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GEOGRAFIA MÓDULO 15 CBMERJ 1 Todas os exercícios da apostila que tiverem essa câmera , estão gravados em vídeo para você. Nossos professores resolveram as questões, comentando cada detalhe para te ajudar na hora de estudar. Muitas questões trazem dicas preciosas. Não deixe de assistir aos vídeos dentro da plataforma on-line do Perspectiva e bons estudos! Domínios morfoclimáticos Atualmente, com a evolução das sociedades, é possível identificar diversas alterações na paisagem brasileira. Podemos observar também que ela é composta de elementos culturais, que são aqueles gerados pela ação antrópica, como áreas urbanizadas, edificações, estradas, plantações etc., e é também composta dos elementos naturais, que consistem na interação de vários elementos não humanísticos, tais como: clima, relevo, vegetação, entre outros elementos biogeográficos. O Brasil tem como característica uma grande extensão territorial e, consequentemente, acomoda uma grande diversidade de elementos naturais. O mosaico paisagístico e biológico, associado à interação e à interdependência entre os diversos elementos naturais, gera a necessidade de criação e existência dos chamados domínios morfoclimáticos, onde, por um processo de sistematização, agrupam-se conjuntos espaciais, relacionando-os com nichos fitogeográficos, gerando assim uma divisão biogeográfica ou territorial. Nessa sistematização, até o presente momento, podemos reconhecer, no Brasil, a existência de seis domínios paisagísticos e macroecológicos. São eles: Domínio Amazônico, Domínio dos Cerrados, Domínio da Caatinga, Domínio de Mares de Morros, Domínio das Araucárias e o Domínio das Pradarias. Entre os seis grandes domínios relacionados, inserem-se muitas faixas de transição, que apresentam elementos típicos de dois ou mais domínios, tendo como exemplos: o Pantanal, o Agreste, a Matas dos Cocais etc. Dentre os principais elementos naturais que atuam na formação paisagística, o clima e o relevo destacam-se, embora não se descartem os demais elementos que também exercem seu papel nesse processo, influenciando-o direta ou indiretamente. Como resultado dessa interação, temos a ocorrência de diferentes coberturas vegetais. Principais elementos naturais – Relevo O estudo do relevo é muito amplo e importante, sendo objeto de diversas áreas do saber de vários profissionais, como engenheiros de várias especialidades (ambiental, agrônomo, de petróleo etc.), de geólogos, biólogos, químicos, geógrafos, entre outros profissionais. O território brasileiro faz parte da porção leste sul-americana, caracterizando-se por estruturas geológicas antigas, erodidas e aplainadas e predomínio de planaltos, que remetem ao Período Pré- Cambriano. É, no entanto, um erro apresentar o relevo brasileiro como apenas “antigo”. Nele há, também, estruturas recentes, que resultam do recebimento, da acomodação e da sedimentação de partículas geradas pelo constante processo erosivo das regiões planálticas (ação dos agentes intempéricos). Essas estruturas se caracterizam pelas bacias de formação recente, que datam do Período Cenozoico. Outro aspecto importante consiste na ausência de vulcanismo ativo e de fortes abalos sísmicos, fatos explicados pela distância de áreas de encontro de placas tectônicas e por sua localização na porção central da Placa Sul-Americana. O levantamento estrutural das formas do relevo brasileiro caminhou paralelamente à evolução tecnológica disponível até o presente momento. O primeiro mapa de relevo a ter destaque foi do geógrafo Aroldo de Azevedo, publicado em 1949, o qual considerava, para a fragmentação sistematizada do relevo nacional, a classificação por níveis altimétricos ou altimetria, organizando o relevo do território nacional em unidades: planícies 41% (áreas inferiores a 200 metros de altitude) e planaltos 59% (áreas com mais de 200 metros de altitude). Outra classificação do relevo foi realizada pelo geógrafo Aziz Ab'Saber, publicada em 1958. Nela, Ab’Saber utilizou como critério os aspectos geomorfológicos. O pesquisador desenvolveu seu trabalho analisando os processos de formação escultural do relevo, classificando-o em unidades: planaltos 75% (toda área erodida, geradora de sedimentos) e planícies 25% (toda área que sofre o acúmulo de sedimentos). Então, o critério anteriormente utilizado na classificação do professor Aroldo de Azevedo acabou caindo em desuso, trocando-se a altimetria pelos processos geomorfológicos. A terceira classificação que destacamos foi publicada em 1995, com base nas pesquisas feitas pelo geógrafo Jurandyr Ross. Em seu trabalho, Ross aprofundou os critérios utilizados pelo professor Aziz Ab'Saber (ação geomorfológica) e também adicionou mais uma unidade de relevo às duas já utilizadas. Sua classificação, que é a atual, é a seguinte: planalto (11 unidades de relevo), planície (6 unidades de relevo) e depressão (11 unidades de relevo). Jurandyr Ross utilizou as imagens do projeto Radambrasil, herança do período militar, baseando- se em fotos aéreas e imagens geradas pelo sensoriamento remoto. GEOGRAFIA MÓDULO 15 CBMERJ 2 Climas brasileiros O clima está para o ser humano assim como o ser humano está para o clima. Essa máxima evidencia um processo recíproco de influência diária entre ambos. Ao acordarmos, logo pensamos: o tempo está firme? Teremos um tempo estável? Qual a previsão do tempo para hoje? Isso sem falar nas previsões meteorológicas como ferramentas de auxílio na indústria agrícola moderna. Mas qual a diferença entre clima e tempo? Segundo a definição utilizada pelo CPTEC/INPE, clima “[...] constitui o estado médio e o comportamento estatístico das variáveis de tempo (temperatura, chuva, vento etc.) sobre um período suficientemente longo de uma localidade. O período recomendado é de 30 anos [...]”; é extremamente importante diferenciá-lo de tempo “[...] conjunto de condições atmosféricas e fenômenos meteorológicos que afetam a biosfera e a superfície terrestre em um dado momento e local. Temperatura, chuva, umidade, nevoeiro, nebulosidade etc. formam o conjunto de parâmetros do tempo [...]”. O Brasil tem como característica climática marcante a chamada tropicalidade, ou seja, a predominância de um clima, de forma geral. No entanto, sua localização no globo faz com que apresente uma grande porção de terras na zona intertropical (92%) e pequena porção na zona temperada do sul (8%). É fundamental percebermos que a diversidade climática do país é positiva para o agronegócio, dando a esse setor a possibilidade de produzir diversas culturas. Temos como fatores dessa diversidade climática a latitude, a atuação das massas de ar, entre outros. TIPOS DE DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS A. DOMÍNIO AMAZÔNICO O relevo: O relevo amazônico tem como características gerais altitudes até 200 metros, sendo, por essa razão, conhecido como terras baixas. Constitui-se de planaltos de formação geológica do Período Pré- Cambriano, “terras erodidas, ou esculpidas, ou mesmo desgastadas”. São eles: Planaltos Residuais Norte-Amazônico, Planalto da Amazônia Oriental e Planaltos Residuais Sul-Amazônico. Acompanhando os vales dos rios da Bacia Amazônica, formam-se extensas planícies, áreas caracterizadas por receberem sedimentos dos planaltos do entorno. São as Planícies do Rio Amazonas. Finalizando a leitura do mosaico estrutural, temos ainda as unidades de depressão, que consistem em “áreas mais baixas que seu entorno”, segundo o Dicionário geomorfológico. São elas: Depressão Marginal Norte-Amazônica e Depressão Marginal Sul-Amazônica, Depressão da Amazônia Ocidental e Planície do Rio Amazonas. O domínio amazônico ainda guarda uma particularidade especial: acomodar uma pequena porção de relevo com elevadas altitudes, principalmente no norte de Roraima e norte e noroeste do estado do Amazonas, onde se encontra o ponto culminante brasileiro, Pico da Neblina, inseridona Serra do Imeri, no Planalto das Guianas. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revisou a altitude dos sete maiores pontos culminantes do país. Os dois pontos mais altos, os picos da Neblina e o 31 de março, ficaram oficialmente 1,52 metro mais elevados. Segundo as medições feitas no final de 2015, o Pico da Neblina passou a ter 2 995,30 metros. De acordo com a medição anterior, feita em 2004 e 2005, o principal ponto culminante do Brasil, localizado na Serra do Imeri, no Amazonas, tinha 2 993,78 metros. O segundo mais alto pico brasileiro, o 31 de Março, situado na mesma serra, a menos de um quilômetro de distância do Pico da Neblina, passou de 2 972,66 na medição de 2004/2005 para 2 974,18 metros na medição atual. GEOGRAFIA MÓDULO 15 CBMERJ 3 O solo Quanto ao solo amazônico, sabe-se que, em geral, apresenta baixa fertilidade, pois sofre com a grande intensidade de precipitação regional, o que intensifica o processo de lixiviação, removendo dele, via escoamento, a camada humífera. Em algumas áreas restritas, ocorrem solos de maior fertilidade natural, como os solos de várzea; em alguns trechos dos rios, ocorre também o aparecimento da terra preta, solo orgânico de alta fertilidade. Apesar de o solo amazônico não apresentar boa fertilidade, e este fato ocorre na camada mais externa da crosta, nas camadas inferiores, temos o aparecimento de reservas minerais de extremo valor, cuja extração colabora intensamente com a economia nacional. São exemplos dessas reservas: Projeto Carajás (PA) – exploração de minério de ferro, cobre, zinco, manganês, prata, bauxita etc.; província petrolífera de Urucu (650 Km de Manaus-AM) – exploração de petróleo e gás natural. O clima O domínio amazônico apresenta predomínio do clima equatorial, com altas temperaturas e altos volumes de umidade. Localizado em uma região de baixas latitudes, apresenta médias térmicas anuais entre 25 °C e 27 °C, com pequena amplitude térmica anual, não apresentando uma estação fria. As chuvas abundantes geram índices pluviométricos superiores a 2 000 mm, podendo ultrapassar 3 000 mm anuais em algumas regiões (climograma). As precipitações que ocorrem nessa região são classificadas como chuvas convectivas, características das regiões equatoriais, em zonas de baixa pressão, áreas de altas temperaturas, que apresentam, consequentemente, evaporação constante e intensa, com a ação dos ventos alísios vindos das áreas de alta pressão. Com todos esses mecanismos naturais agindo em harmonia, teremos o despencar de um grande “aguaceiro” ou uma “pancada” de chuva no final da tarde ou início da noite; em geral, esse aguaceiro tem curta duração e um grande volume pluviométrico, podendo ainda ser acompanhado de trovões e raios. A massa de ar equatorial continental (mEc) é responsável pela dinâmica climática em quase toda a região; já a massa de ar equatorial atlântica (mEa) exerce influência principalmente nas regiões litorâneas do Amapá e Pará. É importante destacar, porém, a ocorrência de um evento localizado na porção ocidental: um braço da massa de ar polar atlântica estende-se pelo território nacional até chegar à região Norte e gerar o evento climatológico conhecido como “friagem” (leve queda de temperatura). Na Amazônia, há uma diagonal subúmida, também conhecida como período seco, que abrange Roraima, o sul do Pará, Rondônia e parcialmente o Acre, cujas médias pluviométricas são menos elevadas, apresentando alternância da estação seca e da estação chuvosa e caracterizando um clima equatorial subúmido. (Ross, 1996, P. 103) A vegetação A paisagem natural do domínio amazônico é marcada pela exuberância de cores, cheiros, tamanhos e forma. O bioma amazônico, de área de 4,2 milhões de Km² ou 49% em território nacional, distribui-se pelos estados do Amazonas, Pará, Mato Grosso, Acre, Rondônia, Roraima, Amapá, parte do Tocantins e parte do Maranhão. O bioma amazônico estende--se por nove países sul-americanos (Brasil, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname), totalizando 6,9 milhões de Km², sendo o bioma mais rico em biodiversidade de todo pla- neta. Segundo o professor Aziz Ab'Saber, é “o grande contínuo de florestas biodiversas que se estende desde o noroeste do Pará aos sopés dos Andes, dos arredores da Serra dos Carajás às encostas do Pico da Neblina e serranias ocidentais de Roraima, no Parque dos Ianomâmis”. Esse fragmento de texto mostra a grandeza da cobertura florestada e quanto isso cria uma identidade profunda, tanto no aspecto físico quanto no cultural. O bioma amazônico é caracterizado, em grande parte, pela cobertura vegetal da Floresta Amazônica, também chamada Floresta Tropical, Pluvial, Hileia, ou ainda de Floresta Equatorial. Faz parte desse bioma também a vegetação litorânea que cobre parte das áreas dos estados do Pará e do Amapá. Vejamos as principais características da floresta Amazônica: Latifoliada: folhas grandes e largas, adaptadas para o grande processo de evapotranspiração; Heterogênea: grande variedade de espécies vegetais; Densa: compactada, intricada com plantas próximas umas das outras, chegando a serem entrelaçadas; Perenifólia: sempre com a tonalidade verde, a vegetação não descarta as folhas nos períodos do outono- -inverno, em virtude da baixa variação climática; Higrófila: vegetais adaptados a ambientes intensamente úmidos; Arbóreas: vegetações de grande porte, que correspondem às áreas florestadas. Por sua heterogeneidade, a floresta Amazônica pode ser dividida em dois ecossistemas principais: mata de terra firme e vegetação inundada. A caaetê ou mata de terra firmeé a parte de maior extensão florestada, cobre as áreas planálticas nunca atingidas pelos períodos de cheias dos rios. Apresenta a maior variedade de espécies, principalmente espécies arbóreas, como o angelim, o caucho, a andiroba, a castanheira, o guaraná, o mogno, o pau-rosa, entre outras espécies. A vegetação inundadaconsiste na mata de igapó e na mata de várzea. Caaigapó ou mata de Igapó: localizada ao longo dos rios nas áreas das planícies permanentemente inundadas, tendo como exemplos: a vitória- régia, a piaçava, o açaí, o cururu, a marajá, entre outras. Mata de várzea: localizada ao longo dos rios, porém sua distância não permite que ela tenha uma irrigação natural constante (causada pelas áreas inundadas). Ela vai depender dos períodos de cheia dos rios (dezembro-julho). Suas principais espécies são: a seringueira, o cacaueiro, o sumaúma, a copaíba, entre outras. GEOGRAFIA MÓDULO 15 CBMERJ 4 B. DOMÍNIO DOS CERRADOS Domínio considerado como um dos hotspots mundiais de biodiversidade, o Cerrado apresenta extrema abundância de espécies endêmicas. Inclui-se, nessa linha de raciocínio, o homem, estando uma grande parte da população mundial localizada neste bioma. Hoje, estima-se que aproximadamente um quinto da população mundial vive em áreas de formações savânicas, sendo a maior parte dessas sociedades agropecuárias. Em âmbito mundial, a Savana abrange uma área de 20% do planeta distribuída pela África, Oceania e América do Sul, mas a maior porção fica na África. No sul do continente americano, é o segundo maior bioma, chegando a ocupar uma área de 2 036 448 km². No Brasil, ocorre a distribuição em uma área de 2 milhões de quilômetros quadrados, estando espalhado por Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal, abrangendo aproximadamente um quarto do território brasileiro. Estima-se hoje, segundo o IBGE, que vivem nesta área cerca de 25 milhões de pessoas, ou 15% da população nacional, distribuída em 1 330 municípios. A riqueza natural desse Domínio é incontestável, porém chama a atenção também a riqueza humana ou antrópica de algumas sociedades que ali desenvolvem suas atividades e sua importância, tais como: “[...]asetnias indígenas, quilombolas, geraizeiros, ribeirinhos, babaçueiras, vazanteiros e comunidades quilombolas que, juntas, fazem parte do patrimônio histórico e cultural brasileiro, e detêm um conhecimento tradicional de sua biodiversidade; mais de 220 espécies têm uso medicinal e mais 416 podem ser usadas na recuperação de solos degradados [...]” (Ministério do Meio Ambiente). Mesmo conhecendo-se sua importância biológica, e sendo um hotspot mundial, o Cerrado ainda é o hotspot que apresenta menos proteção integral (8,21% de seu território legalmente protegido por unidades de conservação). Esse dado abre uma janela para uma ação antrópica negativa, um processo de ocupação predatório e sem precedentes histórico-ambientais, tema que será abordado mais adiante. O Relevo e o solo O relevo do cerrado, marcado por planaltos (Planalto Central e parte do Planalto Meridional) e planícies, tem como característica altitudes que variam em média de 300 a 600 metros. É conhecido como área de relevo de maciços planaltos cristalinos e sedimentados, de formação geológica do último período de glaciação quaternária; esses maciços são chamados “chapadões interiores florestados”, caracterizando-se como terras erodidas, ou esculpidas, ou mesmo desgastada, porém sem presença de mamelonização; com presença de estruturas planálticas de topos aplainados ou levemente ondulados, apresentam rampas acessórias escalonadas ou escarpas. São eles: Chapada dos Veadeiros (nomeada Patrimônio Mundial Natural da Unesco), Chapada dos Parecis, Chapada dos Guimarães, Chapada das Mangabeiras, Serra do Roncador, Serra Geral de Goiás, Serra Azul etc. Entre escarpas e chapadões, seguem planícies aluviais de composição estreita, em geral homogêneas e ainda sem meandros, como a Planície do Alto-Araguaia. Esse domínio expressa uma aparente monotonia geomorfológica, sendo ainda considerada pelo geógrafo Aziz Ab'Saber como “[...] feição geomorfológica e fitogeográfica de tipo banal [...]”. Essa pseudomonotonia, porém, guarda uma particularidade especial: 5,5% das unidades de relevo vão além de 900 m de altitude, tendo como referências para essas elevações o Pico do Itacolomi (1 797 metros), na Serra do Espinhaço; o Pico do Sol (2 070 metros), na Serra do Caraça; e a Chapada dos Veadeiros, que pode atingir 1 676 metros. Vale lembrar que a ocorrência do bioma cerrado não ultrapassa, em geral, os 1 100 m. Os solos do Cerrado são naturalmente pobres de nutrientes, sendo de baixa fertilidade primária com predomínio do latossolo ou redyellowpodzolic. A disposição atual deve-se à sua origem depositária de sedimentos antigos lixiviados, laterizados e empobrecidos, formando solos ácidos e sem base de troca, principalmente calcário. Entretanto, na região de Dourados e de Campo Grande, há manchas de solo fértil conhecidas como terra roxa. A Hidrografia e o clima A hidrografia apresenta-se com baixa intensidade, o que não caracteriza o Cerrado como região de “ausência hídrica” ou “de estiagem”. Fazem parte da rede hidrográfica do Cerrado os rios: Tocantins, Araguaia, Vacaria, Corumbá, entre outros. A região central traz como característica altitudes medianas, e essas elevações medianas entre os planaltos criam “divisores de águas”, isto é, pontos mais altos do relevo que dividem algumas bacias hidrográficas. O Planalto Central funciona como divisor de águas entre a Bacia Amazônica (rios que correm para o norte) e a Bacia Platina (rios que correm para o sul). Os rios de Cerrado são perenes (ininterruptos, não secam), com cheias no verão e vazantes no inverno; além disso, correm em planícies aluviais de composição estreita, em geral homogêneas e sem meandros. O Cerrado apresenta predomínio do clima tropical, com verões úmidos e invernos secos, com duas estações bem definidas. Localizado em uma região intertropical, próximo ao Trópico de Capricórnio, apresenta temperaturas médias entre 20 °C e 28 °C, possibilitando considerável amplitude térmica anual. As chuvas estão presentes principalmente no período do verão, gerando índices pluviométricos com uma variação de 1 200 mm e 2 000 mm anuais, como mostra o climograma. A vegetação A paisagem natural desse domínio é relativamente homogênea e extensível a grandes áreas. A homogeneidade da vegetação está ligada à ausência superficial de nutrientes no solo e também ao fator climático. Segundo o pesquisador Arens,“[...] a flora dos campos cerrado é exposta ao máximo de iluminação pelo clima, que se GEOGRAFIA MÓDULO 15 CBMERJ 5 caracteriza por um número elevado de dias de céu descoberto e pela natureza da vegetação rala que produz sombra mínima[...]”. A situação descrita pelo pesquisador ocorre no período de inverno seco. Já na estação de verão chuvoso essa natureza sofrerá uma substancial modificação. Então, a ideia de aparência xeromórfica do Cerrado é simplesmente equivocada. O Cerrado pode ser caracterizado por três agrupamentos vegetais: florestal, savânico e campestre. Na formação florestal, estão presentes: mata seca ou mata mesófila de encosta, mata de galeria e cerradão. Na formação savânica, estão presentes: cerrado sentido restrito (arbustivo), campo cerrado ou cerrado ralo. Também fazem parte deste bioma as formações campestres, como campo sujo, campo limpo ou hidromórfico e veredas, campo de murundus ou murunduns e campo rupestre. Podemos também classificar a vegetação do Cerrado dividindo-a em dois extratos: um arbóreo arbustivo, com árvores de pequeno porte, e outro extrato herbáceo campestre, da família das gramíneas. A mata de galerias exerce um papel extremamente importante. Por sua localização ao longo dos rios, ela evita o processo de desbarrancamento ou erosivo das margens, evitando, consequentemente, o assoreamento dos rios e favorecendo a manutenção da fauna ribeirinha. C. DOMÍNIO DAS CAATINGAS O Domínio das Caatingas está presente na América do Sul subdividida em três espaços específicos. Está distribuída ao norte da Venezuela e da Colômbia, em uma área conhecida como guajira; está também na diagonal do Cone Sul, que passa por parte da Patagônia, Cordilheiras Andinas, norte do Chile até o Equador e parte do Peru. Outro espaço do Domínio da Caatinga está distribuído em uma porção do Nordeste brasileiro conhecida como sertões do semiárido. No Brasil, esse domínio recobre uma área que corresponde a 720.000 km2, 11% do território nacional, acomodando aproxi-madamente 23 milhões de brasileiros, muitos deles vivendo abaixo da linha de pobreza. Segundo o IBGE, 77% dos municípios dessa região passam por essa triste realidade. O Clima O Domínio das Caatingas apresenta predomínio do clima semiárido, com seca de 6 a 8 meses por ano. Esse clima é caracterizado por dois períodos pluviométricos distintos. Localizado em uma região subequatorial e tropical, encravada em uma área interplanáltica (Planalto da Borborema e Planalto Sertanejo), apresenta temperaturas que variam entre 25 °C e 29 °C, com baixa amplitude térmica anual. As chuvas são escassas e mal distribuídas ao longo do ano, ocorrendo principalmente no primeiro semestre, com média pluviométrica de 500 mm anuais, como mostra o climograma. Para explicar essa mancha semiárida nordestina, os pesquisadores Fillipe Tamiozzo e Pedro José Machado descrevem- -na ordenadamente desta forma, “[...] Esse clima está associado a vários fatores, como o deslocamento, no inverno, das áreas de alta pressão para essa região, GEOGRAFIA MÓDULO 15 CBMERJ 6 que, como dispersora de vento, dificulta a chegada de umidade; o subafloramento de rochas impermeáveis, o que não deixa a água acumular no solo para posterior fornecimento de umidade ao sistema; e a disposição do relevo, que barra os ventos úmidos vindos do oceano.[...]”. A hidrografia O Domínio da Caatinga é conhecido não só pela intermitência periódica de grande parte de seus rios, mas também por eles, no finalde seu curso, desaguarem nas águas do Oceano Atlântico, ao contrário dos rios que irrigam outras áreas semiáridas no mundo, que normalmente deságuam em áreas de depressões fechadas. O principal rio da região do semiárido que não sofre com a ação da intermitência é o Rio São Francisco, conhecido também como “Rio da Unidade Nacional” – por ligar Minas Gerais ao Nordeste. É um rio de grande importância, pois serve de gerador de alimentos para as populações ribeirinhas, abastece com suas águas as populações do sertão, serve de transporte, ligando várias localidades, e, por ser um rio de planalto, também é gerador de energia. Segundo a Agência Nacional das Águas (ANA), a Bacia do Rio São Francisco tem determinadas particularidades: “[...]potencial hidrelétrico aproveitado da bacia é de 10 473 MW, distribuídos principalmente nas usinas Três Marias, Queimado, Sobradinho, Itaparica, Complexo Paulo Afonso e Xingó. Os reservatórios Três Marias e Sobradinho têm papel fundamental na regularização das vazões do Rio São Francisco. Um dos maiores desafios é que a bacia registra todos os tipos de usos dos recursos hídricos (irrigação, geração de energia, navegação, saneamento, pesca e aquicultura, atividades turísticas e de lazer), o que exige uma análise do conjunto para que se possa planejar adequadamente sua gestão. [...]”. A preocupação da ANA está ligada diretamente com o grande número de pessoas que dependem do rio. Hoje aproximadamente 14,2 milhões de habitantes residem em 521 municípios distribuídos ao longo do curso (dados da ANA, 2010), onde desenvolvem suas atividades diárias, nos 2 700 km de extensão do curso do Rio São Francisco, e a falta de compromisso com sua manutenção e preservação já traz impactos irreversíveis a esse bem comum. A Bacia do Rio São Francisco tem 639 219 km2 de área de drenagem (7,5% do país), com vazão média de 2 850 m3/s (2% do total do país). O Rio São Francisco tem 2 700 km de extensão e nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais, escoando no sentido sul-norte pela Bahia e por Pernambuco, quando altera seu curso para este, chegando ao Oceano Atlântico pela divisa entre Alagoas e Sergipe. Segundo o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), a bacia abrange sete unidades da federação – Bahia (48,2%), Minas Gerais (36,8%), Pernambuco (10,9%), Alagoas (2,2%), Sergipe (1,2%), Goiás (0,5%) e Distrito Federal (0,2%). Passa por 507 municípios (cerca de 9% do total de municípios do país). A Bacia do Rio São Francisco A grande dimensão territorial da Bacia do Rio São Francisco, estimada em 639 217 km², motivou a sua divisão por regiões, para fins de planejamento e para facilitar a localização das suas muitas e diversas populações e ambiências naturais. A divisão se fez de acordo com o sentido do curso do rio e com a variação de altitudes. Assim, a sua parte inicial, tomando como referência a área montanhosa onde o rio nasce, na Serra da Canastra, a 1 280 km de altitude, ganhou a denominação de Alto São Francisco. Estendendo-se até a cidade de Pirapora, no centro-norte de Minas Gerais, a região perfaz uma área de 111 804 km². Escoando no sentido sul-norte, no trecho seguinte, o rio atravessa todo o oeste da Bahia, até o ponto onde se formou o lago represado de Sobradinho, no município de Remanso. Nessa região, a bacia é denominada Médio São Francisco. É a maior das quatro divisões, alcançando 339 763 km². Depois de Remanso, o rio inflexiona o seu curso para o leste, constituindo-se na divisa natural entre os estados da Bahia e de Pernambuco, até alcançar o limite com Alagoas. É o Submédio São Francisco, a segunda maior região, com 155 637 km. Daí, o rio segue na direção leste, formando a segunda divisa natural, dessa vez entre os estados de Alagoas e Sergipe. É o Baixo São Francisco, uma área de 32 013 km², onde o rio São Francisco deságua no Oceano Atlântico. GEOGRAFIA MÓDULO 15 CBMERJ 7 Relevo e solo O relevo da Caatinga apresenta altitudes até 1 100 metros (variação entre planaltos de 670 a 1 100 metros), sendo conhecida como região de depressões interplanálticas pediplanizadas. Sua formação geológica é dividida em três períodos: as regiões de topo de morro são de formação sedimentada no Período Cretáceo; nas áreas mais baixas e regiões de escarpas, sua formação é associada ao Período Paleozoico; os morrotes ou morros testemunhos do tipo inselberg têm sua formação ligada ao fim do Período Terciário e início do Quartenário, o que justifica, para esse domínio, os títulos de “terras erodidas, ou esculpidas, ou ainda altos pelados”. Essas formações são: Planalto da Borborema, Chapada Diamantina, Chapada das Mangabeiras, Espigão Mestre, Chapadas residuais do Araripe, Grande, Apodi, Ibiapaba, entre outras. Na região interplanáltica, entre o Planalto da Borborema e a composição dos Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba, encontra-se a Depressão Sertaneja e do Rio São Francisco, área rebaixada que acomoda parte da Bacia do Rio São Francisco. Esse domínio se desenvolve sobre um solo raso ou de pouca profundidade, por causa da escassez de chuvas e/ou da ação do intemperismo físico, predominante na região. Nas áreas próximas ao leito dos rios, há um solo fértil. Em outras regiões mais distantes, porém, há solos arenosos, solos pedregosos ou ainda rochas metamórficas argilosas (filitos), formando solo como se fosse chão de tijolos (os litólicos), inibindo sua utilização por perder sua função de solo, parecendo uma laje. A vegetação A paisagem natural da Caatinga é marcada pela relativa homogeneidade, relacionada ao tamanho e à forma. O bioma da Caatinga ocorre em uma área de 844 453 km2, o que equivale a 11% do território, distribuídos por dez estados brasileiros (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e o norte de Minas Gerais). Por sua rica biodiversidade endêmica, existe uma grande necessidade da criação de marcos regulatórios de proteção que regulam as ações, os investimentos, a conservação e o uso sustentável desse bioma. A palavra caatinga vem da língua tupi e significa “mata branca”. Nesse contexto, vale lembrar a existência de uma ave da região do sertão nordestino conhecida como “asa branca”, que, no período de estiagem, faz o mesmo movimento migratório que os nordestinos fazem: foge da seca. O bioma da Caatinga é caracterizado, em grande parte, pela cobertura vegetal de mata seca, constituída por plantas xerófitas, arbustivas de troncos retorcidos, caducifólias ou decíduas, campestres ou por campos secos xeromórficos. Biogeograficamente, pode-se classificar cinco tipos de vegetação que compõe a caatinga: caatinga seca não arbórea – formada principalmente pelas cactáceas; caatinga seca arbórea – formada pela vegetação arbustiva esparsa; caatinga arbustiva densa – formação de pequenos bosques arbustivos; caatinga de relevo mais elevado – formação de bosques densos, formados com auxílio de maior pluviosidade; e caatinga do Chapadão do Moxotó – formação endêmica desta área de chapada, com cactáceas arbóreas em formato de “candelabros”. Outras composições vegetais estão presentes no solo pedregoso do sertão do Seridó, que são as gramíneas – vegetação rasteira. E. DOMÍNIO DOS MARES DE MORRO O domínio dos Mares de Morros está minuciosamente distribuído pela faixa litorânea brasileira, sendo historicamente o primeiro domínio a ter contato com os colonizadores. Aliás, tiveram contato também com a fauna, com a flora, com os nativos que ali viviam, sendo esta paisagem descrita, pela primeira vez, na histórica carta do português Pero Vaz de Caminha. Atualmente, esse domínio conta com aproximadamente 120 milhões de habitantes, que ali desenvolvem suas atividades econômicas. Em percentual, hoje, nessa área, são gerados aproximadamente 70% do PIB brasileiro. Trata-se de um domínio de a importância destacada pelo Ministério do Meio Ambiente,[...] presta importantíssimo serviço ambiental. Regula o fluxo dos mananciais hídricos, assegura a fertilidade do solo, suas paisagens oferecem belezas cênicas, controla o equilíbrio climático e protege escarpas e encostas das serras, além de preservar um patrimônio histórico e cultural imenso. [...] O domínio dos Mares de Morros serviu e serve de seio acolhedor, pois, desde o início da chegada dos portugueses até os dias atuais, sustenta-nos com muita fertilidade, irriga com prosperidade nossa economia e aconchega entre seus vales nossas cidades. A localização O domínio dos Mares de Morros está distribuído na porção oriental do território brasileiro, em uma área de aproximadamente 650 mil Km², que vai desde a região Nordeste até a região Sul, em regra margeando o litoral brasileiro. Na região Sudeste, adentra o interior abrangendo a área do centro-sul de Minas Gerais e São Paulo. O nível de interiorização desse domínio pode chegar de 500 a 600 km, sentido interior do sul de Minas e interior fluminense. Embora bastante extenso, ele não apresenta nenhuma faixa contínua no sentido horizontal. O relevo e o solo O nome do domínio está associado diretamente ao relevo onde ele se distribui, em que o modelo dominante é constituí-do por planaltos de topos convexos (mamelonares), grande variedade de canais de drenagem e grande diversidade de vales profundos que acolhe toda essa rica drenagem. GEOGRAFIA MÓDULO 15 CBMERJ 8 Toda essa dinâmica extremante ativa, tanto na fase oro- genética quanto na fase epirogênica, produziu uma das mais belas macro esculturas naturais, denominadas de: Planaltos e Serras do Atlântico leste-sudeste, Planaltos e Serras de Goiás-Minas, Serras residuais do alto Paraguai, Depressão do Graben do rio Paraíba do Sul (vide imagem I). A linha hipsométrica média mostra uma variação da altitude dos planaltos em torno de 1 100 m, embora algumas áreas apresentem maior altitude, como é o caso do Pico da Bandeira, que tem 2 892 m. Este domínio se desenvolve sobre uma grande variedade de solos e relevos, em decorrência do fator latitudinal e suas influências naturais. Na região do Parque Nacional do Iguaçu e na bacia do Paraná, temos a presença de solos ricos em nutrientes, resultantes da decomposição de basalto – “terras roxas”; nas áreas de linha costeira litorânea de terra firme, encontramos relevos conhecidos como pães de açúcar, mares de morros, esporões da Serra do Mar, penedos ou pontões rochosos, que são constituídos principalmente de base cristalina; na Depressão Periférica da borda leste do Paraná – rochas sedimentares e metamórficas, resultantes da ação intempérica e do processo de sedimentação e compactação; na região da Zona da Mata nordestina – solo muito fértil conhecido popularmente por massapé; no Sudeste brasileiro – presença de solo argiloso conhecido como salmourão, resultante da composição do granito. O domínio dos Mares de Morros é o que geologicamente mais sofre com a diversidade dos processos modeladores, ficando sujeito aos processos erosivos resultantes da ação do clima tropical (de altitude, litorâneo e continental). A hidrografia O domínio dos Mares de Morros é conhecido não só pela mamelonização do seu relevo, como também pela grande presença de nascentes nos topos dos morros. Essa característica vai gerar uma rede hídrica, com muitos rios planálticos, encachoeirados, com as chamadas quedas ou saltos, o que propicia boa vazão de correnteza. Essa característica de rios planálticos não favorece o desenvolvimento da navegação, porém é muito utilizada para a produção de energia, como acontece com os rios da bacia do São Francisco, do Paranaíba, do Paraíba do Sul, de Taubaté, de São Paulo, de Curitiba etc. Em meio aos relevos mamelonares, ocorre a existência de uma paisagem produzida pelo acúmulo de água, formando grandes reservatórios, ou por indução, como é o caso do reservatório de Paraitinga-Paraibuna, idealizado pela necessidade de Furnas. O clima e a vegetação O domínio de Mares de Morros apresenta predomínio do clima tropical úmido, caracterizado por apresentar índices pluviométricos com uma maior distribuição, independentemente do período do ano. Localizado em uma região intertropical, próxima ao trópico de Capricórnio e ao oceano, apresenta valores médios entre 25 °C e 27 °C, possibilitando pequena amplitude térmica anual. As chuvas ocorrem principalmente pela atuação da mTa, agindo na direção oceano-continente (efeito coriolis) e, ao penetrar no continente e, encontram as barreiras físicas (planaltos brasileiros), que favorecem as “chuvas orográficas” – conhecidas também como chuvas de relevo. Quando ocorre a penetração da mPa e ela colide com mTa, temos a formação das “chuvas frontais” – conhecidas também como de inverno. Os índices pluviométricos mostram altos índices, em torno de 1 500 a 2 000 mm, decorrentes da transferência da ativa evaporação dos oceanos para a atmosfera. A paisagem natural deste domínio foi denominada inicialmente de "muralha verde", pois atua como uma divisória entre a costa litorânea e o interior. Hoje, em uma visão popular e genérica, é tratada de Mata Atlântica. Essa vegetação caracteriza-se como uma formação florestada, ombrófila densa, mista ou ainda aberta, estacional semi- decidual ou mesmo decidual. Ocorre a existência de ecossistemas associados, como restingas, manguezais e campos de altitude, que se estendiam originalmente por aproximadamente 1 300 000 km2 em 17 estados do território nacional. A seguir, trataremos de uma classificação que extratifica de forma clara a distribuição da vegetação pelo Bioma Atlântico. Exemplos das arbóreas que compõem essa vegetação são: capuívas, paus-de-santa-rita, figueiras, jequitibás, cedros, quaresmeiras, ipês, cássias, palmeiras, embaúbas etc. A imponência residual desta vegetação integra o mecanismo de uma gigante da biodiversidade, que é a vegetação amazônica. A deposição e decomposição da matéria orgânica no solo é de extrema importância para o sobrevivência dessa GEOGRAFIA MÓDULO 15 CBMERJ 9 vegetação. Por isso, devemos respeitar esse meio vegetal que fundamenta sua existência em seu ciclo natural e, ao mesmo tempo, refletir, pois hoje calcula-se a existência de apenas 8,5% do total de sua área, os quais são protegidos por lei da ação devastadora do próprio homem. F. O DOMÍNIO DAS ARAUCÁRIAS A localização O domínio das Araucárias está distribuído em uma área que contabiliza 400 mil quilômetros quadrados, sendo a única vegetação formada por coníferas no território nacional. Essa particularidade ocorre em terras altas planálticas – Planalto Meridional Brasileiro, Planalto Basáltico Sul- Brasileiro, Planalto Purunã, planalto do Paraná, planalto Rio-Grandense e, também, em áreas serranas do sul do Brasil, porém existem “manchas” desta formação em áreas interioranas da região Sudeste (Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo), como a cidade de Campos do Jordão (SP). Normalmente, porém, esse tipo de vegetação localiza- se nos estados da região Sul: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O relevo e o solo Este domínio tem sua ocorrência, como citado no item anterior, em áreas planálticas e regiões Serranas. Sua formação remonta ao período Pré-Cambriano, porém essa especificidade ocorre em locais cujas altitudes variam de 800 a 1 300 metros, embora haja registros de ocorrência em altitudes menores. Há bosques formados na região Sul do Brasil, com altitudes que variam entre 500 e 600 metros, normalmente formados em áreas depressivas encravadas nas cuestas. Solos muito férteis (terra roxa e brunizem) e que não sofreram grande predação, com sua formação vinda do desgaste de rochas sedimentares e basálticas, os seus horizontes pedológicos não trazem como características a homogeneidade. Esses solos têm se mostrado muito eficazes para a cultura de soja e também para a silvicultura,que é muito estimulada por entidades governamentais e ONG’s. O clima e a vegetação O domínio das Araucárias apresenta predomínio de clima subtropical (podendo ser chamado de temperado quente), caracterizado por uma média anual de 18 °C. Apresenta duas estações bem definidas: invernos frios e verões mais quentes (tendo como base a mesma faixa latitudinal no globo). Um fator que dita a característica deste clima é a ação das massas de ar, mPa, mTa e mTp – com predomínio das primeiras, as quais influenciam os altos índices pluviométricos, que variam entre 1 000 mm e 2 000 mm, e mantêm pequena variação térmica. Eventos naturais como queda de neve, geada, por mais esporádicos que sejam, estão ligados diretamente com a chegada da mPa. No ano de 2004, o Brasil passou por uma situação inusitada: a formação de um ciclone extratropical que avançou do oceano para as costas brasileiras, mais voltado para o litoral do estado de Santa Catarina e para parte do litoral do Rio Grande do Sul. Esse evento teve sua gênese na diferença de temperatura e pressão atmosférica entre as áreas próximas, provocando grande instabilidade climático-atmosférica, não deixando de frisar o grande potencial de destruição que o Catarina, como ficou conhecido, exerceu nas áreas de atuação. A paisagem das Matas de Araucárias apresenta monotonia e homogeneidade, vegetação florestada aciculifoliada, conhecida também como pinheiro bravo – Podocarpos lambertii. A paisagem apresenta ainda uma peculiaridade, a família da belíssima ave conhecida como gralha-azul serve como agente dispersor de sementes desta vegetação. G. O DOMÍNIO DAS PRADARIAS O domínio das Pradarias é comumente conhecido como Pampas Gaúchos, no idioma indígena, ou mesmo pradarias mistas sulinas. Essa formação vegetal, restrita no território nacional, está distribuída pela região centro-sul do estado do Rio Grande do Sul, em uma área de176 496 km² (IBGE, 2004), correspondendo a 63% do território estadual e a 2,07% do território nacional. Estendendo-se por países vizinhos como Argentina e Uruguai, pode-se afirmar que é uma vegetação transfronteiriça. Segundo o Ministério do Meio Ambiente: [...] O bioma exibe um imenso patrimônio cultural associado à biodiversidade. As paisagens naturais do Pampa se caracterizam pelo predomínio dos campos nativos, mas há também a presença de matas ciliares, matas de encosta, matas de pau-ferro, formações arbustivas, butiazais, banhados, afloramentos rochosos etc. [...] O relevo e o solo Ocorre neste domínio a presença de três unidades de relevo: planícies das Lagoas dos Patos e Mirim, localizadas na porção oriental do Rio Grande do Sul, planaltos e chapadas da bacia do Paraná, na porção GEOGRAFIA MÓDULO 15 CBMERJ 10 oeste, planalto Sul-Rio-Grandense e depressão Sul-Rio-Grandense, na porção leste. O relevo é marcado por pequenas elevações ou ondulações conhecias como Coxilhas. Podendo chegar o complexo estrutural do relevo podendo chegar a uma altitude máxima que varia entre 200 e 400 metros. Os solos apresentam boa fertilidade, porém são marcados pela formação de areais e/ou campos de dunas na região sudeste do Rio Grande do Sul. O clima e a vegetação O domínio das Pradarias apresenta predomínio do clima subtropical úmido, caracterizado por apresentar uma média anual de 18 °C e duas estações bem definidas: invernos frios e verões mais quentes podendo atingir em média 38 °C (tendo como base a mesma faixa latitudinal no globo). Um fator que dita a característica deste clima é a ação das massas de ar, mPa, mTa e mTp – com predominância da mPa, e a presença de chuvas regulares. A vegetação é formada principalmente por gramíneas. Não se deve subjugar a monotonia e a homogeneidade desta paisagem, que, além de ser dotada de um fantástico patrimônio natural, genético e cultural de importância nacional e global, tem a imensa responsabilidade de proteger e servir de área de recarga para o aquífero Guarani. O texto a seguir reafirma a exuberância das espécies dos Pampas, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente. [...] o Pampa apresenta flora e fauna próprias e grande biodiversidade, ainda não completamente descrita pela ciência. Estimativas indicam valores em torno de 3 000 espécies de plantas, com notável diversidade de gramíneas, são mais de 450 espécies (campim-forquilha, grama- tapete, flechilhas, brabas-de-bode, cabelos-de-porco, entre outras). Nas áreas de campo natural, também se destacam as espécies de compostas e de legumi-nosas (150 espécies) como a babosa-do- campo, o amendoim-nativo e o trevo-nativo. [...] A hidrografia Estão presentes neste domínio as bacias hidrográficas do Uruguai, do Sudeste e do Sul do Brasil. Os rios são perenes com meandros favoráveis à navegação, especificidade esta apresentada em conformidade com o relevo, onde, em áreas mais altas, ocorrem rios de corredeiras, curtos, com baixo tempo de concentração. À medida que se dirigem para seus trechos mais baixos – Os Pampas Gaúchos – os rios se apresentam mais extensos e menos declivosos. H. FAIXAS DE TRANSIÇÃO Retornando à gênese dos domínios morfoclimáticos, os geógrafos afirmam: [...] Dentre os principais elementos naturais que atuam na formação paisagística, o clima e o relevo tomam um posto de destaque, embora nunca descartando os demais elementos, pois também exercem um papel importante, inclusive influenciando direta ou indiretamente os mesmos, e como resultado desta interação, temos a ocorrência de diferentes coberturas vegetais. (...). Dessa maneira, temos macropaisagens naturais, formadas em situações climatobotânicas específicas e, para fazer a ligação entre esses domínios, existem áreas de transição (faixas de transição e ou zonas de transição), que vão ligar domínios diferentes. H.1. MATA DOS COCAIS Trata-se de uma área de transição entre três domínios diferentes: Amazônico, Caatinga e Cerrado. Também pode ser denominada de Mata dos Cocais, devido à predominância das espécies do babaçu, carnaúba, oiticica e buri- ti. Está situada no Nordeste, principalmente no norte dos estados do Maranhão e Piauí, distribuída pelos planaltos e chapadas da bacia do Parnaíba, com rio perene, foz em delta e limite entre os dois estados citados. A exploração desta vegetação é de grande importância para a economia local. Nela ocorre a inserção social de um grande número de mulheres, conhecidas como quebradeiras, que com os recursos provenientes de suas atividades acabam auxiliando ou mesmo provendo as necessidades da casa. Entre os muitos produtos e subprodutos, a palmeira do babaçu é utilizada da seguinte maneira: palma: utilizada na confecção de cestos e esteiras; caule(da palmeira macho): palmito, madeira para a construção de casas e fonte energética (gás e carvão); semente: fornece um óleo que é aplicado em margarinas, perfumes, cremes de barbear e até como lubrificante em aparelhos de alta precisão. GEOGRAFIA MÓDULO 15 CBMERJ 11 Outra espécie com grande destaque no Domínio das Matas dos Cocais é a carnaúba, palmeira com folhas em forma de leque. São diversas as suas utilizações econômicas: ▪ caule: madeira para a construção de casas; ▪ raiz: medicamentos; ▪ folhas: cordas, chapéus, alpargatas, cobertura de casas e cera (para sapatos, sabonetes velas etc.); ▪ fruto: alimento para o gado; ▪ polpa: alimento (doces); ▪ caroço: óleo. Atualmente, por causa avanço das fronteiras agrícolas, a mata dos cocais está sendo substituída pelas pastagens e pela agricultura, mas a reprodução natural e rápida dessa espécie arbórea garante a sobrevida dessa mata. H.2. AGRESTE A paisagem do Agreste Nordestino está encravada em uma área que se estende do Rio Grande do Norte ao sul da Bahia, permeada ao oriente pela Zona da Mata nordestina e ao ocidente pelo Sertão nordestino nacional. Devido à sua localização, ocorre a existência de climas não tãosecos quanto no Sertão nem tão úmido quanto na Mata. Em decorrência desses fatores climáticos, a vegetação assemelha-se, em algumas áreas, à Mata Atlântica, em outras, à Caatinga. A presença de matas, palmeiras, cactáceas e gramíneas é constante. Segundo o geógrafo Manuel Correia de Andrade, essa área é considerada uma “quase miniatura do Nordeste”, em razão da diversidade de paisagens em pou- co espaço, alternando áreas secas com áreas úmidas. O planalto da Borborema é o principal relevo desta formação vegetal. O Agreste ocupa a parte leste deste relevo e, devido à sua fronte com o oceano, fica sujeito à umidade que vem com os ventos soprados do sudeste. Essa umidade acumulada vai fazer a manutenção de espécies florestais atlânticas, que ocorrem em regiões de brejo, com destaque para o brejo de Garanhuns – Agreste pernambucano, que popularmente é conhecido como oásis nordestino. O Agreste abrange 3% da área total do Nordeste. No início do Brasil Colônia, o Agreste serviu de refúgio para escravos e índios foragidos do litoral (atividade canavieira). Mais tarde, desenvolveram-se na região a pecuária, o algodão (XVIII) e o café (XIX). Atualmente, o Agreste é caracterizado por pequenas propriedades com policultura. Ocorre o predomínio de pequenas propriedades policultoras (algodão colorido, feijão, mandioca, sisal). Economicamente, é importante destacar que as cidades de Caruaru (PE) e Campina Grande (Paraíba) recebem milhares de turistas todos os anos, durante o período das festas juninas. H.3. PANTANAL MATO-GROSSENSE Trata-se de uma paisagem distribuída em uma área de aproximadamente 150 355 km2 (IBGE, 2004), ocupando 1,76% da área total do território brasileiro, com especificidades em quase todos os aspectos que a constituem. Nas unidades de relevo, temos uma composição planáltica – Planalto Central do Brasil, com as famosas chapadas da região central que constituem a grande unidade anterior, com destaque às Chapadas dos Parecis. Na composição que tange as depressões, o destaque é dado para a depressão do Tocantins e para a marginal Sul-Amazônica. Também destacam-se a planície e o pantanal do rio Guaporé, a planície e o pantanal do rio Paraguai e parte da planície do rio Araguaia. Essas unidades geomorfológicas anteriormente citadas são divididas também em terras altas, onde a altimetria varia entre 200 e 500 metros – serra dos Pirineus e chapada dos Veadeiros; e em terras baixas, onde a altimetria varia entre 100 a 200 metros – Pantanal Mato-Grossense. A vegetação que compõe essa área pode ser representada por uma expressão simplista, "mix de vegetação", em razão da presença conjunta das arbóreas da Amazônia, das arbóreas da vegetação tropical, das arbustivas da savana brasileira e das gramíneas da região central. Além disso, essa área sofre forte influência do bioma Chaco (nome dado ao Pantanal localizado no norte do Paraguai e leste da Bolívia). Essa mistura de espécies pode redundar em novas for- mações vegetais. O extrativismo vegetal ocorre com a exploração de poaia ou ipeca fornecendo emetina (medicamento antivômito) para a indústria farmacêutica. Do vegetal arbóreo quebracho obtém-se o tanino, usado na produção de couro. As madeiras de espécies como o jatobá e a sucupira , com grande aceitação comercial, também são aproveitadas. A mineração ocorre no MS, no maciço do Urucum, com a exploração de manganês e ferro, minérios que são exportados para o Mercosul. A área do Pantanal encontra-se em uma planície, a maior parte da qual é inundável, localizada na depressão da bacia do rio Paraguai. Esse rio recebe afluentes das partes mais elevadas, e os mais importantes são: Cuiabá, Itiquira, Taquari, Capivari, Negro, Miranda, entre outros. A hidrografia disposta nesta região proporciona o desenvolvimento do transporte hidrográfico, a produção de energia e a irrigação de culturas. A planície pantaneira é a mais recente formação geológica do país – data da Era Cenozoica (Período Quaternário) e seus terrenos são sedimentares. O clima é tropical, com chuvas entre novembro e fevereiro, o que provoca inundações e lagoas (xaraies ou xariés). A estação seca estende-se de abril a setembro, provocando questionamento quanto ao nome do local porque a região não é pantanosa ou brejosa durante o ano. Exercícios: 01. Segundo o geógrafo Aziz Ab’Sáber, existem grandes extensões do território brasileiro em que vários elementos naturais (clima, vegetação, relevo, hidrografia e solo) interagem de forma singular, caracterizando uma unidade paisagística: são os chamados domínios morfoclimáticos. Entre eles ocorrem faixas de transição. Sobre os domínios morfoclimáticos e as faixas de transição, considere as seguintes afirmações: I. A exuberância da Floresta Amazônica contrasta com a pobreza de grande parte de seus solos, geralmente ácidos, intemperizados e de baixa fertilidade. II. Tipicamente associados à Campanha Gaúcha, os campos apresentam um relevo com suaves ondulações, cobertas principalmente por gramíneas. Neste domínio, há um preocupante processo de desertificação advindo de anomalias climáticas observadas nas últimas décadas. III. O Cerrado, adaptado à alternância do clima tropical, ocupa mais de 3 milhões de km² e apresenta solos pobres. É uma formação tipicamente latifoliada que, dentre outras características, perde as folhas durante o período de seca. IV. A Mata dos Cocais é uma faixa de transição situada entre os domínios da Floresta Amazônica, do Cerrado e da Caatinga. Predominam as palmeiras, com destaque para o babaçu, a carnaúba e o buriti. Assinale a alternativa que apresenta todas as afirmativas corretas, dentre as listadas acima. a) I e II b) I e III c) I e IV d) II e III e) II e IV 02. Apesar da riqueza das florestas tropicais, elas estão geralmente baseadas em solos inférteis e improdutivos. Grande parte dos nutrientes é armazenada nas folhas que caem sobre o solo, não no solo propriamente dito. Quando esse ambiente é intensamente modificado pelo ser humano, a vegetação desaparece, o ciclo dos nutrientes é alterado e a terra se torna rapidamente infértil. GEOGRAFIA MÓDULO 15 CBMERJ 12 No texto, pode parecer uma contradição a existência de florestas tropicais exuberantes sobre solos pobres. No entanto, este fato é explicado pela: a) profundidade do solo, pois, embora pobre, sua espessura garante a disponibilidade de nutrientes para a sustentação dos vegetais da região. b) boa iluminação das regiões tropicais, uma vez que a duração regular do dia e da noite garante os ciclos dos nutrientes nas folhas dos vegetais da região. c) existência de grande diversidade animal, com número expressivo de populações que, com seus dejetos, fertilizam o solo. d) capacidade de produção abundante de oxigênio pelas plantas das florestas tropicais, consideradas os “pulmões” do mundo. e) rápida reciclagem dos nutrientes, potencializada pelo calor e umidade das florestas tropicais, o que favorece a vida dos decompositores. 03. O domínio morfoclimático designa um conjunto espacial em que há integração entre os processos ecológicos e as paisagens. Observe o mapa a seguir: De acordo com a classificação dos Domínios Morfoclimáticos Brasileiros, proposta pelo geógrafo Aziz Ab’Saber, marque V para Verdadeiro ou F para Falso. ( ) O número I representa o Domínio Amazônico, cujo ecossistema florestal é constituído por imensa diversidade biológica, ameaçada pela devastação da floresta causada, entre outras coisas, por grandes projetos minerais e agropecuários na região. ( ) O Domínio dos Cerrados corresponde ao número III, onde houve intensa exploração da cana-de-açúcar e do café. ( ) O Domínio do Mares de Morros, assinalado pelo número II corresponde a uma extensa área montanhosa no Planalto Central Brasileiro. ( ) O número V corresponde ao Domínio das Araucárias, ocupando os planaltos da porção oriental da baciado rio Paraná, primariamente recoberta por uma floresta semi-homogênea na qual as araucárias se destacavam com espécies dominantes. ( ) O número IV corresponde ao Domínio das Caatingas, estendendo- se por uma porção semiárida do Nordeste, caracterizada pela escassez e pela irregularidade de chuvas. ( ) O número VI corresponde ao Domínio das Pradarias, no estado do Rio Grande do Sul, com uma predominância de floresta de árvores de grande porte. A sequência correta, de cima para baixo é: a) V – F – F – V – V – F b) V – V – F – V – V – F c) V – F – V – V – F – F d) F – F – V – F – F – V 04. O conceito de domínios morfoclimáticos foi proposto, no Brasil, nos anos 1960, pelo geógrafo Aziz Ab'Saber. Essa proposta de classificação identificou seis domínios morfoclimáticos, dentre os quais o Domínio das Regiões Serranas Tropicais Úmidas ou dos Mares de Morro extensivamente florestados que têm dentre as suas características a) a presença de unidades geomorfológicas, como as depressões sertanejas, que são superfícies de erosão em rochas cristalinas que se apresentam suavemente onduladas, podendo ser interrompidas por campos de inselbergs e cristas residuais em climas semiáridos. b) os problemas ambientais associados a degradação dos solos arenosos a partir da degradação da vegetação campestre pelo sobrepastoreio e por práticas agrícolas que provocam processos erosivos pluviais com o surgimento de ravinas. c) o desenvolvimento em uma área de rochas cristalinas sujeitas a intensas precipitações pluviométricas anuais, onde há um extensivo processo de mamelonização e níveis de pedimentos embutidos. d) o fato de englobar setores equatoriais e subequatoriais, onde predominam condições de clima quente e úmido além da presença de rochas sedimentares da Bacia Amazônica e rochas do embasamento cristalino. 05. As figuras a seguir representam a variação anual de temperatura e a quantidade de chuvas mensais em dado lugar, sendo chamados de climogramas. Neste tipo de gráfico, as temperaturas são representadas pelas linhas, e as chuvas pelas colunas. A distribuição das chuvas no decorrer do ano, conforme mostrado nos gráficos, é um parâmetro importante na caracterização de um clima. A esse respeito podemos dizer que a afirmativa: a) está errada, pois o que importa é o total pluviométrico anual. b) está certa, pois, juntamente com o total pluviométrico anual, são importantes variáveis na definição das condições de umidade. c) está errada, pois a distribuição das chuvas não tem nenhuma relação com a temperatura. d) está certa, pois é o que vai definir as estações climáticas. e) está certa, pois este é o parâmetro que define o clima de uma dada área. GEOGRAFIA MÓDULO 15 CBMERJ 13 06. As florestas tropicais estão entre os maiores, mais diversos e complexos biomas do planeta. Novos estudos sugerem que elas sejam potentes reguladores do clima, ao provocarem um fluxo de umidade para o interior dos continentes, fazendo com que essas áreas de floresta não sofram variações extremas de temperatura e tenham umidade suficiente para promover a vida. Um fluxo puramente físico de umidade do oceano para o continente, em locais onde não há florestas, alcança poucas centenas de quilômetros. Verifica-se, porém, que as chuvas sobre florestas nativas não dependem da proximidade do oceano. Esta evidência aponta para a existência de uma poderosa “bomba biótica de umidade” em lugares como, por exemplo, a bacia amazônica. Devido à grande e densa área de folhas, as quais são evaporadores otimizados, essa “bomba” consegue devolver rapidamente a água para o ar, mantendo ciclos de evaporação e condensação que fazem a umidade chegar a milhares de quilômetros no interior do continente. Nobre, A. D. Almanaque Brasi l Socioambiental. Inst i tuto Socioambiental , 2008. P. 368 -69. (Adaptado.) As florestas crescem onde chove, ou chove onde crescem as florestas? De acordo com o texto: a) onde chove, há floresta. b) onde a floresta cresce, chove. c) onde há oceano, há floresta. d) no interior do continente, só chove onde há floresta. 07. Em uma área observa-se o seguinte regime pluviométrico: Os anfíbios são seres que podem ocupar tanto ambientes aquáticos quanto terrestres. Entretanto, há espécies de anfíbios que passam todo o tempo na terra ou então na água. Apesar disso, a maioria das espécies terrestres depende de água para se reproduzir e o faz quando essa existe em abundância. Os meses do ano em que, nessa área, esses anfíbios terrestres poderiam se reproduzir mais eficientemente são de: a) setembro a dezembro. b) novembro a fevereiro. c) janeiro a abril. d) março a julho. e) maio a agosto. 08. Sabe-se que uma área de quatro hectares de floresta, na região tropical, pode conter cerca de 375 espécies de plantas enquanto uma área florestal do mesmo tamanho, em região temperada, pode apresentar entre 10 e 15 espécies. O notável padrão de diversidade das florestas tropicais se deve a vários fatores, entre os quais é possível citar: a) altitudes elevadas e solos profundos. b) a ainda pequena intervenção do ser humano. c) sua transformação em áreas de preservação. d) maior insolação e umidade e menor variação climática. e) alternância de períodos de chuvas com secas prolongadas. 09. Segundo Ab’ Saber, domínio morfoclimático consiste em um “conjunto espacial de certa ordem de grandeza territorial – centenas de milhares a milhões de quilômetros quadrados de área – onde haja um esquema coerente de feições de relevo, tipos de solo, formas de vegetação e condições climático-hidrológicas”. Adaptado de: Martins, Dadá; Bigotto, Francisco; Vitiello. Geografia Sociedade e Cotidiano, vol.2. 3ª edição. São Paulo: Escala Educacional, p.91, 2013. Considerando a numeração no mapa a seguir, assinale a alternativa que caracteriza corretamente três Domínios Morfoclimáticos do Brasil: a) (I) Pradarias, com clima tropical úmido; (II) Cerrado, com clima equatorial; (III) Araucária, com mata de pinheiros. b) (I) Mares de Morros, com mata atlântica; (II) Caatinga, com clima semiárido; (III) Araucária, com clima subtropical. c) (IV) Pradarias com campos de altitude; (V) Caatinga, com rios temporários; (VI) Amazônia, com clima subtropical. d) (IV) Mares de Morros, com rios temporários; (V) Araucária, com mata dos cocais; (VI), Amazônia, com clima equatorial. 10. À medida que a demanda por água aumenta, as reservas desse recurso vão se tornando imprevisíveis. Modelos matemáticos que analisam os efeitos das mudanças climáticas sobre a disponibilidade de água no futuro indicam que haverá escassez em muitas regiões do planeta. São esperadas mudanças nos padrões de precipitação, pois: a) o maior aquecimento implica menor formação de nuvens e, consequentemente, a eliminação de áreas úmidas e subúmidas do globo. b) as chuvas frontais ficarão restritas ao tempo de permanência da frente em uma determinada localidade, o que limitará a produtividade das atividades agrícolas. c) as modificações decorrentes do aumento da temperatura do ar diminuirão a umidade e, portanto, aumentarão a aridez em todo o planeta. d) a elevação do nível dos mares pelo derretimento das geleiras acarretará redução na ocorrência de chuvas nos continentes, o que implicará a escassez de água para abastecimento. e) a origem da chuva está diretamente relacionada com a temperatura do ar, sendo que atividades antropogênicas são capazes de provocar interferências em escala local e global. 11. O clima é um dos elementos fundamentais não só na caracterização das paisagens naturais, mas também no histórico de ocupação do espaço geográfico.Tendo em vista determinada restrição climática, a figura que representa o uso de tecnologia voltada para a produção é: GEOGRAFIA MÓDULO 15 CBMERJ 14 12. A convecção na região amazônicaé um importante mecanismo da atmosfera tropical e sua variação, em termos de intensidade e posição, tem um papel importante na determinação do tempo e do clima dessa região. A nebulosidade e o regime de precipitação determinam o clima amazônico. Fisch, G.; Marengo, J. A.; Nobre, C. A. Uma Revisão Geral Sobre O Clima Da Amazônia. Acta Amazônica, V. 28, N. 2, 1998. Adaptado. O mecanismo climático regional descrito está associado à característica do espaço físico de: a) resfriamento da umidade da superfície. b) variação da amplitude de temperatura. c) dispersão dos ventos contra-alísios. d) existência de barreiras de relevo. e) convergência de fluxos de ar. 13. A imagem retrata a araucária, árvore que faz parte de um importante bioma brasileiro que, no entanto, já foi bastante degradado pela ocupação humana. Uma das formas de intervenção humana relacionada à degradação desse bioma foi: a) o avanço do extrativismo de minerais metálicos voltados para a exportação na região Sudeste. b) a contínua ocupação agrícola intensiva de grãos na região Centro- Oeste do Brasil. c) o processo de desmatamento motivado pela expansão da atividade canavieira no Nordeste brasileiro. d) o avanço da indústria de papel e celulose a partir da exploração da madeira, extraída principalmente no Sul do Brasil. 14. Então, a travessia das veredas sertanejas é mais exaustiva que a de uma estepe nua. Nesta, ao menos, o viajante tem o desafogo de um horizonte largo e a perspectiva das planuras francas. Ao passo que a outra o afoga, abrevia-lhe o olhar; agride-o e estonteia-o; enlaça-o na trama espinescente e não o atrai; repulsa-o com as folhas urticantes, com o espinho, com os gravetos estalados em lanças, e desdobra-se- lhe na frente léguas e léguas, imutável no aspecto desolado; árvore sem folhas, de galhos estorcidos e secos, revoltos, entrecruzados apontando rijamente no espaço ou estirando-se flexuosos pelo solo, lembrando um bracejar imenso, de tortura, da flora agonizante… CUNHA, Euclides da. Os sertões. Disponível em: <http://pt. scribd.com>. Acesso em: 2 jun. 2012. Os elementos da paisagem descritos no texto correspondem a aspectos biogeográficos presentes: na: a) composição de vegetação xerófila. b) formação de florestas latifoliadas. c) transição para mata de grande porte. d) adaptação à elevada salinidade. 15. O Centro-Oeste apresentou-se como extremamente receptivo aos novos fenômenos da urbanização, já que era praticamente virgem, não possuindo infraestrutura de monta, nem outros investimentos fixos vindos do passado. Pôde, assim, receber uma infraestrutura nova, totalmente a serviço de uma economia moderna. Santos, M. A Urbanização Brasileira. São Paulo: Edusp, 2005 (adaptado). O texto trata da ocupação de uma parcela do território brasileiro. O processo econômico diretamente associado a essa ocupação foi o avanço da: a) industrialização voltada para o setor de base. b) economia da borracha no sul da Amazônia. c) fronteira agropecuária que degradou parte do cerrado. d) exploração mineral na Chapada dos Guimarães. e) extrativismo na região pantaneira. GEOGRAFIA MÓDULO 15 CBMERJ 15 16. “Nesse domínio predominam os planaltos antigos, intensamente desgastados e aplainados por processos erosivos, que o caracterizam como um dos domínios brasileiros de formação mais antiga, tanto do ponto de vista geomorfológico quanto biológico. Nele predominam os solos bem desenvolvidos com grau elevado de acidez, que exigem a adoção de métodos corretivos como a calagem para viabilizar a produção agrícola […]”. (Adaptado de: JOIA, A. L., GOETTEMS, A A. Geografia: leituras e interação. Volume 01. 1º ed. São Paulo: Leya, 2013. p.223). O domínio morfoclimático brasileiro descrito pelo trecho acima é o: a) Cerrado b) Amazônico c) Pradarias d) Caatinga 17. Analise o mapa a seguir: Considerando o trajeto A-B no mapa, um turista que se deslocou de Manaus (AM) até Recife (PE) terá presenciado ao longo de sua viagem vários aspectos singulares que envolvem as inter-relações dos domínios morfoclimáticos brasileiros. A seguir, foram apontados determinados aspectos naturais que abrangem alguns domínios morfoclimáticos brasileiros presenciados pelo turista ao longo do trajeto A-B. I) Domínio Amazônico, com clima equatorial, floresta equatorial e terras baixas com grande sedimentação. II) Domínio das Caatingas, com presença de formações cristalinas, de áreas depressivas intermontanas e domínio de clima semiárido. III) Domínio dos Cerrados, presença de grandes chapadões, solos ácidos e predomínio de clima subtropical. IV) Domínio das Pradarias, com clima tropical, depressões interplanálticas, denominadas coxilhas subtropicais e vegetação perenifólia. Está correto apenas o indicado na alternativa a) I e II. b) I, II e III. c) I,II,III e IV. d) I e IV. e) III e IV. 18. A Mata Atlântica, que originalmente se estendia por todo o litoral brasileiro, do Ceará ao Rio Grande do Sul, ostenta hoje o triste título de uma das florestas mais devastadas do mundo. Com mais de 1 milhão de quilômetros quadrados, hoje restam apenas 5% da vegetação original, como mostram as figuras. Considerando as características histórico-geográficas do Brasil e a partir da análise das figuras é correto afirmar que a) as transformações climáticas, especialmente na Região Nordeste, interferiram fortemente na diminuição dessa floresta úmida. b) nas três últimas décadas, o grau de desenvolvimento regional impediu que a devastação da Mata Atlântica fosse maior do que a registrada. c) as atividades agrícolas, aliadas ao extrativismo vegetal, têm se constituído, desde o período colonial, na principal causa da devastação da Mata Atlântica. d) a taxa de devastação dessa floresta tem seguido o sentido oposto ao do crescimento populacional de cada uma das Regiões afetadas. 19. A biodiversidade diz respeito tanto a genes, espécies, ecossistemas, como a funções, e coloca problemas de gestão muito diferenciados. É carregada de normas de valor. Proteger a biodiversidade pode significar: – a eliminação da ação humana, como é a proposta da ecologia radical; – a proteção das populações cujos sistemas de produção e cultura repousam num dado ecossistema; – a defesa dos interesses comerciais de firmas que utilizam a biodiversidade como matéria-prima, para produzir mercadorias. (Adaptado de GARAY, I. & DIAS, B. Conservação da biodiversidade em ecossistemas tropicais) De acordo com o texto, no tratamento da questão da biodiversidade no Planeta, a) o principal desafio é conhecer todos problemas dos ecossistemas, para conseguir protegê-los da ação humana. b) os direitos e os interesses comerciais dos produtores devem ser defendidos, independentemente do equilíbrio ecológico. c) deve-se valorizar o equilíbrio do meio ambiente, ignorando-se os conflitos gerados pelo uso da terra e seus recursos. d) o enfoque ecológico é mais importante do que o social, pois as necessidades das populações não devem constituir preocupação para ninguém. e) há diferentes visões em jogo, tanto as que só consideram aspectos ecológicos, quanto as que levam em conta aspectos sociais e econômicos. 20. Utilizando seus conhecimentos e as informações da figura, assinale a alternativa CORRETA. a) A tundra constitui o bioma mais devastado do mundo, pois seu solo fértil foi muito aproveitado para a agricultura. b) As savanas localizam-se entre o bioma da floresta tropical e a taiga, apresentando reduzida biodiversidade c) As florestas temperadas, nas áreas próximas ao Equador, apresentam árvores de várias alturas e tipos. d) As formações vegetais estão diretamente ligadas ao clima, que varia de acordo com a altitude e latitude. GEOGRAFIA MÓDULO 15 CBMERJ 16 21. Em um estudo feito pelo Instituto Florestal, foi possível acompanhar a evolução de ecossistemas paulistasdesde 1962. Desse estudo publicou-se o Inventário Florestal de São Paulo, que mostrou resultados de décadas de transformações da Mata Atlântica. Examinando o gráfico da área de vegetação natural remanescente (em mil km²) pode-se inferir que: a) a Mata Atlântica teve sua área devastada em 50% entre 1963 e 1973. b) a vegetação natural da Mata Atlântica aumentou antes da década de 60, mas reduziu nas décadas posteriores. c) a devastação da Mata Atlântica remanescente vem sendo contida desde a década de 60. d) em 2000-2001, a área de Mata Atlântica preservada em relação ao período de 1990-1992 foi de 34,6%. e) a área preservada da Mata Atlântica nos anos 2000 e 2001 é maior do que a registrada no período de 1990- 1992. 22. As florestas tropicais úmidas contribuem muito para a manutenção da vida no planeta, por meio do chamado sequestro de carbono atmosférico. Resultados de observações sucessivas, nas últimas décadas, indicam que a floresta amazônica e capaz de absorver até 300 milhões de toneladas de carbono por ano. Conclui-se, portanto, que as florestas exercem importante papel no controle: a) das chuvas acidas, que decorrem da liberação, na atmosfera, do dióxido de carbono resultante dos desmatamentos por queimadas. b) das inversões térmicas, causadas pelo acúmulo de dióxido de carbono resultante da nao-dispersão dos poluentes para as regiões mais altas da atmosfera. c) da destruição da camada de ozônio, causada pela liberação, na atmosfera, do dióxido de carbono contido nos gases do grupo dos clorofluorcarbonos. d) do efeito estufa provocado pelo acúmulo de carbono na atmosfera, resultante da queima de combustíveis fosseis, como carvão mineral e petróleo. e) dá eutrofização das águas, decorrente da dissolução, nos rios, do excesso de dióxido de carbono presente na atmosfera. 23. Se a exploração descontrolada e predatória verificada atualmente continuar por mais alguns anos, pode-se antecipar a extinção do mogno. Essa madeira já desapareceu de extensas áreas do Pará, de Mato Grosso, de Rondônia, e há indícios de que a diversidade e o número de indivíduos existentes podem não ser suficientes para garantir a sobrevivência da espécie a longo prazo. A diversidade é um elemento fundamental na sobrevivência de qualquer ser vivo. Sem ela, perde-se a capacidade de adaptação ao ambiente, que muda tanto por interferência humana como por causas naturais. Internet: (com adaptações). Com relação ao problema descrito no texto, é correto afirmar que: a) a baixa adaptação do mogno ao ambiente amazônico é causa da extinção dessa madeira. b) a extração predatória do mogno pode reduzir o número de indivíduos dessa espécie e prejudicar sua diversidade genética. c) as causas naturais decorrentes das mudanças climáticas globais contribuem mais para a extinção do mogno que a interferência humana. d) a redução do número de árvores de mogno ocorre na mesma medida em que aumenta a diversidade biológica dessa madeira na região amazônica. e) o desinteresse do mercado madeireiro internacional pelo mogno contribuiu para a redução da exploração predatória dessa espécie. 24. As áreas do planalto do cerrado – como a chapada dos Guimarães, a serra de Tapirapuã e a serra dos Parecis, no Mato Grosso, com altitudes que variam de 400 m a 800 m – são importantes para a planície pantaneira mato-grossense (com altitude média inferior a 200 m), no que se refere à manutenção do nível de água, sobretudo durante a estiagem. Nas cheias, a inundação ocorre em função da alta pluviosidade nas cabeceiras dos rios, do afloramento de lençóis freáticos e da baixa declividade do relevo, entre outros fatores. Durante a estiagem, a grande biodiversidade é assegurada pelas águas da calha dos principais rios, cujo volume tem diminuído, principalmente nas cabeceiras. Cabeceiras ameaçadas. Ciência Hoje. Rio de Janeiro: SBPC. Vol. 42, jun. 2008 (adaptado). A medida mais eficaz a ser tomada, visando à conservação da planície pantaneira e à preservação de sua grande biodiversidade, é a conscientização da sociedade e a organização de movimentos sociais que exijam a) a criação de parques ecológicos na área do pantanal mato- grossense. b) a proibição da pesca e da caça, que tanto ameaçam a biodiversidade. c) o aumento das pastagens na área da planície, para que a cobertura vegetal, composta de gramíneas, evite a erosão do solo. d) o controle do desmatamento e da erosão, principalmente nas nascentes dos rios responsáveis pelo nível das águas durante o período de cheias. e) a construção de barragens, para que o nível das águas dos rios seja mantido, sobretudo na estiagem, sem prejudicar os ecossistemas. 25. Em relação aos Domínios Morfoclimáticos Brasileiros, analise as assertivas a seguir. I. O domínio dos Mares de Morros é composto por uma vegetação predominantemente herbácea, que foi muito explorada e substituída por plantações de cana-de-açúcar. II. O domínio das Araucárias está situado numa área com clima subtropical, e possui um relevo formado, principalmente, por planaltos e chapadas da bacia do Paraná. III. O domínio dos Cerrados apresenta uma vegetação adaptada à alternância de umidade e seca, e já sofreu uma redução de mais de 50% devido, entre outros fatores, à expansão da fronteira agrícola brasileira. IV.O domínio Amazônico possui um clima equatorial, que contribui para a formação de uma floresta densa com uma das maiores biodiversidades do mundo. V. O domínio da Caatinga compreende a área com clima tropical típico, sendo a área com o menor índice pluviométrico do Brasil, situação refletida na sua vegetação e nos seus solos rasos e pedregosos. Estão CORRETAS, apenas, as alternativas a) I, II e V. b) II, III, IV e V. c) I, IV e V. d) I, III e IV. e) II, III e IV. 26. A topografia predominante no Planalto Central é a de uma região horizontal, chata, que me fez recordar muito do Planalto Central da África do Sul: o mesmo horizonte circular, a mesma vegetação baixa e rala, que permite à vista varrer extensões infinitas. WEIBEL, L. Capítulos de geografia tropical e do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 1979. Quais formações vegetais pertencem às paisagens apresentadas? a) Os cerrados e as savanas. b) Os garrigues e as pradarias. c) As caatingas e os maquis. d) As coníferas e as estepes. e) As restingas e os chaparrais. GEOGRAFIA MÓDULO 15 CBMERJ 17 27. Com uma área de cerca de 250 mil 2km , tem-se um bioma que se estende pela Bolívia, Paraguai e Brasil, sendo aproximadamente 62% no Brasil. Inserido na parte central da bacia hidrográfica do Alto Paraguai, é influenciado pelo rio Paraguai e por seus vários afluentes que alagam a região, formando extensas áreas alagadiças. É caracterizado pela alternância entre períodos de muita chuva, que acontecem de outubro a março, e períodos de seca entre os meses de abril e setembro. Seu relevo é plano, levemente ondulado, com alguns raros morros isolados e com muitas depressões rasas. As altitudes não ultrapassam 200 metros acima do nível do mar e a declividade é quase nula. <https://tinyurl.com/y23jnyg9> Acesso em: 16.06.2019. Adaptado. Essa descrição caracteriza corretamente o bioma a) Amazônia. b) Cerrado. c) Caatinga. d) Pampa. e) Pantanal. 28. O bioma esquematizado e a relevância das vegetações destacadas pelo número 1 correspondem a) ao Cerrado e à preservação dos fitoplânctons. b) ao Cerrado e à proteção ao assoreamento. c) ao Pampa e ao combate à arenização. d) ao Pantanal e à proteção às inundações. e) ao Pampa e ao combate à eutrofização. 29. “O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, ocupando uma área de 22.036.448 km , cerca de 22% do território nacional. A sua área contínua incide sobre os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí,