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F R E N T E 3 281 Juntas de dilatação Na construção de pontes, calçadas, trilhos em ferrovias, encanamentos e outras estruturas, é fundamental que o fenômeno da dilatação térmica seja considerado e previsto. Grandes variações de temperatura – até mesmo variações sazonais, em algumas regiões – podem causar alterações significativas nas dimensões dos sólidos, devido a alterações na agitação dos átomos e das moléculas em torno do ponto de equilíbrio. Uma das soluções para minimizar os efeitos da dilatação térmica em sólidos é o uso de juntas de dilatação. As juntas de dilatação são espa- ços inseridos entre os elementos de uma construção, em geral a cada 20 m para estruturas de concreto, que permitem os movimentos desses elementos devido a variações de temperatura, sem que a estrutura seja comprometida. Quando a temperatura aumenta, a junta se fecha e, quando a temperatura diminui, ela se abre. As juntas podem ser constituídas de diferentes materiais, do aço inoxi- dável ao plástico ou borracha, dependendo da amplitude do movimento desejada, do uso a que se destina e da disposição – horizontal ou vertical – na estrutura construída. Especificações técnicas determinam que um movimento de 25% da largura da junta deve ser absorvido pelo material de vedação. Para evitar as chamadas fissuras por ação térmica e possíveis acidentes, são realizados cálculos e simulações dos fenômenos de dilatação e retração térmica em diferentes materiais e em diversas condições de variação de temperatura. eTexto complementar A variação da temperatura provoca alterações nas dimensões dos corpos, a chamada dilatação térmica ou contração térmica. A dilatação térmica é dividida em três tipos: Dilatação linear: DL = L0 ⋅ a ⋅ DT ⇒ Lf = L0 ⋅ (1 + a ⋅ DT) Dilatação superficial: DS = S0 ⋅ b ⋅ DT ⇒ Sf = S0 ⋅ (1 + b ⋅ DT) Dilatação volumétrica: DV = V0 ⋅ γ ⋅ DT ⇒ Vf = V0 (1 + γ ⋅ DT) em que temos a seguinte relação entre os coeficientes: 1 = 2 = 3 a b γ Resumindo É importante notar que os líquidos, por assumirem sempre a forma do recipiente no qual são colocados, apresentam dois tipos de dilatação: a dilatação real, característica do líquido em questão, e a aparente, que depende do recipiente. A dilatação real sofrida por um líquido é a soma da dilatação aparente com a dilatação do recipiente. DVreal = DVaparente + DVrecipiente ⇒ γreal = γaparente + γrecipiente De modo geral, os líquidos dilatam-se ao aumentar a temperatura, mas a água é uma das exceções. A água apresenta comportamento anômalo: sofre contração de volume quando sua temperatura aumenta no intervalo de 0 °C a 4 °C e dilata-se quando a temperatura aumenta a partir de 4 °C, possuindo densidade máxima, ou seja: T C volume mínimo densidade máxima água = ° ⇒ 4 A n d ré O liv e ir a G u a d a lu p e Fig. 16 Junta de dilatação em uma ponte. Parque Universal Studios – Flórida, Estados Unidos. Quer saber mais? Livro y FIGUEIREDO, Aníbal; PIETROCOLA, Maurício. Calor e temperatura. São Paulo: FTD, 2000 (Física um outro lado). Site y Tiras bimetálicas (em inglês) <http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/thermo/bimet.html#c1>. FÍSICA Capítulo 2 Dilatação térmica282 1 UCB 2019 Um parafuso de alumínio (a = 25,0 ⋅ 10−6/°C) com 0,500 cm de diâmetro em temperatura ambien te (20,0 °C) é refrigerado em nitrogênio líquido a aproximadamente –200°C. Quando atingir equilíbrio térmico com o nitrogênio líquido, o diâmetro do pa rafuso será: A aumentado 2,75 ⋅ 10−2 mm. diminuído 2,75 ⋅ 10−2 mm. C exatamente 2,75 ⋅ 10−2 mm. mantido o tamanho de quando estava à tempera tura ambiente. diminuído 0,0500 cm. 2 PUCSP O gráfico a seguir dá os comprimentos de três barras, A, B e C em função da temperatura. C L T B A retas paralelas Quanto aos coecientes de dilatação linear podemos armar: A aA < aB < aC aA > aB > aC C aA = aB = aC não dá para concluir. 3 Uma plataforma P foi apoiada em duas colunas, con forme a figura a seguir. h P Devido a um desnível do terreno, para manter a plata forma sempre na horizontal para qualquer temperatura, foi preciso fazer uma das colunas de concreto e a outra de ferro. Qual o valor do desnível h, sabendose que a maior coluna é de concreto e mede 7,8m a 0 °C? Dados: aconcreto = 12 ⋅ 10 –6 °C–1; aferro = 13 ⋅ 10 –6 °C–1. 4 Cesgranrio Uma rampa para saltos de asadelta é construída de acordo com o esquema que se segue. A pilastra de sustentação II tem, a 0 °C, comprimen to três vezes maior do que a I. Os coeficientes de dilatação de I e II são, respectivamente, a1 e a2. I II Para que a rampa mantenha a mesma inclinação a qualquer temperatura, é necessário que a relação en tre a1 e a2 seja: A a1 = a2 a1 = 2a2 C a1 = 3a2 a2 = 3a1 a2 = 2a1 5 Unirio Um quadrado foi montado com três hastes de alumínio e uma haste de aço, todas inicialmente à mesma temperatura. O sistema é, então, submetido a um processo de aquecimento, de forma que a varia ção de temperatura é a mesma em todas as hastes. Aço AlumínioAlumínio Alumínio Dados: aAl = 24 ⋅ 10 –6 °C–1; aAço = 12 ⋅ 10 –6 °C–1. Podemos armar que, ao nal do processo de aque cimento, a gura formada pelas hastes estará mais pró xi ma de um: A quadrado. retângulo. C losango. trapézio retângulo. trapézio isósceles. 6 A figura mostra duas barras verticais, uma de cobre e outra de zinco, fixas inferiormente. Elas suportam uma plataforma horizontal onde está apoiado um corpo. O coeficiente de atrito estático entre o corpo e a plata forma é 0,01 e os coeficientes de dilatação linear do cobre e do zinco valem 2,6 ⋅ 10 5 °C 1 e 1,8 ⋅ 10 5 °C 1, respectivamente. Qual a menor variação de tempera tura capaz de provocar o deslizamento do corpo sobre a plataforma? 10 cm 1,25 m Cu Zn Exercícios complementares F R E N T E 3 283 7 UFV A figura a seguir ilustra um arame rígido de aço, cujas extremidades estão distanciadas de “L”. R L Alterandose sua temperatura, de 293 K para 100 °C, pode-se armar que a distância “L”: A diminui, pois o arame aumenta de comprimento, fazendo com que suas extremidades fiquem mais próximas. diminui, pois o arame contrai com a diminuição da temperatura. C aumenta, pois o arame diminui de comprimento, fazendo com que suas extremidades fiquem mais afastadas. não varia, pois a dilatação linear do arame é com pensada pelo aumento do raio “R”. aumenta, pois a área do círculo de raio “R” aumenta com a temperatura. 8 UFBA Houve apenas um jogo do basquetebol de alta tecnologia. A ideia, que parecia promissora e que exigiu enormes investimentos, foi logo abandonada. Superatletas foram criados utilizando técnicas de me lhoramentos genéticos em células embrionárias dos melhores jogadores e jogadoras de todos os tempos. A bola, confeccionada com um material isolante tér mico de altíssima qualidade, era uma esfera perfeita. Os aros das cestas, círculos perfeitos, foram feitos de uma liga metálica, resultado de longa pesquisa de no vos materiais. O ginásio de esportes foi reformulado para o evento, com um sistema de climatização ambiental para as segurar que a temperatura se mantivesse constante em 20 °C. A plateia era majoritariamente composta por torcedores do time local, entre os quais foram re conhecidos cientistas premiados e representantes de empresas de alta tecnologia. O jogo estava nos cinco minutos nais e empatado. Aconteceu, então, um grande movimento na plateia. De um lado, os torcedores pediram alimentos e bebidas quentes e iluminaram a cesta com lanternas infraver melhas. Do outro, da cesta do time local, todos queriam sorvetes e bebidas geladas. Usouse de todos os meios possíveis, inclusive alterando o sistema de climatização, para aquecer a região em torno da cesta do time visitante e esfriar a do time local. Dois torcedores, representantes da tecnociência, colocados atrás das cestas, conversa vam ao telefone: – Aqui está 19 °C e aí? – Aqui está 21 °C, vencemos! Terminado o jogo, o técnico do time visitante desabafou: – Sujaram um bom jogo emataram uma boa ideia. Explique, qualitativa e quantitativamente, por que os dois torcedores tinham certeza de ter vencido e co mente as opiniões do técnico visitante, considerando que o diâmetro da bola e dos aros são iguais, respecti vamente, a 230,0 mm e a 230,1 mm e que o coeciente de dilatação linear dos aros é 4,8 ⋅ 10−4 °C−1. 9 UFSC Um aluno de ensino médio está projetando um experimento sobre a dilatação dos sólidos. Ele utiliza um rebite de material A e uma placa de material B, de coeficientes de dilatação térmica, respectivamente, iguais a aA e aB. A placa contém um orifício em seu centro, conforme indicado na figura. O raio RA do rebi te é menor que o raio RB do orifício e ambos os corpos se encontram em equilíbrio térmico com o meio. rebite B Assinale a(s) proposição(ões) correta(s). 01 Se aA > aB a folga irá aumentar se ambos forem igualmente resfriados. 02 Se aA > aB a folga ficará inalterada se ambos forem igualmente aquecidos. 04 Se aA < aB e aquecermos apenas o rebite, a folga aumentará. 08 Se aA = aB a folga ficará inalterada se ambos forem igualmente aquecidos. 16 Se aA = aB e aquecermos somente a placa, a folga aumentará. 32 Se aA > aB a folga aumentará se apenas a placa for aquecida. Soma:JJ 10 UFMG O coeficiente de dilatação térmica do alumínio (Al) é, aproximadamente, duas vezes o coeficiente de dilatação térmica do ferro (Fe). A figura mostra duas peças onde um anel feito de um desses metais envolve um disco feito do outro. À temperatura ambi ente, os discos estão presos aos anéis. Fe A Fe A Anel Disco Se as duas peças forem aquecidas uniformemente, é correto armar que: A apenas o disco de Al se soltará do anel de Fe. apenas o disco de Fe se soltará do anel de Al. C os dois discos se soltarão dos respectivos anéis. os discos não se soltarão dos anéis. FÍSICA Capítulo 2 Dilatação térmica284 13 Uerj 2018 Para uma análise física, um laboratório uti liza um sistema composto por um termômetro, um aquecedor, um recipiente com ladrão e outro reci piente menor acoplado a este. O primeiro recipiente é preenchido até a altura do ladrão com 400 cm³ de um determinado líquido, conforme ilustrado abaixo. O sistema, mantido em temperatura ambiente de 25°C, é então aquecido até 65 °C. Como em geral os líquidos se dilatam mais que os sólidos, verica-se o extravasamento de parte do líquido, que ca arma zenado no recipiente menor. Após o sistema voltar à temperatura inicial, o volume de líquido extravasado corresponde a 3,2 cm³. Observe a ilustração: Sabendo que o coeciente de dilatação volumétrica do material que constitui o recipiente é igual 36 × 10-6 °C–1, calcule o coeciente de dilatação do líquido. 14 UFRN Suponha um recipiente com capacidade de 1,0li tro cheio de um líquido com coeficiente de dilatação volumétrica duas vezes maior que o coeficiente do material de que é feito o recipiente. Qual a quantidade de líquido que transbordará quando o conjunto sofrer uma variação de temperatura de 30 °C? Dado: Coeciente dilatação vol. do líquido = 2 ⋅ 10-5 °C-1. 15 Fuvest A 10 °C, 100 gotas idênticas de um líquido ocupam um volume de 1,0 cm3. A 60 °C, o volume ocupado pelo líquido é de 1,01 cm3. Calcule: a) a massa de uma gota de líquido a 10 °C, saben dose que sua densidade, a essa temperatura, é de 0,90 g/cm3. b) o coeficiente de dilatação volumétrica do líquido. 16 Fuvest Um termômetro especial, de líquido dentro de um recipiente de vidro, é constituído de um bulbo de 1cm 3 e um tubo com secção transversal de 1 mm2. À temperatura de 20 °C o líquido preenche comple tamente o bulbo até a base do tubo. À temperatura de 50°C, o líquido preenche o tubo até uma altura 11 Unirio Um estudante pôs em prática uma experiên cia na qual ele pudesse observar alguns conceitos relacionados à “Dilatação Térmica dos Sólidos”. Ele utilizou dois objetos: um fino fio de cobre de compri mento 4L, com o qual ele montou um quadrado como mostra a figura I, e uma chapa quadrada, também de cobre, de espessura desprezível e área igual a L2, como mostra a figura II. Fig. I Quadrado formado com o fio de cobre Fig. II Chapa de cobre de área L2 Em seguida, o quadrado montado e a chapa, que se encontravam inicialmente à mesma temperatura, foram colocados num forno até que alcançassem o equilíbrio térmico com este. Assim, a razão entre a área da chapa e a área do quadrado formado como o de cobre, após o equilíbrio térmico destes com oforno, é: A 5 4 C 3 2 1 12 IFSul 2019 Um copo de vidro de 50 g de massa possui 100 g de água que o preenche até a “boca”. O sis tema encontrase inicialmente em equilíbrio térmico a uma temperatura de 4 °C. O gráfico abaixo mostra como se comporta o volume do vidro e da água em função da temperatura. De acordo como comporta mento anômalo da água ou analisando ográfico ao lado concluímos que o nível de água no copo irá A diminuir, se a temperatura do sistema diminuir. diminuir, independentemente de a temperatura do sistema aumentar ou diminuir. C transbordar, independentemente de a temperatura do sistema aumentar ou diminuir. transbordar, somente se a temperatura do sistema aumentar.
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