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Book_completo_Saude_Mental_Enf Psiq (3)

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SAÚDE MENTAL E ENFERMAGEM 
PSIQUIÁTRICA
A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do 
Estado do Espírito Santo, com unidades presenciais 
em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, 
Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória, 
e com a Educação a Distância presente 
em todo estado do Espírito Santo, e com 
polos distribuídos por todo o país. 
Desde 1999 atua no mercado capixaba, 
destacando-se pela oferta de cursos de 
graduação, técnico, pós-graduação e 
extensão, com qualidade nas quatro 
áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, 
Humanas e Saúde, sempre primando 
pela qualidade de seu ensino e pela 
formação de profissionais com consciência 
cidadã para o mercado de trabalho.
Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de 
Instituições de Ensino Superior que 
possuem conceito de excelência junto ao 
Ministério da Educação (MEC). Das 2109 
instituições avaliadas no Brasil, apenas 
15% conquistaram notas 4 e 5, que são 
consideradas conceitos de excelência em 
ensino. Estes resultados acadêmicos 
colocam todas as unidades da Multivix 
entre as melhores do Estado do Espírito 
Santo e entre as 50 melhores do país.
 MISSÃO
Formar profissionais com consciência cidadã para o 
mercado de trabalho, com elevado padrão de quali-
dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança 
e modernidade, visando à satisfação dos clientes e 
colaboradores.
 VISÃO
Ser uma Instituição de Ensino Superior reconhecida 
nacionalmente como referência em qualidade 
educacional.
R E I TO R
GRUPO
MULTIVIX
R E I
2
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
3
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte)
Ana Claudia Rodrigues da Silva
Saúde Mental e Enfermagem Psiquiátrica/ SILVA, A.C.R - Multivix, 2020
Catalogação: Biblioteca Central Multivix 
 2020 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. 
4
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
LISTA DE FIGURAS
 > Saúde mental: o quebra-cabeças do corpo humano 12
 > O enfermeiro preparado para o atendimento em saúde mental a todos os 
membros da família 13
 > Normal e patológico 14
 > Anormal 15
 > As várias facetas da mente humana 20
 > Estratégias de saúde: Rede de Atenção Psicossocial (RAP) 22
 > Inserção social de pessoas com diferentes transtornos mentais 23
 > Psicoterapia em grupo no CAPS 24
 > Serviço Residencial Terapêutico 26
 > Residência Terapêutica 27
 > Capa da Cartilha do Programa de Volta para Casa 28
 > Socialização por meio dos Centros de Convivência e Cultura 29
 > A engrenagem da mente humana 35
 > O enfermeiro e suas múltiplas funções 36
 > Demência no idoso 37
 > Perda da memória no idoso com demência 39
 > A demência no idoso 40
 > Delirium 41
 > O idoso e o delirium 42
 > Estados confusionais 45
 > Esquizofrenia 47
 > Embotamento do afeto – sintoma esquizofrênico 48
 > Traços esquizofrênicos 50
 > Distúrbios psicóticos 52
 > Uso abusivo do álcool 53
 > Uso e abuso de drogas 54
 > Efeitos do uso abusivo do álcool 55
 > Uso abusivo de drogas 56
 > Transtorno mental 61
 > Episódio maníaco 63
5
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
 > Sintomas da síndrome maníaca 64
 > Hipomania com alegria e expansão 66
 > Transtorno bipolar 67
 > Transtorno afetivo bipolar 68
 > Transtorno afetivo bipolar 69
 > Depressão 70
 > Transtorno depressivo 71
 > A depressão 72
 > Mulher com depressão 73
 > Falta de objetivos – sintoma da depressão 74
 > Abordagem ao distúrbio depressivo 76
 > Mulher preocupada 78
 > Pessoa com ataques de pânico 80
 > Transtorno obsessivo 82
 > Transtorno mental 83
 > Transtorno obsessivo-compulsivo por limpeza 85
 > Transtorno dissociativo de personalidade 86
 > Uma mulher e suas múltiplas personalidades 87
 > Hipocondria – um tipo de transtorno somatoforme 88
 > Transtornos dissociativos de identidade 89
 > Distúrbios de autoimagem 93
 > Distúrbios de alimentação 95
 > Bulimia 96
 > Anorexia 98
 > Quadro com os principais sintomas da anorexia nervosa 99
 > Distúrbios de personalidade 102
 > Várias faces do transtorno específico de personalidade 103
 > Transtorno específico de personalidade 104
 > Disfunção sexual 110
 > Dispareunia 111
 > Psicofármacos 116
 > Tomando antidepressivos 117
 > Neurolépticos ou antipsicóticos 118
6
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
 > Neurolépticos típicos e atípicos 119
 > Idosa sob a ação sedativa dos neurolépticos 121
 > Perda de atenção e problemas cognitivos devido ao uso 
continuado de benzodiazepínicos 122
 > Efeito sedativo dos benzodiazepínicos 123
 > Depressão e o uso dos antidepressivos 125
 > Sintomas depressivos combatidos pelo IRSR 126
 > Paciente tomando o antidepressivo 128
 > Transtorno do humor 129
 > Cigarro – droga lícita 132
 > O uso e o abuso de drogas ilícitas levam à morte 133
 > Fumar causa diversos tipos de câncer, além de problemas respiratórios 135
 > Drogas depressoras, estimulantes e perturbadoras 136
 > Diga não às drogas 137
 > A cocaína é uma droga ilegal e movimenta milhões no narcotráfico 138
 > A planta da maconha: Cannabis 140
 > Recomendações do enfermeiro na administração de medicamentos 141
 > Cuidados de Enfermagem no momento da administração de dois ou 
mais medicamentos 142
 > Vinho e queijo: alimentos ricos em tiramina e contraindicados no uso de 
antidepressivo IMAO 143
 > Prontuário, estetoscópio e caneta 148
 > Enfermeiro explicando o plano terapêutico a paciente 149
 > Florence Nightingale com a lâmpada na Guerra da Crimeia 150
 > O acolhimento e a escuta ativa são imprescindíveis para um 
atendimento efetivo 151
 > O acolhimento do profissional de saúde 152
 > Escuta qualificada em saúde mental no atendimento em grupo 153
 > Acolhimento do paciente com transtorno mental na internação 
hospitalar 154
 > A coleta de dados pelo enfermeiro 155
 > Coleta de dados para o histórico de enfermagem 158
 > O enfermeiro e o planejamento das ações de enfermagem 158
7
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
 > Anotações e registros de enfermagem 159
 > Enfermeira e a evolução de enfermagem 160
 > Formulários e impressos que fazem parte da SAE 162
 > Profissionais da saúde 163
 > Alterações da orientação: desorientação local 164
 > Alterações da memória: amnésia 165
 > Alterações da afetividade: depressão e embotamento afetivo 166
 > Alterações da psicomotricidade: autismo 167
 > Alterações do juízo crítico 168
 > O enfermeiro e os diagnósticos de enfermagem 169
8
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
1UNIDADE
2UNIDADE
3UNIDADE
SUMÁRIO
1. SAÚDE MENTAL E REFORMA PSIQUIÁTRICA 12
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 12
1.1 POLÍTICAS DE SAÚDE MENTAL 14
1. 2 REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL 20
2. TRANSTORNOS MENTAIS, DEMÊNCIA, DELÍRIO E 
ESTADOS CONFUSIONAIS 35
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 35
2.1 DEMÊNCIA, DELÍRIO E ESTADOS CONFUSIONAIS 36
2.2 ESQUIZOFRENIA, DISTÚRBIOS PSICÓTICOS E DISTÚRBIOS 
RELACIONADOS A ÁLCOOL 
E DROGAS 47
3 TRANSTORNOS MENTAIS 61
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 61
3.1 DISTÚRBIOS DO HUMOR 62
3.2 DISTÚRBIOS NEURÓTICOS E DISSOCIATIVOS 78
9
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
6UNIDADE
5UNIDADE
4UNIDADE 4 SÍNDROMES COMPORTAMENTAIS ASSOCIADAS À DISFUNÇÃO FISIOLÓGICA E AO FATOR FÍSICO 93
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 93
4.1 DISTÚRBIOS DA ALIMENTAÇÃO 94
4.2 DISTÚRBIO DE PERSONALIDADE E SEXUAL 102
5 PSICOFARMACOLOGIA 116
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 116
5.1 NOÇÕES DE DROGAS MAIS COMUNS NA PSIQUIATRIA 117
5.2 SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS E O PROCESSO DECUIDAR 132
6.ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA 148
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 148
6.1 CONSULTA DE ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA 149
6.2 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE 
ENFERMAGEM EM SAÚDE MENTAL 158
10
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ATENÇÃO 
PARA SABER
SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
GLOSSÁRIO
ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
CURIOSIDADES
QUESTÕES
ÁUDIOSMÍDIAS
INTEGRADAS
ANOTAÇÕES
EXEMPLOS
CITAÇÕES
DOWNLOADS
ICONOGRAFIA
UNIDADE 1
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos que 
possa:
11
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
SAÚDE MENTAL E ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
> Contextualizar-se 
acerca das políticas 
de saúde mental.
> Compreender o 
funcionamento da 
rede de atenção 
psicossocial.
12
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
SAÚDE MENTAL E ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
1. SAÚDE MENTAL E REFORMA 
PSIQUIÁTRICA
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Esta unidade abordará as políticas de saúde mental. Em um primeiro mo-
mento, será discutida a questão do normal e do patológico.
SAÚDE MENTAL: O QUEBRA-CABEÇAS DO CORPO HUMANO
Fonte: Plataforma Deduca (2023).
#pratodosverem: mão montando um quebra cabeça com uma cabeça ao fundo, faltando 
duas peças para completar o quebra-cabeças.
Depois, será possível observar um histórico da Reforma Psiquiátrica, que se 
inicia como crítica ao modelo centrado na internação hospitalar do doente 
mental até a criação da Lei Paulo Delgado, a qual propõe um novo modelo de 
tratamento aos portadores de transtornos mentais.
Na última parte da unidade, será apresentada a rede assistencial de atenção 
psicossocial, composta por: Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Serviços 
Residenciais Terapêuticos (SRT), Centros de Convivência e Cultura, unidade 
de acolhimento e leitos de atenção integral.
13
SAÚDE MENTAL E ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Cabe lembrar que o enfermeiro é o principal agente motivador dos 
programas e das políticas dirigidas à saúde mental, em que a autonomia e 
o protagonismo social foram construídos por conquistas técnico-científicas, 
bases legais e políticas com o desenvolvimento da prática cidadã que se 
compromete com o bem-estar social. O enfermeiro desempenha, tam-
bém, um papel imprescindível e decisivo na detecção das demandas da 
comunidade, principalmente no que concerne à promoção da saúde.
O ENFERMEIRO PREPARADO PARA O ATENDIMENTO EM SAÚDE MENTAL A TODOS OS 
MEMBROS DA FAMÍLIA
Fonte: Plataforma Deduca (2023).
#pratodosverem: enfermeira em primeiro plano, com estetoscópio e segurando uma pasta. 
Ao fundo, imagem de uma família com cinco membros.
Assim, o profissional enfermeiro que atua na saúde mental precisa estar em 
sintonia com as discussões acerca de sua atuação profissional e suas bases, 
reconhecendo a importância das políticas de saúde mental e sabendo como 
direcionar o paciente com transtorno mental ao serviço de saúde correto que 
atenda à sua necessidade imediata.
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MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
SAÚDE MENTAL E ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
1.1 POLÍTICAS DE SAÚDE MENTAL
1.1.1 O NORMAL E O PATOLÓGICO E SUAS 
IMPLICAÇÕES
De acordo com Canguilhem (2002), o vocábulo “normal” possui dois 
significados com base em análises feitas de dicionários médicos: normal-
mente é aquilo que é como deve ser e, no sentindo mais usual da palavra, o 
que se encontra na maior parte dos casos de uma espécie determinada ou o 
que constitui a média ou o módulo de uma característica mensurável. Logo, o 
estado normal do corpo humano é o estado que se deseja restabelecer.
NORMAL E PATOLÓGICO
Fonte: Plataforma Deduca (2023).
#pratodosverem: três imagens de uma cabeça em formato de árvore, em cores diferentes, 
com diminuição gradativa de galhos e mudando de cor, indicando os estágios do 
normal ao patológico.
Assim, o estado normal para Canguilhem (2002) designa, ao mesmo tem-
po, o estado habitual dos órgãos e seu estado ideal. Por isso, o objetivo da 
terapêutica é restabelecer o estado habitual de tecidos e órgãos.
Lalande (1991), no Vocabulaire philosophique, propõe os seguintes conceitos 
acerca de anomalia e anormal:
15
SAÚDE MENTAL E ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Anomalia é um substantivo ao qual, atualmente, não corresponde adjetivo 
algum e, inversamente, anormal é um adjetivo sem substantivo, de modo 
que o uso os associou, fazendo de anormal o adjetivo de anomalia. Logo, 
uma confusão de etimologia contribuiu para essa aproximação de anomalia 
e anormal.
Nesse contexto, Canguilhem (2002) explica que o anormal não é o patológi-
co, conferindo ao patológico o sentimento direto e concreto de sofrimento e 
de impotência; o que implica o sentimento de vida contrariada. Contudo, o 
patológico configura o anormal.
ANORMAL
Fonte: Plataforma Deduca (2023).
#pratodosverem: desenho de uma cabeça com três peças de engrenagem amarelas e uma 
engrenagem vermelha caída no chão, fora da cabeça.
Sobre os sintomas patológicos, Canguilhem (2002) faz uma análise de que a 
doença se torna um abalo e uma ameaça à existência devido a novas normas 
de vida com redução do nível de atividade do ser humano, tornando-o mais 
limitado, configurando o patológico por incapacidade de ser normativo.
Portanto, o doente recebe essa denominação por ser incapaz de ser normati-
vo e a saúde é mais do que ser normal, pois representa a capacidade de adap-
tação às exigências do meio e de seguir as normativas da vida em um meio 
pleno de flutuações e de novos acontecimentos.
16
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
SAÚDE MENTAL E ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
Ainda sobre o conceito de normal, a normalidade pode ser associada ao bem-
-estar. De acordo com a Organização Mundial de Saúde – OMS, a saúde pode 
ser definida como a ausência de doença, além do completo bem-estar físico, 
mental e social (OPAS/OMS, 2023).
Nesse contexto, está inserido o paciente com transtorno mental. Esse tipo 
de paciente, fora do conceito “normal” apresentado, tem como característi-
cas, segundo a OPAS/OMS, uma combinação de pensamentos, de emoções, 
de percepções e de comportamentos anormais que afetam diretamente o 
modo de se relacionar consigo e com outras pessoas.
Assim, entre tantos conceitos de normalidade e patologia, cabe a reflexão de 
que o que não apresenta normalidade é patológico. Além disso, é impreciso 
o limite entre o normal e o patológico. Para Canguilhem (2002), deve-se olhar 
além do corpo humano para o julgamento do que é o normal e o patológico.
1.1.2 REFORMA PSIQUIÁTRICA – CRÍTICA 
AO MODELO HOSPITALOCÊNTRICO E 
IMPLANTAÇÃO DA REDE EXTRA-HOSPITALAR 
(1978-2000)
De acordo com BRASIL (2013), a Reforma Psiquiátrica é resultado de uma mu-
dança do modelo de atenção e de gestão do cuidado por meio do Movimento 
Social da luta antimanicomial. Logo, a corrente política de saúde mental do 
Brasil é resultante da mobilização de usuários, familiares e profissionais da 
saúde, no início dos anos 1980, com o intuito de modificar a realidade dos ma-
nicômios onde mais de 100 mil pessoas com transtornos mentais residiam.
Para saber mais sobre os aspectos que culminaram 
na Reforma Psiquiátrica, assista a este vídeo 
baseado no livro Holocausto Brasileiro, de Daniela 
Arbex. Para acessá-lo, clique aqui. 
https://www.youtube.com/watch?v=139n1x24ILU
17
SAÚDE MENTAL E ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Acompanhe um pequeno resumo do histórico das políticas de saúde mental, 
segundo BRASIL (2013).
Crítica ao modelo hospitalocêntrico 
(1978-1991): o movimentodos trabalhadores 
em saúde mental e outras organizações, 
como sindicalistas e membros de 
associações de profissionais e pessoas 
com histórico de internações psiquiátricas, 
reúnem-se e denunciam a violência dos 
manicômios, construindo uma crítica ao 
modelo hospitalocêntrico e estimulando a 
desinstitucionalização em Psiquiatria.
Cartaz do II Congresso Nacional de Trabalhadores em Saúde Mental, em 1987
Fonte: Wikimedia (2021).
#pratodosverem: imagem de um cartaz no qual está escrito II Congresso Nacional de 
Trabalhadores em Saúde Mental. Bauru, 3 a 6 de dezembro de 1987. Em um círculo do cartaz, 
lê-se: Por uma sociedade sem manicômios.
Implantação da rede extra-hospitalar 
(1992-2000): os movimentos sociais
conseguem aprovar as primeiras leis que 
determinam a substituição progressiva de 
leitos de psiquiatria por uma rede integrada 
de atenção à saúde mental. Instituição de dos 
primeiros Centros de Atenção Psicossocial 
(CAPS), Núcleos de Atenção Psicossocial 
(NAPS) e hospitais-dia.
Atividade em grupo do CAPS
Fonte: Plataforma Deduca (2023).
#pratodosverem: grupo com seis pessoas sentadas conversando, uma delas como mediadora.
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MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
SAÚDE MENTAL E ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
Reforma Psiquiátrica após a Lei Paulo 
Delgado (2001-2005): a promulgação 
da Lei nacional Paulo Delgado, em 2001, 
impulsiona a Reforma Psiquiátrica no Brasil, 
além de serem sancionados políticas para a 
saúde mental, o tipo de financiamento e a 
fiscalização de leitos psiquiátricos.
Promulgação da Lei Nacional que cria um marco na saúde mental
Fonte: Plataforma Deduca (2023).
#pratodosverem: bandeira do Brasil e, na frente dela, silhuetas de várias pessoas.
A atenção aos pacientes com transtornos mentais, a partir da Reforma Psi-
quiátrica, passa a ter como meta o pleno exercício da cidadania de cada in-
divíduo, e não mais o controle dos sintomas. Portanto, o cuidado em saúde 
mental passa a ser de modo ativo, ou seja, com a participação do paciente, de 
sua família e da sociedade formando redes de outras políticas públicas, como 
educação, moradia, trabalho e cultura (BRASIL, 2013).
1.1.3 REFORMA PSIQUIÁTRICA – LEI PAULO 
DELGADO
A Lei Paulo Delgado, proposta pelo deputado federal de mesmo nome da lei, 
em 1989, apresentava um contraste com a prática da Psiquiatria até então e 
visava ao encerramento do modelo manicomial de tratamento ao paciente 
com transtorno psíquico, limitando imediatamente e reduzindo progressiva-
mente o número de leitos psiquiátricos.
A Lei Paulo Delgado, aprovada como Lei Federal nº 10.216/2001, precisou de 
doze anos de tramitação no Congresso Nacional até ser sancionada. Nesse 
mesmo contexto, ocorreu a III Conferência Nacional de Saúde Mental e am-
bas consolidaram as diretrizes da Reforma Psiquiátrica.
19
SAÚDE MENTAL E ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
O projeto de lei, de acordo com Prado (2020), iniciava com uma premissa 
bem simples e importante: ficaria proibido, em todo o território nacional, a 
construção de novos hospitais psiquiátricos públicos e a contratação ou o 
financiamento, pelo governo, de novos leitos psiquiátricos. Assim, a luta 
antimanicomial foi iniciada.
Acesse o documento da Lei nº 10.216, de 6 de abril de 
2001, para conhecer o redirecionamento de modelo 
da assistência em saúde mental.
O primeiro avanço, segundo Brasil (2005), foi a criação de linhas de financia-
mento específicas, idealizadas pelo Ministério da Saúde com objetivo de subs-
tituir os hospitais psiquiátricos, além de fiscalizar, gerir e reduzir, de maneira 
programada, os leitos psiquiátricos no Brasil.
Assim, o processo da Reforma Psiquiátrica com a Lei Paulo Delgado caracte-
rizou-se por ações do Governo Federal e dos movimentos sociais com duas 
vertentes simultâneas: a implantação de uma rede de atenção à saúde men-
tal, que substituiu o modelo hospitalocêntrico psiquiátrico, e, por outro lado, a 
fiscalização e a diminuição dos leitos psiquiátricos.
A Lei Paulo Delgado constitui o marco da Reforma Psiquiátrica. Por sua vez, a 
Reforma redirecionou o modelo da assistência psiquiátrica regulamentando 
o cuidado à população internada por longos anos em hospícios e manicô-
mios. Ademais, impulsionou a desinstitucionalização de pacientes com longo 
tempo de internação em hospitais psiquiátricos e incluiu a assistência à saú-
de mental para os detentos do sistema penitenciário.
Os reflexos dessa lei são vistos atualmente e de maneira positiva, pois, de acor-
do com o Governo Federal, em 2019, foram investidos R$97 milhões para o 
fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial do Sistema Único de Saúde. 
Com esse incremento nos recursos, foi possível a habilitação de: 92 Centros 
de Atenção Psicossocial (CAPS), 63 Serviços Residenciais Terapêuticos, cinco 
Unidades de Acolhimento e 181 leitos de Psiquiatria em hospitais.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LEIS_2001/L10216.htm
20
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
SAÚDE MENTAL E ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
Paulo Delgado é sociólogo, professor universitário e 
o deputado que fez o projeto de Lei com o próprio 
nome, sendo o precursor da luta antimanicomial 
com a instituição de um modelo de tratamento 
às pessoas com transtorno mental. No Brasil, 
o dia 18 de maio é a data comemorativa do 
Movimento Antimanicomial.. 
1. 2 REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
De acordo com Brasil (2005), a partir dos anos 1990, o país iniciou a redução de 
leitos em hospitais psiquiátricos associada ao processo de desinstitucionaliza-
ção de pacientes com longo histórico de internação, promovendo a reintegra-
ção desses pacientes na comunidade.
AS VÁRIAS FACETAS DA MENTE HUMANA
Fonte: Plataforma Deduca (2023).
#pratodosverem: desenho de uma pessoa com o topo da cabeça aberta, de onde saem 
outras pessoas.
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Em 2002, várias normativas na área de saúde mental foram lançadas pelo 
Ministério da Saúde (MS). Nesse ensejo, a Portaria nº 3088/2011 propõe a 
Rede de Atenção Psicossocial – RAPS.
Antes de explanar acerca da Rede de Atenção Psicossocial, é preciso citar 
algumas atividades realizadas pelos profissionais da Atenção Básica, 
direcionadas ao cuidado em saúde mental, e que são importantes para que 
os dispositivos que compõem a RAPS funcionem de maneira coesa.
Conforme Chiaverini (2011), os profissionais de saúde devem proporcionar 
ao usuário um momento para refletir; exercer boa comunicação; exercitar a 
habilidade da empatia e da escuta ativa; acolher o usuário e suas demandas 
emocionais como legítimas; oferecer suporte de maneira certa, promoven-
do a independência do paciente; e reconhecer o modo de entendimento do 
usuário dos serviços de saúde.
Chiaverini (2011) aponta que a palavra “rede” é algo que une, entrelaça, amor-
tece, interconecta, comunica, vincula por meio de sua ligação e que, por isso, 
quando bem implantada na saúde, pode possibilitar a melhor visão do sis-
tema, seja do paciente, da sua família, seja da comunidade, promovendo a 
melhora na resolubilidade da atenção.
Observe, a seguir, um esquema com as estratégias em saúde que compõem 
a Rede de Atenção Psicossocial.
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SAÚDE MENTAL E ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
ESTRATÉGIAS DE SAÚDE: REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (RAP)
CAPSad
– álcool e 
drogas
Unidade
s Básicas 
de 
Saúde
CAPSi
infanto-
juvenil
Estratégia 
Saúde da 
Família
Atenção de 
Urgência e 
Emergênci
a
Estratégias 
de 
Reabilitação 
Residência
s 
Terapêuti-
cas
Centros de 
Convivência 
e Cultura
Hospital 
Geral
CAPS
RAPS
Rede de Atenção 
Psicossocial
Fonte: acervo da autora (2023).
#pratodosverem:círculo com o nome RAPS – Rede de Atenção Psicossocial no meio e, ao 
redor, outros círculos com os nomes: CAPSad – álcool e drogas, unidades básicas de saúde, 
CAPSi – infanto-juvenil, estratégia saúde da família, atenção de urgência e emergência, 
estratégias de reabilitação psicossocial, residências terapêuticas, centros de convivência e 
cultura, hospital geral e CAPS.
1.2.1 CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL 
(CAPS)
Os serviços substitutivos ao modelo de assistência à saúde anterior, chamado 
modelo hospitalocêntrico, surgem no intuito de que o paciente com trans-
torno mental seja visto sob outro paradigma: o da reabilitação psicossocial, 
como aponta Mielke et al. (2009). Essa reabilitação é concebida como uma 
ação ampliada que leva em consideração diversos âmbitos: o pessoal, o social 
e o familiar com o objetivo de reinserir o indivíduo na sociedade.
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Nesse sentido, surgem os Centros de Atenção Psicossocial – CAPS, que são 
serviços de saúde comunitários com o intuito de atender às pessoas com 
transtorno mental e sofrimento psíquico e, ainda, aquelas com uso abu-
sivo de álcool e de drogas, que estão em processo de reabilitação ou em 
situação de crise.
O CAPS, de acordo com a Portaria de Consolidação nº 3.588, de 21 de dezem-
bro de 2017, tem como objetivo a atenção às pessoas com transtorno men-
tal grave e persistente e a seus familiares, estando a equipe multiprofissional 
habilitada para a prestação do cuidado na atenção psicossocial com a pre-
servação da cidadania da pessoa, o tratamento garantido no território e os 
vínculos sociais mantidos.
O CAPS tem como funções: prestação de atendimento clínico diariamente, 
com o objetivo de evitar as internações em hospital psiquiátrico; promoção 
da inserção das pessoas com transtornos mentais na sociedade; regulação 
da porta de entrada da rede assistencial em saúde mental; e organização da 
rede de atenção às pessoas em sofrimento psíquico em nível municipal.
INSERÇÃO SOCIAL DE PESSOAS COM DIFERENTES TRANSTORNOS MENTAIS
Fonte: Plataforma Deduca (2023).
#pratodosverem: ilustração de bonequinhos de cores diferentes. Acima de três deles, há 
balões de fala contendo distintas chaves de engrenagens.
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SAÚDE MENTAL E ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
Logo, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) realizam articulações estra-
tégicas da rede de atenção psicossocial e das políticas de saúde mental em 
dado território, tornando-se substitutos, e não apenas complementares, ao 
hospital psiquiátrico.
Segundo Mielke et al. (2009), os CAPS, que são serviços de atenção diária em 
saúde mental, trabalham com equipe multiprofissional e propõem ativida-
des, como: oficinas terapêuticas e de criação, atendimentos em grupo e in-
dividuais, atividades lúdicas, atividades físicas, arteterapia e abordagem me-
dicamentosa. Nesse tipo de atenção à saúde, a família tem papel de suma 
importância no tratamento, com livre acesso ao serviço.
Mielke et al. (2009) também assinalam que as oficinas, no contexto da re-
forma psiquiátrica, são vistas como medidas impulsionadoras da cons-
trução do espaço social onde o indivíduo pode reconquistar ou conquistar 
o seu cotidiano.
De acordo com dados do Governo Federal (Brasil, 2023), o Sistema Único de 
Saúde – SUS tem 2.661 CAPS em todo o Brasil. Os CAPS são diferenciados por 
porte, capacidade de atendimento, tipo de clientela e perfil populacional do 
município, diferenciando-se em CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPSi e CAPSad.
PSICOTERAPIA EM GRUPO NO CAPS
Fonte: Public Domain Vectores (2018).
#pratodosverem: ilustração de pessoas sentadas em cadeiras posicionadas em círculo, em 
que todas estão conversando.
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Observe as modalidades de Centros de Atenção Psicossocial:
• CAPS I: atende transtornos mentais graves de todas as idades em cidades e 
em regiões a partir de 15 mil habitantes.
• CAPS II: atende transtornos mentais graves de todas as idades em cidades e 
em regiões a partir de 70 mil habitantes.
• CAPSi: atende transtornos mentais de crianças e de adolescentes em 
cidades e em regiões a partir de 70 mil habitantes.
• CAPS AD: atende transtornos causados por álcool e drogas, em pessoas de 
todas as faixas etárias, em cidades e em regiões a partir de 70 mil habitantes.
• CAPS III: atende transtornos mentais graves, com acolhimento noturno e 
observação para até cinco vagas em cidades e em regiões a partir de 150 mil 
habitantes.
• CAPS AD III: atende transtornos mentais graves decorrentes de álcool e de 
drogas, 24h, com acolhimento noturno e observação para 8-12 vagas em 
cidades e em regiões a partir de 150 mil habitantes.
• CAPS AD IV: atende transtornos mentais graves decorrentes de álcool e 
de drogas, em municípios com mais 500.000 habitantes, 24h, ofertando 
assistência a emergências incluindo leitos para observação.
Assim, o CAPS propõe a reabilitação, que é idealizada como o resgate de um 
conceito mais positivo sobre a saúde mental, no qual o indivíduo é visto e 
auxiliado no intuito de melhorar a capacidade de ação, decisão, opinião, sofri-
mento, alegria, isto é, a fim de desconstruir o estigma de loucura incapacitan-
te; conceito que só o desvaloriza.
1.2.2 SERVIÇOS RESIDENCIAIS TERAPÊUTICOS 
(SRT)
A reabilitação, em congruência com o que diz Mielke et al. (2009), envolve 
um conjunto de ações que possibilita o aumento das habilidades de um in-
divíduo, minimizando o dano causado pelo transtorno mental, envolvendo 
todos aqueles que fazem parte do processo saúde-doença: usuário, família, 
profissionais e comunidades.
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Os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT) surgem como uma proposta de 
reabilitação no contexto da desinstitucionalização e compõem, decisivamen-
te, a política de saúde mental do Ministério da Saúde brasileiro visando supe-
rar o modelo hospitalocêntrico psiquiátrico (BRASIL, 2005).
Os Serviços Residenciais Terapêuticos constituem-se de casas, em área urba-
na, respondendo às necessidades de moradia dos pacientes com transtornos 
mentais, egressos de hospitais psiquiátricos ou não. Essas casas auxiliam o 
morador no processo de reintegração à comunidade.
SERVIÇO RESIDENCIAL TERAPÊUTICO
Fonte: Prefeitura Municipal de Viçosa/Divulgação (2023).
#pratodosverem: fotografia de uma casa ao fundo e, no portão à frente dela, uma placa 
escrita: serviço residencial terapêutico.
As Residências Terapêuticas surgiram no âmbito da Reforma Psiquiátrica, 
sendo estabelecidas pela Portaria nº 103/2000 do Ministério da Saúde brasilei-
ro. Cada residência deve acolher até oito moradores, com um cuidador para 
apoio nas tarefas e conflitos do dia a dia do morar e do circular na cidade, pro-
movendo sempre a autonomia do usuário do serviço de saúde.
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Cada SRT precisa estar referenciada a um CAPS e constituir a rede de atenção 
à saúde mental. Assim, o objetivo dos SRT é o acolhimento das pessoas que 
precisam retornar ao convívio social ou que precisam de uma solução de mo-
radia, configurando transitoriedade de habitação.
RESIDÊNCIA TERAPÊUTICA
Fonte: Plataforma Deduca (2023).
#pratodosverem: imagem de várias mãos fazendo um círculo em volta do desenho 
de uma casa.
De acordo com serviços e informações do Governo Federal, em 2019, os Ser-
viços Residenciais Terapêuticos correspondiam a 686 unidades de atendi-
mento no Brasil, atendendo pessoas com transtornos mentais, uso abusivo 
de álcool e de drogas epessoas em situação de vulnerabilidade social, como 
moradores em situação de rua (BRASIL, 2023).
O Programa de Volta para Casa também constitui uma estratégia para reinte-
grar socialmente as pessoas com longo histórico de internação hospitalar psi-
quiátrica. Esse programa é uma criação da Lei Federal nº 10.708/2003 e contri-
bui com a Reforma Psiquiátrica, por meio do auxílio reabilitação de R$500,00 
mensais (ajustado pela Portaria GM/MS nº 1.108, de 31 de maio de 2021) ao 
usuário que necessita ser reintegrado. 
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SAÚDE MENTAL E ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
CAPA DA CARTILHA DO PROGRAMA DE VOLTA PARA CASA
Fonte: Biblioteca do Ministério da Saúde (2023).
#pratodosverem: desenho de mão segurando um papel com várias casas coloridas e, ao 
fundo, escrito: Programa de Volta para Casa.
Para utilização desse auxílio, a pessoa precisa comprovar internação em hos-
pital psiquiátrico e ser indicada para a inclusão no programa do município de 
reintegração social.
Para saber mais sobre as regras e o funcionamento 
do Programa de Volta para Casa, acesse o 
documento do Ministério da Saúde. 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/prog_volta_para_casa.pdf
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1.2.3 CENTROS DE CONVIVÊNCIA E CULTURA, 
UNIDADE DE ACOLHIMENTO E LEITOS DE 
ATENÇÃO INTEGRAL
Os Centros de Convivência e Cultura (CECONs) são locais de cuidado, envol-
vendo intervenção cultural na cidade pela socialização. São espaços poten-
ciais de ações em saúde para a população, que desenvolvem trabalhos de 
prevenção ao risco social. Os CECONs constituem a rede de atenção psicos-
social com o objetivo de produzir cultura, promover sociabilidade e intervir na 
cidade. Eles articulam a vida cotidiana à cultura.
SOCIALIZAÇÃO POR MEIO DOS CENTROS DE CONVIVÊNCIA E CULTURA
Fonte: Public Domain Pictures (2023).
#pratodosverem: seis desenhos de rostos de homens e de mulheres conectados por linhas.
As atividades coletivas e as oficinas são as principais condutas dos CECONs 
articuladas aos: CAPS, Serviços Residenciais Terapêuticos, Estratégia Saúde 
da Família e Centros de Saúde. Uma das características dos CECONs é asso-
ciar os espaços do território e da cidade (BRASIL, 2005).
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Já as Unidades de Acolhimento, de acordo com Brasil (2012), são serviços re-
sidenciais de modo transitório articulados a outros serviços da Rede de Aten-
ção Psicossocial, acolhendo, por tempo determinado de até seis meses, os 
usuários de álcool e de outras drogas que estejam em situação de vulnerabi-
lidade social e precisem de acompanhamento terapêutico. No país, conforme 
dados do Governo Federal, em 2019, existiam 65 Unidades de Acolhimento.
Os leitos de atenção integral surgem com a Portaria nº 148 de 2012, que pre-
coniza internações de saúde mental de curta duração objetivando a redução 
de leitos psiquiátricos e a integração do paciente aos outros pontos da RAPS.
Os leitos disponíveis para o tratamento da saúde mental em hospitais 
gerais são destinados a pacientes com quadro clínico agudo e que te-
nham capacidade reduzida de autocuidado, risco de vida grave à saú-
de, risco de autoagressão ou prejuízo moral e de patrimônio, e risco à or-
dem pública. Essas internações precisam ser breves, com humanização e 
referenciadas para as RAPS.
De acordo com as informações do Governo Federal, em 2019, foram 
disponibilizados 1.622 leitos em 305 unidades hospitalares gerais no país. 
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CONCLUSÃO
Vimos, nesta unidade, um panorama da evolução da Política Nacional de Saú-
de Mental e da Rede de Atenção Psicossocial.
A Lei Paulo Delgado foi um marco nas políticas de saúde mental no intuito de 
redirecionar o modelo da assistência psiquiátrica no Brasil. Ela regulamentou 
o cuidado aos clientes em sofrimento psíquico internados por longo período 
e previu a possibilidade de punição para a internação desnecessária.
Entretanto, o grande desafio para a implementação dessa política de saú-
de mental é o atendimento à grande demanda reprimida e a desinstitucio-
nalização completa dos pacientes que ainda estão internados em hospitais 
psiquiátricos, visto que a Lei Paulo Delgado foi promulgada em 2001, com o 
objetivo de extinguir, gradativamente, os hospitais psiquiátricos. Contudo, até 
hoje, isso não foi possível devido aos entraves sociais e financeiros do país.
No modelo de saúde atual, o serviço de saúde da atenção primária encami-
nha os pacientes com transtornos mentais aos especialistas em ambulatórios, 
centros de atenção psicossocial (CAPS) e hospitais, sendo que, na maior parte 
do tempo, não há uma contrarreferência sobre esse paciente. Assim, um dos 
desafios do atendimento em saúde mental é a promoção da referência e da 
contrarreferência possibilitando aos profissionais que tenham um acompa-
nhamento completo de seu paciente.
Para encerrar, observe um esquema dos principais componentes da Rede de 
Atenção Psicossocial (RAPs) e seus respectivos objetivos.
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)
Constituir pontos de estratégia de atenção da Rede de Atenção 
Psicossocial formada por equipe multiprofissional, que atua sob a 
óptica interdisciplinar, promovendo o atendimento ao indivíduo com 
sofrimento psíquico.
Serviços Residenciais Terapêuticos 
Reintegrar pacientes com transtornos mentais à sociedade, por meio 
de moradias provisórias.
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SAÚDE MENTAL E ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
Centros de Convivência e Cultura
Acolher em espaços que envolvem cultura e socialização auxiliando a 
reintegração do paciente com transtorno psíquico à sociedade.
Unidade de Acolhimento
Ofertar acolhimento, de forma voluntária, para o cuidado às pessoas 
em situação vulnerável, no âmbito familiar e social, em abuso de 
álcool, de crack e de outras drogas e que precisem de atendimento 
terapêutico e de proteção.
Leitos de atenção integral
Ofertar leitos voltados para a saúde mental em hospitais gerais, com 
o intuito de permanência curta e retorno aos demais pontos da RAPS 
após internação.
Fonte: Brasil (2005).
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MATERIAL COMPLEMENTAR
ALMEIDA, F. A. de; CEZAR, A. T. As residências terapêu-
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https://www.scielo.br/j/tes/a/9ZyYcsQnkDzhZdTdHRtQttP/
https://www.scielo.br/j/tes/a/9ZyYcsQnkDzhZdTdHRtQttP/
https://www.scielo.br/j/csp/a/N9DzbdSJMNc4W9B4JsBvFZJ/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/csp/a/N9DzbdSJMNc4W9B4JsBvFZJ/?lang=pt
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-549X2020000100007&lng=pt&nrm=iso
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-549X2020000100007&lng=pt&nrm=iso
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-549X2020000100007&lng=pt&nrm=iso
UNIDADE 2
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos que 
possa:
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SAÚDE MENTAL E ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
> Discutir os 
principais aspectos 
dos quadros de: 
demência, delírio e 
estados confusionais.
> Explanar os traços 
de esquizofrenia e os 
distúrbios psicóticos 
e relacionados ao 
abuso de álcool e de 
drogas.
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SAÚDE MENTAL E ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
2. TRANSTORNOS MENTAIS, 
DEMÊNCIA, DELÍRIO E ESTADOS 
CONFUSIONAIS
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Esta unidade abordará as principais características dos quadros demenciais, 
de delírio e estados de confusão mental.
A ENGRENAGEM DA MENTE HUMANA
Fonte: Plataforma Deduca (2023).
#pratodosverem: desenho de várias peças de engrenagem, que, juntas, têm o formato de 
cabeça humana.
Será possível, ainda, desenvolver o conhecimento acerca dos traços de esqui-
zofrenia e de distúrbios psicóticos. Os distúrbios relacionados ao uso abusivo 
de álcool, crack e outras drogas também serão vistos.
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O ENFERMEIRO E SUAS MÚLTIPLAS FUNÇÕES
Fonte: Plataforma Deduca (2023).
#pratodosverem: ilustração de um enfermeiro trajando jaleco, com estetoscópio no pescoço 
e prancheta nas mãos. Ao redor dele, vários ícones menores com desenhos de ambulância, 
coração, seringa, balão de ensaio, enfermeira, maleta, bolsa de sangue e frasco de remédio.
O enfermeiro, tanto o generalista quanto o especialista em Saúde Mental, pre-
cisa reconhecer os sinais dos transtornos mentais, pois ele possui um impor-
tante papel na saúde mental, tendo como principais atividades: o acolhimen-
to, a triagem, a anamnese, o atendimento de aconselhamento, a evolução de 
enfermagem, a administração de medicamentos, a aplicação da Sistemati-
zação da Assistência de Enfermagem (SAE), a elaboração de um plano tera-
pêutico singular, a coordenação de grupos e oficinas, e o gerenciamento da 
equipe de enfermagem.
2.1 DEMÊNCIA, DELÍRIO E ESTADOS 
CONFUSIONAIS
2.1.1 DEMÊNCIA
Dalgalarrondo (2000) propõe que a demência é um transtorno mental que 
surge na idade idosa, em geral após os 65 anos, mas pode ocorrer também na 
era pré-idosa, por volta dos 50-65 anos. Por conseguinte, as perdas cognitivas 
nos quadros demenciais têm evoluído para déficits maiores do que na esqui-
zofrenia e no transtorno bipolar; transtornos que serão vistos nesta disciplina.
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SAÚDE MENTAL E ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
DEMÊNCIA NO IDOSO
Fonte: Pxhere (2017).
#pratodosverem: imagem de cinco momentos: um idoso levantando o braço direito para a 
outra, um quebra-cabeça com uma peça solta, um idoso em primeiro plano, uma idosa e 
um relógio e, por fim, um cuidador auxiliando um idoso sentado.
É estimado que, no mundo, por volta de 35 milhões de pessoas tenham 
demência. E por volta de 50% de pacientes acima de 90 anos são afetados 
pela demência. De acordo com a World Health Organization [WHO] (2012), os 
quadros de demência aumentam conforme o avanço da idade do indivíduo.
Acerca da epidemiologia, Abreu (2006) aponta que a demência afeta entre 
5% a 8% dos idosos acima de 65 anos de idade, 15 a 20% dos idosos acima de 
75 anos e entre 25 a 50% em idosos acima de 85 anos.
As demências, para Dalgalarrondo (2000), apresentam um curso 
progressivo de perda cognitiva e de limitação funcional com etiologias neu 
rodegenerativas e cerebrovasculares.
Para Abreu (2006), a definição de demência é retratada como uma síndrome 
caracterizada pelo declínio da memória com associação ao déficit de, pelo 
menos, outra função cognitiva, causando afasia, apraxia, agnosia ou alteração 
de funções executivas com intensidade para interferência do desempenho 
social e profissional do indivíduo.
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De acordo com a Classificação internacional de doenças e problemas relacio-
nados à saúde (CID-11), citada por Dalgalarrondo (2000), o quadro demencial, 
por ser uma síndrome mental, apresenta as seguintes características.
Funcionamento cognitivo com declínio 
prévio em relação aos domínios 
cognitivos, como linguagem, memória, 
atenção, processamento, habilidades 
espaciais e perceptivas.
Déficit cognitivo
Fonte: European Molecular Biology Laboratory – EMBL (2022).
#pratodosverem: imagem de uma mente com pequenas bolas e dimensões 
sinalizando a cognição.
O declínio cognitivo não pode ser atribuído 
ao envelhecimento normal. O idoso 
apresenta uma diminuição na velocidade de 
processamento; já o idoso com demência, 
além da velocidade reduzida, apresenta 
outros declínios cognitivos.
Idoso com mobilidade reduzida
Fonte: Plataforma Public Domain Vectors (2022).
#pratodosverem: desenho de um idoso com um andador.
A demência interfere na independência da 
pessoa, na realização das atividades de vida 
diária, reduzindo sua autonomia.
Dependência para a realização das atividades diárias.
Fonte: Pxhere (2017).
#pratodosverem: idoso na cadeira de rodas sendo amparado por uma cuidadora.
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O declínio da cognição é atribuído a causas 
neuronais subjacentes, tais como trauma 
cranioencefálico, vasculopatia cerebral, uso 
em longo prazo de substâncias.
Cérebro humano
Fonte: Pxhere (2023).
#pratodosverem: representação ilustrativa de um cérebro humano, seccionado em dois, com 
um lobo em preto e branco e o outro lobo colorido.
Segundo Abreu (2006), a memória remota, ou seja, de eventos acontecidos 
há muitos anos, não é afetada no início da demência; no entanto, a memória 
recente e de curta duração passa a ser gravemente afetada.
Na anamnese de um paciente com demência, conforme propõe Abreu (2006), 
devem ser investigados: perda da memória, distúrbio de linguagem, dificul-
dade em executar tarefas antes realizadas com facilidade, mudança de com-
portamento e falta de orientação espacial.
PERDA DA MEMÓRIA NO IDOSO COM DEMÊNCIA
Fonte: Freepik (2023).
#pratodosverem: idoso sentado com a cabeça encostada na bengala.
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Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017O tratamento da demência irá depender do estágio no qual o paciente se en-
contra e é realizado com psicoterapia de enfoque cognitivo, comportamental 
ou emocional, visando otimizar a qualidade de vida do paciente e promover 
alguma melhora nas funções cognitivas, habilidades e estado de humor.
Castro (2013) narra que as demências são classificadas em reversíveis e 
irreversíveis. As demências reversíveis são as desordens cognitivo-com-
portamentais que podem ser categorizadas como doenças cerebrais 
crônicas ou encefalopatias.
Alguns exemplos de demências reversíveis são:
1. Hidrocefalia de pressão normal: constituída pela apraxia da marcha, 
demência e incontinência urinária. Apresenta-se como idiopática ou 
evolui com hemorragia subaracnoide, meningite ou outra alteração no 
líquido cefalorraquidiano (LCR). O tratamento é cirúrgico, com a 
derivação do LCR.
2. Demência devido à lesão cerebral traumática: pode ser resultante de 
quedas e acidentes de automóvel. O tratamento é sintomático, 
utilizando psicoterapia e farmacoterapia.
A DEMÊNCIA NO IDOSO
Fonte: Freepik (2023).
#pratodosverem: idosa sentada com a mão na cabeça.
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3. Demência devido às carências nutricionais: deficiências da vitamina B12, 
ácido fólico, tiamina e niacina são associadas à demência, resultando em 
quadros de agitação, irritabilidade, apatia e confusão mental.
4. Depressão e hipotireoidismo: ambas as doenças causam 
declínio cognitivo.
5. Demências infecciosas: a infecção por HIV, a neurossífilis e a neurocisti-
cercose são exemplos de doenças que podem causar demência.
6. Demência devido ao álcool: o alcoolismo crônico causa uma deterioração 
cognitivo-comportamental.
A demência da doença de Alzheimer, a demência vascular, a demência mista, 
a demência por Corpúsculo de Lewy e as demências frontotemporais são os 
tipos de do quadros demenciais irreversíveis.
2.1.2 DELÍRIO E DELIRIUM
Para Cerqueira (2015), o delírio resulta de uma alteração de juízo de realidade, 
ao passo que o delirium compõe um transtorno orgânico associado à altera-
ção de consciência, podendo gerar um estado confusional. Assim, o delirium 
e o delírio mantêm pouca relação entre si.
DELIRIUM
Fonte: Pxhere (2017).
#pratodosverem: uma pessa, em uma floresta, com luzes noturnas coloridas.
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De acordo com Santos (2005) e Wacker (2005), o delirium é descrito na li-
teratura há mais de 2500 anos, estando associado a um comprometimen-
to da consciência e a algumas condições orgânicas, por exemplo, infecção, 
síndromes demenciais, encefalopatia hepática, procedimento cirúrgico e 
intoxicação por drogas.
Observe os principais sintomas do delirium, segundo Videbeck (2012):
• fácil distração;
• déficit de atenção;
• perturbação sensorial: ilusões, alucinações ou erros de interpretação;
• perturbação no ciclo sono-vigília;
• desorientação;
• alteração na atividade psicomotora;
• ansiedade e medo;
• irritabilidade; e
• euforia e apatia.
O delirium, para Silva et al. (2013), é uma síndrome caracterizada por rebaixa-
mento do nível de consciência, na qual as apresentações dos sintomas clíni-
cos são diversificadas. Essa patologia é decorrente de doenças físicas, afetan-
do de 10 a 45% dos pacientes idosos.
O IDOSO E O DELIRIUM
Fonte: Pxhere (2017).
#pratodosverem: um homem idoso, triste, com o rosto apoiado na mão esquerda, 
olhando para baixo.
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Videbeck (2012) propõe, ainda, que o delirium constitui uma síndrome com 
perturbação da consciência, com alteração da cognição, por um período cur-
to de tempo. Segundo estimativas, 10 a 15% dos pacientes internados em hos-
pitais por outras causas médicas apresentam delirium em algum momento 
da internação e o delirium é comum em pacientes idosos.
Sobre a etiologia do delirium, confira!
Causas fisiológicas ou metabólicas 
Distúrbio eletrolítico, hipoxemia, insuficiência renal ou hepática, 
hipoglicemia, hiperglicemia, desidratação, alteração na tireoide, 
deficiência de vitamina B12 e vitamina C, niacina e proteínas, tumor 
cerebral, exposição a gasolina e solventes de pintura, lesão 
encefálica e inseticidas.
Causas infecciosas sistêmicas
Sepse, pneumonia e infecção do trato urinário.
Causas infecciosas cerebrais
HIV, sífilis, encefalite e meningite.
Causas relacionadas a fármacos
Intoxicação e abstinência por álcool, lítio, sedativos, anticolinérgicos e 
hipnóticos. Reações a medicamentos prescritos, anestesia e 
drogas ilícitas.
Há um outro tipo de delirium: o delirium tremens, o qual é associado à absti-
nência alcoólica e é caracterizado por quadro confusional agudo, autolimitado 
e flutuante. Pode ocorrer após 72h da ingestão de bebida alcoólica durando 
até 6 dias. Por conseguinte, o paciente tem prejuízo da memória, desorienta-
ção do tempo e espaço, alucinações, ansiedade e delírios.
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Para o tratamento do delirium quando se apresenta hipoativo e calmo, não 
há necessidade de abordagem farmacológica. Entretanto, caso o pacien-
te corra risco de autolesão, é possível a indicação de um antipsicótico, como 
haloperidol, em doses de 0,5 a 1 mg (VIDEBECK, 2012). Já o delirium causado 
por abstinência alcoólica é tratado com uso de benzodiazepínicos.
Acesse o artigo Prescrição de benzodiazepínicos para 
adultos e idosos de um ambulatório de saúde mental e 
saiba mais sobre o efeito dessa classe medicamentosa! 
O delírio é uma condição da alteração de juízo da realidade. Portanto, os de-
lírios podem acontecer em condições psiquiátricas distintas, incluindo esqui-
zofrenia, demências e transtornos de relacionamento.
Nesse contexto, os delírios agudos apresentam caráter afetivo importan-
te e vigilância exagerada com tendência a se tornarem delírios crônicos. 
No delírio, o paciente permanece lúcido, consciente, atento e com a 
memória preservada.
2.1.3 ESTADOS CONFUSIONAIS
O estado confusional agudo é a demência, conforme visto no início desta uni-
dade. Agora, vamos conhecer outros tipos de estados confusionais.
Como estados confusionais e possíveis subtipos de demência relevantes para 
a área da Enfermagem com prática diária nos serviços de saúde, podemos 
apontar: doença de Alzheimer, doença de Parkinson, doença de Huntington, 
doença de Pick e doença de Creutzfeldt-Jakob.
https://doi.org/10.1590/1413-81232015214.10292015
https://doi.org/10.1590/1413-81232015214.10292015
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ESTADOS CONFUSIONAIS
Fonte: Pxhere (2017).
#pratodosverem: colagem de vários rostos em fragmentos diferentes, com olhos de três 
mulheres diferentes e rosto de outra mulher causando confusão.
Observe as principais características das doenças citadas que causam 
confusão mental.
Doença de Alzheimer 
Transtorno cerebral com curso progressivo e surgimento gradual, 
causando declínio da funcionalidade do indivíduo com perda de fala e 
da função motora; alterações na personalidade e no comportamento, 
podendo apresentar paranoia, alucinação e delírios. Ocorre atrofia 
neuronal cerebral e relações de alterações com os 
cromossomos 14, 19 e 21.
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Doença de Parkinson
Condição neurológica progressiva com quadro de rigidez, 
desequilíbrio, alterações na fala e na escrita, tremor, bradicinesia e 
instabilidade da postura corporal. A ocorrência dessadoença se deve 
à degeneração das células da substância negra, área cerebral que 
produz a dopamina. Assim, a falta de dopamina leva aos sintomas 
citados. A demência ocorre em 20 a 60% dos pacientes com Parkinson.
Doença de Huntington
Patologia com gene dominante, de caráter hereditário, envolvendo 
atrofia cerebral, desmielinização e dilatação ventricular cerebral. 
Manifesta-se por meio de abalos e de espasmos ocasionais, contornos 
faciais, movimentos de língua, alteração na personalidade, perda 
de memória e da função intelectual. A fisiopatologia dessa doença 
é causada pela degeneração gradual de parte dos gânglios basais, 
localizados na base do telencéfalo, que, por sua vez, colaboram na 
coordenação dos movimentos.
Doença de Pick
Constitui demência frontotemporal; uma doença cerebral 
degenerativa com quadro parecido ao do Alzheimer, gerando 
embotamento emocional, inibição social, perda de habilidades 
e anormalidades da linguagem. Ocorrem alterações patológicas 
com atrofia grave, perda neuronal, gliose e presença de neurônios 
anormais, que são as células de Pick.
Doença de Creutzfeldt-Jakob 
Encefalopatia espongiforme causada por príons, que acometem o 
sistema nervoso central, desenvolvendo-se em pessoas de 40 a 60 
anos. Pode apresentar-se com perda da coordenação motora, ataxia, 
espasmos musculares, visão alterada, estado confusional e demência.
Fonte: Videbeck (2012) e OMS (1993).
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2.2 ESQUIZOFRENIA, DISTÚRBIOS PSICÓTICOS E 
DISTÚRBIOS RELACIONADOS A ÁLCOOL 
E DROGAS
2.2.1 ESQUIZOFRENIA
Dalgalarrondo (2000) propõe que a esquizofrenia é a principal manifestação 
do quadro psicótico, devido à frequência e à importância clínica dessa doen-
ça mental. Segundo Tandon et al. (2009), a esquizofrenia tem incidência de 15 
a 42 casos novos por ano, por 100 mil habitantes no Brasil, com uma prevalên-
cia de 0,4%, ou seja, 4,5 pessoas a cada 1000 habitantes.
ESQUIZOFRENIA
 
Fonte: Plataforma Deduca (2023).
#pratodosverem: um homem arrumando a gravata e olhando no espelho sua imagem 
fazendo um sinal positivo com o polegar direito e o cabelo desalinhado.
A psicose, para Castro (2013), limita a realidade, fazendo com que as pes-
soas avaliem de maneira errônea a exatidão de suas percepções e pensa-
mentos. Essas limitações apresentam manifestações por delírios, confusão, 
alucinações e perda da memória.
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Os psiquiatras Eugen Bleuler (1857-1939) e Emil Kraepelin (1856-1926) 
foram os primeiros a usar o termo “esquizofrenia” para indicar a fal-
ta de harmonia interna da função mental e a quebra do contato com o 
mundo real (VIDEBECK, 2012).
A etiologia do transtorno esquizofrênico é composta por fatores orgânicos, 
psicológicos, orgânicos e sociais, configurando etiologia multifatorial. Quanto 
aos fatores orgânicos, diversos estudos, como expõe Castro (2013), apontam a 
ocorrência da disfunção de alguns neurotransmissores, como a serotonina, a 
dopamina, o gaba e o glutamato.
Ainda sobre os fatores orgânicos, foi comprovado que gêmeos monozigóticos 
com parentes em grau direto com o transtorno esquizofrênico têm maior taxa 
de acometimento da doença. Nesse contexto, pesquisas apontam que pesso-
as com aumento de terceiro e quarto ventrículos, redução de volume cortical 
e volume do complexo hipocampo-amígdala e do giro para-hipocampal de-
monstram taxas elevadas de esquizofrenia.
EMBOTAMENTO DO AFETO – SINTOMA ESQUIZOFRÊNICO
Fonte: Wikimedia Commons (2006).
#pratodosverem: mulher encostada a uma parede, olhando fixamente para o horizonte.
A esquizofrenia, conforme comenta Castro (2013), é dividida em tipos, 
de acordo com os sintomas apresentados. Acompanhe os principais 
tipos de esquizofrenia:
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• Simples: com a ocorrência do primeiro surto durante a adolescência, 
é caracterizada por progressiva excentricidade de comportamento, 
incapacidade de resposta e declínio do desempenho. Os sintomas vão se 
desenvolvendo gradualmente ao longo de um ano, com acentuação do 
declínio de funcionamento ocupacional.
• Paranoide: caracterizada pela presença de delírios e de alucinações 
de perseguição. A esquizofrenia paranoide representa 80% dos 
quadros de esquizofrenia.
• Hebefrênica: caracterizada pela perturbação dos afetos com presença de 
delírios e de alucinações fragmentários no início do quadro. Os pacientes com 
esse tipo de esquizofrenia tendem a ter isolamento social, embotamento 
afetivo e perda da volição.
• Catatônica: caracterizada pelo domínio de distúrbios psicomotores, com 
extremos alternados: hipercinesia associada à violência intensa e ao estupor 
ou ao negativismo e à obediência automática. No estupor, o paciente não 
compactua com o ambiente, mantendo olhar fixo.
• Indiferenciada: transtorno psicótico com critérios diagnósticos para 
esquizofrenia, mas não se enquadra em nenhum tipo.
• Residual: trata-se do estágio crônico da doença, tendo como principais 
sintomas: embotamento afetivo, hipoatividade, passividade, discurso 
limitado e falta de iniciativa, pensamento ilógico, retraimento social, 
falta de autocuidado.
• Esquizoafetivo: transtorno episódico no qual tanto os sintomas afetivos 
quanto os esquizofrênicos se manifestam.
• Esquizofreniforme: semelhante à esquizofrenia, entretanto o que diferencia 
é a duração dos sintomas, em torno de um mês e menos de seis meses. 
Primeiro episódio de surto na adolescência.
• Esquizotípico: o indivíduo com esse tipo de esquizofrenia apresenta 
comportamento excêntrico e deficiências no afeto e no pensamento. É 
marcado por um padrão de déficits sociais e interpessoais com desconforto 
e reduzida capacidade para relacionamentos íntimos somados a distorções 
cognitivas e perceptivas.
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CATATONIA: síndrome caracterizada por 
anormalidades de comportamento que 
incluem imobilidade ou excitação motora, 
negativismo, ecolalia (imitação da fala) ou 
ecopraxia (imitação de movimentos) de causa 
neurológica ou psicológica (JORGE, 2022).
Os principais prejuízos cognitivos da esquizofrenia são: memória episódica, 
atenção, memória de trabalho, velocidade de processamento e função exe-
cutiva frontal com fluência verbal (DALGALARRONDO, 2000). Observam-se, 
ainda, dificuldades na percepção e no gerenciamento de emoções, déficit 
na compreensão do contexto social, decodificação e identificação de dicas 
sociais de acordo com o ambiente.
TRAÇOS ESQUIZOFRÊNICOS
Fonte: Pxhere (2017).
#pratodosverem: colagem de três perspectivas: ao fundo, parte do cabelo e dos ombros de 
uma mulher; depois, a testa de um homem; e, na frente, uma mulher com olhar fixo e a 
mão direita na boca.
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Outros aspectos são relevantes a respeito da esquizofrenia, 
segundo Dalgalarrondo (2000):
• O transtorno esquizofrênico combina sintomas negativos, positivos, 
desorganização mental, déficit psicomotor, de humor e de cognição.
• Perda na função social.
• Surgimento dos sintomas na adolescência ou início do período adulto.
• Trata-se de uma doença crônica que apresenta surtos recorrentes, sem 
remissão completa.
• A etiologia da doença não é conhecida.
• Estudos neurológicos indicam que os pacientes têm volume cerebral e 
de massa cinzenta reduzidos, ventrículos alargados e estruturas de áreas 
mediais dos lobos temporais, córtex pré-frontal e tálamo reduzidas também.
• A obesidade, o tabagismo, o uso de drogas ilícitase a ocorrência de doenças 
cardiovasculares constituem fatores de risco para a esquizofrenia.
• Pacientes esquizofrênicos vivem de 15 a 25 anos a menos do que a 
população geral.
Sobre o tratamento da esquizofrenia, a psicofarmacologia é a primeira es-
colha, com uso de antipsicóticos neurolépticos obejtivando diminuir os sin-
tomas psicóticos. Antigamente, a eletroconvulsoterapia, a psicocirurgia e o 
choque insulínico eram terapias usuais até o surgimento da clorpromazina, 
em 1952 (VIDEBECK, 2012).
O tratamento das doenças mentais com a clorpromazina teve tantas vanta-
gens, que a indústria farmacêutica passou a desenvolver outros antipsicóti-
cos. Assim, fazem parte da terapêutica medicamentosa da esquizofrenia: a 
tioridazina, a flufenazina, as butirofenonas e as tioxantenas.
O mecanismo de ação dos antipsicóticos bem como das outras classes me-
dicamentosas para o tratamento do transtorno psíquico serão vistos na 
unidade sobre psicofármacos.
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2.2.2 DISTÚRBIOS PSICÓTICOS
Para Dalgalarrondo (2000), as síndromes psicóticas são caracterizadas por 
episódios de alucinações e de delírios associados à desorganização intensa 
do pensamento e do comportamento ou até mesmo catatonismo. Por conse-
guinte, os distúrbios psicóticos podem apresentar-se como uma experiência 
persecutória ou de ameaça constante por pessoas ou por forças estranhas.
DISTÚRBIOS PSICÓTICOS
Fonte: Plataforma Public Domain Pictures (2023).
#pratodosverem: imagem de rosto masculino fundido com a imagem de mãos na frente do 
rosto.
Zimerman (1999) propõe que a psicose se divide em três: estado psicótico, psi-
cose propriamente dita e condição psicótica. Assim, a psicose constitui uma 
condição de gravidade acentuada, em que há perda de contato com o real e 
distorção marcante na percepção e na relação com o mundo real.
O quadro psicótico, de acordo com a Classificação internacional de 
doenças e problemas relacionados à saúde (CID-11), tem como principais 
sintomas: alucinações, delírios, desorganização marcante do pensamento e 
comportamento alterado.
Além do mais, o paciente psicótico possui consciência precária de sua 
doença concernente aos sintomas e à condição clínica geral, representan-
do um transtorno grave, perturbador e de difícil tratamento para indivíduo, 
família e comunidade.
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O tratamento para o distúrbio psicótico envolve acompanhamento psiquiá-
trico contínuo e medicamentos antipsicóticos por via oral ou intramuscular. 
Quando em fase aguda, controle de alterações de sinais vitais, intoxicações e 
desorientações. No surto psicótico, segundo HUF et al. (2009), a associação de 
haloperidol com prometazina é utilizada com sucesso.
2.2.3 DISTÚRBIOS RELACIONADOS A ÁLCOOL 
E DROGAS
Segundo Castro (2013), o consumo de drogas psicoativas, no Brasil, tanto de 
produtos ilícitos quanto de produtos lícitos, tem aumentado nos últimos anos.
Videbeck (2012) destaca que no Manual diagnóstico e estatístico de 
transtornos mentais (JORGE, 2022) as seguintes substâncias podem ser clas-
sificadas como abuso de substância: álcool, anfetaminas, cafeína, cannabis, 
cocaína, alucinógenos, inalantes, nicotina, opioide, fenciclidina e sedativos 
hipnóticos ou ansiolíticos.
USO ABUSIVO DO ÁLCOOL
Fonte: Pxhere (2017).
#pratodosverem: um homem com o rosto deitado sobre a mesa e com uma das mãos 
segurando uma garrafa de uma bebida alcoólica vazia.
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Os transtornos relacionados ao uso de drogas são divididos em dois gru-
pos: transtornos de abuso e de dependência e transtornos gerados por 
substâncias, como síndrome de abstinência, delirium, demência, intoxica-
ção, psicose, transtorno do humor, disfunção sexual, ansiedade e transtorno 
do sono (DSM-IV-TR, 2002).
A intoxicação é o ato de usar uma substância que leva a um comporta-
mento mal adaptativo. Já a abstinência é a reação física e psicológica ne-
gativa ocorrida quando o uso contínuo de uma substância é interrompido. 
A desintoxicação propõe a interrupção com segurança do uso de uma droga 
ou de uma substância.
Videbeck (2012) explica que o abuso de substância é a utilização de uma dro-
ga que está em desacordo com normativas médicas sociais e com consequ-
ências negativas.
USO E ABUSO DE DROGAS
Fonte: Freepik (2023).
#pratodosverem: fotografia de vários comprimidos espalhados e de uma seringa com 
agulha desencapada sobre uma mesa.
Para diagnosticar um indivíduo como dependente de drogas psicoativas, Cas-
tro (2013), por meio da definição da Organização Mundial da Saúde, propõe 
que o indivíduo apresente, ao menos, três dos sinais e sintomas seguintes:
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• Desejo ou compulsão de consumir drogas.
• Dificuldade na capacidade de controle de ingestão de drogas.
• Estado fisiológico de abstinência.
• Uso de substâncias psicoativas para diminuir sintomas de abstinência.
• Desenvolvimento de tolerância, o que envolve a necessidade de doses 
maiores para o alcance do efeito necessário.
• Negligência de interesses e prazeres em função do uso de drogas.
A maior problemática, para Videbeck (2012), está relacionada ao uso do álcool, 
pois é uma droga legalizada, amplamente utilizada e de fácil acesso. Outro 
problema é que o álcool desenvolve tolerância no indivíduo, sendo necessário 
maior consumo de álcool para produzir o efeito desejado.
Observe os principais efeitos no organismo pelo uso prolongado da 
bebida alcoólica.
EFEITOS DO USO ABUSIVO DO ÁLCOOL
Hepatite
Ascite
Cirrose
Miopatia cardíaca
Pancreatite Esofagite
Leucopenia
Encefalopatia de 
Wernicke
Trombocitopenia
Encefalopatia de 
Wernicke
Fonte: elaborada pela autora (2023).
#pratodosverem: 10 quadros dos efeitos do uso abusivo do álcool: hepatite, cirrose, 
leucopenia, trombocitopenia, ascite, miopatia cardíaca, encefalopatia de Wernicke, Psicose 
de Korsakoff, pancreatite e esofagite.
Para saber mais sobre o efeito do uso abusivo de 
drogas, assista à aula de diagnóstico e tratamento 
das intoxicações por drogas de abuso no 
link do vídeo. 
https://www.youtube.com/watch?v=PpBB8Dd0Tos
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Do grupo de sedativos, hipnóticos e ansiolíticos, os fármacos mais relaciona-
dos ao uso abusivo são os benzodiazepínicos e os barbitúricos, com efeitos no 
organismo similares ao álcool, além de: fala confusa, coordenação alterada, 
marcha irregular, labilidade do humor, alteração na memória e na atenção, 
estupor e coma (VIDEBECK, 2012).
Já o uso de cannabis causa sensação de euforia parecida com a do álcool, 
redução das inibições, relaxamento, aumento de apetite. Na intoxicação, a 
coordenação motora e a memória ficam prejudicadas e ocorre, ainda, a 
distorção de tempo e percepção.
Para saber mais sobre os termos mais utilizados 
em saúde mental, acesse o Glossário de Termos 
Técnicos de Psiquiatria de Carvalho (2000). 
Para acessá-lo, clique aqui. 
USO ABUSIVO DE DROGAS
Fonte: Plataforma Deduca (2023).
#pratodosverem: imagem de uma colher pequena com uma seringa e agulha com 
conteúdo líquido indicando droga, uma nota de dinheiro com pó branco em cima, dois 
cigarros e um saquinho contendo erva com a figura da maconha.
http://viverenfermagem.wdfiles.com/local--files/apoio-arquivos-viver-enfermagem/Glossário%20SMP.pdf
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Para melhorcompreensão, visualize as principais drogas com uso abusivo e 
seus respectivos tratamentos.
Álcool
A overdose deve ser tratada com lavagem gástrica e/ou hemodiálise 
para remoção da substância e melhora da função cardiovascular e 
respiratória em leito de terapia intensiva. Já a abstinência é tratada 
com uso de benzodiazepínicos: iazepam ou lorazepam.
Sedativo, hipnóticos e ansiolíticos
O tratamento consiste em lavagem gástrica, ingesta de carvão ativado 
e catártico salino, podendo ser utilizada a hemodiálise quando há 
gravidade dos sintomas.
Estimulantes (anfetaminas, cocaína)
O tratamento é realizado com o antipsicótico clorpromazina para 
controlar alucinações, reduzindo a pressão arterial e aliviando a náusea.
Cannabis
Tratamento sintomático.
Opioides
A administração da naloxona reverte a toxicidade dos opioides. Cabe 
lembrar que a overdose por opioides leva à depressão respiratória, ao 
coma e à morte.
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CONCLUSÃO
Nesta unidade, foi possível reconhecer alguns dos sinais da demência, do de-
lirium, do delírio, dos transtornos mentais confusionais, esquizofrênicos e re-
lacionados ao uso abusivo de álcool e de outras drogas introduzindo, ao pro-
fissional enfermeiro, o mundo complexo da Saúde Mental.
Cabe lembrar, que você, futuro enfermeiro, é considerado um facilitador 
do cuidado holístico ao paciente com demandas psiquiátricas, baseando 
a prestação da assistência na solidariedade, na empatia, no respeito e na 
autonomia do indivíduo.
Além do cuidado assistencial, o enfermeiro precisa desenvolver a habilida-
de da escuta qualificada e do acolhimento, enxergando o paciente além 
da sua doença mental. Quanto a isso, o trabalho em equipe torna-se essen-
cial, pois, só assim, o atendimento é realizado de forma integral ao paciente 
e à sua família.
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MATERIAL COMPLEMENTAR
BERRIOS, G. E. Delirium e confusão mental no sécu-
lo XIX: uma história conceitual. Revista Latino-ameri-
cana de Psicopatologia Fundamental, [s. l.], v. 14, n. 1, 
mar. 2011. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1415-
47142011000100012. Acesso em: 25 mar. 2023.
GARCIA, L. P.; FREITAS, L. R. S. de. Consumo abusi-
vo de álcool no Brasil: resultados da Pesquisa Nacio-
nal de Saúde 2013.  Epidemiol. Serv. Saúde,  Brasília ,  
v. 24, n. 2, p. 227-237,  jun.  2015.   Disponível em: http://
scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-
-49742015000200005&lng=pt&nrm=ver. Acesso em:  24  
fev.  2023.
SANTOS, C. S. dos; BESSA, T. A. de; XAVIER, A. J. Fatores 
associados à demência em idosos. Ciência & Saúde Co-
letiva, [s. l.], v. 25, n. 2, fev. 2020. Disponível em: https://
doi.org/10.1590/1413-81232020252.02042018. Acesso em: 
25 mar. 2023.
SANTOS, F. S. Mecanismos fisiopatológicos do delirium. 
Archives of Clinical Psychiatry, São Paulo, v. 32, n. 3, 
jun. 2005. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0101-
60832005000300002. Acesso em: 25 mar. 2023.
VARGAS, A. F.; CAMPOS, M .M. A trajetória das políti-
cas de saúde mental e de álcool e outras drogas no 
século XX. Ciência & Saúde Coletiva, [s. l.], v. 24, n. 3, 
mar. 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1413-
81232018243.34492016. Acesso em: 25 mar. 2023. 
https://doi.org/10.1590/S1415-47142011000100012
https://doi.org/10.1590/S1415-47142011000100012
http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742015000200005&lng=pt&nrm=iso
http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742015000200005&lng=pt&nrm=iso
http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742015000200005&lng=pt&nrm=iso
https://doi.org/10.1590/1413-81232020252.02042018
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https://doi.org/10.1590/S0101-60832005000300002
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https://doi.org/10.1590/1413-81232018243.34492016
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UNIDADE 3
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos que 
possa:
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> Desenvolver um 
raciocínio crítico 
acerca dos distúrbios 
afetivos.
> Conhecer os 
distúrbios neuróticos 
e dissociativos.
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3 TRANSTORNOS MENTAIS
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Esta unidade abordará as principais características dos distúrbios afeti-
vos, neuróticos e dissociativos, promovendo um raciocínio acerca desses 
transtornos mentais.
Na primeira parte, abordaremos os distúrbios do humor, divididos em episó-
dio maníaco, transtorno bipolar afetivo e episódios depressivos e transtorno 
depressivo recorrente.
TRANSTORNO MENTAL
Fonte: Plataforma Public Domain Vectors (2022).
#pratodosverem: homem sentado, com medo, dentro de uma bolha.
Por fim, serão apresentados os distúrbios neuróticos e dissociativos que di-
vidiremos em transtornos ansiosos, obsessivo-compulsivo e dissociativos de 
conversão. Acompanhe mais uma aula de saúde mental e boa leitura!
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3.1 DISTÚRBIOS DO HUMOR
Castro (2013) propõe que a função psíquica do humor pode assumir variações 
em pessoas que não sofrem de transtornos mentais específicos. Os estados 
de alegria, prazer, tristeza, indiferença, irritabilidade ou desinteresse são co-
muns. Portanto, a variação temporária do humor é uma característica do ser 
humano e não confere a ele um transtorno.
Nos distúrbios do humor, as alterações podem ocorrer isoladamente, com 
fases ou episódios, recorrentes, persistentes ou misturados, ocasionando 
flutuações nos pacientes.
Os transtornos de humor, de acordo com Castro (2013), compõem temas con-
sideráveis para pesquisas quanto à relação deles com fatores hereditários. 
Contudo, esse fato ainda não foi comprovado claramente. Por conseguinte, as 
evidências apresentam os fatores familiares como importantes na determina-
ção do desenvolvimento do transtorno bipolar.
3.1.1 EPISÓDIO MANÍACO
O episódio maníaco pode ser considerado um estado de hiperexcitação das 
funções psíquicas, caracterizado pela exaltação do humor e pela liberação de 
impulsos instintivo-afetivas, aponta Castro (2013).
Para Dalgalarrondo (2019), os principais sintomas da síndrome maníaca são 
a alegria exacerbada, a euforia, a elação – expansão do Eu –, a irritabilidade 
marcante e a grandiosidade de modo desproporcional aos acontecimentos 
da vida e diferentes do estado comum de alegria.
No episódio maníaco, as funções psíquicas estão aceleradas, promovendo 
agitação psicomotora, pensamento acelerado e fuga de ideias. O pacien-
te apresenta-se alegre, brincalhão, eufórico; em contrapartida, pode estar 
irritado, arrogante e agressivo.
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EPISÓDIO MANÍACO
Fonte: Plataforma Deduca (2023).
#pratodosverem: homem com capa de super-herói e coroa olhando para o lado e a mão 
esquerda apontada para cima e a mão direita para baixo.
Castro (2013) aponta que delírios podem ocorrer em mais de 75% dos indiví-
duos sendo a característica principal a mania de grandeza, que envolve situa-
ções de superpoderes e habilidade especiais.
A presença de logorreia, que é a fala atropelada e acelerada, assim como o 
aumento da tonalidade de voz e estridência, com associações, rimas e incoe-
rências, fazem parte das características da mania. 
O Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais – DSM-5 (AME-
RICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014) e a

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