
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Notificação Compulsória 
A notificação compulsória deve ser feita pelos profissionais 
de saúde ou responsáveis pelos serviços de saúde públicos ou pri-
vados, que prestam assistência ao paciente. A comunicação pode ser 
feita para a Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Estadual de 
Saúde e/ou ao Ministério da Saúde. Atualmente são 48 doenças de 
notificação compulsória.
Dentre elas 21 são de notificação semanal, sendo as doenças 
ou agravos o acidente de trabalho com exposição a material bioló-
gico, casos novos de dengue, doença de Chagas crônica, doença de 
Creutzfeldt-Jakob, casos agudos pelo vírus Zika, esquistossomose, 
febre de Chikungunya, hanseníase, hepatites virais, infecção pelo 
Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) ou Síndrome da Imuno-
deficiência Adquirida, Infecção pelo HIV em gestante, parturiente 
ou puérpera e Criança exposta ao risco de transmissão vertical do 
HIV, infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, intoxicação 
exógena (por substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, gases 
tóxicos e metais pesados), leishmaniose tegumentar americana, 
leishmaniose visceral, malária na região amazônica, óbito infantil 
e materno, sífilis adquirida ou congênita e em gestante, toxoplas-
mose gestacional e congênita, tuberculose e violência doméstica e/
ou outras violências. Em relação às doenças e agravos que devem 
ser notificados imediatamente à Secretária Municipal de Saúde são 
acidente de trabalho grave, fatal e em crianças e adolescentes, aci-
dente por animal peçonhento, acidente por animal potencialmente 
transmissor da raiva, leptospirose, tétano. Acidental ou Neonatal e 
violência sexual e tentativa de suicídio (BRASIL, 2020).
A notificação compulsória imediata visa conter a dissemina-
ção na comunidade local incialmente, evitando que ocorra um surto 
de doenças ou agravos que possam ser controlados ou prevenidos. 
Além disso, os casos de notificação imediata são mais graves e ex-
põe mais risco para os cidadãos. À Secretária Municipal e a Estadual 
as doenças e agravos que devem ser notificados imediatamente são 
coqueluche, difteria, doença de Chagas Aguda, doença Invasiva por 
“Haemophilus Influenza”, doença Meningocócica e outras menin-
gites, doença aguda pelo vírus Zika em gestante, febre Maculosa e 
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outras Riquetisioses e os casos de varicela - caso grave internado ou 
óbito (BRASIL, 2020).
Os casos de doença ou agravo como botulismo, cólera, casos 
de óbito por dengue, doenças com suspeita de disseminação inten-
cional como o antraz pneumônico, tularemia, varíola, doenças fe-
bris hemorrágicas emergentes/reemergentes como o arenavírus, 
ebola, marburg, lassae, febre purpúrica brasileira, evento de Saúde 
Pública que se constitua ameaça à saúde pública , eventos adversos 
graves ou óbitos pós vacinação, febre Amarela, Febre de Chikun-
gunya em áreas sem transmissão, Óbito com suspeita de Febre de 
Chikungunya, Febre do Nilo Ocidental e outras arboviroses de im-
portância em saúde pública, Febre Maculosa e outras Riquetisioses, 
hantavirose, Influenza humana produzida por novo subtipo viral, 
Malária na região extra-amazônica, Poliomielite por poliovirus sel-
vagem, Peste, Raiva humana, Síndrome da Rubéola Congênita, Do-
enças Exantemáticas como o Sarampo e a Rubéola, Síndrome da Pa-
ralisia Flácida Aguda, Síndrome Respiratória Aguda Grave associada 
a Coronavírus como a SARS-CoV e o MERS-CoV devem ser notifi-
cadas ao Ministério da Saúde, á Secretária do Estado e a Municipal 
imediatamente (BRASIL, 2020).
Investigação Epidemiológica 
O episódio de novos casos de doença (transmissível ou não) 
ou agravo (inusitado ou não) podem ser prevenidos e/ou controla-
dos pelo serviço de saúde. Assim, a detecção precoce é imprescindí-
vel para que isso ocorra. Quando ocorre um surto, por exemplo, ele 
pode ser causado pelo controle inadequado de fatores de risco, por 
uma assistência à saúde e/ou medidas de proteção errôneas, o que 
torna o esclarecimento da causa necessária para adoção de medidas 
preventivas e de controle afim de evitar que um grande número de 
pessoas seja infectado. O esclarecimento é feito a partir da inves-
tigação epidemiológica de casos e epidemias pelo sistema local de 
vigilância epidemiológica (Figura 3), podendo ser auxiliado, quan-
do necessário, pela instância estatal ou federal. Isso irá depender da 
extensão e evolução do número de novos casos (BRASIL, 2005).
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A partir da notificação de novos casos de doenças/agravos, as 
autoridades sanitárias devem começar imediatamente a investiga-
ção epidemiológica de campo, mesmo que a notificação seja apenas 
uma suspeita. Esse tipo de investigação formula hipóteses que serão 
avaliadas posteriormente por estudos analíticos como os de caso-
-controle. Quando houver casos agudos, as medidas de proteção à 
saúde devem ser tomadas, restringindo a investigação na coleta de 
dados e análises, paralelamente também realizando o controle das 
ações de controle na comunidade (BRASIL, 2005).
Figura 3. Instrumentos de registro utilizados na investigação epidemiológica da 
tuberculose.
Fonte: Larouze, 2019
Quando ocorrem situações que a fonte e o modo de trans-
missão são conhecidos, as ações de controle devem ser iniciadas 
imediatamente, mesmo antes da realização da investigação epide-
miológica. Isso irá reduzir a gravidade do evento, pois um menor 
número de indivíduos será afetado. A investigação epidemiológica 
não é simples, pois envolve exames do caso suspeito e de quem ele 
teve contato, deve ser realizada a coleta de amostras para labora-
tório, nos casos que os exames são pertinentes. Além disso, quando 
não são conhecidos o agente infeccioso e o modo de transmissão de-
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vem ser realizados estudos que possam identificá-los, permitindo 
conhecer como ocorre a transmissão,quais são os reservatórios e o 
vetores, nos casos de doenças. Em alguns casos, a medida inicial é o 
isolamento dos casos em suspeita e confirmados com o objetivo de 
evitar a progressão da doença na comunidade.
De maneira geral, a investigação epidemiológica tem pergun-
tas norteadoras que irão gerar algumas informações sobre a doença/
agravo. Os questionamentos principais são se realmente é um caso 
da doença que se suspeita, isso leva a confirmação do diagnóstico; 
quais são as atribuições individuais do caso que irá permitir a carac-
terização biológica, ambiental e social do caso; como foi contraída a 
doença e esclarece qual a fonte de infecção; como ocorreu a trans-
missão identifica o modo de transmissão; existe risco de a mesma 
fonte de transmissão infectar outros indivíduos permite mensurar a 
abrangência da infecção. É importante na investigação ainda buscar 
conhecer o número de casos que podem ter tido contato com a fonte 
de transmissão, qual o tempo de transmissão da doença e se existe 
meios de prevenção, para que medidas de controle possam ser tra-
çadas, evitando uma disseminação em massa para toda a população.
Avaliação dos Sistemas de Vigilância 
Epidemiológica
A vigilância epidemiológica é um sistema que precisa ser ali-
mentado e atualizado constantemente. Seu funcionamento deve ser 
avaliado regularmente para garantir a eficiência do planejamento e 
seu aprimoramento.
A avaliação do sistema é aferida pelo demonstrativo dos re-
sultados obtidos com a ação ou programa desenvolvido. Eles preci-
sam justificar de maneira clara os recursos financeiros investidos 
em sua execução. Assim, é importante utilizar os indicadores de 
saúde: morbidade, mortalidade, incapacidade, fecundidade, entre 
outros. A vigilância necessita avaliar e informar com precisão e cla-
reza cada etapa de um estudo epidemiológico, que envolva vigilân-
cia e investigação, para verificar se as tendências estão ocorrendo 
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DEFINIÇÃO
SINTETIZANDO
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como previsto e impactando de forma positiva a população-alvo.
O termo investigação epidemiológica é um trabalho de campo. Ele 
é iniciado quando existe um caso confirmado ou uma suspeita, de-
vendo ser realizado rapidamente e de maneira metódica, para que 
a proporção de casos afetados possa ser controlada evitando uma 
epidemia local ou regional, ou seja, propósito final dessa investi-
gação é orientar medidas de controle para impedir a ocorrência de 
novos casos.
Os resultados provenientes do conjunto de ações desenvol-
vidas e executadas no sistema são mensurados pelos benefícios so-
ciais e econômicos adquiridos, como um termômetro. São avaliados, 
por exemplo, a porcentagem de vidas poupadas pelos programas de 
prevenção e promoção; os casos evitados; os custos de assistências 
etc. A manutenção de um sistema de vigilância ativo abrange com-
plexas e diferenciadas atividades, que, em conjunto, têm o intuito de 
aprimorar a qualidade, eficácia, eficiência e efetividade das ações.
Aprendemos que a Estratégia Saúde da Família (ESF) é a nomencla-
tura atualizada do antigo Programa Saúde da Família (PSF). Com o 
objetivo de aproximar a população à assistência integral de saúde, a 
ESF é, em conjunto à UBS, a referência na assistência à saúde, sendo 
a porta de entrada no SUS, isto é, qualquer pessoa que precise de 
atendimento passa por uma ESF ou UBS antes de ser encaminhada 
para um hospital, a depender da gravidade do problema.
Verificou-se que o território de atuação das equipes da ESF é uma 
área demarcada por limites geográficos, que engloba uma comu-
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nidade. É responsabilidade da ESF conhecer o perfil epidemiológico 
e demográfico da população assistida, para que, a partir dos dados, 
se constituam ações preventivas e de promoção, proteção e recupe-
ração da saúde, uma vez que, como também foi visto, um problema 
geral de saúde pode ter um fator associado à localidade como causa.
Ademais, vimos que as doenças que assolam a uma população ser-
vem, também, como um bom parâmetro para conhecer essa popu-
lação. Doenças transmissíveis são as mais preocupantes, pois apre-
sentam risco de acometer mais indivíduos, chegando ao ponto de 
ser difícil seu controle e tratamento. Doenças não transmissíveis 
são aquelas associadas a comportamentos individuais ou genéticos, 
também importantes para a vigilância, no entanto, não possuem 
risco de transmissibilidade.
A vigilância epidemiológica é um setor bem estruturado da epide-
miologia, pois é por meio dela que as informações são organizadas 
para o bom planejamento dos serviços públicos. A investigação epi-
demiológica conta com a participação de toda a comunidade, popu-
lação suscetível, profissionais de saúde e gestores.
Apesar de todas as dificuldades enfrentadas pela epidemiologia para 
se tornar uma ciência de relevância reconhecida, a perspectiva atual 
é de grandes avanços na área. Deve-se levar em conta tudo o que já 
foi estabelecido e compreender que, como uma ciência em constan-
te atualização, os desafios estarão sempre presentes.
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