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Unidade 02 - Decisões Económicas 1

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UNIDADE 02 Decisões Económicas 
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Economia Comportamental 
2.1. Custos versus Benefícios 
2.2. Decisões Económicas e o Indivíduo 
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Custos versus Benefícios 
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Custos versus Benefícios 
Comportamento é um conjunto de atividades que os animais exibem no 
tempo e no espaço, em geral, constituído de posturas e de movimentos 
do corpo ou partes do corpo, incluindo ainda as atividades viscerais que 
não são tão visíveis 
A Etologia é um ramo da Biologia que se dedica ao estudo do 
comportamento dos animais, propõe um método científico de 
investigação baseado na premissa de que o comportamento possui 
causas próximas (=causas imediatas) e causas últimas. 
A Ecologia Comportamental estuda como o comportamento de um 
indivíduo interage com o ambiente em que ele vive ,e busca entender o 
valor de sobrevivência (= fitness) desses comportamentos (sucesso 
reprodutivo). Desta forma, diferenças comportamentais entre as 
espécies são correlacionadas com diferenças do ambiente em que vivem. 
A Ecologia Comportamental estuda 
Custos e Benefícios de comportamentos 
Um comportamento se estabelece numa 
população somente quando seus benefícios 
(descendentes sobrevivos) são maiores que 
seus custos (descendentes não-existentes) 
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Custos versus Benefícios 
A moeda utilizada para determinar o benefício líquido de um 
comportamento é o fitness (valor de sobrevivência) do animal 
O fitness é definido como o número de descendentes sobreviventes 
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Custos versus Benefícios 
Benefícios e custos de vocalizações de corte 
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Custos versus Benefícios 
Machos da rã tungara (Engystomops pustulosus) produzem vocalizações 
que atraem as fêmeas da sua espécie. Machos que produzem sons mais 
altos conseguem atrair mais fêmeas e, consequentemente tem um 
sucesso reprodutivo maior. 
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Custos versus Benefícios 
Machos da rã tungara (Engystomops pustulosus) produzem vocalizações 
que atraem as fêmeas da sua espécie. Machos que produzem sons mais 
altos conseguem atrair mais fêmeas e, consequentemente tem um 
sucesso reprodutivo maior. 
O que os machos querem 
não necessariamente é 
o que os machos recebem 
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Custos versus Benefícios 
Sons mais altos são atrativos não somente para as fêmeas mas também 
para os predadores da rã tungara. Portanto, os sons mais altos não 
necessariamente garantem o maior sucesso reprodutivo devido a morte 
do macho. Quem, então, tem o maior sucesso reprodutivo? 
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Custos versus Benefícios 
A gaivota-de-cabeça-preta gasta energia e tempo para remover as cascas 
dos ovos da sua prole. 
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Custos versus Benefícios 
A gaivota-de-cabeça-preta gasta energia e tempo para remover as cascas 
dos ovos da sua prole. 
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Custos versus Benefícios 
A gaivota-de-cabeça-preta gasta energia e tempo para remover as cascas 
dos ovos da sua prole. 
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Custos versus Benefícios 
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benefícios 
custos 
Na maioria dos comportamentos, os custos crescem linearmente com sua 
quantidade (no. de vezes que o comportamento está sendo executado) 
ou qualidade (intensidade do comportamento). Já os benefícios atingem 
um platô depois de certa quantidade ou qualidade. 
A quantidade/qualidade ótima de um comportamento é o ponto onde 
benefícios-custos atinge seu valor máximo. 
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benefícios 
custos 
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Custos versus Benefícios 
A quantidade/qualidade de comportamentos sempre atinge um platô? 
Exemplo: Tamanho ótimo da ninhada do chapim (Parus major) 
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Custos versus Benefícios 
Na natureza encontram-se ninhos com 5 a 12 ovos. Porém, a maioria dos 
casais coloca ou 8 ou 9 ovos. 
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Custos versus Benefícios 
Custos: Mortalidade dos adultos aumenta linearmente com o tamanho da 
ninhada. 
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Custos versus Benefícios 
Quanto maior a ninhada, menor o peso de cada filhote (compartilhar 
alimento). Maior o peso do filhote, maior sua chance de sobrevivência. 
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Custos versus Benefícios 
Em termos de número de filhotes sobreviventes (= BENEFÍCIOS), o 
tamanho ótimo da ninhada é entre 8 e 12 ovos. 
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Custos versus Benefícios 
O tamanho da ninhada influencia diretamente a sobrevivência dos 
adultos (CUSTOS: maior o ninho, mais gastos com coleta de comida, 
defesa, etc...). 
Decisões Económicas e o Indivíduo 
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Decisões Económicas e o Indivíduo 
Frequentemente é difícil identificar os benefícios e custos de um 
comportamento relacionados ao valor de sobrevivência (descendentes 
sobrevivos/descendentes não existentes). 
O comportamento de forrageio revelou-se ideal para estudar os custos e 
benefícios de comportamentos devido à facilidade de medir ganhos e 
gastos energéticos relacionados. Os princípios descobertos nesses 
estudos sobre o forrageamento se aplicam a outros aspectos do 
comportamento animal. 
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Decisões Económicas e o Indivíduo 
A economia da escolha de presas 
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Decisões Económicas e o Indivíduo 
Mariscos grandes trazem mais benefícios (energia ganha), mas também 
maiores custos (energia gasta com a manipulação). Qual o tamanho 
ótimo? 
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Decisões Económicas e o Indivíduo 
Um parâmetro influenciando a escolha de presas é o tempo gasto com a 
busca de presas teoricamente ótimas. 
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 Especializar em E1 
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Decisões Económicas e o Indivíduo 
Um parâmetro influenciando a escolha de presas é o tempo gasto com a 
busca de presas teoricamente ótimas. 
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Decisões Económicas e o Indivíduo 
A economia da manipulação de presas 
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Decisões Económicas e o Indivíduo 
Corvos levam um caramujo para uma rocha e deixam o cair de certa 
altura de voo (custo energético) para que o quebre e exponha a refeição 
do seu interior (ganho energético). Qual a altura ótima (mínimo de custo 
 máximo de ganho)? 
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preferida 
No. médio de quedas 
Altura total de voo 
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Decisões Económicas e o Indivíduo 
A economia do transporte de carga 
Estorninhos alimentam seus filhotes principalmente com lagartas e 
outros invertebrados do solo. Uma ave, no pico da estação reprodutiva, 
faz até 400 viagens de ida e volta a cada dia. O parâmetro a ser 
maximizado é a taxa de entrega de alimento, que está diretamente 
relacionada com a sobrevivência dos filhotes 
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Decisões Económicas e o Indivíduo 
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Decisões Económicas e o Indivíduo 
Para maximizar seus benefícios líquidos (taxa de entrega de alimento) o 
estorninho deveria trazer a carga máxima que fosse capaz de carregar a 
cada viagem. O problema é que sua eficiência de captura diminui quando 
tem lagartas no seu bico. 
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Decisões Económicase o Indivíduo 
O modelo prevê cargas menores com tempos de viagem menores 
Para maximizar seus benefícios líquidos (taxa de entrega de alimento) o 
estorninho deveria trazer a carga máxima que fosse capaz de carregar a 
cada viagem. O problema é que sua eficiência de captura diminui quando 
tem lagartas no seu bico. 
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Decisões Económicas e o Indivíduo 
Quando o tempo da viagem 
passa de curto para longo, a 
carga que maximiza a taxa de 
entrega aumenta. Este fato, 
previsto pelo modelo, foi 
confirmado experimentalmente 
por Kacelnik (1984). 
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Decisões Económicas e o Indivíduo 
O modelo da economia do transporte e a cópula nas moscas de esterco 
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Decisões Económicas e o Indivíduo 
O parâmetro a ser maximizado para os machos da mosca de esterco 
(Scatophaga stercoraria) é o número de ovos fertilizados. Quando dois 
machos copulam com a mesma fêmea, o segundo consegue fertilizar mais 
ovos. O primeiro macho deveria permanecer pousado sobre a fêmea até 
ela coloque os ovos. 
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Decisões Económicas e o Indivíduo 
Quanto tempo o macho deveria gastar copulando ou, alternativamente, 
procurando e guardando uma fêmea? 
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Decisões Económicas e o Indivíduo 
Restrições nutricionais 
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Decisões Económicas e o Indivíduo 
A dieta do alce é restrita pelas necessidades de sódio (plantas aquáticas) 
e energia (plantas terrestres). A terceira restrição é dada pelo tamanho do 
rumem do alce. Quanto de cada tipo de planta o alce deveria comer? 
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Decisões Económicas e o Indivíduo 
A dieta do alce é restrita pelas necessidades de sódio (plantas aquáticas) 
e energia (plantas terrestres). A terceira restrição é dada pelo tamanho do 
rumem do alce. Quanto de cada tipo de planta o alce deveria comer? 
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Decisões Económicas e o Indivíduo 
Alimentação e perigo: um compromisso 
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Decisões Económicas e o Indivíduo 
Engasga-gatos (Gasterosteus aculeatus) famintos normalmente preferem 
áreas com alta densidade de presa. Após o voo simulado de um modelo 
de martim pescador (Alecedo atthis) sobre o tanque, os peixes passaram 
a escolher áreas com baixa densidade de presa. 
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Decisões Económicas e o Indivíduo 
Um peixe muito faminto corre um grande risco de morrer de inanição, 
então sacrifica a vigilância para reduzir seu déficit alimentar com mais 
facilidade do que um indivíduo bem-alimentado. O balanço de custos e 
benefícios muda de alimentar-se para vigiar à medida que o peixe diminui 
sua fome. 
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Resumo 
Resumo 
A Ecologia Comportamental estuda como o comportamento de um 
indivíduo interage com o ambiente em que ele vive ,e busca entender o 
valor de sobrevivência (= fitness) desses comportamentos (sucesso 
reprodutivo). Desta forma, diferenças comportamentais entre as espécies 
são correlacionadas com diferenças do ambiente em que vivem. 
A moeda utilizada para determinar o benefício líquido de um 
comportamento é o fitness (valor de sobrevivência) do animal 
O fitness é definido como o número de descendentes sobreviventes 
O comportamento pode ser visto como tendo custos e benefícios e os 
animais evoluíram para maximizar os benefícios líquidos. 
Esta ideia pode ser usada como base para a elaboração de modelos de 
otimização, nos quais o critério de benefício máximo e as restrições sobre 
o animal estão especificados.

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