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Como ser um autodidata

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Como tornar-se um autodidata
Agostinho Rosa
-2-
Como tornar-se um autodidata.
© Agostinho Rosa da Silva
Todos os direitos reservados.
Trabalho depositado na Biblioteca Nacional.
Versão 1.1 - 12/02/2.001
A versão mais recente deste documento pode ser obtida no site
www.agostinhorosa.com.br
Citação bibliográfica:
Silva, Agostinho Rosa. Como tornar-se um autodidata. [on-line]
 12/02/2.001. Disponível em http://www.agostinhorosa.com.br.
 Capturado em __/__/___.
-3-
Introdução
A Internet coloca potencialmente à disposição de quem estiver conectado praticamente
todo o saber humano. São dados, fatos, informações, enfim, conhecimento, num volume tal
que torna impossível assimilá-lo no decorrer de toda uma existência. É possível encontrar,
em questão de segundos, informação sobre qualquer campo de interesse do ser humano.
Mas essa potencialidade precisa ser usufruída. Isso não é necessariamente uma tarefa fácil
ou automática. Exige muito de sensibilidade, um conhecimento técnico básico, disposição
para o aprendizado e um mínimo de disciplina. Características básicas de um autodidata. 
Por quê ser autodidata?
Quais as vantagens de ser um autodidata? Soberania e independência. Pode parecer
estranho à primeira vista, mas o saber conseguido por seus próprios meios traz algo muito
além da capacitação usualmente adquirida com esse saber. A parte mais valiosa do processo
do auto-aprendizado é o regozijo em se conseguir o próprio saber, em conviver com ele.
Sem se depender de outros, de sustentação externa e, principalmente, sem a influência,
algumas vezes maléfica, que os guias podem trazer. Quem não detesta uma disciplina em
razão de traumas causados por um mal professor? Isso representa um prejuízo sem
tamanho para o estudioso: a disciplina não é ruim por si, e nem o mundo deixará de exigir
seu domínio simplesmente por ter tido o estudante a infelicidade de sofrer a má influência
de um amargurado qualquer. 
-4-
Isso não é algo teórico nem difícil de se conseguir. Digamos que você queira aprender a
fazer páginas para a Internet. Feche os olhos e pense: "Eu vou aprender a fazer páginas
para Internet. Vou procurar informações por minha própria conta. Se necessário eu compro
um livro ou peço ajuda a alguém. Mas vou aprender." 
Esqueça de pensamentos do tipo 
"- É difícil.", ou 
"- Alguém irá me ensinar". 
Fechou os olhos? Pensou? Parece-lhe difícil? Então voltemos ao modo tradicional de
aprender. Quem seria seu melhor professor? Em algum lugar ele existe! Vamos construir
seu perfil, que isso facilitará a tarefa de encontrá-lo. Como seria ele? 
1. Alguém que soubesse exatamente o que você quer aprender; 
2. alguém que entendesse seu jeito de ser; 
3. alguém que entendesse seu ritmo de aprendizado e o aceitasse; 
4. alguém que seja capaz o suficiente; 
5. alguém que não o pressione além dos seus limites; 
6. alguém que não pare de lhe ensinar simplesmente porque acabou o período das
aulas; 
7. alguém que esteja sempre disponível no horário de que você dispõe;
8. alguém que se interesse pelo tema tanto quanto você. 
-5-
E por aí você pode prosseguir com suas próprias exigências. Feche os olhos novamente
e pense um pouco. Onde encontrar tal mestre? Quem poderia ser essa pessoa? 
Sem lhe conhecer pessoalmente, eu já tenho a resposta. Provavelmente você também
já tenha. Você mesmo! Claro, quem seria tão dedicado a lhe ensinar a não ser você mesmo?
Naturalmente que existem, pelo mundo afora, milhares de professores abnegados que se
alimentam do prazer de ensinar aos outros. Dedicação, abnegação, doação são valores
menos raros do que podemos à primeira vista imaginar. E é por isso mesmo que a Internet
é o paraíso dos autodidatas. Como há milhares de pessoas assim abnegadas e dedicadas, é
fácil encontrar explicações para a grande maioria das dúvidas que se possa ter sobre
qualquer assunto. 
Mas agora há a diferença crucial: você irá em busca do conhecimento. Ativamente.
Com total disposição. Desfrutando da disponibilidade de pessoas ao redor do mundo
dispostas a ensinar. Mas a escolha é sua. Seu professor é você mesmo. O ritmo é o seu. O
avaliador é você. Não pode haver melhor escola. 
O quê é necessário?
A grande maioria das pessoas têm as ferramentas necessárias para se tornar um
autodidata. Apenas algumas as desenvolvem naturalmente e fazem uso delas. As demais se
dividem em dois grupos: os que se rendem à necessidade do saber e vão para escolas, nem
sempre boas e que, invariavelmente, deixam aquela sensação de "o curso não foi tão bom
-6-
assim..."; e um outro grupo que sucumbe à ignorância e se torna dependente de quem
detém o conhecimento. Não há época ou idade para se desenvolver ou utilizar essas
ferramentas. É uma questão de necessidade mas, principalmente, de amadurecimento. As
ferramentas necessárias a um autodidata são: 
! Curiosidade ou Necessidade 
! Ambição
! Disciplina 
! Postura 
Curiosidade ou Necessidade
Se a necessidade é a mãe da invenção, a curiosidade é a fonte do saber. 
Com a aceleração do progresso técnico a partir do início do século XX, os objetos mais
usuais do dia-a-dia passaram a incorporar detalhes de construção que fogem ao
entendimento do cidadão comum. Essa falta de entendimento não é necessária nem
baseada em qualquer regra. Apenas, as pessoas não têm tempo, necessidade ou curiosidade
em tal entendimento. Mas ele é possível. Qualquer pessoa, independentemente de sua
formação, ou mesmo da falta dela, pode entender com detalhes como funciona um
computador, um microscópio eletrônico, uma turbina de avião, o arranjo genético humano
ou o que quer que seja. Para isso, em primeiro lugar, é necessário que se tenha
curiosidade ou necessidade. 
-7-
A necessidade é, geralmente, facilitadora, uma vez que sua existência pressupõe uma
certa proximidade do interessado com o tema, com a conseqüente disponibilidade de
ferramentas adequadas a que se adquira o saber ou, pelo menos, com uma forte noção de
“por onde começar”.
A curiosidade é um tanto romântica e está mais diretamente associada aos
autodidatas, assim como estão a criatividade e inventividade. Ela dispensa justificativas e é
virtualmente ilimitada. A cada objetivo alcançado, vislumbram-se incontáveis outros. 
Como a curiosidade é algo inato, basta exercitá-la. 
Ambição
A ambição é quase sempre identificada com valores negativos. Na maioria das vezes,
trata-se mais de preconceito do que do valor semântico do termo. O Dicionário Aurélio
(Edição 1.999), por exemplo, traz quatro definições para a palavra ambição, das quais
apenas uma realça algo normalmente tido como negativo, embora mesmo nesse caso haja
controvérsias. Vamos nos concentrar no que é positivo:
• Desejo ardente de alcançar um objetivo de ordem superior; aspiração, anelo.
• Aspiração relativamente ao futuro.
• Desejo intenso.
-8-
O verdadeiro estudioso tem todos esses valores, voltados ao que é mais nobre e
elevado na sociedade atual: o conhecimento humano como forma possibilitadora de ações
que resultem em bem estar geral, e como forma de elevação espiritual.
Disciplina
A disciplina é uma daquelas qualidades que desenvolvemos para atender aos
interesses dos outros ou da coletividade, mas que dificilmente revertemos em benefício
individual. A maioria das pessoas convive em paz com exigências do dia-a-dia que cobram
uma disciplina quase militar. São horários de ônibus, horários no trabalho, ficar em filas no
supermercado e no banco, comportar-se em silêncio em determinados ambientes. Enfim, há
uma infinidade de situações que exigem disciplina para que possamos conviver em
sociedade. Sabemos que a disciplina assim estabelecida, sem exageros e sem tolher a
liberdade, é adequada, necessária e produz bons resultados para todos. Ou seja, a disciplina
em uma boa ferramenta em várias situações. 
Mas parece que o autoritarismo que permeia váriassociedades, a brasileira em
particular, transforma a disciplina em algo que deve ser sempre imposto e que exige um
bedel para implantar e manter.
-9-
O uso da disciplina em benefício próprio é algo que requer alguma prática, mas é
essencial a quem busca o conhecimento. O autodidata deve se impor objetivos (o que
aprender, com que profundidade), estabelecer táticas para atingir seu objetivo (onde, como
e o que pesquisar) e se propor prazos. O melhor tipo de prazo é aquele que estabelece ritmo
para o estudo: uma hora por dia, por exemplo. Mas pode-se também estabelecer prazos
finais para se atingir os objetivos, dedicando-se o tempo que se julgar necessário a cada
dia. A imposição desse tipo de prazo não é recomendável, principalmente por ser
estressante, devendo ser deixada para situações que a exijam (prazos de entrega de
trabalhos na escola, por exemplo).
A disciplina deve ser bem exercida quando parecer difícil encontrar a informação
pesquisada. É natural que, durante uma pesquisa, o estudante se depare com um sem
número de fontes que não atendem exatamente às suas necessidades. Desistir, nesses
momentos, é uma tentação difícil de se vencer. Mas é necessário que se mantenha os olhos
fixos no objetivo inicial (aprender) e se passe para próxima fonte, e para a próxima, e assim
por diante. Isso é disciplina. E usada em seu próprio benefício.
Postura
A postura é o principal atributo de todo autodidata. Não se trata de se sentar
corretamente frente ao computador, embora isso seja importante. Trata-se aqui da postura
no sentido da maneira de se pensar e agir, da atitute. Trata-se, pois, de uma atitude correta
perante o saber. A postura usual trata o aprendizado como uma aquisição: senta-se em um
banco escolar, ouve-se um detentor do saber, repete-se as lições através de algumas
-10-
leituras, num processo erroneamente chamado de "estudo" e pronto: adquiriu-se o saber.
Esse é o processo normal da maioria dos cursos escolares, em todos os níveis. Não é de se
espantar a quantidade de maus profissionais existentes no mundo. Esse processo de
"aprendizado" consiste em várias etapas, todas necessárias, válidas e importantes. Mas não
suficientes. Vejamos estas etapas. 
O conhecimento está CODIFICADO, normalmente na forma de livros ou, em alguns
casos, na forma de discurso do orador. O aluno então decodifica-o através da leitura ou
assistindo a uma aula. Esse conhecimento está então ARMAZENADO em livros, bibliotecas
ou na experiência de alguém. Como algo armazenado, ele deve então FLUIR do sábio para o
inculto. RECUPERAR esse conhecimento é o processo, nem sempre passivo, de se adquirir o
conhecimento. TRANSFORMAR o conhecimento acumulado é outra tarefa possível e
desejável e mesmo necessária para o desenvolvimento humano. Essa transformação, em
nossa época, utiliza um método, conhecido como científico. Isso significa que o
conhecimento válido, aceito por todos, obedece aos trâmites da Ciência, em termos de
experimentação, demonstração, prova e reprodutibilidade. 
Esta é a parte "normal" do conhecer. E, infelizmente, a única face que a maioria dos
estudantes conhece ou é dada a conhecer. O saber assim descrito é válido, é culto. E é
responsável pela maioria do progresso técnico de nossa época. Mas é como uma casa sem
crianças. Não tem viço. É desprovido de criatividade, é mecânico, finito e sem graça. Os
estudiosos da epistemologia (o estudo do conhecimento) chamam aqueles ítens de
"capacidades cognitivas de ordem inferior". Como contrapartida, existem as capacidades
-11-
superiores. São capacidades que permitem ao sujeito PLANEJAR, ATIVAR, MONITORAR,
AVALIAR e MODIFICAR o processo de conhecimento. Não se trata mais de conhecer e aplicar
determinado método, mas de construir outro método. É a diferença em se usar uma
máquina e se construir uma máquina melhor. Essa é a postura necessária. É a forma de se
encarar o conhecimento. Nada é dado, tudo é questionável. A minha ignorância não é um
dado. Se alguém sabe eu também posso saber. Eu sou capaz de saber. E eu posso saber
mais. E posso mesmo descobrir que o que se sabe está errado e deve ser descartado. E o
que o professor diz é questionável. Aquilo é ou é apenas o entendimento ou a interpretação
dada pelo professor? 
A todas estas dúvidas, responde o autodidata: "Eu sou capaz de entender, vou
entender." Copiar o que os outros fazem não é algo adequado. O autodidata normalmente
volta à pergunta original que lhe fez despertar o interesse pela questão e apreende o todo
segundo sua necessidade, seu próprio método e pela sua própria satisfação. Isso é
soberania. 
Técnicas e dicas de estudo
Se você chegou até este ponto do artigo, provavelmente possui as características acima
discutidas ou, pelo menos, parece bastante interessado em adquirí-las. Isso já o habilita a
se tornar um verdadeiro autodidata. 
-12-
Determinado a aprender, você logo descobrirá que algumas formas de aprendizado
produzem melhores resultados. Abaixo seguem algumas técnicas baseadas em experiência
pessoal. Teste-as, desenvolvendo cada uma, adaptando a suas necessidades ou mesmo
descartando as que se mostrarem inadequadas.
T Separe duas folhas para anotações. Caso você prefira trabalhar sempre no
computador, crie dois arquivos. No primeiro arquivo, ou na primeira folha, anote
seus objetivos, e os passos que for dando para alcancá-los. No segundo arquivo, ou
na segunda folha, anote idéias e outros assuntos de interesse que forem surgindo ao
longo da pesquisa. Mas não se desvie dos objetivos. Quando o objetivo inicial for
alcançado, releia a folha de idéias, transformando as de maior interesse em
objetivos específicos e reiniciando o processo, um objetivo de cada vez.
T À medida em que o conhecimento do tema for aumentando, faça uma lista de passos
a serem dados até o objetivo final. Vá do mais genérico para o mais específico, ou do
mais fácil para o mais difícil. Por exemplo, para entender o funcionamento de um
“chip” comece por entender como funciona um transístor. Para entender o défice
público, comece entendendo como funcionam os bancos, o papel do Banco Central
etc.. Para temas totalmente novos, índices de livros e ementas de disciplinas em
escolas e universidades são bons começos.
T Colecione toda a informação coletada sobre um determinado assunto. Salve as
páginas da Internet em seu computador e tire cópias de materiais escritos
consultados. Desta forma será possível reler o material, o que ajudará na fixação.
-13-
T Para se certificar de que realmente aprendeu, procure explicar o tema para alguém.
Na falta de alguém interessado, utilize um gravador.
A Internet
A Internet é um campo fértil para o autodidata tanto pela multitude de informações
quanto pela variedade de opiniões encontradas. É como se o aluno tivesse ao seu dispor
centenas ou milhares de professores. Isso aguça o senso crítico e acelera o
autodesenvolvimento. Mas, se não satisfeito com as posturas encontradas, há o "universo" à
disposição. 
Apenas não se esqueça de, após aprender algo, por pouco que possa lhe parecer, dividir
com os outros. Dê aos demais sua opinião. Não fique em silêncio. Afinal, você terá
aprendido por outros terem soltado a voz. Será então sua vez. Todos queremos ouvir; sua
opinião é muito importante.

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