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AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Wagner Santos 
 
 
 
Aula 0 3 
 
- 
 
Morfologia I 
 
Estrutura e processos de formação das palavras. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 2 
Sumário 
INTRODUÇÃO 4 
1 A PALAVRA E SEUS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS 4 
1.1 Estrutura das palavras 5 
Raiz 6 
Radical 6 
Vogal temática 8 
Tema 8 
Afixos 9 
Desinência 10 
Vogais e consoantes de ligação 11 
2 PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS 12 
2.1 Derivação 13 
Prefixação 13 
Sufixação 14 
Prefixação e sufixação 14 
Derivação parassintética 15 
Derivação imprópria 16 
Derivação regressiva 17 
2.2 Composição 18 
Justaposição 18 
Aglutinação 19 
2.3 Onomatopeia 20 
2.4 Abreviação (Redução) 20 
2.5 Siglonimização 21 
2.6 Hibridização 21 
2.7 Combinação 22 
3 EXERCÍCIOS 23 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 3 
4 GABARITO 57 
5 QUESTÕES RESOLVIDAS E COMENTADAS 58 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 117 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 4 
 
Olá, bolas de fogo! 
Na aula de hoje, vamos adentrar no reino dos processos de formação de palavras. Falaremos, de 
forma mais específica, sobre como se formam as palavras em língua portuguesa de forma específica, ainda 
que tenhamos a repetição de processos em diversas línguas. É interessante notar que vamos nos 
aprofundar nos processos mais utilizados, com referência, claro, às demais formas menos cobradas de 
vocês. Preparados? 
Bora que só bora? 
 
 
Antes de adentrarmos no maravilhoso campo da estrutura que forma as palavras, precisamos falar 
um pouco acerca da parte da linguística que estuda os processos e a estrutura das palavras. De forma 
geral, temos na morfologia essa relação, sendo ela dividida em duas partes: 
 
 
 
Dessa forma, precisamos entender o que seria uma palavra, concorda? Se vamos analisar a relação 
estabelecida em sua formação, assim como os elementos envolvidos nesse processo, precisamos pensar 
claramente em uma relação de definição. Vamos lá? 
 
Palavra é uma unidade linguística que, na oralidade ou na escrita, apresenta clara significação 
própria. Além disso, ela existe isoladamente, ainda que não encaixada em um enunciado. 
Interessante essa definição. Digo isso, porque a ideia de “existir isoladamente e ter significação 
própria” é o que precisamos para a nossa relação de formação e estrutura. Não vamos nos aprofundar na 
relação de distinção entre palavras e vocábulo, porque isso dá muito pano pra manga, como costumam 
dizer por aí. Vamos nos focar, nesse momento, nos elementos que podem formar uma palavra, que aqui 
entenderemos como sinônimo de vocábulos. 
 
Para exemplificar essa ideia de palavras e o conceito que apresentamos, imaginemos o seguinte 
diálogo: 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 5 
 
- Professor, me diga uma coisa? 
- Digo sim, claro! 
- Onde o senhor mora? 
- Brasília! 
 
 
Perceba que a palavra “Brasília” é utilizada de forma autônoma e contém informação que a faz ter 
significação clara. Assim, podemos realmente dizer que “Brasília” é uma palavra. Muito doido, não é 
mesmo? 
 
1.1 Estrutura das palavras 
Gosto muito, quando vou tratar de estruturas de palavras, assim como quando vou falar sobre 
processos de formação, da comparação que o gramático Fernando Pestana usa para tornar imagética a 
relação de estrutura: Pestana apresenta a ideia de que a palavra é como um prédio, que apresenta uma 
“base” e outras partes que se ligam a essa base. É exatamente assim que devemos observar essa relação 
de estrutura: temos uma base sobre a qual construiremos novas palavras. 
Nesse ponto, entendemos como “partes” das palavras: 
 
• Radical; • Afixos: prefixos e sufixos; • Desinências (que trataremos na aula 06); • Vogal 
temática; e 
• Vogal/consoante de ligação. 
 
Essas partes da estrutura da palavra são chamadas de morfemas, que é, simplesmente, a menor 
parte de uma palavra que apresenta significado. São partes significativas de uma palavra e são utilizadas 
para a sua formação completa de significado. Vejamos o que encontramos em uma palavra como 
supermercadinho (pense nessa palavra com um valor depreciativo, a partir do uso do diminutivo): 
 
 
 
Note que, nessa palavra, conseguimos identificar três elementos constitutivos, os quais serão 
aprofundados a seguir. 
Esses elementos que estruturam a palavra podem ser divididos, segundo Cegalla (2008), em alguns 
tipos: 
 
• Elementos básicos e significativos – raiz, radical e tema. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 6 
• Elementos modificadores – afixos, desinência e vogal temática. 
• Elementos de ligação – vogal de ligação e consoante de ligação 
 
Raiz 
Se pensarmos numa árvore, uma raiz é aquilo que fica na base, que sustenta a estrutura do tronco 
e da copa. Quando falamos de palavras, a raiz é o elemento originário e irredutível em que se concentra 
a significação das palavras (CEGALLA, 2008, p.91). 
A raiz tem a ver com a origem da palavra no sentido histórico. No português, o mais comum é que 
as palavras venham do latim ou do grego. Destacamos que essa identificação não se apresenta como 
produtiva nas questões dos vestibulares em geral. Colocamos a ideia de raiz para que vocês possam 
entender claramente que temos uma forma que concentra, em si, a significação básica da palavra no 
decorrer do tempo. É uma forma de estudo a qual chamamos de estudo diacrônico das palavras, em que 
analisamos essa relação de significação. 
 
Raiz amar-, do latim amarus = sabor adstringente, amargo. 
Palavras formadas com amar- têm significado ligado a “amargo” de algum modo. 
Ex.: amargo, amargor, amargurado, amaríssimo etc. 
 
Radical 
O radical é o elemento básico e significativo das palavras. (CEGALLA, 2008, p. 91). Aqui, pensa-se 
no aspecto gramatical prático, da língua portuguesa atual, sem levarmos em consideração a busca pela 
origem da palavra. É o momento sincrônico que nos interessa agora. 
 
 
Palavras que compartilham o mesmo radical fazem parte do mesmo campo lexical, ou seja, 
possuem significados conectados. Essa conexão ocorre claramente por meio de uma relação com o radical, 
que permanece exatamente para indicar essa construção derivada. Vejamos um exemplo dessa 
ocorrência. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 7 
 
 
Notem que realmente todas as palavras apresentam a mesma origem de radical. São relações de 
substantivos e adjetivos que mantêm significação ligada à noção de mar. 
Inclusive, fiz questão de apresentar esse quadro organizado dessa forma, porque essa é a melhor 
forma de comparação e palavras para que tenhamos certeza do radical utilizado e da proximidade das 
palavras. Normalmente, em questões que trabalham com essa “decupagem” da palavra, você se perdem 
um pouco por conta dessa noção de radical. Assim, coloquem as palavras derivadas em uma lista e vejam 
o que se repete. Vamos tentar essa forma com palavras relacionadas àquele objeto mágico chamado 
livro? 
 
 
 
Note que, nesse quadro com as palavras relacionadas a Livro, temos uma repetição de “livr-“, 
comprovando que temos uma relaçãodele como radical. Perceba, ainda, que destaquei o “o” de livro de 
forma diferente das demais. É o que veremos ser a chamada vogal temática. 
 
Utilizamos o hífen logo depois de um radical ou relacionado aos afixos, para que entendamos que outro 
elemento será ali conectado. Assim, marcamos o prefixo 
“re-“ e o sufixo “-idade” para identificação como prefixo e sufixo, respectivamente. 
 
 
Vogal temática 
A vogal temática é uma vogal que se liga ao radical formando nomes e verbos. Como essa parte é 
essencial aos verbos, para que se compreenda em qual conjugação se encaixa o verbo, ela é usualmente 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 8 
mais cobrada e estudada nessa classe. Contudo, veja como funciona nos nomes e nos verbos, de forma 
distinta. 
 
 
 
 
Tema 
O tema é formado pelo radical + vogal temática. É simples assim, professor? Sim, sim. Simples 
mesmo. Essa classificação, inclusive, é bem pouco cobrada de vocês, mas faço questão de apresentá-la, 
porque é simples e auxilia na compreensão da vogal temática, apresentada acima. Vejamos o exemplo 
seguir, relacionada com os verbos. Nesse tipo de construção, principalmente com os verbos regulares, 
temos constantemente a repetição do tema. 
 
 
 
Canta = cant + a 
O tema “canta” se liga ao -r para formar o verbo cantar. O verbo será flexionado mantendo o tema 
“canta” 
Ex.: Canta, cantava, cantara, cantarão etc. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 9 
Afixos 
Afixos são elementos que se agregam aos radicais ou temas, formando palavras derivadas. Por 
apresentarem claro significado que se soma ao significado do radical, temos a necessidade de entender 
que temos um morfema em cada uma das representações de afixos. Note que a relação do afixo é sempre 
com o radical ou com o tema. Temos, então, com relação à posição que ocuparão a classificação desses 
afixos. 
Esses podem ser classificados da seguinte forma: 
 
 
 
 
Desinência 
A desinência é um elemento que se adiciona no fim das palavras para indicar sua flexão. Falaremos 
dela de forma mais profunda mais à frente, uma vez que não temos uma relação de formação de palavras 
com a entrada de uma delas em uma palavra. 
As desinências nominais indicam flexões de gênero (feminino e masculino) e número (singular e 
plural). 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 10 
 
É importantíssimo dizer uma coisa: 
No português, considera-se como desinência de gênero somente o morfema marcador de feminino. 
Como gramaticalmente reconhecem-se somente dois gêneros, temos a possibilidade de marcar somente 
um, ficando o outro como não marcado. 
Hoje, muito se discute, na sociedade, a necessidade de uma marcação de um gênero neutro, dado que 
teríamos possibilidade de construção da chamada linguagem não binária. Trataremos disso mais à 
frente, na aula em que falaremos sobre as flexões de gênero, não se preocupe. Explicaremos toda a 
polêmica envolvida no caso. 
 
 
As desinências verbais indicam flexões de número, pessoa, tempo e modo. Veja o exemplo: 
 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 11 
 
Vogais e consoantes de ligação 
Em algumas palavras, é preciso que se adicione uma letra na estrutura por questões de 
sonoridade: sem esse elemento, a pronúncia seria mais difícil. Veja exemplos abaixo: 
 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 12 
Chegamos ao que realmente importa quanto o assunto são as questões cobradas nos exames: os 
processos de formação de novas palavras em português. Perceba que a estrutura da palavra é essencial 
para que entendamos como ela foi formada, por isso iniciamos por esse conteúdo. Agora, porém, 
apresentaremos os processos utilizados, em português, para que tenhamos novas palavras. 
É claro que as análises dos processos de formação podem ser empregadas a vocábulos já 
existentes. Ou seja, podemos analisar palavras que não mais são neologismos para que possamos 
entender como ela foi formada à época. 
 
Perceba que as palavras surgem e são consideradas neologismos, como apresentaremos a seguir por 
meio da conceituação. Contudo, em um determinado momento, elas deixam de ser classificadas dessa 
forma, porque passama a pertencer definitivamente à língua portuguesa. Quando é que isso acontece? 
Isso acontece sempre que a palavra passa a pertencer aos dicionários considerados importantes na 
língua portuguesa, como o Aurélio e o Houaiss. Contudo, o tempo para que os neologismos passem a 
fazer parte dos dicionários varia de quatro a cinco anos, para que se tenha certeza de que aquela palavra 
“caiu no gosto popular”, ou seja, que ela passou realmente a ser utilizada com produtividade na língua. 
 
 
Para que nosso aproveitamento com relação à formação de palavras seja otimizado, é necessário 
que tenhamos alguns conceitos claros em nossa cabeça: 
 
 Palavra primitiva é aquela que não surge de um processo de formação a partir de outra palavra. 
Ou seja, é uma palavra que não sofreu derivação. Por exemplo: cadáver, pedra, amigo. 
 Palavra derivada é, como o nome indica, uma palavra que passa por um processo de derivação 
para ser formada, ou seja, vem de uma palavra primitiva da língua portuguesa. Por exemplo: 
imoral, florista, solar. 
 Palavra simples é aquela que apresenta somente um radical, ou seja, é uma palavra que não 
passou por um processo de composição. Por exemplo: florista, beijo, sol. 
 Palavra composta é aquela que apresenta mais de um radical, ou seja, aquela que passou por um 
processo de composição. Por exemplo: beija-flor, girassol, embora. 
 
Como você percebeu na conceituação acima, temos essencialmente dois processos de formação 
de palavras, que serão aprofundados a seguir: a derivação e a composição. Vamos a eles, bolas de fogo. 
 
 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 13 
2.1 Derivação 
O dicionário Aulete explica que o processo de derivação ocorre quando há a multiplicação e o 
reaproveitamento de uma palavra com acréscimo de sufixos e prefixos. Ou seja, em essência, para que 
tenhamos derivação, é necessária a relação de entrada de sufixos e prefixos. Contudo, como veremos, 
existem dois processos chamados de derivação em que não há essa relação. Ainda que isso seja um pouco 
incoerente, para o nosso objetivo aqui, vamos considerá-los como derivação: são eles a derivação 
imprópria e a derivação regressiva. 
Além desses dois processos, temos como derivação: prefixal, sufixal e parassintética. Bora que só 
bora para compreender esses processos. Já adianto que você deve levar em consideração os nomes para 
auxiliar na compreensão do processo. Eles nos dão pistas sobre como se dá a formação. 
Prefixação 
A prefixação ocorre quando temos o acréscimo de um prefixo a um radical. Ou seja, sempre que 
adicionamos um prefixo a um determinado radical, ou palavra primitiva, temos a relação de prefixação. 
 
 
 
 
Sufixação 
O processo de sufixação ocorre sempre que um prefixo é adicionado a um radical, construindo 
nova palavra a partir dessa adição de afixo. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 14 
 
 
Prefixação e sufixação 
Nesse processo, temos a entrada não simultânea de umprefixo e de um sufixo em uma palavra. 
Recomendamos um teste simples para a identificação desse processo: retiramos um dos afixos e 
percebemos a existência da palavra. Caso a palavra exista, temos o processo de prefixação e sufixação, 
caso não exista após a retirada dos afixos, entendemos que haverá parassíntese, que apresentaremos a 
seguir. Vejamos alguns exemplos: 
 
 
 
Perceba que, em todos os vocábulos apresentados no exemplo anterior, as palavras, sem um dos 
afixos, existe: Valorização; Descortês/Cortesia; Infeliz/Felizmente; Alfabetização. Dessa forma, 
comprovamos no nosso teste para essa determinação. Reforço que somente a retirada de um dos afixos 
(prefixo ou sufixo) é suficiente para a determinação. Ainda que somente “valorização”, por exemplo, 
exista, temos a possibilidade de teste comprovada. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 15 
Derivação parassintética 
A derivação parassintética é extremamente parecida com a derivação prefixal e sufixal. Nela, 
também temos a entrada de um prefixo e de um sufixo de forma dependente. Não podemos separar os 
dois afixos. Costumeiramente, dizemos que há a entra simultânea dos dois afixos. É um processo muito 
comum na formação de verbos, como veremos a seguir, e de seus derivados. Vejamos: 
 
 
 
Note que nosso teste, para esses casos, não consegue se aplicar: 
 
• Anoit e noitecer não existem. 
• Emagr e magrecer não existem. 
• Descamp e campado não existem. 
• Avermelh e vermelhado não existem. 
 
Dessa forma, nota-se que os dois afixos foram adicionados ao mesmo tempo ao radical, 
inviabilizando a possibilidade de retirada de um deles para a existência autônoma da palavra. 
Derivação imprópria 
Na derivação imprópria, apesar desse nome, temos uma construção interessante: uma palavra 
passa, em um determinado contexto, a funcionar em uma classe gramatical diferente da sua de origem. 
Ainda que apresente esse nome, você deve considerar que 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 16 
 
 
Normalmente, essa forma de derivação ocorre por meio de uma relação de substantivação. Nesse 
caso, transformamos uma palavra de determinada classe gramatical em um substantivo, mas somente 
dentro daquele determinado contexto. Isso é essencial para a nossa classificação. Pense nisso. Além desse 
fato, temos a possibilidade de construção de substantivos com valor de adjetivos, a depender do contexto. 
 
 
 
 
 
Note que as duas palavras destacadas, judas e amar, são utilizadas, dentro do contexto, em classe 
diferente das originais. O substantivo está adjetivado no primeiro caso e, no segundo, o verbo está 
substantivado. 
Derivação regressiva 
Na derivação regressiva, também chamada de regressão, temos verbos que dão origem a 
substantivos que passam a ter uma relação de indicação de ação ou resultado de ação. Esse tipo de 
substantivo é chamado “deverbal” e, comumente, apresenta-se como um substantivo abstrato. São 
poucos os casos em que ocorre a formação de um substantivo concreto. 
É importante destacar que esse tipo de derivação envolve, necessariamente, a perda de elementos 
da palavra original, no caso o verbo. Ainda que precisemos adicionar alguma coisa para que o substantivo 
possa fazer sentido, consideramos a perda na palavra original. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 17 
Vejamos alguns exemplos: 
 
 
 
É interessante notar que, em muitos casos em que utilizamos a linguagem informal, temos muitos casos 
de derivação regressiva. Fique atento a eles: 
Amassar => Amasso Agitar => Agito Apertar => Aperto 
 
 
 
 
2.2 Composição 
A composição, como o próprio nome já indica, é um processo que envolve dois ou mais radicais. 
Nela, usamos palavras (sim, no plural) para a formação de novas palavras. São dois os processos de 
composição: justaposição e aglutinação. 
Justaposição 
Nesse processo, é interessante notar que colocaremos dois ou mais radicais sem que nenhum 
deles tenha perda de elementos estruturais e fonéticos. Isso quer dizer, literalmente, que juntamos dois 
radicais e eles permanecem incólumes (ilesos/inalterados), lindinhos da vida, do jeito que sempre foram. 
Vejamos: 
 
 
 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 18 
 
 
Desses exemplos, é interessante destacar duas características importantes para você não se 
confundir: 
 
 Podemos utilizar (com base no novo acordo ortográfico) hifens para formação das palavras por 
justaposição, como vimos em “abelha-rainha” e “guarda-chuva”. Contudo, é importante destacar 
que não somente palavras por composição utilizam hífen em sua construção. Por exemplo, ex-
mulher é formada por derivação prefixal e utiliza tranquilamente o hífen. 
 A palavra girassol é justaposição sim. O que ocorre, nesse caso, é a utilização de um fonema a mais 
para a manutenção de sons do radical utilizado. Como em português o S entre vogais, para ter som 
de S, precisa ser duplicado, por meio de um dígrafo, é necessário que dupliquemos o S. 
 
Além disso, destacamos um fato importante: pé de moleque é formado por justaposição de dois 
radicais (pé e moleque), sendo a preposição somente elemento de ligação. Não consideramos esses 
elementos como radicais. Note, ainda, que há expressões longas que valem por palavras, como em Maria 
vai com as outras, em que uma expressão passa a ter valor de uma só palavra, nesse caso, influenciável. 
 
Aglutinação 
Na aglutinação, temos a construção de palavras a partir de dois ou mais radicais que perdem 
elementos estruturais ou fonéticos. Nesse caso, diferente do que acontece com a justaposição, não 
poderemos ter o uso de hífen separando as palavras, exatamente porque temos uma relação de 
modificação de um ou mais dos radicais. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 19 
 
 
Para diferenciar os dois processos eu sempre digo aos alunos para utilizarem duas palavras para lembrar 
cada um dos processos de formação. Para isso, eu sempre recomento o par de palavras hidroelétrica e 
hidrelétrica. 
Ainda que seja, sinônimas e possam ser utilizadas tranquilamente, as duas passam por processos de 
composição distintos, vejamos: 
 
Hidroelétrica é formada claramente por justaposição. Isso se justifica porque não temos alteração 
alguma em nenhum dos dois radicais empregados. 
Hidrelétrica é formada claramente por aglutinação. Isso se justifica porque temos alteração em um dos 
radicais, no caso, em “hidr-“. 
 
 
 
 
2.3 Onomatopeia 
Nesse processo, são formados verbos, interjeições e substantivos a partir da imitação dos sons de 
seres animados ou inanimados (animais e objetos sem vida). É uma forma muito comum de formação de 
palavras. 
 
 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 20 
2.4 Abreviação (Redução) 
Nesse processo, temos uma relação direta com a dinâmica da vida moderna. Com a necessidade 
linguística de comunicação de forma mais rápida, mais ágil. Quando pensamos em linguagem virtual, essa 
relação se mostra ainda mais forte. 
Nesse processo, temos a redução acontecendo até certo ponto da palavra original. Para que ela 
seja válida realmente há necessidade de que a palavra reduzida mantenha o significado da palavra 
original, sem perdas de significação. Essas reduções muitas vezes vêm carregadas de aspectospreconceituosos, afetivos e pejorativos. 
Uma mesma palavra pode 
sofrer dois processos de 
formação. 
Imaginemos a palavra Zezinho. 
Zé vem de José, modificado por 
meio de redução, passando a Zé. 
Depois, temos sufixação para a transformação em Zezinho. 
 
2.5 Siglonimização 
O processo de siglonimização relaciona-se diretamente com o uso das letras iniciais das palavras 
que formam uma expressão e essa sigla passa a representar o nome completo. É interessante destacar 
que a sigla representa o valor da expressão que foi transformada em sigla. 
 
 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 21 
 
Três casos devem ser considerados nesse tipo de processo. Atente-se a eles, inclusive, para a escrita das 
suas redações. As siglas com quatro ou mais letras, quando pode 1º - Siglas com duas ou três letras 
devem ser grafadas todas em maiúscula. 
2º - Siglas com quatro ou mais letras que possam ser lidas como uma palavra, por exemplo, Detran. 
3º - Em redações, não é necessário abrir as siglas mais conhecidas, porque elas valem pelo nome que 
representam. 
 
2.6 Hibridização 
Nesse processo, temos a utilização de dois morfemas de origens distintas. Esse processo tem sido 
pouco cobrado nos últimos anos no vestibular, mas é interessante que vocês conheçam esse processo, 
exatamente porque ele pode aparecer de uma forma ou outra em sua prova. Vamos olhar alguns 
exemplos. 
 
 
 
 
 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 22 
Você pode encontrar questões que envolvem palavras de origem inglesa “aportuguesadas”. 
Não se trata de um hibridismo, pois o fenômeno do aportuguesamento envolve submeter uma palavra 
estrangeira às regras gramaticais e ortográficas da língua portuguesa. Veja alguns exemplos: 
- Gang = Gangue 
- Tarot = Tarô 
- Cocktail = Coquetel 
- Drink = Drinque 
- Scan = Escanear 
 
2.7 Combinação 
Ainda que quase nunca estudemos essa forma de construção de palavras, é clara a relação que 
temos com a construção de palavras a partir da junção de duas palavras. É uma forma de construção de 
palavras muito utilizada no contexto corriqueiro da sociedade, na informalidade. Vejamos alguns casos: 
 
 
 
 
 
1. (UNICAMP/2018) 
O brasileiro João Guimarães Rosa e o irlandês James Joyce são autores reverenciados pela 
inventividade de sua linguagem literária, em que abundam neologismos. Muitas vezes, por essa razão, 
Guimarães Rosa e Joyce são citados como exemplos de autores "praticamente intraduzíveis". Mesmo 
sem ter lido os autores, é possível identificar alguns dos seus neologismos, pois são baseados em 
processos de formação de palavras comuns ao português e ao inglês. 
 
Entre os recursos comuns aos neologismos de Guimarães Rosa e de James Joyce, estão: 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 23 
i. Onomatopeia (formação de uma palavra a partir de uma reprodução aproximada de um som 
natural, utilizando-se os recursos da língua); e 
ii. Derivação (formação de novas palavras pelo acréscimo de prefixos ou sufixos a palavras já 
existentes na língua). 
 
Os neologismos que aparecem nas opções abaixo foram extraídos de obras de Guimarães Rosa (GR) e 
James Joyce (JJ). Assinale a opção em que os processos (i) e (ii) estão presentes: a) Quinculinculim (GR, 
No Urubuquaquá, no Pinhém) e tattarrattat (JJ, Ulisses). 
b) Transtrazer (GR, Grande sertão: veredas) e monoideal (JJ, Ulisses). 
c) Rtststr (JJ, Ulisses) e quinculinculim (GR, No Urubuquaquá, no Pinhém). 
d) Tattarrattat (JJ, Ulisses) e inesquecer-se (GR, Ave, Palavra). 
 
2. (ESPM/2018) 
Assinale o item em que o par de prefixos grifados não possua equivalência semântica: a) 
hipermercado / supermercado 
b) anfíbio / ambiguidade 
c) endovenoso / intramuscular 
d) diálogo / bienal 
e) periferia / circunferência 
3. (ESPM/2016) 
Levando-se em conta os prefixos latinos e gregos grifados, assinale o par que não possui 
correspondência de significados: a) abuso / anencéfalo 
b) ambidestro / anfíbio 
c) bienal / dilema 
d) circumpolar / periferia 
e) contraveneno / antídoto 
 
4. (UNESP/2017) 
Leia o excerto do livro Violência urbana, de Paulo Sérgio Pinheiro e Guilherme Assis de Almeida. 
 
De dia, ande na rua com cuidado, olhos bem abertos. Evite falar com estranhos. À noite, não 
saia para caminhar, principalmente se estiver sozinho e seu bairro for deserto. Quando estacionar, 
tranque bem as portas do carro [...]. De madrugada, não pare em sinal vermelho. Se for assaltado, não 
reaja – entregue tudo. 
É provável que você já esteja exausto de ler e ouvir várias dessas recomendações. Faz tempo 
que a ideia de integrar uma comunidade e sentir-se confiante e seguro por ser parte de um coletivo 
deixou de ser um sentimento comum aos habitantes das grandes cidades brasileiras. As noções de 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 24 
segurança e de vida comunitária foram substituídas pelo sentimento de insegurança e pelo isolamento 
que o medo impõe. O outro deixa de ser visto como parceiro ou parceira em potencial; o desconhecido 
é encarado como ameaça. O sentimento de insegurança transforma e desfigura a vida em nossas 
cidades. De lugares de encontro, troca, comunidade, participação coletiva, as moradias e os espaços 
públicos transformam- se em palco do horror, do pânico e do medo. 
A violência urbana subverte e desvirtua a função das cidades, drena recursos públicos já 
escassos, ceifa vidas – especialmente as dos jovens e dos mais pobres –, dilacera famílias, modificando 
nossas existências dramaticamente para pior. De potenciais cidadãos, passamos a ser consumidores do 
medo. O que fazer diante desse quadro de insegurança e pânico, denunciado diariamente pelos jornais 
e alardeado pela mídia eletrônica? Qual tarefa impõe-se aos cidadãos, na democracia e no Estado de 
direito? 
(Violência urbana, 2003.) 
 
As palavras do texto cujos prefixos traduzem ideia de negação são a) 
“desvirtua” e “transforma”. 
b) “evite” e “isolamento”. 
c) “desfigura” e “ameaça”. 
d) “desconhecido” e “insegurança”. 
e) “subverte” e “dilacera”. 
 
5. (IFBA/2017) 
Leia o fragmento, abaixo, extraído do poema “Quilombos”, do poeta baiano José Carlos Limeira. 
 
 “Te vejo meu povo feliz 
Teu sonho querendo sentir 
Se Palmares ainda vivesse 
Pra Palmares teria que ir 
 
Você já pensou se Domingos Jorge Velho e sua malta Não 
houvessem tido tanta sorte? 
 
Já pensou naquele país da Serra da Barriga? 
Sei que talvez não, 
É difícil imaginar uma terra (...) 
Onde não fosse possível ver 
Criancinhas 
De dez, oito, seis anos 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 25 
Voltando às quatro da manhã 
Depois de vender chicletes e o último resquício de dignidade Nos 
cruzamentos da cidade. 
(...) 
Por menos que conte a história 
Não te esqueço meu povo 
Se Palmares não vive mais 
Faremos Palmares de novo.” 
LIMEIRA, José Carlos; SEMOG, Éle. Atabaques. Rio de Janeiro: Ed. dos Autores, 1983. 
 
Do ponto de vista morfológico, na estrutura da palavra “Criancinhas” (l. 13) apresenta-se: a) uma 
desinência verbal que indica quantidade. 
b) um prefixo que tem sentido de medida. 
c) um sufixo de valor diminutivo. 
d) um sufixo que forma substantivo por meio do verbo. 
e) uma composição por aglutinação. 
 
6. (IFPE/2017) 
BRINQUEDO VIRA FEBRE ENTRE CRIANÇAS E ADOLESCENTESRIO – A cena se repete na porta das escolas da cidade: um grupo de adolescentes conversa, 
nas mãos, algo colorido girando chama a atenção. É o hand spinner, brinquedo que é a nova moda 
entre os jovens. Segundo a coluna "Gente Boa", a febre pela peça, que possui um círculo no centro e, 
ao colocar os dedos nas pontas, com um movimento rápido, é possível girá-lo cada vez mais rápido, foi 
tão grande que o Colégio Santo Inácio teria proibido o brinquedo na escola. 
Segundo o Colégio Santo Inácio, tudo não passou de um mal-entendido: nenhum brinquedo é 
proibido na escola. O que aconteceu foi uma recomendação para que os alunos não usassem durante 
a aula, já que os estudantes estavam se distraindo. Perto dali, no Leblon, o Colégio Santo Agostinho 
passa pelo mesmo problema. 
O hand spinner foi criado no início da década de 90 com o objetivo de auxiliar no relaxamento 
e aumentar a concentração. Ele era recomendado para crianças com Transtorno do Déficit de Atenção 
e Hiperatividade (TDAH) e autismo. Mas a internet foi tomada por vídeos e fotos do brinquedo e 
viralizou. O professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF) e 
especialista em psiquiatria infantil, Jairo Werner, destaca não conhecer estudos que comprovem a 
eficácia do hand spinner. “Isso virou uma grande moda, tenho pacientes que estão usando, não por 
recomendação minha, mas por conta própria. É um aparelho que fornece um alívio momentâneo da 
ansiedade, porque algumas pessoas, em especial as crianças, têm muita energia para extravasar. Tudo 
pode ser usado para o bem ou para o mal, limite é sempre necessário” — explica Werner. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 26 
Disponível em: <https://oglobo.globo.com/rio/hand-spinner-de-febre-entre-
osadolescentes-pesadelo-dos-colegios-21447838>. Acesso: 18 jun. 2017 (adaptado). 
 
A palavra “mal-entendido”, na primeira linha do segundo parágrafo do texto, foi escrita com hífen em 
respeito ao que prescreve o último acordo ortográfico assinado pelos países de língua portuguesa. 
Entretanto, o referido acordo nem sempre determina a utilização do hífen quando “mal” funciona 
como prefixo. Sabendo disso, assinale a única alternativa em que se faz obrigatório o uso do hífen com 
o supracitado prefixo. a) Mal-criado. 
b) Mal-amada. 
c) Mal-sucedido. 
d) Mal-cheiroso. 
e) Mal-visto. 
 
7. (URGS/2017) 
Muita gente que ouve a expressão “políticas linguísticas” pela primeira vez pensa em algo 
solene, formal, oficial, em leis e portarias, em autoridades oficiais, e pode ficar se perguntando o que 
seriam leis sobre línguas. De fato, há leis sobre línguas, mas as políticas linguísticas também podem ser 
menos formais– e nem passar por leis propriamente ditas. Em quase todos os casos, figuram no 
cotidiano, pois envolvem não só a gestão da linguagem, mas também as práticas de linguagem, e as 
crenças e valores que circulam a respeito delas. Tome, por exemplo, a situação do cidadão das classes 
confortáveis brasileiras, que quer que a escola ensine a norma culta da língua portuguesa. Ele folga em 
saber que se vai exigir isso dos candidatos às vagas para o ensino superior, mas nem sempre observa 
ou exige o mesmo padrão culto, por exemplo, na ata de condomínio, que ele aprova como está, 
desapegada da ortografia e das regras de concordância verbais e nominais preconizadas pela gramática 
normativa. Ele acha ótimo que a escola dos filhos faça baterias de exercícios para fixar as normas 
ortográficas, mas pouco se incomoda com os problemas de redação nos enunciados das tarefas 
dirigidas às crianças ou nos textos de comunicação da escola dirigidos à comunidade escolar. Essas são 
políticas linguísticas. Afinal, onde há gente, há grupos de pessoas que falam línguas. Em cada um desses 
grupos, há decisões, tácitas ou explícitas, sobre como proceder, sobre o que é aceitável ou não, e por 
aí afora. Vamos chamar essas escolhas – assim como as discussões que levam até elas e as ações que 
delas resultam – de políticas. Esses grupos, pequenos ou grandes, de pessoas tratam com outros 
grupos, que por sua vez usam línguas e têm as suas políticas internas. Vivendo imersos em linguagem 
e tendo constantemente que lidar com outros indivíduos e outros grupos mediante o uso da linguagem, 
não surpreende que os recursos de linguagem lá pelas tantas se tornem, eles próprios, tema de política 
e objetos de políticas explícitas. Como esses recursos podem ou devem se apresentar? Que funções 
eles podem ou devem ter? Quem pode ou deve ter acesso a eles? Muito do que fazemos, portanto, diz 
respeito às políticas linguísticas. 
Adaptado de: GARCEZ, P. M.; SCHULZ, L. Do que tratam as políticas linguísticas. ReVEL, v. 14, n. 26, 2016. 
 
Assinale a alternativa em que o prefixo des atribui à forma a que se agrega o mesmo sentido que atribui 
à desapegada. a) Desdenhada. 
b) Designada. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 27 
c) Desabrochada. 
d) Destrambelhada. 
e) Desabitada. 
 
8. (UNIPÊ/2017) 
A atuação do profissional médico caracteriza, historicamente, ação que desafia o 
conhecimento. É muito fácil perceber isso em apanhado retrospectivo da história da Medicina. Da 
observação empírica ao conhecimento científico institucionalizado da Medicina, esses desafios se 
estendem além da esfera do conhecimento, para abranger, cada vez mais, também outros no campo 
institucional e, por fim, nas sociedades democráticas contemporâneas, aqueles exigidos pelo Estado 
de Direito. Se, um dia, já se fez cirurgia sem anestésicos, sem técnicas de esterilização e assepsia, no 
mundo de hoje, isso seria inconcebível, inaceitável e juridicamente passível de punição. 
O ato médico caracteriza-se principalmente pela natureza intervencionista, ou seja, há a 
“intenção de intervir”, cientificamente justificada em um diagnóstico que embasa o “porquê intervir” 
e da mesma forma estabelece o “como intervir”. Intervir do ponto de vista médico significa alterar de 
um estado inicial indesejável para um estado final previsivelmente almejado. E esse estado final 
almejado é estabelecido não pelo médico ou pelo paciente, mas pelo consenso científico. E toda a ação 
que se distanciar desses contornos necessitará de justificação adicional. Atente-se que, aqui, até 
mesmo a atitude passiva, ou seja, a não intervenção, é pautada pelo mesmo raciocínio: a atitude 
programada. Esses são pressupostos que constituem a essência para a elaboração do texto legal que 
regulamenta não apenas o ato médico, mas também o exercício profissional do médico em seu amplo 
contexto. Assim, o ato médico sempre será ação desafiando conhecimento! 
MURR, Leidimar Pereira. Ato médico: ação que desafia o conhecimento. Disponível em: 
<http://ojaleco.blogspot.com.br/2009/11/ato-medico-acaoque- desafia-o.html>. Acesso em: 4 abr. 2017. Adaptado. 
 
Os prefixos formadores das palavras derivadas “inconcebível” e “desafiando” traduzem, 
respectivamente, as ideias de a) introdução e transição. 
b) negação e ação contrária. 
c) intensidade e destruição. 
d) oposição e relação mútua. 
e) retrocesso e simultaneidade. 
 
9. (UERJ/2016) 
O FUTURO ERA LINDO 
A informação seria livre. Todo o saber do mundo seria compartilhado, bem como a música, 2o 
cinema, a literatura e a ciência. O custo seria zero. O espaço seria infinito. A velocidade, 3estonteante. 
A solidariedade e a colaboração seriam os valores supremos. A criatividade, o único 4poder verdadeiro. 
O bem triunfaria sobre os males do capitalismo. O sistema de representação se tornaria obsoleto. 
Todos os seres humanos teriam oportunidades iguais em qualquer lugar do 6planeta. Todos seriam 
empreendedores e inventivos. Todos poderiam se expressarlivremente. 7Censura, nunca mais. As 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 28 
fronteiras deixariam de existir. As distâncias se tornariam irrelevantes. O inimaginável seria possível. O 
sonho, qualquer sonho, poderia se tornar realidade. 
Livre, grátis, inovador, coletivo, palavras-chave do novo mundo que a internet inaugurou. Por 
anos esquecemos que a internet foi uma invenção militar, criada para manter o poder de quem já o 
tinha. Por anos fingimos que transformar produtos físicos em produtos virtuais era algo 
ecologicamente correto, esquecendo que a fabricação de computadores e celulares, com a 
obsolescência embutida em seu DNA, demanda o consumo de quantidades vexatórias de combustíveis 
fósseis, de produtos químicos e de água, sem falar no volume assombroso de lixo não reciclado em que 
resultam, incluindo lixo tóxico. 
Ninguém imaginou que o poder e o dinheiro se tornariam tão concentrados em 
megahipercorporações norte-americanas como o Google, que iriam destruir para sempre tantas 
indústrias e atividades em tão pouco tempo. Ninguém previu que os mesmos Estados Unidos, graças 
às maravilhas da internet sempre tão aberta e juvenil, se consolidariam como os maiores espiões do 
mundo, humilhando potências como a Alemanha e também o Brasil, impondo os métodos de sua 
inteligência militar sobre a população mundial, e guiando ao arrepio da justiça os bebês engenheiros 
nota dez em matemática mas ignorantes completos em matéria de ética, política e em boas maneiras. 
Ninguém previu a febre das notícias inventadas, a civilização de perfis falsos, as enxurradas de 
vírus, os arrastões de números de cartão de crédito, a empulhação dos resultados numéricos falseados 
por robôs ou gerados por trabalhadores mal pagos em países do terceiro mundo, o fim da privacidade, 
o terrorismo eletrônico, inclusive de Estado. 
Marion Strecker Adaptado de Folha de São Paulo, 29/07/2014. 
 
O termo megahipercorporações é formado por um processo que enfatiza o tamanho e o poder das 
corporações econômicas atuais. Essa ênfase é produzida pelo emprego de: a) sufixos de caráter 
aumentativo 
b) prefixos com sentido semelhante 
c) radicais de combinação obrigatória 
d) desinências de significado específico 
 
 10. (UFAM/2015) 
Há muito tempo, o homem sonha construir máquinas que possam livrá-lo das tarefas 
entediantes do dia a dia. Durante todo o século XX, os escritores de ficção científica estavam 
preocupados em criar histórias sobre robôs que serviam seus mestres em tudo, sem reclamar e sem se 
cansar. Essa era uma visão tentadora, mas, do ponto de vista tecnológico, até o final do século XX 
continuava a ser um sonho remoto, simplesmente porque não houve meios de construir essas 
máquinas. Que atrasados ainda somos! E, apesar da rejeição de muitos, essa perspectiva tem um quê 
de atraente. 
Alguns pesquisadores dos Estados Unidos, da Europa e do Japão continuam a perseguir, 
incansavelmente, o sonho de criar servidores robóticos multifuncionais, que possam fazer o trabalho 
pesado. A busca tem sido difícil e os progressos, lentos. No entanto, a partir do ano 2000, vêm sendo 
desenvolvidos robôs experimentais com considerável sofisticação. Muitos cientistas já se convenceram 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 29 
de que essa tecnologia não é apenas possível, mas inevitável. Hoje em dia, a “era dos robôs” continua 
situada em algum lugar do futuro, mas está cada dia mais próxima. Sendo assim, daqui a alguns anos, 
não pegaremos numa vassoura que não seja através de um robô. 
Como dizia o escritor Oscar Wilde, a civilização precisa de escravos. Que os escravos sejam, 
então, as máquinas. Por isso, esses robôs têm que ser construídos, para que tenhamos um novo 
amanhecer em nossa vida, com um enlace entre homens e máquinas. 
(BALCH, Tucher. “As Maravilhosas máquinas inteligentes do futuro”. Texto adaptado.) 
 
Assinale a alternativa em que aquilo que se afirma de palavra tirada do texto NÃO está correto: 
a) “incansavelmente” possui os seguintes elementos mórficos: in (prefixo); cans (radical); ável (sufixo 
nominal); mente (sufixo adverbial) 
b) “estavam” possui os seguintes elementos mórficos: est (radical); a (vogal temática); va (desinência 
modo-temporal); m (desinência número-pessoal) c) “trabalho” é palavra formada por derivação 
imprópria. 
d) “amanhecer” é vocábulo formado por derivação parassintética. 
e) “enlace” é vocábulo formado por derivação regressiva. 
 
 11. (UFSCar/2013) 
O termo infeliz é formado pela combinação do prefixo de negação in- à base feliz. A alternativa em que 
a palavra também é formada com prefixo de negação é: a) desleal. 
b) ingerir. 
c) transportar. 
d) eufônico. 
e) decair. 
 
 12. (UFPR/2014) 
Brazuca é um nome triste, mas não por ser com ‘z’ 
A escolha do nome da bola que a Adidas lançará para a Copa do Mundo de 2014 foi feita por 
votação na internet a partir de uma 2 lista tríplice. Com 77.8% das preferências, Brazuca derrotou Bossa 
Nova e Carnavalesca. Como quase todos os analistas da língua que estão de plantão esta semana, 
lamentei a notícia (considerava Bossa Nova o menos ruim de três nomes fracos), mas por motivos 
diversos. Não é a grafia com z que me incomoda, mas a palavra em si. Convém explicar. Sim, é verdade 
que todos os dicionários e o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), da Academia 
Brasileira de Letras, registram apenas brasuca, com s. Afinal, a palavra não é derivada de Brasil, 
brasileiro? Eis toda a base para a argumentação dos que implicaram com a grafia. Uma argumentação 
que deixa de levar em conta dois fatos singelos. 
A forma brazuca é muito mais usada na vida real. Uma pesquisa no Google traz mais de 
milhões de páginas, contra pouco mais de um décimo disso para brasuca. Pode-se defender a tese de 
que a preferência popular não é suficiente para alterar a grafia de um termo vernáculo, mas atenção: 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 30 
estamos falando de palavra informal, brincalhona, recente. Brazuca é uma gíria, e as gírias, como todas 
as criações populares, têm a mania de escolher como serão conhecidas. 
Ainda que não fosse assim, o batismo da bola da Copa do Mundo é um ato de branding, ramo 
do marketing que tem regras próprias, entre elas a de privilegiar formas gráficas fortes – e nesse mundo 
a letra z goza de grande prestígio. Naturalmente, a correspondência com a grafia “Brazil” numa marca 
destinada a ter circulação internacional também deve ter sido considerada um trunfo por seus 
criadores. 
Se não é a grafia, o que sobra para criticar em Brazuca, a bola? Sua carga cultural idiota, só 
isso. O fato de que, brazuca ou brasuca, a palavra é um sinônimo tolo de brasileiro. O termo nasceu em 
Portugal com tom depreciativo (o sufixo “-uca”, o mesmo de mixuruca, deixa isso claro), numa espécie 
de contraponto ao nosso “portuga”. Até aí, tudo bem: a própria palavra brasileiro tinha uso pejora 
antes de ser assumida em espírito de desafio pelos nativos desta terra. 
O problema é que, ao ser adotado por aqui, brazuca/brasuca virou um clichê patriótico 
viscoso, folclórico e carregado de autocomplacência, primo da malemolência, da ginga e da incrível 
musicalidade de muitos inzoneiros* que habita este gigante adormecido. É por isso que Brazuca é bola 
fora – e Brasuca não seria melhor. 
(Sérgio Rodrigues, 04/09/2012, <http://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/curiosidades-etimologicas>.) 
*Inzoneiro: Adj. Bras. Pop. 1. Mexeriqueiro, intrigante, mentiroso. 2. Sonso, manhoso. (Dicionário Aurélio) 
 
A partir do texto, considere as seguintesafirmativas: 
 
1. As palavras mixuruca, muvuca e maluca confirmam a afirmação que o autor faz sobre o sufixo –
uca. 
2. O autor rechaça tanto brazuca quanto brasuca, por serem formas associadas a um patriotismo 
caricato. 
3. Para o autor, o gigante adormecido tem qualidades que não podem ser comprometidas pela 
escolha de um nome com erro de grafia. 
 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente a afirmativa 2 é verdadeira. 
b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras. 
c) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras. 
d) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. 
e) As afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. 
 
 13. (FGV/2013) 
Satélite 
Fim de tarde. 
No céu plúmbeo 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 31 
A Lua baça 
Paira 
Muito cosmograficamente 
Satélite. 
 
Desmetaforizada, 
Desmitificada, 
Despojada do velho segredo de melancolia, 
Não é agora o golfão de cismas, 
O astro dos loucos e dos enamorados, 
Mas tão somente 
Satélite. 
Ah Lua deste fim de tarde, 
Demissionária de atribuições românticas, 
Sem show para as disponibilidades sentimentais! 
 
Fatigado de mais-valia, gosto de 
ti, assim: 
Coisa em si, – 
Satélite. 
Manuel Bandeira 
 
No contexto do poema de Manuel Bandeira, sobre os termos “Desmetaforizada”, “Desmitificada” e 
“Despojada”, só NÃO é correto afirmar: 
a) configuram uma gradação descendente, do ponto de vista rítmico. 
b) desenvolvem uma ideia já presente no advérbio de modo, usado na primeira estrofe. 
c) contêm um prefixo que intensifica a noção contida no radical. 
d) podem ser entendidos como expressões que traduzem ideia de causa. 
e) opõem-se, quanto ao sentido, à expressão “disponibilidades sentimentais”. 
 
 14. (FGV/2012) 
Sua excelência 
[O ministro] vinha absorvido e tangido por uma chusma de sentimentos atinentes a si mesmo 
que quase lhe falavam a um tempo na consciência: orgulho, força, valor, satisfação própria etc. etc. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 32 
Não havia um negativo, não havia nele uma dúvida; todo ele estava embriagado de certeza de 
seu valor intrínseco, das suas qualidades extraordinárias e excepcionais de condutor dos povos. A 
respeitosa atitude de todos e a deferência universal que o cercavam, reafirmadas tão eloquentemente 
naquele banquete, eram nada mais, nada menos que o sinal da convicção dos povos de ser ele o resumo 
do país, vendo nele o solucionador das suas dificuldades presentes e o agente eficaz do seu futuro e 
constante progresso. 
Na sua ação repousavam as pequenas esperanças dos humildes e as desmarcadas ambições 
dos ricos. 
Era tal o seu inebriamento que chegou a esquecer as coisas feias do seu ofício... Ele se julgava, 
e só o que lhe parecia grande entrava nesse julgamento. 
As obscuras determinações das coisas, acertadamente, haviam-no erguido até ali, e mais alto 
levá-lo-iam, visto que, só ele, ele só e unicamente, seria capaz de fazer o país chegar ao destino que os 
antecedentes dele impunham. 
(Lima Barreto. Os bruzundangas. Porto Alegre: L&PM, 1998, pp. 15-6) 
 
A palavra que apresenta, em sua formação, um prefixo e um sufixo formador de adjetivo é: a) 
esperanças. 
b) sentimentos. 
c) unicamente. 
d) respeitosas. 
e) extraordinárias. 
 
 15. (UNIRG/2012) 
A construção do título do livro "Sagarana" foi inventada pelo próprio autor e provém da junção de 
a) 'saga‘ que quer dizer "em busca de", e 'rana‘ que significa uma "feição universalizante" do épico. 
b) 'saga‘ palavra lúdica que se origina dos rapsodos gregos, e 'rana‘ nas canções de gesta medievais. 
c) 'saga‘ origina-se do mito poético que situa a narrativa entre o real e o mágico, e 'rana‘ que alude 
ao ápice da existência. 
d) 'saga‘ radical de origem germânica que significa "criação verbal a serviço do épico", e ‘rana’, do 
sufixo da língua indígena tupi, que significa "à maneira de". 
 
 16. (UFRJ/2005) 
Em relação à palavra "bioética", é possível verificar, em seu processo de formação, a presença de 
a) prefixo (bio) + radical (ética). 
b) radical (bio) + radical (ética). 
c) radical (bio) + sufixo (-ético). 
d) prefixo (bio) + radical (ét-) + sufixo (-ica). 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 33 
e) radical (bioét) + sufixo (-ica). 
 
 17. (Insper/2012) 
Leia a tirinha a seguir. 
 
 
 
Os mesmos processos de formação dos termos em negrito aparecem, respectivamente, em: 
a) anoitecer, votação, inútil, violação e tristemente; 
b) retenção, suavidade, desmatamento, infelizmente e firmamento; 
c) enlatado, ajuda, remissão, dignidade e abolição; 
d) reação, geração, abstenção, lição e afrontamento; 
e) magreza, medidor, firmamento, dignidade e violação. 
 
 18. (UNESP/2021) 
Para a formação do neologismo “vivimento”, o narrador recorreu ao mesmo processo de formação de 
palavras observado em a) “desemendo”. 
b) “velhice”. 
c) “denúncia”. 
d) “reverte”. 
e) “adiante”. 
 
 19. (UECE/2019) 
Algumas palavras da língua portuguesa são formadas a partir da combinação de morfemas. Sobre esse 
aspecto, atente para as seguintes afirmações: 
 
I. O sufixo inha do vocábulo garrafinha indica diminutivo e o processo de formação dessa palavra se 
chama derivação sufixal. 
II. Os prefixos re e des dos vocábulos reutilizar e desligar indicam, respectivamente, repetição de 
uma ação e negação, e o processo de formação dessas palavras se chama derivação prefixal. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 34 
III. O prefixo ex do vocábulo extratos significa que algo está fora e o processo de formação dessa 
palavra é denominado derivação prefixal. 
 
Estão corretas as assertivas contidas em a) I e II 
apenas. 
b) I e III apenas. 
c) II e III apenas. 
d) I, II e III. 
 
 20. (Unicentro/2017) 
O animal satisfeito dorme 
Mário Sérgio Cortella 
O sempre surpreendente Guimarães Rosa dizia: “o animal satisfeito dorme”. Por trás dessa 
aparente obviedade está um dos mais fundos alertas contra o risco de cairmos na monotonia 
existencial, na redundância afetiva e na indigência intelectual. O que o escritor tão bem percebeu é 
que a condição humana perde substância e energia vital toda vez que se sente plenamente confortável 
com a maneira como as coisas já estão, rendendo-se à sedução do repouso e imobilizando-se na 
acomodação. 
A advertência é preciosa: não esquecer que a satisfação conclui, encerra, termina; a satisfação 
não deixa margem para a continuidade, para o prosseguimento, para a persistência, para o 
desdobramento. A satisfação acalma, limita, amortece. Por isso, quando alguém diz “fiquei muito 
satisfeito com você” ou “estou muito satisfeita com teu trabalho”, é assustador. O que se quer dizer 
com isso? Que nada mais de mim se deseja? Que o ponto atual é meu limite e, portanto, minha 
possibilidade? Que de mim nada mais além se pode esperar? Que está bom como está? Assim seria 
apavorante; passaria a ideia de que desse jeito já basta. Ora, o agradável é quando alguém diz: “teu 
trabalho (ou carinho, ou comida, ou aula, ou texto, ou música etc.) é bom, fiquei muito insatisfeito e, 
portanto, quero mais, quero continuar, quero conhecer outras coisas. 
Um bom filme não é exatamente aquele que, quando termina, ficamos insatisfeitos, parados, 
olhando, quietos, para a tela, enquanto passam os letreiros, desejando que não cesse? Um bom livro 
não é aquele que, quando encerramos a leitura, o deixamos um pouco apoiado no colo, absortose 
distantes, pensando que não poderia terminar? Uma boa festa, um bom jogo, um bom passeio, uma 
boa cerimônia não é aquela que queremos que se prolongue? 
Com a vida de cada um e de cada uma também tem de ser assim; afinal de contas, não 
nascemos prontos e acabados. Ainda bem, pois estar satisfeito consigo mesmo é considerar-se 
terminado e constrangido ao possível da condição do momento. 
Quando crianças (só as crianças?), muitas vezes, diante da tensão provocada por algum 
desafio que exigia esforço (estudar, treinar, EMAGRECER etc.) ficávamos preocupados e irritados, 
sonhando e pensando: por que a gente já não nasce pronto, sabendo todas as coisas? Bela e ingênua 
perspectiva. É fundamental não nascermos sabendo e nem prontos; o ser que nasce sabendo não terá 
novidades, só reiterações. Somos seres de insatisfação e precisamos ter nisso alguma dose de ambição; 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 35 
todavia, ambição é diferente de ganância, dado que o ambicioso quer mais e melhor, enquanto que o 
ganancioso quer só para si próprio. 
Nascer sabendo é uma limitação porque obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, 
refazer, modificar. Quanto mais se nasce pronto, mais refém do que já se sabe e, portanto, do passado; 
aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem 
inéditas, não saberíamos enfrentar. 
Diante dessa realidade, é absurdo acreditar na ideia de que uma pessoa, quanto mais vive, 
mais velha fica; para que alguém quanto mais vivesse mais velho ficasse, teria de ter nascido pronto e 
ir se gastando… 
Isso não ocorre com gente, e sim com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce pronta e vai 
se gastando; gente nasce não-pronta, e vai se fazendo. Eu, no ano que estamos, sou a minha mais nova 
edição (revista e, às vezes, um pouco ampliada); o mais velho de mim (se é o tempo a medida) está no 
meu passado e não no presente. 
Demora um pouco para entender tudo isso; aliás, como falou o mesmo Guimarães, “não 
convém fazer escândalo de começo; só aos poucos é que o escuro é claro”… 
 
Excerto do livro “Não nascemos prontos! – provocações filosóficas”. De Mário Sérgio Cortella. Disponível 
em:<http://www.contioutra.com/o-animal-satisfeito-dorme-texto-de-mario-sergio-cortella/> 
 
Sobre os processos de formação de palavras que compõem o texto 01, assinale a única alternativa 
correta. 
a) A palavra “estudar” é formada por derivação prefixal e sufixal. 
b) A palavra “emagrecer” é formada por derivação parassintética. 
c) A palavra “gastando” é formada por derivação prefixal. 
d) A forma verbal “vive” é formada por derivação imprópria. 
e) A palavra “surpreendente” é formada por composição por justaposição. 
 
 21. (Unicentro/2018) 
Para responder à questão, considere a tira abaixo. 
 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 36 
Na interação verbal entre Susanita e Mafalda, o humor é desencadeado pelo neologismo 
INVEJÓLOGO, criado para designar a futura especialidade médica do “filho da D. Susanita”. O processo 
de formação dessa palavra indica a) a invariabilidade imanente da língua. 
b) a fragilidade da língua colocada em risco de deterioração. 
c) o dinamismo da língua na criação de novas palavras. 
d) a impossibilidade de a língua se adaptar ao contexto social dos falantes. 
e) a inadequação do uso do radical grego para indicar a nova profissão. 
 
 22. (UFT/2018) 
Opinião não é argumento 
Aqui está uma história que pode ser verdadeira no contexto atual do Brasil. Um jovem 
professor de Filosofia, instruindo seus alunos à Filosofia da Religião, introduz, à maneira que a Filosofia 
opera há séculos, argumentos favoráveis e contrários à existência de Deus. Um dos alunos se queixa, 
para o diretor e também nas onipresentes redes sociais, de que suas crenças religiosas estão sendo 
atacadas. “Eu tenho direito às minhas crenças”. O diretor concorda com o aluno e força o professor a 
desistir de ensinar Filosofia da Religião. 
Mas o que é exatamente um “direito às minhas crenças”? [...] O direito à crença, nesse caso, 
poderia ser visto como o “direito evidencial”. Alguém tem um direito evidencial à sua crença se estiver 
disposto a fornecer evidências apropriadas em apoio a ela. Mas o que o estudante e o diretor estão 
reivindicando e promovendo não parece ser esse direito, pois isso implicaria precisamente a 
necessidade de pôr as evidencias à prova. 
Parece que o estudante está reivindicando outra coisa, um certo “direito moral” à sua crença, 
como avaliado pelo filósofo americano Joel Feinberg, que trabalhou temas da Ética, Teoria da Ação e 
Filosofia Política. O estudante está afirmando que tem o direito moral de acreditar no que quiser, 
mesmo em crenças falsas. 
Muitas pessoas acham que, se têm um direito moral a uma crença, todo mundo tem o dever 
de não as privar dessa crença, o que envolve não criticá-la, não mostrar que é ilógica ou que lhe falta 
apoio evidencial. O problema é que essa é uma maneira cada vez mais comum de pensar sobre o direito 
de acreditar. E as grandes perdedoras são a liberdade de expressão e a democracia. 
[...] A defesa de uma crença está restrita ao uso de métodos que pertence ao espaço das razões 
– argumentação e persuasão, em vez de força. Você tem o direito de avançar sua crença na arena 
pública usando os mesmos métodos de que seus oponentes dispõem para dissuadi-lo. O pior acontece 
quando crenças se materializam em opinião, e são usadas como substitutas de argumentos, quando o 
“Eu tenho direito às minhas crenças” se transforma em “Eu tenho direito à minha opinião”. Crenças e 
opiniões não são argumentos. Mais precisamente, crenças diferem de opinião, que diferem de fatos, 
que diferem de argumentos. Um fato é algo que pode ser comprovado verdadeiro. Por exemplo, é um 
fato que Júpiter é o maior planeta do sistema solar tanto em diâmetro quanto em massa. Esse fato 
pode ser provado pela observação ou pela consulta a uma fonte fidedigna. 
Uma crença é uma ideia ou convicção que alguém aceita como verdade, como “passar debaixo 
de uma escada dá azar”. Isso certamente não pode ser provado (ou pelo menos nunca foi). Mas a 
pessoa ainda pode manter sua crença, como vimos, se não pelo “direito evidencial”, apelando para o 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 37 
“direito moral”. Ou ainda, pelo mesmo “direito moral”, deixar de acreditar no que ela própria pensa 
ser evidência, como no caso do famoso dito (atribuído a Sancho Pança): “Não creio em bruxas, ainda 
que existam”. [...] 
 
Fonte: CARNIELLI, Walter. Página Aberta. In: Revista Veja. Edição 2578, ano 51, nº 16. São Paulo: Editora Abril, 2018, p. 64 
(fragmento adaptado). 
Quanto aos aspectos gramaticais, negritados no texto, analise as afirmativas. 
I. Em: “ilógica”, ocorre derivação prefixal, ou seja, à palavra lógica acrescentou-se o prefixo “i-”, 
indicando negação. 
II. Em: “certamente”, o sufixo adverbial “-mente” é acrescentado à forma feminina do adjetivo, para 
exprimir circunstância de modo. 
III. Em: “direito evidencial”, o elemento “evidencial” formou-se por derivação sufixal, resultando em 
um adjetivo. 
IV. Em: “persuasão”, o sufixo “-ão” indica a noção de aumentativo. 
 
Assinale a alternativa CORRETA. 
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. 
b) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas. 
c) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas. 
d) Todas as afirmativas estão corretas. 
 
 
 
 23. (UFC/2019) 
Ocorre derivação imprópria no termo destacado em: a) 
“fascinava-a como prodígio mecânico que era”.b) “avistou aquele pano branco tremulando”. 
c) “quão indiferentes passam entre si”. 
d) “a fim de que o objeto não chegasse sibilante como um projétil”. 
e) “a menina teve a impressão de que ele levava saudades”. 
 
 24. (UEMA/2020) 
Leia o texto que segue para responder à questão. 
Manuel Bandeira, autor de Libertinagem (1930), insere-se na primeira Geração do Modernismo no 
Brasil. Sua obra, também influenciada por sua história de vida, rompeu com os padrões rígidos ditados 
pela produção anterior ao Modernismo. Ocupa lugar de relevância na produção poética brasileira no 
séc. XX, sendo um dos poetas conhecidos e estudados na contemporaneidade. Especificamente, 
Libertinagem acompanha o ideário do grupo modernista da Semana de 22. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 38 
 
Lenda brasileira 
A moita buliu. Bentinho Jararaca levou a arma à cara: o que saiu do mato foi o Veado Branco! 
Bentinho ficou pregado no chão. Quis puxar o gatilho e não pôde. 
- Deus me perdoe! 
Mas o Cussaruim veio vindo, veio vindo, parou junto do caçador e começou a comer 
devagarinho o cano da espingarda. 
BANDEIRA, M. Libertinagem. 2 ed. São Paulo: Global, 2013. 
 
O termo “Cussaruim” é uma sinonímia para “diabo”, realizada a partir da aproximação com “coisa-
ruim” ou “cousa ruim”, expressões populares de certas regiões do Brasil. 
No processo formativo de “Cussaruim”, tem-se a 
a) conversão da categoria adjetiva da palavra em substantivo. 
b) prefixação com total modificação do sentido primitivo da palavra. 
c) aglutinação de dois termos com perda da autonomia fonética de um deles. 
d) junção de termos de origens distintas para formação de vocábulo inusitado. 
e) abreviação de partes das duas palavras, mantendo o significado primitivo das palavras. 
 
 25. (FGV-SP/2019.2) 
Dizem todos, e os poetas juram e tresjuram, que o verdadeiro amor é o primeiro; temos 
estudado a matéria, e acreditamos hoje que não há que fiar em poetas: chegamos por nossas 
investigações à conclusão de que o verdadeiro amor, ou são todos ou é um só, e neste caso não é o 
primeiro, é o último. O último é que é o verdadeiro, porque é o único que não muda. As leitoras que 
não concordarem com esta doutrina convençam-me do contrário, se são disso capazes. 
Isto tudo vem para dizermos que Maria-Regalada tinha um verdadeiro amor ao major Vidigal; 
o major pagava-lho na mesma moeda. Ora, D. Maria era uma das camaradas mais do coração de Maria-
Regalada. Eis aí porque falando dela D. Maria e a comadre se mostraram tão esperançadas a respeito 
da sorte do Leonardo. 
Já naquele tempo (e dizem que é defeito do nosso) o empenho, o compadresco eram uma 
mola real de todo o movimento social. 
Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias. 
 
O prefixo que entra na formação do verbo “tresjuram” expressa ideia de a) precisão. 
b) intensificação. 
c) contradição. 
d) atenuação. 
e) negação. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 39 
 26. (UNEMAT/2019.2) 
Cabelo 
Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada 
Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada 
Quem disse que cabelo não sente 
Quem disse que cabelo não gosta de pente 
Cabelo quando cresce é tempo 
Cabelo embaraçado é vento 
Cabelo vem lá de dentro 
Cabelo é como pensamento 
Quem pensa que cabelo é mato 
Quem pensa que cabelo é pasto 
Cabelo com orgulho é crina 
Cilindros de espessura fina 
Cabelo quer ficar pra cima 
 
Laquê, fixador, gomalina 
Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada 
Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada 
Quem quer a força de Sansão 
Quem quer a juba de leão 
Cabelo pode ser cortado 
Cabelo pode ser comprido 
Cabelo pode ser trançado 
Cabelo pode ser tingido 
Aparado ou escovado 
Descolorido, descabelado 
Cabelo pode ser bonito 
Cruzado, seco ou molhado. 
Disponível em: https://w w w .letras.mus.br/arnaldo-antunes/91446/. Acesso em: mar. 2019. 
 
A letra da canção “Cabelo”, de Jorge Benjor e Arnaldo Antunes, apresenta alguns versos com palavras 
cognatas. 
No texto, são cognatas as palavras: a) 
sente; gosta; cresce; pensa. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 40 
b) tempo; vento; dentro; pensamento. 
c) cabelo; cabeleira; cabeluda; descabelada. 
d) aparado; escovado; descolorido; cruzado. 
e) cortado; cumprido; traçado; tingido. 
 
 27. (UnB/2017) 
[1] Há aproximadamente mil anos, no auge do Renascimento islâmico, três irmãos em Bagdá 
projetaram um dispositivo que era um órgão automatizado. Eles o chamaram [4] “o instrumento que 
toca sozinho”. O instrumento era basicamente uma caixa de música gigante. O órgão podia ser treinado 
para tocar várias músicas usando instruções [7] codificadas por meio de pinos colocados em um cilindro 
giratório. Para a máquina tocar uma música diferente, era só trocar um cilindro por outro com uma 
codificação diferente. [10] Esse foi o primeiro instrumento desse tipo. Ele era programável. 
Conceitualmente, esse foi um imenso salto adiante. Toda a ideia de hardware e de software se tornou 
[13] possível com essa invenção. Esse conceito incrivelmente poderoso não veio para nós na forma de 
um instrumento de guerra, de conquista ou de uma necessidade. De forma alguma, [16] ele veio do 
estranho prazer de ver uma máquina tocar música. De fato, a ideia de máquinas programáveis foi 
mantida viva exclusivamente pela música por aproximadamente setecentos [19] anos. 
Existe uma longa lista de ideias e de tecnologias transformadoras que vieram de brincadeiras: 
os museus [22] públicos, a borracha, a teoria das probabilidades, o negócio de seguros e muito mais. A 
necessidade nem sempre é a mãe da invenção. Um estado de espírito lúdico é fundamentalmente [25] 
exploratório e busca novas possibilidades no mundo ao seu redor. Devido a essa busca, muitas 
experiências que começaram como simples prazer e diversão, por fim, [28] resultaram em grandes 
avanços. 
Stephen Johnson. O paraíso lúdico por trás das grandes invenções. Internet: <www.ted.com>. 
 
Tomando como base o fragmento de texto acima, julgue o item. 
A palavra “busca” (l.26) é formada pelo mesmo processo de derivação a partir do qual se forma a 
palavra 
a) “programável” (l.11). 
b) “invenção” (l.13). 
c) “conquista” (l.15). 
d) “necessidade” (l.15). 
 
Textos para as questões de 28 a 31. 
 
Texto I 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 41 
 
 
 
 
Texto II 
Sem merenda: quando férias escolares significam fome no Brasil 
"Me corta o coração eles quererem um pão e eu não ter. Já coloquei os meninos na escola pra 
isso mesmo, por causa da merenda. Um pouquinho de arroz sempre alguém me dá, mas nas férias 
complica", afirma Alessandra, que, desempregada, coleta latinhas na favela de Paraisópolis, em São 
Paulo, onde mora. [...] 
O drama de Alessandra não é incomum. As férias escolares, quando muitas crianças deixam 
de ter o acesso diário à merenda, intensificam a vulnerabilidade social de muitas famílias em todo o 
país. Embora variem em conteúdo e qualidade (às vezes, são apenas bolacha ou pão, em outras, são 
refeições completas de arroz, feijão, legumes e carne), as merendas ocupam função importante no dia 
a dia de certos alunos. Para essas crianças, nos períodos sem aulas é que a fome, uma ameaça ao longo 
de todo ano, torna-se uma realidade a ser enfrentada. [...] 
Embora não haja estudos nacionais que indiquem o tamanho da insegurança alimentar 
durante o período de férias escolares, uma sériede indicadores comprova a evolução da pobreza no 
país e o modo como ela incide sobre as crianças. 
De acordo com a Fundação Abrinq, que fez cálculos, a partir de dados do IBGE, 9 milhões de 
brasileiros entre zero e 14 anos do Brasil vivem em situação de extrema pobreza. O Sistema de 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 42 
Vigilância Alimentar e Nutricional do Ministério da Saúde (Sisvan) identificou, no ano retrasado, 207 
mil crianças menores de cinco anos com desnutrição grave no Brasil. 
A mais recente pesquisa de Segurança Alimentar do IBGE, de 2013, apontava que uma a cada 
cinco famílias brasileiras tinha restrições alimentares ou preocupação com a possibilidade de não ter 
dinheiro para pagar comida. 
Se a pesquisa fosse feita hoje, a família da faxineira Marinalva Maria de Paula, de 57 anos, se 
enquadraria nessa condição. Com uma renda de R$ 360,00 mensais para três adultos e uma criança, 
ela se vê cotidianamente frente a decisões dramáticas: "Se eu pagar a prestação do apartamento ou a 
conta de água, não temos o que comer''. [...] 
O fenômeno que acontece na casa da faxineira já havia sido identificado pelo Instituto 
Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) em 2008, quando um terço dos titulares do Bolsa 
Família declaravam em pesquisa que a alimentação da família piorava durante as férias escolares. [...] 
Marinalva não consegue emprego formal há quatro anos. Ela está muito longe de atingir a 
renda mínima familiar, estimada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos 
Socioeconômicos (Dieese) em R$ 4.214,62, para suprir sem carências as necessidades com 
alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência dos quatro 
integrantes da casa. O valor, calculado em julho, equivale a aproximadamente quatro vezes o salário-
mínimo atual, de R$ 998,00. 
Fonte: IDOETA, Paula Adamo; SANCHES, Mariana. In: BBC News Brasil. 15 jul. 2019. Disponível em: 
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-48953335. Acesso em: 09 agost. 2019. (texto adaptado). 
 
 28. (UFT/2020/Tarde) 
Sobre os vocábulos: "incomum" e "insegurança", presentes no texto II, analise as afirmativas. 
I. Nos vocábulos, o prefixo "in-" denota sentido de negação. 
II. Os vocábulos passaram por derivação parassintética, com a anexação concomitante de afixos aos 
substantivos. 
III. Os vocábulos são formados pelo processo de derivação, ou seja, quando se obtém uma palavra 
nova (derivada), pela anexação de afixos à palavra primitiva. 
IV. Na formação dos vocábulos, ambos sofreram alterações em sua estrutura pelos prefixos, 
provocadas pelo fenômeno da assimilação. 
 
Assinale a alternativa CORRETA. 
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. 
b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. 
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas 
d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas. 
 
 29. (Inédita – Professor Wagner Santos) 
A palavra “desperdiçado” (Texto I) é formada pelo mesmo princípio formativo de: a) Embora. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 43 
b) Emagrecimento. 
c) Beijo. 
d) Inconstitucional. 
e) Desclonagem. 
 
 30. (Inédita – Professor Wagner Santos) 
Tendo em mente que a palavra “merenda” é derivada do verbo “merecer”, do latim merere, seu 
processo de formação deve ser classificado como a) derivação prefixal. 
b) abreviação. 
c) derivação sufixal. 
d) derivação imprópria. 
e) derivação regressiva. 
 
 31. (Inédita – Professor Wagner Santos) 
O verbo “enquadrar” – que significa “ser colocado em quadro”, ou seja, ser colocado em um 
determinado contexto – não apresenta a mesma forma de formação da apresentada em a) envernizar. 
b) anoitecer. 
c) fototoxidade. 
d) abençoar. 
e) engaiolar. 
 
 32. (Unifor/2003) 
A série em que todas as palavras têm o mesmo radical é a) idoso – 
idôneo - ídolo 
b) doméstico - domicílio - domesticar 
c) popular - pluvioso - público 
d) senil - semelhante – senhor 
 
 33. (Unicamp/2020) 
Leia o texto a seguir e responda à questão. 
O telejornalismo é um dos principais produtos televisivos. Sejam as notícias boas ou ruins, ele 
precisa garantir uma experiência esteticamente agradável para o espectador. Em suma, ser um 
“infotenimento”, para atrair prestígio, anunciante e rentabilidade. Porém, a atmosfera pesada do início 
do ano baixou nos telejornais: Brumadinho, jovens atletas mortos no incêndio do CT do Flamengo, 
notícias diárias de feminicídios, de valentões armados matando em brigas de trânsito e supermercados. 
Conjunções adversativas e adjuntos adverbiais já não dão mais conta de neutralizar o tsunami de 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 44 
tragédias e violência, e de amenizar as más notícias para garantir o “infotenimento”. No jornal, é 
apresentada matéria sobre uma mulher brutalmente espancada, internada com diversas fraturas no 
rosto. Em frente ao hospital, uma repórter fala: “mas a boa notícia é que ela saiu da UTI e não precisará 
mais de cirurgia reparadora na face...”. Agora, repórteres repetem a expressão “a boa notícia é que...”, 
buscando alguma brecha de esperança no “outro lado” das más notícias. 
 
(Adaptado de Wilson R. V. Ferreira, Globo adota “a boa notícia é que...” para tentar se salvar do baixo astral nacional. 
Disponível em https://cinegnose. Blogs pot.com/2019/02/globo-adotaboa-noticia-e-quepara.html. Acessado em 01/03 
/2019.) 
 
Para se referir a matérias jornalísticas televisivas que informam e, ao mesmo tempo, entretêm os 
espectadores, o autor cria um neologismo por meio de a) derivação prefixal. 
b) composição por justaposição. 
c) composição por aglutinação. 
d) derivação imprópria. 
 
 
 34. (PUC-PR/Verão 2020) 
Leia o texto que segue e responda à questão. 
O que você faz à noite, fora do trabalho, pode ter uma influência positiva em sua carreira. Pelo 
menos é o que concluiu uma pesquisa realizada por professores da Austrália, da China e de Hong Kong, 
publicada na revista científica Journal of Applied Psychology. 
Durante dez dias, os estudiosos mapearam os hábitos de 183 funcionários chineses de 
diferentes empresas e ocupações. Os participantes precisavam responder, três vezes ao dia, como se 
sentiam em relação a seu trabalho. Os dados indicaram que os que mantinham hobbies noturnos 
mostravam-se mais proativos no dia seguinte. Já os que cumpriam obrigações domésticas ou levavam 
tarefas do escritório para casa sentiam-se mais enfadados. 
O resultado não é sem razão. “Quando você faz algo que gosta, está adquirindo conhecimento 
e experiências para se tornar um profissional melhor. São aprendizados para a vida como um todo”, 
afirma Nélio Bilate, consultor de desenvolvimento humano e organizacional. 
 
Disponível em: https://exame.abril.com.br/carreira/diga-me-seu-hobby-que-direi-o-quanto-produz-notrabalho/. Acesso 
em: 10/08/2019. 
 
Sobre a formação de algumas palavras do texto, leia as afirmativas a seguir e assinale V para as 
verdadeiras e F para as falsas. 
 
( ) “Desenvolvimento” e “enfadados” são vocábulos formados por derivação parassintética. 
( ) Os sufixos de “participantes”, “consultor” e “chineses” expressam o mesmo valor semântico. 
( ) Os substantivos “pesquisa” e “trabalho” formaram-se por derivação regressiva a partir de verbos. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 45 
 ( ) “Científica”, “conhecimento” e “estudiosos” são adjetivos formados por sufixação. 
 
Assinale a alternativa que completa CORRETAMENTEos parênteses, de cima para baixo. a) F – F – V – 
F. 
b) F – V – V – V. 
c) V – V – F – V. 
d) V – V – F – F. 
e) V – F – F – V 
 
A partir do texto a seguir, faça o que se pede nas questões de 35 a 37. 
 
Leia o texto para responder à questão. 
O leitor encontra, neste belo número da Revista Katálysis, um panorama rico, denso e 
qualificado do que vem ocorrendo no mundo do trabalho hoje, com seus traços de “continuidade” e 
“descontinuidade”, num período em que o capitalismo aprofundou ainda mais as penalizações que está 
impondo ao universo laborativo, onde o “novo” e o “velho” se (re)configuram a partir da nova Divisão 
Internacional do Trabalho (DIT), que se reestruturou nas últimas décadas. [...] 
Se a Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX, legou-nos um enorme processo de 
“desantropomorfização do trabalho” (Lukács); se o século XX pode ser caracterizado pelo que 
Braverman definiu como sendo a “era da degradação do trabalho”, as últimas décadas do século 
passado e os inícios do atual vêm presenciando a generalização de “outras formas e modalidades de 
precarização”, [...] aquela responsável pela geração do cybertariado (Ursula Huws), uma nova força de 
trabalho global que mescla intensamente “informatização” com “informalização”.[...] 
As consequências são fortes: nesta fase de desmanche, estamos presenciando o derretimento 
dos poucos laços de sociabilidade, [...] sem presenciarmos uma ampliação da vida dotada de sentido, 
nem “dentro” e nem “fora” do trabalho. A vida se consolida, cada vez mais, como sendo desprovida de 
sentido no trabalho e, por outro lado, estranhada e fetichizada* também “fora” do trabalho, exaurindo-
se no mundo sublimado do consumo (virtual ou real), ou na labuta incansável pelas qualificações de 
todo tipo, que são incentivadas como antídoto [...] para não perder o emprego daqueles que o têm. 
É por isso que estamos presenciando uma desconstrução sem precedentes do trabalho em 
toda a era moderna, ampliando os diversos modos de ser da precarização e do desemprego estrutural. 
Resta para a “classe-que-vive-do-trabalho” oscilar, ao modo dos pêndulos, entre a busca de qualquer 
“labor” e a vivência do desemprego. 
Este número especial da Revista Katálysis, dedicado às novas configurações do trabalho na 
sociedade capitalista, é uma contribuição efetiva para a linhagem crítica, atualizada e original, tanto 
pelos temas selecionados, quanto pela qualidade e competência dos colaboradores presentes, 
ajudando a descortinar tantos elementos que configuram a “nova morfologia do trabalho”, seus 
dilemas e desafios. 
 
Ricardo Antunes, Editorial da Revista Katálysis, n.2, 2009. https://tinyurl.com/y6nchqmr Acesso em: 
19.10.2019. Adaptado. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 46 
 
*fetichizar: ação de admirar exageradamente, irrestritamente, incondicionalmente uma pessoa ou coisa. 
 
 35. (FATEC/2020.1) 
Os termos “continuidade”, “desconstrução” e “desmanche” são palavras constituídas por diferentes 
processos de formação de palavras. 
Assinale a alternativa cujas palavras são formadas, respectivamente, pelos mesmos processos dos 
vocábulos apresentados no enunciado. a) Idade, endeusar e venda. 
b) Vivência, rememoração e renúncia. 
c) Morosidade, entardecer e aguardente. 
d) Idealismo, vivenciamento e desmantelar. 
e) Porosidade, descontinuamente e remontar. 
 
 36. (Inédita – Professor Wagner Santos) 
O vocábulo “desantropomorfização”, encontrado no texto em questão, é formado por prefixação e 
sufixação. A análise correta de significados é encontrada em: 
a) O prefixo “des-“ apresenta, no contexto, uma relação de negação do restante da palavra. 
b) O sufixo “-ização” é, nesse caso em específico, formador de adjetivo aplicado somente a humanos. 
c) A palavra, com relação à sua formação, passa a significar, no contexto, o abandono da humanidade 
da sociedade. 
d) O radical da palavra é “antrop-“ e guarda, em si, a significação de “homem”, no sentido humano. 
 
 37. (Inédita – Professor Wagner Santos) 
No texto, as palavras “informatização” e “informalização” devem ser entendidas como a) de 
sentidos diferentes, apesar do mesmo processo de formação de palavras. 
b) de mesmo significado, dado que apresentam mesmo processo de formação. 
c) complementares, quanto ao sentido, no contexto apresentado no texto. 
d) neologismos criados pelo autor para comprovar a tese apresentada no texto. 
e) antônimos formados para marcar a incoerência do momento abordado no texto. 
 
 38. (FGV-SP/2019 – Economia – Tarde) 
Leia o texto para responder à questão. 
O sertanejo, assoberbado de reveses, dobra-se, afinal. 
Passa, certo dia, à sua porta, a primeira turma de “retirantes”. Vê-a, assombrado, atravessar 
o terreiro, miseranda, desaparecendo adiante numa nuvem de poeira, na curva do caminho... No outro 
dia, outra. E outras. É o sertão que se esvazia. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 47 
Não resiste mais. Amatula-se num daqueles bandos, que lá se vão caminho em fora, 
debruando de ossadas as veredas, e lá se vai ele no êxodo penosíssimo para a costa, para as serras 
distantes, para quaisquer lugares onde o não mate o elemento primordial da vida. 
Atinge-os. Salva-se. 
Passam-se meses. Acaba-se o flagelo. Ei-lo de volta. Vence-o saudade do sertão. Remigra. E 
torna feliz, revigorado, cantando; esquecido de infortúnios, buscando as mesmas horas passageiras da 
ventura perdidiça e instável, os mesmos dias longos de transes e provações demoradas. 
(Euclides da Cunha. Os Sertões) 
Considere as passagens: 
• Vê-a, assombrado, atravessar o terreiro, miseranda, desaparecendo adiante numa nuvem de 
poeira... (2° parágrafo); 
• Remigra. E torna feliz, revigorado, cantando... (5° parágrafo). 
 
Nos vocábulos destacados, os prefixos expressam, respectivamente, sentidos de a) negação, 
retorno e reforço. 
b) ausência, repetição e recuo. 
c) afastamento, recuo e intensidade. 
d) repetição, retrocesso e repetição. 
e) excesso, repetição e oposição. 
 
 39. (UnB/2019) 
Os nem-nem: dois em cada 10 jovens brasileiros não estudam nem trabalham 
Uma pesquisa do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revela que 23% (dois em 
cada dez) dos jovens brasileiros não estudam nem trabalham: são os chamados jovens nem-nem. A 
maior parte desse grupo são [5] mulheres de baixa renda. O número corresponde a um dos maiores 
percentuais de jovens nessa situação entre nove países da América Latina e do Caribe. Outros 49% dos 
jovens se dedicam exclusivamente a estudo ou capacitação, 13% só trabalham e 15% trabalham e 
estudam ao mesmo [10] tempo. 
Internet: www.economia.uol.com.br (com adaptações). 
 
O termo “nem-nem”, presente no título do texto, é formado por meio da a) 
atribuição de novo significado a palavra composta já dicionarizada. 
b) derivação de vocábulo a partir da inserção de sufixo ao segundo termo. 
c) inclusão de palavra de outra língua no vocabulário da língua portuguesa. 
d) combinação de palavras já existentes na língua portuguesa. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 48 
 40. (Unit-SE/2019.1 Medicina) 
 
Sobre os elementos linguísticos que compõem o provérbio, está incorreto o que se afirma em 
a) A partícula “A” determina o substantivo “persistência”, e o artigo “o” substantiva o adjetivo 
“impossível”. 
b) As palavras “persistência” e “impossível” são acentuadas por serem paroxítonas terminadas, 
respectivamente, em -ia, ditongo crescente, e em -l. 
c) As expressões “A persistência” e “o impossível” exercem diferentes funções sintáticas, emboratenham como núcleos termos flexionados no mesmo número e gênero. 
d) A forma verbal “realiza” expressa uma ação contínua, pertence a um verbo regular da primeira 
conjugação, que recebe a classificação de transitivo direto. 
e) O vocábulo “impossível”, formado por derivação prefixal, no contexto frásico em análise, também 
passa a fazer parte do grupo dos chamados derivados impróprios. 
 
 41. (EN/2019) 
Assinale a opção cujo termo destacado exemplifica o mesmo processo de formação de palavras 
observado em: “Há também os grandes clássicos, os romances que todos amamos e queremos ter ao 
alcance da mão.” 
a) Ler, sem dúvida, é uma atividade prazerosa e de estorço intelectual. 
b) Os estudantes apreciaram o vídeo com entrevistas de antigos escritores. 
c) Seria lamentável, realmente, a morte dos livros impressos em papel. 
d) Um livro escolar de boa qualidade consegue esclarecer as dúvidas dos estudantes. 
e) Acreditamos que a leitura de um bom livro seja um dos melhores passatempos. 
 
42. (Unifesp/2019) Pela extensão e por não ser necessário à resolução da questão, o texto utilizado 
foi suprimido do material. 
 
Derivação regressiva: formação de palavras novas pela redução de uma palavra já existente. A redução 
se faz mediante supressão de elementos terminais (sufixos, desinências). 
(Celso Pedro Luft. Gramática resumida, 2004.) 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 49 
Constitui exemplo de palavra formada pelo processo de derivação regressiva o termo sublinhado em: 
a) “Sabia-se confusamente que a doida tinha sido moça igual às outras no seu tempo remoto” 
b) “E a boca inflamada, soltando xingamentos, pragas, numa voz rouca.” 
c) “Os três garotos desceram manhã cedo, para o banho e a pega de passarinho.” 
d) “A doida habitava um chalé no centro do jardim maltratado.” 
e) “O sentimento de que a doida carregava uma culpa, que sua própria doidice era uma falta grave” 
 
 43. (PUC/PR/2018) 
Leia a seguir. 
Pergunta: Estou fazendo reeducação alimentar e incluí na minha dieta um suco detox, de limão com 
salsa. Qual sua opinião sobre os sucos detox? 
Resposta: Os sucos são cheios de nutrientes, vitaminas e minerais. Mas não existe nenhum artigo 
científico que prove que um suco pode desintoxicar o corpo. Nosso organismo tem mecanismos para 
eliminar eventuais toxinas. O fígado é um órgão extremamente eficiente para realizar essa função. O 
melhor mesmo você sabe: movimento físico regular. O resto é ter equilíbrio em tudo, até na hora de 
beber seu suco natural (e não detox). 
Disponível em: https://epoca.globo.com/saude/marcio-atalla/noticia/2017/04/os-sucos-detoxfuncionam.html. Acesso 
em: 20/02/2018. 
 
A formação de palavras em nossa língua aciona vários mecanismos a que todo falante nativo tem 
acesso, mesmo sem perceber. 
Sobre esses processos e os elementos envolvidos nele em relação às palavras destacadas no texto 
anterior, assinale a alternativa CORRETA. 
a) O sufixo presente em “alimentar” é responsável pela formação de verbos de primeira conjugação 
a partir de substantivos concretos. 
b) A palavra “resto” foi formada por derivação regressiva a partir do verbo “restar”, processo muito 
produtivo em nossa língua na formação de substantivos abstratos. 
c) Podemos encontrar em “extremamente” um sufixo formador de advérbios de modo a partir de 
substantivos sempre flexionados no gênero feminino. 
d) Os prefixos presentes em “reeducação” e “desintoxicar” compartilham a mesma carga semântica, 
embora tenham passado por mudanças ortográfica e fonéticas. 
e) O processo de formação das palavras “nutrientes” e “eventuais” chama-se sufixação e, nesse caso, 
criou adjetivos a partir de substantivos comuns. 
 
 44. (FCMSCSP/2018) 
Leia o texto de Oliver Sacks para responder à questão. 
No meu tempo de estudante de medicina na Londres dos anos 1950, vi no Hospital de 
Middlesex muitos pacientes com delírio, estados de flutuação da consciência causados, às vezes, por 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 50 
infecções com febre alta ou por problemas como insuficiência dos rins ou do fígado, doença pulmonar 
ou diabetes mal controlado; todas essas condições podem produzir mudanças drásticas na química do 
sangue. Alguns pacientes deliravam em consequência de medicação, especialmente os que recebiam 
morfina ou outros opiáceos para aliviar a dor. Os pacientes com delírio estavam quase sempre nas alas 
médicas ou cirúrgicas, e não nas neurológicas ou psiquiátricas, pois em geral o delírio indica um 
problema médico, uma consequência de algo que afeta o corpo como um todo, inclusive o cérebro, e 
desaparece assim que o problema médico é sanado. 
É possível que a idade, mesmo com um funcionamento intelectual pleno, aumente o risco de 
alucinação ou delírio em resposta a problemas médicos e medicação, ainda mais com a polifarmácia 
tão frequentemente praticada na medicina atual. Como trabalho em vários lares para idosos, de vez 
em quando vejo pacientes tratados com muitas medicações, as quais podem interagir umas com as 
outras de modos complexos, e, não raro, empurrar o paciente para o delírio. 
(A mente assombrada, 2013. Adaptado.) 
 
“as quais podem interagir umas com as outras de modos complexos” (2° parágrafo) 
 
A palavra “interagir” é formada com um prefixo. Há um prefixo com o mesmo significado na palavra: 
a) insegurança. 
b) entrelinha. 
c) intransigência. 
d) enterro. 
e) integral. 
 
 
 45. (UFGD/2018) 
Leia o seguinte excerto. 
E bastava batesse no campo o pio de uma perdiz magoada, ou viesse do mato a lália lamúria 
dos tucanos, para o jumento mudar de rota, pendendo à esquerda ou se empescoçando para a direita; 
e, por via de um gavião casaco-de-couro cruzar-lhe à frente, já ele estacava, em concentrado prazo de 
irresolução. 
ROSA, João Guimarães. A hora e a vez de Augusto Matraga. In: ___ Sagarana. 38. Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. 
Pp. 339-386. 
 
Assinale a alternativa que contém palavra formada pelo mesmo processo de formação do verbo 
“empescoçar”. a) Casaco-de-couro. 
b) Globalização. 
c) Abalizar. 
d) Praguejar. 
e) Farmacologia. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 51 
 
 46. (UFGD/2017) 
Era um sonho dantesco... o tombadilho Que das 
luzernas avermelha o brilho. 
Em sangue a se banhar. 
Tinir de ferros... estalar de açoite... Legiões de 
homens negros como a noite, Horrendos a 
dançar... 
 
Negras mulheres, suspendendo às tetas 
Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o 
sangue das mães: 
Outras moças, mas nuas e espantadas, 
No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia 
e mágoa vãs! 
 
E ri-se a orquestra irônica, estridente... 
E da ronda fantástica a serpente Faz 
doudas espirais ... Se o velho arqueja, se 
no chão resvala, Ouvem-se gritos... o 
chicote estala. 
E voam mais e mais... 
 
Presa nos elos de uma só cadeia, 
A multidão faminta cambaleia, E 
chora e dança ali! 
Um de raiva delira, outro enlouquece, 
Outro, que martírios embrutece, Cantando, 
geme e ri! 
 
No entanto o capitão manda a manobra 
E após fitando o céu que se desdobra 
Tão puro sobre o mar Diz do fumo entre os 
densos nevoeiros: 
“Vibrai rijo o chicote, marinheiros! 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 52 
Fazei-os mais dançar!” 
 
E ri-se a orquestra irônica, estridente... 
E da ronda fantástica a serpente Faz 
doudas espirais... 
Qual num sonho dantesco as sombras voam! 
Gritos, ais, maldições, precesressoam! 
E ri-se Satanás!... 
ALVES, Castro. Navio Negreiro. Editora Virtual Books Online M&M Editores Ltda: 2000. (Canto IV) 
 
Assinale a alternativa em que todas as palavras são formadas por derivação sufixal: a) dantesco, 
embrutecer, enlouquecer. 
b) dantesco, nevoeiro, marinheiro. 
c) embrutecer, enlouquecer, avermelhar. 
d) desdobrar, ressoar, delirar. 
e) fantástico, irônico, enlouquecer. 
 
 
 
 
 47. (FGV-SP/2017.2) 
Facebookracia 
 
É isso mesmo que você leu: “Facebookracia”. Assim como democracia quer dizer “poder do 
povo” e plutocracia quer dizer “poder dos ricos”, a palavra Facebookracia é o poder controlado pelo 
Facebook. Não é bem um regime ou um sistema político, não é uma forma de governo estabelecida 
numa Constituição, como acontece com o parlamentarismo ou o presidencialismo. A Facebookracia vai 
se instalando aos poucos, de maneira mais ou menos informal, até que, quando a gente olha, já tomou 
conta dos processos pelos quais os eleitores tomam decisões. A Facebookracia é a democracia entregue 
à lógica das redes sociais. Em sua exuberância cibernética até parece democracia, mas é uma 
deformação da democracia. 
O termo Facebookracia não é original, embora ainda seja pouco difundido. Buscando na 
internet, a gente não o encontra em português, mas ele já aparece em outras línguas (Facebookcracy, 
por exemplo). 
Eugênio Bucci, Época, 28/11/2016. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 53 
Por ser composta de radicais de línguas diferentes, a palavra “Facebookracia” é um exemplo de 
hibridismo, da mesma forma que o termo sublinhado na seguinte frase: a) Na sentença, o juiz optou 
por uma decisão monocrática. 
b) Há países que são regidos por governos teocráticos. 
c) Reclama-se muito das exigências burocráticas para se abrir uma empresa no Brasil. 
d) Para os gregos, aristocracia era o governo exercido pelos melhores cidadãos da pólis. 
e) O poder exercido por anciãos era chamado de gerontocracia. 
 
 48. (IFRR/2017.1) 
Para responder à questão, considere o poema Ave Roraima da poetisa Eli Macuxi: 
 
Ave Roraima 
 
Ave Roraima que canta Feito 
pássaro mítico. 
No peito de quem se encanta 
Por seus líricos fascínios 
Correm rios, cores quentes 
Queimam lavrados ardentes 
Choram guaribas no cio. 
Mesmo quem vem do asfalto 
Do barulho e da poeira Quando vê é 
roraimeira Pretoneubereliakin... 
Ave Roraima que canta 
Amor que chega e suplanta Todos 
males em mim! 
 
Sabe-se que as palavras podem apresentar diferentes elementos em suas estruturas e são formadas 
por alguns processos básicos que, articulados, ampliam o léxico da língua portuguesa. 
Considerando essa reflexão, o seu conhecimento sobre Estrutura e Formação de Palavras, e tomando 
como referência o poema lido, assinale a alternativa correta: 
a) A palavra roraimeira é um exemplo de derivação parassintética, tendo em vista sua formação 
consistir em acréscimo simultâneo de um prefixo e um sufixo. 
b) Em mítico ocorre o processo de composição por aglutinação, haja vista a palavra de origem ser mito. 
c) Pretoneubereliakin é um exemplo de composição por justaposição, pois não há alteração fonética 
ou gráfica das palavras. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 54 
d) Encanta é uma palavra formada pelo processo de hibridismo. 
e) Líricos é uma palavra derivada de lira pelo processo de redução ou abreviação vocabular. 
 
 49. (Unicamp/2017) 
 
 
Do ponto de vista da norma culta, é correto afirmar que “coisarˮ é 
a) uma palavra resultante da atribuição do sentido conotativo de um verbo qualquer ao substantivo 
“coisaˮ. 
b) uma palavra resultante do processo de sufixação que transforma o substantivo “coisaˮ no verbo 
“coisarˮ. 
c) uma palavra que, graças a seu sentido universal, pode ser usada em substituição a todo e qualquer 
verbo não lembrado. 
d) uma palavra que resulta da transformação do substantivo “coisaˮ em verbo “coisarˮ, reiterando 
um esquecimento. 
 
 50. (UFPR/2014) 
A palavra “reaça” é formada a partir de “reacionário”. Esse é um processo de formação de palavras 
atualmente muito produtivo no português coloquial. Observe as correspondências abaixo e aponte 
quais são formações feitas pelo mesmo processo. 
 
1. Net a partir de internet. 
2. Profissa a partir de profissional. 
3 Dinheirama a partir de dinheiro. 
4. Vestiba a partir de vestibular ou vestibulando. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 55 
São formadas pelo mesmo processo que “reaça”: a) 1 e 2 
apenas. 
b) 1 e 3 apenas. 
c) 2, 3 e 4 apenas. 
d) 2 e 4 apenas. 
 
 
1. D 18. B 
2. D 19. A 
3. A 20. B 
4. D 21. C 
5. C 22. B 
6. B 23. D 7. B 24. C 
8. B 25. B 
9. B 26. C 
10. C 27. C 
11. A 28. B 
12. B 29. B 
13. C 30. E 
14. E 31. C 
15. D 32. B 
16. B 33. C 
35. B 
36. D 
37. A 
38. A 
39. D 
40. C 
41. A 
42. C 
43. B 
44. B 
45. C 
46. B 
47. C 
48. C 
49. B 
50. D 
 17. E 34. A 
 
 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 56 
1. (UNICAMP/2018) 
O brasileiro João Guimarães Rosa e o irlandês James Joyce são autores reverenciados pela inventividade 
de sua linguagem literária, em que abundam neologismos. Muitas vezes, por essa razão, Guimarães Rosa 
e Joyce são citados como exemplos de autores “praticamente intraduzíveis”. Mesmo sem ter lido os 
autores, é possível identificar alguns dos seus neologismos, pois são baseados em processos de formação 
de palavras comuns ao português e ao inglês. 
Entre os recursos comuns aos neologismos de Guimarães Rosa e de James Joyce, estão: 
i. Onomatopeia (formação de uma palavra a partir de uma reprodução aproximada de um som 
natural, utilizando-se os recursos da língua); e 
ii. Derivação (formação de novas palavras pelo acréscimo de prefixos ou sufixos a palavras já 
existentes na língua). 
 
Os neologismos que aparecem nas opções abaixo foram extraídos de obras de Guimarães Rosa (GR) e 
James Joyce (JJ). Assinale a opção em que os processos (i) e (ii) estão presentes: 
a) Quinculinculim (GR, No Urubuquaquá, no Pinhém) e tattarrattat (JJ, Ulisses). 
b) Transtrazer (GR, Grande sertão: veredas) e monoideal (JJ, Ulisses). 
c) Rtststr (JJ, Ulisses) e quinculinculim (GR, No Urubuquaquá, no Pinhém). 
d) Tattarrattat (JJ, Ulisses) e inesquecer-se (GR, Ave, Palavra). 
 
Comentários 
Alternativa A – incorreta. “Tattarrattat” não é derivado a partir de nenhuma palavra existente. 
Alternativa B – incorreta. “Transtrazer” é o processo número (ii) e não (i): derivação a partir da 
inclusão do prefixo “trans-“ ao verbo “trazer”. 
Alternativa C – incorreta. ”Quinculinculim” não é derivado a partir de nenhuma palavra existente. 
Alternativa D – correta – gabarito. A palavra “tattarrattat” imita o som de batidas na porta, sendo, 
portanto, uma onotopeia; já “inesquecer-se” é formada por derivação prefixal, da união do prefixo “In-“ 
com o verbo pronominal “esquecer-se”. 
Gabarito: D 
 
2. (ESPM/2018) 
Assinale o item em que o par de prefixos grifados não possua equivalência semântica: 
a) hipermercado / supermercado 
b) anfíbio / ambiguidade 
c) endovenoso / intramuscular 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 57 
d) diálogo / bienal 
e) periferia / circunferência 
 
Comentários 
Cuidado: está sendo pedido os termos que NÃO apresentamequivalência semântica. 
Alternativa A – incorreta. O prefixo hiper- significa ‘acima; sobre; por cima, muito’: 
hiperativo, hipertenso, hipertexto; ao passo que “super-“ denoa ‘sobre; além de; por cima; demais’; ocorre 
no vern. Com as acp. De: 1) ‘posição acima de’: superposição, superumeral; 2) ‘abundância, excesso’: 
superaquecimento, superlotar; ver sobre-. De acordo com o dicionário Houaiss, eles têm significado igual. 
Alternativa B – incorreta. Tanto “anfi-“ quanto “ambi-“ transmitem ideia de duplicidade. 
Alternativa C – incorreta. “Endo” e “intra” transmitem ideia de 
 interioridade (localidade). 
Alternativa D – correta – gabarito. “Per-“ dá ideia de cruzamento, através de, ao passo que 
circunferência denota ao redor de. Atenção: são parecidos, mas não iguais. 
Gabarito: D 
 
3. (ESPM/2016) 
Levando-se em conta os prefixos latinos e gregos grifados, assinale o par que não possui correspondência 
de significados: 
a) abuso / anencéfalo 
b) ambidestro / anfíbio 
c) bienal / dilema 
d) circumpolar / periferia 
e) contraveneno / antídoto 
 
 
Comentários 
Alternativa A: correta – gabarito. De origem latina, o prefixo ab- indica separação, afastamento; já 
o prefixo an-, de origem grega, indica negação. 
Alternativa B: incorreta. Tanto ambi- quanto anfi- indicam duplicidade. 
Alternativa C: incorreta. Tanto bi- quanto di- indicam duplicidade. 
Alternativa D: incorreta. Tanto circum- quanto peri- indicam posição em torno de algo. 
Alternativa E: incorreta. Tanto contra- quanto anti- indicam oposição. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 58 
Gabarito: A 
 
4. (UNESP/2017) 
Leia o excerto do livro Violência urbana, de Paulo Sérgio Pinheiro e Guilherme Assis de Almeida. 
 
De dia, ande na rua com cuidado, olhos bem abertos. Evite falar com estranhos. À noite, não saia 
para caminhar, principalmente se estiver sozinho e seu bairro for deserto. Quando estacionar, tranque 
bem as portas do carro [...]. De madrugada, não pare em sinal vermelho. 
Se for assaltado, não reaja – entregue tudo. 
É provável que você já esteja exausto de ler e ouvir várias dessas recomendações. Faz tempo que 
a ideia de integrar uma comunidade e sentir-se confiante e seguro por ser parte de um coletivo deixou de 
ser um sentimento comum aos habitantes das grandes cidades brasileiras. As noções de segurança e de 
vida comunitária foram substituídas pelo sentimento de insegurança e pelo isolamento que o medo 
impõe. O outro deixa de ser visto como parceiro ou parceira em potencial; o desconhecido é encarado 
como ameaça. O sentimento de insegurança transforma e desfigura a vida em nossas cidades. De lugares 
de encontro, troca, comunidade, participação coletiva, as moradias e os espaços públicos transformam- 
se em palco do horror, do pânico e do medo. 
A violência urbana subverte e desvirtua a função das cidades, drena recursos públicos já escassos, 
ceifa vidas – especialmente as dos jovens e dos mais pobres –, dilacera famílias, modificando nossas 
existências dramaticamente para pior. De potenciais cidadãos, passamos a ser consumidores do medo. O 
que fazer diante desse quadro de insegurança e pânico, denunciado diariamente pelos jornais e alardeado 
pela mídia eletrônica? Qual tarefa impõese aos cidadãos, na democracia e no Estado de direito? 
(Violência urbana, 2003.) 
As palavras do texto cujos prefixos traduzem ideia de negação são 
a) “desvirtua” e “transforma”. 
b) “evite” e “isolamento”. 
c) “desfigura” e “ameaça”. 
d) “desconhecido” e “insegurança”. 
e) “subverte” e “dilacera”. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. Em “desvirtua” sim, mas em “transforma” não: “trans-“ dá ideia de 
superação, de transposição de limites, de mudança, de alteração. 
Alternativa B: incorreta. Em “evite” não há prefixo. 
Alternativa C: incorreta. Em “ameaça” não há prefixo. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 59 
Alternativa D: correta – gabarito. Tanto “des-“ quanto “in-“ nesse caso transmitem ideia semântica 
de negação, oposição, privação. 
Alternativa E: incorreta. Em ambos há prefixos, mas “sub-“ transmite ideia de inferioridade e “di” 
de divisão, repartição. 
Gabarito: D 
 
5. (IFBA/2017) 
Leia o fragmento, abaixo, extraído do poema “Quilombos”, do poeta baiano José Carlos Limeira. 
“Te vejo meu povo feliz 
Teu sonho querendo sentir 
Se Palmares ainda vivesse 
Pra Palmares teria que ir 
 
Você já pensou se Domingos Jorge Velho e sua malta 
Não houvessem tido tanta sorte? 
 
Já pensou naquele país da Serra da Barriga? 
Sei que talvez não, 
É difícil imaginar uma terra (...) 
Onde não fosse possível ver 
Criancinhas 
De dez, oito, seis anos 
Voltando às quatro da manhã 
Depois de vender chicletes e o último resquício de dignidade 
Nos cruzamentos da cidade. 
(...) 
Por menos que conte a história 
Não te esqueço meu povo 
Se Palmares não vive mais 
Faremos Palmares de novo.” 
LIMEIRA, José Carlos; SEMOG, Éle. Atabaques. Rio de Janeiro: Ed. Dos Autores, 1983. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 60 
 
Do ponto de vista morfológico, na estrutura da palavra “Criancinhas” (l. 13) apresenta-se: 
a) uma desinência verbal que indica quantidade. 
b) um prefixo que tem sentido de medida. 
c) um sufixo de valor diminutivo. 
d) um sufixo que forma substantivo por meio do verbo. 
e) uma composição por aglutinação. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. Não se trata de desinência verbal, pois não é verbo. “Criança” é 
substantivo; logo, a desinência é nominal. 
Alternativa B: incorreta. Não é prefixo, mas sim sufixo. 
Alternativa C: correta – gabarito. A palavra “criancinhas” é formada pelo substantivo “criança”, 
pelo sufixo de valor diminutivo “-inha” e flexão de gênero plural marcado pelo “s”. 
Alternativa D: incorreta. É sufixo, mas “criança” é substantivo e não verbo. 
Alternativa E: incorreta. Segundo a teoria, na aglutinação, unem-se as palavras suprimindo um ou 
mais de seus elementos fonéticos. Isso significa que na aglutinação há perda de algum som. No caso, não 
há junção de palavras, a palavra é uma só (criança), adicionada de sufixo. 
Gabarito: C 
 
6. (IFPE/2017) 
BRINQUEDO VIRA FEBRE ENTRE CRIANÇAS E ADOLESCENTES 
RIO – A cena se repete na porta das escolas da cidade: um grupo de adolescentes conversa, nas 
mãos, algo colorido girando chama a atenção. É o hand spinner, brinquedo que é a nova moda entre os 
jovens. Segundo a coluna “Gente Boa”, a febre pela peça, que possui um círculo no centro e, ao colocar 
os dedos nas pontas, com um movimento rápido, é possível girá-lo cada vez mais rápido, foi tão grande 
que o Colégio Santo Inácio teria proibido o brinquedo na escola. 
Segundo o Colégio Santo Inácio, tudo não passou de um mal-entendido: nenhum brinquedo é 
proibido na escola. O que aconteceu foi uma recomendação para que os alunos não usassem durante a 
aula, já que os estudantes estavam se distraindo. Perto dali, no Leblon, o Colégio Santo Agostinho passa 
pelo mesmo problema. 
O hand spinner foi criado no início da década de 90 com o objetivo de auxiliar no relaxamento e 
aumentar a concentração. Ele era recomendado para crianças com Transtorno do Déficit de Atenção e 
Hiperatividade (TDAH) e autismo. Mas a internet foi tomada por vídeos e fotos do brinquedo e viralizou. 
O professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF) e especialista em 
psiquiatria infantil, Jairo Werner, destaca não conhecer estudos que comprovem a eficácia do hand 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT)AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 61 
spinner. “Isso virou uma grande moda, tenho pacientes que estão usando, não por recomendação minha, 
mas por conta própria. É um aparelho que fornece um alívio momentâneo da ansiedade, porque algumas 
pessoas, em especial as crianças, têm muita energia para extravasar. Tudo pode ser usado para o bem ou 
para o mal, limite é sempre necessário” — explica Werner. 
Disponível em: <https://oglobo.globo.com/rio/hand-spinner-de-febre-entre-os-adolescentes-pesadelo-doscolegios-
21447838>. Acesso: 18 jun. 2017 (adaptado). 
 
A palavra “mal-entendido”, na primeira linha do segundo parágrafo do texto, foi escrita com hífen em 
respeito ao que prescreve o último acordo ortográfico assinado pelos países de língua portuguesa. 
Entretanto, o referido acordo nem sempre determina a utilização do hífen quando “mal” funciona como 
prefixo. Sabendo disso, assinale a única alternativa em que se faz obrigatório o uso do hífen com o 
supracitado prefixo. 
a) Mal-criado. 
b) Mal-amada. 
c) Mal-sucedido. 
d) Mal-cheiroso. 
e) Mal-visto. 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. O termo subsequente começa com consoante e, portanto, não precisa 
haver hífen obrigatório. 
Alternativa B: correta – gabarito. “Mal” em Língua Portuguesa é advérbio. Geralmente, um 
advérbio pode ser utilizado como prefixo. Por exemplo, o uso de “não” à frente de algumas palavras. 
No caso, a obrigatoriedade se dá, porque o segundo termo começa com vogal, de forma que a letra 
“l” junto à letra “a” requer obrigatoriamente a inclusão do hífen. 
Alternativa C: incorreta. O termo subsequente começa com consoante e, portanto, não precisa 
haver hífen obrigatório. 
Alternativa D: incorreta. O termo subsequente começa com consoante e, portanto, não precisa 
haver hífen obrigatório. 
Alternativa E: incorreta. O termo subsequente começa com consoante e, portanto, não precisa 
haver hífen obrigatório. 
Atenção: ainda iremos estudar de maneira mais aprofundada o Novo Acordo Ortográfico, não se 
preocupem. 
Gabarito: B 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 62 
7. (URGS/2017) 
Muita gente que ouve a expressão “políticas linguísticas” pela primeira vez pensa em algo solene, 
formal, oficial, em leis e portarias, em autoridades oficiais, e pode ficar se perguntando o que seriam leis 
sobre línguas. De fato, há leis sobre línguas, mas as políticas linguísticas também podem ser menos 
formais– e nem passar por leis propriamente ditas. Em quase todos os casos, figuram no cotidiano, pois 
envolvem não só a gestão da linguagem, mas também as práticas de linguagem, e as crenças e valores 
que circulam a respeito delas. Tome, por exemplo, a situação do cidadão das classes confortáveis 
brasileiras, que quer que a escola ensine a norma culta da língua portuguesa. Ele folga em saber que se 
vai exigir isso dos candidatos às vagas para o ensino superior, mas nem sempre observa ou exige o mesmo 
padrão culto, por exemplo, na ata de condomínio, que ele aprova como está, desapegada da ortografia e 
das regras de concordância verbais e nominais preconizadas pela gramática normativa. Ele acha ótimo 
que a escola dos filhos faça baterias de exercícios para fixar as normas ortográficas, mas pouco se 
incomoda com os problemas de redação nos enunciados das tarefas dirigidas às crianças ou nos textos de 
comunicação da escola dirigidos à comunidade escolar. Essas são políticas linguísticas. Afinal, onde há 
gente, há grupos de pessoas que falam línguas. Em cada um desses grupos, há decisões, tácitas ou 
explícitas, sobre como proceder, sobre o que é aceitável ou não, e por aí afora. Vamos chamar essas 
escolhas 
– assim como as discussões que levam até elas e as ações que delas resultam – de políticas. 
Esses grupos, pequenos ou grandes, de pessoas tratam com outros grupos, que por sua vez usam línguas 
e têm as suas políticas internas. Vivendo imersos em linguagem e tendo constantemente que lidar com 
outros indivíduos e outros grupos mediante o uso da linguagem, não surpreende que os recursos de 
linguagem lá pelas tantas se tornem, eles próprios, tema de política e objetos de políticas explícitas. Como 
esses recursos podem ou devem se apresentar? Que funções eles podem ou devem ter? Quem pode ou 
deve ter acesso a eles? Muito do que fazemos, portanto, diz respeito às políticas linguísticas. 
Adaptado de: GARCEZ, P. M.; SCHULZ, L. Do que tratam as políticas linguísticas. ReVEL, v. 14, n. 26, 2016. 
 
Assinale a alternativa em que o prefixo “des” atribui à forma a que se agrega o mesmo sentido que atribui 
à desapegada. 
a) Desdenhada. 
b) Designada. 
c) Desabrochada. 
d) Destrambelhada. 
e) Desabitada. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. O prefixo “des-” é parte do radical das palavras. 
Alternativa B: incorreta – gabarito. O prefixo “des-” é parte do radical das palavras. 
Alternativa C: incorreta. O prefixo “des” indica “movimento de cima para baixo”. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 63 
Alternativa D: incorreta. O prefixo “des-” é parte do radical das palavras. 
Alternativa E: correta. O prefixo “des” também indica contrário: “desabitado” é o local sem 
habitante. 
Gabarito: E 
 
8. (UNIPÊ/2017) 
A atuação do profissional médico caracteriza, historicamente, ação que desafia o conhecimento. É 
muito fácil perceber isso em apanhado retrospectivo da história da Medicina. Da observação empírica ao 
conhecimento científico institucionalizado da Medicina, esses desafios se estendem além da esfera do 
conhecimento, para abranger, cada vez mais, também outros no campo institucional e, por fim, nas 
sociedades democráticas contemporâneas, aqueles exigidos pelo Estado de Direito. Se, um dia, já se fez 
cirurgia sem anestésicos, sem técnicas de esterilização e assepsia, no mundo de hoje, isso seria 
inconcebível, inaceitável e juridicamente passível de punição. 
O ato médico caracteriza-se principalmente pela natureza intervencionista, ou seja, há a “intenção 
de intervir”, cientificamente justificada em um diagnóstico que embasa o “porquê intervir” e da mesma 
forma estabelece o “como intervir”. Intervir do ponto de vista médico significa alterar de um estado inicial 
indesejável para um estado final previsivelmente almejado. E esse estado final almejado é estabelecido 
não pelo médico ou pelo paciente, mas pelo consenso científico. E toda a ação que se distanciar desses 
contornos necessitará de justificação adicional. Atente-se que, aqui, até mesmo a atitude passiva, ou seja, 
a não intervenção, é pautada pelo mesmo raciocínio: a atitude programada. Esses são pressupostos que 
constituem a essência para a elaboração do texto legal que regulamenta não apenas o ato médico, mas 
também o exercício profissional do médico em seu amplo contexto. Assim, o ato médico sempre será ação 
desafiando conhecimento! 
MURR, Leidimar Pereira. Ato médico: ação que desafia o conhecimento. Disponível em: 
<http://ojaleco.blogspot.com.br/2009/11/ato-medico-acaoque- desafia-o.html>. Acesso em: 4 abr. 2017. Adaptado. 
Os prefixos formadores das palavras derivadas “inconcebível” e “desafiando” traduzem, respectivamente, 
as ideias de 
a) introdução e transição. 
b) negação e ação contrária. 
c) intensidade e destruição. 
d) oposição e relação mútua. 
e) retrocesso e simultaneidade. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. O prefixo “in-“ ao “concebível”, que significa plausível, indica privação, 
negação. E “desafiar” não é necessariamente antônimo de “afiar”. 
Alternativa B: correta – gabarito. Ambos transmitem ideias parecidas, mas não totalmente iguais. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT)AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 64 
Alternativa C: incorreta. Não indica intensidade, mas sim negação. 
Alternativa D: incorreta. Até pode denotar oposição o primeiro, mas não relação mútua o segundo. 
Alternativa E: incorreta. Não são prefixos que transmitem ideia semântica temporal. 
Gabarito: B 
 
9. (UERJ/2016) 
O FUTURO ERA LINDO 
A informação seria livre. Todo o saber do mundo seria compartilhado, bem como a música, 2º 
cinema, a literatura e a ciência. O custo seria zero. O espaço seria infinito. A velocidade, 3estonteante. A 
solidariedade e a colaboração seriam os valores supremos. A criatividade, o único 4poder verdadeiro. O 
bem triunfaria sobre os males do capitalismo. O sistema de representação se tornaria obsoleto. Todos os 
seres humanos teriam oportunidades iguais em qualquer lugar do 6planeta. Todos seriam 
empreendedores e inventivos. Todos poderiam se expressar livremente. 7Censura, nunca mais. As 
fronteiras deixariam de existir. As distâncias se tornariam irrelevantes. O inimaginável seria possível. O 
sonho, qualquer sonho, poderia se tornar realidade. 
Livre, grátis, inovador, coletivo, palavras-chave do novo mundo que a internet inaugurou. Por anos 
esquecemos que a internet foi uma invenção militar, criada para manter o poder de quem já o tinha. Por 
anos fingimos que transformar produtos físicos em produtos virtuais era algo ecologicamente correto, 
esquecendo que a fabricação de computadores e celulares, com a obsolescência embutida em seu DNA, 
demanda o consumo de quantidades vexatórias de combustíveis fósseis, de produtos químicos e de água, 
sem falar no volume assombroso de lixo não reciclado em que resultam, incluindo lixo tóxico. 
Ninguém imaginou que o poder e o dinheiro se tornariam tão concentrados em 
megahipercorporações norte-americanas como o Google, que iriam destruir para sempre tantas 
indústrias e atividades em tão pouco tempo. Ninguém previu que os mesmos Estados Unidos, graças às 
maravilhas da internet sempre tão aberta e juvenil, se consolidariam como os maiores espiões do mundo, 
humilhando potências como a Alemanha e também o Brasil, impondo os métodos de sua inteligência 
militar sobre a população mundial, e guiando ao arrepio da justiça os bebês engenheiros nota dez em 
matemática mas ignorantes completos em matéria de ética, política e em boas maneiras. 
Ninguém previu a febre das notícias inventadas, a civilização de perfis falsos, as enxurradas de 
vírus, os arrastões de números de cartão de crédito, a empulhação dos resultados numéricos falseados 
por robôs ou gerados por trabalhadores mal pagos em países do terceiro mundo, o fim da privacidade, o 
terrorismo eletrônico, inclusive de Estado. 
Marion Strecker Adaptado de Folha de São Paulo, 29/07/2014. 
 
O termo megahipercorporações é formado por um processo que enfatiza o tamanho e o poder das 
corporações econômicas atuais. Essa ênfase é produzida pelo emprego de: 
a) sufixos de caráter aumentativo 
b) prefixos com sentido semelhante 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 65 
c) radicais de combinação obrigatória 
d) desinências de significado específico 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. No caso são prefixos, não sufixos. 
Alternativa B: correta – gabarito. O termo “megahipercorporações” é formado pelos prefixos de 
origem grega “mega-“ e “hiper-“ que expressam noção semântica de grande quantidade, enfatizando o 
tamanho e o poder das corporações econômicas atuais. 
Alternativa C: incorreta. No caso não são radicais (parte integrante da palavra), mas sim prefixos. 
Alternativa D: incorreta. Desinências ocorrem ao final das palavras, ao passo que o prefixo no 
início. 
Gabarito: B 
 
 10. (UFAM/2015) 
Há muito tempo, o homem sonha construir máquinas que possam livrá-lo das tarefas entediantes 
do dia a dia. Durante todo o século XX, os escritores de ficção científica estavam preocupados em criar 
histórias sobre robôs que serviam seus mestres em tudo, sem reclamar e sem se cansar. Essa era uma 
visão tentadora, mas, do ponto de vista tecnológico, até o final do século XX continuava a ser um sonho 
remoto, simplesmente porque não houve meios de construir essas máquinas. Que atrasados ainda somos! 
E, apesar da rejeição de muitos, essa perspectiva tem um quê de atraente. 
Alguns pesquisadores dos Estados Unidos, da Europa e do Japão continuam a perseguir, 
incansavelmente, o sonho de criar servidores robóticos multifuncionais, que possam fazer o trabalho 
pesado. A busca tem sido difícil e os progressos, lentos. No entanto, a partir do ano 2000, vêm sendo 
desenvolvidos robôs experimentais com considerável sofisticação. Muitos cientistas já se convenceram de 
que essa tecnologia não é apenas possível, mas inevitável. Hoje em dia, a “era dos robôs” continua situada 
em algum lugar do futuro, mas está cada dia mais próxima. Sendo assim, daqui a alguns anos, não 
pegaremos numa vassoura que não seja através de um robô. 
Como dizia o escritor Oscar Wilde, a civilização precisa de escravos. Que os escravos sejam, então, 
as máquinas. Por isso, esses robôs têm que ser construídos, para que tenhamos um novo amanhecer em 
nossa vida, com um enlace entre homens e máquinas. 
(BALCH, Tucher. “As Maravilhosas máquinas inteligentes do futuro”. Texto adaptado.) 
Assinale a alternativa em que aquilo que se afirma de palavra tirada do texto NÃO está correto: 
a) “incansavelmente” possui os seguintes elementos mórficos: in (prefixo); cans (radical); ável 
(sufixo nominal); mente (sufixo adverbial) 
b) “estavam” possui os seguintes elementos mórficos: est (radical); a (vogal temática); va (desinência 
modo-temporal); m (desinência número-pessoal) 
c) “trabalho” é palavra formada por derivação imprópria. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 66 
d) “amanhecer” é vocábulo formado por derivação parassintética. 
e) “enlace” é vocábulo formado por derivação regressiva. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. Lembrando que é possível haver juntos na mesma palavra dois sufixos. 
No caso, é um advérbio de modo. 
Alternativa B: incorreta. O tempo no caso é pretérito imperfeito e a conjugação está na terceira 
pessoa do plural. 
Alternativa C: correta – gabarito. Segundo vimos na teoria, a derivação imprópria ocorre quando 
não se adiciona nenhum elemento, mas há mudança na classe da palavra. No caso, “trabalho” é um 
substantivo o qual não sofreu processo de formação de palavras. 
Alternativa D: incorreta. No caso, tanto a prefixação de “a” quanto a sufixação de “-ecer”. 
Alternativa E: incorreta. Segundo a teoria, derivação regressiva é quando a terminação do verbo é 
substituída por uma vogal, criando um substantivo. No caso, “laçar” se transformou em “lace”, adicionado 
do prefixo “en-“. 
Gabarito: C 
 
 11. (UFSCar/2013) 
O termo infeliz é formado pela combinação do prefixo de negação in- à base feliz. A alternativa em que a 
palavra também é formada com prefixo de negação é: a) desleal. 
b) ingerir. 
c) transportar. 
d) eufônico. 
e) decair. 
 
 
Comentários 
Alternativa A: correta – gabarito. No caso, “des-“ também indica negação, oposição, privação. 
Alternativa B: incorreta. Atenção: “in-“ pode indicar negação; porém, aqui, ele é utilizado no 
sentido de interioridade (localidade). 
Alternativa C: incorreta. “Trans-“ significa ir além, superar, alterar, mudar. 
Alternativa D: incorreta. “Eu-“ é um prefixo grego que significa “bem”. Logo, “eufônico” denota 
soar bem. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 67 
Alternativa E: incorreta. Cuidado: A formação de “decair” provémda união de uma preposição a 
um verbo. 
Gabarito: A 
 
 12. (UFPR/2014) 
Brazuca é um nome triste, mas não por ser com ‘z’ 
A escolha do nome da bola que a Adidas lançará para a Copa do Mundo de 2014 foi feita por 
votação na internet a partir de uma 2 lista tríplice. Com 77.8% das preferências, Brazuca derrotou Bossa 
Nova e Carnavalesca. Como quase todos os analistas da língua que estão de plantão esta semana, lamentei 
a notícia (considerava Bossa Nova o menos ruim de três nomes fracos), mas por motivos diversos. Não é 
a grafia com z que me incomoda, mas a palavra em si. Convém explicar. Sim, é verdade que todos os 
dicionários e o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), da Academia Brasileira de Letras, 
registram apenas brasuca, com s. Afinal, a palavra não é derivada de Brasil, brasileiro? Eis toda a base para 
a argumentação dos que implicaram com a grafia. Uma argumentação que deixa de levar em conta dois 
fatos singelos. 
A forma brazuca é muito mais usada na vida real. Uma pesquisa no Google traz mais de milhões 
de páginas, contra pouco mais de um décimo disso para brasuca. Pode-se defender a tese de que a 
preferência popular não é suficiente para alterar a grafia de um termo vernáculo, mas atenção: estamos 
falando de palavra informal, brincalhona, recente. Brazuca é uma gíria, e as gírias, como todas as criações 
populares, têm a mania de escolher como serão conhecidas. 
Ainda que não fosse assim, o batismo da bola da Copa do Mundo é um ato de branding, ramo do 
marketing que tem regras próprias, entre elas a de privilegiar formas gráficas fortes – e nesse mundo a 
letra z goza de grande prestígio. Naturalmente, a correspondência com a grafia “Brazil” numa marca 
destinada a ter circulação internacional também deve ter sido considerada um trunfo por seus criadores. 
Se não é a grafia, o que sobra para criticar em Brazuca, a bola? Sua carga cultural idiota, só isso. O 
fato de que, brazuca ou brasuca, a palavra é um sinônimo tolo de brasileiro. O termo nasceu em Portugal 
com tom depreciativo (o sufixo “-uca”, o mesmo de mixuruca, deixa isso claro), numa espécie de 
contraponto ao nosso “portuga”. Até aí, tudo bem: a própria palavra brasileiro tinha uso pejora antes de 
ser assumida em espírito de desafio pelos nativos desta terra. 
O problema é que, ao ser adotado por aqui, brazuca/brasuca virou um clichê patriótico viscoso, 
folclórico e carregado de autocomplacência, primo da malemolência, da ginga e da incrível musicalidade 
de muitos inzoneiros* que habita este gigante adormecido. É por isso que Brazuca é bola fora – e Brasuca 
não seria melhor. 
(Sérgio Rodrigues, 04/09/2012, <http://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/curiosidades-etimologicas>.) 
*Inzoneiro: Adj. Bras. Pop. 1. Mexeriqueiro, intrigante, mentiroso. 2. Sonso, manhoso. (Dicionário Aurélio) 
 
A partir do texto, considere as seguintes afirmativas: 
1. As palavras mixuruca, muvuca e maluca confirmam a afirmação que o autor faz sobre o sufixo –
uca. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 68 
2. O autor rechaça tanto brazuca quanto brasuca, por serem formas associadas a um patriotismo 
caricato. 
3. Para o autor, o gigante adormecido tem qualidades que não podem ser comprometidas pela 
escolha de um nome com erro de grafia. 
 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente a afirmativa 2 é verdadeira. 
b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras. 
c) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras. 
d) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. 
e) As afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. 
Comentários 
Afirmação I: correta. No caso, o processo de formação de palavras é a sufixação. 
Afirmação II: correta. Trata-se de uma questão de Interpretação de Texto. Isso pode ser verificado 
em expressões como “Sua carga cultural idiota, só isso”, “sinônimo tolo de brasileiro” e “clichê patriótico 
viscoso, folclórico e carregado de autocomplacência” por exemplo. 
Afirmação III: incorreta. Trata-se de uma questão de Interpretação de Texto. O gigante adormecido 
seria algo positivo, mas inzoneiro, que habita nele, não (vide nota de rodapé). Ambos os termos seriam 
ruins, não pelo erro de grafia, mas porque eles representariam o brasileiro enquanto tipo tolo, ou seja, 
não seriam termos dignos, de acordo com o autor. Gabarito: B 
 
 13. (FGV/2013) 
Satélite 
Fim de tarde. 
No céu plúmbeo 
A Lua baça 
Paira 
Muito cosmograficamente 
Satélite. 
 
Desmetaforizada, 
Desmitificada, 
Despojada do velho segredo de melancolia, 
Não é agora o golfão de cismas, 
O astro dos loucos e dos enamorados, 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 69 
Mas tão somente 
Satélite. 
Ah Lua deste fim de tarde, 
Demissionária de atribuições românticas, 
Sem show para as disponibilidades sentimentais! 
 
Fatigado de mais-valia, gosto de 
ti, assim: 
Coisa em si, – 
Satélite. 
Manuel Bandeira 
 
No contexto do poema de Manuel Bandeira, sobre os termos “Desmetaforizada”, “Desmitificada” e 
“Despojada”, só NÃO é correto afirmar: 
a) configuram uma gradação descendente, do ponto de vista rítmico. 
b) desenvolvem uma ideia já presente no advérbio de modo, usado na primeira estrofe. 
c) contêm um prefixo que intensifica a noção contida no radical. 
d) podem ser entendidos como expressões que traduzem ideia de causa. 
e) opõem-se, quanto ao sentido, à expressão “disponibilidades sentimentais”. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. Até porque as palavras vão se tornando menores. 
Alternativa B: incorreta. No caso, “cosmograficamente”, relativo à maneira do universo. 
Alternativa C: correta – gabarito. Trata-se de um prefixo que transmite ideia de negação e não 
intensificação. 
Alternativa D: incorreta. “Causa” porque consistem em adjetivos derivados de verbo no particípio. 
Logo, essas palavras transmitem uma qualidade, qualidade esta que pode ser de causa no contexto. 
Alternativa E: incorreta. Cuidado: são prefixos de negação, oposição, mas “disponibilidades 
sentimentais” condiz com o processo de desmetaforização, desmitificação e despojamento no caso. 
Gabarito: C 
 
 14. (FGV/2012) 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 70 
Sua excelência 
[O ministro] vinha absorvido e tangido por uma chusma de sentimentos atinentes a si mesmo que 
quase lhe falavam a um tempo na consciência: orgulho, força, valor, satisfação própria etc. etc. 
Não havia um negativo, não havia nele uma dúvida; todo ele estava embriagado de certeza de seu 
valor intrínseco, das suas qualidades extraordinárias e excepcionais de condutor dos povos. A respeitosa 
atitude de todos e a deferência universal que o cercavam, reafirmadas tão eloquentemente naquele 
banquete, eram nada mais, nada menos que o sinal da convicção dos povos de ser ele o resumo do país, 
vendo nele o solucionador das suas dificuldades presentes e o agente eficaz do seu futuro e constante 
progresso. 
Na sua ação repousavam as pequenas esperanças dos humildes e as desmarcadas ambições dos 
ricos. 
Era tal o seu inebriamento que chegou a esquecer as coisas feias do seu ofício... Ele se julgava, e 
só o que lhe parecia grande entrava nesse julgamento. 
As obscuras determinações das coisas, acertadamente, haviam-no erguido até ali, e mais alto levá-
lo-iam, visto que, só ele, ele só e unicamente, seria capaz de fazer o país chegar ao destino que os 
antecedentes dele impunham. 
(Lima Barreto. Os bruzundangas. Porto Alegre: L&PM, 1998, pp. 15-6) A 
palavra que apresenta, em sua formação, um prefixo e um sufixo formador de adjetivo é: a) esperanças. 
b) sentimentos.c) unicamente. 
d) respeitosas. 
e) extraordinárias. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. No caso, há só o sufixo “-ança”, sendo a palavra derivada do verbo 
“esperar”. Sequer é um adjetivo, mas sim um substantivo. 
Alternativa B: incorreta. Não é um adjetivo, mas sim um substantivo. 
Alternativa C: incorreta. Há apenas sufixo designador de advérbio de modo: “-mente”. 
Alternativa D: incorreta. Trata-se de um adjetivo, mas não há prefixação. 
Alternativa E: correta – gabarito. No caso, o prefixo é “extra-“, o sufixo “-árias” e consiste num 
adjetivo. 
Gabarito: E 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 71 
 15. (UNIRG/2012) 
A construção do título do livro “Sagarana” foi inventada pelo próprio autor e provém da junção de 
a) ‘saga‘ que quer dizer “em busca de”, e ‘rana‘ que significa uma “feição universalizante” do épico. 
b) ‘saga‘ palavra lúdica que se origina dos rapsodos gregos, e ‘rana‘ nas canções de gesta medievais. 
c) ‘saga‘ origina-se do mito poético que situa a narrativa entre o real e o mágico, e ‘rana‘ que alude 
ao ápice da existência. 
d) ‘saga‘ radical de origem germânica que significa “criação verbal a serviço do épico”, e rana, do 
sufixo da língua indígena tupi, que significa “à maneira de”. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. É o contrário: a alusão ao épico é estabelecida em relação ao primeiro 
termo. No caso, não seria difícil discernir que “saga” se trata de um gênero textual. 
Alternativa B: incorreta. Não são gregos, mas sim nórdicos. Na Grécia, havia epopeia. 
Alternativa C: incorreta. Em relação ao primeiro termo, até pode ser, mas o segundo já deveria ser 
mais generalizante. 
Alternativa D: correta – gabarito. Segundo o Dicionário Etimológico (CUNHA, 2010, p. 575), “saga” 
é a designação comum às narrativas em prosa, históricas ou lendárias, nórdicas, redigidas sobretudo na 
Islândia nos sécs. XIII e XIV. Por outro lado, conforme o Dicionário Informal, “Rana” é um vocábulo do 
tupi-guarani que significa: “semelhante; parecido com; imitado; falso”. 
Gabarito: D 
 
 16. (UFRJ/2005) 
 
Em relação à palavra “bioética”, é possível verificar, em seu processo de formação, a presença de 
a) prefixo (bio) + radical (ética). 
b) radical (bio) + radical (ética). 
c) radical (bio) + sufixo (-ético). 
d) prefixo (bio) + radical (ét-) + sufixo (-ica). 
e) radical (bioét) + sufixo (-ica). 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. “Ética” não é o radical, mas sim a palavra que serve de base. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 72 
Alternativa B: correta – gabarito. Cuidado: no caso, “bio” não é prefixo, pois sua constituição é 
parte integrante da palavra. 
Alternativa C: incorreta. “Ética” não é sufixo. 
Alternativa D: incorreta. “-Ica” não é sufixo. 
Alternativa E: incorreta. A palavra foi desmembrada incorretamente. 
 
Gabarito: B 
 
 17. (Insper/2012) 
Leia a tirinha a seguir. 
 
 
 
Os mesmos processos de formação dos termos em negrito aparecem, respectivamente, em: 
a) anoitecer, votação, inútil, violação e tristemente; 
b) retenção, suavidade, desmatamento, infelizmente e firmamento; 
c) enlatado, ajuda, remissão, dignidade e abolição; 
d) reação, geração, abstenção, lição e afrontamento; 
e) magreza, medidor, firmamento, dignidade e violação. 
 
Comentários: As palavras em destaque na tira são todas formadas por sufixação. Dessa forma, 
necessitamos de uma alternativa com todas por sufixação também. 
Alternativa A: incorreta. As palavras são formadas da seguinte forma: “anoitecer” é formada por 
parassíntese (a + manh+ ecer); “votação” é formada por sufixação (vot + ação); “inútil” é palavra primitiva; 
“violação” é formada por sufixação (viol + ação); e “tristemente” é formada por sufixação (triste + mente). 
Alternativa B: incorreta. As palavras são formadas da seguinte forma: “retenção” é formada por 
sufixação (reten + ção); “suavidade” é formada por sufixação (suav + idade); “desmatamento” é formada 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 73 
por parassíntese (des + mata + mento); “infelizmente” é formado por prefixação e sufixação (in + feliz + 
mente); e “firmamento” é formada por sufixação (firma + mento). 
Alternativa C: incorreta. As palavras são formadas da seguinte forma: “enlatado” é formada por 
parassíntese (en + lat + ado); ajuda é formada por derivação regressiva, do verbo “ajudar”; “remissão” é 
palavra primitiva; “dignidade” é formada por sufixação (dign + idade); e “abolição” é formada por 
sufixação (aboli + ção). 
Alternativa D: incorreta. Nessa alternativa, as palavras: “reação” é formada por prefixação (re + 
ação); “geração e abstenção” são formadas por sufixação (ger + ação; Abste + n + ção); “lição” é uma 
palavra primitiva; e “afrontamento” é formada por parassíntese (a + fronta + mento). 
Alternativa E: correta. Todas as palavras nessa alternativa são construídas por sufixação. (Magr + 
eza; Medi + dor; Firma + mento; Dign + idade; e Viol + ação). Da mesma forma temos a formação das 
palavras na tirinha. 
Gabarito: E 
 
 18. (UNESP/2021) 
Para a formação do neologismo “vivimento”, o narrador recorreu ao mesmo processo de formação de 
palavras observado em 
a) “desemendo”. 
b) “velhice”. 
c) “denúncia”. 
d) “reverte”. 
e) “adiante”. 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. A palavra “desemendo” é formada por prefixação, dado que adiciona-se 
o prefixo “des-“ ao gerúndio “emendo”, proveniente do verbo “emendar”. Como veremos a seguir, 
“vivimento” é formada por sufixação. 
Alternativa B: correta. A palavra “vivimento” é construída a partir do processo de sufixação. Temos 
a ideia de “viver” somada ao sufixo “-mento”, com o “i” servindo de vogal de ligação. Dessa forma, 
“velhice” é formada pelo mesmo processo de sufixação, dado que ao radical “velh-“ soma-se o sufixo “-
ice”. 
Alternativa C: incorreta. A palavra “denúncia” é formada por derivação regressiva, dado que é 
proveniente do verbo “denunciar”. A palavra “vivimento”, como vimos, é formada por sufixação. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 74 
Alternativa D: incorreta. A palavra “reverte” é uma conjugação verbal de “reverter”. As 
conjugações verbais não são consideradas no escopo dos processos de formação de palavras, dado que 
temos a entrada de desinências e não de afixos. 
Alternativa E: incorreta. A palavra “adiante” é uma palavra formada por derivação regressiva, dado 
que temos sua origem no verbo “adiantar”. 
Gabarito: B 
 
 19. (UECE/2019) 
Algumas palavras da língua portuguesa são formadas a partir da combinação de morfemas. 
Sobre esse aspecto, atente para as seguintes afirmações: 
 
I. O sufixo inha do vocábulo garrafinha indica diminutivo e o processo de formação dessa palavra 
se chama derivação sufixal. 
II. Os prefixos re e des dos vocábulos reutilizar e desligar indicam, respectivamente, repetição de 
uma ação e negação, e o processo de formação dessas palavras se chama derivação prefixal. 
III. O prefixo ex do vocábulo extratos significa que algo está fora e o processo de formação dessa 
palavra é denominado derivação prefixal. 
 
Estão corretas as assertivas contidas em 
a) I e II apenas. 
b) I e III apenas. 
c) II e III apenas. 
d) I, II e III. 
 
 
Comentários 
Afirmativa I: correta. O sufixo “-inha”, extremamente produtivo no português, apresenta uma 
relação direta com a formação do diminutivo que, dependendo do contexto, não necessariamente 
relaciona-se com o tamanho dos elementos,podendo ser pejorativo, por exemplo. Nesse caso, como 
temos a entrada de um sufixo, o processo realmente deve ser compreendido como sufixação. Sempre 
interessante lembrar que os nomes dos processos nos auxiliam na compreensão dos próprios processos. 
Afirmativa II: correta. O prefixo “re-“, em “reutilizar” indica realmente a repetição da utilização. 
Nesse caso, temos utilizar novamente, por isso o valor de repetição indicado. No caso do prefixo “des-“, 
em “desligar”, apresenta a ideia contrária a ligar, por isso, é entendido como negação. Como só há entrada 
de prefixo nesses casos, temos prefixação nos dois. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 75 
Afirmativa III: incorreta. A palavra “extrato” é considerada uma palavra primitiva. Nesse caso, não 
temos processo de formação nela. O plural, como já dissemos, é uma formação gramatical e não deve ser 
confundida com a construção de uma nova palavra, uma vez que se modifica, somente, a quantidade de 
elementos nomeados com o plural. 
Gabarito: A 
 
20. (Unicentro/2017) O animal satisfeito dorme 
Mário Sérgio Cortella 
 
O sempre surpreendente Guimarães Rosa dizia: “o animal satisfeito dorme”. Por trás dessa 
aparente obviedade está um dos mais fundos alertas contra o risco de cairmos na monotonia existencial, 
na redundância afetiva e na indigência intelectual. O que o escritor tão bem percebeu é que a condição 
humana perde substância e energia vital toda vez que se sente plenamente confortável com a maneira 
como as coisas já estão, rendendo-se à sedução do repouso e imobilizando-se na acomodação. 
A advertência é preciosa: não esquecer que a satisfação conclui, encerra, termina; a satisfação não 
deixa margem para a continuidade, para o prosseguimento, para a persistência, para o desdobramento. 
A satisfação acalma, limita, amortece. Por isso, quando alguém diz “fiquei muito satisfeito com você” ou 
“estou muito satisfeita com teu trabalho”, é assustador. O que se quer dizer com isso? Que nada mais de 
mim se deseja? Que o ponto atual é meu limite e, portanto, minha possibilidade? Que de mim nada mais 
além se pode esperar? Que está bom como está? Assim seria apavorante; passaria a ideia de que desse 
jeito já basta. Ora, o agradável é quando alguém diz: “teu trabalho (ou carinho, ou comida, ou aula, ou 
texto, ou música etc.) é bom, fiquei muito insatisfeito e, portanto, quero mais, quero continuar, quero 
conhecer outras coisas. 
Um bom filme não é exatamente aquele que, quando termina, ficamos insatisfeitos, parados, 
olhando, quietos, para a tela, enquanto passam os letreiros, desejando que não cesse? Um bom livro não 
é aquele que, quando encerramos a leitura, o deixamos um pouco apoiado no colo, absortos e distantes, 
pensando que não poderia terminar? Uma boa festa, um bom jogo, um bom passeio, uma boa cerimônia 
não é aquela que queremos que se prolongue? 
Com a vida de cada um e de cada uma também tem de ser assim; afinal de contas, não nascemos 
prontos e acabados. Ainda bem, pois estar satisfeito consigo mesmo é considerarse terminado e 
constrangido ao possível da condição do momento. 
Quando crianças (só as crianças?), muitas vezes, diante da tensão provocada por algum desafio 
que exigia esforço (estudar, treinar, EMAGRECER etc.) ficávamos preocupados e irritados, sonhando e 
pensando: por que a gente já não nasce pronto, sabendo todas as coisas? Bela e ingênua perspectiva. É 
fundamental não nascermos sabendo e nem prontos; o ser que nasce sabendo não terá novidades, só 
reiterações. Somos seres de insatisfação e precisamos ter nisso alguma dose de ambição; todavia, ambição 
é diferente de ganância, dado que o ambicioso quer mais e melhor, enquanto que o ganancioso quer só 
para si próprio. 
Nascer sabendo é uma limitação porque obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, refazer, 
modificar. Quanto mais se nasce pronto, mais refém do que já se sabe e, portanto, do passado; aprender 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 76 
sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não 
saberíamos enfrentar. 
Diante dessa realidade, é absurdo acreditar na ideia de que uma pessoa, quanto mais vive, mais 
velha fica; para que alguém quanto mais vivesse mais velho ficasse, teria de ter nascido pronto e ir se 
gastando… 
Isso não ocorre com gente, e sim com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce pronta e vai se 
gastando; gente nasce não-pronta, e vai se fazendo. Eu, no ano que estamos, sou a minha mais nova 
edição (revista e, às vezes, um pouco ampliada); o mais velho de mim (se é o tempo a medida) está no 
meu passado e não no presente. 
Demora um pouco para entender tudo isso; aliás, como falou o mesmo Guimarães, “não convém 
fazer escândalo de começo; só aos poucos é que o escuro é claro”… 
Excerto do livro “Não nascemos prontos! – provocações filosóficas”. De Mário Sérgio Cortella. Disponível 
em:<http://www.contioutra.com/o-animal-satisfeito-dorme-texto-de-mario-sergio-cortella/> 
 
Sobre os processos de formação de palavras que compõem o texto 01, assinale a única alternativa correta. 
a) A palavra “estudar” é formada por derivação prefixal e sufixal. 
b) A palavra “emagrecer” é formada por derivação parassintética. 
c) A palavra “gastando” é formada por derivação prefixal. 
d) A forma verbal “vive” é formada por derivação imprópria. 
e) A palavra “surpreendente” é formada por composição por justaposição. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. O verbo “estudar” é uma palavra primitiva, que dá origem, por exemplo, 
a “estudo”, por meio de derivação regressiva; e “estudante”, por meio de derivação sufixal. Não temos 
formação alguma envolvida na construção de significados desse verbo. 
Logo, a alternativa está incorreta. 
Alternativa B: correta. O verbo “emagrecer” é formado por derivação parassintética, uma vez que 
temos a entrada simultânea do prefixo “em-“ e do sufixo “-ecer” no radical “magr”. É interessante notar 
que a palavra “magrecer” não existe, assim como a construção “emagr”, por meio de nosso teste 
apresentado anteriormente. 
Alternativa C: incorreta. A palavra “gastando”, dependendo da visão, poderia ser formada por 
sufixação, dado que temos a desinência “-ndo”, formadora de gerúndios, é acrescentada ao tema “gasta”. 
Contudo, não consideramos formações verbais como processos de derivação, dado que é uma relação 
sintática. De qualquer forma, não temos nenhum prefixo sendo acrescentado ao verbo. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 77 
Alternativa D: incorreta. A forma verbal “vive” é uma conjugação do verbo e, dessa forma, não está 
empregada em outra classe que não a de verbo. Logo, não há nenhuma forma de derivação imprópria 
nesse caso. 
Alternativa E: incorreta. A palavra “surpreendente” é formada por derivação sufixal, uma vez que 
há entrada de sufixo “-ente” ao radical “surpreend-“. Essa palavra é originada no verbo “surpreender”. 
Gabarito: B 
 
 21. (Unicentro/2018) 
Para responder à questão, considere a tira abaixo. 
 
 
Na interação verbal entre Susanita e Mafalda, o humor é desencadeado pelo neologismo 
INVEJÓLOGO, criado para designar a futura especialidade médica do “filho da D. Susanita”. O processo de 
formação dessa palavra indica 
a) a invariabilidade imanente da língua. 
b) a fragilidade da língua colocada em risco de deterioração. 
c) o dinamismo da língua na criação de novas palavras. 
d) a impossibilidade de a língua se adaptar ao contexto social dos falantes. 
e) a inadequação do uso do radical grego para indicar a nova profissão. 
 
ComentáriosAlternativa A: incorreta. A criação de uma palavra demonstra claramente que temos variabilidade 
imanente na língua e não uma noção de invariabilidade. Se tivéssemos a língua como invariável, não 
criaríamos palavras. 
Alternativa B: incorreta. Os processos de formação de palavras em contextos específicos de uso da 
linguagem não é uma demonstração de fragilidade da língua, pelo contrário. O que temos é exatamente 
a noção de que a língua, como processo social, se adapta às necessidades comunicativas. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 78 
Alternativa C: correta. A possibilidade de se criar uma palavra para atender à necessidade 
comunicativa é uma das ferramentas mais produtivas da língua. Assim, a criação da palavra “invejólogo”, 
por parte de Susanita, comprova a ideia de que a língua é dinâmica e atende às necessidades dos falantes. 
Alternativa D: incorreta. A criação da palavra “invejólogo” aponta exatamente para o oposto da 
afirmação apresentada. Na realidade, a possibilidade de criação de palavras em um determinado contexto 
é extremamente produtiva na língua, sempre construindo a ideia de que a língua atende às nossas 
necessidades e não o contrário. 
Alternativa E: incorreta. A tirinha apresenta a ideia de que a formação e criação de novas palavras 
atende a necessidades momentâneas de comunicação. Dessa forma, não temos nenhuma relação com a 
inadequação do radical grego com relação à formação dessa palavra. É interessante notar que a palavra 
surge no contexto e pronto, sem a ideia de entrar para a língua. 
Gabarito: C 
 
 22. (UFT/2018) 
Opinião não é argumento 
Aqui está uma história que pode ser verdadeira no contexto atual do Brasil. Um jovem professor 
de Filosofia, instruindo seus alunos à Filosofia da Religião, introduz, à maneira que a Filosofia opera há 
séculos, argumentos favoráveis e contrários à existência de Deus. Um dos alunos se queixa, para o diretor 
e também nas onipresentes redes sociais, de que suas crenças religiosas estão sendo atacadas. “Eu tenho 
direito às minhas crenças”. O diretor concorda com o aluno e força o professor a desistir de ensinar 
Filosofia da Religião. 
Mas o que é exatamente um “direito às minhas crenças”? [...] O direito à crença, nesse caso, 
poderia ser visto como o “direito evidencial”. Alguém tem um direito evidencial à sua crença se estiver 
disposto a fornecer evidências apropriadas em apoio a ela. Mas o que o estudante e o diretor estão 
reivindicando e promovendo não parece ser esse direito, pois isso implicaria precisamente a necessidade 
de pôr as evidencias à prova. 
Parece que o estudante está reivindicando outra coisa, um certo “direito moral” à sua crença, 
como avaliado pelo filósofo americano Joel Feinberg, que trabalhou temas da Ética, Teoria da Ação e 
Filosofia Política. O estudante está afirmando que tem o direito moral de acreditar no que quiser, mesmo 
em crenças falsas. 
Muitas pessoas acham que, se têm um direito moral a uma crença, todo mundo tem o dever de 
não as privar dessa crença, o que envolve não criticá-la, não mostrar que é ilógica ou que lhe falta apoio 
evidencial. O problema é que essa é uma maneira cada vez mais comum de pensar sobre o direito de 
acreditar. E as grandes perdedoras são a liberdade de expressão e a democracia. 
[...] A defesa de uma crença está restrita ao uso de métodos que pertence ao espaço das razões – 
argumentação e persuasão, em vez de força. Você tem o direito de avançar sua crença na arena pública 
usando os mesmos métodos de que seus oponentes dispõem para dissuadi-lo. O pior acontece quando 
crenças se materializam em opinião, e são usadas como substitutas de argumentos, quando o “Eu tenho 
direito às minhas crenças” se transforma em “Eu tenho direito à minha opinião”. Crenças e opiniões não 
são argumentos. Mais precisamente, crenças diferem de opinião, que diferem de fatos, que diferem de 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 79 
argumentos. Um fato é algo que pode ser comprovado verdadeiro. Por exemplo, é um fato que Júpiter é 
o maior planeta do sistema solar tanto em diâmetro quanto em massa. Esse fato pode ser provado pela 
observação ou pela consulta a uma fonte fidedigna. 
Uma crença é uma ideia ou convicção que alguém aceita como verdade, como “passar debaixo de 
uma escada dá azar”. Isso certamente não pode ser provado (ou pelo menos nunca foi). Mas a pessoa 
ainda pode manter sua crença, como vimos, se não pelo “direito evidencial”, apelando para o “direito 
moral”. Ou ainda, pelo mesmo “direito moral”, deixar de acreditar no que ela própria pensa ser evidência, 
como no caso do famoso dito (atribuído a Sancho Pança): “Não creio em bruxas, ainda que existam”. [...] 
 
Fonte: CARNIELLI, Walter. Página Aberta. In: Revista Veja. Edição 2578, ano 51, nº 16. São Paulo: Editora Abril, 2018, p. 64 
(fragmento adaptado). 
Quanto aos aspectos gramaticais, negritados no texto, analise as afirmativas. 
I. Em: “ilógica”, ocorre derivação prefixal, ou seja, à palavra lógica acrescentou-se o prefixo “i”, indicando 
negação. 
II. Em: “certamente”, o sufixo adverbial “-mente” é acrescentado à forma feminina do adjetivo, para 
exprimir circunstância de modo. 
III. Em: “direito evidencial”, o elemento “evidencial” formou-se por derivação sufixal, resultando em um 
adjetivo. 
IV. Em: “persuasão”, o sufixo “-ão” indica a noção de aumentativo. 
 
Assinale a alternativa CORRETA. 
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. 
b) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas. 
c) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas. 
d) Todas as afirmativas estão corretas. 
 
Comentários 
Afirmativa I: correta. A formação de “ilógica” está analisada, na afirmação, de forma correta. 
Afirmativa II: correta. A formação dos advérbios de modo terminados em “-mente” funciona da 
seguinte forma: passa-se o adjetivo para o feminino e insere-se o sufixo “-mente”, por exemplo, com 
“rápido”, que formará “rapidamente”. Dessa forma, temos uma formação sufixal em “certamente”. 
Afirmativa III: correta. O elemento “evidencial” é formado pela inserção do prefixo “-al” ao radical 
“evidenci-“, fundamentado no substantivo “evidência”. Perceba que temos o uso desse mesmo radical em 
“evidenciar”. “Evidência”, por sua vez, é formada por derivação regressiva. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 80 
Afirmativa IV: incorreta. O sufixo encontrado em “persuasão” é classificado, nessa palavra, como 
um sufixo formador de substantivos e não de aumentativo, como apresenta a afirmação. 
Gabarito: B 
 
 23. (UFC/2019) 
Ocorre derivação imprópria no termo destacado em: 
a) “fascinava-a como prodígio mecânico que era” (linhas 04-05). 
b) “avistou aquele pano branco tremulando” (linha 11). 
c) “quão indiferentes passam entre si” (linha 14). 
d) “a fim de que o objeto não chegasse sibilante como um projétil” (linhas 23-24). 
e) “a menina teve a impressão de que ele levava saudades” (linhas 30-31). 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. A forma verbal “era” permanece funcionando como verbo dentro da 
oração subordinada adjetiva em que se encontra. Logo, nesse caso não temos formação por derivação 
imprópria. 
Alternativa B: incorreta. A forma nominal “tremulando”, um gerúndio, indica exatamente a forma 
como o “pano branco” está se comportando. Dessa forma, como indica a ação do pano, não temos 
modificação de classe do verbo em questão. 
Alternativa C: incorreta. O adjetivo “indiferentes” mantém-se com seu valor de adjetivo no 
trecho. Funciona, no caso, como um predicativo do sujeito, uma função sintática típica dos adjetivose 
dos substantivos. 
Alternativa D: correta. O adjetivo “sibilante”, nesse caso, está funcionando como um advérbio. 
Essa forma de utilização é extremamente comum em relações de uso da língua. É bastante comum que 
tenhamos utilização de adjetivos como forma adverbial. 
Alternativa E: incorreta. A palavra “saudades” funciona como objeto direto do verbo “levava”, 
funcionando como substantivo, sua classe de palavra. 
Gabarito: D 
 
 24. (UEMA/2020) 
Leia o texto que segue para responder à questão. 
Manuel Bandeira, autor de Libertinagem (1930), insere-se na primeira Geração do Modernismo no 
Brasil. Sua obra, também influenciada por sua história de vida, rompeu com os padrões rígidos ditados 
pela produção anterior ao Modernismo. Ocupa lugar de relevância na produção poética brasileira no séc. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 81 
XX, sendo um dos poetas conhecidos e estudados na contemporaneidade. Especificamente, Libertinagem 
acompanha o ideário do grupo modernista da Semana de 22. 
 
Lenda brasileira 
A moita buliu. Bentinho Jararaca levou a arma à cara: o que saiu do mato foi o Veado Branco! 
Bentinho ficou pregado no chão. Quis puxar o gatilho e não pôde. 
- Deus me perdoe! 
Mas o Cussaruim veio vindo, veio vindo, parou junto do caçador e começou a comer devagarinho 
o cano da espingarda. 
BANDEIRA, M. Libertinagem. 2 ed. São Paulo: Global, 2013. 
 
O termo “Cussaruim” é uma sinonímia para “diabo”, realizada a partir da aproximação com “coisa-ruim” 
ou “cousa ruim”, expressões populares de certas regiões do Brasil. 
No processo formativo de “Cussaruim”, tem-se a 
a) conversão da categoria adjetiva da palavra em substantivo. 
b) prefixação com total modificação do sentido primitivo da palavra. 
c) aglutinação de dois termos com perda da autonomia fonética de um deles. 
d) junção de termos de origens distintas para formação de vocábulo inusitado. 
e) abreviação de partes das duas palavras, mantendo o significado primitivo das palavras. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. No caso dessa palavra, percebe-se a junção entre as palavras “coisa” e 
“ruim”, com modificação fonética clara do elemento “coisa”. A ideia de conversão de palavra é uma 
relação de derivação imprópria. Perceba que se forma uma nova palavra e não uma relação de 
modificação de palavra já existente com relação à classe. 
Alternativa B: incorreta. No caso dessa palavra, percebe-se a junção entre as palavras “coisa” e 
“ruim”, com modificação fonética clara do elemento “coisa”. Não há nenhum prefixo sendo acrescentado 
em nenhuma das palavras. 
Alternativa C: correta. No caso dessa palavra, percebe-se a junção entre as palavras “coisa” e 
“ruim”, com modificação fonética clara do elemento “coisa”. Essa relação é chamada de composição por 
aglutinação, dada a modificação fonética encontrada na nova palavra. 
Alternativa D: incorreta. No caso dessa palavra, percebe-se a junção entre as palavras “coisa” e 
“ruim”, com modificação fonética clara do elemento “coisa”. Não há, portanto, junção de termos de 
origens distintas. Essa noção seria possível no hibridismo, quando utilizamos elementos de origens 
linguísticas distintas. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 82 
Alternativa E: incorreta. No caso dessa palavra, percebe-se a junção entre as palavras “coisa” e 
“ruim”, com modificação fonética clara do elemento “coisa”. Dessa forma, não podemos afirmar que há 
relação de abreviação de partes de duas palavras, mas duas palavras colocadas juntas. 
Gabarito: C 
 
 25. (FGV-SP/2019.2) 
Dizem todos, e os poetas juram e tresjuram, que o verdadeiro amor é o primeiro; temos estudado 
a matéria, e acreditamos hoje que não há que fiar em poetas: chegamos por nossas investigações à 
conclusão de que o verdadeiro amor, ou são todos ou é um só, e neste caso não é o primeiro, é o último. 
O último é que é o verdadeiro, porque é o único que não muda. As leitoras que não concordarem com 
esta doutrina convençam-me do contrário, se são disso capazes. 
Isto tudo vem para dizermos que Maria-Regalada tinha um verdadeiro amor ao major Vidigal; o 
major pagava-lho na mesma moeda. Ora, D. Maria era uma das camaradas mais do coração de Maria-
Regalada. Eis aí porque falando dela D. Maria e a comadre se mostraram tão esperançadas a respeito da 
sorte do Leonardo. 
Já naquele tempo (e dizem que é defeito do nosso) o empenho, o compadresco eram uma mola 
real de todo o movimento social. 
Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias. 
 
O prefixo que entra na formação do verbo “tresjuram” expressa ideia de a) precisão. 
b) intensificação. 
c) contradição. 
d) atenuação. 
e) negação. 
 
Comentários 
A palavra “tresjuram” tem uma relação muito clara de intensificação. É interessante notar que o 
prefixo “três-“ pode ser entendido exatamente como uma noção numérica que intensifica a ideia de jurar. 
Na realidade, o que temos é a noção de que se jura em quantidade. 
Não é um simples juramento, mas uma relação intensificada de juramento. 
Gabarito: B 
 
 26. (UNEMAT/2019.2) 
Cabelo 
Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 83 
Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada 
Quem disse que cabelo não sente 
Quem disse que cabelo não gosta de pente 
Cabelo quando cresce é tempo 
Cabelo embaraçado é vento 
Cabelo vem lá de dentro 
Cabelo é como pensamento 
Quem pensa que cabelo é mato 
Quem pensa que cabelo é pasto 
Cabelo com orgulho é crina 
Cilindros de espessura fina 
Cabelo quer ficar pra cima 
 
Laquê, fixador, gomalina 
Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada Cabelo, 
cabeleira, cabeluda, descabelada 
Quem quer a força de Sansão 
Quem quer a juba de leão 
Cabelo pode ser cortado 
Cabelo pode ser comprido 
Cabelo pode ser trançado 
Cabelo pode ser tingido 
Aparado ou escovado 
Descolorido, descabelado 
Cabelo pode ser bonito 
Cruzado, seco ou molhado. 
Disponível em: https://www.letras.mus.br/arnaldo-antunes/91446/. Acesso em: mar. 2019. 
 
A letra da canção “Cabelo”, de Jorge Benjor e Arnaldo Antunes, apresenta alguns versos com palavras 
cognatas. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 84 
No texto, são cognatas as palavras: 
a) sente; gosta; cresce; pensa. 
b) tempo; vento; dentro; pensamento. 
c) cabelo; cabeleira; cabeluda; descabelada. 
d) aparado; escovado; descolorido; cruzado. 
e) cortado; cumprido; traçado; tingido. 
 
Comentários 
O conceito de palavras cognatas é extremamente importante para entendermos essa questão. 
Segundo Cegalla, a ideia de “cognatas” está relacionada às palavras que surgem da mesma palavra, ou 
seja, as que apresentam o mesmo radical (inclusive, é sempre interessante lembrar dos famosinhos “falsos 
cognatos” que encontramos em línguas de origem latina, por exemplo, que atrapalham em alguns 
momentos o uso de outra língua). Tendo esse conceito em vista, é interessante perceber que somente na 
letra C temos realmente palavras com mesma origem. Nesse caso, a resposta estava praticamente clara 
no texto motivador, não é mesmo? Contudo, sempre faça a análise completa das alternativas. 
Gabarito: C 
 
 27. (UnB/2017) 
[1] Há aproximadamente mil anos, no auge do Renascimento islâmico, três irmãos em Bagdá 
projetaram um dispositivo que era um órgão automatizado. Eles o chamaram [4] “o instrumento que toca 
sozinho”. O instrumento era basicamente uma caixa de música gigante. O órgão podia ser treinadopara 
tocar várias músicas usando instruções [7] codificadas por meio de pinos colocados em um cilindro 
giratório. Para a máquina tocar uma música diferente, era só trocar um cilindro por outro com uma 
codificação diferente. [10] Esse foi o primeiro instrumento desse tipo. Ele era programável. 
Conceitualmente, esse foi um imenso salto adiante. Toda a ideia de hardware e de software se tornou 
[13] possível com essa invenção. Esse conceito incrivelmente poderoso não veio para nós na forma de um 
instrumento de guerra, de conquista ou de uma necessidade. De forma alguma, [16] ele veio do estranho 
prazer de ver uma máquina tocar música. De fato, a ideia de máquinas programáveis foi mantida viva 
exclusivamente pela música por aproximadamente setecentos [19] anos. 
Existe uma longa lista de ideias e de tecnologias transformadoras que vieram de brincadeiras: os 
museus [22] públicos, a borracha, a teoria das probabilidades, o negócio de seguros e muito mais. A 
necessidade nem sempre é a mãe da invenção. Um estado de espírito lúdico é fundamentalmente [25] 
exploratório e busca novas possibilidades no mundo ao seu redor. Devido a essa busca, muitas 
experiências que começaram como simples prazer e diversão, por fim, [28] resultaram em grandes 
avanços. 
Stephen Johnson. O paraíso lúdico por trás das grandes invenções. Internet: <www.ted.com>. 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 85 
Tomando como base o fragmento de texto acima, julgue o item. 
A palavra “busca” (l.26) é formada pelo mesmo processo de derivação a partir do qual se forma a palavra 
a) “programável” (l.11). 
b) “invenção” (l.13). 
c) “conquista” (l.15). 
d) “necessidade” (l.15). 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. A palavra “busca” é formada pela chamada derivação regressiva, em que, 
como vimos, são retirados elementos de um verbo para formar um substantivo. Como “busca” vem de 
“buscar”, temos regressiva. No caso de “programável”, temos uma relação de sufixação, uma vez que há 
a entrada do sufixo “vel” ao tema “programa”, com indicação de que se forma um adjetivo. 
Alternativa B: incorreta. A palavra “invenção” é formada por sufixação, com a entrada do sufixo “-
ção” ao radical “inven-“. Ainda que a palavra “inventar” possa ser entendida como a origem desse 
substantivo, não é por meio da regressiva que a formação ocorre, mas por sufixação. 
Alternativa C: correta. A palavra “conquista”, assim como a palavra “busca” é formada pelo 
chamado processo de “derivação regressiva”. Como explicado na alternativa A, esse processo relaciona 
verbo e substantivo. No caso de “conquista”, temos a relação clara com o verbo “conquistar”, que perde 
elemento e forma o substantivo. 
Alternativa D: incorreta. A palavra “necessidade” é forma pelo processo de sufixação, uma vez que 
temos a entrada de um sufixo, “-idade”, em um radical “necess-“. Perceba que o sufixo “-idade” não temos 
nenhuma relação com a ideia de “etária”, como em alguns momentos vocês pensam. É um sufixo que 
serve para formar substantivos muito produtivo na língua portuguesa. 
Gabarito: C 
 
 
Textos para as questões de 28 a 31. 
 
Texto I 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 86 
 
 
Texto II 
Sem merenda: quando férias escolares significam fome no Brasil 
“Me corta o coração eles quererem um pão e eu não ter. Já coloquei os meninos na escola pra isso 
mesmo, por causa da merenda. Um pouquinho de arroz sempre alguém me dá, mas nas férias complica”, 
afirma Alessandra, que, desempregada, coleta latinhas na favela de Paraisópolis, em São Paulo, onde 
mora. [...] 
O drama de Alessandra não é incomum. As férias escolares, quando muitas crianças deixam de ter 
o acesso diário à merenda, intensificam a vulnerabilidade social de muitas famílias em todo o país. Embora 
variem em conteúdo e qualidade (às vezes, são apenas bolacha ou pão, em outras, são refeições 
completas de arroz, feijão, legumes e carne), as merendas ocupam função importante no dia a dia de 
certos alunos. Para essas crianças, nos períodos sem aulas é que a fome, uma ameaça ao longo de todo 
ano, torna-se uma realidade a ser enfrentada. [...] 
Embora não haja estudos nacionais que indiquem o tamanho da insegurança alimentar durante o 
período de férias escolares, uma série de indicadores comprova a evolução da pobreza no país e o modo 
como ela incide sobre as crianças. 
De acordo com a Fundação Abrinq, que fez cálculos, a partir de dados do IBGE, 9 milhões de 
brasileiros entre zero e 14 anos do Brasil vivem em situação de extrema pobreza. O Sistema de Vigilância 
Alimentar e Nutricional do Ministério da Saúde (Sisvan) identificou, no ano retrasado, 207 mil crianças 
menores de cinco anos com desnutrição grave no Brasil. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 87 
A mais recente pesquisa de Segurança Alimentar do IBGE, de 2013, apontava que uma a cada cinco 
famílias brasileiras tinha restrições alimentares ou preocupação com a possibilidade de não ter dinheiro 
para pagar comida. 
Se a pesquisa fosse feita hoje, a família da faxineira Marinalva Maria de Paula, de 57 anos, se 
enquadraria nessa condição. Com uma renda de R$ 360,00 mensais para três adultos e uma criança, ela 
se vê cotidianamente frente a decisões dramáticas: “Se eu pagar a prestação do apartamento ou a conta 
de água, não temos o que comer’’. [...] 
O fenômeno que acontece na casa da faxineira já havia sido identificado pelo Instituto Brasileiro 
de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) em 2008, quando um terço dos titulares do Bolsa Família 
declaravam em pesquisa que a alimentação da família piorava durante as férias escolares. [...] 
Marinalva não consegue emprego formal há quatro anos. Ela está muito longe de atingir a renda 
mínima familiar, estimada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos 
(Dieese) em R$ 4.214,62, para suprir sem carências as necessidades com alimentação, moradia, saúde, 
educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência dos quatro integrantes da casa. O valor, 
calculado em julho, equivale a aproximadamente quatro vezes o salário-mínimo atual, de R$ 998,00. 
Fonte: IDOETA, Paula Adamo; SANCHES, Mariana. In: BBC News Brasil. 15 jul. 2019. Disponível em: 
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-48953335. Acesso em: 09 agost. 2019. (texto adaptado). 
 
 28. (UFT/2020/Tarde) 
Sobre os vocábulos: “incomum” e “insegurança”, presentes no texto II, analise as afirmativas. 
e. Nos vocábulos, o prefixo “in-“ denota sentido de negação. 
II. Os vocábulos passaram por derivação parassintética, com a anexação concomitante de afixos aos 
substantivos. 
III. Os vocábulos são formados pelo processo de derivação, ou seja, quando se obtém uma palavra 
nova (derivada), pela anexação de afixos à palavra primitiva. 
IV. Na formação dos vocábulos, ambos sofreram alterações em sua estrutura pelos prefixos, 
provocadas pelo fenômeno da assimilação. 
 
Assinale a alternativa CORRETA. 
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. 
b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. 
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas 
d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas. 
 
Comentários 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 88 
Afirmativa I: correta. O prefixo “in-“, nos dois casos, indica realmente negação. Essa leitura é clara 
quando pensamos que “incomum” deve ser entendido como algo não comum, que foge àquilo que é 
entendido como comum. Da mesma forma, em “insegurança”, temos a inexistênciada segurança. 
Afirmativa II: incorreta. No caso de “insegurança”, temos a formação ocorrendo por prefixação e 
sufixação e não parassíntese. Há entrada do prefixo “in-“ e do sufixo “-ança”, ambos adicionados ao radical 
“segur-“. Note que, mais uma vez, nosso teste de retirada funcionou. Em “incomum”, por sua vez, temos 
o processo de prefixação. 
Afirmativa III: correta. Os dois vocábulos são formados, realmente, por derivação, uma vez que o 
primeiro é prefixação e sufixação e o segundo prefixação. Esses são processos em que se adicionam afixos 
a um radical. 
Afirmativa IV: incorreta. Ainda que tenhamos realmente a entrada de prefixos nas duas palavras, 
não ocorre por assimilação. A assimilação é um processo fonético em que temos a modificação fonética 
de um elemento por proximidade a outro som, como ocorre, por exemplo, em “chamam-no”, forma 
correta de construção de “chamam-lo”. Nesse caso, a nasalidade do “m” obriga a transformação do L em 
N. Note que, em nenhuma das palavras, ocorre esse processo. 
Gabarito: B 
 
 29. (Inédita – Professor Wagner Santos) 
A palavra “desperdiçado” (Texto I) é formada pelo mesmo princípio formativo de: a) Embora. 
b) Emagrecimento. 
c) Beijo. 
d) Inconstitucional. 
e) Desclonagem. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. A palavra “embora”, em contextos como “Vou embora daqui agora”, é 
formada por composição por aglutinação, uma vez que temos uma relação de origem em “em boa hora”. 
Dessa forma, não é o mesmo processo de formação do encontrado em “desperdiçado”. 
Alternativa B: correta. A palavra “emagrecimento”, assim como “desperdiçado”, é formada por 
derivação parassintética. Perceba que “magrecimento” ou “emagrec” não apresentam existência 
autônoma. Nunca se esqueça do nosso teste de existência das palavras sem os afixos. 
Alternativa C: incorreta. A palavra “beijo” é formada a partir do verbo “beijar”, com perda de 
elemento no original e modificação somente fonética em “beijo”. Dessa forma, temos uma construção 
claramente de derivação regressiva. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 89 
Alternativa D: incorreta. A palavra “inconstitucional” é uma construção formada por derivação 
prefixal e sufixal. Perceba que temos o prefixo “in-“, o radical “constitu-“ (de constituição) e o sufixo “-
cional”. Como podemos ter a palavra “constitucional”, em nosso teste, percebemos que não é uma 
formação parassintética, como em “desperdiçado”. 
Alternativa E: incorreta. A palavra “desclonagem” é uma construção formada por derivação 
prefixal e sufixal. Perceba que temos o prefixo “des-“, o radical “clon-“ e o sufixo “agem”. Como podemos 
ter a palavra “clonagem”, em nosso teste, percebemos que não é uma formação parassintética, como em 
“desperdiçado”. 
Gabarito: B 
 
 30. (Inédita – Professor Wagner Santos) 
Tendo em mente que a palavra “merenda” é derivada do verbo “merecer”, do latim merere, seu processo 
de formação deve ser classificado como 
a) derivação prefixal. 
b) abreviação. 
c) derivação sufixal. 
d) derivação imprópria. 
e) derivação regressiva. 
 
Comentários 
O substantivo “merenda”, por ter se originado do verbo “merecer”, com alteração para sua 
construção, é formado por sufixação (também chamada de “derivação sufixal”). Isso fica claro pelo fato 
de termos o sufixo “-nda”, que forma substantivos, sendo acrescido ao radical “mere-“. É interessante 
notar que é do substantivo merenda que passaremos a ter o verbo “merendar”, considerado, durante 
muito tempo, um uso coloquial e não recomendado da língua. Inclusive, há regiões do país em que esse 
verbo é utilizado em lugar de jantar com muita, mas muita produtividade. Na Bahia, por exemplo, é verbo 
corrente e facilmente compreendido. 
Gabarito: E 
 
 31. (Inédita – Professor Wagner Santos) 
O verbo “enquadrar” – que significa “ser colocado em quadro”, ou seja, ser colocado em um determinado 
contexto – não apresenta a mesma forma de formação da apresentada em a) envernizar. 
b) anoitecer. 
c) fototoxidade. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 90 
d) abençoar. 
e) engaiolar. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. O verbo “envernizar”, assim como “enquadrar”, é formado por derivação 
parassintética, como demonstra nosso teste maroto de retirada de afixos para certificar-se do processo. 
Alternativa B: incorreta. O verbo “anoitecer”, assim como “enquadrar”, é formado por derivação 
parassintética, como demonstra nosso teste maroto de retirada de afixos para certificar-se do processo. 
Alternativa C: correta. A palavra “fototoxidade” é formada por derivação prefixal e sufixal, dado 
que o prefixo “foto” foi adicionado, assim como o sufixo “idade”, ao radical “tox”. Em nosso teste, quando 
retiramos o prefixo “foto”, a palavra “toxidade” apresenta-se como uma palavra autônoma. Logo, temos 
uma relação de prefixação e sufixação e não de parassíntese. 
Alternativa D: incorreta. O verbo “abençoar”, assim como “enquadrar”, é formado por derivação 
parassintética, como demonstra nosso teste maroto de retirada de afixos para certificar-se do processo. 
Alternativa E: incorreta. O verbo “engaiolar”, assim como “enquadrar”, é formado por derivação 
parassintética, como demonstra nosso teste maroto de retirada de afixos para certificar-se do processo. 
Gabarito: C 
 
 32. (Unifor/2003) 
A série em que todas as palavras têm o mesmo radical é 
a) idoso – idôneo – ídolo 
b) doméstico – domicílio – domesticar 
c) popular – pluvioso – público 
d) senil – semelhante – senhor 
 
Comentários 
Mais uma questão em que temos a análise de palavras cognatas. Perceba que somente na letra B 
temos as palavras formadas a partir do mesmo radical. Dessa forma, temos a seguinte análise das palavras: 
• Doméstico: radical “dom” e sufixo “-éstico”. 
• Domicílio: radical “dom” e sufixo “-icílio” 
• Domesticar: radical “dom” e sufixo “-esticar”. 
Todas as palavras estão relacionadas com “casa”. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 91 
Gabarito: B 
 
 33. (Unicamp/2020) 
Leia o texto a seguir e responda à questão. 
O telejornalismo é um dos principais produtos televisivos. Sejam as notícias boas ou ruins, ele 
precisa garantir uma experiência esteticamente agradável para o espectador. Em suma, ser um 
“infotenimento”, para atrair prestígio, anunciante e rentabilidade. Porém, a atmosfera pesada do início 
do ano baixou nos telejornais: Brumadinho, jovens atletas mortos no incêndio do CT do Flamengo, notícias 
diárias de feminicídios, de valentões armados matando em brigas de trânsito e supermercados. 
Conjunções adversativas e adjuntos adverbiais já não dão mais conta de neutralizar o tsunami de tragédias 
e violência, e de amenizar as más notícias para garantir o “infotenimento”. No jornal, é apresentada 
matéria sobre uma mulher brutalmente espancada, internada com diversas fraturas no rosto. Em frente 
ao hospital, uma repórter fala: “mas a boa notícia é que ela saiu da UTI e não precisará mais de cirurgia 
reparadora na face...”. Agora, repórteres repetem a expressão “a boa notícia é que...”, buscando alguma 
brecha de esperança no “outro lado” das más notícias. 
(Adaptado de Wilson R. V. Ferreira, Globo adota “a boa notícia é que...” para tentar se salvar do baixo astral nacional. 
Disponível em https://cinegnose. Blogs pot.com/2019/02/globo-adotaboa-noticia-e-que-para.html. Acessado em 01/03 
/2019.) 
 
Para se referir a matérias jornalísticas televisivas que informam e, ao mesmo tempo, entretêm os 
espectadores, o autor cria um neologismo por meio de 
a) derivação prefixal. 
b) composição por justaposição.c) composição por aglutinação. 
d) derivação imprópria. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. A palavra “infotenimento” é formada, como analisado na alternativa C, 
por meio de aglutinação, uma relação de composição e não de derivação. 
Alternativa B: incorreta. A palavra “infotenimento” é formada, como analisado na alternativa C, 
por meio de aglutinação. Não temos uma relação de justaposição porque há alteração fonética em, ao 
menos, um dos radicais. Não se esqueçam de que temos justaposição quando somente colocamos juntos 
dois radicais, sem qualquer forma de alteração fonética. 
Alternativa C: correta. A palavra “infotenimento” une as palavras “informação” e 
“entretenimento”. Como usa dois radicais, temos um processo de formação por composição, com 
modificação fonética nos dois radicais (ainda que só precisemos de alteração em um só para termos 
aglutinação). Dessa forma, temos a construção de uma composição por aglutinação. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 92 
Alternativa D: incorreta. A palavra “infotenimento” é formada, como analisado na alternativa C, 
por meio de aglutinação, uma relação de composição e não de derivação. 
Gabarito: C 
 
 34. (PUC-PR/Verão 2020) 
Leia o texto que segue e responda à questão. 
O que você faz à noite, fora do trabalho, pode ter uma influência positiva em sua carreira. Pelo 
menos é o que concluiu uma pesquisa realizada por professores da Austrália, da China e de Hong Kong, 
publicada na revista científica Journal of Applied Psychology. 
Durante dez dias, os estudiosos mapearam os hábitos de 183 funcionários chineses de diferentes 
empresas e ocupações. Os participantes precisavam responder, três vezes ao dia, como se sentiam em 
relação a seu trabalho. Os dados indicaram que os que mantinham hobbies noturnos mostravam-se mais 
proativos no dia seguinte. Já os que cumpriam obrigações domésticas ou levavam tarefas do escritório 
para casa sentiam-se mais enfadados. 
O resultado não é sem razão. “Quando você faz algo que gosta, está adquirindo conhecimento e 
experiências para se tornar um profissional melhor. São aprendizados para a vida como um todo”, afirma 
Nélio Bilate, consultor de desenvolvimento humano e organizacional. 
Disponível em: https://exame.abril.com.br/carreira/diga-me-seu-hobby-que-direi-o-quanto-produz-notrabalho/. Acesso em: 
10/08/2019. 
 
Sobre a formação de algumas palavras do texto, leia as afirmativas a seguir e assinale V para as verdadeiras 
e F para as falsas. 
 
( ) “Desenvolvimento” e “enfadados” são vocábulos formados por derivação parassintética. 
( ) Os sufixos de “participantes”, “consultor” e “chineses” expressam o mesmo valor semântico. 
( ) Os substantivos “pesquisa” e “trabalho” formaram-se por derivação regressiva a partir de verbos. 
( ) “Científica”, “conhecimento” e “estudiosos” são adjetivos formados por sufixação. 
 
Assinale a alternativa que completa CORRETAMENTE os parênteses, de cima para baixo. a) F – F – V – 
F. 
b) F – V – V – V. 
c) V – V – F – V. 
d) V – V – F – F. 
e) V – F – F – V 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 93 
 
Comentários 
Alternativa I: falsa. Ainda que “enfadados” seja formado por parassíntese, “desenvolvimento” é 
formado por derivação sufixal. 
Alternativa II: falsa. Nesse caso, temos o prefixo “-ntes” como formador de substantivo com valor 
de agente. O prefixo “-or” é considerado um formador de profissão. Por fim, o prefixo “-eses” é formador 
de elemento pátrio. Dessa forma, temos três valores diferentes, diferente do que se afirma na questão. 
Alternativa III: verdadeira. “Pesquisa” é formada a partir do verbo “pesquisar” que, com perda de 
elemento, dá origem ao substantivo. Derivação regressiva, nesse caso. O mesmo ocorre com relação a 
“trabalho”, oriunda do verbo “trabalhar”. Sempre é importante destacar que não temos problema com a 
troca do “a” pelo “o” como vogal temática do substantivo. 
Alternativa IV: falsa. Ainda que todos os vocábulos sejam formados por sufixação, o erro da 
alternativa está na classificação da classe de palavra a que pertenceriam. Não temos, no caso, todos os 
vocábulos como adjetivos. Somente “científica” e “estudiosos” são classificados dessa forma. 
“Desenvolvimento” é um substantivo. 
Gabarito: A 
 
A partir do texto a seguir, faça o que se pede nas questões de 35 a 37. 
 
Leia o texto para responder à questão. 
O leitor encontra, neste belo número da Revista Katálysis, um panorama rico, denso e qualificado 
do que vem ocorrendo no mundo do trabalho hoje, com seus traços de “continuidade” e 
“descontinuidade”, num período em que o capitalismo aprofundou ainda mais as penalizações que está 
impondo ao universo laborativo, onde o “novo” e o “velho” se (re)configuram a partir da nova Divisão 
Internacional do Trabalho (DIT), que se reestruturou nas últimas décadas. [...] 
Se a Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX, legou-nos um enorme processo de 
“desantropomorfização do trabalho” (Lukács); se o século XX pode ser caracterizado pelo que Braverman 
definiu como sendo a “era da degradação do trabalho”, as últimas décadas do século passado e os inícios 
do atual vêm presenciando a generalização de “outras formas e modalidades de precarização”, [...] aquela 
responsável pela geração do cybertariado (Ursula Huws), uma nova força de trabalho global que mescla 
intensamente “informatização” com “informalização”.[...] 
As consequências são fortes: nesta fase de desmanche, estamos presenciando o derretimento dos 
poucos laços de sociabilidade, [...] sem presenciarmos uma ampliação da vida dotada de sentido, nem 
“dentro” e nem “fora” do trabalho. A vida se consolida, cada vez mais, como sendo desprovida de sentido 
no trabalho e, por outro lado, estranhada e fetichizada* também “fora” do trabalho, exaurindo-se no 
mundo sublimado do consumo (virtual ou real), ou na labuta incansável pelas qualificações de todo tipo, 
que são incentivadas como antídoto [...] para não perder o emprego daqueles que o têm. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 94 
É por isso que estamos presenciando uma desconstrução sem precedentes do trabalho em toda a 
era moderna, ampliando os diversos modos de ser da precarização e do desemprego estrutural. Resta 
para a “classe-que-vive-do-trabalho” oscilar, ao modo dos pêndulos, entre a busca de qualquer “labor” e 
a vivência do desemprego. 
Este número especial da Revista Katálysis, dedicado às novas configurações do trabalho na 
sociedade capitalista, é uma contribuição efetiva para a linhagem crítica, atualizada e original, tanto pelos 
temas selecionados, quanto pela qualidade e competência dos colaboradores presentes, ajudando a 
descortinar tantos elementos que configuram a “nova morfologia do trabalho”, seus dilemas e desafios. 
 
Ricardo Antunes, Editorial da Revista Katálysis, n.2, 2009. https://tinyurl.com/y6nchqmr Acesso em: 19.10.2019. 
Adaptado. 
*fetichizar: ação de admirar exageradamente, irrestritamente, incondicionalmente uma pessoa ou coisa. 
 
 35. (FATEC/2020.1) 
Os termos “continuidade”, “desconstrução” e “desmanche” são palavras constituídas por diferentes 
processos de formação de palavras. 
Assinale a alternativa cujas palavras são formadas, respectivamente, pelos mesmos processos dos 
vocábulos apresentados no enunciado. 
a) Idade, endeusar e venda. 
b) Vivência, rememoração e renúncia. 
c) Morosidade, entardecer e aguardente. 
d) Idealismo, vivenciamento e desmantelar. 
e) Porosidade, descontinuamente e remontar. 
 
Comentários 
Os vocábulos em destaque na questão são formados pelos seguintesprocessos: 
• Continuidade: é formado pelo processo de derivação sufixal, com a entrada do sufixo “-
idade”. Mesmo processo de “vivência” (B). 
• Desconstrução: é formado pelo processo de prefixação e sufixação. São acrescidos ao 
radical o prefixo “des-“ e o sufixo “-ção”. Como a palavra “construção” existe, temos nosso 
teste funcionando para determinação de prefixação e sufixação. Mesmo processo de 
“rememoração” (B). 
• Desmanche: é formado pelo processo de derivação regressiva. Nesse caso, é advindo do 
verbo “desmanchar”. O mesmo encontramos em “renúncia” (B), advindo do verbo 
“renunciar”. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 95 
Gabarito: B 
 
 36. (Inédita – Professor Wagner Santos) 
O vocábulo “desantropomorfização”, encontrado no texto em questão, é formado por prefixação e 
sufixação. A análise correta de significados é encontrada em: 
a) O prefixo “des-“ apresenta, no contexto, uma relação de negação do restante da palavra. 
b) O sufixo “-ização” é, nesse caso em específico, formador de adjetivo aplicado somente a humanos. 
c) A palavra, com relação à sua formação, passa a significar, no contexto, o abandono da humanidade da 
sociedade. 
d) O radical da palavra é “antrop-“ e guarda, em si, a significação de “homem”, no sentido humano. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. Nesse caso, ainda que o prefixo “des-“ possa funcionar como um prefixo 
de negação, no contexto passa a significar a ideia de “construir de uma outra forma”. Ainda que pensemos 
com relação à negação, o que temos é uma noção de retrocesso, no contexto. 
Alternativa B: incorreta. O sufixo em questão é considerado um formador de substantivos e não 
de adjetivos. Dessa forma, essa alternativa está incorreta. 
Alternativa C: incorreta. No texto, a palavra em destaque tem relação com o fato do trabalho 
perder sua condição de desempenhado por seres humanos, passando à mecanização e ao uso da 
tecnologia em substituição ao homem. 
Alternativa D: correta. O radical da palavra é, como indicado, “antrop-“, que designa a ideia de 
“homem” no sentido de ser humano e não no sentido de gênero. A alternativa, então se mostra como 
verdadeira. 
Gabarito: D 
 
 37. (Inédita – Professor Wagner Santos) 
No texto, as palavras “informatização” e “informalização” devem ser entendidas como 
a) de sentidos diferentes, apesar do mesmo processo de formação de palavras. 
b) de mesmo significado, dado que apresentam mesmo processo de formação. 
c) complementares, quanto ao sentido, no contexto apresentado no texto. 
d) neologismos criados pelo autor para comprovar a tese apresentada no texto. 
e) antônimos formados para marcar a incoerência do momento abordado no texto. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 96 
Comentários 
Alternativa A: correta. As duas palavras são formadas por derivação sufixal, contudo, como 
apresenta a alternativa, não se aproximam quando ao significado, uma vez que em “informatização” 
significa utilizar informática para o trabalho. Por outro lado, em “informalização”, temos a relação de 
tornar o trabalho algo informal. 
Alternativa B: incorreta. As palavras não apresentam os mesmos significados, como indicado na 
alternativa. Os sentidos estão relacionados com informática e informal, respectivamente. 
Alternativa C: incorreta. As palavras apresentam significados diferentes e não devem ser 
entendidas como formando uma complementariedade para as ideias do texto. Perceba que são palavras 
que se encaixam na argumentação do autor. 
Alternativa D: incorreta. Os dois elementos não são neologismos criados pelo autor. Ainda que 
tenham relação direta com os argumentos utilizados para defesa da tese, não podemos entendê-las como 
neologismos. 
Alternativa E: incorreta. As duas palavras em questão não são opostas. Dessa forma, ainda que 
tenhamos palavras de sentidos distintos, não podemos classificá-las como opostas quanto ao sentido. 
Gabarito: A 
 
 38. (FGV-SP/2019 – Economia – Tarde) 
Leia o texto para responder à questão. 
O sertanejo, assoberbado de reveses, dobra-se, afinal. 
Passa, certo dia, à sua porta, a primeira turma de “retirantes”. Vê-a, assombrado, atravessar o 
terreiro, miseranda, desaparecendo adiante numa nuvem de poeira, na curva do caminho... No outro dia, 
outra. E outras. É o sertão que se esvazia. 
Não resiste mais. Amatula-se num daqueles bandos, que lá se vão caminho em fora, debruando de 
ossadas as veredas, e lá se vai ele no êxodo penosíssimo para a costa, para as serras distantes, para 
quaisquer lugares onde o não mate o elemento primordial da vida. 
Atinge-os. Salva-se. 
Passam-se meses. Acaba-se o flagelo. Ei-lo de volta. Vence-o saudade do sertão. Remigra. E torna 
feliz, revigorado, cantando; esquecido de infortúnios, buscando as mesmas horas passageiras da ventura 
perdidiça e instável, os mesmos dias longos de transes e provações demoradas. 
(Euclides da Cunha. Os Sertões) 
 
Considere as passagens: 
• Vê-a, assombrado, atravessar o terreiro, miseranda, desaparecendo adiante numa nuvem de 
poeira... (2° parágrafo); 
• Remigra. E torna feliz, revigorado, cantando... (5° parágrafo). 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 97 
 
Nos vocábulos destacados, os prefixos expressam, respectivamente, sentidos de a) negação, 
retorno e reforço. 
b) ausência, repetição e recuo. 
c) afastamento, recuo e intensidade. 
d) repetição, retrocesso e repetição. 
e) excesso, repetição e oposição. 
 
Comentários 
Os prefixos das palavras destacadas devem ser analisados da seguinte forma: 
• Desaparecendo: o prefixo “des-“ apresenta o valor de algo que deixou de aparecer, ou seja, 
algo que não mais aparece. Dessa forma, temos a construção de significado de negação 
trazida por esse prefixo. 
• Remigra: essa é a palavra pega para essa questão. Como “remigrar” pode parecer a ideia 
de migrar novamente, precisamos do contexto para que entendamos o valor do “re-“. A 
ideia apresentada, no contexto, é a de que o sertanejo retorna à sua terra. 
• Revigorado: por fim, o prefixo “re-“ apresenta a ideia de um vigor reforçado. Novamente 
pode parecer que temos a leitura de uma palavra com valor de repetição. Contudo, a ideia 
de reforço se apresenta mais clara, dado que o vigor é reforçado em quem se apresenta 
revigorado. 
Gabarito: A 
 
39. (UnB/2019) Os nem-nem: dois em cada 10 jovens brasileiros não estudam nem trabalham 
Uma pesquisa do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revela que 23% (dois em cada 
dez) dos jovens brasileiros não estudam nem trabalham: são os chamados jovens nem-nem. A maior parte 
desse grupo são [5] mulheres de baixa renda. O número corresponde a um dos maiores percentuais de 
jovens nessa situação entre nove países da América Latina e do Caribe. Outros 49% dos jovens se dedicam 
exclusivamente a estudo ou capacitação, 13% só trabalham e 15% trabalham e estudam ao mesmo [10] 
tempo. 
 
Internet: www.economia.uol.com.br (com adaptações). 
 
 
O termo “nem-nem”, presente no título do texto, é formado por meio da 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 98 
a) atribuição de novo significado a palavra composta já dicionarizada. 
b) derivação de vocábulo a partir da inserção de sufixo ao segundo termo. 
c) inclusão de palavra de outra língua no vocabulário da língua portuguesa. 
d) combinação de palavras já existentes na língua portuguesa. 
 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. A palavra é um neologismo e não uma palavra composta quejá exista na 
língua portuguesa. É interessante notar que a noção de dicionarização está relacionada diretamente à 
aceitação da palavra como parte da língua. 
Alternativa B: incorreta. Nesse caso, duplicamos a palavra para que tenhamos um significado novo. 
Não podemos entender a formação por sufixação, uma vez que a palavra é simplesmente repetida. 
Alternativa C: incorreta. Não temos relação de estrangeirismo nessa construção, uma vez que 
“nem” é uma palavra do português. 
Alternativa D: incorreta. A palavra de “nem-nem” é formada a partir de uma relação clara de 
repetição da palavra “nem”, com a construção de significado interessante de duas negações, relacionadas 
com a ideia de que não trabalham, nem estudam. 
Gabarito: D 
 
 40. (Unit-SE/2019.1 Medicina) 
 
Sobre os elementos linguísticos que compõem o provérbio, está incorreto o que se afirma em 
a) A partícula “A” determina o substantivo “persistência”, e o artigo “o” substantiva o adjetivo 
“impossível”. 
b) As palavras “persistência” e “impossível” são acentuadas por serem paroxítonas terminadas, 
respectivamente, em -ia, ditongo crescente, e em -l. 
c) As expressões “A persistência” e “o impossível” exercem diferentes funções sintáticas, embora 
tenham como núcleos termos flexionados no mesmo número e gênero. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 99 
d) A forma verbal “realiza” expressa uma ação contínua, pertence a um verbo regular da primeira 
conjugação, que recebe a classificação de transitivo direto. 
e) O vocábulo “impossível”, formado por derivação prefixal, no contexto frásico em análise, também 
passa a fazer parte do grupo dos chamados derivados impróprios. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. O substantivo “persistência” é feminino, como indica o artigo que o 
precede. Nesse caso, não há substantivação, dado que é um substantivo. Por outro lado, a colocação do 
artigo diante do adjetivo “impossível” indica que ele está sendo usado como um objeto direto. 
Alternativa B: incorreta. As regras de acentuação das duas palavras estão corretas. São duas 
paroxítonas acentuadas pelo que aponta a alterantiva. 
Alternativa C: correta. Ainda que os dois realmente tenham funções sintáticas diferentes, seus 
núcleos apresentam-se em gêneros diferentes, dado que “persistência” é uma palavra feminina, enquanto 
“impossível” é flexionado no masculino, dada a marca de artigo apresentada. A persistência é o sujeito da 
expressão verbal realiza, que seleciona, como objeto direto, o impossível. 
Alternativa D: incorreta. A forma verbal em questão faz parte da conjugação do verbo “realizar”, 
primeira conjugação e, no texto, realmente indica uma ação repetida com frequência. É interessante notar 
que o verbo é classificado como transitivo direto. 
Alternativa E: incorreta. A palavra “impossível” é realmente formada por derivação prefixal. Como 
está substantivada pelo artigo, como visto na alternativa A, passa a ser um vocábulo com derivação 
imprópria dentro do contexto. 
Gabarito: C 
 
 41. (EN/2019) 
Assinale a opção cujo termo destacado exemplifica o mesmo processo de formação de palavras observado 
em: “Há também os grandes clássicos, os romances que todos amamos e queremos ter ao alcance da 
mão.” 
a) Ler, sem dúvida, é uma atividade prazerosa e de estorço intelectual. 
b) Os estudantes apreciaram o vídeo com entrevistas de antigos escritores. 
c) Seria lamentável, realmente, a morte dos livros impressos em papel. 
d) Um livro escolar de boa qualidade consegue esclarecer as dúvidas dos estudantes. 
e) Acreditamos que a leitura de um bom livro seja um dos melhores passatempos. 
 
Comentários 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 100 
Alternativa A: correta. O verbo “ler” é um verbo que se apresenta em forma substantivada, dado 
que se apresenta como o sujeito da forma verbal “é”. Normalmente, essa substantivação ocorre por meio 
da inserção de um artigo diante de si. Contudo, como desempenha função de sujeito, uma função 
substantiva, podemos entender que há modificação de classe dentro do contexto. 
Alternativa B: incorreta. A palavra “vídeo” é um substantivo, e está sendo usada como substantivo 
no contexto, sem passar por processo de derivação imprópria, como ocorre com “clássicos” no enunciado 
da questão. 
Alternativa C: incorreta. A palavra “morte” é um substantivo, e está sendo usada como substantivo 
no contexto, sem passar por processo de derivação imprópria, como ocorre com “clássicos” no enunciado 
da questão. 
Alternativa D: incorreta. O verbo esclarecer é formado por parassíntese e no contexto não se 
apresenta em outra classe, como ocorre com a palavra “clássicos” do enunciado. 
“Consegue esclarecer” é uma locução verbal e não contém redução. 
Alternativa E: incorreta. A palavra passatempos é formada pelo processo de justaposição e não por 
derivação imprópria, como acontece com “clássicos”, no enunciado da questão. 
Gabarito: A 
 
42. (Unifesp/2019) Pela extensão e por não ser necessário à resolução da questão, o texto utilizado 
foi suprimido do material. 
 
Derivação regressiva: formação de palavras novas pela redução de uma palavra já existente. 
A redução se faz mediante supressão de elementos terminais (sufixos, desinências). 
(Celso Pedro Luft. Gramática resumida, 2004.) 
 
Constitui exemplo de palavra formada pelo processo de derivação regressiva o termo sublinhado em: 
a) “Sabia-se confusamente que a doida tinha sido moça igual às outras no seu tempo remoto” 
b) “E a boca inflamada, soltando xingamentos, pragas, numa voz rouca.” 
c) “Os três garotos desceram manhã cedo, para o banho e a pega de passarinho.” 
d) “A doida habitava um chalé no centro do jardim maltratado.” 
e) “O sentimento de que a doida carregava uma culpa, que sua própria doidice era uma falta grave” 
 
Comentários 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 101 
Alternativa A: incorreta. Nesse caso, temos um substantivo classificado como primitivo. A mudança 
de gênero não indica que temos derivação. Não é derivada do verbo “moçar”, que, por incrível que pareça, 
existe. 
Alternativa B: incorreta. Nesse caso, temos um substantivo classificado como primitivo. 
Nada indica que temos derivação. 
Alternativa C: correta. O substantivo “pega” é formado claramente por derivação regressiva, uma 
vez que temos uma relação clara entre o verbo “pegar”, que perde elementos para a formação do 
substantivo “pega”. Inclusive, faz todo o sentido o uso dos adolescentes com relação a “dar uns pegas”. 
Há explicação lógica para o uso. 
Alternativa D: incorreta. Nesse caso, temos um substantivo classificado como primitivo. 
Nada indica que temos derivação. 
Alternativa E: incorreta. Nesse caso, temos um substantivo classificado como primitivo. 
Nada indica que temos derivação. 
Gabarito: C 
 
 43. (PUC/PR/2018) 
Leia a seguir. 
Pergunta: Estou fazendo reeducação alimentar e incluí na minha dieta um suco detox, de limão com salsa. 
Qual sua opinião sobre os sucos detox? 
Resposta: Os sucos são cheios de nutrientes, vitaminas e minerais. Mas não existe nenhum artigo 
científico que prove que um suco pode desintoxicar o corpo. Nosso organismo tem mecanismos para 
eliminar eventuais toxinas. O fígado é um órgão extremamente eficiente para realizar essa função. O 
melhor mesmo você sabe: movimento físico regular. O resto é ter equilíbrio em tudo, até na hora de beber 
seu suco natural (e não detox). 
Disponível em: https://epoca.globo.com/saude/marcio-atalla/noticia/2017/04/os-sucos-detox-funcionam.html. Acesso em: 
20/02/2018. 
 
A formação de palavras emnossa língua aciona vários mecanismos a que todo falante nativo tem acesso, 
mesmo sem perceber. 
Sobre esses processos e os elementos envolvidos nele em relação às palavras destacadas no texto 
anterior, assinale a alternativa CORRETA. 
a) O sufixo presente em “alimentar” é responsável pela formação de verbos de primeira conjugação 
a partir de substantivos concretos. 
b) A palavra “resto” foi formada por derivação regressiva a partir do verbo “restar”, processo muito 
produtivo em nossa língua na formação de substantivos abstratos. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 102 
c) Podemos encontrar em “extremamente” um sufixo formador de advérbios de modo a partir de 
substantivos sempre flexionados no gênero feminino. 
d) Os prefixos presentes em “reeducação” e “desintoxicar” compartilham a mesma carga semântica, 
embora tenham passado por mudanças ortográfica e fonéticas. 
e) O processo de formação das palavras “nutrientes” e “eventuais” chama-se sufixação e, nesse caso, 
criou adjetivos a partir de substantivos comuns. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. “Ar” não é considerado um sufixo, mas uma desinência formadora de 
verbos de primeira conjugação no infinitivo. Nesse caso, temos uma relação de formação de palavra, mas 
sem ser por derivação. 
Alternativa B: correta. A palavra “resto” realmente é formada a partir de derivação regressiva, 
ainda que com a modificação do “a” pelo “o”, que não atrapalha a relação dessa formação. 
Alternativa C: incorreta. Ainda que o sufixo seja formador, realmente, de advérbios de modo, essa 
formação não se dá com o substantivo feminino, mas com o adjetivo feminino e a adição do sufixo “-
mente”. 
Alternativa D: incorreta. O prefixo “re-“, de reeducação, apresenta a noção de “reforço” ou de 
retificação do ato de sermos educados. No caso de “des-“, em desintoxicar, temos relação clara com a 
noção de negação, no caso, “desintoxicar” é deixar de ser intoxicado. 
Logo, não temos o mesmo valor nos dois afixos. 
Alternativa E: incorreta. Somente o substantivo “eventuais” é formado a partir de um substantivo, 
no caso, evento. “Nutrientes” é formado a partir do verbo “nutrir”. Os dois vocábulos são formados por 
sufixação realmente. 
Gabarito: B 
 
 44. (FCMSCSP/2018) 
Leia o texto de Oliver Sacks para responder à questão. 
No meu tempo de estudante de medicina na Londres dos anos 1950, vi no Hospital de Middlesex 
muitos pacientes com delírio, estados de flutuação da consciência causados, às vezes, por infecções com 
febre alta ou por problemas como insuficiência dos rins ou do fígado, doença pulmonar ou diabetes mal 
controlado; todas essas condições podem produzir mudanças drásticas na química do sangue. Alguns 
pacientes deliravam em consequência de medicação, especialmente os que recebiam morfina ou outros 
opiáceos para aliviar a dor. Os pacientes com delírio estavam quase sempre nas alas médicas ou cirúrgicas, 
e não nas neurológicas ou psiquiátricas, pois em geral o delírio indica um problema médico, uma 
consequência de algo que afeta o corpo como um todo, inclusive o cérebro, e desaparece assim que o 
problema médico é sanado. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 103 
É possível que a idade, mesmo com um funcionamento intelectual pleno, aumente o risco de 
alucinação ou delírio em resposta a problemas médicos e medicação, ainda mais com a polifarmácia tão 
frequentemente praticada na medicina atual. Como trabalho em vários lares para idosos, de vez em 
quando vejo pacientes tratados com muitas medicações, as quais podem interagir umas com as outras de 
modos complexos, e, não raro, empurrar o paciente para o delírio. 
(A mente assombrada, 2013. Adaptado.) 
 
“as quais podem interagir umas com as outras de modos complexos” (2° parágrafo) 
 
A palavra “interagir” é formada com um prefixo. Há um prefixo com o mesmo significado na palavra: 
a) insegurança. 
b) entrelinha. 
c) intransigência. 
d) enterro. 
e) integral. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. O prefixo “in-“ tem valor de negação, uma vez que “insegurança” tem a 
leitura de ausência de segurança. Em “interagir”, o prefixo significa entre, dando noção de ação entre 
elementos. 
Alternativa B: correta. O prefixo “in-“, em “interagir”, apresenta a ideia de relação entre 
elementos. Interagir é agir em conjunto, entre dois ou mais elementos. Dessa forma, o prefixo “entre”, 
encontrado em “entrelinha” funciona com o mesmo valor semântico. 
Alternativa C: incorreta. O prefixo “in-“ tem valor de negação, uma vez que “insegurança” tem a 
leitura de ausência de segurança. Em “intransigência”, o prefixo significa entre, dando noção de ação 
entre elementos. 
Alternativa D: incorreta. O prefixo “en-“, em “enterrar” tema significação de “dentro”, dado que 
a palavra significa “colocar na terra”, inserir dentro da terra um determinado elemento. 
Alternativa E: incorreta. A palavra “integral” é uma palavra que não apresenta prefixo para ser 
analisado. 
Gabarito: B 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 104 
 45. (UFGD/2018) 
Leia o seguinte excerto. 
E bastava batesse no campo o pio de uma perdiz magoada, ou viesse do mato a lália lamúria dos tucanos, 
para o jumento mudar de rota, pendendo à esquerda ou se empescoçando para a direita; e, por via de 
um gavião casaco-de-couro cruzar-lhe à frente, já ele estacava, em concentrado prazo de irresolução. 
ROSA, João Guimarães. A hora e a vez de Augusto Matraga. In: ___ Sagarana. 38. ed. Rio de Janeiro: Nova 
Fronteira, 1984. Pp. 339-386. 
 
Assinale a alternativa que contém palavra formada pelo mesmo processo de formação do verbo 
“empescoçar”. 
a) Casaco-de-couro. 
b) Globalização. 
c) Abalizar. 
d) Praguejar. 
e) Farmacologia. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. A palavra “casaco-de-couro” é formada por composição por justaposição, 
uma vez que colocamos dois radicais juntos sem que tenhamos alteração fonética em nenhum deles. 
Alternativa B: incorreta. A palavra “globalização” é formada por derivação sufixal. Não temos, 
portanto, a formação parassintética da palavra “empescoçar”. 
Alternativa C: incorreta. Tanto a palavra “empescoçar” quanto a palavra “abalizar” são formadas 
por derivação parassintética, uma vez que a retirada de qualquer um dos afixos não gera palavra com 
significação autônoma. 
Alternativa D: incorreta. A palavra “praguejar” é formada por derivação sufixal, uma vez que temos 
a entrada de um sufixo “-ejar”, formador de verbos. Perceba que, diferente da questão anterior, não é o 
“-ar” que forma o verbo, mas o sufixo inteiro. 
Alternativa E: incorreta. A palavra “farmacologia” é formada por aglutinação, dado que temos dois 
radicais: “farmaco“ e “logia”. Nesse caso, teríamos a significação de “o estudo da farmácia”, ou seja, 
estudo do uso dos remédios. 
Gabarito: C 
 
 46. (UFGD/2017) 
Era um sonho dantesco... o tombadilho Que das 
luzernas avermelha o brilho. 
Em sangue a se banhar. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 105 
Tinir de ferros... estalar de açoite... Legiões de 
homens negros como a noite, Horrendos a 
dançar... 
 
Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras 
crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das 
mães: 
Outras moças, mas nuas e espantadas, 
No turbilhão de espectros arrastadas, Em 
ânsia e mágoa vãs! 
 
E ri-se a orquestra irônica, estridente... 
E da ronda fantástica a serpente 
Faz doudas espirais ... Se o velho arqueja, se no 
chão resvala, Ouvem-segritos... o chicote 
estala. 
E voam mais e mais... 
 
Presa nos elos de uma só cadeia, 
A multidão faminta cambaleia, E 
chora e dança ali! 
Um de raiva delira, outro enlouquece, 
Outro, que martírios embrutece, Cantando, 
geme e ri! 
 
No entanto o capitão manda a manobra E 
após fitando o céu que se desdobra 
Tão puro sobre o mar Diz do fumo entre 
os densos nevoeiros: 
“Vibrai rijo o chicote, marinheiros! 
Fazei-os mais dançar!” 
 
E ri-se a orquestra irônica, estridente... 
E da ronda fantástica a serpente Faz 
doudas espirais... 
Qual num sonho dantesco as sombras voam! 
Gritos, ais, maldições, preces ressoam! 
E ri-se Satanás!... 
ALVES, Castro. Navio Negreiro. Editora Virtual Books Online M&M Editores Ltda: 2000. (Canto IV) 
 
Assinale a alternativa em que todas as palavras são formadas por derivação sufixal: 
a) dantesco, embrutecer, enlouquecer. 
b) dantesco, nevoeiro, marinheiro. 
c) embrutecer, enlouquecer, avermelhar. 
d) desdobrar, ressoar, delirar. 
e) fantástico, irônico, enlouquecer. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. Ainda que “dantesco”, como veremos a seguir, seja formada por 
sufixação, “embrutecer e enlouquecer” são formadas pelo processo de derivação parassintética. 
Alternativa B: correta. Em “dantesco”, adiciona-se o sufixo “-esco” ao radical “Dant”; em 
“nevoeiro”, temos o sufixo “-eiro” adicionado a “nevo”; e em “marinheiro”, temos o sufixo “eiró” 
adicionado ao radical “marinh-“. Todas são formadas por derivação sufixal. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 106 
Alternativa C: incorreta. As três palavras dessa alternativa são formadas por parassíntese, dado 
que, a retirada de qualquer um dos afixos não gera palavra com existência autônoma. 
Alternativa D: incorreta. As palavras “desdobrar e ressoar” são formadas por prefixação, enquanto 
“delirar” é uma palavra primitiva, que dá origem, por exemplo, a “delírio”. 
Alternativa E: incorreta. As palavras “fantástico” e “irônico” são formadas por sufixação, enquanto 
“enlouquecer” é formada por derivação parassintética. 
Gabarito: B 
 
 47. (FGV-SP/2017.2) 
Facebookracia 
 
É isso mesmo que você leu: “Facebookracia”. Assim como democracia quer dizer “poder do povo” 
e plutocracia quer dizer “poder dos ricos”, a palavra Facebookracia é o poder controlado pelo Facebook. 
Não é bem um regime ou um sistema político, não é uma forma de governo estabelecida numa 
Constituição, como acontece com o parlamentarismo ou o presidencialismo. A Facebookracia vai se 
instalando aos poucos, de maneira mais ou menos informal, até que, quando a gente olha, já tomou conta 
dos processos pelos quais os eleitores tomam decisões. A Facebookracia é a democracia entregue à lógica 
das redes sociais. Em sua exuberância cibernética até parece democracia, mas é uma deformação da 
democracia. 
O termo Facebookracia não é original, embora ainda seja pouco difundido. Buscando na internet, 
a gente não o encontra em português, mas ele já aparece em outras línguas (Facebookcracy, por 
exemplo). 
Eugênio Bucci, Época, 28/11/2016. 
 
Por ser composta de radicais de línguas diferentes, a palavra “Facebookracia” é um exemp lo de 
hibridismo, da mesma forma que o termo sublinhado na seguinte frase: 
a) Na sentença, o juiz optou por uma decisão monocrática. 
b) Há países que são regidos por governos teocráticos. 
c) Reclama-se muito das exigências burocráticas para se abrir uma empresa no Brasil. 
d) Para os gregos, aristocracia era o governo exercido pelos melhores cidadãos da pólis. 
e) O poder exercido por anciãos era chamado de gerontocracia. 
 
Comentários 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 107 
Alternativa A: incorreta. Os dois elementos utilizados são provenientes do grego. Logo, não temos 
hibridismo. 
Alternativa B: incorreta. Os dois elementos utilizados são provenientes do grego. Logo, não temos 
hibridismo. 
Alternativa C: correta. A palavra “buro” é de origem latina e “cracia” é de origem grega, fazendo 
com que tenhamos uma relação de hibridismo, como em “Facebookracia”. 
Alternativa D: incorreta. Os dois elementos utilizados são provenientes do grego. Logo, não temos 
hibridismo. 
Alternativa E: incorreta. Os dois elementos utilizados são provenientes do grego. Logo, não temos 
hibridismo. 
Gabarito: C 
 
 48. (IFRR/2017.1) 
Para responder à questão, considere o poema Ave Roraima da poetisa Eli Macuxi: 
 
Ave Roraima 
Ave Roraima que canta Feito 
pássaro mítico. 
No peito de quem se encanta 
Por seus líricos fascínios 
Correm rios, cores quentes Queimam 
lavrados ardentes Choram guaribas no 
cio. 
Mesmo quem vem do asfalto 
Do barulho e da poeira Quando 
vê é roraimeira 
Pretoneubereliakin... 
Ave Roraima que canta 
Amor que chega e suplanta 
Todos males em mim! 
 
Sabe-se que as palavras podem apresentar diferentes elementos em suas estruturas e são formadas por 
alguns processos básicos que, articulados, ampliam o léxico da língua portuguesa. 
Considerando essa reflexão, o seu conhecimento sobre Estrutura e Formação de Palavras, e tomando 
como referência o poema lido, assinale a alternativa correta: 
a) A palavra roraimeira é um exemplo de derivação parassintética, tendo em vista sua formação consistir 
em acréscimo simultâneo de um prefixo e um sufixo. 
b) Em mítico ocorre o processo de composição por aglutinação, haja vista a palavra de origem ser mito. 
c) Pretoneubereliakin é um exemplo de composição por justaposição, pois não há alteração fonética ou 
gráfica das palavras. 
d) Encanta é uma palavra formada pelo processo de hibridismo. 
e) Líricos é uma palavra derivada de lira pelo processo de redução ou abreviação vocabular. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 108 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. A palavra “roraimeira” é formada pelo processo de sufixação, com a 
entrada do sufixo “-eira” em “Roraima”. 
Alternativa B: incorreta. A palavra “mítico” sofre o mesmo processo de “lírico”, da letra E. Os dois 
são claramente formados por sufixação. 
Alternativa C: correta. A palavra Pretoneubereliakin realmente é formada por justaposição, uma 
vez que são unidos os elementos: Preto Neuber Eliakin, nome artístico do artista “Eliakin Rufino”. 
Alternativa D: incorreta. A palavra “encanta” é formada por derivação regressiva do verbo 
“encantar”. 
Alternativa E: incorreta. A palavra “líricos” realmente advém de “lira”. Contudo, é uma formação 
de sufixação e não de redução. Para a redução, seria necessário a perda de parte da palavra e não o 
acréscimo. 
Gabarito: C 
 
 49. (Unicamp/2017) 
 
 
Do ponto de vista da norma culta, é correto afirmar que “coisarˮ é 
a) uma palavra resultante da atribuição do sentido conotativo de um verbo qualquer ao substantivo 
“coisaˮ. 
b) uma palavra resultante do processo de sufixação que transforma o substantivo “coisaˮ no verbo 
“coisarˮ. 
c) uma palavra que, graças a seu sentido universal, pode ser usada em substituição a todo e qualquer 
verbo não lembrado. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 109 
d) uma palavra que resulta da transformação do substantivo “coisaˮ em verbo “coisarˮ, reiterando 
um esquecimento. 
 
Comentários 
O verbo “coisar” apresenta a capacidade de substituir qualquer outra construção, segundo o texto. 
Note que a definição está presenta na imagem que acompanha essa questão. É uma construção regional, 
muito utilizada no Nordeste do Brasil. Podemos usar para qualquer elemento: porexemplo, “Ele foi lá e 
coisou o carro”, com sentido de estragou ou bateu. É realmente um verbo universal. 
Gabarito: B 
 
 50. (UFPR/2014) 
A palavra “reaça” é formada a partir de “reacionário”. Esse é um processo de formação de palavras 
atualmente muito produtivo no português coloquial. Observe as correspondências abaixo e aponte 
quais são formações feitas pelo mesmo processo. 
 
1. Net a partir de internet. 
2. Profissa a partir de profissional. 
3 Dinheirama a partir de dinheiro. 
4. Vestiba a partir de vestibular ou vestibulando. 
 
São formadas pelo mesmo processo que “reaça”: 
a) 1 e 2 apenas. 
b) 1 e 3 apenas. 
c) 2, 3 e 4 apenas. 
d) 2 e 4 apenas. 
e) 1, 2 e 4 apenas. 
 
Comentários: 
A afirmativa 1 está incorreta, porque “reaça” é formada a partir da redução, utilizandose o início 
da palavra. Internet utiliza-se da terminação da palavra. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 110 
A afirmativa 2 está correta, porque, como reação é formado somente pelo início da palavra 
“reacionário”, a palavra “profissa” consegue ser formado pelo mesmo processo de redução. Contudo, 
nesse processo, temos uma relação clara de formação igual à de “reaça”. 
A afirmativa 3 está incorreta, porque “dinheirama” é uma construção de acréscimo de um sufixo 
que, no coloquial, indica grande quantidade de dinheiro. Não é o mesmo processo de redução encontrado 
em “reaça”. 
A afirmativa 4 está correta, porque, como reação é formado somente pelo início da palavra 
“reacionário”, a palavra “vestiba” consegue ser formado pelo mesmo processo de redução. Contudo, 
nesse processo, temos uma relação clara de formação igual à de “reaça”. Gabarito: D 
 
 
 
Na próxima aula, começaremos a analisar as primeiras classes morfológicas, as variáveis. Essa 
parte é extremamente importante para as nossas aulas de sintaxe, principalmente porque temos muitos 
vestibulares cobrando morfossintaxe nos últimos tempos. Preparem-se, bolas de fogo! 
Bora que só bora e um excelente estudo para vocês! 
 
 Professor Wagner @wagnerliteratura 
Santos @profwagnersantos 
 
Folha de versão: 15/01/2022

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