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1 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 5°P MEDICINA PROBLEMA 2M3 – “BACTÉRIA, FUNGO E LÁ VEM A FEBRE!” Em uma sessão clinica durante o ambulatório de infectologia foram destacados dois casos clínicos. O primeiro caso foi de Frederico, 10 meses, foi admitido no setor de emergência da UPA de Goianesia às 21:00 horas, apresentando crise convulsiva caracterizada por movimentos tônico-clônicos de membros superiores e inferiores, desvio dos bulbos oculares para cima, sialorreia e liberação de esfíncter vesical há cerca de 15 minutos. Apresentou crise semelhante há 2 horas, de curta duração. Ao exame físico evidenciou-se cianose perioral e Tax=39.6°C, sem outras alterações. Foi medicado com anticonvulsivante endovenoso até se obter a regressão da convulsão, antitérmico endovenoso, compressas frias, oxigênio sob cateter nasal e manteve-se o acesso venoso. A mãe referiu que a criança tinha febre há 24 horas, irritabilidade e vômitos (04 vezes) há 12 horas. Após analisar os resultados dos exames de urgência, o médico esclareceu a mãe sobre as possibilidades diagnósticas e iniciou tratamento com antibióticos do grupo das cefalosporinas. A análise do líquor revelou: aspecto turvo, com 16.036 leucócitos (<5 cel/campo), predomínio de polimorfonucleares - 88 %, 138 hemácias, glicose = 7 g/dl, (glicemia capilar de 82 g/dl), proteínas = 1140 (15 - 45 g/dl), Cl = 118 (680 - 750 mEq/L). Na bacterioscopia, foram visualizados numerosos diplococos gram negativos. O segundo caso foi o de João Carlos, mecánico, 63 anos, há 3 meses em tratamento quimioterápico para linfoma estádio IVB, que procurou atendimento na UPA queixando-se de febre (aferida em 38,4ºC) e realização do último ciclo de quimioterapia há 10 dias. Queixava-se também de tosse com expectoração clara, dispneia e inapetência, em uso de Bactrim 3 vezes por semana e Fluconazol diariamente. Há 3 dias, seu médico, havia iniciado Ciprofloxacino, pois segundo o profissional, tais medicamentos eram preventivos já que suas defesas estavam muito baixas. Além disso, estava em uso uma injeção diária de Granulokine. O único contato domiciliar era sua esposa, restringindo a refeições domiciliares e evitando a ingesta de alimentos crus. Referiu que a casa do vizinho encontrava-se em reforma, entrando em contato com certa quantidade de pó da obra. Ao exame físico, além de mucosite grau 3, apresentava-se com temperatura axilar de 38,2ºC. O hemograma, nesta ocasião, mostrava leucometria total de 700 leucócitos/mm3, com 250 neutrófilos/mm3, além de Hb: 9,5 g/dL e Plaquetas: 45.000/mm3. Foi internado na enfermaria, em isolamento de contato, e iniciado antibiótico terapia empírica com Cefepime e Vancomicina. No oitavo dia, entretanto, João Carlos ainda estava febril, com calafrios, sudorese e queda do estado geral, permanecendo neutropênico. Foi iniciado novo esquema de forma empírica, com cobertura para fungos a base de Voriconazol. Exames de imagem deste momento foram normais, a pesquisa de infecções oportunistas por Aspergillus pelo teste da galactomana foi positiva em duas amostras sequenciais. O resultado da TC de tórax repetida 10 dias após, quando a leucometria já estava normal, mostrou lesão com cavitação em pulmão esquerdo, associado a “halo” em vidro fosco ao redor do nódulo, sugestivo de aspergilose pulmonar. QUESTÕES DE APRENDIZADO: 1. Listar os processos infecciosos do SNC, em sua classificação etiológica (vírus, bactérias, fungos, parasitas e príons) e topográfica (meningite, encefalite, meningoencefalite, mielite, abscesso encefálico ou medular, empiema extra ou subdural). 2 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 5°P MEDICINA 2. Discutir definição, agentes etiológicos, epidemiologia, quadro clínico e exames laboratoriais dos três processos infecciosos mais sérios do SNC (meningite, encefalite e abscesso) e descrever medidas de prevenção primária, quimioprofilaxia para contactantes e terapêuticas na meningite bacteriana. 3. Identificar aspectos etiopatogênicos, clínicos, exames complementares e tratamento das principais micoses profundas (aspergilose, histoplasmose, paracoccidiodomicose e criptococose) e os mecanismos de ação e efeitos colaterais dos principais antifúngicos de utilização sistêmica. 4. Compreender as principais infecções relacionadas e o fluxograma da abordagem do paciente neutropênico febril. 5. Identificar as principais medidas preventivas e profiláticas utilizadas no controle das doenças infectocontagiosas em pacientes com neutropenia febril. DISPARADORES: Meningite Bacteriana https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/539/pdf/539/Meningite%20bacteriana.pdf REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS RECOMENDADAS: – MCGILL, F.; HEYDERMAN, R.S.; PANAGIOTOU, S.; TUNKEL, A.R.; SOLOMON, T. Acute Bacterial Meningitis in Adults. Lancet Infectious Diseases, 2 jun. 2016. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(16)30654-7>. Acesso em: 5 out. 2016. – HARRISON, L.H. Epidemiological Profile of Meningococcal Disease in the United States. Clinical Infectious Diseases, v. 50, p. S37-S44, 1 mar. 2010. Disponível em: <http://cid.oxfordjournals.org/content/50/Supplement_2/S37.full.pdf>. Acesso em: 8 out. 2016. – KOSHY, A.; ROOS, K. Infections of the Nervous System: Bacterial and Fungal. In: DAROFF, R.B.; FENICHEL, G.M.; JANKOVIC, J.; MAZZIOTA, J.C. Bradley’s Neurology in Clinical Practice: Volume 2 Neurological Disorders. 6. ed. Philadelphia: Elsevier, 2012. cap. 53C, p.1259-1267. – ZUNT, J.R.; BALDWIN, K.J. Chronic and Subacute Meningitis. CONTINUUM: Lifelong Learning in Neurology, v. 18, n. 6, p. 1290-1318, dez. 2012. Disponível em: <http://journals.lww.com/continuum/pages/articleviewer.aspx?year=2012&issue=12000&article=00009>. Acesso em: 15 out. 2016. – GRANEROD, J.; DAVIES, N. Encephalitis: recent advances and challenges ahead. ACNR - Advances in Clinical Neuroscience & Rehabilitation, 6 dez. 2012. Disponível em : <http://www.acnr.co.uk/2012/12/encephalitis-recent- advances-and-challenges-ahead/>. Acesso em: 15 out. 2016. – FREIFELD, A.G. et al. IDSA GUIDELINE: Clinical Practice Guideline for the Use of Antimicrobial Agents in Neutropenic Patients with Cancer: 2010 Update by the Infectious Diseases Society of America. CID 2011:52 (disponível em: http://cid.oxfordjournals.org/content/52/4/e56.full.pdf+html ) – VILLAFUERTE-GUTIERREZ P ET AL Treatment of Febrile Neutropenia and Prophylaxis in Hematologic Malignancies: A Critical Review and Update. Advances in Hematology. Volume 2014 Disponível em: http://www.hindawi.com/journals/ah/2014/986938/ – CECIL: medicina interna básica. Editado por Lee Goldman & Dennis Ausiello. Tradução de Adriana Pittella. 23. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. IRAT: Questão 01 ___________________________________ Paciente de 27 anos, sexo masculino, negro, solteiro, brasileiro, natural do Rio de Janeiro - RJ, reside em Corrêas, trabalha como ajudante de obras, procura o ambulatório de Clínica Médica apresentando dor abdominal há 4 meses, de média intensidade, contínua, em pontada, mais intensa em hipocôndrio e flanco esquerdo, com melhora parcial ao uso de dipirona, sem fator desencadeante ou de piora, relações com a ingesta alimentar, febre, náuseas, vômitos ou sangramentos, com evolução cíclica, observando nos últimos dois meses tumorações em pescoço, de diferentes diâmetros, indolores, sem sinais logísticos. Referiu perda ponderal de 20 kg no mesmo período. Observado, ao exame físico, linfadenomegalia em cadeias occipital, cervical anterior e posterior, supraclavicular e inguinal, de diversos tamanhos, tendo o maior cerca de 8 cm e o menor cerca de 0,5 cm, endurecidos, imóveis, indolores, de superfície regular, sem sinais flogísticos na região. Foi feita a hipótese de paracoccidioidomicose aguda juvenil baseado em: a) Tomografia de tórax com lesões nodulares intersticiais ou cavitárias localizadas em ápices pulmonares. F – característico de TB. b) Tomografia de abdome com glândulasadrenais muito aumentadas sem evidência de adenomegalia. c) Biopsia de gânglio com coloração por tinta nanquim, com achado de células arredondadas ou ovaladas isoladas ou com brotamento único; de parede grossa, bem refringente e vacúolos no citoplasma F – Diagnóstico de criptococose. https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc= s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwivoLy_3tX3A hWQgpUCHdixDG4QFnoECAgQAQ&url=https% 3A%2F%2Fedisciplinas.usp.br%2Fmod%2Fresou https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwivoLy_3tX3AhWQgpUCHdixDG4QFnoECAgQAQ&url=https%3A%2F%2Fedisciplinas.usp.br%2Fmod%2Fresource%2Fview.php%3Fid%3D2827389&usg=AOvVaw0OOLiUVQZh0q_6sBkDVtRw https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwivoLy_3tX3AhWQgpUCHdixDG4QFnoECAgQAQ&url=https%3A%2F%2Fedisciplinas.usp.br%2Fmod%2Fresource%2Fview.php%3Fid%3D2827389&usg=AOvVaw0OOLiUVQZh0q_6sBkDVtRw https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwivoLy_3tX3AhWQgpUCHdixDG4QFnoECAgQAQ&url=https%3A%2F%2Fedisciplinas.usp.br%2Fmod%2Fresource%2Fview.php%3Fid%3D2827389&usg=AOvVaw0OOLiUVQZh0q_6sBkDVtRw https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwivoLy_3tX3AhWQgpUCHdixDG4QFnoECAgQAQ&url=https%3A%2F%2Fedisciplinas.usp.br%2Fmod%2Fresource%2Fview.php%3Fid%3D2827389&usg=AOvVaw0OOLiUVQZh0q_6sBkDVtRw 3 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 5°P MEDICINA rce%2Fview.php%3Fid%3D2827389&usg=AOvV aw0OOLiUVQZh0q_6sBkDVtRw d) Biópsia de gânglio com exame a fresco com KOH a 10% em esfregaço de lâmina, com achado de formas leveduriformes com múltiplos brotamentos pequenos, semelhante à roda do leme de navio. V - O exame a fresco com K OH a 1 0% em esfregaço de lâmina sob a lamínula para pesquisa direta do fungo é altamente eficaz e de baixo custo , podendo ser utilizado em vários espécimes, como escarro , raspados de lesões cutâneas e de mucosas , aspirado ganglionar e material obtido por fibrobroncoscopia https://www.passeidireto.com/arquivo/61440156/d oenca-da-pele-causada-por-fungo A paracoccidioidomicose (PCM) é a principal micose sistêmica no Brasil. A paracoccidioidomicose é causada por um fungo termodimórfico, do gênero Paracoccidioides spp., com destaque para duas espécies patogênicas: Paracoccidioides brasiliensis (P. brasiliensis) e Paracoccidioides lutzii (P. lutzii). Esses fungos estão dispersos no meio ambiente. A exposição ao fungo está relacionada com o manejo do solo contaminado, como em atividades agrícolas, terraplenagem, preparo de solo, práticas de jardinagem, transporte de produtos vegetais, entre outras. A maioria dos indivíduos que adoeceram com a PCM apresenta história de atividade agrícola exercida nas duas primeiras décadas de vida. Hábitos como tabagismo e etilismo também são considerados fatores de risco frequentemente associados à micose, e ao agravamento do seu quadro clínico. Não existe transmissão inter-humana do fungo Paracoccidioides spp., nem de animais ao homem. No entanto, os indivíduos estão expostos ao risco por inalação de propágulos infectantes, dispersos no solo. A principal porta de entrada do fungo no organismo é por via inalatória. Os órgãos comumente afetados são os pulmões (50%-100%), seguidos da pele, mucosas, linfonodos, adrenais, sistema nervoso central, fígado e ossos. As principais formas clínicas da doença são: • Forma aguda ou subaguda (tipo juvenil): a progressão das lesões primárias evolui rapidamente, de semanas a meses. Essa forma clínica é considerada grave, devido a elevadas taxas de letalidade em crianças e adolescentes. Os sinais podem se manifestar como hipertrofia do sistema retículo endotelial e acometimento generalizado de linfonodos, que geralmente fistulizam (se rompem). O fungo pode se disseminar para outros órgãos ou sistemas como pele, ossos e sistema gastrintestinal, além do fígado, baço e medula óssea. • Forma crônica (tipo do adulto): responsável pela maioria dos casos de PCM, com prevalência de 74% a 96%. Os indivíduos entre 30 e 60 anos de idade e do sexo masculino são os mais acometidos por essa doença. Essa forma clínica manifesta-se de forma mais lenta, com duração da sintomatologia entre quatro a seis meses, inclusive acima de um ano. O comprometimento pulmonar está presente em 90% dos indivíduos. Os pulmões, a mucosa das vias aerodigestivas superiores e a pele são os locais mais acometidos pela PCM. • Forma residual: também chamada “sequelas”, manifesta-se clinicamente com alterações anatômicas e funcionais causadas pelas cicatrizes que se seguem ao tratamento da PCM. As sequelas podem ser observadas em vários órgãos, com maior frequência nos pulmões, pele, laringe, traqueia, glândulas adrenais, mucosa das vias aerodigestivas superiores, sistema nervoso central e sistema linfático. Diagnóstico: O diagnóstico é clínico e laboratorial. A confirmação laboratorial é feita pelo achado do fungo em materiais clínicos (secreções e tecidos), em forma de levedura com ou sem gemulação e cultura específica. A sorologia e a histopatologia também são consideradas na confirmação diagnóstica da PCM. Exames complementares, como hemograma, provas bioquímicas e exames de imagem podem auxiliar o diagnóstico. Como diagnóstico diferencial, cita-se a investigação laboratorial para tuberculose, hanseníase, leishmaniose tegumentar, sarcoidose, neoplasias (linfomas e câncer de laringe) e outras micoses sistêmicas, como a histoplasmose, a criptococose e a coccidioidomicose. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude- de-a-a-z/p/paracoccidioidomicose-1 Questão 02 ___________________________________ O achado dos micro-organismos abaixo representados (coloração pela prata metenamina), em paciente com linfonodomegalia e lesões ulceradas cutâneo- mucosas, permite o diagnóstico: https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwivoLy_3tX3AhWQgpUCHdixDG4QFnoECAgQAQ&url=https%3A%2F%2Fedisciplinas.usp.br%2Fmod%2Fresource%2Fview.php%3Fid%3D2827389&usg=AOvVaw0OOLiUVQZh0q_6sBkDVtRw https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&ved=2ahUKEwivoLy_3tX3AhWQgpUCHdixDG4QFnoECAgQAQ&url=https%3A%2F%2Fedisciplinas.usp.br%2Fmod%2Fresource%2Fview.php%3Fid%3D2827389&usg=AOvVaw0OOLiUVQZh0q_6sBkDVtRw https://www.passeidireto.com/arquivo/61440156/doenca-da-pele-causada-por-fungo https://www.passeidireto.com/arquivo/61440156/doenca-da-pele-causada-por-fungo https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/p/paracoccidioidomicose-1 https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/p/paracoccidioidomicose-1 4 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 5°P MEDICINA a) Cromomicose. Figura 5.9 - Cromomicose. Exame direto clarificado com soda a 20%, com presença de estruturas arredondadas castanhas com divisão por cissiparidade ou binaria (corpo fumagóide). Observa-se raramente hifas septadas castanhas sainda dos corpos fumagóides (400x). Figura 5.10 - Cromomicose. Exame direto clarificado com soda a 20%, com presença de estruturas arredondadas castanhas com divisão por cissiparidade ou binaria (corpo fumagóide) (400x). b) Leishmaniose cutâneo- mucosa. c) Hanseníase virchowiana. d) Paracoccidioidomicose. As leveduras deste fungo apresentam vários brotamentos a partir de uma única célula mãe, assim quando observadas ao microscópio, podemos ver formas que se parecem com uma roda de leme ou como Mickey Mouse. https://microbiologia.icb.usp.br/cultura-e- extensao/textos-de- divulgacao/micologia/micologia-medica/paracoco- voce-conhece/ Exame direto e histopatológico: formas arredondadas de parede birrefringente com vesícula de lipídio no citoplasma e gemulação múltipla (Mickey Mouse). Podem ser observadas vários esporos ao redor da célula mãe, caracterizando a “roda de leme” ou “criptosporulação”. Cultura – colônia filamentosa branca, com centro ceribriforme e rachado, reverso castanho. Microscopia: hifas septadase aleuroconídios ou microconídios. Pode ser utilizado o teste intradérmico da paracoccidioidina e imunodifusão. Figura 6.1 - Paracoccidioidomicose. Paracoccidioides brasiliensis. Exame micológico direto corado com azul algodão, com estruturas arredondadas de parede birrefringente ou dupla e gemulação múltipla (orelha do Mickey) e criptosporulação (roda de leme, 400x). Figura 6.2 - . Paracoccidioidomicose. Paracoccidioides brasiliensis. Exame micológico direto de secreção do linfonodo corado com azul algodão, com estruturas arredondadas de parede birrefringente ou dupla e gemulação múltipla (orelha do Mickey) e criptosporulação (roda de leme, 400x). Ref: diagnótico micológico por imagem (livro) No Brasil, a maioria dos casos tem sido relatada nas regiões sul, sudeste e centro-oeste. A paracoccidioidomicose tem caráter endêmico entre as populações da zona rural, acometendo os indivíduos do sexo masculino, na faixa etária produtiva da via (30-60 anos) e está relacionada às atividades agrícolas. É um problema de saúde pública por seu alto potencial incapacitante, além de provocar mortes prematuras. É uma doença sem notificação compulsória. Fisiopatologia: A porta de entrada do fungo é a via inalatória e, na maioria dos casos, em indivíduos jovens. Propágulos infectantes (microconídios) chegam à via aérea inferior, onde há formação de um complexo primário, com possível disseminação do fungo por via linfática e hematogênica para outros órgãos, na dependência da quantidade de inóculos, da patogenicidade e da virulência do fungo, assim como da integridade do sistema de defesa e de possíveis fatores genéticos. Em indivíduos com resposta imunológica satisfatória, o desenvolvimento da infecção é contido, havendo resolução do processo. O fungo permanece nesses locais, em meio a lesões fibróticas, em estado latente, porém viável. Após um período prolongado de tempo, a infecção pode progredir e dar origem as formas crônicas do adulto (reativação endógena). Menos frequentemente, a doença pode progredir do foco primário ou mesmo devido a reexposições a inóculos em zonas endêmicas, originando a forma agudo-subaguda da infância e adolescência. Classificação: Relaciona-se com os dados clínicos e a história natural da doença: 1) paracoccidioidomicose infecção 2) paracoccidioidomicose doença 3) forma aguda/subaguda infantil/da adolescência https://microbiologia.icb.usp.br/cultura-e-extensao/textos-de-divulgacao/micologia/micologia-medica/paracoco-voce-conhece/ https://microbiologia.icb.usp.br/cultura-e-extensao/textos-de-divulgacao/micologia/micologia-medica/paracoco-voce-conhece/ https://microbiologia.icb.usp.br/cultura-e-extensao/textos-de-divulgacao/micologia/micologia-medica/paracoco-voce-conhece/ https://microbiologia.icb.usp.br/cultura-e-extensao/textos-de-divulgacao/micologia/micologia-medica/paracoco-voce-conhece/ 5 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 5°P MEDICINA 4) forma crônica do adulto: unifocal e multifocal 5) forma residual https://www.jornaldepneumologia.com.br/details/4 16/en-US/capitulo-6---paracoccidioidomicose; Questão 03 ___________________________________ A respeito da neutropenia febril, julgue os itens: a) A neutropenia febril não é uma emergência clínica. É caracterizada pela ocorrência de febre na vigência de neutropenia. F - A neutropenia febril (NF) é uma complicação frequente e potencialmente fatal nos pacientes em tratamento quimioterápico. Entendemos hoje que a neutropenia febril é considerada uma emergência clínica e que a administração de antibióticos de amplo espectro diminui drasticamente a mortalidade. https://www.scielo.br/j/rbhh/a/JwdPfQh9Mgjmpxd HfQNJY3p/?lang=pt b) O paiente com neutropenia apresenta mecanismos de defesa imunológica comprometidos. A febre não necessariamente deve ser considerada sinal de infecção, apenas se estiver associado a sinais ou sintomas. F - A febre deve ser considerada um sinal de infecção nesses pacientes, mesmo sem outros sinais ou sintomas, uma vez que, com a ausência de resposta imune adequada, pode não haver outras manifestações associadas. https://pebmed.com.br/neutropenia-febril- persistente-terapia-antifungica-empirica-e- sempre-indicada/ c) Infecções fúngicas são mais comuns em indivíduos de alto risco (neutropenia severa e prolongada, antibioticoterapia prolongada, exposição a vários ciclos de quimioterapia). V - https://www.sanarmed.com/neutropenia-febril d) Embora a febre seja uma pista importante na identificação da infecção; alguns pacientes neutropênicos infectados não tem nenhum sinal ou sintoma e as hemoculturas são negativas. ANULADA e) Quando há neutropenia por mais de 10 dias e há recorrência de febre, ou quando a febre não cede após 7 dias de antibioticoterapia, há indicação de iniciar terapia antiviral. F -cobertura antifúngica empírica deve ser considerada em pacientes de alto risco depois que a febre persistir por 4-7 dias de um regime antibacteriano de amplo espectro e nenhuma fonte de infecção comprovada. https://www.medicinanet.com.br/conteudos/reviso es/6852/neutropenia_febril.htm Neutropenia febril é uma emergência clínica comum em pacientes oncológicos, principalmente naqueles com doenças hematológicas (ex.: leucemia aguda). Indivíduos neutropênicos apresentam mecanismos de defesa imunológica comprometidos e, portanto, ficam suscetíveis a infecções graves. A febre deve ser considerada um sinal de infecção nesses pacientes, mesmo sem outros sinais ou sintomas, uma vez que, com a ausência de resposta imune adequada, pode não haver outras manifestações associadas. Infecções fúngicas são mais frequentes em pacientes com neutropenia severa (neutrófilos < 500/mm³) e prolongada (≥ 7 dias). Candida sp e Aspergillus sp são os agentes mais comuns nas infecções fúngicas invasivas: Candida sp principalmente nos indivíduos que não recebem profilaxia antifúngica, e Aspergillus sp naqueles que recebem fluconazol profilático. Muitas vezes, na prática clínica, terapia antifúngica empírica é instituída quando há persistência da febre em neutropênicos a despeito da antibioticoterapia de amplo espectro. No entanto, nem sempre tal conduta é a mais apropriada e pode acabar resultando em mais malefícios do que benefícios para os pacientes. https://pebmed.com.br/neutropenia-febril- persistente-terapia-antifungica-empirica-e- sempre-indicada/ https://www.jornaldepneumologia.com.br/details/416/en-US/capitulo-6---paracoccidioidomicose https://www.jornaldepneumologia.com.br/details/416/en-US/capitulo-6---paracoccidioidomicose https://www.scielo.br/j/rbhh/a/JwdPfQh9MgjmpxdHfQNJY3p/?lang=pt https://www.scielo.br/j/rbhh/a/JwdPfQh9MgjmpxdHfQNJY3p/?lang=pt https://pebmed.com.br/neutropenia-febril-persistente-terapia-antifungica-empirica-e-sempre-indicada/ https://pebmed.com.br/neutropenia-febril-persistente-terapia-antifungica-empirica-e-sempre-indicada/ https://pebmed.com.br/neutropenia-febril-persistente-terapia-antifungica-empirica-e-sempre-indicada/ https://www.sanarmed.com/neutropenia-febril https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/6852/neutropenia_febril.htm https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/6852/neutropenia_febril.htm https://pebmed.com.br/neutropenia-febril-persistente-terapia-antifungica-empirica-e-sempre-indicada/ https://pebmed.com.br/neutropenia-febril-persistente-terapia-antifungica-empirica-e-sempre-indicada/ https://pebmed.com.br/neutropenia-febril-persistente-terapia-antifungica-empirica-e-sempre-indicada/ 6 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 5°P MEDICINA https://www.medicinanet.com.br/conteudos/reviso es/6852/neutropenia_febril.htm Questão 04 ___________________________________ No diagnóstico clínico de infecções fúngicas sistêmicas adquiridas na comunidade como histoplasmose, criptococose paracoccidioidomicose têm importância à exposição prévia a respectivamente: a) Papagaio,eucalipto, tatu. b) Galinha, cultivo de soja, gambá. c) Roedores, macaco, cana de açúcar. d) Morcego, pombo, cultivo de café. A histoplasmose, também conhecida como “doença das cavernas” e “doença de Darling” (Samuel Darling foi quem primeiro descreveu a doença), é uma infecção micótica sistêmica causada pela inalação de esporos microscópicos provenientes de um fungo dimórfico (cresce nas formas de bolor e levedura), saprófita do solo, o Histoplasma capsulatum. Esse micro-organismo se alimenta de matéria orgânica em decomposição, que retira dos excrementos de aves e morcegos que habitam grutas e cavernas, galinheiros e pombais, ocos de árvore, poleiros, telhados ou construções antigas, por exemplo. Importante deixar claro, porém, que a infecção pelo Histoplasma capsulatum não está restrita a grutas e cavernas. Agricultores, paisagistas, jardineiros, pessoas que trabalham na construção civil, com a criação de aves e o controle de pragas também estão expostos ao risco de serem infectados e desenvolver a doença. https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e- sintomas/histoplasmose-doenca-das-cavernas/ A criptococose, popularmente conhecida como doença do pombo, é uma doença infecciosa causada pelo fungo Cryptococcus neoformans, que pode ser encontrado principalmente nas fezes dos pombos, mas também em frutas, solos, cereais e árvores, por exemplo. https://www.tuasaude.com/criptococose/ Questão 05 ___________________________________ Com relação aos abcessos cerebrais, responda: a) Os abcessos cerebrais são infecções focais únicas ou múltiplas, que se iniciam com cerebrite e se desenvolvem formando uma coleção purulenta intracerebral, circundada por uma cápsula bem vascularizada. b) Resultam da proliferação de bactérias piogênicas, quase sempre na substância cinzenta cerebral ou cerebelar, constituindo uma cavidade neoformada preenchida por pus. Seu caráter expansivo, não tem importância na característica da doença. F - Essas lesões são resultados da proliferação de bactérias piogênicas, fungos ou outros parasitas, quase sempre na substância branca cerebral ou cerebelar, configurando uma cavidade preenchida por pus – seu caráter expansivo tem importância para a doença. c) As bactérias se originam por contiguidade derivado de otites, mastoidites crônicas e sinusite frontal. Por via hematogênica devidos a disseminação de um foco infeccioso no pulmão (bronquiectasias, abscesso pulmonar, empiema pleural); pele, osteomielites crônicas, endocardites bacterianas. Por via direta, pós- traumático por ferimentos por arma de fogo ou cirurgias contaminadas. F - Em relação a sítios contíguos como fonte primária de abscessos cerebrais,tem-se: otite média e mastoidite, sinusites, infecção dentária, trauma cranianopene t ran te , in f ecç ão pós - c i rú rg ica e ma is ra r amen te co mo comp l ic ação de meningites bacterianas. https://pt.scribd.com/doc/44181488/Neurologia- Abscessos-Cerebrais d) Caracteriza-se por síndrome de hipertensão intracraniana, febre, torpor e coma. A localização do abcesso não interfere na apresentação clínica. Podem ser agudos, geralmente fungicos, ou crônicos, como as bactérias. F - e) Os exames de imagem são valiosos auxiliares no diagnóstico (TC e RNM de crânio). O tratamento baseia-se em antibioticoterapia sistêmica e controle do edema cerebral. Abscesso cerebral é caracterizado por uma coleção purulenta no parênquima encefálico, resultado de uma infecção intracraniana ou extracraniana, bem como da invasão direta de microorganismos no cérebro decorrente de traumatismo crânio-encefálico ou de intervenções cirúrgicas. Podem ocorrer em indivíduos de qualquer idade, raça e sexo em uma freqüência de 1500 a 2 mil novos casos por ano. Dados estatísticos demonstram que até 8% de todas as lesões intracranianas que produzem efeito de massa são geradas por abscessos encefálicos, especificamente nos países em desenvolvimento, onde se encontra uma maior incidência de tratamentos inadequados de infecções. https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/6852/neutropenia_febril.htm https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/6852/neutropenia_febril.htm https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/histoplasmose-doenca-das-cavernas/ https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/histoplasmose-doenca-das-cavernas/ https://www.tuasaude.com/criptococose/ https://pt.scribd.com/doc/44181488/Neurologia-Abscessos-Cerebrais https://pt.scribd.com/doc/44181488/Neurologia-Abscessos-Cerebrais 7 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 5°P MEDICINA Os abscessos cerebrais são infecções focais únicas ou múltiplas, caracterizadas por uma coleção de exsudato circundada por uma cápsula altamente vascularizada. Sua progressão pode ser descrita em quatro estágios: 1. cerebrite inicial, caracterizada por centro necrótico e inflamação local ao redor da adventícia dos vasos sanguíneos; 2. cerebrite tardia, quando ocorre alteração histológica mais significativa; 3. encapsulação precoce, entre o décimo e o décimo quarto dia, marcado pela resolução da cerebrite e aumento progressivo de macrófagos e fibroblastos; 4. encapsulação tardia, após o décimo quarto dia, quando há um centro necrótico bem definido e uma cápsula de colágeno espessa. Essas lesões são resultados da proliferação de bactérias piogênicas, fungos ou outros parasitas, quase sempre na substância branca cerebral ou cerebelar, configurando uma cavidade preenchida por pus. A importância dos abscessos encefálicos está em seu caráter expansivo, potencializado por intenso edema vasogênico em sua volta, podendo ser precursor de herniações cerebrais. Os abscessos também podem romper para o interior dos ventrículos, levando ao empiema ventricular e meningite, situação de grave morbidade para o paciente com taxa de mortalidade de até 75%. Entretanto, os abscessos cerebrais não devem ser confundidos com empiemas (extradurais ou subdurais), que são coleções purulentas formadas em espaços preexistentes ao redor do parênquima cerebral. https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc= s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahU KEwj_uvmFxtL3AhUpkZUCHRhMAWkQFnoECA YQAQ&url=https%3A%2F%2Fwww.revistas.usp. br%2Frevistadc%2Farticle%2Fdownload%2F588 91%2F61870%2F75652&usg=AOvVaw3MDZp2S wTJskfA97zQUfb8 Questão 06 ___________________________________ G.F.M., é um menino de 2 anos e 5 meses de idade que apresenta febre alta de evolução aguda, queda importante do estado geral com vômitos. Ao exame clínico apresenta rigidez de nuca, FR= 52 ipm, FC = 120 bpm, perfusão regular, hipo-hidratado e com T.Ax.= 38,5°C. Foi feita uma punção lombar e o resultado demonstra: aspecto ligeiramente turvo, proteínas = 105 mg/dI, glicose de 35 mg/ dI. leucócitos 500/mm3, linfócitos 2%, monócitos 40% e neutrófilos 58%. Bacterioscopia=diplococosgram- negativos. Agora responda com base nesses dados: Quando indicado isolamento do paciente, este deve permanecer por: a) 48 horas após o início da antibioticoterapia. b) 5 dias após o início da antibiocoterapia. c) Até não apresentar mais febre. d) 24 horas após o início da antibioticoterapia. e) 7 dias após o início da antibioticoterapia. Meningite é um processo inflamatório do espaço subaracnóideo e das leptomeninges (pia- aracnóide), que envolvem o encéfalo e a medula espinal. Diagnóstico: Será considerado como suspeito de meningite todo paciente com síndrome febril com sinais neurológicos. No caso de doença meningocócica, também os pacientes com síndrome febril hemorrágica. Algumas complicações freqüentes são: trombose e necrose isquêmica do tecido cerebral ou abscessos (localizados classicamente na substância branca dos hemisférios cerebrais ou do cerebelo). O quadro clínico resume-se em: síndrome infecciosa (febre, anorexia, mal-estar geral, prostração, mialgia, estado toxêmico), lesões exantemáticas,lesões petequiais, lesões purpúricas, equimoses coalescentes e até sufusões hemorrágicas. A síndrome de hipertensão intracraniana é composta de cefaléia holocraniana (que geralmente não cede com analgésico comum), vômitos (geralmente incoercíveis, sem relação com a alimentação), alteração do nível de consciência (vai do torpor mental, obnubilação, coma superficial, podendo chegar até o coma profundo), sinais de estimulação simpática (taquicardia, palidez, hipertensão arterial, pulso fino e rápido, além de sudorese), edema de papila ao exame do fundo de olho (diminuição da acuidade visual e auditiva), convulsões generalizadas ou localizadas e sinais neurológicos localizatórios (paresia ou paralisia espástica). A síndrome do comprometimento meníngeo é composta de rigidez de nuca, decorrente da compressão do exsudato purulento sobre a emergência dos nervos raquidianos, opistótono (grau máximo de rigidez de nuca, mais contratura extensora máxima da musculatura dorsal). O hemograma apresenta-se com uma importante leucocitose, mas o diagnóstico principal é feito https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwj_uvmFxtL3AhUpkZUCHRhMAWkQFnoECAYQAQ&url=https%3A%2F%2Fwww.revistas.usp.br%2Frevistadc%2Farticle%2Fdownload%2F58891%2F61870%2F75652&usg=AOvVaw3MDZp2SwTJskfA97zQUfb8 https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwj_uvmFxtL3AhUpkZUCHRhMAWkQFnoECAYQAQ&url=https%3A%2F%2Fwww.revistas.usp.br%2Frevistadc%2Farticle%2Fdownload%2F58891%2F61870%2F75652&usg=AOvVaw3MDZp2SwTJskfA97zQUfb8 https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwj_uvmFxtL3AhUpkZUCHRhMAWkQFnoECAYQAQ&url=https%3A%2F%2Fwww.revistas.usp.br%2Frevistadc%2Farticle%2Fdownload%2F58891%2F61870%2F75652&usg=AOvVaw3MDZp2SwTJskfA97zQUfb8 https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwj_uvmFxtL3AhUpkZUCHRhMAWkQFnoECAYQAQ&url=https%3A%2F%2Fwww.revistas.usp.br%2Frevistadc%2Farticle%2Fdownload%2F58891%2F61870%2F75652&usg=AOvVaw3MDZp2SwTJskfA97zQUfb8 https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwj_uvmFxtL3AhUpkZUCHRhMAWkQFnoECAYQAQ&url=https%3A%2F%2Fwww.revistas.usp.br%2Frevistadc%2Farticle%2Fdownload%2F58891%2F61870%2F75652&usg=AOvVaw3MDZp2SwTJskfA97zQUfb8 https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwj_uvmFxtL3AhUpkZUCHRhMAWkQFnoECAYQAQ&url=https%3A%2F%2Fwww.revistas.usp.br%2Frevistadc%2Farticle%2Fdownload%2F58891%2F61870%2F75652&usg=AOvVaw3MDZp2SwTJskfA97zQUfb8 https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwj_uvmFxtL3AhUpkZUCHRhMAWkQFnoECAYQAQ&url=https%3A%2F%2Fwww.revistas.usp.br%2Frevistadc%2Farticle%2Fdownload%2F58891%2F61870%2F75652&usg=AOvVaw3MDZp2SwTJskfA97zQUfb8 8 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 5°P MEDICINA pelo líquor, através da punção lombar, que é realizada com pacientes em decúbito lateral, entre os espaços de L3-L4, L4-L5, L5-S1, sub-occipital ou ventricular (em crianças). O procedimento deve ser feito exclusivamente na Sala de Punção. São realizadas análises macroscópicas, bioquímicas, citológicas, bacteriológicas e micológicas no Laboratório de Bacteriologia. Lembrar sempre de coletar um mínimo de 1 ml (20 gotas de líquor. A realização de exames de imagem (tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética) é cabível apenas quando a resposta clínica à terapêutica é atípica, levando-se à suspeita de empiema ou abscesso cerebral. A hemocultura constitui outro meio importante para identificar o agente etiológico no caso de meningite de etiologia bacteriana. A escarificação das lesões petequiais para a realização da coloração de Gram é muito importante na doença meningocócica. O imunodiagnóstico pode ser feito através da contra-imunoeletroforese e pela aglutinação pelo látex (quando disponíveis). Pacientes com suspeita de meningoencefalite viral deverão se submeter a coleta de líquor a ser entregue à Gerência de Virologia (Núcleo de Arbovirologia e Doenças Emergentes) para encaminhamento do material para unidade de referência nacional. Tratamento: A antibioticoterapia para o tratamento das meningites é uma das raras situações em que sua instituição deve ser de urgência, tendo em vista a rápida evolução do quadro clínico, especialmente na doença meningocócica. Portanto, até o isolamento do agente etiológico, a terapia instituída deve ser empírica, com base em dados clínicos e epidemiologia do paciente. As meningites causadas por Mycobacterium tuberculosis e Criptococcus neoformans devem ser tratadas como recomendação dos demais capítulos específicos. EMPIEMA CEREBRAL: quando os pacientes evoluem para empiema cerebral, diagnóstico quase sempre realizado após realização de tomografia computadorizada de crânio, indicada pela ausência de resposta clínica ou melhora com piora subseqüente, o tratamento empírico deve ser feito com: oxacilina + metronidazol + ceftriaxona. ABSCESSOS CEREBRAIS: tratados com penicilina cristalina + metronidazol + ceftriaxona ou penicilina cristalina + cloranfenicol + ceftriaxona ou cloranfenicol + ceftriaxona. As alternativas para casos de resistência são: vancomicina + ceftriaxona ou cefotaxime ou uma cefalosporina de quarta geração (cefepima). http://www.fmt.am.gov.br/manual/meningite.htm Questão 07 ___________________________________ Menino de 3 anos de idade é trazido ao serviço de pronto atendimento porque nos 2 dias precedentes os pais vinham observando alterações no comportamento e febre. No dia anterior, alguns episódios de vômito e, duas horas antes, uma crise com características http://www.fmt.am.gov.br/manual/meningite.htm 9 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 5°P MEDICINA focais que foram clonias predominantes nos membros direitos, de 20 minutos de duração, com a persistência de hemiparesia deste lado. Ao exame físico, estava letárgico e havia dúvidas com relação à presença de discretos sinais meníngeos. Uma tomografia mostrou apagamento dos sulcos na região frontotemporal esquerda. Foi submetido à punção lombar, que mostrou 60 leucócitos/mm3; 85% de linfócitos; 200 hemácias/mm3; 40 mg/dl de proteinorraquia e 100 mg/dl de glicorraquia (glicemia de 120 mg/dl). Uma ressonância magnética de crânio mostrou anormalidades do sinal nos lobos temporal e frontal esquerdos, especialmente da ínsula, com algum envolvimento dos gânglios basais deste lado. Assinale a alternativa CORRETA, que apresenta a opção terapêutica mais apropriada: a) Ceftriaxona. b) Dexametasona. c) Heparina. d) Aciclovir. e) Isoniazida, rifampicina, pirazinamida. Crianças com mais de 2 meses de idade: O tratamento empírico de meningites bacterianas em crianças com mais de 2 meses de idade deve ser iniciado com uma cefalosporina de terceira geração – ceftriaxona ou cefotaxima. O esquema empírico clássico utilizando a associação de ampicilina e cloranfenicol só se justifica se houver indisponibilidade das drogas previamente citadas. Nos casos de pacientes com história de anafilaxia aos antibióticos B-lactâmicos, pode-se usar o cloranfenicol no tratamento empírico inicial. Assim que se obtiver o resultado da cultura, o esquema antibiótico deve ser reavaliado e direcionado para o agente (quadro 3). Questão 08 ___________________________________ Menino, 7 anos, em uso regular de antirretrovirais por Aids, interna em estado pós-convulsivo. Família refere que a criança iniciou com febre alta há 24 horas e alteração de consciência há 2 horas. Ao exame, está febril, torporoso e com sinais de irritação meníngea. CD4 > 500 células/mm3 e carga viral indetectável. Liquor: 2.300 células/mm3 (com predomínio de neutrófilos), proteínas 500 mg/dI, glicorraquia < 20 mg/dl. Qual o diagnóstico mais provável? a) Meningite bacteriana. b) Meningoencefaliteviral. c) Meningite tuberculosa. d) Meningoencefalite fúngica. e) Abscesso cerebral. Questão 09 ___________________________________ Lactente, 2 meses, foi encaminhado ao serviço de emergência com exame clínico e exames complementares que confirmaram o diagnóstico de meningite. O liquor apresentava-se purulento com aumento de leucócitos acima de 1000/mm3, proteinorraquia, e bacterioscopia negativa. Considerando os patógenos mais frequentes para a faixa etária, indica-se como tratamento empírico inicial: a) Ceftriaxona b) Ampicilina e gentamicina não atravessam bem a barreira hematocefálica. c) Aciclovir d) Ceftazidima e gentamicina Questão 10 ___________________________________ Constitui uma alteração característica do liquor na meningite viral: a) concentração de glicose elevada. F – glicose normal b) pleocitose com predomínio de polimorfonucleares. F - as meningites virais cursam com pleocitose à custa de células mononucleares, porém atenção: numa fase inicial (até 24h iniciais), uma pleocitose neutrofílica pode estar presente. https://www.sbcm.org.br/revistas/HTML/RBCM_v 10_n1/conteudo.php?artigo=08 https://www.sbcm.org.br/revistas/HTML/RBCM_v10_n1/conteudo.php?artigo=08 https://www.sbcm.org.br/revistas/HTML/RBCM_v10_n1/conteudo.php?artigo=08 10 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 5°P MEDICINA c) pleocitose linfocitária com concentração de glicose normal. d) concentração de glicose baixa. F – a concentração é normal. e) coloração de Gram- positiva.. F – isso é característica de meningite fúngica O aumento do número de leucócitos é denominado pleocitose e está relacionado à vigência de um processo inflamatório liquórico. MENINGOENCEFALITE: Infecção do sistema nervoso central que pode acometer: • Meninges (meningite) • Parênquima encefálico (encefalite) FISIOPATOLOGIA: • Precedida por colonização das vias aéreas pelo agente infeccioso • Disseminação hematogenica ou contiguidade • Inflamação intensa • Aumento da permeabilidade capilar • Alteração da permeabilidade da barreira hematoencefalica • Edema cerebral • Extravasamento de proteínas e leucócitos para o liquor AGENTES: Viral: • Echovirus, coxsackie, caxumba, herpes, CMV, EBV, Varicela zoster Bacteriana: • Meningococo • Pneumococo • Listeria • RN até 1 mês: Enterococo do grupo B, E. coli, bacilos gram-negativos, listeria • Criança: Meningococo, pneumococo, Haemophilus influenzae • Adultos: Meningococo e pneumococo • Idosos: Neisseria meningitidis, S. pneumoniae e Listeria sp • Hospitalar: S. aureus, bacilos gram-negativos multirresistentes CLÍNICA: Tríade clássica: 1. FEBRE 2. CEFALEIA 3. RIGIDEZ DE NUCA Rebaixamento do nível de consciência Não afeta função cortical: afasia convulsão e hemiparesia Sinais de irritação meníngea: • Rigidez de nuca • Sinal de Kerning • Sinal de Brudzinski • A ausência desses sinais não deve ser usadas para descartar meningite SÍNDROME DE HIPERTENSÃO INTRACRANIANA: 1. Cefaleia 2. Náusea 3. Vômitos em jato Não contraindica punção lombar • Doença meningocócica: • Casos graves de evolução rápida • Rash cutâneo • Petequeias • Equimoses • Hipotensão • Sinal de insuficiência adrenal MENINGITE VIRAL: • Quadro semelhante ao de meningite bacteriana • Sinais e sintomas menos proeminentes • Curso benigno e autolimitado • Resolve em 2 semanas DIAGNÓSTICO: 11 Laís Flauzino | ATIVIDADE INTEGRADORA | 5°P MEDICINA • HC, ureia, creatinina, eletrólitos, glicose, coagulograma, PCR e VHS • Hemocultura TC/RM: • Se risco de hipertensão intracraniana grave: • Imunossupressão • Rebaixamento do nível de consciência • Sinal de localização • Convulsão • Papiledema PUNÇÃO LIQUÓRICA: • Citologia • Bioquímica • Exame direto • Cultura e detecção de antígenos bacterianos • Entre L3 e L4 ou L4 e L5 • Única contraindicação absoluta e a infecção no sitio de punção • TC antes se: • Convulsão, papiledema, déficit focal imunodeprimidos, diminuição grave da consciência • Ver se tem lesão provocando efeito de massa desviando o hemisfério • Herniação • Repunção: • Sem melhora após 48 horas de ATB • Pneumococica após 24-36 horas LIQUOR: Líquor normal: Não tem células Glicose é 2/3 da glicemia Água de rocha Líquor: Meningite viral Aumenta linfomononuclear Glicose normal Enterovírus, caxumba, epsteinbar, CMV, HIV Líquor Meningite bacteriana: Celularidade: • Leucocitos > 100/mm3 • Predominio de polimorfonucleares ( Neutrofilos, basófilos, eosinófilos) Glicose: • Hipoglicorraquia < 45 mg/dl Proteínas: • Hiperproteinorraquia >500 mg/dl • Cultura positiva em 80-90% dos casos Exame direto- Gram: • Diplococo gram-negativo: • Meningococo • Diplococo gram-positivo: • Pneumococo • Bacilo gram-positivo: • Listeria • Cocos em cahos gram-positivos: • Estafilococos TRATAMENTO: • Isolar por até 24 horas após inicio do tratamento. • Notificar casos suspeitos • Ceftriaxona - 2g EV de 12/12 h por 14 dias Nos extremos de idade e imunossuprimidos: • Associar ampicilina para cobrir Listeria - 2 g EV de 4/4 horas Risco de pneumococo resistente: • associar vancomicina Iniciar 15 a 30 min antes ou durante a primeira dose do antimicrobiano: • Corticoide: • Reduz inflamação no SNC, reduz sequela e morte • Dexametasona 0,15 mg/kg EV de 6/6 horas por 48 horas PROFILAXIA DOS CONTACTANTES: • Rifampicina - 10 mg/kg/dose ( max: 600mg) VO de 12/12 h 2 dias • Meningococica: • Para todos contactantes íntimos: • Família • Pessoas do convívio diário • Creche • Escola e trabalho • Profissionais de saúde • Haemofilo: • Todos contactantes íntimos • Desde que haja uma criança < 5 anos não vacinada ou imunocomprometidos • Para o paciente na alta hospitalar
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