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2 **Texto 2: O Espetáculo da Histeria: Uma Análise Cultural e Histórica** Desde os tempos antigos até a era contemporânea, a histeria tem sido uma presença constante na narrativa cultural e histórica da humanidade. Em muitas sociedades, a histeria foi vista como uma manifestação do feminino, uma condição intrinsecamente ligada à mulher e sua suposta fragilidade emocional. Na Grécia Antiga, por exemplo, a histeria era atribuída à influência do útero errante, uma concepção que permeou o pensamento ocidental por séculos. Durante a Idade Média, a histeria era frequentemente interpretada como possessão demoníaca, resultando em tratamentos brutais e exorcismos. No entanto, foi na era vitoriana que a histeria atingiu seu apogeu, com a popularização do diagnóstico de "neurose histérica" e o surgimento de tratamentos como a massagem uterina. Essa era também testemunhou o fenômeno das "saias rodadas", mulheres cujos sintomas histéricos eram exibidos em performances públicas, muitas vezes para entretenimento do público. No século XX, a histeria assumiu novas formas, influenciada pelo trabalho de Freud e seus contemporâneos. Enquanto a psicanálise oferecia uma explicação mais profunda e complexa para a histeria, suas raízes culturais ainda ecoavam nas representações populares e nos estigmas sociais associados à condição. Hoje, embora tenhamos avançado em nossa compreensão da histeria, suas raízes culturais ainda persistem, muitas vezes se manifestando de maneiras sutis e disfarçadas. Reconhecer essa história complexa é essencial para uma compreensão mais completa da histeria e de seu impacto na sociedade contemporânea.
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