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CBMERJ - Geografia - Módulo 15

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GEOGRAFIA MÓDULO 15 CBMERJ 
 
 
 
1 
Todas os exercícios da apostila que tiverem essa câmera , estão 
gravados em vídeo para você. Nossos professores resolveram as 
questões, comentando cada detalhe para te ajudar na hora de estudar. 
Muitas questões trazem dicas preciosas. Não deixe de assistir aos 
vídeos dentro da plataforma on-line do Perspectiva e bons estudos! 
 
Domínios morfoclimáticos 
 
Atualmente, com a evolução das sociedades, é possível identificar 
diversas alterações na paisagem brasileira. Podemos observar também 
que ela é composta de elementos culturais, que são aqueles gerados 
pela ação antrópica, como áreas urbanizadas, edificações, estradas, 
plantações etc., e é também composta dos elementos naturais, que 
consistem na interação de vários elementos não humanísticos, tais 
como: clima, relevo, vegetação, entre outros elementos biogeográficos. 
O Brasil tem como característica uma grande extensão territorial e, 
consequentemente, acomoda uma grande diversidade de elementos 
naturais. 
O mosaico paisagístico e biológico, associado à interação e à 
interdependência entre os diversos elementos naturais, gera a 
necessidade de criação e existência dos chamados domínios 
morfoclimáticos, onde, por um processo de sistematização, agrupam-se 
conjuntos espaciais, relacionando-os com nichos fitogeográficos, 
gerando assim uma divisão biogeográfica ou territorial. 
Nessa sistematização, até o presente momento, podemos reconhecer, 
no Brasil, a existência de seis domínios paisagísticos e 
macroecológicos. São eles: Domínio Amazônico, Domínio dos Cerrados, 
Domínio da Caatinga, Domínio de Mares de Morros, Domínio das 
Araucárias e o Domínio das Pradarias. 
 
 
 
Entre os seis grandes domínios relacionados, inserem-se muitas faixas 
de transição, que apresentam elementos típicos de dois ou mais 
domínios, tendo como exemplos: o Pantanal, o Agreste, a Matas dos 
Cocais etc. 
Dentre os principais elementos naturais que atuam na formação 
paisagística, o clima e o relevo destacam-se, embora não se descartem 
os demais elementos que também exercem seu papel nesse processo, 
influenciando-o direta ou indiretamente. Como resultado dessa 
interação, temos a ocorrência de diferentes coberturas vegetais. 
 
Principais elementos naturais – Relevo 
O estudo do relevo é muito amplo e importante, sendo objeto de 
diversas áreas do saber de vários profissionais, como engenheiros de 
várias especialidades (ambiental, agrônomo, de petróleo etc.), de 
geólogos, biólogos, químicos, geógrafos, entre outros profissionais. 
O território brasileiro faz parte da porção leste sul-americana, 
caracterizando-se por estruturas geológicas antigas, erodidas e 
aplainadas e predomínio de planaltos, que remetem ao Período Pré-
Cambriano. É, no entanto, um erro apresentar o relevo brasileiro como 
apenas “antigo”. Nele há, também, estruturas recentes, que resultam do 
recebimento, da acomodação e da sedimentação de partículas geradas 
pelo constante processo erosivo das regiões planálticas (ação dos 
agentes intempéricos). Essas estruturas se caracterizam pelas bacias 
de formação recente, que datam do Período Cenozoico. 
Outro aspecto importante consiste na ausência de vulcanismo ativo e 
de fortes abalos sísmicos, fatos explicados pela distância de áreas de 
encontro de placas tectônicas e por sua localização na porção central 
da Placa Sul-Americana. 
O levantamento estrutural das formas do relevo brasileiro caminhou 
paralelamente à evolução tecnológica disponível até o presente 
momento. O primeiro mapa de relevo a ter destaque foi do geógrafo 
Aroldo de Azevedo, publicado em 1949, o qual considerava, para a 
fragmentação sistematizada do relevo nacional, a classificação por 
níveis altimétricos ou altimetria, organizando o relevo do território 
nacional em unidades: planícies 41% (áreas inferiores a 200 metros de 
altitude) e planaltos 59% (áreas com mais de 200 metros de altitude). 
Outra classificação do relevo foi realizada pelo geógrafo Aziz Ab'Saber, 
publicada em 1958. Nela, Ab’Saber utilizou como critério os aspectos 
geomorfológicos. O pesquisador desenvolveu seu trabalho analisando 
os processos de formação escultural do relevo, classificando-o em 
unidades: planaltos 75% (toda área erodida, geradora de sedimentos) e 
planícies 25% (toda área que sofre o acúmulo de sedimentos). Então, o 
critério anteriormente utilizado na classificação do professor Aroldo de 
Azevedo acabou caindo em desuso, trocando-se a altimetria pelos 
processos geomorfológicos. 
A terceira classificação que destacamos foi publicada em 1995, com 
base nas pesquisas feitas pelo geógrafo Jurandyr Ross. Em seu 
trabalho, Ross aprofundou os critérios utilizados pelo professor Aziz 
Ab'Saber (ação geomorfológica) e também adicionou mais uma unidade 
de relevo às duas já utilizadas. Sua classificação, que é a atual, é a 
seguinte: planalto (11 unidades de relevo), planície (6 unidades de 
relevo) e depressão (11 unidades de relevo). Jurandyr Ross utilizou as 
imagens do projeto Radambrasil, herança do período militar, baseando-
se em fotos aéreas e imagens geradas pelo sensoriamento remoto. 
 
 
GEOGRAFIA MÓDULO 15 CBMERJ 
 
 
2 
 
 
 
Climas brasileiros 
O clima está para o ser humano assim como o ser humano está para o 
clima. Essa máxima evidencia um processo recíproco de influência 
diária entre ambos. Ao acordarmos, logo pensamos: o tempo está 
firme? Teremos um tempo estável? Qual a previsão do tempo para hoje? 
Isso sem falar nas previsões meteorológicas como ferramentas de 
auxílio na indústria agrícola moderna. Mas qual a diferença entre clima 
e tempo? Segundo a definição utilizada pelo CPTEC/INPE, clima “[...] 
constitui o estado médio e o comportamento estatístico das variáveis 
de tempo (temperatura, chuva, vento etc.) sobre um período 
suficientemente longo de uma localidade. O período recomendado é de 
30 anos [...]”; é extremamente importante diferenciá-lo de tempo “[...] 
conjunto de condições atmosféricas e fenômenos meteorológicos que 
afetam a biosfera e a superfície terrestre em um dado momento e local. 
Temperatura, chuva, umidade, nevoeiro, nebulosidade etc. formam o 
conjunto de parâmetros do tempo [...]”. O Brasil tem como 
característica climática marcante a chamada tropicalidade, ou seja, a 
predominância de um clima, de forma geral. No entanto, sua localização 
no globo faz com que apresente uma grande porção de terras na zona 
intertropical (92%) e pequena porção na zona temperada do sul (8%). É 
fundamental percebermos que a diversidade climática do país é 
positiva para o agronegócio, dando a esse setor a possibilidade de 
produzir diversas culturas. Temos como fatores dessa diversidade 
climática a latitude, a atuação das massas de ar, entre outros. 
 
TIPOS DE DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS 
 
A. DOMÍNIO AMAZÔNICO 
 
O relevo: 
O relevo amazônico tem como características gerais altitudes até 200 
metros, sendo, por essa razão, conhecido como terras baixas. 
Constitui-se de planaltos de formação geológica do Período Pré-
Cambriano, “terras erodidas, ou esculpidas, ou mesmo desgastadas”. 
São eles: Planaltos Residuais Norte-Amazônico, Planalto da Amazônia 
Oriental e Planaltos Residuais Sul-Amazônico. 
Acompanhando os vales dos rios da Bacia Amazônica, formam-se 
extensas planícies, áreas caracterizadas por receberem sedimentos dos 
planaltos do entorno. São as Planícies do Rio Amazonas. 
Finalizando a leitura do mosaico estrutural, temos ainda as unidades de 
depressão, que consistem em “áreas mais baixas que seu entorno”, 
segundo o Dicionário geomorfológico. São elas: Depressão Marginal 
Norte-Amazônica e Depressão Marginal Sul-Amazônica, Depressão da 
Amazônia Ocidental e Planície do Rio Amazonas. 
O domínio amazônico ainda guarda uma particularidade especial: 
acomodar uma pequena porção de relevo com elevadas altitudes, 
principalmente no norte de Roraima e norte e noroeste do estado do 
Amazonas, onde se encontra o ponto culminante brasileiro, Pico da 
Neblina, inseridona Serra do Imeri, no Planalto das Guianas. 
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revisou a altitude 
dos sete maiores pontos culminantes do país. Os dois pontos mais 
altos, os picos da Neblina e o 31 de março, ficaram oficialmente 1,52 
metro mais elevados. Segundo as medições feitas no final de 2015, o 
Pico da Neblina passou a ter 2 995,30 metros. De acordo com a 
medição anterior, feita em 2004 e 2005, o principal ponto culminante do 
Brasil, localizado na Serra do Imeri, no Amazonas, tinha 2 993,78 
metros. O segundo mais alto pico brasileiro, o 31 de Março, situado na 
mesma serra, a menos de um quilômetro de distância do Pico da 
Neblina, passou de 2 972,66 na medição de 2004/2005 para 2 974,18 
metros na medição atual. 
GEOGRAFIA MÓDULO 15 CBMERJ 
 
 
 
3 
 
 
O solo 
Quanto ao solo amazônico, sabe-se que, em geral, apresenta baixa 
fertilidade, pois sofre com a grande intensidade de precipitação 
regional, o que intensifica o processo de lixiviação, removendo dele, via 
escoamento, a camada humífera. Em algumas áreas restritas, ocorrem 
solos de maior fertilidade natural, como os solos de várzea; em alguns 
trechos dos rios, ocorre também o aparecimento da terra preta, solo 
orgânico de alta fertilidade. 
Apesar de o solo amazônico não apresentar boa fertilidade, e este fato 
ocorre na camada mais externa da crosta, nas camadas inferiores, 
temos o aparecimento de reservas minerais de extremo valor, cuja 
extração colabora intensamente com a economia nacional. São 
exemplos dessas reservas: Projeto Carajás (PA) – exploração de 
minério de ferro, cobre, zinco, manganês, prata, bauxita etc.; província 
petrolífera de Urucu (650 Km de Manaus-AM) – exploração de petróleo 
e gás natural. 
 
O clima 
O domínio amazônico apresenta predomínio do clima equatorial, com 
altas temperaturas e altos volumes de umidade. Localizado em uma 
região de baixas latitudes, apresenta médias térmicas anuais entre 25 
°C e 27 °C, com pequena amplitude térmica anual, não apresentando 
uma estação fria. As chuvas abundantes geram índices pluviométricos 
superiores a 2 000 mm, podendo ultrapassar 3 000 mm anuais em 
algumas regiões (climograma). 
As precipitações que ocorrem nessa região são classificadas como 
chuvas convectivas, características das regiões equatoriais, em zonas 
de baixa pressão, áreas de altas temperaturas, que apresentam, 
consequentemente, evaporação constante e intensa, com a ação dos 
ventos alísios vindos das áreas de alta pressão. Com todos esses 
mecanismos naturais agindo em harmonia, teremos o despencar de um 
grande “aguaceiro” ou uma “pancada” de chuva no final da tarde ou 
início da noite; em geral, esse aguaceiro tem curta duração e um grande 
volume pluviométrico, podendo ainda ser acompanhado de trovões e 
raios. 
 
 
 
A massa de ar equatorial continental (mEc) é responsável pela dinâmica 
climática em quase toda a região; já a massa de ar equatorial atlântica 
(mEa) exerce influência principalmente nas regiões litorâneas do 
Amapá e Pará. É importante destacar, porém, a ocorrência de um 
evento localizado na porção ocidental: um braço da massa de ar polar 
atlântica estende-se pelo território nacional até chegar à região Norte e 
gerar o evento climatológico conhecido como “friagem” (leve queda de 
temperatura). Na Amazônia, há uma diagonal subúmida, também 
conhecida como período seco, que abrange Roraima, o sul do Pará, 
Rondônia e parcialmente o Acre, cujas médias pluviométricas são 
menos elevadas, apresentando alternância da estação seca e da 
estação chuvosa e caracterizando um clima equatorial subúmido. 
(Ross, 1996, P. 103) 
 
A vegetação 
A paisagem natural do domínio amazônico é marcada pela exuberância 
de cores, cheiros, tamanhos e forma. O bioma amazônico, de área de 
4,2 milhões de Km² ou 49% em território nacional, distribui-se pelos 
estados do Amazonas, Pará, Mato Grosso, Acre, Rondônia, Roraima, 
Amapá, parte do Tocantins e parte do Maranhão. O bioma amazônico 
estende--se por nove países sul-americanos (Brasil, Peru, Colômbia, 
Equador, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname), totalizando 6,9 
milhões de Km², sendo o bioma mais rico em biodiversidade de todo pla-
neta. Segundo o professor Aziz Ab'Saber, é “o grande contínuo de florestas 
biodiversas que se estende desde o noroeste do Pará aos sopés dos Andes, 
dos arredores da Serra dos Carajás às encostas do Pico da Neblina e 
serranias ocidentais de Roraima, no Parque dos Ianomâmis”. Esse 
fragmento de texto mostra a grandeza da cobertura florestada e quanto isso 
cria uma identidade profunda, tanto no aspecto físico quanto no cultural. 
O bioma amazônico é caracterizado, em grande parte, pela cobertura 
vegetal da Floresta Amazônica, também chamada Floresta Tropical, 
Pluvial, Hileia, ou ainda de Floresta Equatorial. Faz parte desse bioma 
também a vegetação litorânea que cobre parte das áreas dos estados 
do Pará e do Amapá. 
Vejamos as principais características da floresta Amazônica: 
Latifoliada: folhas grandes e largas, adaptadas para o grande processo 
de evapotranspiração; 
Heterogênea: grande variedade de espécies vegetais; 
Densa: compactada, intricada com plantas próximas umas das outras, 
chegando a serem entrelaçadas; 
Perenifólia: sempre com a tonalidade verde, a vegetação não descarta 
as folhas nos períodos do outono- -inverno, em virtude da baixa 
variação climática; 
Higrófila: vegetais adaptados a ambientes intensamente úmidos; 
Arbóreas: vegetações de grande porte, que correspondem às áreas 
florestadas. 
 
Por sua heterogeneidade, a floresta Amazônica pode ser dividida em 
dois ecossistemas principais: mata de terra firme e vegetação 
inundada. 
A caaetê ou mata de terra firmeé a parte de maior extensão florestada, 
cobre as áreas planálticas nunca atingidas pelos períodos de cheias 
dos rios. Apresenta a maior variedade de espécies, principalmente 
espécies arbóreas, como o angelim, o caucho, a andiroba, a 
castanheira, o guaraná, o mogno, o pau-rosa, entre outras espécies. 
A vegetação inundadaconsiste na mata de igapó e na mata de várzea. 
Caaigapó ou mata de Igapó: localizada ao longo dos rios nas áreas das 
planícies permanentemente inundadas, tendo como exemplos: a vitória-
régia, a piaçava, o açaí, o cururu, a marajá, entre outras. 
Mata de várzea: localizada ao longo dos rios, porém sua distância não 
permite que ela tenha uma irrigação natural constante (causada pelas 
áreas inundadas). Ela vai depender dos períodos de cheia dos rios 
(dezembro-julho). Suas principais espécies são: a seringueira, o 
cacaueiro, o sumaúma, a copaíba, entre outras. 
GEOGRAFIA MÓDULO 15 CBMERJ 
 
 
4 
 
 
B. DOMÍNIO DOS CERRADOS 
Domínio considerado como um dos hotspots mundiais de 
biodiversidade, o Cerrado apresenta extrema abundância de espécies 
endêmicas. Inclui-se, nessa linha de raciocínio, o homem, estando uma 
grande parte da população mundial localizada neste bioma. Hoje, 
estima-se que aproximadamente um quinto da população mundial vive 
em áreas de formações savânicas, sendo a maior parte dessas 
sociedades agropecuárias. Em âmbito mundial, a Savana abrange uma 
área de 20% do planeta distribuída pela África, Oceania e América do 
Sul, mas a maior porção fica na África. No sul do continente americano, 
é o segundo maior bioma, chegando a ocupar uma área de 2 036 448 
km². No Brasil, ocorre a distribuição em uma área de 2 milhões de 
quilômetros quadrados, estando espalhado por Goiás, Tocantins, Mato 
Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, 
Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal, abrangendo 
aproximadamente um quarto do território brasileiro. Estima-se hoje, 
segundo o IBGE, que vivem nesta área cerca de 25 milhões de pessoas, 
ou 15% da população nacional, distribuída em 1 330 municípios. A 
riqueza natural desse Domínio é incontestável, porém chama a atenção 
também a riqueza humana ou antrópica de algumas sociedades que ali 
desenvolvem suas atividades e sua importância, tais como: “[...]asetnias indígenas, quilombolas, geraizeiros, ribeirinhos, babaçueiras, 
vazanteiros e comunidades quilombolas que, juntas, fazem parte do 
patrimônio histórico e cultural brasileiro, e detêm um conhecimento 
tradicional de sua biodiversidade; mais de 220 espécies têm uso 
medicinal e mais 416 podem ser usadas na recuperação de solos 
degradados [...]” (Ministério do Meio Ambiente). 
 
Mesmo conhecendo-se sua importância biológica, e sendo um hotspot 
mundial, o Cerrado ainda é o hotspot que apresenta menos proteção 
integral (8,21% de seu território legalmente protegido por unidades de 
conservação). Esse dado abre uma janela para uma ação antrópica 
negativa, um processo de ocupação predatório e sem precedentes 
histórico-ambientais, tema que será abordado mais adiante. 
 
O Relevo e o solo 
O relevo do cerrado, marcado por planaltos (Planalto Central e parte do 
Planalto Meridional) e planícies, tem como característica altitudes que 
variam em média de 300 a 600 metros. É conhecido como área de 
relevo de maciços planaltos cristalinos e sedimentados, de formação 
geológica do último período de glaciação quaternária; esses maciços 
são chamados “chapadões interiores florestados”, caracterizando-se 
como terras erodidas, ou esculpidas, ou mesmo desgastada, porém 
sem presença de mamelonização; com presença de estruturas 
planálticas de topos aplainados ou levemente ondulados, apresentam 
rampas acessórias escalonadas ou escarpas. São eles: Chapada dos 
Veadeiros (nomeada Patrimônio Mundial Natural da Unesco), Chapada 
dos Parecis, Chapada dos Guimarães, Chapada das Mangabeiras, Serra 
do Roncador, Serra Geral de Goiás, Serra Azul etc. Entre escarpas e 
chapadões, seguem planícies aluviais de composição estreita, em geral 
homogêneas e ainda sem meandros, como a Planície do Alto-Araguaia. 
Esse domínio expressa uma aparente monotonia geomorfológica, sendo 
ainda considerada pelo geógrafo Aziz Ab'Saber como “[...] feição 
geomorfológica e fitogeográfica de tipo banal [...]”. Essa 
pseudomonotonia, porém, guarda uma particularidade especial: 5,5% das 
unidades de relevo vão além de 900 m de altitude, tendo como referências 
para essas elevações o Pico do Itacolomi (1 797 metros), na Serra do 
Espinhaço; o Pico do Sol (2 070 metros), na Serra do Caraça; e a Chapada 
dos Veadeiros, que pode atingir 1 676 metros. Vale lembrar que a 
ocorrência do bioma cerrado não ultrapassa, em geral, os 1 100 m. 
Os solos do Cerrado são naturalmente pobres de nutrientes, sendo de 
baixa fertilidade primária com predomínio do latossolo ou 
redyellowpodzolic. A disposição atual deve-se à sua origem depositária 
de sedimentos antigos lixiviados, laterizados e empobrecidos, 
formando solos ácidos e sem base de troca, principalmente calcário. 
Entretanto, na região de Dourados e de Campo Grande, há manchas de 
solo fértil conhecidas como terra roxa. 
 
A Hidrografia e o clima 
A hidrografia apresenta-se com baixa intensidade, o que não caracteriza 
o Cerrado como região de “ausência hídrica” ou “de estiagem”. Fazem 
parte da rede hidrográfica do Cerrado os rios: Tocantins, Araguaia, 
Vacaria, Corumbá, entre outros. 
A região central traz como característica altitudes medianas, e essas 
elevações medianas entre os planaltos criam “divisores de águas”, isto é, 
pontos mais altos do relevo que dividem algumas bacias hidrográficas. O 
Planalto Central funciona como divisor de águas entre a Bacia Amazônica 
(rios que correm para o norte) e a Bacia Platina (rios que correm para o 
sul). 
Os rios de Cerrado são perenes (ininterruptos, não secam), com cheias 
no verão e vazantes no inverno; além disso, correm em planícies 
aluviais de composição estreita, em geral homogêneas e sem 
meandros. 
O Cerrado apresenta predomínio do clima tropical, com verões úmidos e 
invernos secos, com duas estações bem definidas. Localizado em uma 
região intertropical, próximo ao Trópico de Capricórnio, apresenta 
temperaturas médias entre 20 °C e 28 °C, possibilitando considerável 
amplitude térmica anual. As chuvas estão presentes principalmente no 
período do verão, gerando índices pluviométricos com uma variação de 
1 200 mm e 2 000 mm anuais, como mostra o climograma. 
 
 
 
A vegetação 
A paisagem natural desse domínio é relativamente homogênea e 
extensível a grandes áreas. A homogeneidade da vegetação está ligada 
à ausência superficial de nutrientes no solo e também ao fator 
climático. Segundo o pesquisador Arens,“[...] a flora dos campos 
cerrado é exposta ao máximo de iluminação pelo clima, que se 
GEOGRAFIA MÓDULO 15 CBMERJ 
 
 
 
5 
caracteriza por um número elevado de dias de céu descoberto e pela 
natureza da vegetação rala que produz sombra mínima[...]”. A situação 
descrita pelo pesquisador ocorre no período de inverno seco. Já na 
estação de verão chuvoso essa natureza sofrerá uma substancial 
modificação. Então, a ideia de aparência xeromórfica do Cerrado é 
simplesmente equivocada. 
O Cerrado pode ser caracterizado por três agrupamentos vegetais: 
florestal, savânico e campestre. Na formação florestal, estão presentes: 
mata seca ou mata mesófila de encosta, mata de galeria e cerradão. Na 
formação savânica, estão presentes: cerrado sentido restrito 
(arbustivo), campo cerrado ou cerrado ralo. Também fazem parte deste 
bioma as formações campestres, como campo sujo, campo limpo ou 
hidromórfico e veredas, campo de murundus ou murunduns e campo 
rupestre. 
 
 
 
Podemos também classificar a vegetação do Cerrado dividindo-a em 
dois extratos: um arbóreo arbustivo, com árvores de pequeno porte, e 
outro extrato herbáceo campestre, da família das gramíneas. 
A mata de galerias exerce um papel extremamente importante. Por sua 
localização ao longo dos rios, ela evita o processo de desbarrancamento ou 
erosivo das margens, evitando, consequentemente, o assoreamento dos 
rios e favorecendo a manutenção da fauna ribeirinha. 
 
C. DOMÍNIO DAS CAATINGAS 
O Domínio das Caatingas está presente na América do Sul 
subdividida em três espaços específicos. Está distribuída ao norte 
da Venezuela e da Colômbia, em uma área conhecida como guajira; 
está também na diagonal do Cone Sul, que passa por parte da 
Patagônia, Cordilheiras Andinas, norte do Chile até o Equador e 
parte do Peru. Outro espaço do Domínio da Caatinga está 
distribuído em uma porção do Nordeste brasileiro conhecida como 
sertões do semiárido. No Brasil, esse domínio recobre uma área que 
corresponde a 720.000 km2, 11% do território nacional, 
acomodando aproxi-madamente 23 milhões de brasileiros, muitos 
deles vivendo abaixo da linha de pobreza. Segundo o IBGE, 77% dos 
municípios dessa região passam por essa triste realidade. 
 
O Clima 
O Domínio das Caatingas apresenta predomínio do clima semiárido, 
com seca de 6 a 8 meses por ano. Esse clima é caracterizado por dois 
períodos pluviométricos distintos. Localizado em uma região 
subequatorial e tropical, encravada em uma área interplanáltica 
(Planalto da Borborema e Planalto Sertanejo), apresenta temperaturas 
que variam entre 25 °C e 29 °C, com baixa amplitude térmica anual. As 
chuvas são escassas e mal distribuídas ao longo do ano, ocorrendo 
principalmente no primeiro semestre, com média pluviométrica de 500 
mm anuais, como mostra o climograma. 
 
 
Para explicar essa mancha semiárida nordestina, os pesquisadores 
Fillipe Tamiozzo e Pedro José Machado descrevem- -na ordenadamente 
desta forma, “[...] Esse clima está associado a vários fatores, como o 
deslocamento, no inverno, das áreas de alta pressão para essa região, 
GEOGRAFIA MÓDULO 15 CBMERJ 
 
 
6 
que, como dispersora de vento, dificulta a chegada de umidade; o 
subafloramento de rochas impermeáveis, o que não deixa a água 
acumular no solo para posterior fornecimento de umidade ao sistema; e 
a disposição do relevo, que barra os ventos úmidos vindos do 
oceano.[...]”. 
 
 
 
A hidrografia 
O Domínio da Caatinga é conhecido não só pela intermitência periódica 
de grande parte de seus rios, mas também por eles, no finalde seu 
curso, desaguarem nas águas do Oceano Atlântico, ao contrário dos 
rios que irrigam outras áreas semiáridas no mundo, que normalmente 
deságuam em áreas de depressões fechadas. 
O principal rio da região do semiárido que não sofre com a ação da 
intermitência é o Rio São Francisco, conhecido também como “Rio da 
Unidade Nacional” – por ligar Minas Gerais ao Nordeste. É um rio de 
grande importância, pois serve de gerador de alimentos para as 
populações ribeirinhas, abastece com suas águas as populações do 
sertão, serve de transporte, ligando várias localidades, e, por ser um rio 
de planalto, também é gerador de energia. 
Segundo a Agência Nacional das Águas (ANA), a Bacia do Rio São 
Francisco tem determinadas particularidades: “[...]potencial hidrelétrico 
aproveitado da bacia é de 10 473 MW, distribuídos principalmente nas 
usinas Três Marias, Queimado, Sobradinho, Itaparica, Complexo Paulo 
Afonso e Xingó. Os reservatórios Três Marias e Sobradinho têm papel 
fundamental na regularização das vazões do Rio São Francisco. Um dos 
maiores desafios é que a bacia registra todos os tipos de usos dos recursos 
hídricos (irrigação, geração de energia, navegação, saneamento, pesca e 
aquicultura, atividades turísticas e de lazer), o que exige uma análise do 
conjunto para que se possa planejar adequadamente sua gestão. [...]”. 
A preocupação da ANA está ligada diretamente com o grande número 
de pessoas que dependem do rio. Hoje aproximadamente 14,2 milhões 
de habitantes residem em 521 municípios distribuídos ao longo do 
curso (dados da ANA, 2010), onde desenvolvem suas atividades diárias, 
nos 2 700 km de extensão do curso do Rio São Francisco, e a falta de 
compromisso com sua manutenção e preservação já traz impactos 
irreversíveis a esse bem comum. 
A Bacia do Rio São Francisco tem 639 219 km2 de área de drenagem 
(7,5% do país), com vazão média de 2 850 m3/s (2% do total do país). O 
Rio São Francisco tem 2 700 km de extensão e nasce na Serra da 
Canastra, em Minas Gerais, escoando no sentido sul-norte pela Bahia e 
por Pernambuco, quando altera seu curso para este, chegando ao 
Oceano Atlântico pela divisa entre Alagoas e Sergipe. 
Segundo o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), a 
bacia abrange sete unidades da federação – Bahia (48,2%), Minas Gerais 
(36,8%), Pernambuco (10,9%), Alagoas (2,2%), Sergipe (1,2%), Goiás (0,5%) e 
Distrito Federal (0,2%). Passa por 507 municípios (cerca de 9% do total de 
municípios do país). 
 
 
 
A Bacia do Rio São Francisco 
A grande dimensão territorial da Bacia do Rio São Francisco, estimada 
em 639 217 km², motivou a sua divisão por regiões, para fins de 
planejamento e para facilitar a localização das suas muitas e diversas 
populações e ambiências naturais. 
A divisão se fez de acordo com o sentido do curso do rio e com a 
variação de altitudes. Assim, a sua parte inicial, tomando como 
referência a área montanhosa onde o rio nasce, na Serra da Canastra, a 
1 280 km de altitude, ganhou a denominação de Alto São Francisco. 
Estendendo-se até a cidade de Pirapora, no centro-norte de Minas 
Gerais, a região perfaz uma área de 111 804 km². 
Escoando no sentido sul-norte, no trecho seguinte, o rio atravessa todo 
o oeste da Bahia, até o ponto onde se formou o lago represado de 
Sobradinho, no município de Remanso. Nessa região, a bacia é 
denominada Médio São Francisco. É a maior das quatro divisões, 
alcançando 339 763 km². 
Depois de Remanso, o rio inflexiona o seu curso para o leste, 
constituindo-se na divisa natural entre os estados da Bahia e de 
Pernambuco, até alcançar o limite com Alagoas. É o Submédio São 
Francisco, a segunda maior região, com 155 637 km. 
Daí, o rio segue na direção leste, formando a segunda divisa natural, 
dessa vez entre os estados de Alagoas e Sergipe. É o Baixo São 
Francisco, uma área de 32 013 km², onde o rio São Francisco deságua 
no Oceano Atlântico. 
 
GEOGRAFIA MÓDULO 15 CBMERJ 
 
 
 
7 
 
 
Relevo e solo 
O relevo da Caatinga apresenta altitudes até 1 100 metros (variação entre 
planaltos de 670 a 1 100 metros), sendo conhecida como região de 
depressões interplanálticas pediplanizadas. Sua formação geológica é 
dividida em três períodos: as regiões de topo de morro são de formação 
sedimentada no Período Cretáceo; nas áreas mais baixas e regiões de 
escarpas, sua formação é associada ao Período Paleozoico; os morrotes ou 
morros testemunhos do tipo inselberg têm sua formação ligada ao fim do 
Período Terciário e início do Quartenário, o que justifica, para esse domínio, 
os títulos de “terras erodidas, ou esculpidas, ou ainda altos pelados”. Essas 
formações são: Planalto da Borborema, Chapada Diamantina, Chapada das 
Mangabeiras, Espigão Mestre, Chapadas residuais do Araripe, Grande, 
Apodi, Ibiapaba, entre outras. Na região interplanáltica, entre o Planalto da 
Borborema e a composição dos Planaltos e Chapadas da Bacia do 
Parnaíba, encontra-se a Depressão Sertaneja e do Rio São Francisco, área 
rebaixada que acomoda parte da Bacia do Rio São Francisco. 
 
 
 
Esse domínio se desenvolve sobre um solo raso ou de pouca 
profundidade, por causa da escassez de chuvas e/ou da ação do 
intemperismo físico, predominante na região. Nas áreas próximas ao 
leito dos rios, há um solo fértil. Em outras regiões mais distantes, 
porém, há solos arenosos, solos pedregosos ou ainda rochas 
metamórficas argilosas (filitos), formando solo como se fosse chão de 
tijolos (os litólicos), inibindo sua utilização por perder sua função de 
solo, parecendo uma laje. 
 
A vegetação 
A paisagem natural da Caatinga é marcada pela relativa 
homogeneidade, relacionada ao tamanho e à forma. O bioma da 
Caatinga ocorre em uma área de 844 453 km2, o que equivale a 11% do 
território, distribuídos por dez estados brasileiros (Alagoas, Bahia, 
Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, 
Sergipe e o norte de Minas Gerais). Por sua rica biodiversidade 
endêmica, existe uma grande necessidade da criação de marcos 
regulatórios de proteção que regulam as ações, os investimentos, a 
conservação e o uso sustentável desse bioma. 
A palavra caatinga vem da língua tupi e significa “mata branca”. Nesse 
contexto, vale lembrar a existência de uma ave da região do sertão 
nordestino conhecida como “asa branca”, que, no período de estiagem, 
faz o mesmo movimento migratório que os nordestinos fazem: foge da 
seca. 
O bioma da Caatinga é caracterizado, em grande parte, pela cobertura 
vegetal de mata seca, constituída por plantas xerófitas, arbustivas de 
troncos retorcidos, caducifólias ou decíduas, campestres ou por 
campos secos xeromórficos. 
Biogeograficamente, pode-se classificar cinco tipos de vegetação que 
compõe a caatinga: caatinga seca não arbórea – formada 
principalmente pelas cactáceas; caatinga seca arbórea – formada pela 
vegetação arbustiva esparsa; caatinga arbustiva densa – formação de 
pequenos bosques arbustivos; caatinga de relevo mais elevado – 
formação de bosques densos, formados com auxílio de maior 
pluviosidade; e caatinga do Chapadão do Moxotó – formação endêmica 
desta área de chapada, com cactáceas arbóreas em formato de 
“candelabros”. 
Outras composições vegetais estão presentes no solo pedregoso do 
sertão do Seridó, que são as gramíneas – vegetação rasteira. 
 
 
 
E. DOMÍNIO DOS MARES DE MORRO 
O domínio dos Mares de Morros está minuciosamente distribuído pela 
faixa litorânea brasileira, sendo historicamente o primeiro domínio a ter 
contato com os colonizadores. Aliás, tiveram contato também com a 
fauna, com a flora, com os nativos que ali viviam, sendo esta paisagem 
descrita, pela primeira vez, na histórica carta do português Pero Vaz de 
Caminha. 
Atualmente, esse domínio conta com aproximadamente 120 milhões de 
habitantes, que ali desenvolvem suas atividades econômicas. Em 
percentual, hoje, nessa área, são gerados aproximadamente 70% do PIB 
brasileiro. Trata-se de um domínio de a importância destacada pelo 
Ministério do Meio Ambiente,[...] presta importantíssimo serviço 
ambiental. Regula o fluxo dos mananciais hídricos, assegura a 
fertilidade do solo, suas paisagens oferecem belezas cênicas, controla 
o equilíbrio climático e protege escarpas e encostas das serras, além de 
preservar um patrimônio histórico e cultural imenso. [...] O domínio dos 
Mares de Morros serviu e serve de seio acolhedor, pois, desde o início 
da chegada dos portugueses até os dias atuais, sustenta-nos com 
muita fertilidade, irriga com prosperidade nossa economia e aconchega 
entre seus vales nossas cidades. 
 
A localização 
O domínio dos Mares de Morros está distribuído na porção oriental do 
território brasileiro, em uma área de aproximadamente 650 mil Km², que 
vai desde a região Nordeste até a região Sul, em regra margeando o 
litoral brasileiro. Na região Sudeste, adentra o interior abrangendo a 
área do centro-sul de Minas Gerais e São Paulo. O nível de 
interiorização desse domínio pode chegar de 500 a 600 km, sentido 
interior do sul de Minas e interior fluminense. Embora bastante extenso, 
ele não apresenta nenhuma faixa contínua no sentido horizontal. 
 
O relevo e o solo 
O nome do domínio está associado diretamente ao relevo onde ele se 
distribui, em que o modelo dominante é constituí-do por planaltos de 
topos convexos (mamelonares), grande variedade de canais de 
drenagem e grande diversidade de vales profundos que acolhe toda 
essa rica drenagem. 
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Toda essa dinâmica extremante ativa, tanto na fase oro- genética 
quanto na fase epirogênica, produziu uma das mais belas macro 
esculturas naturais, denominadas de: Planaltos e Serras do Atlântico 
leste-sudeste, Planaltos e Serras de Goiás-Minas, Serras residuais do 
alto Paraguai, Depressão do Graben do rio Paraíba do Sul (vide imagem 
I). A linha hipsométrica média mostra uma variação da altitude dos 
planaltos em torno de 1 100 m, embora algumas áreas apresentem 
maior altitude, como é o caso do Pico da Bandeira, que tem 2 892 m. 
Este domínio se desenvolve sobre uma grande variedade de solos e 
relevos, em decorrência do fator latitudinal e suas influências naturais. 
Na região do Parque Nacional do Iguaçu e na bacia do Paraná, temos a 
presença de solos ricos em nutrientes, resultantes da decomposição de 
basalto – “terras roxas”; nas áreas de linha costeira litorânea de terra 
firme, encontramos relevos conhecidos como pães de açúcar, mares de 
morros, esporões da Serra do Mar, penedos ou pontões rochosos, que 
são constituídos principalmente de base cristalina; na Depressão 
Periférica da borda leste do Paraná – rochas sedimentares e 
metamórficas, resultantes da ação intempérica e do processo de 
sedimentação e compactação; na região da Zona da Mata nordestina – 
solo muito fértil conhecido popularmente por massapé; no Sudeste 
brasileiro – presença de solo argiloso conhecido como salmourão, 
resultante da composição do granito. O domínio dos Mares de Morros é 
o que geologicamente mais sofre com a diversidade dos processos 
modeladores, ficando sujeito aos processos erosivos resultantes da 
ação do clima tropical (de altitude, litorâneo e continental). 
 
A hidrografia 
O domínio dos Mares de Morros é conhecido não só pela 
mamelonização do seu relevo, como também pela grande presença de 
nascentes nos topos dos morros. Essa característica vai gerar uma 
rede hídrica, com muitos rios planálticos, encachoeirados, com as 
chamadas quedas ou saltos, o que propicia boa vazão de correnteza. 
Essa característica de rios planálticos não favorece o desenvolvimento 
da navegação, porém é muito utilizada para a produção de energia, 
como acontece com os rios da bacia do São Francisco, do Paranaíba, 
do Paraíba do Sul, de Taubaté, de São Paulo, de Curitiba etc. 
Em meio aos relevos mamelonares, ocorre a existência de uma 
paisagem produzida pelo acúmulo de água, formando grandes 
reservatórios, ou por indução, como é o caso do reservatório de 
Paraitinga-Paraibuna, idealizado pela necessidade de Furnas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O clima e a vegetação 
 
 
 
O domínio de Mares de Morros apresenta predomínio do clima tropical 
úmido, caracterizado por apresentar índices pluviométricos com uma maior 
distribuição, independentemente do período do ano. Localizado em uma 
região intertropical, próxima ao trópico de Capricórnio e ao oceano, 
apresenta valores médios entre 25 °C e 27 °C, possibilitando pequena 
amplitude térmica anual. As chuvas ocorrem principalmente pela atuação 
da mTa, agindo na direção oceano-continente (efeito coriolis) e, ao penetrar 
no continente e, encontram as barreiras físicas (planaltos brasileiros), que 
favorecem as “chuvas orográficas” – conhecidas também como chuvas de 
relevo. Quando ocorre a penetração da mPa e ela colide com mTa, temos a 
formação das “chuvas frontais” – conhecidas também como de inverno. Os 
índices pluviométricos mostram altos índices, em torno de 1 500 a 2 000 
mm, decorrentes da transferência da ativa evaporação dos oceanos para a 
atmosfera. 
 
 
 
A paisagem natural deste domínio foi denominada inicialmente de 
"muralha verde", pois atua como uma divisória entre a costa litorânea e 
o interior. Hoje, em uma visão popular e genérica, é tratada de Mata 
Atlântica. Essa vegetação caracteriza-se como uma formação 
florestada, ombrófila densa, mista ou ainda aberta, estacional semi- 
decidual ou mesmo decidual. Ocorre a existência de ecossistemas 
associados, como restingas, manguezais e campos de altitude, que se 
estendiam originalmente por aproximadamente 1 300 000 km2 em 17 
estados do território nacional. A seguir, trataremos de uma 
classificação que extratifica de forma clara a distribuição da vegetação 
pelo Bioma Atlântico. 
Exemplos das arbóreas que compõem essa vegetação são: capuívas, 
paus-de-santa-rita, figueiras, jequitibás, cedros, quaresmeiras, ipês, 
cássias, palmeiras, embaúbas etc. A imponência residual desta 
vegetação integra o mecanismo de uma gigante da biodiversidade, que 
é a vegetação amazônica. A deposição e decomposição da matéria 
orgânica no solo é de extrema importância para o sobrevivência dessa 
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vegetação. Por isso, devemos respeitar esse meio vegetal que 
fundamenta sua existência em seu ciclo natural e, ao mesmo tempo, 
refletir, pois hoje calcula-se a existência de apenas 8,5% do total de sua 
área, os quais são protegidos por lei da ação devastadora do próprio 
homem. 
 
F. O DOMÍNIO DAS ARAUCÁRIAS 
 
A localização 
O domínio das Araucárias está distribuído em uma área que contabiliza 
400 mil quilômetros quadrados, sendo a única vegetação formada por 
coníferas no território nacional. Essa particularidade ocorre em terras 
altas planálticas – Planalto Meridional Brasileiro, Planalto Basáltico Sul-
Brasileiro, Planalto Purunã, planalto do Paraná, planalto Rio-Grandense 
e, também, em áreas serranas do sul do Brasil, porém existem 
“manchas” desta formação em áreas interioranas da região Sudeste 
(Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo), como a cidade de Campos 
do Jordão (SP). Normalmente, porém, esse tipo de vegetação localiza-
se nos estados da região Sul: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do 
Sul. 
 
O relevo e o solo 
Este domínio tem sua ocorrência, como citado no item anterior, em 
áreas planálticas e regiões Serranas. Sua formação remonta ao período 
Pré-Cambriano, porém essa especificidade ocorre em locais cujas 
altitudes variam de 800 a 1 300 metros, embora haja registros de 
ocorrência em altitudes menores. Há bosques formados na região Sul 
do Brasil, com altitudes que variam entre 500 e 600 metros, 
normalmente formados em áreas depressivas encravadas nas cuestas. 
Solos muito férteis (terra roxa e brunizem) e que não sofreram grande 
predação, com sua formação vinda do desgaste de rochas 
sedimentares e basálticas, os seus horizontes pedológicos não trazem 
como características a homogeneidade. Esses solos têm se mostrado 
muito eficazes para a cultura de soja e também para a silvicultura,que 
é muito estimulada por entidades governamentais e ONG’s. 
 
 
 
O clima e a vegetação 
O domínio das Araucárias apresenta predomínio de clima subtropical 
(podendo ser chamado de temperado quente), caracterizado por uma 
média anual de 18 °C. Apresenta duas estações bem definidas: 
invernos frios e verões mais quentes (tendo como base a mesma faixa 
latitudinal no globo). Um fator que dita a característica deste clima é a 
ação das massas de ar, mPa, mTa e mTp – com predomínio das 
primeiras, as quais influenciam os altos índices pluviométricos, que 
variam entre 1 000 mm e 2 000 mm, e mantêm pequena variação 
térmica. 
Eventos naturais como queda de neve, geada, por mais esporádicos que 
sejam, estão ligados diretamente com a chegada da mPa. 
No ano de 2004, o Brasil passou por uma situação inusitada: a 
formação de um ciclone extratropical que avançou do oceano para as 
costas brasileiras, mais voltado para o litoral do estado de Santa 
Catarina e para parte do litoral do Rio Grande do Sul. Esse evento teve 
sua gênese na diferença de temperatura e pressão atmosférica entre as 
áreas próximas, provocando grande instabilidade climático-atmosférica, 
não deixando de frisar o grande potencial de destruição que o Catarina, 
como ficou conhecido, exerceu nas áreas de atuação. 
A paisagem das Matas de Araucárias apresenta monotonia e 
homogeneidade, vegetação florestada aciculifoliada, conhecida 
também como pinheiro bravo – Podocarpos lambertii. A paisagem 
apresenta ainda uma peculiaridade, a família da belíssima ave 
conhecida como gralha-azul serve como agente dispersor de sementes 
desta vegetação. 
 
G. O DOMÍNIO DAS PRADARIAS 
O domínio das Pradarias é comumente conhecido como Pampas 
Gaúchos, no idioma indígena, ou mesmo pradarias mistas sulinas. Essa 
formação vegetal, restrita no território nacional, está distribuída pela 
região centro-sul do estado do Rio Grande do Sul, em uma área de176 
496 km² (IBGE, 2004), correspondendo a 63% do território estadual e a 
2,07% do território nacional. Estendendo-se por países vizinhos como 
Argentina e Uruguai, pode-se afirmar que é uma vegetação 
transfronteiriça. 
 
 
 
Segundo o Ministério do Meio Ambiente: [...] O bioma exibe um imenso 
patrimônio cultural associado à biodiversidade. As paisagens naturais 
do Pampa se caracterizam pelo predomínio dos campos nativos, mas 
há também a presença de matas ciliares, matas de encosta, matas de 
pau-ferro, formações arbustivas, butiazais, banhados, afloramentos 
rochosos etc. [...] 
 
O relevo e o solo 
 Ocorre neste domínio a presença de três unidades de relevo: planícies 
das Lagoas dos Patos e Mirim, localizadas na porção oriental do Rio 
Grande do Sul, planaltos e chapadas da bacia do Paraná, na porção 
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oeste, planalto Sul-Rio-Grandense e depressão Sul-Rio-Grandense, na 
porção leste. 
O relevo é marcado por pequenas elevações ou ondulações conhecias 
como Coxilhas. Podendo chegar o complexo estrutural do relevo 
podendo chegar a uma altitude máxima que varia entre 200 e 400 
metros. 
Os solos apresentam boa fertilidade, porém são marcados pela 
formação de areais e/ou campos de dunas na região sudeste do Rio 
Grande do Sul. 
 
O clima e a vegetação 
 
 
 
O domínio das Pradarias apresenta predomínio do clima subtropical 
úmido, caracterizado por apresentar uma média anual de 18 °C e duas 
estações bem definidas: invernos frios e verões mais quentes podendo 
atingir em média 38 °C (tendo como base a mesma faixa latitudinal no 
globo). Um fator que dita a característica deste clima é a ação das 
massas de ar, mPa, mTa e mTp – com predominância da mPa, e a 
presença de chuvas regulares. 
A vegetação é formada principalmente por gramíneas. Não se deve 
subjugar a monotonia e a homogeneidade desta paisagem, que, além de 
ser dotada de um fantástico patrimônio natural, genético e cultural de 
importância nacional e global, tem a imensa responsabilidade de 
proteger e servir de área de recarga para o aquífero Guarani. 
O texto a seguir reafirma a exuberância das espécies dos Pampas, 
segundo dados do Ministério do Meio Ambiente. 
[...] o Pampa apresenta flora e fauna próprias e grande biodiversidade, 
ainda não completamente descrita pela ciência. Estimativas indicam 
valores em torno de 3 000 espécies de plantas, com notável diversidade 
de gramíneas, são mais de 450 espécies (campim-forquilha, grama-
tapete, flechilhas, brabas-de-bode, cabelos-de-porco, entre outras). Nas 
áreas de campo natural, também se destacam as espécies de 
compostas e de legumi-nosas (150 espécies) como a babosa-do-
campo, o amendoim-nativo e o trevo-nativo. [...] 
 
A hidrografia 
Estão presentes neste domínio as bacias hidrográficas do Uruguai, do 
Sudeste e do Sul do Brasil. Os rios são perenes com meandros 
favoráveis à navegação, especificidade esta apresentada em 
conformidade com o relevo, onde, em áreas mais altas, ocorrem rios de 
corredeiras, curtos, com baixo tempo de concentração. À medida que 
se dirigem para seus trechos mais baixos – Os Pampas Gaúchos – os 
rios se apresentam mais extensos e menos declivosos. 
H. FAIXAS DE TRANSIÇÃO 
Retornando à gênese dos domínios morfoclimáticos, os geógrafos 
afirmam: [...] Dentre os principais elementos naturais que atuam na 
formação paisagística, o clima e o relevo tomam um posto de destaque, 
embora nunca descartando os demais elementos, pois também 
exercem um papel importante, inclusive influenciando direta ou 
indiretamente os mesmos, e como resultado desta interação, temos a 
ocorrência de diferentes coberturas vegetais. (...). Dessa maneira, 
temos macropaisagens naturais, formadas em situações 
climatobotânicas específicas e, para fazer a ligação entre esses 
domínios, existem áreas de transição (faixas de transição e ou zonas de 
transição), que vão ligar domínios diferentes. 
 
 
 
H.1. MATA DOS COCAIS 
Trata-se de uma área de transição entre três domínios diferentes: 
Amazônico, Caatinga e Cerrado. Também pode ser denominada de 
Mata dos Cocais, devido à predominância das espécies do babaçu, 
carnaúba, oiticica e buri- ti. Está situada no Nordeste, principalmente no 
norte dos estados do Maranhão e Piauí, distribuída pelos planaltos e 
chapadas da bacia do Parnaíba, com rio perene, foz em delta e limite 
entre os dois estados citados. 
A exploração desta vegetação é de grande importância para a economia 
local. Nela ocorre a inserção social de um grande número de mulheres, 
conhecidas como quebradeiras, que com os recursos provenientes de 
suas atividades acabam auxiliando ou mesmo provendo as 
necessidades da casa. 
 
 
 
Entre os muitos produtos e subprodutos, a palmeira do babaçu é 
utilizada da seguinte maneira: 
palma: utilizada na confecção de cestos e esteiras; 
caule(da palmeira macho): palmito, madeira para a construção de 
casas e fonte energética (gás e carvão); 
semente: fornece um óleo que é aplicado em margarinas, perfumes, 
cremes de barbear e até como lubrificante em aparelhos de alta 
precisão. 
 
 
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Outra espécie com grande destaque no Domínio das Matas dos Cocais 
é a carnaúba, palmeira com folhas em forma de leque. São diversas as 
suas utilizações econômicas: 
▪ caule: madeira para a construção de casas; 
▪ raiz: medicamentos; 
▪ folhas: cordas, chapéus, alpargatas, cobertura de casas e cera (para 
sapatos, sabonetes velas etc.); 
▪ fruto: alimento para o gado; 
▪ polpa: alimento (doces); 
▪ caroço: óleo. 
 
Atualmente, por causa avanço das fronteiras agrícolas, a mata dos 
cocais está sendo substituída pelas pastagens e pela agricultura, mas a 
reprodução natural e rápida dessa espécie arbórea garante a sobrevida 
dessa mata. 
 
H.2. AGRESTE 
A paisagem do Agreste Nordestino está encravada em uma área que se 
estende do Rio Grande do Norte ao sul da Bahia, permeada ao oriente 
pela Zona da Mata nordestina e ao ocidente pelo Sertão nordestino 
nacional. 
Devido à sua localização, ocorre a existência de climas não tãosecos 
quanto no Sertão nem tão úmido quanto na Mata. Em decorrência 
desses fatores climáticos, a vegetação assemelha-se, em algumas 
áreas, à Mata Atlântica, em outras, à Caatinga. A presença de matas, 
palmeiras, cactáceas e gramíneas é constante. Segundo o geógrafo 
Manuel Correia de Andrade, essa área é considerada uma “quase 
miniatura do Nordeste”, em razão da diversidade de paisagens em pou-
co espaço, alternando áreas secas com áreas úmidas. 
O planalto da Borborema é o principal relevo desta formação vegetal. O 
Agreste ocupa a parte leste deste relevo e, devido à sua fronte com o 
oceano, fica sujeito à umidade que vem com os ventos soprados do 
sudeste. Essa umidade acumulada vai fazer a manutenção de espécies 
florestais atlânticas, que ocorrem em regiões de brejo, com destaque 
para o brejo de Garanhuns – Agreste pernambucano, que popularmente 
é conhecido como oásis nordestino. 
O Agreste abrange 3% da área total do Nordeste. No início do Brasil 
Colônia, o Agreste serviu de refúgio para escravos e índios foragidos do 
litoral (atividade canavieira). Mais tarde, desenvolveram-se na região a 
pecuária, o algodão (XVIII) e o café (XIX). Atualmente, o Agreste é 
caracterizado por pequenas propriedades com policultura. 
 
Ocorre o predomínio de pequenas propriedades policultoras (algodão 
colorido, feijão, mandioca, sisal). Economicamente, é importante 
destacar que as cidades de Caruaru (PE) e Campina Grande (Paraíba) 
recebem milhares de turistas todos os anos, durante o período das 
festas juninas. 
 
H.3. PANTANAL MATO-GROSSENSE 
Trata-se de uma paisagem distribuída em uma área de 
aproximadamente 150 355 km2 (IBGE, 2004), ocupando 1,76% da área 
total do território brasileiro, com especificidades em quase todos os 
aspectos que a constituem. Nas unidades de relevo, temos uma 
composição planáltica – Planalto Central do Brasil, com as famosas 
chapadas da região central que constituem a grande unidade anterior, 
com destaque às Chapadas dos Parecis. Na composição que tange as 
depressões, o destaque é dado para a depressão do Tocantins e para a 
marginal Sul-Amazônica. Também destacam-se a planície e o pantanal 
do rio Guaporé, a planície e o pantanal do rio Paraguai e parte da 
planície do rio Araguaia. Essas unidades geomorfológicas 
anteriormente citadas são divididas também em terras altas, onde a 
altimetria varia entre 200 e 500 metros – serra dos Pirineus e chapada 
dos Veadeiros; e em terras baixas, onde a altimetria varia entre 100 a 
200 metros – Pantanal Mato-Grossense. A vegetação que compõe essa 
área pode ser representada por uma expressão simplista, "mix de 
vegetação", em razão da presença conjunta das arbóreas da Amazônia, 
das arbóreas da vegetação tropical, das arbustivas da savana brasileira 
e das gramíneas da região central. Além disso, essa área sofre forte 
influência do bioma Chaco (nome dado ao Pantanal localizado no norte 
do Paraguai e leste da Bolívia). Essa mistura de espécies pode redundar 
em novas for- mações vegetais. O extrativismo vegetal ocorre com a 
exploração de poaia ou ipeca fornecendo emetina (medicamento 
antivômito) para a indústria farmacêutica. Do vegetal arbóreo 
quebracho obtém-se o tanino, usado na produção de couro. As 
madeiras de espécies como o jatobá e a sucupira , com grande 
aceitação comercial, também são aproveitadas. A mineração ocorre no 
MS, no maciço do Urucum, com a exploração de manganês e ferro, 
minérios que são exportados para o Mercosul. 
A área do Pantanal encontra-se em uma planície, a maior parte da qual 
é inundável, localizada na depressão da bacia do rio Paraguai. Esse rio 
recebe afluentes das partes mais elevadas, e os mais importantes são: 
Cuiabá, Itiquira, Taquari, Capivari, Negro, Miranda, entre outros. A 
hidrografia disposta nesta região proporciona o desenvolvimento do 
transporte hidrográfico, a produção de energia e a irrigação de culturas. 
A planície pantaneira é a mais recente formação geológica do país – 
data da Era Cenozoica (Período Quaternário) e seus terrenos são 
sedimentares. O clima é tropical, com chuvas entre novembro e 
fevereiro, o que provoca inundações e lagoas (xaraies ou xariés). A 
estação seca estende-se de abril a setembro, provocando 
questionamento quanto ao nome do local porque a região não é 
pantanosa ou brejosa durante o ano. 
 
Exercícios: 
 
01. Segundo o geógrafo Aziz Ab’Sáber, existem grandes extensões do 
território brasileiro em que vários elementos naturais (clima, vegetação, 
relevo, hidrografia e solo) interagem de forma singular, caracterizando 
uma unidade paisagística: são os chamados domínios morfoclimáticos. 
Entre eles ocorrem faixas de transição. 
 
Sobre os domínios morfoclimáticos e as faixas de transição, considere 
as seguintes afirmações: 
 
I. A exuberância da Floresta Amazônica contrasta com a pobreza de 
grande parte de seus solos, geralmente ácidos, intemperizados e de 
baixa fertilidade. 
II. Tipicamente associados à Campanha Gaúcha, os campos 
apresentam um relevo com suaves ondulações, cobertas principalmente 
por gramíneas. Neste domínio, há um preocupante processo de 
desertificação advindo de anomalias climáticas observadas nas últimas 
décadas. 
III. O Cerrado, adaptado à alternância do clima tropical, ocupa mais de 3 
milhões de km² e apresenta solos pobres. É uma formação tipicamente 
latifoliada que, dentre outras características, perde as folhas durante o 
período de seca. 
IV. A Mata dos Cocais é uma faixa de transição situada entre os 
domínios da Floresta Amazônica, do Cerrado e da Caatinga. 
Predominam as palmeiras, com destaque para o babaçu, a carnaúba e o 
buriti. 
 
Assinale a alternativa que apresenta todas as afirmativas corretas, 
dentre as listadas acima. 
a) I e II 
b) I e III 
c) I e IV 
d) II e III 
e) II e IV 
 
02. Apesar da riqueza das florestas tropicais, elas estão geralmente 
baseadas em solos inférteis e improdutivos. Grande parte dos 
nutrientes é armazenada nas folhas que caem sobre o solo, não no solo 
propriamente dito. Quando esse ambiente é intensamente modificado 
pelo ser humano, a vegetação desaparece, o ciclo dos nutrientes é 
alterado e a terra se torna rapidamente infértil. 
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No texto, pode parecer uma contradição a existência de florestas 
tropicais exuberantes sobre solos pobres. No entanto, este fato é 
explicado pela: 
a) profundidade do solo, pois, embora pobre, sua espessura garante a 
disponibilidade de nutrientes para a sustentação dos vegetais da 
região. 
b) boa iluminação das regiões tropicais, uma vez que a duração 
regular do dia e da noite garante os ciclos dos nutrientes nas folhas dos 
vegetais da região. 
c) existência de grande diversidade animal, com número expressivo de 
populações que, com seus dejetos, fertilizam o solo. 
d) capacidade de produção abundante de oxigênio pelas plantas das 
florestas tropicais, consideradas os “pulmões” do mundo. 
e) rápida reciclagem dos nutrientes, potencializada pelo calor e 
umidade das florestas tropicais, o que favorece a vida dos 
decompositores. 
 
03. O domínio morfoclimático designa um conjunto espacial em que há 
integração entre os processos ecológicos e as paisagens. Observe o 
mapa a seguir: 
 
 
 
De acordo com a classificação dos Domínios Morfoclimáticos 
Brasileiros, proposta pelo geógrafo Aziz Ab’Saber, marque V para 
Verdadeiro ou F para Falso. 
 
( ) O número I representa o Domínio Amazônico, cujo ecossistema 
florestal é constituído por imensa diversidade biológica, ameaçada pela 
devastação da floresta causada, entre outras coisas, por grandes 
projetos minerais e agropecuários na região. 
( ) O Domínio dos Cerrados corresponde ao número III, onde houve 
intensa exploração da cana-de-açúcar e do café. 
( ) O Domínio do Mares de Morros, assinalado pelo número II 
corresponde a uma extensa área montanhosa no Planalto Central 
Brasileiro. 
( ) O número V corresponde ao Domínio das Araucárias, ocupando os 
planaltos da porção oriental da baciado rio Paraná, primariamente 
recoberta por uma floresta semi-homogênea na qual as araucárias se 
destacavam com espécies dominantes. 
( ) O número IV corresponde ao Domínio das Caatingas, estendendo-
se por uma porção semiárida do Nordeste, caracterizada pela escassez 
e pela irregularidade de chuvas. 
( ) O número VI corresponde ao Domínio das Pradarias, no estado do 
Rio Grande do Sul, com uma predominância de floresta de árvores de 
grande porte. 
 
A sequência correta, de cima para baixo é: 
a) V – F – F – V – V – F 
b) V – V – F – V – V – F 
c) V – F – V – V – F – F 
d) F – F – V – F – F – V 
 
04. O conceito de domínios morfoclimáticos foi proposto, no Brasil, nos 
anos 1960, pelo geógrafo Aziz Ab'Saber. Essa proposta de classificação 
identificou seis domínios morfoclimáticos, dentre os quais o Domínio 
das Regiões Serranas Tropicais Úmidas ou dos Mares de Morro 
extensivamente florestados que têm dentre as suas características 
a) a presença de unidades geomorfológicas, como as depressões 
sertanejas, que são superfícies de erosão em rochas cristalinas que se 
apresentam suavemente onduladas, podendo ser interrompidas por 
campos de inselbergs e cristas residuais em climas semiáridos. 
b) os problemas ambientais associados a degradação dos solos 
arenosos a partir da degradação da vegetação campestre pelo 
sobrepastoreio e por práticas agrícolas que provocam processos 
erosivos pluviais com o surgimento de ravinas. 
c) o desenvolvimento em uma área de rochas cristalinas sujeitas a 
intensas precipitações pluviométricas anuais, onde há um extensivo 
processo de mamelonização e níveis de pedimentos embutidos. 
d) o fato de englobar setores equatoriais e subequatoriais, onde 
predominam condições de clima quente e úmido além da presença de 
rochas sedimentares da Bacia Amazônica e rochas do embasamento 
cristalino. 
 
05. As figuras a seguir representam a variação anual de temperatura e a 
quantidade de chuvas mensais em dado lugar, sendo chamados de 
climogramas. Neste tipo de gráfico, as temperaturas são representadas 
pelas linhas, e as chuvas pelas colunas. 
 
 
A distribuição das chuvas no decorrer do ano, conforme mostrado nos 
gráficos, é um parâmetro importante na caracterização de um clima. 
A esse respeito podemos dizer que a afirmativa: 
a) está errada, pois o que importa é o total pluviométrico anual. 
b) está certa, pois, juntamente com o total pluviométrico anual, são 
importantes variáveis na definição das condições de umidade. 
c) está errada, pois a distribuição das chuvas não tem nenhuma 
relação com a temperatura. 
d) está certa, pois é o que vai definir as estações climáticas. 
e) está certa, pois este é o parâmetro que define o clima de uma dada 
área. 
 
 
 
 
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06. As florestas tropicais estão entre os maiores, mais diversos e 
complexos biomas do planeta. Novos estudos sugerem que elas sejam 
potentes reguladores do clima, ao provocarem um fluxo de umidade para o 
interior dos continentes, fazendo com que essas áreas de floresta não 
sofram variações extremas de temperatura e tenham umidade suficiente 
para promover a vida. Um fluxo puramente físico de umidade do oceano 
para o continente, em locais onde não há florestas, alcança poucas 
centenas de quilômetros. Verifica-se, porém, que as chuvas sobre florestas 
nativas não dependem da proximidade do oceano. Esta evidência aponta 
para a existência de uma poderosa “bomba biótica de umidade” em lugares 
como, por exemplo, a bacia amazônica. Devido à grande e densa área de 
folhas, as quais são evaporadores otimizados, essa “bomba” consegue 
devolver rapidamente a água para o ar, mantendo ciclos de evaporação e 
condensação que fazem a umidade chegar a milhares de quilômetros no 
interior do continente. 
Nobre, A. D. Almanaque Brasi l Socioambiental. Inst i tuto 
Socioambiental , 2008. P. 368 -69. (Adaptado.) 
As florestas crescem onde chove, ou chove onde crescem as florestas? 
De acordo com o texto: 
a) onde chove, há floresta. 
b) onde a floresta cresce, chove. 
c) onde há oceano, há floresta. 
d) no interior do continente, só chove onde há floresta. 
 
07. Em uma área observa-se o seguinte regime pluviométrico: 
 
 
 
Os anfíbios são seres que podem ocupar tanto ambientes aquáticos 
quanto terrestres. Entretanto, há espécies de anfíbios que passam todo 
o tempo na terra ou então na água. Apesar disso, a maioria das 
espécies terrestres depende de água para se reproduzir e o faz quando 
essa existe em abundância. Os meses do ano em que, nessa área, 
esses anfíbios terrestres poderiam se reproduzir mais eficientemente 
são de: 
a) setembro a dezembro. 
b) novembro a fevereiro. 
c) janeiro a abril. 
d) março a julho. 
e) maio a agosto. 
 
08. Sabe-se que uma área de quatro hectares de floresta, na região tropical, 
pode conter cerca de 375 espécies de plantas enquanto uma área florestal 
do mesmo tamanho, em região temperada, pode apresentar entre 10 e 15 
espécies. 
O notável padrão de diversidade das florestas tropicais se deve a vários 
fatores, entre os quais é possível citar: 
a) altitudes elevadas e solos profundos. 
b) a ainda pequena intervenção do ser humano. 
c) sua transformação em áreas de preservação. 
d) maior insolação e umidade e menor variação climática. 
e) alternância de períodos de chuvas com secas prolongadas. 
 
09. Segundo Ab’ Saber, domínio morfoclimático consiste em um 
“conjunto espacial de certa ordem de grandeza territorial – centenas de 
milhares a milhões de quilômetros quadrados de área – onde haja um 
esquema coerente de feições de relevo, tipos de solo, formas de 
vegetação e condições climático-hidrológicas”. 
Adaptado de: Martins, Dadá; Bigotto, Francisco; Vitiello. Geografia Sociedade e 
Cotidiano, vol.2. 3ª edição. São Paulo: Escala Educacional, p.91, 2013. 
Considerando a numeração no mapa a seguir, assinale a alternativa que 
caracteriza corretamente três Domínios Morfoclimáticos do Brasil: 
 
 
a) (I) Pradarias, com clima tropical úmido; (II) Cerrado, com clima 
equatorial; (III) Araucária, com mata de pinheiros. 
b) (I) Mares de Morros, com mata atlântica; (II) Caatinga, com clima 
semiárido; (III) Araucária, com clima subtropical. 
c) (IV) Pradarias com campos de altitude; (V) Caatinga, com rios 
temporários; (VI) Amazônia, com clima subtropical. 
d) (IV) Mares de Morros, com rios temporários; (V) Araucária, com mata 
dos cocais; (VI), Amazônia, com clima equatorial. 
 
10. À medida que a demanda por água aumenta, as reservas desse 
recurso vão se tornando imprevisíveis. Modelos matemáticos que 
analisam os efeitos das mudanças climáticas sobre a disponibilidade 
de água no futuro indicam que haverá escassez em muitas regiões do 
planeta. São esperadas mudanças nos padrões de precipitação, pois: 
a) o maior aquecimento implica menor formação de nuvens e, 
consequentemente, a eliminação de áreas úmidas e subúmidas do 
globo. 
b) as chuvas frontais ficarão restritas ao tempo de permanência da 
frente em uma determinada localidade, o que limitará a produtividade 
das atividades agrícolas. 
c) as modificações decorrentes do aumento da temperatura do ar 
diminuirão a umidade e, portanto, aumentarão a aridez em todo o 
planeta. 
d) a elevação do nível dos mares pelo derretimento das geleiras 
acarretará redução na ocorrência de chuvas nos continentes, o que 
implicará a escassez de água para abastecimento. 
e) a origem da chuva está diretamente relacionada com a temperatura do 
ar, sendo que atividades antropogênicas são capazes de provocar 
interferências em escala local e global. 
 
11. O clima é um dos elementos fundamentais não só na caracterização 
das paisagens naturais, mas também no histórico de ocupação do 
espaço geográfico.Tendo em vista determinada restrição climática, a 
figura que representa o uso de tecnologia voltada para a produção é: 
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12. A convecção na região amazônicaé um importante mecanismo 
da atmosfera tropical e sua variação, em termos de intensidade e 
posição, tem um papel importante na determinação do tempo e do 
clima dessa região. A nebulosidade e o regime de precipitação 
determinam o clima amazônico. 
Fisch, G.; Marengo, J. A.; Nobre, C. A. Uma Revisão Geral Sobre O Clima 
Da Amazônia. Acta Amazônica, V. 28, N. 2, 1998. Adaptado. 
O mecanismo climático regional descrito está associado à 
característica do espaço físico de: 
a) resfriamento da umidade da superfície. 
b) variação da amplitude de temperatura. 
c) dispersão dos ventos contra-alísios. 
d) existência de barreiras de relevo. 
e) convergência de fluxos de ar. 
 
 
 
 
 
 
13. 
 
 
 
A imagem retrata a araucária, árvore que faz parte de um importante 
bioma brasileiro que, no entanto, já foi bastante degradado pela 
ocupação humana. Uma das formas de intervenção humana relacionada 
à degradação desse bioma foi: 
a) o avanço do extrativismo de minerais metálicos voltados para a 
exportação na região Sudeste. 
b) a contínua ocupação agrícola intensiva de grãos na região Centro-
Oeste do Brasil. 
c) o processo de desmatamento motivado pela expansão da atividade 
canavieira no Nordeste brasileiro. 
d) o avanço da indústria de papel e celulose a partir da exploração da 
madeira, extraída principalmente no Sul do Brasil. 
 
14. Então, a travessia das veredas sertanejas é mais exaustiva que 
a de uma estepe nua. Nesta, ao menos, o viajante tem o desafogo de 
um horizonte largo e a perspectiva das planuras francas. Ao passo que 
a outra o afoga, abrevia-lhe o olhar; agride-o e estonteia-o; enlaça-o na 
trama espinescente e não o atrai; repulsa-o com as folhas urticantes, 
com o espinho, com os gravetos estalados em lanças, e desdobra-se-
lhe na frente léguas e léguas, imutável no aspecto desolado; árvore sem 
folhas, de galhos estorcidos e secos, revoltos, entrecruzados 
apontando rijamente no espaço ou estirando-se flexuosos pelo solo, 
lembrando um bracejar imenso, de tortura, da flora agonizante… 
CUNHA, Euclides da. Os sertões. Disponível em: <http://pt. scribd.com>. Acesso 
em: 2 jun. 2012. 
 
Os elementos da paisagem descritos no texto correspondem a aspectos 
biogeográficos presentes: na: 
a) composição de vegetação xerófila. 
b) formação de florestas latifoliadas. 
c) transição para mata de grande porte. 
d) adaptação à elevada salinidade. 
 
15. O Centro-Oeste apresentou-se como extremamente receptivo 
aos novos fenômenos da urbanização, já que era praticamente virgem, 
não possuindo infraestrutura de monta, nem outros investimentos fixos 
vindos do passado. Pôde, assim, receber uma infraestrutura nova, 
totalmente a serviço de uma economia moderna. 
Santos, M. A Urbanização Brasileira. São Paulo: Edusp, 2005 (adaptado). 
 
O texto trata da ocupação de uma parcela do território brasileiro. O 
processo econômico diretamente associado a essa ocupação foi o 
avanço da: 
a) industrialização voltada para o setor de base. 
b) economia da borracha no sul da Amazônia. 
c) fronteira agropecuária que degradou parte do cerrado. 
d) exploração mineral na Chapada dos Guimarães. 
e) extrativismo na região pantaneira. 
 
 
 
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16. “Nesse domínio predominam os planaltos antigos, 
intensamente desgastados e aplainados por processos erosivos, que o 
caracterizam como um dos domínios brasileiros de formação mais 
antiga, tanto do ponto de vista geomorfológico quanto biológico. Nele 
predominam os solos bem desenvolvidos com grau elevado de acidez, 
que exigem a adoção de métodos corretivos como a calagem para 
viabilizar a produção agrícola […]”. 
(Adaptado de: JOIA, A. L., GOETTEMS, A A. Geografia: leituras e interação. Volume 
01. 1º ed. São Paulo: Leya, 2013. p.223). 
 
O domínio morfoclimático brasileiro descrito pelo trecho acima é o: 
a) Cerrado 
b) Amazônico 
c) Pradarias 
d) Caatinga 
 
17. Analise o mapa a seguir: 
 
 
Considerando o trajeto A-B no mapa, um turista que se deslocou de 
Manaus (AM) até Recife (PE) terá presenciado ao longo de sua viagem 
vários aspectos singulares que envolvem as inter-relações dos 
domínios morfoclimáticos brasileiros. A seguir, foram apontados 
determinados aspectos naturais que abrangem alguns domínios 
morfoclimáticos brasileiros presenciados pelo turista ao longo do 
trajeto A-B. 
I) Domínio Amazônico, com clima equatorial, floresta equatorial e terras 
baixas com grande sedimentação. 
II) Domínio das Caatingas, com presença de formações cristalinas, de 
áreas depressivas intermontanas e domínio de clima semiárido. 
III) Domínio dos Cerrados, presença de grandes chapadões, solos 
ácidos e predomínio de clima subtropical. 
IV) Domínio das Pradarias, com clima tropical, depressões 
interplanálticas, denominadas coxilhas subtropicais e vegetação 
perenifólia. 
 
Está correto apenas o indicado na alternativa 
a) I e II. 
b) I, II e III. 
c) I,II,III e IV. 
d) I e IV. 
e) III e IV. 
 
18. A Mata Atlântica, que originalmente se estendia por todo o 
litoral brasileiro, do Ceará ao Rio Grande do Sul, ostenta hoje o triste 
título de uma das florestas mais devastadas do mundo. Com mais de 1 
milhão de quilômetros quadrados, hoje restam apenas 5% da vegetação 
original, como mostram as figuras. 
 
 
Considerando as características histórico-geográficas do Brasil e a 
partir da análise das figuras é correto afirmar que 
a) as transformações climáticas, especialmente na Região Nordeste, 
interferiram fortemente na diminuição dessa floresta úmida. 
b) nas três últimas décadas, o grau de desenvolvimento regional 
impediu que a devastação da Mata Atlântica fosse maior do que a 
registrada. 
c) as atividades agrícolas, aliadas ao extrativismo vegetal, têm se 
constituído, desde o período colonial, na principal causa da devastação 
da Mata Atlântica. 
d) a taxa de devastação dessa floresta tem seguido o sentido oposto 
ao do crescimento populacional de cada uma das Regiões afetadas. 
 
19. A biodiversidade diz respeito tanto a genes, espécies, 
ecossistemas, como a funções, e coloca problemas de gestão muito 
diferenciados. É carregada de normas de valor. Proteger a 
biodiversidade pode significar: – a eliminação da ação humana, como é 
a proposta da ecologia radical; – a proteção das populações cujos 
sistemas de produção e cultura repousam num dado ecossistema; – a 
defesa dos interesses comerciais de firmas que utilizam a 
biodiversidade como matéria-prima, para produzir mercadorias. 
(Adaptado de GARAY, I. & DIAS, B. Conservação da biodiversidade em 
ecossistemas tropicais) 
 
De acordo com o texto, no tratamento da questão da biodiversidade no 
Planeta, 
a) o principal desafio é conhecer todos problemas dos ecossistemas, 
para conseguir protegê-los da ação humana. 
b) os direitos e os interesses comerciais dos produtores devem ser 
defendidos, independentemente do equilíbrio ecológico. 
c) deve-se valorizar o equilíbrio do meio ambiente, ignorando-se os 
conflitos gerados pelo uso da terra e seus recursos. 
d) o enfoque ecológico é mais importante do que o social, pois as 
necessidades das populações não devem constituir preocupação para 
ninguém. 
e) há diferentes visões em jogo, tanto as que só consideram aspectos 
ecológicos, quanto as que levam em conta aspectos sociais e 
econômicos. 
20. Utilizando seus conhecimentos e as informações da figura, 
assinale a alternativa CORRETA. 
 
a) A tundra constitui o bioma mais devastado do mundo, pois seu solo 
fértil foi muito aproveitado para a agricultura. 
b) As savanas localizam-se entre o bioma da floresta tropical e a taiga, 
apresentando reduzida biodiversidade 
c) As florestas temperadas, nas áreas próximas ao Equador, 
apresentam árvores de várias alturas e tipos. 
d) As formações vegetais estão diretamente ligadas ao clima, que 
varia de acordo com a altitude e latitude. 
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21. Em um estudo feito pelo Instituto Florestal, foi possível acompanhar 
a evolução de ecossistemas paulistasdesde 1962. Desse estudo 
publicou-se o Inventário Florestal de São Paulo, que mostrou resultados 
de décadas de transformações da Mata Atlântica. 
 
 
 
Examinando o gráfico da área de vegetação natural remanescente (em 
mil km²) pode-se inferir que: 
a) a Mata Atlântica teve sua área devastada em 50% entre 1963 e 
1973. 
b) a vegetação natural da Mata Atlântica aumentou antes da década 
de 60, mas reduziu nas décadas posteriores. 
c) a devastação da Mata Atlântica remanescente vem sendo contida 
desde a década de 60. 
d) em 2000-2001, a área de Mata Atlântica preservada em relação ao 
período de 1990-1992 foi de 34,6%. 
e) a área preservada da Mata Atlântica nos anos 2000 e 2001 é maior 
do que a registrada no período de 1990- 1992. 
 
22. As florestas tropicais úmidas contribuem muito para a 
manutenção da vida no planeta, por meio do chamado sequestro de 
carbono atmosférico. Resultados de observações sucessivas, nas 
últimas décadas, indicam que a floresta amazônica e capaz de absorver 
até 300 milhões de toneladas de carbono por ano. Conclui-se, portanto, 
que as florestas exercem importante papel no controle: 
a) das chuvas acidas, que decorrem da liberação, na atmosfera, do 
dióxido de carbono resultante dos desmatamentos por queimadas. 
b) das inversões térmicas, causadas pelo acúmulo de dióxido de 
carbono resultante da nao-dispersão dos poluentes para as regiões 
mais altas da atmosfera. 
c) da destruição da camada de ozônio, causada pela liberação, na 
atmosfera, do dióxido de carbono contido nos gases do grupo dos 
clorofluorcarbonos. 
d) do efeito estufa provocado pelo acúmulo de carbono na atmosfera, 
resultante da queima de combustíveis fosseis, como carvão mineral e 
petróleo. 
e) dá eutrofização das águas, decorrente da dissolução, nos rios, do 
excesso de dióxido de carbono presente na atmosfera. 
 
23. Se a exploração descontrolada e predatória verificada atualmente 
continuar por mais alguns anos, pode-se antecipar a extinção do 
mogno. Essa madeira já desapareceu de extensas áreas do Pará, de 
Mato Grosso, de Rondônia, e há indícios de que a diversidade e o 
número de indivíduos existentes podem não ser suficientes para 
garantir a sobrevivência da espécie a longo prazo. A diversidade é um 
elemento fundamental na sobrevivência de qualquer ser vivo. Sem ela, 
perde-se a capacidade de adaptação ao ambiente, que muda tanto por 
interferência humana como por causas naturais. Internet: (com 
adaptações). Com relação ao problema descrito no texto, é correto 
afirmar que: 
a) a baixa adaptação do mogno ao ambiente amazônico é causa da 
extinção dessa madeira. 
b) a extração predatória do mogno pode reduzir o número de 
indivíduos dessa espécie e prejudicar sua diversidade genética. 
c) as causas naturais decorrentes das mudanças climáticas globais 
contribuem mais para a extinção do mogno que a interferência humana. 
d) a redução do número de árvores de mogno ocorre na mesma 
medida em que aumenta a diversidade biológica dessa madeira na 
região amazônica. 
e) o desinteresse do mercado madeireiro internacional pelo mogno 
contribuiu para a redução da exploração predatória dessa espécie. 
 
24. As áreas do planalto do cerrado – como a chapada dos 
Guimarães, a serra de Tapirapuã e a serra dos Parecis, no Mato Grosso, 
com altitudes que variam de 400 m a 800 m – são importantes para a 
planície pantaneira mato-grossense (com altitude média inferior a 200 
m), no que se refere à manutenção do nível de água, sobretudo durante 
a estiagem. Nas cheias, a inundação ocorre em função da alta 
pluviosidade nas cabeceiras dos rios, do afloramento de lençóis 
freáticos e da baixa declividade do relevo, entre outros fatores. Durante 
a estiagem, a grande biodiversidade é assegurada pelas águas da calha 
dos principais rios, cujo volume tem diminuído, principalmente nas 
cabeceiras. 
Cabeceiras ameaçadas. Ciência Hoje. Rio de Janeiro: SBPC. Vol. 42, jun. 2008 
(adaptado). 
A medida mais eficaz a ser tomada, visando à conservação da planície 
pantaneira e à preservação de sua grande biodiversidade, é a 
conscientização da sociedade e a organização de movimentos sociais 
que exijam 
a) a criação de parques ecológicos na área do pantanal mato-
grossense. 
b) a proibição da pesca e da caça, que tanto ameaçam a 
biodiversidade. 
c) o aumento das pastagens na área da planície, para que a cobertura 
vegetal, composta de gramíneas, evite a erosão do solo. 
d) o controle do desmatamento e da erosão, principalmente nas 
nascentes dos rios responsáveis pelo nível das águas durante o período 
de cheias. 
e) a construção de barragens, para que o nível das águas dos rios seja 
mantido, sobretudo na estiagem, sem prejudicar os ecossistemas. 
 
25. Em relação aos Domínios Morfoclimáticos Brasileiros, analise as 
assertivas a seguir. 
I. O domínio dos Mares de Morros é composto por uma vegetação 
predominantemente herbácea, que foi muito explorada e substituída por 
plantações de cana-de-açúcar. 
II. O domínio das Araucárias está situado numa área com clima 
subtropical, e possui um relevo formado, principalmente, por planaltos e 
chapadas da bacia do Paraná. 
III. O domínio dos Cerrados apresenta uma vegetação adaptada à 
alternância de umidade e seca, e já sofreu uma redução de mais de 50% 
devido, entre outros fatores, à expansão da fronteira agrícola brasileira. 
IV.O domínio Amazônico possui um clima equatorial, que contribui para 
a formação de uma floresta densa com uma das maiores 
biodiversidades do mundo. 
V. O domínio da Caatinga compreende a área com clima tropical típico, 
sendo a área com o menor índice pluviométrico do Brasil, situação 
refletida na sua vegetação e nos seus solos rasos e pedregosos. 
 
Estão CORRETAS, apenas, as alternativas 
a) I, II e V. 
b) II, III, IV e V. 
c) I, IV e V. 
d) I, III e IV. 
e) II, III e IV. 
 
26. A topografia predominante no Planalto Central é a de uma região 
horizontal, chata, que me fez recordar muito do Planalto Central da 
África do Sul: o mesmo horizonte circular, a mesma vegetação baixa e 
rala, que permite à vista varrer extensões infinitas. 
WEIBEL, L. Capítulos de geografia tropical e do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 1979. 
 
Quais formações vegetais pertencem às paisagens apresentadas? 
a) Os cerrados e as savanas. 
b) Os garrigues e as pradarias. 
c) As caatingas e os maquis. 
d) As coníferas e as estepes. 
e) As restingas e os chaparrais. 
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27. Com uma área de cerca de 250 mil 
2km , tem-se um bioma que 
se estende pela Bolívia, Paraguai e Brasil, sendo aproximadamente 
62% no Brasil. Inserido na parte central da bacia hidrográfica do Alto 
Paraguai, é influenciado pelo rio Paraguai e por seus vários afluentes 
que alagam a região, formando extensas áreas alagadiças. 
É caracterizado pela alternância entre períodos de muita chuva, que 
acontecem de outubro a março, e períodos de seca entre os meses de 
abril e setembro. Seu relevo é plano, levemente ondulado, com alguns 
raros morros isolados e com muitas depressões rasas. As altitudes não 
ultrapassam 200 metros acima do nível do mar e a declividade é quase 
nula. 
<https://tinyurl.com/y23jnyg9> Acesso em: 16.06.2019. Adaptado. 
 
Essa descrição caracteriza corretamente o bioma 
a) Amazônia. 
b) Cerrado. 
c) Caatinga. 
d) Pampa. 
e) Pantanal. 
 
28. 
 
 
O bioma esquematizado e a relevância das vegetações destacadas pelo 
número 1 correspondem 
a) ao Cerrado e à preservação dos fitoplânctons. 
b) ao Cerrado e à proteção ao assoreamento. 
c) ao Pampa e ao combate à arenização. 
d) ao Pantanal e à proteção às inundações. 
e) ao Pampa e ao combate à eutrofização. 
 
29. “O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, ocupando 
uma área de 
22.036.448 km , cerca de 22% do território nacional. 
A sua área contínua incide sobre os estados de Goiás, Tocantins, Mato 
Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí,

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