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10 08 (Filosofia e Sociologia - Caderno 5)

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Prof. Maria Helena 
Filosofia & Sociologia 
 
Página 1 de 23 
Filosofia – Caderno 5 
 
SEMANA 1: Hegel, Schopenhauer e Nietzsche 
 
1. HEGEL (1770 – 1831) 
 
Georg Hegel nasceu em Stuttgart, na Alemanha. Estudou 
teologia e atuou muitos anos como preceptor. Estabeleceu-
se como professor na Universidade de Jena, onde produziu 
a sua mais importante obra: Fenomenologia do Espírito 
(1807), mas foi forçado a deixar a cidade quando ela foi 
invadida pelas tropas de Napoleão. Trabalhou como editor, 
professor e, mais tarde, nas importantes Universidades de 
Heidelberg e de Berlim. 
 
“Hegel foi o filósofo mais famoso na Alemanha na primeira 
metade do século XIX. Sua ideia central era a de que todos 
os fenômenos, da consciência às instituições políticas, são 
aspectos de um único espírito (mente ou ideia) que ao longo 
do tempo reintegra esses aspectos em si mesmo. Esse 
processo de reintegração é o que Hegel chama de dialética: 
um processo que nós (enquanto aspectos do espírito) 
entendemos como história.” (O Livro da Filosofia – Ed. 
Globo, 2011) 
 
Crítica à Kant: como podemos criticar e estabelecer os 
limites da razão usando a própria razão? 
 
A realidade possui um movimento dialético. A realidade é 
dinâmica e, em seu movimento, apresenta momentos que 
se contradizem sem, no entanto, perder a unidade do 
processo. A realidade é, portanto, um contínuo DEVIR, no 
qual um momento prepara para o outro, mas, para que esse 
outro momento possa acontecer, o anterior tem que ser 
negado. 
 
Dialética: 
 
TESE ANTÍTESE SÍNTESE 
 
Sistema dialético hegeliano: o caminhar do espírito 
(consciência) em busca do absoluto. A busca da infinitude 
a partir da consciência finita. O caminho é feito de verdades 
parciais que vão sendo reunidas até que se chegue a uma 
verdade totalizadora que as engloba. Cada tese e cada 
antítese foram verdadeiras, mas parciais, foram momentos 
necessários para a razão conhecer-se cada vez mais. 
 
A razão é histórica e o real é obra histórica da razão. 
 
O processo histórico tem uma lógica racional. Todas as 
coisas e eventos, mesmo os piores, possuem um sentido 
dentro do processo histórico, pois compõem o plano 
racional que é a realidade. 
 
A formação da consciência vai depender do contexto 
histórico em que está inserida. É na ação que a consciência 
adquire compreensão do objeto. 
 
A Filosofia é: “sua época apreendida pelo pensamento”. 
 
 
 
2. SCHOPENHAUER (1788 – 1860) 
 
Arthur Schopenhauer descende de uma família rica e 
cosmopolita em Danzing (atualmente Polônia), que 
posteriormente transfere-se para Hamburgo. Esperava-se 
que Arthur se tornasse um notório comerciante, como seu 
pai. Após o falecimento de seu pai, possivelmente em 
decorrência de um suicídio, Schopenhauer resolve 
abandonar o comércio e inicia seus estudos de Filosofia. 
Mantém uma relação problemática com a mãe ao longo de 
toda a vida, frequentemente culpando-a pela morte do pai. 
Torna-se professor na Universidade de Berlim e vive seus 
últimos anos em isolamento, apenas com a companhia de 
seus cachorros, na cidade de Frankfurt. 
 
Schopenhauer foi influenciado pelas ideias de Kant, 
particularmente em relação à sua concepção 
fenomenológica. Isso significa que, para ele, o mundo não 
passa de uma REPRESENTAÇÃO, em que temos de um 
lado o objeto definido pelo tempo e espaço e de outro a 
consciência subjetiva, essencial para que o mundo exista. 
O que percebemos do mundo não transcende os limites do 
próprio campo de visão subjetivo. Nossa subjetividade é 
muito mais ampla e contundente do que nossa 
racionalidade, uma vez que somos movidos por uma força 
maior, que rege toda a natureza, a qual o filósofo chama de 
VONTADE. 
 
A vontade – querer irracional e inconsciente – é a força que 
movimenta as ações humanas. O homem, egoísta, vive a 
ilusão de que é o centro de tudo. A vontade manifesta-se 
na forma de nossos desejos mais básicos, induzindo-nos a 
viver em constante desapontamento e frustação na 
tentativa de aliviar tais anseios. O indivíduo busca sua 
própria conservação e satisfação das necessidades físicas 
e psicológicas e concebe o mundo sempre a partir de si 
mesmo. Alteram-se momentos de dor e frustação a 
momentos de tédio, numa dinâmica que tem como 
substrato maior a insatisfação e o sofrimento. 
 
O ser é o próprio desejo. Por isso, o sofrimento é o substrato 
de toda a vida. Desejo é sofrimento, pois nasce de uma 
falta. O prazer é apenas uma supressão momentânea da 
dor. O “pessimismo” de Schopenhauer nasce dessa visão 
do sofrimento como parte da natureza humana. 
 
Crítica a Hegel: não há um princípio de racionalidade 
organizando, regendo o mundo físico. A realidade não é um 
plano racional dotado de sentido, mas fruto de uma Vontade 
irracional e sem propósito. As coisas apenas buscam se 
preservar e, por isso, muitas vezes se põem em conflito. 
 
A moral da sociedade é apenas uma repressão do desejo 
e, diferente de Kant, não resulta de uma concepção racional 
acerca do bem. Somente por meio da experiência de 
compaixão o indivíduo pode superar o seu egocentrismo, 
uma vez que passaria a reconhecer o outro como alguém 
igual a si. A consciência ética resultaria, portanto, de uma 
negação da vontade (influência do Budismo). 
 
 
Prof. Maria Helena 
Filosofia & Sociologia 
 
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A contemplação estética – especialmente da música – e a 
expressão artística (que leva o sujeito ao 
autoconhecimento) também podem levar ao alívio dessa 
condição miserável em que se encontra. 
 
“A partir dessa impossibilidade de satisfação, dessa 
perpétua condenação ao desejo, Schopenhauer estabelece 
a célebre fórmula: 'A vida oscila, portanto, como um 
pêndulo, da direita para a esquerda, da dor ao tédio. O 
movimento da vida está submetido ao movimento do 
desejo, e o desejo tem por princípio uma necessidade, uma 
falta, logo uma dor'. A alegria do homem é apenas uma 
felicidade negativa, a alegria de se recusar à vontade e, 
assim, evitar os aborrecimentos. Enquanto dominado pela 
vontade, ele conhece apenas a oscilação entre tédio e dor. 
Portanto, para Schopenhauer, o sofrimento é o substrato de 
toda a vida. (…) 
Da experiência de compaixão – reconhecimento de que 
todos os seres são, na verdade, um mesmo ser – surgem 
na consciência moral os valores de justiça e da caridade e, 
portanto, a superação do egoísmo. Por estar baseada num 
sentimento, a moral não recebe uma forma imperativa: 
Schopenhauer condena toda a moral prescritiva, que se 
baseia numa noção de dever”. 
 
(Flamarion Caldeira Ramos. Schopenhauer: uma visão desencantada da 
existência. IN: Revista Mente, Cérebro e Filosofia, volume 4: O Outro 
Lado da Racionalidade, 2005) 
 
3. NIETZSCHE (1844 – 1900) 
 
Friedrich Nietzsche nasceu na Prússia, numa família 
luterana. Desde cedo pensou em seguir a carreira de 
pastor, entretanto, rejeitou a crença religiosa durante sua 
adolescência e o seu contato com a filosofia afastou-o da 
carreira teológica. Iniciou seus estudos em filologia clássica 
e teologia evangélica na Universidade de Bonn. Aos 24 
anos tornou-se professor na Universidade de Basel, onde 
conheceu Richard Wagner, que o influenciou fortemente – 
até o antissemitismo do músico levar Nietzsche a romper a 
amizade. Sofreu muitos problemas de saúde ao longo da 
vida e, por conta disso, foi forçado a deixar o cargo de 
professor em 1879. Após muitas viagens pela Europa, 
sofreu uma espécie de colapso mental em 1889, do qual 
nunca se recuperou. Passou seus últimos anos sob os 
cuidados de sua mãe e de sua irmã mais nova. 
 
A obra filosófica de Nietzsche, sempre muito enigmática e 
complexa, centra-se em torno de uma contundente crítica 
aos parâmetros morais (religiosos) e de racionalidade 
que fundamentam a cultura ocidental. Tais parâmetros 
teriam aniquilado qualquer possibilidade de afirmação da 
vida, tornando-se sua própria negação. O filósofo atrela tais 
parâmetros ao que chama de “espírito apolíneo”, que 
compreende a postura filosófico-científica. Essapostura 
nos afasta da natureza e das forças vitais, sendo 
antagônica ao que chama de “espírito dionisíaco”, que 
simboliza o aspecto não racional da vida humana. 
 
O Cristianismo surge nesse contexto apolíneo como uma 
espécie de popularização de ideais já presentes na filosofia 
de Sócrates e de Platão: negar tudo o que se relaciona ao 
corpo em prol de uma racionalidade maior capaz de 
conduzir o homem ao Bem, à verdade. A moral do 
cristianismo seria a própria negação da vida, uma vez que 
submete tudo o que corpóreo à noção de pecado e orienta 
o sujeito a uma salvação após a morte. Seria, portanto, uma 
moral de rebanho, centrada em valores como resignação, 
autopiedade, controle dos instintos e submissão. 
 
Nietzsche opõe essa “moralidade dos fracos” a uma moral 
de senhor. Resgata a noção de vontade schopenhauriana, 
mas não a valora negativamente. Acredita que o sujeito 
deva derrubar os parâmetros morais que o aprisionam e 
realizar sua vontade de potência. Assim, afirmar a vida, 
para Nietzsche, significa superar a moral vigente. Por isso, 
deve-se “matar Deus”: superar a fase de reverência a um 
ser superior (criação discursiva do próprio homem) e passar 
a cultuar a vida, por meio de uma nova ética – equilíbrio 
entre a razão e os desejos. 
 
“Dado que se tenha compreendido o caráter hediondo 
dessa revolta contra a vida, que se tornou quase 
sacrossanta na moral cristã, compreendeu-se também, 
felizmente, uma outra coisa: uma condenação da vida por 
parte do vivente é apenas um sintoma de uma determinada 
espécie de vida. Disto se segue que também que essa 
antinatureza de moral, que concebe deus como antítese e 
condenação da vida, é apenas um juízo de valor da vida - 
de qual vida? de qual espécie de vida? - Já dei a resposta: 
da vida declinante, enfraquecida, cansada, condenada. A 
moral – tal como até hoje foi entendida – tal como formulada 
também por Schopenhauer enfim, como “negação da 
vontade de vida” - é o instinto mesmo de decadência que 
se converte em imperativo: ela diz “pereça” - ela é o juízo 
dos condenados... 
(Nietzsche, Friedrich. Crepúsculo dos ídolos ou como se 
filosofa com o martelo. São Paulo: Cia das Letras, 2006; pp. 
33-38) 
 
O homem é uma corda estendida entre o animal e o 
além homem: uma corda sobre um abismo. Esta 
afirmação marca um de seus mais famosos livros, chamado 
Assim Falou Zaratustra, em que Nietzsche debate a 
condição humana e afirma a necessidade da superação de 
uma fase de reverência a um ser superior. Para o filósofo, 
não há verdades em nossas crenças, em nossas filosofias, 
tampouco em nossos parâmetros morais. Tudo o que 
usamos para nos embasar são unidades discursivas que 
carregam ideias, mas não verdades. Assim, não podemos 
reverenciar nossa vida em muletas metafísicas, noções 
parcas que usamos para atribuir algum sentido ao caos, se 
essas próprias muletas nos impedem de viver. Nietzsche 
evoca, assim, o além homem, capaz de superar tal fase de 
reverência a deus (matar deus) e afirmar a vida, mesmo que 
não consiga atribuir um sentido metafísico a suas 
experiências. 
 
“Nietzsche acreditava que certos conceitos tornam-se 
indissociavelmente emaranhados: humanidade, 
moralidade, Deus. Quando seus personagem Zaratustra diz 
que Deus está morto, não apenas lançou um ataque contra 
a religião, mas fez algo muito mais audacioso. Deus, aqui, 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_Bonn
 
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não significa aqui o deus sobre o qual os filósofos falam ou 
para o qual os religiosos rezam: ele significa a soma total 
dos valores mais elevados que podemos ter. A morte de 
Deus não é apenas a morte de uma deidade. É também a 
morte detodos os valores ditos elevados que herdamos. 
Um dos objetivos centrais da filosofia de Nietzsche é o que 
ele chamou de revaloração de todos os valores, uma 
tentativa de questionar todas as maneiras habituais de 
pensar sobre ética e sobre os sentidos e objetivos da vida. 
Nietzsche insistiu que, ao fazer isso, estava inaugurando 
uma filosofia da alegria – que, embora subverta tudo o que 
imaginamos até agora sobre bem e mal, procura afirmar a 
vida.” (O Livro da Filosofia – Ed. Globo, 2011) 
 
“Pensamento 283 – Principal defeito dos homens de 
ação 
 
Aos homens de ação falta geralmente a atividade superior: 
refiro-me à individual. 
Eles agem como funcionários, comerciantes, eruditos, dito 
de outro modo, como representantes de uma espécie, mas 
não como homens determinados, individualizados e únicos; 
nesse aspecto, são preguiçosos. 
A infelicidade dos homens de ação é que sua atividade é 
quase sempre um pouco irracional. Não se pode, por 
exemplo, perguntar ao banqueiro que acumula dinheiro 
qual o objetivo de sua incansável atividade: ela é irracional. 
Os homens de ação rolam como rola a pedra, seguindo a 
lei bruta da mecânica. 
Todos os homens se dividem, como em todos os tempos 
até nossos dias, em escravos e livres; pois quem não tiver 
para si dois terços do seu dia é um escravo, seja ele, de 
resto, o que quiser: político, comerciante, funcionário, 
erudito.” 
(Friederich Nietzsche, Humano, demasiado humano - 1878) 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. (UEG 2011) No século XIX, o filósofo alemão Friedrich 
Nietzsche vislumbrou o advento do “super-homem” em 
reação ao que para ele era a crise cultural da época. Na 
década de 1930, foi criado nos Estados Unidos o Super-
Homem, um dos mais conhecidos personagens das 
histórias em quadrinhos. A diferença entre os dois “super-
homens” está no fato de Nietzsche defender que o super-
homem 
 
a) agiria de modo coerente com os valores pacifistas, 
repudiando o uso da força física e da violência na 
consecução de seus objetivos. 
b) expressaria os princípios morais do protestantismo, em 
contraposição ao materialismo presente no herói dos 
quadrinhos. 
c) abdicar-se-ia das regras morais vigentes, desprezando 
as noções de “bem”, “mal”, “certo” e “errado”, típicas do 
cristianismo. 
d) representaria os valores políticos e morais alemães, e 
não o individualismo pequeno burguês norte-americano. 
 
2. (UEG 2011) Um dos elementos mais conhecidos da 
filosofia de Hegel é a dialética, baseada no pressuposto de 
que uma ideia (tese) produz uma ideia oposta (antítese), 
resultando, consequentemente, numa conciliação (síntese) 
entre as duas ideias opostas. Nesse sentido, ao utilizar 
esse princípio hegeliano para interpretar os sistemas 
políticos contemporâneos, percebe-se que a síntese entre 
os princípios do liberalismo e os do marxismo foi efetivada 
no 
 
a) Estado de bem-estar social. 
b) anarquismo de Bakunin. 
c) nazismo alemão. 
d) fascismo italiano. 
 
3. (UEM 2010) A Filosofia de Friedrich Nietzsche (1844-
1900) é marcada por uma nova relação entre o racional e o 
irracional, na medida em que o irracional adquire validade 
por corresponder à necessidade de um movimento de 
afirmação da vida. Com base nessa afirmação, assinale o 
que for correto. 
 
01) Para Nietzsche, o Iluminismo não libertou os homens 
de seus prejuízos, mas reforçou ainda mais seus mitos, 
como a crença na razão e no conhecimento científico. 
02) O recurso metodológico proposto por Nietzsche é a 
genealogia, isto é, movimento teórico que recorre à gênese 
de um discurso, conceito ou prática, apontando suas 
arbitrariedades e interesses. 
04) Para Nietzsche, o conhecimento é fruto de um lento 
processo de acumulação e comprovação empírica, cuja 
finalidade é salvar os fenômenos. 
08) Contra a moral dos aristocratas e nobres, Nietzsche 
defende os fracos, isto é, a moral dos escravos. 
16) A “vontade de potência” é a afirmação do 
nacionalsocialismo alemão, expresso na doutrina do super-
homem e no antissemitismo nietzscheano. 
 
4. (UNICENTRO 2010) O fragmento de texto, logo abaixo, 
é de Friedrich Nietzsche (1844-1900). Analise-o, tendo 
como referência seus conhecimentossobre o tema, e julgue 
as assertivas que o seguem, apontando a(s) correta(s). 
 
“Todo filosofar moderno está política e policialmente 
limitado à aparência erudita, por governos, igrejas, 
academias, costumes, modas, covardias dos homens: ele 
permanece no suspiro: ‘mas se...’ ou no reconhecimento: 
‘era uma vez...’ A filosofia não tem direitos; por isso, o 
homem moderno, se pelo menos fosse corajoso e 
consciencioso, teria de repudiá-la e bani-la. Mas a ela 
poderia restar uma réplica e dizer: ‘Povo miserável! É culpa 
minha se em vosso meio vagueio como uma cigana pelos 
campos e tenho de me esconder e disfarçar, como se eu 
fosse a pecadora e vós, meus juízes? Vede minha irmã, a 
arte! Ela está como eu: caímos entre bárbaros e não 
sabemos mais nos salvar.” 
 
(NIETZSCHE, F. A Filosofia na época trágica dos gregos. – aforismo 3. 
São Paulo: Abril Cultural, 1978, p. 32 (Col. Os Pensadores). 
 
I. Nietzsche critica a filosofia de sua época, afirmando que 
ela afastou-se da vida, refugiando-se num universo de 
abstração e deduções lógicas, criando falsos dualismos, 
como o de corpo e alma, mundo e Deus, mundo aparente e 
mundo verdadeiro. 
II. Em Sócrates, Nietzsche encontra o ideal de humanismo 
que irá definir sua filosofia como “estética de si”. O par 
 
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conceitual, dionisíaco (Dionísio é o Deus da embriaguez da 
música e do caos) e apolíneo (Apolo é o Deus da luz, da 
forma, da harmonia e da ordem), mostra a herança 
socrática. Da luta e do equilíbrio final desses dois 
elementos opostos, surge o pensamente nietzschiano 
como saber da vida e da morte, como expressão do enigma 
da existência. 
III. Kant e sua moral são alvos do “filosofar com o martelo” 
nietzschiano: o “imperativo categórico”, isto é, a lei universal 
que deve guiar as ações humanas, é para Nietzsche uma 
ficção que provém do domínio da razão sobre os instintos 
humanos, sendo a lei de um homem descarnado e 
cristianizado. 
IV. A vontade de potência é um conceito-chave na obra de 
Nietzsche. Indica-nos as relações de força que se 
desenrolam em todo acontecer, assinalando seu método 
histórico. Assim, Nietzsche pensa o tempo de acordo com 
uma concepção própria, um tempo não linear, que se 
desenvolve em ciclos que se repetem – é o pensamento do 
eterno retorno, outro conceito-chave de sua obra. 
 
a) Apenas IV. 
b) Apenas II e III. 
c) Apenas II, III e IV. 
d) Apenas I, II e IV. 
e) Apenas I, III e IV. 
 
5. (UFU 2010) Friedrich Nietzsche (1844 – 1900) opõe à 
moral tradicional, herdeira do pensamento socrático-
platônico e da religião judaica-cristã, a transvaloração de 
todos os valores. Conforme Aranha e Arruda (2000): “Ao 
fazer a crítica da moral tradicional, Nietzsche preconiza a 
‘transvaloração de todos os valores’. Denuncia a falsa 
moral, ‘decadente’, ‘de rebanho’, ‘de escravos’, cujos 
valores seriam a bondade, a humildade, a piedade e o amor 
ao próximo”. Desta forma, opõe a moral do escravo à moral 
do senhor, a nova moral. 
 
(ARANHA, M. L. de A. e MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à 
filosofia. São Paulo: Moderna, 2000, p. 286.) 
 
Assinale a alternativa que contenha a descrição da “moral 
do senhor” para Nietzsche. 
 
a) É caracterizada pelo ódio aos instintos; negação da 
alegria. 
b) É negativa, baseada na negação dos instintos vitais. 
c) É transcendental; seus valores estão no além-mundo. 
d) É positiva, baseada no sim à vida. 
 
6. (UENP 2010) Nietzsche foi um dos mais importantes 
críticos da modernidade. Na obra A vontade de poder, o 
filósofo afirma textualmente que: “Não é verdade que o 
homem procure o prazer e fuja da dor. São de tomar em 
conta os preconceitos contra os quais invisto. O prazer e a 
dor são consequências, fenômenos concomitantes. O que 
o homem quer, o que a menor partícula de um organismo 
vivo quer, é o aumento de poder: é em consequência do 
esforço em consegui-lo que o prazer e a dor se efetivam; é 
por causa dessa mesma vontade que a resistência a ela é 
procurada, o que indica a busca de alguma coisa que 
manifeste oposição. A dor, sendo entrave à vontade de 
poder do homem, é, portanto, um acontecimento normal - a 
componente normal de qualquer fenômeno orgânico. E o 
homem não procura evitá-la, pois tem necessidade dela, já 
que qualquer vitória implica uma resistência vencida.” 
 
Sobre o pensamento do autor julgue as assertivas abaixo: 
 
I. A tragédia grega, diz Nietzsche, depois de ter atingido sua 
perfeição pela reconciliação da “embriaguez e da forma”, de 
Dionísio e Apolo, começou a declinar quando, aos poucos, 
foi invadida pelo racionalismo, sob a influência “decadente” 
de Sócrates. Assim, Nietzsche estabeleceu uma distinção 
entre o apolíneo e o dionisíaco: Apolo é o deus da clareza, 
da harmonia e da ordem; Dionísio, o deus da exuberância, 
da desordem e da música. Segundo Nietzsche, o apolíneo 
e o dionisíaco, complementares entre si, foram separados 
pela civilização. 
II. Nietzsche enriqueceu a filosofia moderna com meios de 
expressão: o aforismo e o poema. Isso trouxe como 
consequência uma nova concepção da filosofia e do 
filósofo: não se trata mais de procurar o ideal de um 
conhecimento verdadeiro, mas sim de interpretar e avaliar. 
III. Segundo Nietzsche, o cristianismo concebe o mundo 
terrestre como um vale de lágrimas, em oposição ao mundo 
da felicidade eterna do além. Essa concepção constitui uma 
metafísica que, a luz das ideias do outro mundo, autêntico 
e verdadeiro, entende o terrestre, o sensível, o corpo, como 
o provisório, o inautêntico e o aparente. Trata-se, portanto, 
diz Nietzsche, de “um platonismo para o povo”, de uma 
vulgarização da metafísica, que é preciso desmistificar. 
 
Assinale a alternativa correta: 
 
a) são verdadeiras as afirmações I e II. 
b) apenas a afirmação III é verdadeira. 
c) todas as afirmações são falsas. 
d) apenas a afirmação I é falsa. 
e) todas as afirmações são verdadeiras. 
 
7. (UEM 2010) Hegel criticou o inatismo, o empirismo e o 
kantismo. Endereçou a todos a mesma crítica, a de não 
terem compreendido o que há de mais fundamental e 
essencial à razão: o fato de ela ser histórica. Com base 
nessa afirmação, assinale o que for correto. 
 
01) Ao afirmar que a razão é histórica, Hegel considera a 
razão como sendo relativa, isto é, não possui um caráter 
universal e não pode alcançar a verdade. 
02) Não há para Hegel nenhuma relação entre a razão e a 
realidade. Submetida às circunstâncias dos eventos 
históricos, a razão está condenada ao ceticismo, isto é, “ao 
duvidar sempre”. 
04) A identificação entre razão e história conduz Hegel a 
desenvolver uma concepção materialista da história e da 
realidade, negando entre ambas a possibilidade de uma 
relação dialética. 
08) No sistema hegeliano, a racionalidade não é mais um 
modelo a ser aplicado, mas é o próprio tecido do real e do 
pensamento. O mundo é a manifestação da ideia, o real é 
racional, e o racional é o real. 
16) Karl Marx, ao afirmar, na Ideologia alemã, que não é a 
história que anda com as pernas das ideias, mas as ideias 
é que andam com as pernas da história, critica, ao mesmo 
 
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tempo, o idealismo e a concepção da história de Hegel e 
dos neo-hegelianos. 
 
8. (UEM 2009) Friedrich Nietzsche critica o pensamento 
socrático-platônico e a tradição da religião judaico-cristã por 
terem desenvolvido uma razão e uma moral que 
subjugaram as forças instintivas e vitais do ser humano, a 
ponto de domesticar a vontade de potência do homem e de 
transformá-lo em um ser fraco e doentio. Assinale o que for 
correto. 
 
01) Ao criticar a moral tradicional racionalista, considerada 
hipócrita e decadente, Nietzsche propõe uma moral não-
repressiva, que permite o livre curso dos instintos, de modo 
que o homem forte possa, ao mesmo tempo, acompanhar 
e superar o movimento contraditório e antagônico da vida.02) Para Nietzsche, o super-homem deveria ter a missão 
de criar uma raça capaz de dominar a humanidade, sendo, 
por isso, necessário aniquilar os mais fracos. 
04) Nietzsche concorda com o marxismo, quando esse 
afirma que a história da humanidade é a história das lutas 
de classes, e considera que o socialismo é a única forma 
de organização social aceitável. 
08) Nietzsche identifica dois grandes tipos de moral, isto é, 
a moral aristocrática de senhores e a moral plebeia de 
escravos. A moral de escravos é caracterizada pelo 
ressentimento, pela inveja e pelo sentimento de vingança; 
é uma moral que nega os valores vitais e nutre a 
impotência. 
16) Os valores que constituem a moral aristocrática de 
senhores são, para Nietzsche, eternos e invioláveis. Devem 
orientar a humanidade com uma força dogmática, de modo 
que o homem não se perca. 
 
9. (UEM 2009) A dialética idealista de G. W. F. Hegel 
criticou o inatismo, o empirismo e o criticismo kantiano. 
Hegel opõe-se à concepção de uma razão intemporal; na 
filosofia hegeliana, a racionalidade não é mais um modelo 
a ser aplicado, mas é o próprio tecido do real e do 
pensamento. Contra a concepção intemporal da razão, 
Hegel afirma que a razão é história, e isso é o que há nela 
de mais essencial. 
 
Assinale o que for correto. 
 
01) Sendo a razão história, ela se torna, para Hegel, 
relativa, isto é, o que vale hoje não vale mais amanhã, 
nenhuma época pode, portanto, alcançar verdades 
universais. 
02) O movimento dialético da razão se realiza, para Hegel, 
em três momentos, na apresentação de uma tese, 
enquanto afirmação, na constituição de uma antítese, como 
negação da tese, e na formação de uma síntese, como 
superação da antítese. 
04) Para Hegel, a história não é a simples acumulação e 
justaposição de fatos e de acontecimentos no tempo, mas 
resulta de um processo cujo motor interno é a contradição 
dialética. 
08) A concepção de história de Hegel e a concepção de 
história formulada por Marx no materialismo histórico são 
idênticas. 
16) Hegel critica Jean-Jacques Rousseau e Immanuel Kant 
por terem dado mais atenção à relação entre sujeito 
humano e natureza do que à relação entre sujeito humano 
e cultura ou história. 
 
10. (UEM 2009) Opondo-se ao idealismo de Hegel, para 
quem a história narra o movimento temporal do Espírito, 
Marx e Engels afirmam que a história constitui-se nas lutas 
reais dos seres humanos reais, que produzem e 
reproduzem suas condições materiais de existência, isto é, 
produzem e reproduzem as relações sociais dentro de 
antagonismos de classe. Assinale o que for correto. 
 
01) Para Hegel, o movimento do Espírito é um movimento 
dialético constituído de uma tese, de uma antítese e de uma 
síntese, é nesse movimento dialético que o Espírito se 
manifesta na realidade. 
02) O materialismo histórico é dialético, pois afirma que o 
processo histórico é movido por contradições sociais, sendo 
a principal a contradição entre o desenvolvimento das 
forças produtivas e a forma de propriedade dos meios de 
produção. 
04) Marx afirma que os homens fazem sua própria história, 
mas não a fazem em condições escolhidas por eles, pois 
são historicamente determinados pelas condições em que 
produzem sua vida. 
08) A filosofia política hegeliana preconiza o fim do Estado, 
pois acredita que, com a extinção do Estado, a violência 
será eliminada da história e o Espírito encontrará, no 
quietismo, a paz. 
16) Para Marx, o poder político é a maneira legal e jurídica 
pela qual a classe economicamente dominante de uma 
sociedade mantém seu domínio sobre as outras classes 
sociais. 
 
11. (UFU 2005) Hegel, em seus cursos universitários de 
Filosofia da História, fez a seguinte afirmação sobre a 
relação entre a filosofia e a história: “O único pensamento 
que a filosofia aporta é a contemplação da história”. 
 
HEGEL, G. W. F. Filosofia da História. 2 ed. Brasília: Editora da UnB, 
1998, p. 17. 
 
De acordo com a reflexão de Hegel, é correto afirmar que 
 
I. a razão governa o mundo e, portanto, a história universal 
é um processo racional. 
II. a ação dos homens obedece a vontade divina que 
preestabelece o curso da história. 
III. no processo histórico, o pensar está subordinado ao real 
existente. 
IV. a ideia ou a razão se originam da força material de 
produção e reprodução da história. 
 
Assinale a alternativa que contém somente assertivas 
corretas. 
 
a) III e IV. 
b) I e II. 
c) II e III. 
d) I e III. 
 
 
 
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12. (ENEM 2016) Sentimos que toda satisfação de nossos 
desejos advinda do mundo assemelha-se à esmola que 
mantém hoje o mendigo vivo, porém prolonga amanhã a 
sua fome. A resignação, ao contrário, assemelha-se 
à fortuna herdada: livra o herdeiro para sempre de todas as 
preocupações. 
 
SCHOPENHAUER, A. Aforismo para a sabedoria da vida. São Paulo: 
Martins Fontes, 2005. 
 
O trecho destaca uma ideia remanescente de uma tradição 
filosófica ocidental, segundo a qual a felicidade se mostra 
indissociavelmente ligada à 
 
a) consagração de relacionamentos afetivos. 
b) administração da independência interior. 
c) fugacidade do conhecimento empírico. 
d) liberdade de expressão religiosa. 
e) busca de prazeres efêmeros. 
 
13. (ENEM 2016) Vi os homens sumirem-se numa grande 
tristeza. Os melhores cansaram-se das suas obras. 
Proclamou-se uma doutrina e com ela circulou uma crença: 
Tudo é oco, tudo é igual, tudo passou! O nosso trabalho foi 
inútil; o nosso vinho tornou-se veneno; o mau olhado 
amareleceu-nos os campos e os corações. Secamos de 
todo, e se caísse fogo em cima de nós, as nossas cinzas 
voariam em pó. Sim; cansamos o próprio fogo. Todas as 
fontes secaram para nós, e o mar retirou-se. Todos os solos 
se querem abrir, mas os abismos não nos querem tragar! 
 
NIETZSCHE, F. Assim falou Zaratustra, Rio de Janeiro. Ediouro, 1977. 
 
O texto exprime uma construção alegórica, que traduz um 
entendimento da doutrina niilista, uma vez que 
 
a) reforça a liberdade do cidadão. 
b) desvela os valores do cotidiano. 
c) exorta as relações de produção. 
d) destaca a decadência da cultura. 
e) amplifica o sentimento de ansiedade 
 
 
Gabarito: 
 
1: [C] 2: [A] 3: 03 4: [E] 5: [D] 
6: [E] 7: 24 8: 09 9: 22 10: 23 
11: [D] 12 [B] 13: [D] 
 
 
SEMANA 2: Teoria Crítica – pensadores da Escola 
de Frankfurt 
 
Escola de Frankfurt 
Instituto de Pesquisa Social, fundado em Frankfurt no ano 
de 1923. Tinha como principal intuito estudar a obra do 
Marx em uma perspectiva interdisciplinar, agregada às 
contribuições da sociologia weberiana e da psicanálise de 
Freud, e relacionada aos problemas da sociedade vigente. 
Em 1933, Horkheimer, então reitor da instituição, é 
exonerado e as instalações são depredadas pelo Nazismo. 
Em 1939, muitos pensadores frankfurteanos emigram para 
os Estados Unidos, onde é fundada uma nova sede na 
Universidade de Columbia, em Nova York. A revista 
“Estudos de Filosofia e Ciência Social” volta a ser publicada 
nos EUA. Em 1950, a Escola é reinaugurada em Frankfurt. 
No pós-guerra, os pensadores passam a discutir as causas 
e efeitos do nazismo, assim como os problemas do 
capitalismo e a formação do bloco soviético. Também 
dedicam-se ao estudo das novas formas de produção 
cultural vinculadas ao capitalismo industrial. 
A produção teórica vinculada à Escola de Frankfurt é 
conhecida como teoria crítica: um corpo de estudos 
voltado para a produção de um diagnóstico sobre o tempo 
presente e um prognóstico sobre o rumo do 
desenvolvimento histórico. Volta-se para a prática 
transformadora das relações sociais vigentes. 
 
Principais pensadores: 
Max Horkheimer (1895 – 1973); 
Theodor Adorno (1903 – 1969); 
Walter Benjamin (1892 – 1940); 
Herbert Marcuse (1898 – 1978); 
Jürgen Habermas (1929 - ); 
 
Questão central que perpassa a obra dos pensadores 
frankfurteanos: 
 
Por que as revoluções sociais propostas peloIluminismo e posteriormente pelo marxismo não 
haviam se consolidado? Por que, ao invés de 
melhorarmos como civilização, estamos entrando em 
uma nova barbárie? 
Por meio de tais questionamentos, a discussão 
apresentada pelos pensadores vinculados à Escola de 
Frankfurt relaciona-se à possibilidade de compreendermos 
a barbárie (guerras mundiais, Holocausto, alienação das 
massas) no âmago da própria civilização. Barbárie e 
civilização sempre foram consideradas forças opostas, mas 
ao longo do século XX encontram-se profundamente 
conectadas. Como entender esse fenômeno e superá-lo? 
 
Adorno e Horkheimer: Dialética do Esclarecimento 
Considerada uma das obras basilares do pensamento da 
Escola de Frankfurt, a Dialética do Esclarecimento foi 
publicada no ano de 1944 com o objetivo de analisar um 
mundo dominado pelo capital e caracterizado pela 
alienação. Adorno e Horkheimer partem da tese de que a 
razão, outrora entendida, nos moldes iluministas, como 
autonomia e esclarecimento, estaria agora asfixiada pelo 
desenvolvimento do capitalismo. 
Os movimentos científicos do século XIX, tais como as 
teorias sobre eugenia e darwinismo social, colocam a 
ciência a serviço dos interesses soberanos das potências. 
A razão científica perde seu conteúdo questionador e torna-
se a “verdade” que justifica conquistas, guerras e 
atrocidades. Uma racionalidade fria, justificada pelo 
cientificismo do século XIX, emerge e transforma as 
relações sociais. Seus desdobramentos seriam desde o 
nazifascismo à alienação consumista. 
 
CRÍTICA À RAZÃO INSTRUMENTAL 
O projeto de progresso e desenvolvimento social evocado 
pelos iluministas não se concretizou. A razão que seria 
emancipatória torna-se totalitária, pois tem como base o 
controle da natureza comprometido com uma noção de 
 
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progresso material. Utilidade e lucro tornam-se critérios, 
assumidos como racionais, que justificam medidas 
desumanas. Com isso, a razão vai se tornando operacional 
e utilitária, engendrando amplos processos de alienação 
pragmática. Nas mãos da classe dominante, um discurso 
racional tecnicista passa a ser instrumento de controle do 
ser humano. Com isso, Adorno e Horkheirmer apontam que 
a razão instrumental legitima a autoridade do mundo 
burguês, tendo como respaldo o discurso cientificista. 
 
Há uma percepção de que a ciência se encontra desprovida 
de ética, uma vez que as invenções e descobertas são 
legitimadas pelos critérios de utilidade, ou seja, pelo seu 
caráter técnico. O discurso racional científico permite a 
criação da bomba atômica e fornece respaldo ao 
nazifascismo. 
Acompanhando esse processo, Adorno e Horkheimer 
constatam que há um agravamento dos níveis de alienação 
das massas e uma total ausência de consciência 
revolucionária do proletariado, que se submete à ideologia 
dominante e que se massifica nas relações de consumo. 
 
CRÍTICA À INDÚSTRIA CULTURAL 
 
“Hoje, a obra de arte não transcende o mundo dado, é 
arte sem sonho, e por isso é o mesmo que sono, pois 
adormece a criatividade, a consciência, a sensibilidade, 
a imaginação, o pensamento.” 
 
O Renascimento marca o início de um processo de 
autonomização da esfera artística que gradativamente 
liberta a arte de sua função religiosa e sagrada, atrelada à 
tradição. Ser artista aos poucos torna-se uma profissão. 
Com o advento do mundo burguês, o artista passa a 
produzir para o mercado. No século XV, o surgimento da 
imprensa marca o início de um processo de disseminação 
do conhecimento e replicação do produto cultural. Com a 
urbanização e os novos meios de comunicação de massa, 
há uma ampliação significativa desse processo. 
 
Refletindo esse amplo processo histórico de 
transformações, no século XX desenvolve-se um ramo da 
indústria voltado ao entretenimento, informação e 
propagação das artes e da cultura. 
 
Indústria Cultural: tal expressão, presente na Dialética do 
Esclarecimento, designa a apropriação das manifestações 
artísticas e culturais pelo mercado. Adorno e Horkheimer 
afirmavam que a máquina capitalista de reprodução e 
distribuição da cultura estaria apagando, aos poucos, a 
autonomia das artes erudita e popular. Isso aconteceria 
porque o valor crítico dessas formas artísticas seria 
neutralizado no momento em que elas se vinculam 
estritamente ao mercado e já não possibilitam a 
participação intelectual dos seus espectadores na criação e 
no fruir consciente das obras. 
 
A indústria cultural seria responsável, assim, por um amplo 
processo de massificação das experiências culturais e pelo 
agravamento dos níveis de alienação. Comprometida com 
o consumo rápido e com o entretenimento fácil, abre 
caminho ao surgimento de novos produtos culturais 
voltados muito mais para a distração do que para o fazer 
consciente. Por isso, Adorno e Horkheimer identificam que 
as artes se encontram submetidas às regras do mercado 
capitalista e à lógica dessa indústria cultural, que alimenta 
uma prática de consumo de ideias e produtos fabricados em 
série. As obras de arte convertem-se em mercadorias, pois 
deixam de ser instigadoras de conhecimento para 
reduzirem-se à divulgação rápida e simples de ideias cuja 
complexidade e importância ficaram perdidas. 
 
Segundo os pensadores frankefurteanos, há uma série de 
problemas relacionados ao surgimento da indústria cultural: 
- ela faz e desfaz “modas” para alimentar a expectativa do 
mercado; 
- ela padroniza os gostos e comportamentos; 
- ela reduz o poder contestador das artes, ao converter a 
produção cultural em entretenimento; 
- ela cria a ilusão de que temos acesso aos bens culturais 
e de que a escolha é livre, mas na verdade somos induzidos 
a um consumo constante que favorece a alienação das 
consciências; 
- ela trabalha, na forma de uma mídia jornalística, com 
informações fragmentadas, muitas vezes sem 
embasamento, conteúdo ou história; 
- a TV muda a capacidade de concentração humana; 
- a publicidade gera uma INFANTILIZAÇÃO: o intervalo de 
tempo entre o desejo e a satisfação é intolerável; 
 
Massa: aglomerado sem forma, sem identidade e sem 
pleno direito à cultura. 
Cultura de massa: cultura padronizada para consumo 
rápido no mercado da moda e nos meios de comunicação, 
tornando-se entretenimento. 
 
 
Walter Benjamin: a obra de arte na era de sua 
reprodutibilidade técnica 
 
Modernidade 
A modernidade percebida por Benjamin é o tempo marcado 
pelo desenvolvimento do capitalismo, pelo progresso da 
técnica, pela industrialização e pela vida nas grandes 
cidades, em que o transitar em meio à multidão e o ritmo 
acelerado da vida tornam-se marcos de uma nova forma de 
percepção que se desenvolve no indivíduo moderno por 
meio do choque com um número cada vez maior de 
estímulos sensórios. O incessantemente novo é alegoria 
dessa modernidade descrita por Benjamin: o novo se cria, 
mas no instante seguinte já se torna obsoleto. Nada, 
portanto, pode ser fixado, não há tempo para experiências 
efetivas, somente vivências fluidas no ritmo alucinante da 
novidade. Através da observação do pensamento de 
Benjamin, percebemos que o autor constrói um 
posicionamento crítico diante da modernidade ao mesmo 
tempo em que busca alternativas, no âmbito da própria 
modernidade, para novas formas de embate com o 
presente, de modo que os indivíduos possam construir 
experiências mais efetivas e orientarem-se na luta contra a 
opressão política. 
 
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Arte_erudita&action=edit&redlink=1
 
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Metamorfose da percepção 
O desenvolvimento da técnica impõe ao sistema sensorial 
humano um treinamento complexo. Um treinamento para 
que ele possa se adaptar às percepções oriundas do 
choque, que se fazem cada vez mais constantes na grande 
cidade moderna, através das experiências táteis do 
confronto na multidão, do mover-se no tráfego. Benjamin 
identifica uma tendência histórica de mudançanas formas 
de percepção: “no interior de grandes períodos históricos, a 
forma de percepção das coletividades humanas se 
transforma ao mesmo tempo que seu modo de existência. 
O modo pelo qual se organiza a percepção humana, o meio 
em que ela se dá, não é apenas condicionado naturalmente 
mas historicamente”. Na modernidade, segundo Benjamin, 
há um desses processos de metamorfose da percepção, 
que ele associa historicamente aos progressos da técnica 
e do capitalismo. As formas contemporâneas de arte 
correspondem a essas profundas mudanças no aparelho 
perceptivo. 
As mudanças perceptivas que ocorrem na modernidade 
estão relacionadas à vivência de choque, que se torna 
norma nas grandes cidades, dado o ritmo vertiginoso do 
tempo do progresso. Esse tema, que o preocupa desde 
seus primeiros escritos, torna-se, no decorrer dos anos 30, 
uma parte inerente de sua reflexão sobre as 
transformações estéticas que chegam à maturação no 
início do século XX e subvertem a produção cultural, 
artística e política. 
 
Declínio da aura 
Na modernidade, as obras de arte tornam-se por essência 
reprodutíveis. Com a reprodução, a obra se priva de sua 
existência única, de sua autenticidade, algo que a mantém 
vinculada à tradição. O que se atrofia na era da 
reprodutibilidade técnica da obra de arte é, portanto, a sua 
aura; pois ela destaca a obra do domínio da tradição em 
que ela é produzida, privando-a de sua essência. Segundo 
Benjamin, na modernidade se configura um declínio da 
aura, o que ele associa à crescente intensidade dos 
movimentos de massa. As massas querem possuir os 
objetos, querem tê-los mesmo que sejam cópias, 
reproduções; querem poder, através da imagem dos 
objetos, fixar sua própria imagem. Essa tendência das 
massas de retirar o objeto de seu invólucro acaba por 
destituir-lhes da aura. Eis uma tendência que se propaga 
no universo cultural do capitalismo, através dos 
movimentos de massificação, através do fetiche que se cria 
em torno da mercadoria. 
Com a reprodução, ao mesmo tempo, a obra de arte se 
emancipa. Ela cada vez mais é criada para ser reproduzida, 
desvinculando-se, assim, da tradição e de seu valor de 
culto. Assim é o caso da fotografia, ou o do cinema, em que 
a reprodução é um processo inerente à própria produção da 
obra. Na medida em que é irrecuperável, tal como a 
narrativa, a discussão sobre autenticidade perde um pouco 
do sentido. Resta saber quais funções podem se criar para 
essas novas linguagens artísticas. 
No cinema, onde a difusão em massa da obra reproduzida 
é obrigatória, Benjamin enxerga grandes possibilidades. Diz 
 
1 Idem, pg. 184. 
ele: “O filme serve para exercitar o homem nas novas 
percepções e reações exigidas por um aparelho técnico 
cujo papel cresce cada vez mais em sua vida cotidiana. 
Fazer do gigantesco aparelho técnico do nosso tempo o 
objeto das inervações humanas - é essa a tarefa histórica 
cuja realização dá ao cinema o seu verdadeiro sentido”. 
Esta afirmação vincula o cinema à possibilidade da ação 
política. A montagem, procedimento de construção da 
realidade fílmica, que caracteriza o cinema em sua 
essência, faz do cinema um instrumento importante para o 
posicionamento revolucionário do proletariado no combate 
à ordem social vigente capitalista; e para a luta contra o 
fascismo. Pois a montagem permite a construção e porque 
o cinema fala necessariamente às massas. Para a 
utilização política do cinema, contudo, é preciso que ele se 
liberte da exploração pelo capitalismo, que o faz 
instrumento de culto ao estrelato, de culto à mercadoria, 
“que estimula a consciência corrupta das massa que o 
fascismo tenta pôr no lugar de sua consciência de classe”.1 
Os procedimentos técnicos de filmagem permitem ao 
cinema penetrar no âmago da realidade (os grandes 
planos, a ênfase nos pormenores ocultos dos objetos, a 
investigação minuciosa dos ambientes, o universo que se 
cria nos décimos de segundo; a possibilidade de ampliar o 
espaço perceptível, de tornar o tempo mais vagaroso com 
a câmera lenta). “É evidente, pois, que a natureza que se 
dirige à câmera não é a mesma que se dirige ao olhar. A 
diferença está principalmente no fato de que o espaço que 
o homem age conscientemente é substituído por outro em 
que sua ação é inconsciente. (...) O gesto de pegar um 
isqueiro ou uma colher nos é aproximadamente familiar, 
mas nada sabemos sobre o que se passa verdadeiramente 
entre a mão e o metal (...) Aqui intervém a câmera com seus 
inúmeros recursos auxiliares, sua imersões e emersões, 
sua interrupções e isolamentos, sua extensões e suas 
acelerações, suas ampliações e suas miniaturizações. Ela 
nos abre, pela primeira vez, a experiência do inconsciente 
ótico”. Benjamin, através dessa afirmação, atribui ao 
cinema uma característica construtiva fundamental. Através 
de seus procedimentos técnicos, que penetram no âmago 
da realidade, a realização de uma experiência faz-se 
possível. Uma experiência adequada às profundas 
modificações da estrutura perceptiva do homem 
contemporâneo, pois as imagens cinematográficas são 
percebidas através de choques, tal como se dá a vivência 
na modernidade. 
A experiência que o cinema é capaz de fixar deve orientar-
se para um despertar histórico: é preciso utilizar o cinema, 
enquanto linguagem artística relacionada a um tipo de 
percepção que se desenvolve na modernidade, como 
veículo de luta contra o fascismo. Assim, na visão de 
Benjamin, experiência do cinema requer um 
posicionamento revolucionário orientado pela necessidade 
de transformação da ordem social vigente. 
 
 
 
 
 
 
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Herbert Marcuse: necessidade x possibilidade 
 
Sua obra é marcada significativamente pelas teorias de 
Marx e Freud. 
 
Na obra “Eros e Civilização”, Marcuse afirma que há uma 
necessidade de repressão de instintos para que se 
configure a vida civilizada. Inspirado por Freud, destaca que 
a história do ser humano é a história de sua repressão, do 
combate ao livre prazer em prol do trabalho, do adiamento 
do princípio do prazer para atender o princípio da realidade. 
Para Marcuse, contudo, essa repressão é parte da 
constituição da vida social, não sendo característica de um 
momento histórico específico, mas ela se potencializa com 
a racionalidade moderna, uma vez que no capitalismo há 
uma falsa sensação de liberdade vinculada ao prazer 
proporcionado pelas relações de consumo. Essa sensação 
é ilusória, pois trocamos nosso tempo de vida, mediante 
relações alienadas de trabalho, para atender tais demandas 
de consumo. O consumismo, assim, se alimenta de nossos 
instintos e desejos mais primitivos ao mesmo tempo em que 
nos prende numa espécie de ciclo vicioso. A alienação e a 
massificação têm como consequência a formação de um 
“homem unidimensional”, incapaz de criticar a opressão e 
construir alternativas futuras. Preso ao eterno ciclo 
consumo-trabalho, o homem unidimensional tem a 
impressão de desfrutar de algum grau de liberdade, mas 
reduz sua existência às instâncias materiais, tornando-se 
mais e mais alienado e infantilizado. 
 
O problema da sociedade moderna seria, então, a invasão 
da mentalidade mercantilista e quantificadora a todos os 
domínios do pensamento. Essa mentalidade se representa 
economicamente pelo valor de troca, ligado de modo íntimo 
aos processos de alienação do homem. As necessidades 
são forjadas e não há possibilidade para que o sujeito as 
alcance, dado o ritmo acelerado das transformações 
tecnológicas, vinculadas a novos produtos que são 
oferecidos ao consumo. Cada produto vincula-se a uma 
nova necessidade, que se torna mobilizadora de outros 
desejos e frustrações. A ausência de dinheiro é um inibidor 
das possibilidades, mas o dinheiro não deixa de ser parte 
de todo um jogo fictício. O que separa, de fato, o indivíduo 
daquilo que deseja? Do que realmente ele necessita? Na 
modernidade capitalista, o próprio indivíduo desconhece de 
fato quais são suas necessidadese reais possibilidades, 
porém vende sua força de trabalho e tempo de vida para 
obter dinheiro e consumir mais e mais. 
 
A construção de uma sociedade menos repressiva estaria 
vinculada ao aumento do tempo livre, capaz de 
potencializar outras esferas da vida além do trabalho e 
consumo imediato. Marcuse entende que o tempo livre 
seria consequência do próprio desenvolvimento tecnológico 
(uma vez que com a informatização seriam necessárias 
menos horas de trabalho) e que poderia levar o indivíduo a 
uma condição de emancipação, quando superadas as 
amarras do trabalho alienado e da reificação. No entanto, 
para isso acontecer o indivíduo precisaria desfrutar de suas 
experiências sociais e culturais de modo mais autônomo e 
crítico, tornando-se apto a fazer um uso criativo e, portanto, 
mais significativo de seu tempo. 
 
Habermas: teoria da ação comunicativa 
 
Jurgen Habermas é um dos principais expoentes da 
segunda geração da Escola de Frankfurt. Ele dá 
continuidade às discussões sobre a racionalidade 
instrumental, agora inserida no contexto da segunda 
metade do século XX, caracterizada (após queda do Muro 
de Berlim) pela hegemonia do capitalismo tardio, pelo 
desenvolvimento tecnológico avançado e pela formação 
das democracias contemporâneas. 
 
Para Habermas, a linguagem funciona como interpretação 
e significação do mundo. Numa sociedade emancipatória, 
predominam as ações comunicativas, nas quais os grupos 
sociais adquirem autonomia e passam a intervir nos rumos 
políticos e sociais, tendo como base as discussões 
racionais em espaços que antes eram dominados pelo agir 
instrumental. O filósofo valoriza as ações dos movimentos 
sociais que fortalecem os grupos minoritários e ampliam o 
debate político, favorecendo a consolidação dos governos 
democráticos. 
 
Sua preocupação não é romper a lógica instrumental do 
capitalismo, que considera eficiente em termos produtivos, 
mas fortalecer a ação comunicativa e o debate democrático 
de grupos que possam impedir que a razão instrumental 
tome conta da política, da educação, da cultura e de esferas 
da vida que, em uma sociedade livre, deveriam ser 
moldadas por uma racionalidade mais comunicativa, ética e 
humanitária. 
 
Dessa forma, Habermas defende medidas que 
incrementem a interação social e o debate racional em um 
mundo tomado pela racionalidade instrumental. Tais 
medidas, em sua ideia, poderiam fortalecer as democracias 
contemporâneas. 
 
Texto complementar: 
 
Kant, Descartes e Locke (como Francis Bacon, antes deles) 
foram todos movidos pelo sonho de uma humanidade 
magistral (quer dizer, coletivamente livre de restrições) – 
única condição na qual, acreditavam, a dignidade humana 
pode ser respeitada e preservada. A soberania da pessoa 
humana era a preocupação declarada e subjetivamente 
autêntica desses filósofos; foi em nome dessa soberania 
que eles quiseram elevar a razão ao cargo de suprema 
legisladora. E, no entanto, havia certa afinidade eletiva 
entre a estratégia da razão legisladora e a prática do poder 
estatal empenhado em impor a ordem desejada sobre a 
realidade rebelde. Independe dos propósitos conscientes 
dos pensadores, a razão legislativa da filosofia moderna e 
da moderna mentalidade científica em geral repercutia as 
tarefas práticas postuladas pelo Estado moderno. (...) 
Muitos cientistas (de meados século XIX ao princípio do 
século XX) eram guiados unicamente por uma 
compreensão adequada e incontestada do papel e da 
missão da ciência – e por um sentimento de dever face à 
 
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visão da boa sociedade, uma sociedade sadia, ordeira. Em 
especial, eram guiados pela convicção nada idiossincrática 
e tipicamente moderna de que o caminho para essa 
sociedade passa pela domesticação final das forças 
naturais inerentemente caóticas e pela execução 
sistemática, se necessário impiedosa, de um plano racional 
cientificamente concebido. (...) Seguiam as regras 
imparciais da descoberta científica dos fatos e dos meios 
mais racionais para atingir determinados fins (e a 
racionalidade instrumental é, como todos cremos, política e 
moralmente neutra); eles com efeito trabalharam para 
melhorar a condição da raça humana, não inteiramente 
segura quando entregue à espontaneidade da natureza; 
eles com efeito queriam construir um mundo melhor, mais 
limpo e ordenado, mais apropriado ao que quer que se 
considere vida humana adequada. 
Os casos mais extremos e bem documentados de 
“engenharia social” foram produto legítimo do espírito 
moderno, daquela ânsia de auxiliar e expressar o progresso 
da humanidade rumo à perfeição que foi por toda parte a 
mais eminente marca da era moderna – daquela “visão 
otimista de que o progresso científico e industrial removia 
em princípio todas as restrições sobre a passível aplicação 
do planejamento, da educação e da reforma social na vida 
cotidiana”. (...) 
Uma vez assentadas as questões de que a ordem era 
desejável e de que era dever dos governantes administrar 
sua instauração, o resto era questão de frio cálculo de 
custos e efeitos – arte em que o espírito moderno também 
se destacava. Os nazistas não podem reivindicar nenhum 
crédito pela invenção e codificação dessa arte. Se existiu 
uma organização que realmente expressava o 
temperamento moderno, foi a Liga Monista Alemã, de 
Häckel, com seu espírito e programa radicalmente 
científicos e positivistas. Coube ao próprio Häckel enunciar 
as conclusões lógicas: “pela destruição indiscriminada de 
todos os criminosos incorrigíveis, não apenas se tornaria 
mais fácil a luta pela vida entre as melhores parcelas da 
humanidade, como também um vantajoso processo artificial 
de seleção seria colocado em prática, uma vez que a 
possibilidade de transmitir as qualidade prejudiciais seria 
subtraída àqueles párias”. À medida que a cadeia de “genes 
ruins” diminui raças à combinação de “medidas científicas” 
de destruição física e manipulação reprodutiva, a nação 
conta os benefícios – “redução de custos judiciais e de 
prisão, de gastos e despesas, em favor dos pobres”. 
A ciência moderna nasceu dessa esmagadora ambição de 
conquistar a Natureza e subordiná-la às necessidades 
humanas. A insensibilidade da natureza e a loquacidade da 
ciência são atadas num laço de legitimação recíproca que 
não pode se desfazer. Como outro do humano, o natural é 
o oposto do sujeito dotado de vontade e capacidade moral. 
É a poderosa vontade da humanidade como “maestra do 
universo”. Os objetos podem ser rios correndo sem sentido 
na direção errada, “onde não são necessários”. Ou plantas 
que nascem em lugares “onde comprometem a harmonia”. 
Ou animais que não põem o número de ovos ou não 
desenvolvem úberes grandes o bastante para “torná-los 
úteis”. Ou criminosos e bêbados ou débeis mentais que não 
funcionam para nenhuma utilidade significativa e são 
portanto “renaturalizados” em degenerados “ex-humanos”. 
Ou criaturas com cor de pele, forma corporal ou 
comportamento “estranhos”, envolvidas em atividades “sem 
sentido”, cuja presença “não pode servir a nenhum 
propósito útil”. Qualquer coisa que compromete a ordem, a 
harmonia, o plano, rejeitando assim um propósito e um 
significado, é Natureza. E, sendo Natureza, deve ser 
tratado como tal. 
 
Zygmunt Bauman. Modernidade e Ambivalência. Rio de Janeiro: Zahar, 
1999. Pp. 34 – 52. 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. (UEM 2012) “Jürgen Habermas (1929) é um dos 
principais representantes da chamada segunda geração da 
Escola de Frankfurt”. Este filósofo elaborou “uma teoria 
social baseada no conceito de racionalidade comunicativa, 
que se contrapõe à razão instrumental” 
 
(ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. 
Filosofando: introdução à filosofia. 4ª. ed. revista. São Paulo: Ed. 
Moderna, 2009. p.200). 
 
Segundo o pensamento de Jürgen Habermas, assinale o 
que for correto. 
 
01) Jürgen Habermas critica a filosofia de René Descartes, 
por considerá-la uma filosofia metafísica fundadaem 
uma reflexão solitária, centrada no sujeito. 
02) O positivismo é, para Jürgen Habermas, a teoria e o 
método mais seguro para alcançar um conhecimento 
preciso da realidade social. 
04) O uso da razão instrumental é, para Jürgen Habermas, 
válido, quando se trata de agir sobre objetos ou sobre 
natureza, a fim de suprir as necessidades do homem. 
08) A razão discursiva, que fundamenta a teoria da ação 
comunicativa de Jürgen Habermas, tem como princípio 
que a verdade só pode ser alcançada na relação 
intersubjetiva entre indivíduos que se dispõem a chegar 
a um consenso. 
16) Para Jürgen Habermas, o princípio da situação ideal de 
fala, mesmo sendo contrafactual, é necessário para 
evitar que relações de poder possam desviar a 
linguagem de seu objetivo, isto é, alcançar o 
entendimento. 
 
2. (UEL 2012) Leia o texto a seguir. 
 
Mesmo na reprodução mais perfeita, um elemento está 
ausente: o aqui e agora da obra de arte, sua existência 
única, no lugar em que ela se encontra. É nessa existência 
única, e somente nela, que se desdobra a história da obra. 
Essa história compreende não apenas as transformações 
que ela sofreu, com a passagem do tempo, em sua 
estrutura física, como as relações de propriedade em que 
ela ingressou. Os vestígios das primeiras só podem ser 
investigados por análises químicas ou físicas, irrealizáveis 
na reprodução; os vestígios das segundas são o objeto de 
uma tradição, cuja reconstituição precisa partir do lugar em 
que se achava o original. 
 
(BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade 
técnica. In: Obras escolhidas, Vol. 1: magia e técnica, arte e política: 
ensaios sobre literatura e história da cultura. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. 
São Paulo: Brasiliense, 1994. p.167.) 
 
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Com base no texto e nos conhecimentos acerca de Walter 
Benjamin, explique por que as técnicas de reprodução 
provocam a destruição das condições de autenticidade da 
obra de arte. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
 
 
 
3. (Uel 2012) Leia o texto a seguir. 
 
Os homens sempre tiveram de escolher entre submeter-se 
à natureza ou submeter a natureza ao eu. 
 
(ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. Dialética do Esclarecimento: 
fragmentos filosóficos. Trad. Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: 
Jorge Zahar Editor, 1985. p.43.) 
 
Com base no texto, é correto afirmar que a análise de 
Adorno e Horkheimer estabeleceu a ideia de que o homem 
 
I. interage com a natureza de maneira pacífica, assimilando 
a de forma idílica. 
II. age com astúcia diante dos fenômenos naturais, ao forjar 
uma relação de instrumentalidade com a natureza. 
III. esclarecido e com pleno domínio da natureza promove 
a sua autoconsciência. 
IV. apreende a natureza visando controlá-la, o que resulta 
na submissão dela. 
 
Assinale a alternativa correta. 
 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas II e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas. 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
 
 
 
4. (UEL 2012) Leia o texto a seguir. 
 
O ser humano, no decorrer da sua existência na face da 
terra e graças à sua capacidade racional, tem desenvolvido 
formas de explicação do que há no intuito de estabelecer 
um nexo de sentido entre os fenômenos e as experiências 
por ele vivenciados. Essas vivências, à medida que são 
passíveis de expressão através das construções simbólicas 
contidas na linguagem, apresentam um caráter 
eminentemente social. 
 
(HANSEN, Gilvan. Modernidade, Utopia e Trabalho. Londrina: Edições 
Cefil, 1999. p.13.) 
 
Com base na obra Molhe Espiral, no texto e nos 
conhecimentos sobre o pensamento de Habermas, assinale 
a alternativa correta. 
 
a) A linguagem, em razão de sua dimensão material, 
inviabiliza a (re)produção simbólica da sociedade. 
b) As construções simbólicas se valem do apreço 
instrumental e do valor mercantil. 
c) A importância do simbólico na sociedade decorre de sua 
adequação aos parâmetros funcionais e técnicos. 
d) A dimensão simbólica da sociedade é inerente à forma 
como o homem assegura sentido à realidade. 
e) A forma de expressão dos elementos simbólicos na 
arena social deve atender a uma utilidade prática. 
 
5. (UFPA 2011) “Adorno e Horkheimer (os primeiros, na 
década de 1940, a utilizar a expressão “indústria cultural” 
tal como hoje a entendemos) acreditam que esta indústria 
desempenha as mesmas funções de um estado fascista (...) 
na medida em que o individuo é levado a não meditar sobre 
si mesmo e sobre a totalidade do meio social circundante, 
transformando-se em mero joguete e em simples produto 
alimentador do sistema que o envolve.” 
 
(COELHO, Teixeira. O que é indústria cultural, São Paulo, Editora 
Brasiliense, 1987, p. 33. Texto adaptado) 
 
Adorno e Horkeimer consideram que a indústria cultural e o 
Estado fascista têm funções similares, pois em ambos 
ocorre 
 
a) um processo de democratização da cultura ao colocá-la 
ao alcance das massas o que possibilita sua 
conscientização. 
b) o desenvolvimento da capacidade do sujeito de julgar o 
valor das obras artísticas e bens culturais, assim como 
de conviver em harmonia com seus semelhantes. 
c) o aprimoramento do gosto estético por meio da indústria 
do entretenimento, em detrimento da capacidade de 
reflexão. 
d) um processo de alienação do homem, que leva o 
indivíduo a perder ou a não formar uma imagem de si e 
da sociedade em que vive. 
e) o aprimoramento da formação cultural do individuo e a 
melhoria do seu convívio social pela inculcação de 
valores, de atitudes conformistas e pela eliminação do 
debate, na medida em que este produz divergências no 
âmbito da sociedade. 
 
 
6. (UNESP 2011) “Em troca dos artigos que enriquecem 
sua vida, os indivíduos vendem não só seu trabalho, mas 
também seu tempo livre. As pessoas residem em 
 
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concentrações habitacionais e possuem automóveis 
particulares com os quais já não podem escapar para um 
mundo diferente. Têm gigantescas geladeiras repletas de 
alimentos congelados. Têm dúzias de jornais e revistas que 
esposam os mesmos ideais. Dispõem de inúmeras opções 
e inúmeros inventos que são todos da mesma espécie, que 
as mantêm ocupadas e distraem sua atenção do verdadeiro 
problema, que é a consciência de que poderiam trabalhar 
menos e determinar suas próprias necessidades e 
satisfações”. 
 
(Herbert Marcuse, filósofo alemão, 1955.) 
 
Caracterize a noção de liberdade presente no texto de 
Marcuse, considerando a relação estabelecida pelo autor 
entre liberdade, progresso técnico e sociedade de 
consumo. 
 
7. (UEL 2011) Leia o texto a seguir. 
 
 Em Técnica e Ciência como “ideologia”, Habermas 
apresenta uma reformulação do conceito weberiano de 
racionalização pela qual lança as bases conceptuais de sua 
teoria da sociedade. Neste sentido, postula a distinção 
irredutível entre trabalho ou agir instrumental e interação ou 
agir comunicativo, bem como a pertinência da conexão 
dialética entre essas categorias, das quais deriva a 
diferenciação entre o quadro institucional de uma sociedade 
e os subsistemas do agir racional com respeito a fins. 
Segundo Habermas, uma análise mais pormenorizada da 
primeira parte da Ideologia Alemã revela que “Marx não 
explicita efetivamente a conexão entre interação e trabalho, 
mas sob o título nada específico da práxis social reduz um 
ao outro, a saber, a ação comunicativa à instrumental”. 
 
(Adaptado: HABERMAS, J. Técnica e ciência como “ideologia”. Lisboa: 
Edições 70, 1994. p.41-42.) 
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o 
pensamento de Habermas, é correto afirmar: 
 
a) O crescimento das forças produtivas e a eficiência 
administrativa conduzem à organização dasrelações 
sociais baseadas na comunicação livre de quaisquer 
formas de dominação. 
b) A liberação do potencial emancipatório do 
desenvolvimento da técnica e da ciência depende da 
prevenção das disfuncionalidades sistêmicas que 
entravam a reprodução material da vida e suas 
respectivas formas interativas. 
c) O desenvolvimento da ciência e da técnica, enquanto 
forças produtivas, permite estabelecer uma nova forma 
de legitimação que, por sua vez, nega as estruturas da 
ação instrumental, assimilando-as à ação comunicativa. 
d) Com base na irredutibilidade entre trabalho e interação, 
a luta pela emancipação diz respeito tanto ao agir 
comunicativo, contra as restrições impostas pela 
dominação, quanto ao agir instrumental, contra as 
restrições materiais pela escassez econômica. 
e) A racionalização na dimensão da interação social 
submetida à racionalização na dimensão do trabalho na 
práxis social determina o caráter emancipatório do 
desenvolvimento das forças produtivas e do bem-estar 
da vida humana. 
 
8. (UEL 2011) Leia o texto a seguir. 
 
 Francis Bacon, em sua obra Nova Atlântida, 
imagina uma utopia tecnocrática na qual o sofrimento 
humano poderia ser removido pelo desenvolvimento e pelo 
aperfeiçoamento do conhecimento científico, o qual 
permitiria uma crescente dominação da natureza e um 
suposto afastamento do mito. Na obra Dialética do 
Esclarecimento, Adorno e Horkheimer defendem que o 
projeto iluminista de afastamento do mito foi convertido, ele 
próprio, em mito, caindo no dogmatismo e em numa forma 
de mitologia. O progresso técnico-científico consiste, para 
Adorno e Horkeheimer, no avanço crescente da 
racionalidade instrumental, a qual é incapaz de frear 
iniciativas que afrontam a moral, como foram, por exemplo, 
os campos de concentração nazistas. 
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o 
desenvolvimento técnico-científico, é correto afirmar: 
 
a) Bacon pensava que o incremento da racionalidade 
instrumental aliviaria as causas do sofrimento humano, 
apesar de a razão, a longo prazo, sucumbir novamente 
ao mito. 
b) Adorno e Horkheimer concordavam que o progresso 
científico não consegue superar o mito, mas se torna um 
tipo de concepção mítica incapaz de discriminar o que é 
certo do que é errado moralmente. 
c) Adorno e Horkheimer sustentavam que o crescente 
avanço da racionalidade instrumental consistia num 
incremento da capacidade humana de avaliar 
moralmente. 
d) Bacon apontava que o aumento da capacidade de 
domínio do homem sobre a natureza conduziria os seres 
humanos a uma forma de dogmatismo. 
e) Tanto Adorno e Horkheimer quanto Bacon viam o 
progresso técnico e científico como a solução para os 
sofrimentos humanos e para as incertezas morais 
humanas. 
 
9. (Uel 2010) Leia o texto a seguir: 
 
 “A ideia de progresso manifesta-se inicialmente, à 
época do Renascimento, como consciência de ruptura. [...] 
No século XVIII tal ideia associa-se à consciência do caráter 
progressivo da civilização, e é assim que a encontramos em 
Voltaire. Tal como para Bacon, no início do século XVII, o 
progresso também é uma espécie de objeto de fé para os 
iluministas. [...] A certeza do progresso permite encarar o 
futuro com otimismo”. 
 
(Adaptado de: FALCON, F. J. C. Iluminismo. 2. ed. São Paulo: Ática, 
1989, p. 61-62.) 
 
Na primeira metade do século XX, a ideia de progresso 
também se transformou em objeto de análise do grupo de 
pesquisadores do Instituto de Pesquisa Social vinculado à 
Universidade de Frankfurt. 
 
Tendo como referência a obra de Adorno e Horkheimer, é 
correto afirmar: 
 
a) Por serem herdeiros do pensamento hegeliano, os 
autores entendem que a superação do modelo de 
 
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racionalidade inerente aos conflitos do século XX 
depende do justo equilíbrio entre uso público e uso 
privado da razão. 
b) A despeito da Segunda Guerra, a finalidade do 
iluminismo de libertar os homens do medo, da magia e 
do mito e torná-los senhores autônomos e livres 
mediante o uso da ciência e da técnica, foi atingido. 
c) Os autores propõem como alternativa às catástrofes da 
primeira metade do século XX um novo entendimento da 
noção de progresso tendo como referência o conceito de 
racionalidade comunicativa. 
d) Como demonstra a análise feita pelos autores no texto 
“O autor como produtor”, o ideal de progresso 
consolidado ao longo da modernidade foi rompido com 
as guerras do século XX. 
e) Em obras como a Dialética do esclarecimento, os autores 
questionam a compreensão da noção de progresso 
consolidada ao longo da trajetória da razão por ela estar 
vinculada a um modelo de racionalidade de cunho 
instrumental. 
 
10. (UEL 2010) Leia o seguinte texto de Adorno e 
Horkheimer: 
 
O esclarecimento, porém, reconheceu as antigas 
potências no legado platônico e aristotélico da metafísica e 
instaurou um processo contra a pretensão de verdade dos 
universais, acusando-a de superstição. Na autoridade dos 
conceitos universais ele crê enxergar ainda o medo pelos 
demônios, cujas imagens eram o meio, de que se serviam 
os homens, no ritual mágico, para tentar influenciar a 
natureza. Doravante, a matéria deve ser dominada sem o 
recurso ilusório a forças soberanas ou imanentes, sem a 
ilusão de qualidades ocultas. O que não se submete ao 
critério da calculabilidade e da utilidade torna-se suspeito 
para o esclarecimento. 
 
(ADORNO, T.; HORKHEIMER, M. Dialética do Esclarecimento. 
Fragmentos filosóficos. Tradução de Guido Antonio de Almeida. Rio de 
Janeiro: Jorge Zahar, 1985, p. 21.) 
 
Com base no texto e no conceito de esclarecimento de 
Adorno e Horkheimer, é correto afirmar: 
 
a) O esclarecimento representa, em oposição ao modelo 
matemático, a base do conhecimento técnico-científico 
que sustenta o modo de produção capitalista na 
viabilização da emancipação social. 
b) O esclarecimento demonstra o domínio substancial da 
razão sobre a natureza interna e externa e a realização 
da emancipação social levada adiante pelo capitalismo. 
c) O esclarecimento compreende a realização romântica da 
racionalidade que acentuou, de forma intensa, a 
interação harmônica entre homem e natureza. 
d) O esclarecimento abrange a racionalização das diversas 
formas e condições da vida humana com o objetivo de 
tornar o ser humano mais feliz, quando da realização de 
práticas rituais e religiosas. 
e) O esclarecimento concebe o abandono gradual dos 
pressupostos metafísicos e a operacionalização do 
conhecimento por meio da calculabilidade e da utilidade, 
redundando num modelo próprio de razão instrumental. 
 
11. (UEM 2010) “Etimologicamente a palavra alienação 
vem do latim alienare, alienus, ‘que pertence a um outro’. 
Alius é o outro. Portanto, sob determinado aspecto, alienar 
é tornar alheio, transferir para outrem o que é seu”. 
 
(ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à 
filosofia. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2003, p. 45). 
 
Em relação à citação, assinale o que for correto. 
 
01) Karl Marx considera que a alienação acontece numa 
forma de divisão social do trabalho em que o produto do 
trabalho deixa de pertencer a quem o produziu. 
02) Para Ludwig Feuerbach, o homem aliena-se na religião, 
pois o homem religioso confere ao ente sobrenatural 
sua própria essência e qualidades, como se fossem 
atributos do ser sobrenatural. 
04) Autores expoentes da teoria crítica, tais como Theodor 
W. Adorno e Herbert Marcuse, afirmam que, na 
sociedade capitalista, as necessidades são 
artificialmente estimuladas, sobretudo pelos meios de 
comunicação de massa, os quais levam os indivíduos a 
consumirem de maneira alienada. 
08) A arte abstrata é alienada, pois perpetua os paradigmas 
da concepção estética clássica, fundamentada nos 
princípios aristotélicos da mímesis. 
16) O taylorismo e o fordismo são formas de organizar o 
processo de trabalhoque permitem acabar com a 
alienação do trabalhador. 
 
12. (UEL 2009) Texto 
 
“Se você é o que você come, e consome comida 
industrializada, você é milho”, escreveu Michael Pollan no 
livro O Dilema do Onívoro, lançado este ano no Brasil. Ele 
estima que 25% da comida industrializada nos EUA 
contenha milho de alguma forma: do refrigerante, passando 
pelo Ketchup, até as batatas fritas de uma importante 
cadeia de fast food – isso se não contarmos vacas e 
galinhas que são alimentadas quase exclusivamente com o 
grão. 
O milho foi escolhido como bola da vez ao seu baixo preço 
no mercado e também porque os EUA produzem mais da 
metade do milho distribuído no mundo. 
 
(Adaptado: BURGOS, P. Show do milhão: milho na comida agora vira 
combustível. 
Super Interessante. Edição 247, 15 dez. 2007, p.33.) 
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o 
desenvolvimento do capitalismo e a indústria cultural, 
considere as afirmativas. 
 
I. O capitalismo contemporâneo tornou a globalização um 
fenômeno que intensificou a padronização e a 
homogeneização como formas de reprodução técnica 
criadas a partir da revolução industrial. 
II. A abertura comercial dos portos das colônias americanas 
resultou no cercamento dos campos, facilitando o 
comércio pelo acúmulo de capitais e, em consequência, 
a revolução industrial. 
III. A crítica filosófica à instrumentalização cultural constata 
que o predomínio da racionalidade técnica permitiu o 
resgate do potencial emancipatório da razão sonhado 
pelo projeto iluminista. 
 
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IV. Com o avanço tecnológico, a racionalidade técnica 
penetra todos os aspectos da vida cotidiana, subjugando 
o homem a um processo de instrumentalização cultural 
e homogenização de comportamentos. 
 
Assinale a alternativa correta. 
 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 
13. (UEL 2009) O debate nascido nos anos 80 sobre a crise 
da modernidade tem como pano de fundo a consciência do 
esgotamento da razão, no que se refere a sua incapacidade 
de encontrar perspectivas para o prometido progresso 
humano. O pensamento de Habermas situa-se no contexto 
dessa crítica. A racionalidade ocidental, desde Descartes, 
pretendeu a autonomia da razão, baseada no sujeito que 
solitariamente representa o mundo. [...] A racionalidade 
prevalente na modernidade é a instrumental[...]. 
 
(HERMANN, N. O pensamento de Habermas. In: Filosofia. Sociedade e 
Educação. Ano I, n.I. Marília: UNESP, 1997. p. 122-1 23.) 
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a Teoria 
Crítica de Adorno e Horkheimer e sobre o pensamento de 
Jürgen Habermas, é correto afirmar que a racionalidade 
Instrumental constitui 
 
I. um conhecimento que se processa a partir das condições 
especificas da objetividade empírica do fato em si. 
II. o processo de entendimento entre os sujeitos acerca do 
uso racional dos instrumentos técnicos para o controle da 
natureza. 
III. uma forma de uso amplo da razão, que torna o homem 
livre para compreender a si mesmo a partir do domínio 
do conhecimento científico. 
IV. um saber orientado para a dominação e o controle 
técnico sobre a natureza e sobre o próprio ser humano. 
 
Assinale a alternativa correta. 
 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 
14. (UEL 2009) Com base no pensamento estético de 
Adorno e Benjamin, considere as afirmativas a seguir. 
 
I. Apesar de terem o mesmo ponto de partida, a saber, a 
análise crítica das técnicas de reprodução, Adorno e 
Benjamin chegam a conclusões distintas. Adorno entende 
que a reprodutibilidade das obras de arte é algo negativo, 
pois transforma esta última em mercadoria; para 
Benjamin, apesar de a reprodutibilidade ter aspectos 
negativos, uma forma de arte como o cinema pode ser 
usada potencialmente em favor da classe operária. 
II. Para Adorno, o discurso revolucionário na arte torna esta 
forma de expressão humana instrumentalista, e isto 
significa abolir a própria arte. Por seu turno, Benjamin 
considerava que os novos meios de comunicação não 
deveriam ser substituídos, mas sim transformados ou 
subvertidos segundo os interesses da comunicação 
burguesa. 
III. Para Adorno, a noção de aura na obra de arte 
preservava a consciência de que a realidade poderia ser 
melhor, mas o processo de massificação da arte 
dissolveu tal noção e, com ela, a dimensão critica da 
arte. Para Benjamin, a perda da aura destruiu a 
unicidade e a singularidade da obra de arte, que perde 
o seu valor de culto e se torna acessível. 
IV. Adorno vê positivamente a reprodutibilidade da arte, já 
que a obra de arte se transforma em mercadoria 
padronizada que possibilita a todos o acesso e o 
desenvolvimento do gosto estético autônomo; para 
Benjamin, a reprodução tem como dimensão negativa 
essencial o fato de impossibilitar às massas o acesso às 
obras. 
 
Assinale a alternativa correta. 
 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e III são corretas. 
c) Somente as afirmativas II e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 
15. (UEL 2009) Sobre a crítica frankfurtiana à concepção 
positivista de ciência e técnica, é correto afirmar que a 
racionalidade técnica 
 
I. dissocia meios e fins e redunda na adoração fetichista de 
seus próprios meios. 
II. constitui um saber instrumental cujo critério de verdade é 
o seu valor operativo na dominação do homem e da 
natureza. 
III. aprimora a ação do ser humano sobre a natureza e 
resgata o sentido da destinação humana. 
IV. incorpora a reflexão sobre o significado e sobre os fins 
da ciência no contexto social. 
 
Assinale a alternativa correta. 
 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 
16. (UEL 2008) Sobre a “indústria cultural”, segundo Adorno 
e Horkheimer, é correto afirmar: 
 
a) Desenvolve o senso crítico e a autonomia de seus 
consumidores. 
b) Reproduz bens culturais que brotam espontaneamente 
das massas. 
c) O valor de troca é substituído pelo valor de uso na 
recepção da arte. 
d) Padroniza e nivela a subjetividade e o gosto de seus 
consumidores. 
e) Promove a imaginação e a espontaneidade de seus 
consumidores. 
 
17. (UEM 2008) A expressão indústria cultural foi 
empregada pela primeira vez no livro Dialética do 
 
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Esclarecimento, escrito por Horkheimer e Adorno, filósofos 
de tendência marxista pertencentes à Escola de Frankfurt. 
Designa-se com essa expressão uma cultura produzida em 
série, para o mercado de consumo em massa, na qual a 
realização cultural deixa de ser um instrumento de crítica do 
conhecimento para transformar-se em uma mercadoria 
qualquer cujo valor é, antes de tudo, monetário. Assinale o 
que for correto. 
 
01) A origem da indústria cultural pode ser encontrada na 
prática dos mecenas, particularmente italianos, que 
financiavam, durante o Renascimento, a produção das 
grandes obras de arte. 
02) Na indústria cultural, o consumidor não é rei, como ela 
gostaria de o fazer crer, o consumidor não é o sujeito 
da produção cultural, mas seu objeto. 
04) A indústria cultural eleva o nível cultural da maioria da 
população

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