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F R E N T E 3 337 Teorema das cevianas Em um triângulo, quando três cevianas se interceptam no mesmo ponto, elas dividem os lados do triângulo em razões cujo produto é unitário C R Q BA P AP PB BQ QC CR RA ⋅ ⋅ = 1 Esse teorema foi provado, em 1678, pelo geômetra e engenheiro italiano Giovanni Ceva (1646-1734) – daí o termo “ceviana”, criado em homenagem a ele. Por isso, o teorema também é conhecido como teorema de Ceva. Demonstração: Consideremos que, se dois triângulos têm a mesma altura, então suas áreas são diretamente proporcionais aos comprimentos de suas bases. C R Q BA P S Sendo S o ponto de interseção das cevianas e indi cando entre colchetes as áreas dos triângulos, da figura, podemos extrair as seguintes proporções: AP PB APC BPC APS BPS APC APS BPC BPS ASC BSC • = = = − = BQ QC BQA CQA BQS CQS BQA BQS CQA CQS ASB ASC • = = = − = CR RA CRB ARB CRS ARS CRB CRS ARB ARS BSC ASB • = = = − = Multiplicando essas razões, obtemos: AP PB BQ QC CR RA ASC BSC ASB ASC BSC ASB AP PB BQ QC C ⋅ ⋅ = [ ] [ ] ⋅ [ ] [ ] ⋅ [ ] [ ] ⋅ ⋅ RR RA 1= Exercício resolvido 15 Em um triângulo ABC, de base AB = 6, M é o ponto médio do lado AC e o ponto D divide o lado BC de modo que CD = 3 ⋅ BD. Além disso, os segmentos AD e BM se interceptam no ponto F, e a reta CF � intercep- ta o lado AB no ponto E. Determine o comprimento do segmento AE. Resolução: Sendo AM = a, como M é ponto médio de AC, então CM = AM = a Se BD = b, logo CD = 3 ⋅ BD = 3b E, sendo AE = x, temos EB = 6 x Uma gura de acordo com o enunciado pode ser: E M CB D F a x A 6–x 3bb a Pelo teorema das cevianas, obtemos: AE EB BD DC CM MA 1 x 6 x b 3b a a 1⋅ ⋅ = ⇔ ⋅ ⋅ = Simplicando as frações expressas por a e b, encon- tramos: x 6 x 1 3 1 x 3 6 x 1 x 3 6 x x 18 3x 4x 18 x 9 2 − ⋅ = ⇔ −( ) = ⇒ = ( ) ⇒ ⇒ = ⇒ = ⇒ = Portanto, AE 9 2 4,5= = . Teorema de Menelaus Se três retas determinam um triângulo ABC e uma quar ta reta intercepta as retas AB � , BC � e AC � , respectivamente, nos pontos D, E e F, então: AD BD BE CE CF AF ⋅ ⋅ = 1 CB D F E A Esse teorema foi demonstrado pelo geômetra e astrô- nomo Menelaus de Alexandria, por volta do século II d.C. Demonstração: Traçando pelo ponto B uma paralela à retaDE � , obtemos o ponto P no prolongamento do lado AC do triângulo: C P B D F E A MATEMÁTICA Capítulo 4 Teorema dos senos e dos cossenos338 Aplicando o teorema de Tales nas transversais AB � e AP � , encontramos: P B D F A AD BD AF FP AD BD FP AF 1= ⇔ ⋅ = Aplicando o teorema de Tales nas transversais FP � e BE � , temos: C P B F E CF FP CE BE CF FP BE CE 1= ⇔ ⋅ = Multiplicando as equações obtidas, encontramos: AD BD FP AF CF FP BE CE 1 1⋅ ⋅ ⋅ = ⋅ Cancelando FP e reordenando as frações, obtemos: AD BD BE CE CF AF 1⋅ ⋅ = Exercício resolvido 16 Em um triângulo equilátero ABC de lados medindo 12 cm, P é um ponto do lado AB tal que AP = 4 cm e Q é um ponto do lado AC. Sabendo que o ponto R, de intersecção das retas PQ � e BC � , é tal que BR = 9 cm, determine o comprimento do segmento AQ. Resolução: Sendo AQ = x, uma gura de acordo com o enunciado é: R P Q C12 12 X B9 8 4 A x Pelo teorema de Menelaus, temos: AP BP BR CR CQ AQ 1 4 8 9 9 12 12 x x 1⋅ ⋅ = ⇔ ⋅ +( ) ⋅ ( ) = Fazendo as simplicações possíveis, encontramos: 1 2 3 7 12 x x 1⋅ ⋅ −( ) = Resolvendo a equação, obtemos: 1 2 3 7 12 x x 3 12 x 14x 1 14x 36 3x 17x 36 x 36 17 ⋅ ⋅ −( ) = ⇔ −( ) = ⇒ ⇒ = − ⇒ = ⇒ = 1 Revisando 1 O ponteiro das horas de um relógio de parede mede 21 cm, e o ponteiro dos minutos mede 32 cm. Em dado instante, após o meio-dia, esses ponteiros formam um ângulo obtuso, como mostra a figura a seguir: 12 6 9 10 2 8 4 111 57 3 Se, nesse momento, a distância entre as extremidades dos dois ponteiros for expressa, em centímetros, por um número múltiplo de 5, então o maior valor possível para essa distância é: A 35 cm b 40 cm. C 45 cm D 50 cm E 55 cm. F R E N T E 3 339 2 A Geometria Plana é, desde seu princípio, a ciência de se medir a Terra. Atualmente, o profissional que coleta essas medidas é chamado de topógrafo. Leia as duas situações a seguir e resolva-as. Situação 1: Um topógrafo quer determinar a distância entre os pontos A e B situados em lados opostos de um rio, como ilustra a figura a seguir (fora de escala): 75° 45° B A P Para isso, ele verifica que o ângulo APB mede 45°, que a distância entre A e P é de 24,5 m e que o ângulo PAB mede 75°. Sabendo que 24,5 é um valor próximo de 10 6 e que os lados de um triângulo são diretamente proporcionais aos valores dos senos de seus ângulos opostos, ajude o topógrafo a calcular a distância de A até B. Situação 2: Outro topógrafo quer determinar a distância entre os pontos A e B, mas não pode percorrê-la, pois entre esses pontos há um morro muito alto, como ilustra a figura seguinte (fora de escala): 800 m 500 m B A P Para isso, ele verifica que a distância entre os pontos P e A é de 500 m, que o ângulo APB mede 60° e que a distância entre os pontos P e B é de 800 m Usando o teorema dos cossenos, ajude o topógrafo a calcular a distância entre os pontos A e B 3 Na figura, o triângulo ABC está inscrito em uma circun- ferência de centro O e raio 25 cm. O CB A H Sabendo que AB = 35 cm e AC = 40 cm, determine a medida da altura AH desse triângulo. 4 Uece 2016 A medida do cosseno do maior dos ângu- los internos do triângulo cujas medidas dos lados são respectivamente 8 m, 10 m e 15 m é igual a A –0,38125. b –0,42112. C –0,43713. D –0,46812.