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Meningites Maria Eduarda Lopes – MEDUESPI 41 - Segundo a OMS, nos últimos 20 anos, foram reportados quase 1 milhão de casos com suspeita de meningite e 100 mil pessoas morreram - A grande maioria dos casos e mortes resultantes de meningite ocorre na África durante a estação das secas, epidemias atingem regularmente os países localizados no chamado “cinturão africano da meningite”, região que se estende por todo o continente, do Senegal à Etiópia - O Brasil já foi duramente atingido por uma epidemia de meningite meningocócica, no período de 1971-1974, assolou todo o país com taxa de mortalidade muito alta CASO CLÍNICO Paciente NCSC feminina, branca, residente em Bom Jesus do Piauí, 3 meses, apresentou febre há 1 dia, recusa alimentar, choro contínuo e “moleira alta”. No serviço médico foi medicada com dipirona e ao exame físico, encontrou-se: - Temperatura 39°C - Corada, hidratada, acianótica, anictérica - Fontanela tensa - Sonolenta, com rigidez na nuca? (nessa idade a criança não tem muito controle do pescoço) - AR: sem alterações - ACV: RR 2T, bulhas normofonéticas - Restante do exame sem alterações CONDUTA? Fontanela tensa + criança irritada + febre -> PUNÇÃO LOMBAR O que fecha o diagnóstico de meningite é a punção lombar! Criança até 5 meses, sempre que houver febre sem causa aparente, pensar em meningite ou quadro grave de septicemia CASO CLÍNICO 2 Paciente masculino, HRD, 16 anos, branco, natural de Teresina, estudante. #QP: febre e cefaleia há 2 dias #HDA: há 2 dias iniciou quadro de febre não aferida, e cefaleia pela manhã. À tarde, passou a apresentar vômitos tendo feito tratamento sintomático com metoclopramida. À noite, apresentou piora, tornando-se gemente, pele com exantema e petéquias. Na manhã do dia seguinte evoluiu com sonolência. → Transferido para o IDTNP #Exame físico: - Temperatura axilar 39°C - Hipocorado +/4+, desidratado, acianótico, anictérico - Hipotenso (75x45mmHg), taquicardíaco (140bpm), taquipneico (32irpm sem esforço) - Prostado, sonolento, com rigidez de nuca, sem déficit focal de força, presença de sinal de Kernig - Lesões petequiais com áreas de confluência, em MMII, acometendo também tórax e MMSS - Restante do exame sem alterações #Resultado do líquor: - 9783 cel/mm3 ▪ Normal: 5 ou 6 células - PMN 100% predominante (sugere infecção grave) - Proteinorraquia 120mg% ▪ Normal: 20 a 40% - Glicose 10mg/dl ▪ Normal: semelhante à do sangue, em torno de 80mg/dl - Bacterioscopia positiva para diplococos G- - Cultura não houve crescimento nas primeiras horas #Resultado dos exames laboratoriais: - Creatinina -> 1,1mg/dL - Ureia -> 68mg/dL - Sódio sérico -> 139mEq/L - Potássio -> 3,0mEq/L - Hematócrito -> 33,4% - Plaquetas -> 101.000/mm3 - Leucócitos -> 5200 ▪ 21% segmentados | 47% bastões → Sugerindo infecção grave, quase choque séptico #EVOLUÇÃO: - Evoluiu com regressão das lesões petequiais (se tornaram crostosas), porém houve persistência da febre e da rigidez de nuca por quase 4 dias. Apresentou artralgia em joelho direito no terceiro dia de internação, sendo medicado com anti-inflamatório e antitérmico, obtendo-se regressão da febre e da artralgia - Recebeu alta após quatro semanas de internação sem sequelas neurológicas a curto prazo CASO CLÍNICO 3 Mulher, 32 anos, negra, solteira, diarista, moradora do Dirceu, natural de Timom-MA, queixa-se de cefaleia, febre e confusão mental. → OBS: paciente inconsciente, irmã repassou as informações #QP: “minha irmã estava com dor de cabeça e agora está desmaiada desde ontem” Familiar refere que a paciente vem apresentando há 2 semanas cefaleia holocraniana de forte intensidade, associada a náuseas e vômitos, limitando atividades cotidianas. A dor, sem irradiações, inicialmente cedia ao uso de dipirona, depois passou a ser constante. Não procurou atendimento médico precocemente por não ter tempo. Acompanhante relata início do quadro de confusão mental evoluindo para desorientação há um dia. HPP: NDN Braço de paciente com algumas pontinhas vermelhas que são pequenas sufusões hemorrágicas decorrentes da gravidade da cascata imunológica formada devido aos polissacarídeos da capsula do meningococo que dão um estímulo grande na cascata do complemento e isso faz com que se tenha maior consumo de plaquetas e assim, acontecem as sulfusões hemorrágicas #Exame físico: - PA 100x60mmHg - FC: 78bpm - Tax: 36,8°C - Desidratada 3+/4+ - Hipocorada 2+/4+ - Anictérica, acianótica, enchimento capilar preservado - Exame neurológico: paciente confusa sem sinais focais, pupilas isocóricas/fotoreagentes. Reflexos superficiais e profundos preservados. Rigidez de nuca e Kernig presentes; - AR: MV normal, sem RA - ACV: RCR 2T BNF sem sopros - Abdome: plano, flácido, indolor à palpação - MMII: panturrilhas livres, sem sinais de edema, com cicatrizes - Mamas: cônicas, médias, simétricas, ausência de abaulamentos, retrações → Exame completo, pois, a paciente estava obilubilada, incapaz de contribuir respondendo às questões #LABORATÓRIO - LCR de aspecto levemente turvo ▪ Pressão 44cm ▪ Citologia 167 células às custas de monucleares o Menos que o paciente anterior, mas o normal é 5 ou 6, então está alterado ▪ Glicose 36mg/dl o Baixa! ▪ Proteínas: 86mg/dL o Muito elevada, normal é 20 a 40mg/dL ▪ Cloretos: 117 - Coloração com tinta da China ▪ Cultura positiva para o fungo C. neoformans ▪ Soroaglutinação para criptococos - Teste rápido HIV negativo ▪ Sempre solicitar em suspeita de meningite, por ser uma doença que atinge muito os pacientes imunossuprimidos DEFINIÇÃO - Processo inflamatório das meninges (membranas que envolvem o encéfalo e a medula espinal) identificada por aumento do número de glóbulos brancos no LCR CAUSAS: vários agentes etiológicos, sendo os principais, as bactérias, os vírus e os fungos, ▪ Ingestão de contraste ou de medicamentos podem causar meningite FAIXA ETÁRIA: embora seja mais comum em crianças e adultos jovens, pode acometer pessoas de qualquer faixa etária, principalmente as imunossuprimidas CIRCULAÇÃO LIQUÓRICA - O líquor à medida que vai sendo produzido circula e é reabsorvido ETIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA - Idade: muito comum em crianças e adolescentes, mas pode ocorrer em qualquer idade - Situação epidemiológica local: saber se está tendo alguma infecção bacteriana comum que possa cursar com quadro de alguma epidemia, como pneumonia ou a meningite - Foco séptico inicial: paciente pode apresentar diarreia grande e em seguida fazer o quadro de meningite, ou então pneumonia que cursa com bactéria e em seguida meningite. Sinusites, faringites e amidalites podem ser foco inicial para infecção a nível de tecido cerebral - Estado imunitário: paciente foi vacinado contra meningite e pneumococo? - Condições socioeconômicas: populações mais pobres pagam um preço maior Como o caso era grave, foi feita TC de crânio que apontou o tecido cerebral com aspecto edemaseado, é visível também que há várias alterações do tecido cerebral, um aglomerado de lesões (parte superior direita) que justificava o quadro neurológico da paciente C. neoformans visto no microscópio, presente após o teste do líquor com tinta da China As meningites podem ser divididas em 2 grandes grupos: ❖ PURULENTAS - Neisseria meningitidis (é transmissível de pessoa a pessoa) - Streptococcus pneumoniae (frequente em crianças pequenas) - Haemophilus influenzae - Streptococcus do grupo B - Gram negativos entéricos - Pseudomonas aeruginosas - Listerias ❖ NÃO PURULENTAS - Micobactérias (principalmente em pessoas imunossuprimidas) - Brucelas (muito transmitidas quando não havia leite tratado) - Espiroquetas Além das bactérias a meningite pode tercomo agente infeccioso fungos e vírus. AGENTES MAIS FREQUENTES -Bactérias: ▪ Neisseria meningitidis ▪ Streptococcus pneumonia ▪ Haemophulus influenzae -> hoje tem papel pouco significativo na etiologia das meningites, pois quando a pessoa é vacinada com a pentavalente, tem antígenos também contra H. influenzae - Normalmente quando se faz o diagnóstico de meningite não sabe qual o agente. No entanto, a cultura demora 3 dias, pode esperar? Não! Usar a tabela do mais frequente como base para iniciar o tratamento empírico As meningites por S. pneumoniae são extremamente graves! Com taxa de mortalidade de até 50%, enquanto a N. meningitidis tem taxa de 10% Incidência: 5 a 10 casos por 100.000 habitantes (EUA) ▪ 80% Neisseria meningitidis e S. pneumoniae ▪ H. influenza foi um agente importante no passado, com a vacina reduziu muito os casos dessa meningite ▪ 20% Streptococcus grupo milleri, listeria monocytogenes ▪ Gram negativos aeróbios (Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa, Salmonella, Serratia, E. coli) A MENINGITE TAMBÉM PODE SER CHAMADA DE DOENÇA MENINGOCÓCICA, pois pode atingir não só o tecido cerebral, como outros (ex: pulmão e causar pneumonia), ou então se apresentar com uma forma septicêmica. Quando apresenta com septicemia, é chamada de meningococcemia ou choque séptico DOENÇA MENIGOCÓCICA ❖ Meningococcemia (choque séptico) - Com ou sem meningite - Com ou sem sufusão hemorrágica ❖ Meningite meningocócica - Com ou sem petéquias JANEIRO 2020: “os números da meningite continuam a crescer na Bahia e em Salvador desde o início do mês, até ontem (10) atingiu a marca de 2.218 casos notificados no estado e 1445 na capital. E mais grave, houve elevação no número de mortos pelos vários sorotipos da doença que saltou de 128 para 138 mortes no estado, e de 55 para 64 óbitos em Salvador” - É uma forma de meningite que precisa de isolamento! - É um diplococo G- PATOGÊNESE 1. Colonização da orofaringe por um novo patógeno ▪ Produção de protease -> Causam a destruição da IgA ▪ Adesinas (pili ou fimbrias) -> facilitam a adesão nas mucosas 2. Cruzamento da barreira hematoencefálica ▪ Isso se torna mais grave no caso de bactérias que possuem cápsula, que é o caso das: o H. influenzae, N. meningitids, S. pneumoniae, E. coli, S. agalactiae 3. Invasão do SNC ▪ Distribuição ao longo das paredes seios venosos encefálicos onde há menor pressão e com isso ocorre o cruzamento da barreira hemato-liquórica levando à deficiência do sistema de defesa do SNC 4. Componentes da estrutura bacteriana -> produção de mediadores do processo inflamatório (TNF, IL 1 e IL 6) ▪ Isso provoca a ativação do endotélio cerebral ▪ Podendo causar edema cerebral e até áreas de hemorragia QUADRO CLÍNICO - 40% dos pacientes têm antecedentes de IVAS (sinusite, faringite, amidalite, rinossinusite) - Sintomas ▪ Febre, cefaleia, vômitos - Sinais ▪ Rigidez nuca, kernig e brudzinsky - Convulsões em 20-30% dos casos - Sinais focais em 10-20% dos casos ▪ Diminuição de força, alteração da audição de um dos ouvidos, e rash cutâneo Bactérias encapsuladas causam doenças mais graves! No entanto, as não encapsuladas também são capazes de atravessar a BHE → Em lactentes é necessário sempre estar atentos aos sinais inespecíficos (febre, irritabilidade, anorexia, abaulamentos de fontanelas) → Em idosos, há o predomínio de alterações sensoriais Sinais característico de irritação meníngea - Rigidez de nuca: é o mais encontrado na prática clínica, presente em 80 a 90% dos casos. Doente não consegue fletir a cabeça para frente e para trás devido a grande dor - Kernig: presente em 30 a 40% dos casos, flexão passiva da coxa sobre a bacia, em ângulo reto, com dor e resistência à extensão do joelho. Paciente não consegue fazer, vai dobrar a perna, pois é uma posição que gera muita dor - Brudzinski: presente em 30 a 40% dos casos, flexão involuntária da perna ao se tentar fletir a cabeça do paciente Alterações no SNC, geram alterações diversas no corpo, dependendo de onde está a lesão nervosa. SE POSSÍVEL SEMPRE PEDIR A TC DE CRÂNIO NESSES PACIENTES! Posso fazer também o exame de fundo de olho, que se estiver inflamado, não se deve puncionar, pois está com hipertensão cerebral, e se puncionar pode despressurizar e pegar o centro da respiração e cardiovascular, levando o paciente ao óbito. DIAGNÓSTICO ❖ PROVAS ESPECÍFICAS: - Avaliação do líquor ▪ Citologia e citometria ▪ Bioquímica: o Proteinorraquia o Glicorraquia o Dosagem de cloretos ▪ Bacterioscopia e cultura ▪ Pesquisa de antígeno bacteriano o Látex ou contraimunoeletroforese Exsudato cerebral purulento, de um cérebro que foi retirado de uma pessoa que faleceu por meningite. Secreção branca purulenta, vasos ingurgitados devido à inflamação Cascata de resposta inflamatória pode levar a uma hemorragia grande representadas por essas áreas escuras são áreas de necrose. Se pega extremidades do pé ou na mão, pode cursar com perda do membro por gangrena. Por ser uma infecção grave, os pacientes que já tiveram contato com herpes alguma vez na vida, pode fazer essas lesões que são muito comuns. Edema do disco óptico no olho direito, é atingido principalmente nos casos de fungo. ❖ NÃO ESPECÍFICAS ▪ Hemograma completo ▪ VHS ▪ PCR ▪ Glicemia plasmática ▪ Eletrólitos ▪ Ureia e creatinina ▪ Hemocultura - Hoje existe um teste feito no sangue que deve ser aplicado quando se desconfia de meningite criptocócica, que cursa com hipertensão intracraniana grave -> ÚNICO CASO EM QUE É ACEITO USAR O SANGUE E NÃO O LÍQUOR! ▪ Esse teste foi criado pois, antigamente a criptococose não era muito comum, com o aparecimento da AIDS, hoje é uma das infecções fúngicas mais frequentes o BO dos condomínios querendo colocar determinação de matar todos os pombos, o que não pode pois seria extinção da espécie. E na realidade é muito mais comum a fonte de tronco de árvores O ideal é só puncionar depois de ver a TC. Mas, se estou num serviço onde não é disponível, faço de cara a punção. Se não me sinto confiável, iniciar o tratamento empírico se é um caso sugestivo de meningite. Não posso adiar o tratamento, senão o paciente morre! PUNÇÃO LOMBAR - É um procedimento que tem por finalidade a retirada de LCR, para exames laboratoriais ou descompressão do sistema e para infusão de medicamentos - Através dele conseguimos informações imediatas como: ▪ Pressão ▪ Aspecto e cor do líquor Além de possibilitar análises bioquímicas e estabelecem, geralmente a origem da agressão ou problema - Pode ser usado para o diagnóstico diferencial de AVC isquêmico. Punciona e se houver sangramento no líquor é feito a prova do tubo, para descobrir se o sangue é realmente derivado de um AVC ou se foi só um ferimento do procedimento (pegou algum vaso na hora de fazer) ▪ Se for do procedimento, apenas o LCR inicial vai vir com sangue. O segundo tubo de amostra já começa a clarear ▪ Já o AVC, à medida que vou retirando mais conteúdo, ele continua sanguinolento PONTO DE REFERÊNCIA: o ponto exato de introdução da agulha encontra-se na junção de uma linha que passa pela linha transversa que une o ponto superior das cristas ilíacas e a colune espinal; essa linha estabelece o ponto de referência entre L2-L3 TÉCNICA: - Pode ser feita de duas maneiras: ▪ Paciente em decúbito dorsal (maioria das vezes) ▪ Paciente sentado - A agulha deve ser posta no espaço subaracnóideo retirar o mandril e passar a recolher o líquor - Caso o fluxo não apareça devemos tentar uma rotação suave da agulha e/ou gerar uma aspiração com seringa - Se não houver resposta, empurrar ou puxar a agulha 1 a 2mm, na tentativa de alcançar o espaço liquórico COMPLICAÇÕES:- Cefaleia por diminuição abrupta do líquor e uma mais tardia por hipertensão liquórica; - Infecção em situações não estéreis; - Sangramento persistente em pacientes com distúrbios de coagulação; - Lesão do plexo venoso e produção de hemorragia no líquor. Existe um grande prejuízo para análise bioquímica, com consequente problema na interpretação, pois atrapalha a contagem de células e outros itens que precisam ser analisados - A principal e mais temida das complicações é a HÉRNIA DE AMÍGDALAS CEREBERALES. Ela gera a morte por compressão repentina dos centros bulbares cardiorrespiratórios. Diante de sinais de localização (tumores SNC ou outras situações) realizar fundo de olho e se a fontanela já estiver fechada uma TC antes da realização do procedimento MAS O QUE É O LÍQUOR? É um líquido límpido, derivado do plasma e que circula ao redor do cérebro e nas suas cavidades (ventrículos) e na espinha dorsal ❖ Quantidade: - ADULTO: é aproximadamente 2mL por kg ou aproximadamente 150mL ▪ Na punção lombar retiro de 2 a 3mL - BEBÊS: até 4 semanas, média de 10-60mL - O corpo humano produz 500mL/dia aproximadamente ❖ 3 funções principais: - Proteger o cérebro e medula de traumas - Suprir nutrientes para o tecido do sistema nervoso - Remover produtos de degradação do metabolismo cerebral LÍQUOR NORMAL: CONTRAINDICAÇÕES ABSOLUTAS DA PL: infecção no local da punção, instabilidade DIAGNÓSTICO - Critérios para obtenção de neuroimagem antes da realização da punção lombar: ▪ TCE; ▪ Imunodeficiência associada; ▪ Convulsão recente (<7 dias) e/ou convulsão focal) ▪ Alteração do nível de consciência ▪ Histórico de lesões compressivas, isquemia ou infecção focal → Exames solicitados para o líquor: - Citologia global diferencial 1. Pleiocitose 100 - 10.000 cels/mm3 2. Polimorfonuclear (>80%) 3. Linfomononuclear ▪ Mycobacterium tuberculosis, Borrelia burgdorferi e Treponema palidum - Bacterioscopia pelo Gram - Cultura e antibiograma - Contraimunoeletroforese (látex – avaliar antígenos) - Bioquímica ▪ Glicose, proteínas, DLH, cloretos - Sorologia (VDRL) - Reação de polimerase em cadeia (ELISA, principalmente em crianças que a mãe teve sífilis e apresentam VDRL positivo) - Pesquisa de BAAR e ADA - Pesquisa de fungos em tinta nanquim - Cultura e antibiograma - Cultura para BAAR e fungos - Hemocultura: obrigatória para saber qual o agente etiológico ▪ Identifica bactéria em 80-90% dos casos - Hemograma - TC crânio QUANDO É VIRAL OU BACTERIANA? - É difícil conseguir estabelecer o diagnóstico etiológico de meningite, muitas vezes, isso é decorrente da utilização previa de antibióticos ▪ Paciente tava tomando ATB e mascarou o quadro - Esterilização do líquor pode ocorrer rapidamente após o início parenteral de antibióticos, completa esterilização do meningococo em 2h e do pneumococo em 4h TRATAMENTO - Iniciado de maneira empírica com base na idade do paciente e no conhecimento dos agentes prevalentes e seu perfil de sensibilidade - Precauções com gotículas -> isolamento até 24h do início da antibioticoterapia (se ceftriaxona) ▪ N. meningitidis, H. influenzae e indeterminado - Medidas gerais - Monitorização dos dados vitais - Corticoterapia - Antibioticoterapia *não precisa decorar, existem os quadros no serviço Quando o paciente chega, faço CEFOTAXINA ou CEFOTRIAXONA, 2g de 12/12h até que saia a cultura DURAÇÃO DO TRATAMENTO -> depende do agente etiológico TRATAMENTO DE SUPORTE - Estabilização do paciente segundo suporte avançado - Controle das crises convulsivas: drogas de escolha são derivados de benzodiazepínicos - Controle do edema cerebral: ▪ Medidas neuroprotetoras, mínima mobilização, elevação da cabeceira ▪ Restrição de líquidos (80 a 100mL/kg/dia – se não houver desidratação) ▪ Considerar o uso de drogas como furosemida (1mg/kg) ou manitol (0,5 a 1mg/kg – 6/6h) com avaliação periódica ▪ Monitorização rigorosa dos sinais vitais QUIMIOPROFILAXIA quando não tem a vacina disponível para a meningite transmissível, faz o antibiótico para os contactantes, para prevenir meningococo ou haemophilus - Contato íntimo: ▪ Domicílio ▪ Escola o Sala de aula por mais de 4h o Escola com mais de 1 caso ▪ Creche o Contato por mais de 4h durante os últimos 7 dias - Contactantes do domiciliar - Compartilharam o mesmo alojamento nos últimos 5 dias - Relação íntima e prolongada - Crianças <7 anos mesma classe (creche ou escola) - Indivíduos em contato com secreção - Contatos intradomiciliares, havendo criança <4 anos Associação de corticoides: - Atenuação do processo inflamatório do espaço subaracnóideo em animais de laboratório; - Principal fator que contribui para diminuição da morbidade e mortalidade. Evidências em: ▪ Crianças com meningite por pneumococo ▪ Adultos com meningite bacteriana ▪ Pacientes com meningite por TB - Ausência de evidências em neonatos com meningite bacteriana USO PRECOCE: - Antes/concomitantemente a primeira dose do ATB DEXAMETASONA – 0,15mg/kg a cada 6h em crianças e 10mg a cada 6h no adulto, por 2 a 4 dias DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Viral X Bacteriana Alguns exames podem ajudar nessa distinção: Glicorraquia: glicose na bacteriana é menor, pois as bactérias usam como “comida” PROGNÓSTICO - Mortalidade de 4 a 10% em crianças: ▪ H. influenzae e N. meningitidis: 3 a 7% ▪ S. pneumoniae 20 a25% ▪ L. monocytognes - Piora quanto menor ou maior a idade do paciente - Diagnóstico tardio ou casos de atraso na antibioticoterapia *meningite meningocócica grava: primeiras 48h COMPLICAÇÕES - Gerais: ▪ Choque, CIVD (coagulação intravascular disseminada) ▪ SIADH ▪ Síndrome de Waterhouse-Frederichsen ▪ Artrite – não necessita de tratamento - Neurológicas: ▪ Déficit auditivo – mais frequente! ▪ Hidrocefalia, retardo mental ▪ Coleção subdural <1 ano (febre prolongada, recorrente ou persistente) ▪ Abcesso cerebral, ventriculite IMUNOPROFILAXIA Vacinas: - Anti-H. influenzae (presente na pentavalente) ▪ Eficaz para doenças invasivas (meningite) ▪ Vacinas conjugadas ▪ Indicações o Calendário básico (2, 4, 6 meses) o Imunodeprimidos (2, 4, 6 meses e reforço aos 15 meses) o Imunização perdida (1 dose se maior que 1 ano) - Anti-pneumocócica ▪ Pneumo10 (antígenos polissacarídeos) o No primeiro ano de vida o Indicação em imunossuprimidos ▪ Pentavalente e heptavalente o Após 2 meses de idade o 4 doses (2, 4, 6 meses e 1 ano) ▪ Indicações: imunodeprimidos e asplenia - Anti-meningocócica ▪ Monovalente o Meningogócica C - Conjugada ▪ Bivalente o A e C o B e C - Indicação de vacinação ministério da saúde: ▪ Ocorrência de surto de doença meningocócica o 3 ou mais casos primários de DM o Mesmo sorogrupo o Período inferior a 3 meses o Coeficiente de incidência: 10 casos / 100.00 habitantes
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