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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Wagner Santos 
UNESP MED 
Exasiu 
Exasiu Aula 03 - Morfologia I Estrutura e processos de formação das palavras. 
t.me/CursosDesignTelegramhub
ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 2 
Sumário 
INTRODUÇÃO 4 
1 A PALAVRA E SEUS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS 4 
1.1 Estrutura das palavras 5 
Raiz 6 
Radical 6 
Vogal temática 8 
Tema 8 
Afixos 9 
Desinência 10 
Vogais e consoantes de ligação 11 
2 PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS 12 
2.1 Derivação 13 
Prefixação 13 
Sufixação 14 
Prefixação e sufixação 14 
Derivação parassintética 15 
Derivação imprópria 16 
Derivação regressiva 17 
2.2 Composição 18 
Justaposição 18 
Aglutinação 19 
2.3 Onomatopeia 20 
2.4 Abreviação (Redução) 20 
2.5 Siglonimização 21 
2.6 Hibridização 21 
2.7 Combinação 22 
3 EXERCÍCIOS 23 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 3 
4 GABARITO 57 
5 QUESTÕES RESOLVIDAS E COMENTADAS 58 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 117 
 
 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 4 
Olá, bolas de fogo! 
Na aula de hoje, vamos adentrar no reino dos processos de formação de palavras. 
Falaremos, de forma mais específica, sobre como se formam as palavras em língua portuguesa 
de forma específica, ainda que tenhamos a repetição de processos em diversas línguas. É 
interessante notar que vamos nos aprofundar nos processos mais utilizados, com referência, 
claro, às demais formas menos cobradas de vocês. Preparados? 
Bora que só bora? 
 
Antes de adentrarmos no maravilhoso campo da estrutura que forma as palavras, 
precisamos falar um pouco acerca da parte da linguística que estuda os processos e a estrutura 
das palavras. De forma geral, temos na morfologia essa relação, sendo ela dividida em duas 
partes: 
 
 
 
Dessa forma, precisamos entender o que seria uma palavra, concorda? Se vamos 
analisar a relação estabelecida em sua formação, assim como os elementos envolvidos nesse 
processo, precisamos pensar claramente em uma relação de definição. Vamos lá? 
 
Palavra é uma unidade linguística que, na oralidade ou na escrita, apresenta clara 
significação própria. Além disso, ela existe isoladamente, ainda que não encaixada 
em um enunciado. 
Interessante essa definição. Digo isso, porque a ideia de “existir isoladamente e ter 
significação própria” é o que precisamos para a nossa relação de formação e estrutura. Não 
vamos nos aprofundar na relação de distinção entre palavras e vocábulo, porque isso dá muito 
pano pra manga, como costumam dizer por aí. Vamos nos focar, nesse momento, nos 
elementos que podem formar uma palavra, que aqui entenderemos como sinônimo de 
vocábulos. 
 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 5 
Para exemplificar essa ideia de palavras e o conceito que apresentamos, imaginemos o 
seguinte diálogo: 
 
- Professor, me diga uma coisa? 
- Digo sim, claro! 
- Onde o senhor mora? 
- Brasília! 
 
Perceba que a palavra “Brasília” é utilizada de forma autônoma e contém informação 
que a faz ter significação clara. Assim, podemos realmente dizer que “Brasília” é uma palavra. 
Muito doido, não é mesmo? 
 
1.1 Estrutura das palavras 
Gosto muito, quando vou tratar de estruturas de palavras, assim como quando vou falar 
sobre processos de formação, da comparação que o gramático Fernando Pestana usa para 
tornar imagética a relação de estrutura: Pestana apresenta a ideia de que a palavra é como um 
prédio, que apresenta uma “base” e outras partes que se ligam a essa base. É exatamente 
assim que devemos observar essa relação de estrutura: temos uma base sobre a qual 
construiremos novas palavras. 
Nesse ponto, entendemos como “partes” das palavras: 
 
• Radical; 
• Afixos: prefixos e sufixos; 
• Desinências (que trataremos na aula 06); 
• Vogal temática; e 
• Vogal/consoante de ligação. 
 
Essas partes da estrutura da palavra são chamadas de morfemas, que é, simplesmente, 
a menor parte de uma palavra que apresenta significado. São partes significativas de uma 
palavra e são utilizadas para a sua formação completa de significado. Vejamos o que 
encontramos em uma palavra como supermercadinho (pense nessa palavra com um valor 
depreciativo, a partir do uso do diminutivo): 
 
 
 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 6 
Note que, nessa palavra, conseguimos identificar três elementos constitutivos, os quais 
serão aprofundados a seguir. 
Esses elementos que estruturam a palavra podem ser divididos, segundo Cegalla 
(2008), em alguns tipos: 
 
• Elementos básicos e significativos – raiz, radical e tema. 
• Elementos modificadores – afixos, desinência e vogal temática. 
• Elementos de ligação – vogal de ligação e consoante de ligação 
 
Raiz 
Se pensarmos numa árvore, uma raiz é aquilo que fica na base, que sustenta a estrutura 
do tronco e da copa. Quando falamos de palavras, a raiz é o elemento originário e 
irredutível em que se concentra a significação das palavras (CEGALLA, 2008, p.91). 
A raiz tem a ver com a origem da palavra no sentido histórico. No português, o mais 
comum é que as palavras venham do latim ou do grego. Destacamos que essa identificação 
não se apresenta como produtiva nas questões dos vestibulares em geral. Colocamos a ideia 
de raiz para que vocês possam entender claramente que temos uma forma que concentra, 
em si, a significação básica da palavra no decorrer do tempo. É uma forma de estudo a qual 
chamamos de estudo diacrônico das palavras, em que analisamos essa relação de 
significação. 
 
Raiz amar-, do latim amarus = sabor adstringente, amargo. 
Palavras formadas com amar- têm significado ligado a “amargo” de algum modo. 
Ex.: amargo, amargor, amargurado, amaríssimo etc. 
 
Radical 
O radical é o elemento básico e significativo das palavras. (CEGALLA, 2008, p. 91). 
Aqui, pensa-se no aspecto gramatical prático, da língua portuguesa atual, sem levarmos em 
consideração a busca pela origem da palavra. É o momento sincrônico que nos interessa 
agora. 
 
 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 7 
Palavras que compartilham o mesmo radical fazem parte do mesmo campo lexical, ou 
seja, possuem significados conectados. Essa conexão ocorre claramente por meio de uma 
relação com o radical, que permanece exatamente para indicar essa construção derivada. 
Vejamos um exemplo dessa ocorrência. 
 
 
 
Notem que realmente todas as palavras apresentam a mesma origem de radical. São 
relações de substantivos e adjetivos que mantêm significação ligada à noção de mar. 
Inclusive, fiz questão de apresentar esse quadro organizado dessa forma, porque essa 
é a melhor forma de comparação e palavras para que tenhamos certeza do radical utilizado e 
da proximidade das palavras. Normalmente, em questões que trabalham com essa 
“decupagem” da palavra, você se perdem um pouco por conta dessa noção de radical. Assim, 
coloquem as palavras derivadas em uma lista e vejam o que se repete. Vamos tentar essa 
forma com palavras relacionadas àquele objeto mágico chamado livro? 
 
 
 
Note que, nesse quadro com as palavras relacionadas a Livro, temos uma repetição de 
“livr-“, comprovando que temosuma relação dele como radical. Perceba, ainda, que destaquei 
o “o” de livro de forma diferente das demais. É o que veremos ser a chamada vogal temática. 
 
Utilizamos o hífen logo depois de um radical ou relacionado aos afixos, para que 
entendamos que outro elemento será ali conectado. Assim, marcamos o prefixo 
“re-“ e o sufixo “-idade” para identificação como prefixo e sufixo, respectivamente. 
 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 8 
 
Vogal temática 
A vogal temática é uma vogal que se liga ao radical formando nomes e verbos. Como 
essa parte é essencial aos verbos, para que se compreenda em qual conjugação se encaixa 
o verbo, ela é usualmente mais cobrada e estudada nessa classe. Contudo, veja como funciona 
nos nomes e nos verbos, de forma distinta. 
 
 
 
 
Tema 
O tema é formado pelo radical + vogal temática. É simples assim, professor? Sim, 
sim. Simples mesmo. Essa classificação, inclusive, é bem pouco cobrada de vocês, mas faço 
questão de apresentá-la, porque é simples e auxilia na compreensão da vogal temática, 
apresentada acima. Vejamos o exemplo seguir, relacionada com os verbos. Nesse tipo de 
construção, principalmente com os verbos regulares, temos constantemente a repetição do 
tema. 
 
 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 9 
 
Canta = cant + a 
O tema “canta” se liga ao -r para formar o verbo cantar. O verbo será flexionado mantendo o 
tema “canta” 
Ex.: Canta, cantava, cantara, cantarão etc. 
 
Afixos 
Afixos são elementos que se agregam aos radicais ou temas, formando palavras 
derivadas. Por apresentarem claro significado que se soma ao significado do radical, temos a 
necessidade de entender que temos um morfema em cada uma das representações de afixos. 
Note que a relação do afixo é sempre com o radical ou com o tema. Temos, então, com 
relação à posição que ocuparão a classificação desses afixos. 
Esses podem ser classificados da seguinte forma: 
 
 
 
 
 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 10 
Desinência 
A desinência é um elemento que se adiciona no fim das palavras para indicar sua 
flexão. Falaremos dela de forma mais profunda mais à frente, uma vez que não temos uma 
relação de formação de palavras com a entrada de uma delas em uma palavra. 
As desinências nominais indicam flexões de gênero (feminino e masculino) e número 
(singular e plural). 
 
 
 
 
É importantíssimo dizer uma coisa: 
No português, considera-se como desinência de gênero somente o morfema marcador de 
feminino. Como gramaticalmente reconhecem-se somente dois gêneros, temos a 
possibilidade de marcar somente um, ficando o outro como não marcado. 
Hoje, muito se discute, na sociedade, a necessidade de uma marcação de um gênero neutro, 
dado que teríamos possibilidade de construção da chamada linguagem não binária. 
Trataremos disso mais à frente, na aula em que falaremos sobre as flexões de gênero, não se 
preocupe. Explicaremos toda a polêmica envolvida no caso. 
 
As desinências verbais indicam flexões de número, pessoa, tempo e modo. Veja o 
exemplo: 
 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 11 
 
Vogais e consoantes de ligação 
Em algumas palavras, é preciso que se adicione uma letra na estrutura por questões de 
sonoridade: sem esse elemento, a pronúncia seria mais difícil. Veja exemplos abaixo: 
 
 
 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 12 
Chegamos ao que realmente importa quanto o assunto são as questões cobradas nos 
exames: os processos de formação de novas palavras em português. Perceba que a estrutura 
da palavra é essencial para que entendamos como ela foi formada, por isso iniciamos por esse 
conteúdo. Agora, porém, apresentaremos os processos utilizados, em português, para que 
tenhamos novas palavras. 
É claro que as análises dos processos de formação podem ser empregadas a vocábulos 
já existentes. Ou seja, podemos analisar palavras que não mais são neologismos para que 
possamos entender como ela foi formada à época. 
 
 
 
Perceba que as palavras surgem e são consideradas neologismos, como apresentaremos a 
seguir por meio da conceituação. Contudo, em um determinado momento, elas deixam de 
ser classificadas dessa forma, porque passama a pertencer definitivamente à língua 
portuguesa. Quando é que isso acontece? 
Isso acontece sempre que a palavra passa a pertencer aos dicionários considerados 
importantes na língua portuguesa, como o Aurélio e o Houaiss. Contudo, o tempo para que 
os neologismos passem a fazer parte dos dicionários varia de quatro a cinco anos, para que 
se tenha certeza de que aquela palavra “caiu no gosto popular”, ou seja, que ela passou 
realmente a ser utilizada com produtividade na língua. 
 
Para que nosso aproveitamento com relação à formação de palavras seja otimizado, é 
necessário que tenhamos alguns conceitos claros em nossa cabeça: 
 
❖ Palavra primitiva é aquela que não surge de um processo de formação a partir de outra 
palavra. Ou seja, é uma palavra que não sofreu derivação. Por exemplo: cadáver, pedra, 
amigo. 
❖ Palavra derivada é, como o nome indica, uma palavra que passa por um processo de 
derivação para ser formada, ou seja, vem de uma palavra primitiva da língua 
portuguesa. Por exemplo: imoral, florista, solar. 
❖ Palavra simples é aquela que apresenta somente um radical, ou seja, é uma palavra que 
não passou por um processo de composição. Por exemplo: florista, beijo, sol. 
❖ Palavra composta é aquela que apresenta mais de um radical, ou seja, aquela que 
passou por um processo de composição. Por exemplo: beija-flor, girassol, embora. 
 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 13 
Como você percebeu na conceituação acima, temos essencialmente dois processos de 
formação de palavras, que serão aprofundados a seguir: a derivação e a composição. Vamos 
a eles, bolas de fogo. 
 
2.1 Derivação 
O dicionário Aulete explica que o processo de derivação ocorre quando há a 
multiplicação e o reaproveitamento de uma palavra com acréscimo de sufixos e prefixos. 
Ou seja, em essência, para que tenhamos derivação, é necessária a relação de entrada de 
sufixos e prefixos. Contudo, como veremos, existem dois processos chamados de derivação 
em que não há essa relação. Ainda que isso seja um pouco incoerente, para o nosso objetivo 
aqui, vamos considerá-los como derivação: são eles a derivação imprópria e a derivação 
regressiva. 
Além desses dois processos, temos como derivação: prefixal, sufixal e parassintética. 
Bora que só bora para compreender esses processos. Já adianto que você deve levar em 
consideração os nomes para auxiliar na compreensão do processo. Eles nos dão pistas sobre 
como se dá a formação. 
Prefixação 
A prefixação ocorre quando temos o acréscimo de um prefixo a um radical. Ou seja, 
sempre que adicionamos um prefixo a um determinado radical, ou palavra primitiva, temos a 
relação de prefixação. 
 
 
 
 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 14 
Sufixação 
O processo de sufixação ocorre sempre que um prefixo é adicionado a um radical, 
construindo nova palavra a partir dessa adição de afixo. 
 
 
 
Prefixaçãoe sufixação 
Nesse processo, temos a entrada não simultânea de um prefixo e de um sufixo em uma 
palavra. Recomendamos um teste simples para a identificação desse processo: retiramos um 
dos afixos e percebemos a existência da palavra. Caso a palavra exista, temos o processo 
de prefixação e sufixação, caso não exista após a retirada dos afixos, entendemos que haverá 
parassíntese, que apresentaremos a seguir. Vejamos alguns exemplos: 
 
 
 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 15 
Perceba que, em todos os vocábulos apresentados no exemplo anterior, as palavras, 
sem um dos afixos, existe: Valorização; Descortês/Cortesia; Infeliz/Felizmente; Alfabetização. 
Dessa forma, comprovamos no nosso teste para essa determinação. Reforço que somente a 
retirada de um dos afixos (prefixo ou sufixo) é suficiente para a determinação. Ainda que 
somente “valorização”, por exemplo, exista, temos a possibilidade de teste 
comprovada. 
 
Derivação parassintética 
A derivação parassintética é extremamente parecida com a derivação prefixal e 
sufixal. Nela, também temos a entrada de um prefixo e de um sufixo de forma dependente. 
Não podemos separar os dois afixos. Costumeiramente, dizemos que há a entra simultânea 
dos dois afixos. É um processo muito comum na formação de verbos, como veremos a seguir, 
e de seus derivados. Vejamos: 
 
 
 
Note que nosso teste, para esses casos, não consegue se aplicar: 
 
• Anoit e noitecer não existem. 
• Emagr e magrecer não existem. 
• Descamp e campado não existem. 
• Avermelh e vermelhado não existem. 
 
Dessa forma, nota-se que os dois afixos foram adicionados ao mesmo tempo ao 
radical, inviabilizando a possibilidade de retirada de um deles para a existência autônoma da 
palavra. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 16 
Derivação imprópria 
Na derivação imprópria, apesar desse nome, temos uma construção interessante: uma 
palavra passa, em um determinado contexto, a funcionar em uma classe gramatical 
diferente da sua de origem. Ainda que apresente esse nome, você deve considerar que 
 
 
 
Normalmente, essa forma de derivação ocorre por meio de uma relação de 
substantivação. Nesse caso, transformamos uma palavra de determinada classe gramatical 
em um substantivo, mas somente dentro daquele determinado contexto. Isso é essencial para 
a nossa classificação. Pense nisso. Além desse fato, temos a possibilidade de construção de 
substantivos com valor de adjetivos, a depender do contexto. 
 
 
 
 
 
Note que as duas palavras destacadas, judas e amar, são utilizadas, dentro do contexto, 
em classe diferente das originais. O substantivo está adjetivado no primeiro caso e, no 
segundo, o verbo está substantivado. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 17 
Derivação regressiva 
Na derivação regressiva, também chamada de regressão, temos verbos que dão 
origem a substantivos que passam a ter uma relação de indicação de ação ou resultado de 
ação. Esse tipo de substantivo é chamado “deverbal” e, comumente, apresenta-se como um 
substantivo abstrato. São poucos os casos em que ocorre a formação de um substantivo 
concreto. 
É importante destacar que esse tipo de derivação envolve, necessariamente, a perda 
de elementos da palavra original, no caso o verbo. Ainda que precisemos adicionar alguma 
coisa para que o substantivo possa fazer sentido, consideramos a perda na palavra original. 
Vejamos alguns exemplos: 
 
 
 
 
 
 
É interessante notar que, em muitos casos em que utilizamos a linguagem informal, temos 
muitos casos de derivação regressiva. Fique atento a eles: 
Amassar => Amasso 
Agitar => Agito 
Apertar => Aperto 
 
 
 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 18 
2.2 Composição 
A composição, como o próprio nome já indica, é um processo que envolve dois ou 
mais radicais. Nela, usamos palavras (sim, no plural) para a formação de novas palavras. São 
dois os processos de composição: justaposição e aglutinação. 
Justaposição 
Nesse processo, é interessante notar que colocaremos dois ou mais radicais sem que 
nenhum deles tenha perda de elementos estruturais e fonéticos. Isso quer dizer, 
literalmente, que juntamos dois radicais e eles permanecem incólumes (ilesos/inalterados), 
lindinhos da vida, do jeito que sempre foram. Vejamos: 
 
 
 
Desses exemplos, é interessante destacar duas características importantes para você 
não se confundir: 
 
❖ Podemos utilizar (com base no novo acordo ortográfico) hifens para formação das 
palavras por justaposição, como vimos em “abelha-rainha” e “guarda-chuva”. Contudo, 
é importante destacar que não somente palavras por composição utilizam hífen em 
sua construção. Por exemplo, ex-mulher é formada por derivação prefixal e utiliza 
tranquilamente o hífen. 
❖ A palavra girassol é justaposição sim. O que ocorre, nesse caso, é a utilização de um 
fonema a mais para a manutenção de sons do radical utilizado. Como em português o 
S entre vogais, para ter som de S, precisa ser duplicado, por meio de um dígrafo, é 
necessário que dupliquemos o S. 
 
Além disso, destacamos um fato importante: pé de moleque é formado por 
justaposição de dois radicais (pé e moleque), sendo a preposição somente elemento de 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 19 
ligação. Não consideramos esses elementos como radicais. Note, ainda, que há expressões 
longas que valem por palavras, como em Maria vai com as outras, em que uma expressão 
passa a ter valor de uma só palavra, nesse caso, influenciável. 
 
Aglutinação 
Na aglutinação, temos a construção de palavras a partir de dois ou mais radicais que 
perdem elementos estruturais ou fonéticos. Nesse caso, diferente do que acontece com a 
justaposição, não poderemos ter o uso de hífen separando as palavras, exatamente porque 
temos uma relação de modificação de um ou mais dos radicais. 
 
 
 
 
 
Para diferenciar os dois processos eu sempre digo aos alunos para utilizarem duas palavras 
para lembrar cada um dos processos de formação. Para isso, eu sempre recomento o par de 
palavras hidroelétrica e hidrelétrica. 
Ainda que seja, sinônimas e possam ser utilizadas tranquilamente, as duas passam por 
processos de composição distintos, vejamos: 
 
Hidroelétrica é formada claramente por justaposição. Isso se justifica porque não temos 
alteração alguma em nenhum dos dois radicais empregados. 
Hidrelétrica é formada claramente por aglutinação. Isso se justifica porque temos 
alteração em um dos radicais, no caso, em “hidr-“. 
 
 
 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 20 
2.3 Onomatopeia 
Nesse processo, são formados verbos, interjeições e substantivos a partir da imitação 
dos sons de seres animados ou inanimados (animais e objetos sem vida). É uma forma muito 
comum de formação de palavras. 
 
2.4 Abreviação (Redução) 
Nesse processo, temos uma relação direta com a dinâmica da vida moderna. Com a 
necessidade linguística de comunicação de forma mais rápida, mais ágil. Quando pensamos 
em linguagem virtual, essa relação se mostra ainda mais forte. 
Nesse processo, temos a redução acontecendo até certo ponto da palavra original. Para 
que ela seja válida realmente há necessidade de que a palavra reduzida mantenha o 
significado da palavra original,sem perdas de significação. Essas reduções muitas vezes vêm 
carregadas de aspectos preconceituosos, afetivos e pejorativos. 
 
 
 
 
Uma mesma palavra pode sofrer dois processos de formação. 
Imaginemos a palavra Zezinho. 
Zé vem de José, modificado por meio de redução, passando a Zé. 
Depois, temos sufixação para a transformação em Zezinho. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 21 
2.5 Siglonimização 
O processo de siglonimização relaciona-se diretamente com o uso das letras iniciais 
das palavras que formam uma expressão e essa sigla passa a representar o nome completo. É 
interessante destacar que a sigla representa o valor da expressão que foi transformada em 
sigla. 
 
 
 
 
 
Três casos devem ser considerados nesse tipo de processo. Atente-se a eles, inclusive, para 
a escrita das suas redações. As siglas com quatro ou mais letras, quando pode 
1º - Siglas com duas ou três letras devem ser grafadas todas em maiúscula. 
2º - Siglas com quatro ou mais letras que possam ser lidas como uma palavra, por exemplo, 
Detran. 
3º - Em redações, não é necessário abrir as siglas mais conhecidas, porque elas valem pelo 
nome que representam. 
2.6 Hibridização 
Nesse processo, temos a utilização de dois morfemas de origens distintas. Esse 
processo tem sido pouco cobrado nos últimos anos no vestibular, mas é interessante que 
vocês conheçam esse processo, exatamente porque ele pode aparecer de uma forma ou outra 
em sua prova. Vamos olhar alguns exemplos. 
 
 
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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – Gramática e Interpretação de Textos (GIT) 
 
 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 22 
 
Você pode encontrar questões que envolvem palavras de origem inglesa “aportuguesadas”. 
Não se trata de um hibridismo, pois o fenômeno do aportuguesamento envolve submeter 
uma palavra estrangeira às regras gramaticais e ortográficas da língua portuguesa. Veja 
alguns exemplos: 
- Gang = Gangue 
- Tarot = Tarô 
- Cocktail = Coquetel 
- Drink = Drinque 
- Scan = Escanear 
2.7 Combinação 
Ainda que quase nunca estudemos essa forma de construção de palavras, é clara a 
relação que temos com a construção de palavras a partir da junção de duas palavras. É uma 
forma de construção de palavras muito utilizada no contexto corriqueiro da sociedade, na 
informalidade. Vejamos alguns casos: 
 
 
 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 23 
 
 
1. (UNICAMP/2018) 
O brasileiro João Guimarães Rosa e o irlandês James Joyce são autores reverenciados pela 
inventividade de sua linguagem literária, em que abundam neologismos. Muitas vezes, por 
essa razão, Guimarães Rosa e Joyce são citados como exemplos de autores "praticamente 
intraduzíveis". Mesmo sem ter lido os autores, é possível identificar alguns dos seus 
neologismos, pois são baseados em processos de formação de palavras comuns ao 
português e ao inglês. 
 
Entre os recursos comuns aos neologismos de Guimarães Rosa e de James Joyce, estão: 
 
i. Onomatopeia (formação de uma palavra a partir de uma reprodução aproximada de 
um som natural, utilizando-se os recursos da língua); e 
ii. Derivação (formação de novas palavras pelo acréscimo de prefixos ou sufixos a 
palavras já existentes na língua). 
 
Os neologismos que aparecem nas opções abaixo foram extraídos de obras de Guimarães 
Rosa (GR) e James Joyce (JJ). Assinale a opção em que os processos (i) e (ii) estão presentes: 
a) Quinculinculim (GR, No Urubuquaquá, no Pinhém) e tattarrattat (JJ, Ulisses). 
b) Transtrazer (GR, Grande sertão: veredas) e monoideal (JJ, Ulisses). 
c) Rtststr (JJ, Ulisses) e quinculinculim (GR, No Urubuquaquá, no Pinhém). 
d) Tattarrattat (JJ, Ulisses) e inesquecer-se (GR, Ave, Palavra). 
 
2. (ESPM/2018) 
Assinale o item em que o par de prefixos grifados não possua equivalência semântica: 
a) hipermercado / supermercado 
b) anfíbio / ambiguidade 
c) endovenoso / intramuscular 
d) diálogo / bienal 
e) periferia / circunferência 
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3. (ESPM/2016) 
Levando-se em conta os prefixos latinos e gregos grifados, assinale o par que não possui 
correspondência de significados: 
a) abuso / anencéfalo 
b) ambidestro / anfíbio 
c) bienal / dilema 
d) circumpolar / periferia 
e) contraveneno / antídoto 
 
4. (UNESP/2017) 
Leia o excerto do livro Violência urbana, de Paulo Sérgio Pinheiro e Guilherme Assis de 
Almeida. 
 
De dia, ande na rua com cuidado, olhos bem abertos. Evite falar com estranhos. À 
noite, não saia para caminhar, principalmente se estiver sozinho e seu bairro for deserto. 
Quando estacionar, tranque bem as portas do carro [...]. De madrugada, não pare em sinal 
vermelho. Se for assaltado, não reaja – entregue tudo. 
É provável que você já esteja exausto de ler e ouvir várias dessas recomendações. 
Faz tempo que a ideia de integrar uma comunidade e sentir-se confiante e seguro por ser 
parte de um coletivo deixou de ser um sentimento comum aos habitantes das grandes 
cidades brasileiras. As noções de segurança e de vida comunitária foram substituídas pelo 
sentimento de insegurança e pelo isolamento que o medo impõe. O outro deixa de ser visto 
como parceiro ou parceira em potencial; o desconhecido é encarado como ameaça. O 
sentimento de insegurança transforma e desfigura a vida em nossas cidades. De lugares de 
encontro, troca, comunidade, participação coletiva, as moradias e os espaços públicos 
transformam- se em palco do horror, do pânico e do medo. 
A violência urbana subverte e desvirtua a função das cidades, drena recursos 
públicos já escassos, ceifa vidas – especialmente as dos jovens e dos mais pobres –, dilacera 
famílias, modificando nossas existências dramaticamente para pior. De potenciais cidadãos, 
passamos a ser consumidores do medo. O que fazer diante desse quadro de insegurança 
e pânico, denunciado diariamente pelos jornais e alardeado pela mídia eletrônica? Qual 
tarefa impõe-se aos cidadãos, na democracia e no Estado de direito? 
(Violência urbana, 2003.) 
 
As palavras do texto cujos prefixos traduzem ideia de negação são 
a) “desvirtua” e “transforma”. 
b) “evite” e “isolamento”. 
c) “desfigura” e “ameaça”. 
d) “desconhecido” e “insegurança”. 
e) “subverte” e “dilacera”. 
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5. (IFBA/2017) 
Leia o fragmento, abaixo, extraído do poema “Quilombos”, do poeta baiano José Carlos 
Limeira. 
 
 “Te vejo meu povo feliz 
Teu sonho querendo sentir 
Se Palmares ainda vivesse 
Pra Palmares teria que ir 
 
Você já pensou se Domingos Jorge Velho e sua malta 
Não houvessem tido tanta sorte? 
 
Já pensou naquele país da Serra da Barriga? 
Sei que talvez não, 
É difícil imaginar uma terra (...) 
Onde não fosse possível ver 
Criancinhas 
De dez, oito, seis anos 
Voltando às quatro da manhã 
Depois de vender chicletes e o último resquício de dignidade 
Nos cruzamentos da cidade. 
(...) 
Por menos que conte a história 
Não te esqueço meu povo 
Se Palmares não vive mais 
Faremos Palmares de novo.” 
LIMEIRA, José Carlos; SEMOG, Éle. Atabaques. Rio de Janeiro: Ed. dos Autores, 1983. 
 
Do ponto de vista morfológico, na estrutura da palavra “Criancinhas” (l. 13) apresenta-se: 
a) uma desinência verbal que indica quantidade. 
b) um prefixo que tem sentido de medida. 
c) um sufixo de valor diminutivo. 
d) um sufixo que forma substantivo por meio do verbo. 
e) uma composição por aglutinação. 
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6. (IFPE/2017) 
BRINQUEDO VIRA FEBRE ENTRE CRIANÇAS E ADOLESCENTES 
 
RIO – A cena se repete na porta das escolas da cidade: um grupo de adolescentes 
conversa, nas mãos, algo colorido girando chama a atenção. É o hand spinner, brinquedo 
que é a nova moda entre os jovens. Segundo a coluna "Gente Boa", a febre pela peça, que 
possui um círculo no centro e, ao colocar os dedos nas pontas, com um movimento rápido, 
é possível girá-lo cada vez mais rápido, foi tão grande que o Colégio Santo Inácio teria 
proibido o brinquedo na escola. 
Segundo o Colégio Santo Inácio, tudo não passou de um mal-entendido: nenhum 
brinquedo é proibido na escola. O que aconteceu foi uma recomendação para que os 
alunos não usassem durante a aula, já que os estudantes estavam se distraindo. Perto dali, 
no Leblon, o Colégio Santo Agostinho passa pelo mesmo problema. 
O hand spinner foi criado no início da década de 90 com o objetivo de auxiliar no 
relaxamento e aumentar a concentração. Ele era recomendado para crianças com 
Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e autismo. Mas a internet foi 
tomada por vídeos e fotos do brinquedo e viralizou. O professor da Faculdade de Medicina 
da Universidade Federal Fluminense (UFF) e especialista em psiquiatria infantil, Jairo 
Werner, destaca não conhecer estudos que comprovem a eficácia do hand spinner. “Isso 
virou uma grande moda, tenho pacientes que estão usando, não por recomendação minha, 
mas por conta própria. É um aparelho que fornece um alívio momentâneo da ansiedade, 
porque algumas pessoas, em especial as crianças, têm muita energia para extravasar. Tudo 
pode ser usado para o bem ou para o mal, limite é sempre necessário” — explica Werner. 
Disponível em: <https://oglobo.globo.com/rio/hand-spinner-de-febre-entre-os-
adolescentes-pesadelo-dos-colegios-21447838>. Acesso: 18 jun. 2017 (adaptado). 
 
A palavra “mal-entendido”, na primeira linha do segundo parágrafo do texto, foi escrita com 
hífen em respeito ao que prescreve o último acordo ortográfico assinado pelos países de 
língua portuguesa. Entretanto, o referido acordo nem sempre determina a utilização do 
hífen quando “mal” funciona como prefixo. Sabendo disso, assinale a única alternativa em 
que se faz obrigatório o uso do hífen com o supracitado prefixo. 
a) Mal-criado. 
b) Mal-amada. 
c) Mal-sucedido. 
d) Mal-cheiroso. 
e) Mal-visto. 
 
7. (URGS/2017) 
Muita gente que ouve a expressão “políticas linguísticas” pela primeira vez pensa 
em algo solene, formal, oficial, em leis e portarias, em autoridades oficiais, e pode ficar se 
perguntando o que seriam leis sobre línguas. De fato, há leis sobre línguas, mas as políticas 
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linguísticas também podem ser menos formais– e nem passar por leis propriamente ditas. 
Em quase todos os casos, figuram no cotidiano, pois envolvem não só a gestão da 
linguagem, mas também as práticas de linguagem, e as crenças e valores que circulam a 
respeito delas. Tome, por exemplo, a situação do cidadão das classes confortáveis 
brasileiras, que quer que a escola ensine a norma culta da língua portuguesa. Ele folga em 
saber que se vai exigir isso dos candidatos às vagas para o ensino superior, mas nem 
sempre observa ou exige o mesmo padrão culto, por exemplo, na ata de condomínio, que 
ele aprova como está, desapegada da ortografia e das regras de concordância verbais e 
nominais preconizadas pela gramática normativa. Ele acha ótimo que a escola dos filhos 
faça baterias de exercícios para fixar as normas ortográficas, mas pouco se incomoda com 
os problemas de redação nos enunciados das tarefas dirigidas às crianças ou nos textos de 
comunicação da escola dirigidos à comunidade escolar. Essas são políticas linguísticas. 
Afinal, onde há gente, há grupos de pessoas que falam línguas. Em cada um desses grupos, 
há decisões, tácitas ou explícitas, sobre como proceder, sobre o que é aceitável ou não, e 
por aí afora. Vamos chamar essas escolhas – assim como as discussões que levam até elas e 
as ações que delas resultam – de políticas. Esses grupos, pequenos ou grandes, de pessoas 
tratam com outros grupos, que por sua vez usam línguas e têm as suas políticas internas. 
Vivendo imersos em linguagem e tendo constantemente que lidar com outros indivíduos e 
outros grupos mediante o uso da linguagem, não surpreende que os recursos de 
linguagem lá pelas tantas se tornem, eles próprios, tema de política e objetos de políticas 
explícitas. Como esses recursos podem ou devem se apresentar? Que funções eles podem 
ou devem ter? Quem pode ou deve ter acesso a eles? Muito do que fazemos, portanto, diz 
respeito às políticas linguísticas. 
Adaptado de: GARCEZ, P. M.; SCHULZ, L. Do que tratam as políticas linguísticas. ReVEL, v. 14, n. 26, 2016. 
 
Assinale a alternativa em que o prefixo des atribui à forma a que se agrega o mesmo sentido 
que atribui à desapegada. 
a) Desdenhada. 
b) Designada. 
c) Desabrochada. 
d) Destrambelhada. 
e) Desabitada. 
 
8. (UNIPÊ/2017) 
A atuação do profissional médico caracteriza, historicamente, ação que desafia o 
conhecimento. É muito fácil perceber isso em apanhado retrospectivo da história da 
Medicina. Da observação empírica ao conhecimento científico institucionalizado da 
Medicina, esses desafios se estendem além da esfera do conhecimento, para abranger, 
cada vez mais, também outros no campo institucional e, por fim, nas sociedades 
democráticas contemporâneas, aqueles exigidos pelo Estado de Direito. Se, um dia, já se 
fez cirurgia sem anestésicos, sem técnicas de esterilização e assepsia, no mundo de hoje, 
isso seria inconcebível, inaceitável e juridicamente passível de punição. 
O ato médico caracteriza-se principalmente pela natureza intervencionista, ou seja, 
há a “intenção de intervir”, cientificamente justificada em um diagnóstico que embasa o 
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“porquê intervir” e da mesma forma estabelece o “como intervir”. Intervir do ponto de vista 
médico significa alterar de um estado inicial indesejável para um estado final 
previsivelmente almejado. E esse estado final almejado é estabelecido não pelo médico ou 
pelo paciente, mas pelo consenso científico. E toda a ação que se distanciar desses 
contornos necessitará de justificação adicional. Atente-se que, aqui, até mesmo a atitude 
passiva, ou seja, a não intervenção, é pautada pelo mesmo raciocínio: a atitude 
programada. Esses são pressupostos que constituem a essência para a elaboração do texto 
legal que regulamenta não apenas o ato médico, mas também o exercício profissional do 
médico em seu amplo contexto. Assim, o ato médico sempre será ação desafiando 
conhecimento! 
MURR, Leidimar Pereira. Ato médico: ação que desafia o conhecimento. Disponível em: 
<http://ojaleco.blogspot.com.br/2009/11/ato-medico-acaoque- desafia-o.html>. Acesso em: 4 abr. 2017. 
Adaptado. 
 
Os prefixos formadores das palavras derivadas “inconcebível” e “desafiando” traduzem, 
respectivamente, as ideias de 
a) introdução e transição. 
b) negação e ação contrária. 
c) intensidade e destruição. 
d) oposição e relação mútua. 
e) retrocesso e simultaneidade. 
 
9. (UERJ/2016) 
O FUTURO ERA LINDO 
A informação seria livre. Todo o saber do mundo seria compartilhado, bem como a 
música, 2o cinema, a literatura e a ciência. O custo seria zero. O espaço seria infinito. A 
velocidade, 3estonteante. A solidariedade e a colaboração seriam os valores supremos. A 
criatividade, o único 4poder verdadeiro. O bem triunfaria sobre os males do capitalismo. O 
sistema de representaçãose tornaria obsoleto. Todos os seres humanos teriam 
oportunidades iguais em qualquer lugar do 6planeta. Todos seriam empreendedores e 
inventivos. Todos poderiam se expressar livremente. 7Censura, nunca mais. As fronteiras 
deixariam de existir. As distâncias se tornariam irrelevantes. O inimaginável seria possível. 
O sonho, qualquer sonho, poderia se tornar realidade. 
Livre, grátis, inovador, coletivo, palavras-chave do novo mundo que a internet 
inaugurou. Por anos esquecemos que a internet foi uma invenção militar, criada para manter 
o poder de quem já o tinha. Por anos fingimos que transformar produtos físicos em 
produtos virtuais era algo ecologicamente correto, esquecendo que a fabricação de 
computadores e celulares, com a obsolescência embutida em seu DNA, demanda o 
consumo de quantidades vexatórias de combustíveis fósseis, de produtos químicos e de 
água, sem falar no volume assombroso de lixo não reciclado em que resultam, incluindo 
lixo tóxico. 
Ninguém imaginou que o poder e o dinheiro se tornariam tão concentrados em 
megahipercorporações norte-americanas como o Google, que iriam destruir para sempre 
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tantas indústrias e atividades em tão pouco tempo. Ninguém previu que os mesmos Estados 
Unidos, graças às maravilhas da internet sempre tão aberta e juvenil, se consolidariam como 
os maiores espiões do mundo, humilhando potências como a Alemanha e também o Brasil, 
impondo os métodos de sua inteligência militar sobre a população mundial, e guiando ao 
arrepio da justiça os bebês engenheiros nota dez em matemática mas ignorantes completos 
em matéria de ética, política e em boas maneiras. 
Ninguém previu a febre das notícias inventadas, a civilização de perfis falsos, as 
enxurradas de vírus, os arrastões de números de cartão de crédito, a empulhação dos 
resultados numéricos falseados por robôs ou gerados por trabalhadores mal pagos em 
países do terceiro mundo, o fim da privacidade, o terrorismo eletrônico, inclusive de Estado. 
Marion Strecker Adaptado de Folha de São Paulo, 29/07/2014. 
 
O termo megahipercorporações é formado por um processo que enfatiza o tamanho e o 
poder das corporações econômicas atuais. 
Essa ênfase é produzida pelo emprego de: 
a) sufixos de caráter aumentativo 
b) prefixos com sentido semelhante 
c) radicais de combinação obrigatória 
d) desinências de significado específico 
 
10. (UFAM/2015) 
Há muito tempo, o homem sonha construir máquinas que possam livrá-lo das 
tarefas entediantes do dia a dia. Durante todo o século XX, os escritores de ficção científica 
estavam preocupados em criar histórias sobre robôs que serviam seus mestres em tudo, 
sem reclamar e sem se cansar. Essa era uma visão tentadora, mas, do ponto de vista 
tecnológico, até o final do século XX continuava a ser um sonho remoto, simplesmente 
porque não houve meios de construir essas máquinas. Que atrasados ainda somos! E, 
apesar da rejeição de muitos, essa perspectiva tem um quê de atraente. 
Alguns pesquisadores dos Estados Unidos, da Europa e do Japão continuam a 
perseguir, incansavelmente, o sonho de criar servidores robóticos multifuncionais, que 
possam fazer o trabalho pesado. A busca tem sido difícil e os progressos, lentos. No 
entanto, a partir do ano 2000, vêm sendo desenvolvidos robôs experimentais com 
considerável sofisticação. Muitos cientistas já se convenceram de que essa tecnologia não 
é apenas possível, mas inevitável. Hoje em dia, a “era dos robôs” continua situada em algum 
lugar do futuro, mas está cada dia mais próxima. Sendo assim, daqui a alguns anos, não 
pegaremos numa vassoura que não seja através de um robô. 
Como dizia o escritor Oscar Wilde, a civilização precisa de escravos. Que os 
escravos sejam, então, as máquinas. Por isso, esses robôs têm que ser construídos, para que 
tenhamos um novo amanhecer em nossa vida, com um enlace entre homens e máquinas. 
(BALCH, Tucher. “As Maravilhosas máquinas inteligentes do futuro”. Texto adaptado.) 
 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 30 
Assinale a alternativa em que aquilo que se afirma de palavra tirada do texto NÃO está 
correto: 
a) “incansavelmente” possui os seguintes elementos mórficos: in (prefixo); cans (radical); 
ável (sufixo nominal); mente (sufixo adverbial) 
b) “estavam” possui os seguintes elementos mórficos: est (radical); a (vogal temática); va 
(desinência modo-temporal); m (desinência número-pessoal) 
c) “trabalho” é palavra formada por derivação imprópria. 
d) “amanhecer” é vocábulo formado por derivação parassintética. 
e) “enlace” é vocábulo formado por derivação regressiva. 
 
11. (UFSCar/2013) 
O termo infeliz é formado pela combinação do prefixo de negação in- à base feliz. A 
alternativa em que a palavra também é formada com prefixo de negação é: 
a) desleal. 
b) ingerir. 
c) transportar. 
d) eufônico. 
e) decair. 
 
12. (UFPR/2014) 
Brazuca é um nome triste, mas não por ser com ‘z’ 
A escolha do nome da bola que a Adidas lançará para a Copa do Mundo de 2014 
foi feita por votação na internet a partir de uma 2 lista tríplice. Com 77.8% das preferências, 
Brazuca derrotou Bossa Nova e Carnavalesca. Como quase todos os analistas da língua que 
estão de plantão esta semana, lamentei a notícia (considerava Bossa Nova o menos ruim de 
três nomes fracos), mas por motivos diversos. Não é a grafia com z que me incomoda, mas 
a palavra em si. Convém explicar. Sim, é verdade que todos os dicionários e o Vocabulário 
Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), da Academia Brasileira de Letras, registram 
apenas brasuca, com s. Afinal, a palavra não é derivada de Brasil, brasileiro? Eis toda a base 
para a argumentação dos que implicaram com a grafia. Uma argumentação que deixa de 
levar em conta dois fatos singelos. 
A forma brazuca é muito mais usada na vida real. Uma pesquisa no Google traz mais 
de milhões de páginas, contra pouco mais de um décimo disso para brasuca. Pode-se 
defender a tese de que a preferência popular não é suficiente para alterar a grafia de um 
termo vernáculo, mas atenção: estamos falando de palavra informal, brincalhona, recente. 
Brazuca é uma gíria, e as gírias, como todas as criações populares, têm a mania de escolher 
como serão conhecidas. 
Ainda que não fosse assim, o batismo da bola da Copa do Mundo é um ato de 
branding, ramo do marketing que tem regras próprias, entre elas a de privilegiar formas 
gráficas fortes – e nesse mundo a letra z goza de grande prestígio. Naturalmente, a 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 31 
correspondência com a grafia “Brazil” numa marca destinada a ter circulação internacional 
também deve ter sido considerada um trunfo por seus criadores. 
Se não é a grafia, o que sobra para criticar em Brazuca, a bola? Sua carga cultural 
idiota, só isso. O fato de que, brazuca ou brasuca, a palavra é um sinônimo tolo de brasileiro. 
O termo nasceu em Portugal com tom depreciativo (o sufixo “-uca”, o mesmo de mixuruca, 
deixa isso claro), numa espécie de contraponto ao nosso “portuga”. Até aí, tudo bem: a 
própria palavra brasileiro tinha uso pejora antes de ser assumida em espírito de desafio 
pelos nativos desta terra. 
O problema é que, ao ser adotado por aqui, brazuca/brasuca virou um clichê 
patriótico viscoso, folclórico e carregado de autocomplacência, primo da malemolência, da 
ginga e da incrível musicalidade de muitos inzoneiros* que habita este gigante adormecido. 
É por isso que Brazuca é bola fora – e Brasuca não seria melhor. 
(Sérgio Rodrigues, 04/09/2012, <http://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/curiosidades-etimologicas>.) 
*Inzoneiro:Adj. Bras. Pop. 1. Mexeriqueiro, intrigante, mentiroso. 2. Sonso, manhoso. (Dicionário Aurélio) 
 
A partir do texto, considere as seguintes afirmativas: 
 
1. As palavras mixuruca, muvuca e maluca confirmam a afirmação que o autor faz sobre o 
sufixo –uca. 
2. O autor rechaça tanto brazuca quanto brasuca, por serem formas associadas a um 
patriotismo caricato. 
3. Para o autor, o gigante adormecido tem qualidades que não podem ser comprometidas 
pela escolha de um nome com erro de grafia. 
 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente a afirmativa 2 é verdadeira. 
b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras. 
c) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras. 
d) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. 
e) As afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. 
 
13. (FGV/2013) 
Satélite 
Fim de tarde. 
No céu plúmbeo 
A Lua baça 
Paira 
Muito cosmograficamente 
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Satélite. 
 
Desmetaforizada, 
Desmitificada, 
Despojada do velho segredo de melancolia, 
Não é agora o golfão de cismas, 
O astro dos loucos e dos enamorados, 
Mas tão somente 
Satélite. 
Ah Lua deste fim de tarde, 
Demissionária de atribuições românticas, 
Sem show para as disponibilidades sentimentais! 
 
Fatigado de mais-valia, 
gosto de ti, assim: 
Coisa em si, 
– Satélite. 
Manuel Bandeira 
 
No contexto do poema de Manuel Bandeira, sobre os termos “Desmetaforizada”, 
“Desmitificada” e “Despojada”, só NÃO é correto afirmar: 
a) configuram uma gradação descendente, do ponto de vista rítmico. 
b) desenvolvem uma ideia já presente no advérbio de modo, usado na primeira estrofe. 
c) contêm um prefixo que intensifica a noção contida no radical. 
d) podem ser entendidos como expressões que traduzem ideia de causa. 
e) opõem-se, quanto ao sentido, à expressão “disponibilidades sentimentais”. 
 
14. (FGV/2012) 
Sua excelência 
[O ministro] vinha absorvido e tangido por uma chusma de sentimentos atinentes a 
si mesmo que quase lhe falavam a um tempo na consciência: orgulho, força, valor, 
satisfação própria etc. etc. 
Não havia um negativo, não havia nele uma dúvida; todo ele estava embriagado de 
certeza de seu valor intrínseco, das suas qualidades extraordinárias e excepcionais de 
condutor dos povos. A respeitosa atitude de todos e a deferência universal que o cercavam, 
reafirmadas tão eloquentemente naquele banquete, eram nada mais, nada menos que o 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 33 
sinal da convicção dos povos de ser ele o resumo do país, vendo nele o solucionador das 
suas dificuldades presentes e o agente eficaz do seu futuro e constante progresso. 
Na sua ação repousavam as pequenas esperanças dos humildes e as desmarcadas 
ambições dos ricos. 
Era tal o seu inebriamento que chegou a esquecer as coisas feias do seu ofício... Ele 
se julgava, e só o que lhe parecia grande entrava nesse julgamento. 
As obscuras determinações das coisas, acertadamente, haviam-no erguido até ali, 
e mais alto levá-lo-iam, visto que, só ele, ele só e unicamente, seria capaz de fazer o país 
chegar ao destino que os antecedentes dele impunham. 
(Lima Barreto. Os bruzundangas. Porto Alegre: L&PM, 1998, pp. 15-6) 
 
A palavra que apresenta, em sua formação, um prefixo e um sufixo formador de adjetivo é: 
a) esperanças. 
b) sentimentos. 
c) unicamente. 
d) respeitosas. 
e) extraordinárias. 
 
15. (UNIRG/2012) 
A construção do título do livro "Sagarana" foi inventada pelo próprio autor e provém da 
junção de 
a) 'saga‘ que quer dizer "em busca de", e 'rana‘ que significa uma "feição universalizante" 
do épico. 
b) 'saga‘ palavra lúdica que se origina dos rapsodos gregos, e 'rana‘ nas canções de gesta 
medievais. 
c) 'saga‘ origina-se do mito poético que situa a narrativa entre o real e o mágico, e 'rana‘ 
que alude ao ápice da existência. 
d) 'saga‘ radical de origem germânica que significa "criação verbal a serviço do épico", e 
‘rana’, do sufixo da língua indígena tupi, que significa "à maneira de". 
 
16. (UFRJ/2005) 
Em relação à palavra "bioética", é possível verificar, em seu processo de formação, a 
presença de 
a) prefixo (bio) + radical (ética). 
b) radical (bio) + radical (ética). 
c) radical (bio) + sufixo (-ético). 
d) prefixo (bio) + radical (ét-) + sufixo (-ica). 
e) radical (bioét) + sufixo (-ica). 
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17. (Insper/2012) 
Leia a tirinha a seguir. 
 
 
 
Os mesmos processos de formação dos termos em negrito aparecem, respectivamente, 
em: 
a) anoitecer, votação, inútil, violação e tristemente; 
b) retenção, suavidade, desmatamento, infelizmente e firmamento; 
c) enlatado, ajuda, remissão, dignidade e abolição; 
d) reação, geração, abstenção, lição e afrontamento; 
e) magreza, medidor, firmamento, dignidade e violação. 
 
18. (UNESP/2021) 
Para a formação do neologismo “vivimento”, o narrador recorreu ao mesmo processo de 
formação de palavras observado em 
a) “desemendo”. 
b) “velhice”. 
c) “denúncia”. 
d) “reverte”. 
e) “adiante”. 
 
19. (UECE/2019) 
Algumas palavras da língua portuguesa são formadas a partir da combinação de morfemas. 
Sobre esse aspecto, atente para as seguintes afirmações: 
 
I. O sufixo inha do vocábulo garrafinha indica diminutivo e o processo de formação dessa 
palavra se chama derivação sufixal. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 35 
II. Os prefixos re e des dos vocábulos reutilizar e desligar indicam, respectivamente, 
repetição de uma ação e negação, e o processo de formação dessas palavras se chama 
derivação prefixal. 
III. O prefixo ex do vocábulo extratos significa que algo está fora e o processo de formação 
dessa palavra é denominado derivação prefixal. 
 
Estão corretas as assertivas contidas em 
a) I e II apenas. 
b) I e III apenas. 
c) II e III apenas. 
d) I, II e III. 
 
20. (Unicentro/2017) 
O animal satisfeito dorme 
Mário Sérgio Cortella 
O sempre surpreendente Guimarães Rosa dizia: “o animal satisfeito dorme”. Por trás 
dessa aparente obviedade está um dos mais fundos alertas contra o risco de cairmos na 
monotonia existencial, na redundância afetiva e na indigência intelectual. O que o escritor 
tão bem percebeu é que a condição humana perde substância e energia vital toda vez que 
se sente plenamente confortável com a maneira como as coisas já estão, rendendo-se à 
sedução do repouso e imobilizando-se na acomodação. 
A advertência é preciosa: não esquecer que a satisfação conclui, encerra, termina; 
a satisfação não deixa margem para a continuidade, para o prosseguimento, para a 
persistência, para o desdobramento. A satisfação acalma, limita, amortece. Por isso, quando 
alguém diz “fiquei muito satisfeito com você” ou “estou muito satisfeita com teu trabalho”, 
é assustador. O que se quer dizer com isso? Que nada mais de mim se deseja? Que o ponto 
atual é meu limite e, portanto, minha possibilidade? Que de mim nada mais além se pode 
esperar? Que está bom como está? Assim seria apavorante; passaria a ideia de que desse 
jeito já basta. Ora, o agradável é quando alguém diz: “teu trabalho (ou carinho, ou comida, 
ou aula, ou texto, ou música etc.) é bom, fiquei muito insatisfeito e, portanto, quero mais, 
quero continuar, quero conhecer outras coisas. 
Um bom filme não é exatamente aquele que, quando termina, ficamos insatisfeitos, 
parados, olhando, quietos, para a tela, enquanto passam os letreiros, desejando que não 
cesse? Um bom livro não é aqueleque, quando encerramos a leitura, o deixamos um pouco 
apoiado no colo, absortos e distantes, pensando que não poderia terminar? Uma boa festa, 
um bom jogo, um bom passeio, uma boa cerimônia não é aquela que queremos que se 
prolongue? 
Com a vida de cada um e de cada uma também tem de ser assim; afinal de contas, 
não nascemos prontos e acabados. Ainda bem, pois estar satisfeito consigo mesmo é 
considerar-se terminado e constrangido ao possível da condição do momento. 
Quando crianças (só as crianças?), muitas vezes, diante da tensão provocada por 
algum desafio que exigia esforço (estudar, treinar, EMAGRECER etc.) ficávamos 
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preocupados e irritados, sonhando e pensando: por que a gente já não nasce pronto, 
sabendo todas as coisas? Bela e ingênua perspectiva. É fundamental não nascermos 
sabendo e nem prontos; o ser que nasce sabendo não terá novidades, só reiterações. 
Somos seres de insatisfação e precisamos ter nisso alguma dose de ambição; todavia, 
ambição é diferente de ganância, dado que o ambicioso quer mais e melhor, enquanto que 
o ganancioso quer só para si próprio. 
Nascer sabendo é uma limitação porque obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, 
inovar, refazer, modificar. Quanto mais se nasce pronto, mais refém do que já se sabe e, 
portanto, do passado; aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos 
prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar. 
Diante dessa realidade, é absurdo acreditar na ideia de que uma pessoa, quanto 
mais vive, mais velha fica; para que alguém quanto mais vivesse mais velho ficasse, teria de 
ter nascido pronto e ir se gastando… 
Isso não ocorre com gente, e sim com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce 
pronta e vai se gastando; gente nasce não-pronta, e vai se fazendo. Eu, no ano que estamos, 
sou a minha mais nova edição (revista e, às vezes, um pouco ampliada); o mais velho de 
mim (se é o tempo a medida) está no meu passado e não no presente. 
Demora um pouco para entender tudo isso; aliás, como falou o mesmo Guimarães, 
“não convém fazer escândalo de começo; só aos poucos é que o escuro é claro”… 
 
Excerto do livro “Não nascemos prontos! – provocações filosóficas”. De Mário Sérgio Cortella. Disponível 
em:<http://www.contioutra.com/o-animal-satisfeito-dorme-texto-de-mario-sergio-cortella/> 
 
Sobre os processos de formação de palavras que compõem o texto 01, assinale a única 
alternativa correta. 
a) A palavra “estudar” é formada por derivação prefixal e sufixal. 
b) A palavra “emagrecer” é formada por derivação parassintética. 
c) A palavra “gastando” é formada por derivação prefixal. 
d) A forma verbal “vive” é formada por derivação imprópria. 
e) A palavra “surpreendente” é formada por composição por justaposição. 
 
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21. (Unicentro/2018) 
Para responder à questão, considere a tira abaixo. 
 
 
 
Na interação verbal entre Susanita e Mafalda, o humor é desencadeado pelo neologismo 
INVEJÓLOGO, criado para designar a futura especialidade médica do “filho da D. Susanita”. 
O processo de formação dessa palavra indica 
a) a invariabilidade imanente da língua. 
b) a fragilidade da língua colocada em risco de deterioração. 
c) o dinamismo da língua na criação de novas palavras. 
d) a impossibilidade de a língua se adaptar ao contexto social dos falantes. 
e) a inadequação do uso do radical grego para indicar a nova profissão. 
 
22. (UFT/2018) 
Opinião não é argumento 
Aqui está uma história que pode ser verdadeira no contexto atual do Brasil. Um 
jovem professor de Filosofia, instruindo seus alunos à Filosofia da Religião, introduz, à 
maneira que a Filosofia opera há séculos, argumentos favoráveis e contrários à existência 
de Deus. Um dos alunos se queixa, para o diretor e também nas onipresentes redes sociais, 
de que suas crenças religiosas estão sendo atacadas. “Eu tenho direito às minhas crenças”. 
O diretor concorda com o aluno e força o professor a desistir de ensinar Filosofia da 
Religião. 
Mas o que é exatamente um “direito às minhas crenças”? [...] O direito à crença, 
nesse caso, poderia ser visto como o “direito evidencial”. Alguém tem um direito evidencial 
à sua crença se estiver disposto a fornecer evidências apropriadas em apoio a ela. Mas o 
que o estudante e o diretor estão reivindicando e promovendo não parece ser esse direito, 
pois isso implicaria precisamente a necessidade de pôr as evidencias à prova. 
Parece que o estudante está reivindicando outra coisa, um certo “direito moral” à 
sua crença, como avaliado pelo filósofo americano Joel Feinberg, que trabalhou temas da 
Ética, Teoria da Ação e Filosofia Política. O estudante está afirmando que tem o direito 
moral de acreditar no que quiser, mesmo em crenças falsas. 
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Muitas pessoas acham que, se têm um direito moral a uma crença, todo mundo tem 
o dever de não as privar dessa crença, o que envolve não criticá-la, não mostrar que é ilógica 
ou que lhe falta apoio evidencial. O problema é que essa é uma maneira cada vez mais 
comum de pensar sobre o direito de acreditar. E as grandes perdedoras são a liberdade de 
expressão e a democracia. 
[...] A defesa de uma crença está restrita ao uso de métodos que pertence ao espaço 
das razões – argumentação e persuasão, em vez de força. Você tem o direito de avançar sua 
crença na arena pública usando os mesmos métodos de que seus oponentes dispõem para 
dissuadi-lo. O pior acontece quando crenças se materializam em opinião, e são usadas 
como substitutas de argumentos, quando o “Eu tenho direito às minhas crenças” se 
transforma em “Eu tenho direito à minha opinião”. Crenças e opiniões não são argumentos. 
Mais precisamente, crenças diferem de opinião, que diferem de fatos, que diferem de 
argumentos. Um fato é algo que pode ser comprovado verdadeiro. Por exemplo, é um fato 
que Júpiter é o maior planeta do sistema solar tanto em diâmetro quanto em massa. Esse 
fato pode ser provado pela observação ou pela consulta a uma fonte fidedigna. 
Uma crença é uma ideia ou convicção que alguém aceita como verdade, como 
“passar debaixo de uma escada dá azar”. Isso certamente não pode ser provado (ou pelo 
menos nunca foi). Mas a pessoa ainda pode manter sua crença, como vimos, se não pelo 
“direito evidencial”, apelando para o “direito moral”. Ou ainda, pelo mesmo “direito moral”, 
deixar de acreditar no que ela própria pensa ser evidência, como no caso do famoso dito 
(atribuído a Sancho Pança): “Não creio em bruxas, ainda que existam”. [...] 
 
Fonte: CARNIELLI, Walter. Página Aberta. In: Revista Veja. Edição 2578, ano 51, nº 16. São Paulo: Editora 
Abril, 2018, p. 64 (fragmento adaptado). 
Quanto aos aspectos gramaticais, negritados no texto, analise as afirmativas. 
I. Em: “ilógica”, ocorre derivação prefixal, ou seja, à palavra lógica acrescentou-se o prefixo 
“i-”, indicando negação. 
II. Em: “certamente”, o sufixo adverbial “-mente” é acrescentado à forma feminina do 
adjetivo, para exprimir circunstância de modo. 
III. Em: “direito evidencial”, o elemento “evidencial” formou-se por derivação sufixal, 
resultando em um adjetivo. 
IV. Em: “persuasão”, o sufixo “-ão” indica a noção de aumentativo. 
 
Assinale a alternativa CORRETA. 
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. 
b) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas. 
c) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas. 
d) Todas as afirmativas estão corretas. 
 
 
 
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23. (UFC/2019) 
Ocorre derivação imprópria no termo destacado em: 
a) “fascinava-a como prodígio mecânico que era”. 
b) “avistou aquele pano branco tremulando”. 
c) “quão indiferentes passam entre si”. 
d) “a fim de que o objeto não chegasse sibilante como um projétil”. 
e) “a menina teve a impressão de que ele levava saudades”. 
 
24. (UEMA/2020) 
Leia o texto que segue para responder à questão. 
Manuel Bandeira, autor de Libertinagem (1930), insere-se na primeira Geração do 
Modernismo no Brasil. Sua obra, também influenciada por sua história de vida, rompeu com 
os padrões rígidos ditados pela produção anterior ao Modernismo. Ocupa lugar de 
relevância na produção poética brasileira no séc. XX, sendo um dos poetas conhecidos e 
estudados na contemporaneidade. Especificamente, Libertinagem acompanha o ideário 
do grupo modernista da Semana de 22. 
 
Lenda brasileira 
A moita buliu. Bentinho Jararaca levou a arma à cara: o que saiu do mato foi o Veado 
Branco! Bentinho ficou pregado no chão. Quis puxar o gatilho e não pôde. 
- Deus me perdoe! 
Mas o Cussaruim veio vindo, veio vindo, parou junto do caçador e começou a comer 
devagarinho o cano da espingarda. 
BANDEIRA, M. Libertinagem. 2 ed. São Paulo: Global, 2013. 
 
O termo “Cussaruim” é uma sinonímia para “diabo”, realizada a partir da aproximação com 
“coisa-ruim” ou “cousa ruim”, expressões populares de certas regiões do Brasil. 
No processo formativo de “Cussaruim”, tem-se a 
a) conversão da categoria adjetiva da palavra em substantivo. 
b) prefixação com total modificação do sentido primitivo da palavra. 
c) aglutinação de dois termos com perda da autonomia fonética de um deles. 
d) junção de termos de origens distintas para formação de vocábulo inusitado. 
e) abreviação de partes das duas palavras, mantendo o significado primitivo das palavras. 
 
25. (FGV-SP/2019.2) 
Dizem todos, e os poetas juram e tresjuram, que o verdadeiro amor é o primeiro; 
temos estudado a matéria, e acreditamos hoje que não há que fiar em poetas: chegamos 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 40 
por nossas investigações à conclusão de que o verdadeiro amor, ou são todos ou é um só, 
e neste caso não é o primeiro, é o último. O último é que é o verdadeiro, porque é o único 
que não muda. As leitoras que não concordarem com esta doutrina convençam-me do 
contrário, se são disso capazes. 
Isto tudo vem para dizermos que Maria-Regalada tinha um verdadeiro amor ao 
major Vidigal; o major pagava-lho na mesma moeda. Ora, D. Maria era uma das camaradas 
mais do coração de Maria-Regalada. Eis aí porque falando dela D. Maria e a comadre se 
mostraram tão esperançadas a respeito da sorte do Leonardo. 
Já naquele tempo (e dizem que é defeito do nosso) o empenho, o compadresco 
eram uma mola real de todo o movimento social. 
Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias. 
 
O prefixo que entra na formação do verbo “tresjuram” expressa ideia de 
a) precisão. 
b) intensificação. 
c) contradição. 
d) atenuação. 
e) negação. 
 
26. (UNEMAT/2019.2) 
Cabelo 
Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada 
Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada 
Quem disse que cabelo não sente 
Quem disse que cabelo não gosta de pente 
Cabelo quando cresce é tempo 
Cabelo embaraçado é vento 
Cabelo vem lá de dentro 
Cabelo é como pensamento 
Quem pensa que cabelo é mato 
Quem pensa que cabelo é pasto 
Cabelo com orgulho é crina 
Cilindros de espessura fina 
Cabelo quer ficar pra cima 
 
Laquê, fixador, gomalina 
Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada 
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Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada 
Quem quer a força de Sansão 
Quem quer a juba de leão 
Cabelo pode ser cortado 
Cabelo pode ser comprido 
Cabelo pode ser trançado 
Cabelo pode ser tingido 
Aparado ou escovado 
Descolorido, descabelado 
Cabelo pode ser bonito 
Cruzado, seco ou molhado. 
Disponível em: https://w w w .letras.mus.br/arnaldo-antunes/91446/. Acesso em: mar. 2019. 
 
A letra da canção “Cabelo”, de Jorge Benjor e Arnaldo Antunes, apresenta alguns versos 
com palavras cognatas. 
No texto, são cognatas as palavras: 
a) sente; gosta; cresce; pensa. 
b) tempo; vento; dentro; pensamento. 
c) cabelo; cabeleira; cabeluda; descabelada. 
d) aparado; escovado; descolorido; cruzado. 
e) cortado; cumprido; traçado; tingido. 
 
27. (UnB/2017) 
[1] Há aproximadamente mil anos, no auge do Renascimento islâmico, três irmãos 
em Bagdá projetaram um dispositivo que era um órgão automatizado. Eles o chamaram [4] 
“o instrumento que toca sozinho”. O instrumento era basicamente uma caixa de música 
gigante. O órgão podia ser treinado para tocar várias músicas usando instruções [7] 
codificadas por meio de pinos colocados em um cilindro giratório. Para a máquina tocar 
uma música diferente, era só trocar um cilindro por outro com uma codificação diferente. 
[10] Esse foi o primeiro instrumento desse tipo. Ele era programável. Conceitualmente, esse 
foi um imenso salto adiante. Toda a ideia de hardware e de software se tornou [13] possível 
com essa invenção. Esse conceito incrivelmente poderoso não veio para nós na forma de 
um instrumento de guerra, de conquista ou de uma necessidade. De forma alguma, [16] ele 
veio do estranho prazer de ver uma máquina tocar música. De fato, a ideia de máquinas 
programáveis foi mantida viva exclusivamente pela música por aproximadamente 
setecentos [19] anos. 
Existe uma longa lista de ideias e de tecnologias transformadoras que vieram de 
brincadeiras: os museus [22] públicos, a borracha, a teoria das probabilidades, o negócio 
de seguros e muito mais. A necessidade nem sempre é a mãe da invenção. Um estado de 
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espírito lúdico é fundamentalmente [25] exploratório e busca novas possibilidades no 
mundo ao seu redor. Devido a essa busca, muitas experiências que começaram como 
simples prazer e diversão, por fim, [28] resultaram em grandes avanços. 
Stephen Johnson. O paraíso lúdico por trás das grandes invenções. Internet: <www.ted.com>. 
 
Tomando como base o fragmento de texto acima, julgue o item. 
A palavra “busca” (l.26) é formada pelo mesmo processo de derivação a partir do qual se 
forma a palavra 
a) “programável” (l.11). 
b) “invenção” (l.13). 
c) “conquista” (l.15). 
d) “necessidade” (l.15). 
 
Textos para as questões de 28 a 31. 
 
Texto I 
 
 
 
 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 43 
Texto II 
Sem merenda: quando férias escolares significam fome no Brasil 
"Me corta o coração eles quererem um pão e eu não ter. Já coloquei os meninos na 
escola pra isso mesmo, por causa da merenda. Um pouquinho de arroz sempre alguém me 
dá, mas nas férias complica", afirma Alessandra, que, desempregada, coleta latinhas na 
favela de Paraisópolis, em São Paulo, onde mora. [...] 
O drama de Alessandra não é incomum. As férias escolares, quando muitas crianças 
deixam de ter o acesso diário à merenda, intensificam a vulnerabilidade social de muitas 
famílias em todo o país. Embora variem em conteúdo e qualidade (às vezes, são apenas 
bolacha ou pão, em outras, são refeições completas de arroz, feijão, legumes e carne), as 
merendas ocupam função importante no dia a dia de certos alunos. Para essas crianças, nos 
períodos sem aulas é que a fome, uma ameaça ao longo de todo ano, torna-se umarealidade a ser enfrentada. [...] 
Embora não haja estudos nacionais que indiquem o tamanho da insegurança 
alimentar durante o período de férias escolares, uma série de indicadores comprova a 
evolução da pobreza no país e o modo como ela incide sobre as crianças. 
De acordo com a Fundação Abrinq, que fez cálculos, a partir de dados do IBGE, 9 
milhões de brasileiros entre zero e 14 anos do Brasil vivem em situação de extrema pobreza. 
O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional do Ministério da Saúde (Sisvan) identificou, 
no ano retrasado, 207 mil crianças menores de cinco anos com desnutrição grave no Brasil. 
A mais recente pesquisa de Segurança Alimentar do IBGE, de 2013, apontava que 
uma a cada cinco famílias brasileiras tinha restrições alimentares ou preocupação com a 
possibilidade de não ter dinheiro para pagar comida. 
Se a pesquisa fosse feita hoje, a família da faxineira Marinalva Maria de Paula, de 57 
anos, se enquadraria nessa condição. Com uma renda de R$ 360,00 mensais para três 
adultos e uma criança, ela se vê cotidianamente frente a decisões dramáticas: "Se eu pagar 
a prestação do apartamento ou a conta de água, não temos o que comer''. [...] 
O fenômeno que acontece na casa da faxineira já havia sido identificado pelo 
Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) em 2008, quando um terço dos 
titulares do Bolsa Família declaravam em pesquisa que a alimentação da família piorava 
durante as férias escolares. [...] 
Marinalva não consegue emprego formal há quatro anos. Ela está muito longe de 
atingir a renda mínima familiar, estimada pelo Departamento Intersindical de Estatística e 
Estudos Socioeconômicos (Dieese) em R$ 4.214,62, para suprir sem carências as 
necessidades com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, 
lazer e previdência dos quatro integrantes da casa. O valor, calculado em julho, equivale a 
aproximadamente quatro vezes o salário-mínimo atual, de R$ 998,00. 
Fonte: IDOETA, Paula Adamo; SANCHES, Mariana. In: BBC News Brasil. 15 jul. 2019. Disponível em: 
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-48953335. Acesso em: 09 agost. 2019. (texto adaptado). 
 
28. (UFT/2020/Tarde) 
Sobre os vocábulos: "incomum" e "insegurança", presentes no texto II, analise as 
afirmativas. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 44 
I. Nos vocábulos, o prefixo "in-" denota sentido de negação. 
II. Os vocábulos passaram por derivação parassintética, com a anexação concomitante de 
afixos aos substantivos. 
III. Os vocábulos são formados pelo processo de derivação, ou seja, quando se obtém uma 
palavra nova (derivada), pela anexação de afixos à palavra primitiva. 
IV. Na formação dos vocábulos, ambos sofreram alterações em sua estrutura pelos prefixos, 
provocadas pelo fenômeno da assimilação. 
 
Assinale a alternativa CORRETA. 
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. 
b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. 
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas 
d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas. 
 
29. (Inédita – Professor Wagner Santos) 
A palavra “desperdiçado” (Texto I) é formada pelo mesmo princípio formativo de: 
a) Embora. 
b) Emagrecimento. 
c) Beijo. 
d) Inconstitucional. 
e) Desclonagem. 
 
30. (Inédita – Professor Wagner Santos) 
Tendo em mente que a palavra “merenda” é derivada do verbo “merecer”, do latim merere, 
seu processo de formação deve ser classificado como 
a) derivação prefixal. 
b) abreviação. 
c) derivação sufixal. 
d) derivação imprópria. 
e) derivação regressiva. 
 
31. (Inédita – Professor Wagner Santos) 
O verbo “enquadrar” – que significa “ser colocado em quadro”, ou seja, ser colocado em 
um determinado contexto – não apresenta a mesma forma de formação da apresentada em 
a) envernizar. 
b) anoitecer. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 45 
c) fototoxidade. 
d) abençoar. 
e) engaiolar. 
 
32. (Unifor/2003) 
A série em que todas as palavras têm o mesmo radical é 
a) idoso – idôneo - ídolo 
b) doméstico - domicílio - domesticar 
c) popular - pluvioso - público 
d) senil - semelhante – senhor 
 
33. (Unicamp/2020) 
Leia o texto a seguir e responda à questão. 
O telejornalismo é um dos principais produtos televisivos. Sejam as notícias boas 
ou ruins, ele precisa garantir uma experiência esteticamente agradável para o espectador. 
Em suma, ser um “infotenimento”, para atrair prestígio, anunciante e rentabilidade. Porém, 
a atmosfera pesada do início do ano baixou nos telejornais: Brumadinho, jovens atletas 
mortos no incêndio do CT do Flamengo, notícias diárias de feminicídios, de valentões 
armados matando em brigas de trânsito e supermercados. Conjunções adversativas e 
adjuntos adverbiais já não dão mais conta de neutralizar o tsunami de tragédias e violência, 
e de amenizar as más notícias para garantir o “infotenimento”. No jornal, é apresentada 
matéria sobre uma mulher brutalmente espancada, internada com diversas fraturas no 
rosto. Em frente ao hospital, uma repórter fala: “mas a boa notícia é que ela saiu da UTI e 
não precisará mais de cirurgia reparadora na face...”. Agora, repórteres repetem a 
expressão “a boa notícia é que...”, buscando alguma brecha de esperança no “outro lado” 
das más notícias. 
 
(Adaptado de Wilson R. V. Ferreira, Globo adota “a boa notícia é que...” para tentar se salvar do baixo astral 
nacional. Disponível em https://cinegnose. Blogs pot.com/2019/02/globo-adotaboa-noticia-e-que-
para.html. Acessado em 01/03 /2019.) 
 
Para se referir a matérias jornalísticas televisivas que informam e, ao mesmo tempo, 
entretêm os espectadores, o autor cria um neologismo por meio de 
a) derivação prefixal. 
b) composição por justaposição. 
c) composição por aglutinação. 
d) derivação imprópria. 
 
 
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34. (PUC-PR/Verão 2020) 
Leia o texto que segue e responda à questão. 
O que você faz à noite, fora do trabalho, pode ter uma influência positiva em sua 
carreira. Pelo menos é o que concluiu uma pesquisa realizada por professores da Austrália, 
da China e de Hong Kong, publicada na revista científica Journal of Applied Psychology. 
Durante dez dias, os estudiosos mapearam os hábitos de 183 funcionários chineses 
de diferentes empresas e ocupações. Os participantes precisavam responder, três vezes ao 
dia, como se sentiam em relação a seu trabalho. Os dados indicaram que os que mantinham 
hobbies noturnos mostravam-se mais proativos no dia seguinte. Já os que cumpriam 
obrigações domésticas ou levavam tarefas do escritório para casa sentiam-se mais 
enfadados. 
O resultado não é sem razão. “Quando você faz algo que gosta, está adquirindo 
conhecimento e experiências para se tornar um profissional melhor. São aprendizados para 
a vida como um todo”, afirma Nélio Bilate, consultor de desenvolvimento humano e 
organizacional. 
 
Disponível em: https://exame.abril.com.br/carreira/diga-me-seu-hobby-que-direi-o-quanto-produz-no-
trabalho/. Acesso em: 10/08/2019. 
 
Sobre a formação de algumas palavras do texto, leia as afirmativas a seguir e assinale V para 
as verdadeiras e F para as falsas. 
 
( ) “Desenvolvimento” e “enfadados” são vocábulos formados por derivação 
parassintética. 
( ) Os sufixos de “participantes”, “consultor” e “chineses” expressam o mesmo valor 
semântico. 
( ) Os substantivos “pesquisa” e “trabalho” formaram-se por derivação regressiva a partir 
de verbos. 
( ) “Científica”, “conhecimento” e “estudiosos” são adjetivos formados por sufixação. 
 
Assinale a alternativa que completa CORRETAMENTE os parênteses, de cima parabaixo. 
a) F – F – V – F. 
b) F – V – V – V. 
c) V – V – F – V. 
d) V – V – F – F. 
e) V – F – F – V 
 
A partir do texto a seguir, faça o que se pede nas questões de 35 a 37. 
 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 47 
Leia o texto para responder à questão. 
O leitor encontra, neste belo número da Revista Katálysis, um panorama rico, denso 
e qualificado do que vem ocorrendo no mundo do trabalho hoje, com seus traços de 
“continuidade” e “descontinuidade”, num período em que o capitalismo aprofundou ainda 
mais as penalizações que está impondo ao universo laborativo, onde o “novo” e o “velho” 
se (re)configuram a partir da nova Divisão Internacional do Trabalho (DIT), que se 
reestruturou nas últimas décadas. [...] 
Se a Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX, legou-nos um enorme processo 
de “desantropomorfização do trabalho” (Lukács); se o século XX pode ser caracterizado 
pelo que Braverman definiu como sendo a “era da degradação do trabalho”, as últimas 
décadas do século passado e os inícios do atual vêm presenciando a generalização de 
“outras formas e modalidades de precarização”, [...] aquela responsável pela geração do 
cybertariado (Ursula Huws), uma nova força de trabalho global que mescla intensamente 
“informatização” com “informalização”.[...] 
As consequências são fortes: nesta fase de desmanche, estamos presenciando o 
derretimento dos poucos laços de sociabilidade, [...] sem presenciarmos uma ampliação da 
vida dotada de sentido, nem “dentro” e nem “fora” do trabalho. A vida se consolida, cada 
vez mais, como sendo desprovida de sentido no trabalho e, por outro lado, estranhada e 
fetichizada* também “fora” do trabalho, exaurindo-se no mundo sublimado do consumo 
(virtual ou real), ou na labuta incansável pelas qualificações de todo tipo, que são 
incentivadas como antídoto [...] para não perder o emprego daqueles que o têm. 
É por isso que estamos presenciando uma desconstrução sem precedentes do 
trabalho em toda a era moderna, ampliando os diversos modos de ser da precarização e 
do desemprego estrutural. Resta para a “classe-que-vive-do-trabalho” oscilar, ao modo dos 
pêndulos, entre a busca de qualquer “labor” e a vivência do desemprego. 
Este número especial da Revista Katálysis, dedicado às novas configurações do 
trabalho na sociedade capitalista, é uma contribuição efetiva para a linhagem crítica, 
atualizada e original, tanto pelos temas selecionados, quanto pela qualidade e competência 
dos colaboradores presentes, ajudando a descortinar tantos elementos que configuram a 
“nova morfologia do trabalho”, seus dilemas e desafios. 
 
Ricardo Antunes, Editorial da Revista Katálysis, n.2, 2009. https://tinyurl.com/y6nchqmr Acesso em: 
19.10.2019. Adaptado. 
 
*fetichizar: ação de admirar exageradamente, irrestritamente, incondicionalmente uma pessoa ou coisa. 
 
35. (FATEC/2020.1) 
Os termos “continuidade”, “desconstrução” e “desmanche” são palavras constituídas por 
diferentes processos de formação de palavras. 
Assinale a alternativa cujas palavras são formadas, respectivamente, pelos mesmos 
processos dos vocábulos apresentados no enunciado. 
a) Idade, endeusar e venda. 
b) Vivência, rememoração e renúncia. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 48 
c) Morosidade, entardecer e aguardente. 
d) Idealismo, vivenciamento e desmantelar. 
e) Porosidade, descontinuamente e remontar. 
 
36. (Inédita – Professor Wagner Santos) 
O vocábulo “desantropomorfização”, encontrado no texto em questão, é formado por 
prefixação e sufixação. A análise correta de significados é encontrada em: 
a) O prefixo “des-“ apresenta, no contexto, uma relação de negação do restante da palavra. 
b) O sufixo “-ização” é, nesse caso em específico, formador de adjetivo aplicado somente a 
humanos. 
c) A palavra, com relação à sua formação, passa a significar, no contexto, o abandono da 
humanidade da sociedade. 
d) O radical da palavra é “antrop-“ e guarda, em si, a significação de “homem”, no sentido 
humano. 
 
37. (Inédita – Professor Wagner Santos) 
No texto, as palavras “informatização” e “informalização” devem ser entendidas como 
a) de sentidos diferentes, apesar do mesmo processo de formação de palavras. 
b) de mesmo significado, dado que apresentam mesmo processo de formação. 
c) complementares, quanto ao sentido, no contexto apresentado no texto. 
d) neologismos criados pelo autor para comprovar a tese apresentada no texto. 
e) antônimos formados para marcar a incoerência do momento abordado no texto. 
 
38. (FGV-SP/2019 – Economia – Tarde) 
Leia o texto para responder à questão. 
O sertanejo, assoberbado de reveses, dobra-se, afinal. 
Passa, certo dia, à sua porta, a primeira turma de “retirantes”. Vê-a, assombrado, 
atravessar o terreiro, miseranda, desaparecendo adiante numa nuvem de poeira, na curva 
do caminho... No outro dia, outra. E outras. É o sertão que se esvazia. 
Não resiste mais. Amatula-se num daqueles bandos, que lá se vão caminho em fora, 
debruando de ossadas as veredas, e lá se vai ele no êxodo penosíssimo para a costa, para 
as serras distantes, para quaisquer lugares onde o não mate o elemento primordial da vida. 
Atinge-os. Salva-se. 
Passam-se meses. Acaba-se o flagelo. Ei-lo de volta. Vence-o saudade do sertão. 
Remigra. E torna feliz, revigorado, cantando; esquecido de infortúnios, buscando as 
mesmas horas passageiras da ventura perdidiça e instável, os mesmos dias longos de 
transes e provações demoradas. 
(Euclides da Cunha. Os Sertões) 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 49 
Considere as passagens: 
• Vê-a, assombrado, atravessar o terreiro, miseranda, desaparecendo adiante numa 
nuvem de poeira... (2° parágrafo); 
• Remigra. E torna feliz, revigorado, cantando... (5° parágrafo). 
 
Nos vocábulos destacados, os prefixos expressam, respectivamente, sentidos de 
a) negação, retorno e reforço. 
b) ausência, repetição e recuo. 
c) afastamento, recuo e intensidade. 
d) repetição, retrocesso e repetição. 
e) excesso, repetição e oposição. 
 
39. (UnB/2019) 
Os nem-nem: dois em cada 10 jovens brasileiros não estudam nem trabalham 
Uma pesquisa do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revela que 23% 
(dois em cada dez) dos jovens brasileiros não estudam nem trabalham: são os chamados 
jovens nem-nem. A maior parte desse grupo são [5] mulheres de baixa renda. O número 
corresponde a um dos maiores percentuais de jovens nessa situação entre nove países da 
América Latina e do Caribe. Outros 49% dos jovens se dedicam exclusivamente a estudo 
ou capacitação, 13% só trabalham e 15% trabalham e estudam ao mesmo [10] tempo. 
Internet: www.economia.uol.com.br (com adaptações). 
 
O termo “nem-nem”, presente no título do texto, é formado por meio da 
a) atribuição de novo significado a palavra composta já dicionarizada. 
b) derivação de vocábulo a partir da inserção de sufixo ao segundo termo. 
c) inclusão de palavra de outra língua no vocabulário da língua portuguesa. 
d) combinação de palavras já existentes na língua portuguesa. 
 
40. (Unit-SE/2019.1 Medicina) 
 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 50 
Sobre os elementos linguísticos que compõem o provérbio, está incorreto o que se afirma 
em 
a) A partícula “A” determina o substantivo “persistência”, e o artigo “o” substantiva o adjetivo 
“impossível”. 
b) As palavras “persistência” e “impossível” são acentuadas por serem paroxítonas 
terminadas, respectivamente, em -ia, ditongo crescente, e em-l. 
c) As expressões “A persistência” e “o impossível” exercem diferentes funções sintáticas, 
embora tenham como núcleos termos flexionados no mesmo número e gênero. 
d) A forma verbal “realiza” expressa uma ação contínua, pertence a um verbo regular da 
primeira conjugação, que recebe a classificação de transitivo direto. 
e) O vocábulo “impossível”, formado por derivação prefixal, no contexto frásico em análise, 
também passa a fazer parte do grupo dos chamados derivados impróprios. 
 
41. (EN/2019) 
Assinale a opção cujo termo destacado exemplifica o mesmo processo de formação de 
palavras observado em: “Há também os grandes clássicos, os romances que todos amamos 
e queremos ter ao alcance da mão.” 
a) Ler, sem dúvida, é uma atividade prazerosa e de estorço intelectual. 
b) Os estudantes apreciaram o vídeo com entrevistas de antigos escritores. 
c) Seria lamentável, realmente, a morte dos livros impressos em papel. 
d) Um livro escolar de boa qualidade consegue esclarecer as dúvidas dos estudantes. 
e) Acreditamos que a leitura de um bom livro seja um dos melhores passatempos. 
 
42. (Unifesp/2019) Pela extensão e por não ser necessário à resolução da 
questão, o texto utilizado foi suprimido do material. 
 
Derivação regressiva: formação de palavras novas pela redução de uma palavra já existente. 
A redução se faz mediante supressão de elementos terminais (sufixos, desinências). 
(Celso Pedro Luft. Gramática resumida, 2004.) 
 
Constitui exemplo de palavra formada pelo processo de derivação regressiva o termo 
sublinhado em: 
a) “Sabia-se confusamente que a doida tinha sido moça igual às outras no seu tempo 
remoto” 
b) “E a boca inflamada, soltando xingamentos, pragas, numa voz rouca.” 
c) “Os três garotos desceram manhã cedo, para o banho e a pega de passarinho.” 
d) “A doida habitava um chalé no centro do jardim maltratado.” 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 51 
e) “O sentimento de que a doida carregava uma culpa, que sua própria doidice era uma 
falta grave” 
 
43. (PUC/PR/2018) 
Leia a seguir. 
Pergunta: Estou fazendo reeducação alimentar e incluí na minha dieta um suco detox, de 
limão com salsa. Qual sua opinião sobre os sucos detox? 
Resposta: Os sucos são cheios de nutrientes, vitaminas e minerais. Mas não existe nenhum 
artigo científico que prove que um suco pode desintoxicar o corpo. Nosso organismo tem 
mecanismos para eliminar eventuais toxinas. O fígado é um órgão extremamente eficiente 
para realizar essa função. O melhor mesmo você sabe: movimento físico regular. O resto é 
ter equilíbrio em tudo, até na hora de beber seu suco natural (e não detox). 
Disponível em: https://epoca.globo.com/saude/marcio-atalla/noticia/2017/04/os-sucos-detox-
funcionam.html. Acesso em: 20/02/2018. 
 
A formação de palavras em nossa língua aciona vários mecanismos a que todo falante nativo 
tem acesso, mesmo sem perceber. 
Sobre esses processos e os elementos envolvidos nele em relação às palavras destacadas 
no texto anterior, assinale a alternativa CORRETA. 
a) O sufixo presente em “alimentar” é responsável pela formação de verbos de primeira 
conjugação a partir de substantivos concretos. 
b) A palavra “resto” foi formada por derivação regressiva a partir do verbo “restar”, processo 
muito produtivo em nossa língua na formação de substantivos abstratos. 
c) Podemos encontrar em “extremamente” um sufixo formador de advérbios de modo a 
partir de substantivos sempre flexionados no gênero feminino. 
d) Os prefixos presentes em “reeducação” e “desintoxicar” compartilham a mesma carga 
semântica, embora tenham passado por mudanças ortográfica e fonéticas. 
e) O processo de formação das palavras “nutrientes” e “eventuais” chama-se sufixação e, 
nesse caso, criou adjetivos a partir de substantivos comuns. 
 
44. (FCMSCSP/2018) 
Leia o texto de Oliver Sacks para responder à questão. 
No meu tempo de estudante de medicina na Londres dos anos 1950, vi no Hospital 
de Middlesex muitos pacientes com delírio, estados de flutuação da consciência causados, 
às vezes, por infecções com febre alta ou por problemas como insuficiência dos rins ou do 
fígado, doença pulmonar ou diabetes mal controlado; todas essas condições podem 
produzir mudanças drásticas na química do sangue. Alguns pacientes deliravam em 
consequência de medicação, especialmente os que recebiam morfina ou outros opiáceos 
para aliviar a dor. Os pacientes com delírio estavam quase sempre nas alas médicas ou 
cirúrgicas, e não nas neurológicas ou psiquiátricas, pois em geral o delírio indica um 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 52 
problema médico, uma consequência de algo que afeta o corpo como um todo, inclusive 
o cérebro, e desaparece assim que o problema médico é sanado. 
É possível que a idade, mesmo com um funcionamento intelectual pleno, aumente 
o risco de alucinação ou delírio em resposta a problemas médicos e medicação, ainda mais 
com a polifarmácia tão frequentemente praticada na medicina atual. Como trabalho em 
vários lares para idosos, de vez em quando vejo pacientes tratados com muitas medicações, 
as quais podem interagir umas com as outras de modos complexos, e, não raro, empurrar 
o paciente para o delírio. 
(A mente assombrada, 2013. Adaptado.) 
 
“as quais podem interagir umas com as outras de modos complexos” (2° parágrafo) 
 
A palavra “interagir” é formada com um prefixo. Há um prefixo com o mesmo significado na 
palavra: 
a) insegurança. 
b) entrelinha. 
c) intransigência. 
d) enterro. 
e) integral. 
 
 
45. (UFGD/2018) 
Leia o seguinte excerto. 
E bastava batesse no campo o pio de uma perdiz magoada, ou viesse do mato a 
lália lamúria dos tucanos, para o jumento mudar de rota, pendendo à esquerda ou se 
empescoçando para a direita; e, por via de um gavião casaco-de-couro cruzar-lhe à frente, 
já ele estacava, em concentrado prazo de irresolução. 
ROSA, João Guimarães. A hora e a vez de Augusto Matraga. In: ___ Sagarana. 38. Ed. Rio de Janeiro: Nova 
Fronteira, 1984. Pp. 339-386. 
 
Assinale a alternativa que contém palavra formada pelo mesmo processo de formação do 
verbo “empescoçar”. 
a) Casaco-de-couro. 
b) Globalização. 
c) Abalizar. 
d) Praguejar. 
e) Farmacologia. 
 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 53 
46. (UFGD/2017) 
Era um sonho dantesco... o tombadilho 
Que das luzernas avermelha o brilho. 
Em sangue a se banhar. 
Tinir de ferros... estalar de açoite... 
Legiões de homens negros como a noite, 
Horrendos a dançar... 
 
Negras mulheres, suspendendo às tetas 
Magras crianças, cujas bocas pretas 
Rega o sangue das mães: 
Outras moças, mas nuas e espantadas, 
No turbilhão de espectros arrastadas, 
Em ânsia e mágoa vãs! 
 
E ri-se a orquestra irônica, estridente... 
E da ronda fantástica a serpente 
Faz doudas espirais ... 
Se o velho arqueja, se no chão resvala, 
Ouvem-se gritos... o chicote estala. 
E voam mais e mais... 
 
Presa nos elos de uma só cadeia, 
A multidão faminta cambaleia, 
E chora e dança ali! 
Um de raiva delira, outro enlouquece, 
Outro, que martírios embrutece, 
Cantando, geme e ri! 
 
No entanto o capitão manda a manobra 
E após fitando o céu que se desdobra 
Tão puro sobre o mar 
Diz do fumo entre os densos nevoeiros: 
“Vibrai rijo o chicote, marinheiros! 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 54 
Fazei-os mais dançar!” 
 
E ri-se a orquestra irônica, estridente... 
E da ronda fantástica a serpente 
Faz doudas espirais... 
Qual numsonho dantesco as sombras voam! 
Gritos, ais, maldições, preces ressoam! 
E ri-se Satanás!... 
ALVES, Castro. Navio Negreiro. Editora Virtual Books Online M&M Editores Ltda: 2000. (Canto IV) 
 
Assinale a alternativa em que todas as palavras são formadas por derivação sufixal: 
a) dantesco, embrutecer, enlouquecer. 
b) dantesco, nevoeiro, marinheiro. 
c) embrutecer, enlouquecer, avermelhar. 
d) desdobrar, ressoar, delirar. 
e) fantástico, irônico, enlouquecer. 
 
 
 
 
47. (FGV-SP/2017.2) 
Facebookracia 
 
É isso mesmo que você leu: “Facebookracia”. Assim como democracia quer dizer 
“poder do povo” e plutocracia quer dizer “poder dos ricos”, a palavra Facebookracia é o 
poder controlado pelo Facebook. Não é bem um regime ou um sistema político, não é uma 
forma de governo estabelecida numa Constituição, como acontece com o parlamentarismo 
ou o presidencialismo. A Facebookracia vai se instalando aos poucos, de maneira mais ou 
menos informal, até que, quando a gente olha, já tomou conta dos processos pelos quais 
os eleitores tomam decisões. A Facebookracia é a democracia entregue à lógica das redes 
sociais. Em sua exuberância cibernética até parece democracia, mas é uma deformação da 
democracia. 
O termo Facebookracia não é original, embora ainda seja pouco difundido. 
Buscando na internet, a gente não o encontra em português, mas ele já aparece em outras 
línguas (Facebookcracy, por exemplo). 
Eugênio Bucci, Época, 28/11/2016. 
 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 55 
Por ser composta de radicais de línguas diferentes, a palavra “Facebookracia” é um 
exemplo de hibridismo, da mesma forma que o termo sublinhado na seguinte frase: 
a) Na sentença, o juiz optou por uma decisão monocrática. 
b) Há países que são regidos por governos teocráticos. 
c) Reclama-se muito das exigências burocráticas para se abrir uma empresa no Brasil. 
d) Para os gregos, aristocracia era o governo exercido pelos melhores cidadãos da pólis. 
e) O poder exercido por anciãos era chamado de gerontocracia. 
 
48. (IFRR/2017.1) 
Para responder à questão, considere o poema Ave Roraima da poetisa Eli Macuxi: 
 
Ave Roraima 
 
Ave Roraima que canta 
Feito pássaro mítico. 
No peito de quem se encanta 
Por seus líricos fascínios 
Correm rios, cores quentes 
Queimam lavrados ardentes 
Choram guaribas no cio. 
Mesmo quem vem do asfalto 
Do barulho e da poeira 
Quando vê é roraimeira 
Pretoneubereliakin... 
Ave Roraima que canta 
Amor que chega e suplanta 
Todos males em mim! 
 
Sabe-se que as palavras podem apresentar diferentes elementos em suas estruturas e são 
formadas por alguns processos básicos que, articulados, ampliam o léxico da língua 
portuguesa. 
Considerando essa reflexão, o seu conhecimento sobre Estrutura e Formação de Palavras, 
e tomando como referência o poema lido, assinale a alternativa correta: 
a) A palavra roraimeira é um exemplo de derivação parassintética, tendo em vista sua 
formação consistir em acréscimo simultâneo de um prefixo e um sufixo. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 56 
b) Em mítico ocorre o processo de composição por aglutinação, haja vista a palavra de 
origem ser mito. 
c) Pretoneubereliakin é um exemplo de composição por justaposição, pois não há alteração 
fonética ou gráfica das palavras. 
d) Encanta é uma palavra formada pelo processo de hibridismo. 
e) Líricos é uma palavra derivada de lira pelo processo de redução ou abreviação vocabular. 
 
49. (Unicamp/2017) 
 
 
Do ponto de vista da norma culta, é correto afirmar que “coisarˮ é 
a) uma palavra resultante da atribuição do sentido conotativo de um verbo qualquer ao 
substantivo “coisaˮ. 
b) uma palavra resultante do processo de sufixação que transforma o substantivo “coisaˮ no 
verbo “coisarˮ. 
c) uma palavra que, graças a seu sentido universal, pode ser usada em substituição a todo 
e qualquer verbo não lembrado. 
d) uma palavra que resulta da transformação do substantivo “coisaˮ em verbo “coisarˮ, 
reiterando um esquecimento. 
 
50. (UFPR/2014) 
A palavra “reaça” é formada a partir de “reacionário”. Esse é um processo de formação 
de palavras atualmente muito produtivo no português coloquial. Observe as 
correspondências abaixo e aponte quais são formações feitas pelo mesmo processo. 
 
1. Net a partir de internet. 
2. Profissa a partir de profissional. 
3 Dinheirama a partir de dinheiro. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 57 
4. Vestiba a partir de vestibular ou vestibulando. 
 
São formadas pelo mesmo processo que “reaça”: 
a) 1 e 2 apenas. 
b) 1 e 3 apenas. 
c) 2, 3 e 4 apenas. 
d) 2 e 4 apenas. 
e) 1, 2 e 4 apenas. 
 
 
1. D 
2. D 
3. A 
4. D 
5. C 
6. B 
7. B 
8. B 
9. B 
10. C 
11. A 
12. B 
13. C 
14. E 
15. D 
16. B 
17. E 
18. B 
19. A 
20. B 
21. C 
22. B 
23. D 
24. C 
25. B 
26. C 
27. C 
28. B 
29. B 
30. E 
31. C 
32. B 
33. C 
34. A 
35. B 
36. D 
37. A 
38. A 
39. D 
40. C 
41. A 
42. C 
43. B 
44. B 
45. C 
46. B 
47. C 
48. C 
49. B 
50. D 
 
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1. (UNICAMP/2018) 
O brasileiro João Guimarães Rosa e o irlandês James Joyce são autores reverenciados pela 
inventividade de sua linguagem literária, em que abundam neologismos. Muitas vezes, por 
essa razão, Guimarães Rosa e Joyce são citados como exemplos de autores “praticamente 
intraduzíveis”. Mesmo sem ter lido os autores, é possível identificar alguns dos seus 
neologismos, pois são baseados em processos de formação de palavras comuns ao português 
e ao inglês. 
Entre os recursos comuns aos neologismos de Guimarães Rosa e de James Joyce, estão: 
i. Onomatopeia (formação de uma palavra a partir de uma reprodução aproximada de 
um som natural, utilizando-se os recursos da língua); e 
ii. Derivação (formação de novas palavras pelo acréscimo de prefixos ou sufixos a palavras 
já existentes na língua). 
 
Os neologismos que aparecem nas opções abaixo foram extraídos de obras de Guimarães 
Rosa (GR) e James Joyce (JJ). Assinale a opção em que os processos (i) e (ii) estão presentes: 
a) Quinculinculim (GR, No Urubuquaquá, no Pinhém) e tattarrattat (JJ, Ulisses). 
b) Transtrazer (GR, Grande sertão: veredas) e monoideal (JJ, Ulisses). 
c) Rtststr (JJ, Ulisses) e quinculinculim (GR, No Urubuquaquá, no Pinhém). 
d) Tattarrattat (JJ, Ulisses) e inesquecer-se (GR, Ave, Palavra). 
 
Comentários 
Alternativa A – incorreta. “Tattarrattat” não é derivado a partir de nenhuma palavra 
existente. 
Alternativa B – incorreta. “Transtrazer” é o processo número (ii) e não (i): derivação a 
partir da inclusão do prefixo “trans-“ ao verbo “trazer”. 
Alternativa C – incorreta. ”Quinculinculim” não é derivado a partir de nenhuma palavra 
existente. 
Alternativa D – correta – gabarito. A palavra “tattarrattat” imita o som de batidas na porta, 
sendo, portanto, uma onotopeia; já “inesquecer-se” é formada por derivação prefixal, da união 
do prefixo “In-“ com o verbo pronominal “esquecer-se”. 
Gabarito: D 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 59 
2. (ESPM/2018) 
Assinale o item em que o par de prefixos grifados não possua equivalência semântica: 
a) hipermercado / supermercado 
b) anfíbio / ambiguidade 
c) endovenoso / intramuscular 
d) diálogo / bienal 
e) periferia / circunferência 
 
ComentáriosCuidado: está sendo pedido os termos que NÃO apresentam equivalência semântica. 
Alternativa A – incorreta. O prefixo hiper- significa ‘acima; sobre; por cima, muito’: 
hiperativo, hipertenso, hipertexto; ao passo que “super-“ denoa ‘sobre; além de; por cima; 
demais’; ocorre no vern. Com as acp. De: 1) ‘posição acima de’: superposição, superumeral; 
2) ‘abundância, excesso’: superaquecimento, superlotar; ver sobre-. De acordo com o 
dicionário Houaiss, eles têm significado igual. 
Alternativa B – incorreta. Tanto “anfi-“ quanto “ambi-“ transmitem ideia de duplicidade. 
Alternativa C – incorreta. “Endo” e “intra” transmitem ideia de interioridade 
(localidade). 
Alternativa D – correta – gabarito. “Per-“ dá ideia de cruzamento, através de, ao passo 
que circunferência denota ao redor de. Atenção: são parecidos, mas não iguais. 
Gabarito: D 
3. (ESPM/2016) 
Levando-se em conta os prefixos latinos e gregos grifados, assinale o par que não possui 
correspondência de significados: 
a) abuso / anencéfalo 
b) ambidestro / anfíbio 
c) bienal / dilema 
d) circumpolar / periferia 
e) contraveneno / antídoto 
 
 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 60 
Comentários 
Alternativa A: correta – gabarito. De origem latina, o prefixo ab- indica separação, 
afastamento; já o prefixo an-, de origem grega, indica negação. 
Alternativa B: incorreta. Tanto ambi- quanto anfi- indicam duplicidade. 
Alternativa C: incorreta. Tanto bi- quanto di- indicam duplicidade. 
Alternativa D: incorreta. Tanto circum- quanto peri- indicam posição em torno de algo. 
Alternativa E: incorreta. Tanto contra- quanto anti- indicam oposição. 
Gabarito: A 
4. (UNESP/2017) 
Leia o excerto do livro Violência urbana, de Paulo Sérgio Pinheiro e Guilherme Assis de 
Almeida. 
 
De dia, ande na rua com cuidado, olhos bem abertos. Evite falar com estranhos. À noite, 
não saia para caminhar, principalmente se estiver sozinho e seu bairro for deserto. Quando 
estacionar, tranque bem as portas do carro [...]. De madrugada, não pare em sinal vermelho. 
Se for assaltado, não reaja – entregue tudo. 
É provável que você já esteja exausto de ler e ouvir várias dessas recomendações. Faz 
tempo que a ideia de integrar uma comunidade e sentir-se confiante e seguro por ser parte 
de um coletivo deixou de ser um sentimento comum aos habitantes das grandes cidades 
brasileiras. As noções de segurança e de vida comunitária foram substituídas pelo sentimento 
de insegurança e pelo isolamento que o medo impõe. O outro deixa de ser visto como 
parceiro ou parceira em potencial; o desconhecido é encarado como ameaça. O sentimento 
de insegurança transforma e desfigura a vida em nossas cidades. De lugares de encontro, 
troca, comunidade, participação coletiva, as moradias e os espaços públicos transformam- se 
em palco do horror, do pânico e do medo. 
A violência urbana subverte e desvirtua a função das cidades, drena recursos públicos 
já escassos, ceifa vidas – especialmente as dos jovens e dos mais pobres –, dilacera famílias, 
modificando nossas existências dramaticamente para pior. De potenciais cidadãos, passamos 
a ser consumidores do medo. O que fazer diante desse quadro de insegurança e pânico, 
denunciado diariamente pelos jornais e alardeado pela mídia eletrônica? Qual tarefa impõe-
se aos cidadãos, na democracia e no Estado de direito? 
(Violência urbana, 2003.) 
As palavras do texto cujos prefixos traduzem ideia de negação são 
a) “desvirtua” e “transforma”. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 61 
b) “evite” e “isolamento”. 
c) “desfigura” e “ameaça”. 
d) “desconhecido” e “insegurança”. 
e) “subverte” e “dilacera”. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. Em “desvirtua” sim, mas em “transforma” não: “trans-“ dá ideia 
de superação, de transposição de limites, de mudança, de alteração. 
Alternativa B: incorreta. Em “evite” não há prefixo. 
Alternativa C: incorreta. Em “ameaça” não há prefixo. 
Alternativa D: correta – gabarito. Tanto “des-“ quanto “in-“ nesse caso transmitem ideia 
semântica de negação, oposição, privação. 
Alternativa E: incorreta. Em ambos há prefixos, mas “sub-“ transmite ideia de 
inferioridade e “di” de divisão, repartição. 
Gabarito: D 
5. (IFBA/2017) 
Leia o fragmento, abaixo, extraído do poema “Quilombos”, do poeta baiano José Carlos 
Limeira. 
“Te vejo meu povo feliz 
Teu sonho querendo sentir 
Se Palmares ainda vivesse 
Pra Palmares teria que ir 
 
Você já pensou se Domingos Jorge Velho e sua malta 
Não houvessem tido tanta sorte? 
 
Já pensou naquele país da Serra da Barriga? 
Sei que talvez não, 
É difícil imaginar uma terra (...) 
Onde não fosse possível ver 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 62 
Criancinhas 
De dez, oito, seis anos 
Voltando às quatro da manhã 
Depois de vender chicletes e o último resquício de dignidade 
Nos cruzamentos da cidade. 
(...) 
Por menos que conte a história 
Não te esqueço meu povo 
Se Palmares não vive mais 
Faremos Palmares de novo.” 
LIMEIRA, José Carlos; SEMOG, Éle. Atabaques. Rio de Janeiro: Ed. Dos Autores, 1983. 
 
Do ponto de vista morfológico, na estrutura da palavra “Criancinhas” (l. 13) apresenta-se: 
a) uma desinência verbal que indica quantidade. 
b) um prefixo que tem sentido de medida. 
c) um sufixo de valor diminutivo. 
d) um sufixo que forma substantivo por meio do verbo. 
e) uma composição por aglutinação. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. Não se trata de desinência verbal, pois não é verbo. “Criança” 
é substantivo; logo, a desinência é nominal. 
Alternativa B: incorreta. Não é prefixo, mas sim sufixo. 
Alternativa C: correta – gabarito. A palavra “criancinhas” é formada pelo substantivo 
“criança”, pelo sufixo de valor diminutivo “-inha” e flexão de gênero plural marcado pelo “s”. 
Alternativa D: incorreta. É sufixo, mas “criança” é substantivo e não verbo. 
Alternativa E: incorreta. Segundo a teoria, na aglutinação, unem-se as palavras 
suprimindo um ou mais de seus elementos fonéticos. Isso significa que na aglutinação há 
perda de algum som. No caso, não há junção de palavras, a palavra é uma só (criança), 
adicionada de sufixo. 
Gabarito: C 
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6. (IFPE/2017) 
BRINQUEDO VIRA FEBRE ENTRE CRIANÇAS E ADOLESCENTES 
RIO – A cena se repete na porta das escolas da cidade: um grupo de adolescentes 
conversa, nas mãos, algo colorido girando chama a atenção. É o hand spinner, brinquedo que 
é a nova moda entre os jovens. Segundo a coluna “Gente Boa”, a febre pela peça, que possui 
um círculo no centro e, ao colocar os dedos nas pontas, com um movimento rápido, é possível 
girá-lo cada vez mais rápido, foi tão grande que o Colégio Santo Inácio teria proibido o 
brinquedo na escola. 
Segundo o Colégio Santo Inácio, tudo não passou de um mal-entendido: nenhum 
brinquedo é proibido na escola. O que aconteceu foi uma recomendação para que os alunos 
não usassem durante a aula, já que os estudantes estavam se distraindo. Perto dali, no Leblon, 
o Colégio Santo Agostinho passa pelo mesmo problema. 
O hand spinner foi criado no início da década de 90 com o objetivo de auxiliar no 
relaxamento e aumentar a concentração. Ele era recomendado para crianças com Transtorno 
do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e autismo. Mas a internet foi tomada por vídeos 
e fotos do brinquedo e viralizou. O professor da Faculdade de Medicina da Universidade 
FederalFluminense (UFF) e especialista em psiquiatria infantil, Jairo Werner, destaca não 
conhecer estudos que comprovem a eficácia do hand spinner. “Isso virou uma grande moda, 
tenho pacientes que estão usando, não por recomendação minha, mas por conta própria. É 
um aparelho que fornece um alívio momentâneo da ansiedade, porque algumas pessoas, em 
especial as crianças, têm muita energia para extravasar. Tudo pode ser usado para o bem ou 
para o mal, limite é sempre necessário” — explica Werner. 
Disponível em: <https://oglobo.globo.com/rio/hand-spinner-de-febre-entre-os-adolescentes-pesadelo-dos-
colegios-21447838>. Acesso: 18 jun. 2017 (adaptado). 
 
A palavra “mal-entendido”, na primeira linha do segundo parágrafo do texto, foi escrita com 
hífen em respeito ao que prescreve o último acordo ortográfico assinado pelos países de 
língua portuguesa. Entretanto, o referido acordo nem sempre determina a utilização do hífen 
quando “mal” funciona como prefixo. Sabendo disso, assinale a única alternativa em que se 
faz obrigatório o uso do hífen com o supracitado prefixo. 
a) Mal-criado. 
b) Mal-amada. 
c) Mal-sucedido. 
d) Mal-cheiroso. 
e) Mal-visto. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 64 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. O termo subsequente começa com consoante e, portanto, não 
precisa haver hífen obrigatório. 
Alternativa B: correta – gabarito. “Mal” em Língua Portuguesa é advérbio. Geralmente, 
um advérbio pode ser utilizado como prefixo. Por exemplo, o uso de “não” à frente de algumas 
palavras. 
No caso, a obrigatoriedade se dá, porque o segundo termo começa com vogal, de 
forma que a letra “l” junto à letra “a” requer obrigatoriamente a inclusão do hífen. 
Alternativa C: incorreta. O termo subsequente começa com consoante e, portanto, não 
precisa haver hífen obrigatório. 
Alternativa D: incorreta. O termo subsequente começa com consoante e, portanto, não 
precisa haver hífen obrigatório. 
Alternativa E: incorreta. O termo subsequente começa com consoante e, portanto, não 
precisa haver hífen obrigatório. 
Atenção: ainda iremos estudar de maneira mais aprofundada o Novo Acordo Ortográfico, não 
se preocupem. 
Gabarito: B 
7. (URGS/2017) 
Muita gente que ouve a expressão “políticas linguísticas” pela primeira vez pensa em 
algo solene, formal, oficial, em leis e portarias, em autoridades oficiais, e pode ficar se 
perguntando o que seriam leis sobre línguas. De fato, há leis sobre línguas, mas as políticas 
linguísticas também podem ser menos formais– e nem passar por leis propriamente ditas. Em 
quase todos os casos, figuram no cotidiano, pois envolvem não só a gestão da linguagem, 
mas também as práticas de linguagem, e as crenças e valores que circulam a respeito delas. 
Tome, por exemplo, a situação do cidadão das classes confortáveis brasileiras, que quer que 
a escola ensine a norma culta da língua portuguesa. Ele folga em saber que se vai exigir isso 
dos candidatos às vagas para o ensino superior, mas nem sempre observa ou exige o mesmo 
padrão culto, por exemplo, na ata de condomínio, que ele aprova como está, desapegada da 
ortografia e das regras de concordância verbais e nominais preconizadas pela gramática 
normativa. Ele acha ótimo que a escola dos filhos faça baterias de exercícios para fixar as 
normas ortográficas, mas pouco se incomoda com os problemas de redação nos enunciados 
das tarefas dirigidas às crianças ou nos textos de comunicação da escola dirigidos à 
comunidade escolar. Essas são políticas linguísticas. Afinal, onde há gente, há grupos de 
pessoas que falam línguas. Em cada um desses grupos, há decisões, tácitas ou explícitas, sobre 
como proceder, sobre o que é aceitável ou não, e por aí afora. Vamos chamar essas escolhas 
– assim como as discussões que levam até elas e as ações que delas resultam – de políticas. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 65 
Esses grupos, pequenos ou grandes, de pessoas tratam com outros grupos, que por sua vez 
usam línguas e têm as suas políticas internas. Vivendo imersos em linguagem e tendo 
constantemente que lidar com outros indivíduos e outros grupos mediante o uso da 
linguagem, não surpreende que os recursos de linguagem lá pelas tantas se tornem, eles 
próprios, tema de política e objetos de políticas explícitas. Como esses recursos podem ou 
devem se apresentar? Que funções eles podem ou devem ter? Quem pode ou deve ter acesso 
a eles? Muito do que fazemos, portanto, diz respeito às políticas linguísticas. 
Adaptado de: GARCEZ, P. M.; SCHULZ, L. Do que tratam as políticas linguísticas. ReVEL, v. 14, n. 26, 2016. 
 
Assinale a alternativa em que o prefixo “des” atribui à forma a que se agrega o mesmo sentido 
que atribui à desapegada. 
a) Desdenhada. 
b) Designada. 
c) Desabrochada. 
d) Destrambelhada. 
e) Desabitada. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. O prefixo “des-” é parte do radical das palavras. 
Alternativa B: incorreta – gabarito. O prefixo “des-” é parte do radical das palavras. 
Alternativa C: incorreta. O prefixo “des” indica “movimento de cima para baixo”. 
Alternativa D: incorreta. O prefixo “des-” é parte do radical das palavras. 
Alternativa E: correta. O prefixo “des” também indica contrário: “desabitado” é o local 
sem habitante. 
Gabarito: E 
8. (UNIPÊ/2017) 
A atuação do profissional médico caracteriza, historicamente, ação que desafia o 
conhecimento. É muito fácil perceber isso em apanhado retrospectivo da história da Medicina. 
Da observação empírica ao conhecimento científico institucionalizado da Medicina, esses 
desafios se estendem além da esfera do conhecimento, para abranger, cada vez mais, também 
outros no campo institucional e, por fim, nas sociedades democráticas contemporâneas, 
aqueles exigidos pelo Estado de Direito. Se, um dia, já se fez cirurgia sem anestésicos, sem 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 66 
técnicas de esterilização e assepsia, no mundo de hoje, isso seria inconcebível, inaceitável e 
juridicamente passível de punição. 
O ato médico caracteriza-se principalmente pela natureza intervencionista, ou seja, há 
a “intenção de intervir”, cientificamente justificada em um diagnóstico que embasa o “porquê 
intervir” e da mesma forma estabelece o “como intervir”. Intervir do ponto de vista médico 
significa alterar de um estado inicial indesejável para um estado final previsivelmente 
almejado. E esse estado final almejado é estabelecido não pelo médico ou pelo paciente, mas 
pelo consenso científico. E toda a ação que se distanciar desses contornos necessitará de 
justificação adicional. Atente-se que, aqui, até mesmo a atitude passiva, ou seja, a não 
intervenção, é pautada pelo mesmo raciocínio: a atitude programada. Esses são pressupostos 
que constituem a essência para a elaboração do texto legal que regulamenta não apenas o 
ato médico, mas também o exercício profissional do médico em seu amplo contexto. Assim, 
o ato médico sempre será ação desafiando conhecimento! 
MURR, Leidimar Pereira. Ato médico: ação que desafia o conhecimento. Disponível em: 
<http://ojaleco.blogspot.com.br/2009/11/ato-medico-acaoque- desafia-o.html>. Acesso em: 4 abr. 2017. 
Adaptado. 
Os prefixos formadores das palavras derivadas “inconcebível” e “desafiando” traduzem, 
respectivamente, as ideias de 
a) introdução e transição. 
b) negação e ação contrária. 
c) intensidade e destruição. 
d) oposição e relação mútua. 
e) retrocesso e simultaneidade. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. O prefixo “in-“ ao “concebível”, que significa plausível, indica 
privação,negação. E “desafiar” não é necessariamente antônimo de “afiar”. 
Alternativa B: correta – gabarito. Ambos transmitem ideias parecidas, mas não 
totalmente iguais. 
Alternativa C: incorreta. Não indica intensidade, mas sim negação. 
Alternativa D: incorreta. Até pode denotar oposição o primeiro, mas não relação mútua 
o segundo. 
Alternativa E: incorreta. Não são prefixos que transmitem ideia semântica temporal. 
Gabarito: B 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 67 
9. (UERJ/2016) 
O FUTURO ERA LINDO 
A informação seria livre. Todo o saber do mundo seria compartilhado, bem como a 
música, 2º cinema, a literatura e a ciência. O custo seria zero. O espaço seria infinito. A 
velocidade, 3estonteante. A solidariedade e a colaboração seriam os valores supremos. A 
criatividade, o único 4poder verdadeiro. O bem triunfaria sobre os males do capitalismo. O 
sistema de representação se tornaria obsoleto. Todos os seres humanos teriam oportunidades 
iguais em qualquer lugar do 6planeta. Todos seriam empreendedores e inventivos. Todos 
poderiam se expressar livremente. 7Censura, nunca mais. As fronteiras deixariam de existir. 
As distâncias se tornariam irrelevantes. O inimaginável seria possível. O sonho, qualquer 
sonho, poderia se tornar realidade. 
Livre, grátis, inovador, coletivo, palavras-chave do novo mundo que a internet 
inaugurou. Por anos esquecemos que a internet foi uma invenção militar, criada para manter 
o poder de quem já o tinha. Por anos fingimos que transformar produtos físicos em produtos 
virtuais era algo ecologicamente correto, esquecendo que a fabricação de computadores e 
celulares, com a obsolescência embutida em seu DNA, demanda o consumo de quantidades 
vexatórias de combustíveis fósseis, de produtos químicos e de água, sem falar no volume 
assombroso de lixo não reciclado em que resultam, incluindo lixo tóxico. 
Ninguém imaginou que o poder e o dinheiro se tornariam tão concentrados em 
megahipercorporações norte-americanas como o Google, que iriam destruir para sempre 
tantas indústrias e atividades em tão pouco tempo. Ninguém previu que os mesmos Estados 
Unidos, graças às maravilhas da internet sempre tão aberta e juvenil, se consolidariam como 
os maiores espiões do mundo, humilhando potências como a Alemanha e também o Brasil, 
impondo os métodos de sua inteligência militar sobre a população mundial, e guiando ao 
arrepio da justiça os bebês engenheiros nota dez em matemática mas ignorantes completos 
em matéria de ética, política e em boas maneiras. 
Ninguém previu a febre das notícias inventadas, a civilização de perfis falsos, as 
enxurradas de vírus, os arrastões de números de cartão de crédito, a empulhação dos 
resultados numéricos falseados por robôs ou gerados por trabalhadores mal pagos em países 
do terceiro mundo, o fim da privacidade, o terrorismo eletrônico, inclusive de Estado. 
Marion Strecker Adaptado de Folha de São Paulo, 29/07/2014. 
 
O termo megahipercorporações é formado por um processo que enfatiza o tamanho e o 
poder das corporações econômicas atuais. 
Essa ênfase é produzida pelo emprego de: 
a) sufixos de caráter aumentativo 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 68 
b) prefixos com sentido semelhante 
c) radicais de combinação obrigatória 
d) desinências de significado específico 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. No caso são prefixos, não sufixos. 
Alternativa B: correta – gabarito. O termo “megahipercorporações” é formado pelos 
prefixos de origem grega “mega-“ e “hiper-“ que expressam noção semântica de grande 
quantidade, enfatizando o tamanho e o poder das corporações econômicas atuais. 
Alternativa C: incorreta. No caso não são radicais (parte integrante da palavra), mas sim 
prefixos. 
Alternativa D: incorreta. Desinências ocorrem ao final das palavras, ao passo que o 
prefixo no início. 
Gabarito: B 
10. (UFAM/2015) 
Há muito tempo, o homem sonha construir máquinas que possam livrá-lo das tarefas 
entediantes do dia a dia. Durante todo o século XX, os escritores de ficção científica estavam 
preocupados em criar histórias sobre robôs que serviam seus mestres em tudo, sem reclamar 
e sem se cansar. Essa era uma visão tentadora, mas, do ponto de vista tecnológico, até o final 
do século XX continuava a ser um sonho remoto, simplesmente porque não houve meios de 
construir essas máquinas. Que atrasados ainda somos! E, apesar da rejeição de muitos, essa 
perspectiva tem um quê de atraente. 
Alguns pesquisadores dos Estados Unidos, da Europa e do Japão continuam a 
perseguir, incansavelmente, o sonho de criar servidores robóticos multifuncionais, que 
possam fazer o trabalho pesado. A busca tem sido difícil e os progressos, lentos. No entanto, 
a partir do ano 2000, vêm sendo desenvolvidos robôs experimentais com considerável 
sofisticação. Muitos cientistas já se convenceram de que essa tecnologia não é apenas 
possível, mas inevitável. Hoje em dia, a “era dos robôs” continua situada em algum lugar do 
futuro, mas está cada dia mais próxima. Sendo assim, daqui a alguns anos, não pegaremos 
numa vassoura que não seja através de um robô. 
Como dizia o escritor Oscar Wilde, a civilização precisa de escravos. Que os escravos 
sejam, então, as máquinas. Por isso, esses robôs têm que ser construídos, para que tenhamos 
um novo amanhecer em nossa vida, com um enlace entre homens e máquinas. 
(BALCH, Tucher. “As Maravilhosas máquinas inteligentes do futuro”. Texto adaptado.) 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 69 
Assinale a alternativa em que aquilo que se afirma de palavra tirada do texto NÃO está correto: 
a) “incansavelmente” possui os seguintes elementos mórficos: in (prefixo); cans (radical); ável 
(sufixo nominal); mente (sufixo adverbial) 
b) “estavam” possui os seguintes elementos mórficos: est (radical); a (vogal temática); va 
(desinência modo-temporal); m (desinência número-pessoal) 
c) “trabalho” é palavra formada por derivação imprópria. 
d) “amanhecer” é vocábulo formado por derivação parassintética. 
e) “enlace” é vocábulo formado por derivação regressiva. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. Lembrando que é possível haver juntos na mesma palavra dois 
sufixos. No caso, é um advérbio de modo. 
Alternativa B: incorreta. O tempo no caso é pretérito imperfeito e a conjugação está na 
terceira pessoa do plural. 
Alternativa C: correta – gabarito. Segundo vimos na teoria, a derivação imprópria ocorre 
quando não se adiciona nenhum elemento, mas há mudança na classe da palavra. No caso, 
“trabalho” é um substantivo o qual não sofreu processo de formação de palavras. 
Alternativa D: incorreta. No caso, tanto a prefixação de “a” quanto a sufixação de “-ecer”. 
Alternativa E: incorreta. Segundo a teoria, derivação regressiva é quando a terminação 
do verbo é substituída por uma vogal, criando um substantivo. No caso, “laçar” se transformou 
em “lace”, adicionado do prefixo “en-“. 
Gabarito: C 
11. (UFSCar/2013) 
O termo infeliz é formado pela combinação do prefixo de negação in- à base feliz. A alternativa 
em que a palavra também é formada com prefixo de negação é: 
a) desleal. 
b) ingerir. 
c) transportar. 
d) eufônico. 
e) decair. 
 
 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 70 
Comentários 
Alternativa A: correta – gabarito. No caso, “des-“ também indica negação, oposição, 
privação. 
Alternativa B: incorreta. Atenção: “in-“ pode indicar negação; porém, aqui, ele é 
utilizado nosentido de interioridade (localidade). 
Alternativa C: incorreta. “Trans-“ significa ir além, superar, alterar, mudar. 
Alternativa D: incorreta. “Eu-“ é um prefixo grego que significa “bem”. Logo, “eufônico” 
denota soar bem. 
Alternativa E: incorreta. Cuidado: A formação de “decair” provém da união de uma 
preposição a um verbo. 
Gabarito: A 
12. (UFPR/2014) 
Brazuca é um nome triste, mas não por ser com ‘z’ 
A escolha do nome da bola que a Adidas lançará para a Copa do Mundo de 2014 foi 
feita por votação na internet a partir de uma 2 lista tríplice. Com 77.8% das preferências, 
Brazuca derrotou Bossa Nova e Carnavalesca. Como quase todos os analistas da língua que 
estão de plantão esta semana, lamentei a notícia (considerava Bossa Nova o menos ruim de 
três nomes fracos), mas por motivos diversos. Não é a grafia com z que me incomoda, mas a 
palavra em si. Convém explicar. Sim, é verdade que todos os dicionários e o Vocabulário 
Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), da Academia Brasileira de Letras, registram apenas 
brasuca, com s. Afinal, a palavra não é derivada de Brasil, brasileiro? Eis toda a base para a 
argumentação dos que implicaram com a grafia. Uma argumentação que deixa de levar em 
conta dois fatos singelos. 
A forma brazuca é muito mais usada na vida real. Uma pesquisa no Google traz mais de 
milhões de páginas, contra pouco mais de um décimo disso para brasuca. Pode-se defender 
a tese de que a preferência popular não é suficiente para alterar a grafia de um termo 
vernáculo, mas atenção: estamos falando de palavra informal, brincalhona, recente. Brazuca é 
uma gíria, e as gírias, como todas as criações populares, têm a mania de escolher como serão 
conhecidas. 
Ainda que não fosse assim, o batismo da bola da Copa do Mundo é um ato de branding, 
ramo do marketing que tem regras próprias, entre elas a de privilegiar formas gráficas fortes 
– e nesse mundo a letra z goza de grande prestígio. Naturalmente, a correspondência com a 
grafia “Brazil” numa marca destinada a ter circulação internacional também deve ter sido 
considerada um trunfo por seus criadores. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 71 
Se não é a grafia, o que sobra para criticar em Brazuca, a bola? Sua carga cultural idiota, 
só isso. O fato de que, brazuca ou brasuca, a palavra é um sinônimo tolo de brasileiro. O termo 
nasceu em Portugal com tom depreciativo (o sufixo “-uca”, o mesmo de mixuruca, deixa isso 
claro), numa espécie de contraponto ao nosso “portuga”. Até aí, tudo bem: a própria palavra 
brasileiro tinha uso pejora antes de ser assumida em espírito de desafio pelos nativos desta 
terra. 
O problema é que, ao ser adotado por aqui, brazuca/brasuca virou um clichê patriótico 
viscoso, folclórico e carregado de autocomplacência, primo da malemolência, da ginga e da 
incrível musicalidade de muitos inzoneiros* que habita este gigante adormecido. É por isso 
que Brazuca é bola fora – e Brasuca não seria melhor. 
(Sérgio Rodrigues, 04/09/2012, <http://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/curiosidades-etimologicas>.) 
*Inzoneiro: Adj. Bras. Pop. 1. Mexeriqueiro, intrigante, mentiroso. 2. Sonso, manhoso. (Dicionário Aurélio) 
 
A partir do texto, considere as seguintes afirmativas: 
1. As palavras mixuruca, muvuca e maluca confirmam a afirmação que o autor faz sobre o sufixo 
–uca. 
2. O autor rechaça tanto brazuca quanto brasuca, por serem formas associadas a um 
patriotismo caricato. 
3. Para o autor, o gigante adormecido tem qualidades que não podem ser comprometidas 
pela escolha de um nome com erro de grafia. 
 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente a afirmativa 2 é verdadeira. 
b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras. 
c) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras. 
d) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. 
e) As afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. 
Comentários 
Afirmação I: correta. No caso, o processo de formação de palavras é a sufixação. 
Afirmação II: correta. Trata-se de uma questão de Interpretação de Texto. Isso pode ser 
verificado em expressões como “Sua carga cultural idiota, só isso”, “sinônimo tolo de 
brasileiro” e “clichê patriótico viscoso, folclórico e carregado de autocomplacência” por 
exemplo. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 72 
Afirmação III: incorreta. Trata-se de uma questão de Interpretação de Texto. O gigante 
adormecido seria algo positivo, mas inzoneiro, que habita nele, não (vide nota de rodapé). 
Ambos os termos seriam ruins, não pelo erro de grafia, mas porque eles representariam o 
brasileiro enquanto tipo tolo, ou seja, não seriam termos dignos, de acordo com o autor. 
Gabarito: B 
13. (FGV/2013) 
Satélite 
Fim de tarde. 
No céu plúmbeo 
A Lua baça 
Paira 
Muito cosmograficamente 
Satélite. 
 
Desmetaforizada, 
Desmitificada, 
Despojada do velho segredo de melancolia, 
Não é agora o golfão de cismas, 
O astro dos loucos e dos enamorados, 
Mas tão somente 
Satélite. 
Ah Lua deste fim de tarde, 
Demissionária de atribuições românticas, 
Sem show para as disponibilidades sentimentais! 
 
Fatigado de mais-valia, 
gosto de ti, assim: 
Coisa em si, 
– Satélite. 
Manuel Bandeira 
 
No contexto do poema de Manuel Bandeira, sobre os termos “Desmetaforizada”, 
“Desmitificada” e “Despojada”, só NÃO é correto afirmar: 
a) configuram uma gradação descendente, do ponto de vista rítmico. 
b) desenvolvem uma ideia já presente no advérbio de modo, usado na primeira estrofe. 
c) contêm um prefixo que intensifica a noção contida no radical. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 73 
d) podem ser entendidos como expressões que traduzem ideia de causa. 
e) opõem-se, quanto ao sentido, à expressão “disponibilidades sentimentais”. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. Até porque as palavras vão se tornando menores. 
Alternativa B: incorreta. No caso, “cosmograficamente”, relativo à maneira do universo. 
Alternativa C: correta – gabarito. Trata-se de um prefixo que transmite ideia de negação 
e não intensificação. 
Alternativa D: incorreta. “Causa” porque consistem em adjetivos derivados de verbo no 
particípio. Logo, essas palavras transmitem uma qualidade, qualidade esta que pode ser de 
causa no contexto. 
Alternativa E: incorreta. Cuidado: são prefixos de negação, oposição, mas 
“disponibilidades sentimentais” condiz com o processo de desmetaforização, desmitificação 
e despojamento no caso. 
Gabarito: C 
14. (FGV/2012) 
 
Sua excelência 
[O ministro] vinha absorvido e tangido por uma chusma de sentimentos atinentes a si 
mesmo que quase lhe falavam a um tempo na consciência: orgulho, força, valor, satisfação 
própria etc. etc. 
Não havia um negativo, não havia nele uma dúvida; todo ele estava embriagado de 
certeza de seu valor intrínseco, das suas qualidades extraordinárias e excepcionais de 
condutor dos povos. A respeitosa atitude de todos e a deferência universal que o cercavam, 
reafirmadas tão eloquentemente naquele banquete, eram nada mais, nada menos que o sinal 
da convicção dos povos de ser ele o resumo do país, vendo nele o solucionador das suas 
dificuldades presentes e o agente eficaz do seu futuro e constante progresso. 
Na sua ação repousavam as pequenas esperanças dos humildes e as desmarcadas 
ambições dos ricos. 
Era tal o seu inebriamento que chegou a esquecer as coisas feias do seu ofício... Ele se 
julgava, e só o que lhe parecia grande entrava nesse julgamento. 
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 AULA 03 – Estruturae processos de formação de palavras 74 
As obscuras determinações das coisas, acertadamente, haviam-no erguido até ali, e 
mais alto levá-lo-iam, visto que, só ele, ele só e unicamente, seria capaz de fazer o país chegar 
ao destino que os antecedentes dele impunham. 
(Lima Barreto. Os bruzundangas. Porto Alegre: L&PM, 1998, pp. 15-6) 
A palavra que apresenta, em sua formação, um prefixo e um sufixo formador de adjetivo é: 
a) esperanças. 
b) sentimentos. 
c) unicamente. 
d) respeitosas. 
e) extraordinárias. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. No caso, há só o sufixo “-ança”, sendo a palavra derivada do 
verbo “esperar”. Sequer é um adjetivo, mas sim um substantivo. 
Alternativa B: incorreta. Não é um adjetivo, mas sim um substantivo. 
Alternativa C: incorreta. Há apenas sufixo designador de advérbio de modo: “-mente”. 
Alternativa D: incorreta. Trata-se de um adjetivo, mas não há prefixação. 
Alternativa E: correta – gabarito. No caso, o prefixo é “extra-“, o sufixo “-árias” e consiste 
num adjetivo. 
Gabarito: E 
15. (UNIRG/2012) 
A construção do título do livro “Sagarana” foi inventada pelo próprio autor e provém da junção 
de 
a) ‘saga‘ que quer dizer “em busca de”, e ‘rana‘ que significa uma “feição universalizante” do 
épico. 
b) ‘saga‘ palavra lúdica que se origina dos rapsodos gregos, e ‘rana‘ nas canções de gesta 
medievais. 
c) ‘saga‘ origina-se do mito poético que situa a narrativa entre o real e o mágico, e ‘rana‘ que 
alude ao ápice da existência. 
d) ‘saga‘ radical de origem germânica que significa “criação verbal a serviço do épico”, e rana, 
do sufixo da língua indígena tupi, que significa “à maneira de”. 
 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 75 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. É o contrário: a alusão ao épico é estabelecida em relação ao 
primeiro termo. No caso, não seria difícil discernir que “saga” se trata de um gênero textual. 
Alternativa B: incorreta. Não são gregos, mas sim nórdicos. Na Grécia, havia epopeia. 
Alternativa C: incorreta. Em relação ao primeiro termo, até pode ser, mas o segundo já 
deveria ser mais generalizante. 
Alternativa D: correta – gabarito. Segundo o Dicionário Etimológico (CUNHA, 2010, p. 
575), “saga” é a designação comum às narrativas em prosa, históricas ou lendárias, nórdicas, 
redigidas sobretudo na Islândia nos sécs. XIII e XIV. Por outro lado, conforme o Dicionário 
Informal, “Rana” é um vocábulo do tupi-guarani que significa: “semelhante; parecido com; 
imitado; falso”. 
Gabarito: D 
16. (UFRJ/2005) 
 
Em relação à palavra “bioética”, é possível verificar, em seu processo de formação, a presença 
de 
a) prefixo (bio) + radical (ética). 
b) radical (bio) + radical (ética). 
c) radical (bio) + sufixo (-ético). 
d) prefixo (bio) + radical (ét-) + sufixo (-ica). 
e) radical (bioét) + sufixo (-ica). 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. “Ética” não é o radical, mas sim a palavra que serve de base. 
Alternativa B: correta – gabarito. Cuidado: no caso, “bio” não é prefixo, pois sua 
constituição é parte integrante da palavra. 
Alternativa C: incorreta. “Ética” não é sufixo. 
Alternativa D: incorreta. “-Ica” não é sufixo. 
Alternativa E: incorreta. A palavra foi desmembrada incorretamente. 
 
Gabarito: B 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 76 
17. (Insper/2012) 
Leia a tirinha a seguir. 
 
 
 
Os mesmos processos de formação dos termos em negrito aparecem, respectivamente, em: 
a) anoitecer, votação, inútil, violação e tristemente; 
b) retenção, suavidade, desmatamento, infelizmente e firmamento; 
c) enlatado, ajuda, remissão, dignidade e abolição; 
d) reação, geração, abstenção, lição e afrontamento; 
e) magreza, medidor, firmamento, dignidade e violação. 
 
Comentários: As palavras em destaque na tira são todas formadas por sufixação. Dessa forma, 
necessitamos de uma alternativa com todas por sufixação também. 
Alternativa A: incorreta. As palavras são formadas da seguinte forma: “anoitecer” é 
formada por parassíntese (a + manh+ ecer); “votação” é formada por sufixação (vot + ação); 
“inútil” é palavra primitiva; “violação” é formada por sufixação (viol + ação); e “tristemente” é 
formada por sufixação (triste + mente). 
Alternativa B: incorreta. As palavras são formadas da seguinte forma: “retenção” é 
formada por sufixação (reten + ção); “suavidade” é formada por sufixação (suav + idade); 
“desmatamento” é formada por parassíntese (des + mata + mento); “infelizmente” é formado 
por prefixação e sufixação (in + feliz + mente); e “firmamento” é formada por sufixação (firma 
+ mento). 
Alternativa C: incorreta. As palavras são formadas da seguinte forma: “enlatado” é 
formada por parassíntese (en + lat + ado); ajuda é formada por derivação regressiva, do verbo 
“ajudar”; “remissão” é palavra primitiva; “dignidade” é formada por sufixação (dign + idade); 
e “abolição” é formada por sufixação (aboli + ção). 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 77 
Alternativa D: incorreta. Nessa alternativa, as palavras: “reação” é formada por 
prefixação (re + ação); “geração e abstenção” são formadas por sufixação (ger + ação; Abste 
+ n + ção); “lição” é uma palavra primitiva; e “afrontamento” é formada por parassíntese (a + 
fronta + mento). 
Alternativa E: correta. Todas as palavras nessa alternativa são construídas por sufixação. 
(Magr + eza; Medi + dor; Firma + mento; Dign + idade; e Viol + ação). Da mesma forma temos 
a formação das palavras na tirinha. 
Gabarito: E 
18. (UNESP/2021) 
Para a formação do neologismo “vivimento”, o narrador recorreu ao mesmo processo de 
formação de palavras observado em 
a) “desemendo”. 
b) “velhice”. 
c) “denúncia”. 
d) “reverte”. 
e) “adiante”. 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. A palavra “desemendo” é formada por prefixação, dado que 
adiciona-se o prefixo “des-“ ao gerúndio “emendo”, proveniente do verbo “emendar”. Como 
veremos a seguir, “vivimento” é formada por sufixação. 
Alternativa B: correta. A palavra “vivimento” é construída a partir do processo de 
sufixação. Temos a ideia de “viver” somada ao sufixo “-mento”, com o “i” servindo de vogal de 
ligação. Dessa forma, “velhice” é formada pelo mesmo processo de sufixação, dado que ao 
radical “velh-“ soma-se o sufixo “-ice”. 
Alternativa C: incorreta. A palavra “denúncia” é formada por derivação regressiva, dado 
que é proveniente do verbo “denunciar”. A palavra “vivimento”, como vimos, é formada por 
sufixação. 
Alternativa D: incorreta. A palavra “reverte” é uma conjugação verbal de “reverter”. As 
conjugações verbais não são consideradas no escopo dos processos de formação de palavras, 
dado que temos a entrada de desinências e não de afixos. 
Alternativa E: incorreta. A palavra “adiante” é uma palavra formada por derivação 
regressiva, dado que temos sua origem no verbo “adiantar”. 
Gabarito: B 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 78 
19. (UECE/2019) 
Algumas palavras da língua portuguesa são formadas a partir da combinação de morfemas. 
Sobre esse aspecto, atente para as seguintes afirmações: 
 
I. O sufixo inha do vocábulo garrafinha indica diminutivo e o processo de formação 
dessa palavra se chama derivação sufixal. 
II. Os prefixos re e des dos vocábulos reutilizar e desligar indicam, respectivamente, 
repetição de uma ação e negação, e o processo de formação dessas palavras se chama 
derivação prefixal. 
III. O prefixo ex do vocábulo extratos significa quealgo está fora e o processo de 
formação dessa palavra é denominado derivação prefixal. 
 
Estão corretas as assertivas contidas em 
a) I e II apenas. 
b) I e III apenas. 
c) II e III apenas. 
d) I, II e III. 
 
 
Comentários 
Afirmativa I: correta. O sufixo “-inha”, extremamente produtivo no português, apresenta 
uma relação direta com a formação do diminutivo que, dependendo do contexto, não 
necessariamente relaciona-se com o tamanho dos elementos, podendo ser pejorativo, por 
exemplo. Nesse caso, como temos a entrada de um sufixo, o processo realmente deve ser 
compreendido como sufixação. Sempre interessante lembrar que os nomes dos processos 
nos auxiliam na compreensão dos próprios processos. 
Afirmativa II: correta. O prefixo “re-“, em “reutilizar” indica realmente a repetição da 
utilização. Nesse caso, temos utilizar novamente, por isso o valor de repetição indicado. No 
caso do prefixo “des-“, em “desligar”, apresenta a ideia contrária a ligar, por isso, é entendido 
como negação. Como só há entrada de prefixo nesses casos, temos prefixação nos dois. 
Afirmativa III: incorreta. A palavra “extrato” é considerada uma palavra primitiva. Nesse 
caso, não temos processo de formação nela. O plural, como já dissemos, é uma formação 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 79 
gramatical e não deve ser confundida com a construção de uma nova palavra, uma vez que se 
modifica, somente, a quantidade de elementos nomeados com o plural. 
Gabarito: A 
20. (Unicentro/2017) 
O animal satisfeito dorme 
Mário Sérgio Cortella 
 
O sempre surpreendente Guimarães Rosa dizia: “o animal satisfeito dorme”. Por trás 
dessa aparente obviedade está um dos mais fundos alertas contra o risco de cairmos na 
monotonia existencial, na redundância afetiva e na indigência intelectual. O que o escritor tão 
bem percebeu é que a condição humana perde substância e energia vital toda vez que se 
sente plenamente confortável com a maneira como as coisas já estão, rendendo-se à sedução 
do repouso e imobilizando-se na acomodação. 
A advertência é preciosa: não esquecer que a satisfação conclui, encerra, termina; a 
satisfação não deixa margem para a continuidade, para o prosseguimento, para a persistência, 
para o desdobramento. A satisfação acalma, limita, amortece. Por isso, quando alguém diz 
“fiquei muito satisfeito com você” ou “estou muito satisfeita com teu trabalho”, é assustador. 
O que se quer dizer com isso? Que nada mais de mim se deseja? Que o ponto atual é meu 
limite e, portanto, minha possibilidade? Que de mim nada mais além se pode esperar? Que 
está bom como está? Assim seria apavorante; passaria a ideia de que desse jeito já basta. Ora, 
o agradável é quando alguém diz: “teu trabalho (ou carinho, ou comida, ou aula, ou texto, ou 
música etc.) é bom, fiquei muito insatisfeito e, portanto, quero mais, quero continuar, quero 
conhecer outras coisas. 
Um bom filme não é exatamente aquele que, quando termina, ficamos insatisfeitos, 
parados, olhando, quietos, para a tela, enquanto passam os letreiros, desejando que não 
cesse? Um bom livro não é aquele que, quando encerramos a leitura, o deixamos um pouco 
apoiado no colo, absortos e distantes, pensando que não poderia terminar? Uma boa festa, 
um bom jogo, um bom passeio, uma boa cerimônia não é aquela que queremos que se 
prolongue? 
Com a vida de cada um e de cada uma também tem de ser assim; afinal de contas, não 
nascemos prontos e acabados. Ainda bem, pois estar satisfeito consigo mesmo é considerar-
se terminado e constrangido ao possível da condição do momento. 
Quando crianças (só as crianças?), muitas vezes, diante da tensão provocada por algum 
desafio que exigia esforço (estudar, treinar, EMAGRECER etc.) ficávamos preocupados e 
irritados, sonhando e pensando: por que a gente já não nasce pronto, sabendo todas as 
coisas? Bela e ingênua perspectiva. É fundamental não nascermos sabendo e nem prontos; o 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 80 
ser que nasce sabendo não terá novidades, só reiterações. Somos seres de insatisfação e 
precisamos ter nisso alguma dose de ambição; todavia, ambição é diferente de ganância, 
dado que o ambicioso quer mais e melhor, enquanto que o ganancioso quer só para si 
próprio. 
Nascer sabendo é uma limitação porque obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, 
inovar, refazer, modificar. Quanto mais se nasce pronto, mais refém do que já se sabe e, 
portanto, do passado; aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros 
de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar. 
Diante dessa realidade, é absurdo acreditar na ideia de que uma pessoa, quanto mais 
vive, mais velha fica; para que alguém quanto mais vivesse mais velho ficasse, teria de ter 
nascido pronto e ir se gastando… 
Isso não ocorre com gente, e sim com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce pronta 
e vai se gastando; gente nasce não-pronta, e vai se fazendo. Eu, no ano que estamos, sou a 
minha mais nova edição (revista e, às vezes, um pouco ampliada); o mais velho de mim (se é o 
tempo a medida) está no meu passado e não no presente. 
Demora um pouco para entender tudo isso; aliás, como falou o mesmo Guimarães, “não 
convém fazer escândalo de começo; só aos poucos é que o escuro é claro”… 
Excerto do livro “Não nascemos prontos! – provocações filosóficas”. De Mário Sérgio Cortella. Disponível 
em:<http://www.contioutra.com/o-animal-satisfeito-dorme-texto-de-mario-sergio-cortella/> 
 
Sobre os processos de formação de palavras que compõem o texto 01, assinale a única 
alternativa correta. 
a) A palavra “estudar” é formada por derivação prefixal e sufixal. 
b) A palavra “emagrecer” é formada por derivação parassintética. 
c) A palavra “gastando” é formada por derivação prefixal. 
d) A forma verbal “vive” é formada por derivação imprópria. 
e) A palavra “surpreendente” é formada por composição por justaposição. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. O verbo “estudar” é uma palavra primitiva, que dá origem, por 
exemplo, a “estudo”, por meio de derivação regressiva; e “estudante”, por meio de derivação 
sufixal. Não temos formação alguma envolvida na construção de significados desse verbo. 
Logo, a alternativa está incorreta. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 81 
Alternativa B: correta. O verbo “emagrecer” é formado por derivação parassintética, 
uma vez que temos a entrada simultânea do prefixo “em-“ e do sufixo “-ecer” no radical “magr”. 
É interessante notar que a palavra “magrecer” não existe, assim como a construção “emagr”, 
por meio de nosso teste apresentado anteriormente. 
Alternativa C: incorreta. A palavra “gastando”, dependendo da visão, poderia ser 
formada por sufixação, dado que temos a desinência “-ndo”, formadora de gerúndios, é 
acrescentada ao tema “gasta”. Contudo, não consideramos formações verbais como 
processos de derivação, dado que é uma relação sintática. De qualquer forma, não temos 
nenhum prefixo sendo acrescentado ao verbo. 
Alternativa D: incorreta. A forma verbal “vive” é uma conjugação do verbo e, dessa 
forma, não está empregada em outra classe que não a de verbo. Logo, não há nenhuma forma 
de derivação imprópria nesse caso. 
Alternativa E: incorreta. A palavra “surpreendente” é formada por derivação sufixal, uma 
vez que há entrada de sufixo “-ente” ao radical “surpreend-“. Essa palavra é originada no verbo 
“surpreender”. 
Gabarito: B 
21. (Unicentro/2018) 
Para responder à questão, considere a tira abaixo. 
 
 
Na interação verbal entre Susanita e Mafalda, o humoré desencadeado pelo neologismo 
INVEJÓLOGO, criado para designar a futura especialidade médica do “filho da D. Susanita”. 
O processo de formação dessa palavra indica 
a) a invariabilidade imanente da língua. 
b) a fragilidade da língua colocada em risco de deterioração. 
c) o dinamismo da língua na criação de novas palavras. 
d) a impossibilidade de a língua se adaptar ao contexto social dos falantes. 
e) a inadequação do uso do radical grego para indicar a nova profissão. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 82 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. A criação de uma palavra demonstra claramente que temos 
variabilidade imanente na língua e não uma noção de invariabilidade. Se tivéssemos a língua 
como invariável, não criaríamos palavras. 
Alternativa B: incorreta. Os processos de formação de palavras em contextos 
específicos de uso da linguagem não é uma demonstração de fragilidade da língua, pelo 
contrário. O que temos é exatamente a noção de que a língua, como processo social, se 
adapta às necessidades comunicativas. 
Alternativa C: correta. A possibilidade de se criar uma palavra para atender à 
necessidade comunicativa é uma das ferramentas mais produtivas da língua. Assim, a criação 
da palavra “invejólogo”, por parte de Susanita, comprova a ideia de que a língua é dinâmica e 
atende às necessidades dos falantes. 
Alternativa D: incorreta. A criação da palavra “invejólogo” aponta exatamente para o 
oposto da afirmação apresentada. Na realidade, a possibilidade de criação de palavras em 
um determinado contexto é extremamente produtiva na língua, sempre construindo a ideia 
de que a língua atende às nossas necessidades e não o contrário. 
Alternativa E: incorreta. A tirinha apresenta a ideia de que a formação e criação de novas 
palavras atende a necessidades momentâneas de comunicação. Dessa forma, não temos 
nenhuma relação com a inadequação do radical grego com relação à formação dessa palavra. 
É interessante notar que a palavra surge no contexto e pronto, sem a ideia de entrar para a 
língua. 
Gabarito: C 
22. (UFT/2018) 
Opinião não é argumento 
Aqui está uma história que pode ser verdadeira no contexto atual do Brasil. Um jovem 
professor de Filosofia, instruindo seus alunos à Filosofia da Religião, introduz, à maneira que 
a Filosofia opera há séculos, argumentos favoráveis e contrários à existência de Deus. Um dos 
alunos se queixa, para o diretor e também nas onipresentes redes sociais, de que suas crenças 
religiosas estão sendo atacadas. “Eu tenho direito às minhas crenças”. O diretor concorda com 
o aluno e força o professor a desistir de ensinar Filosofia da Religião. 
Mas o que é exatamente um “direito às minhas crenças”? [...] O direito à crença, nesse 
caso, poderia ser visto como o “direito evidencial”. Alguém tem um direito evidencial à sua 
crença se estiver disposto a fornecer evidências apropriadas em apoio a ela. Mas o que o 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 83 
estudante e o diretor estão reivindicando e promovendo não parece ser esse direito, pois isso 
implicaria precisamente a necessidade de pôr as evidencias à prova. 
Parece que o estudante está reivindicando outra coisa, um certo “direito moral” à sua 
crença, como avaliado pelo filósofo americano Joel Feinberg, que trabalhou temas da Ética, 
Teoria da Ação e Filosofia Política. O estudante está afirmando que tem o direito moral de 
acreditar no que quiser, mesmo em crenças falsas. 
Muitas pessoas acham que, se têm um direito moral a uma crença, todo mundo tem o 
dever de não as privar dessa crença, o que envolve não criticá-la, não mostrar que é ilógica ou 
que lhe falta apoio evidencial. O problema é que essa é uma maneira cada vez mais comum 
de pensar sobre o direito de acreditar. E as grandes perdedoras são a liberdade de expressão 
e a democracia. 
[...] A defesa de uma crença está restrita ao uso de métodos que pertence ao espaço 
das razões – argumentação e persuasão, em vez de força. Você tem o direito de avançar sua 
crença na arena pública usando os mesmos métodos de que seus oponentes dispõem para 
dissuadi-lo. O pior acontece quando crenças se materializam em opinião, e são usadas como 
substitutas de argumentos, quando o “Eu tenho direito às minhas crenças” se transforma em 
“Eu tenho direito à minha opinião”. Crenças e opiniões não são argumentos. Mais 
precisamente, crenças diferem de opinião, que diferem de fatos, que diferem de argumentos. 
Um fato é algo que pode ser comprovado verdadeiro. Por exemplo, é um fato que Júpiter é o 
maior planeta do sistema solar tanto em diâmetro quanto em massa. Esse fato pode ser 
provado pela observação ou pela consulta a uma fonte fidedigna. 
Uma crença é uma ideia ou convicção que alguém aceita como verdade, como “passar 
debaixo de uma escada dá azar”. Isso certamente não pode ser provado (ou pelo menos 
nunca foi). Mas a pessoa ainda pode manter sua crença, como vimos, se não pelo “direito 
evidencial”, apelando para o “direito moral”. Ou ainda, pelo mesmo “direito moral”, deixar de 
acreditar no que ela própria pensa ser evidência, como no caso do famoso dito (atribuído a 
Sancho Pança): “Não creio em bruxas, ainda que existam”. [...] 
 
Fonte: CARNIELLI, Walter. Página Aberta. In: Revista Veja. Edição 2578, ano 51, nº 16. São Paulo: Editora Abril, 
2018, p. 64 (fragmento adaptado). 
Quanto aos aspectos gramaticais, negritados no texto, analise as afirmativas. 
I. Em: “ilógica”, ocorre derivação prefixal, ou seja, à palavra lógica acrescentou-se o prefixo “i-
”, indicando negação. 
II. Em: “certamente”, o sufixo adverbial “-mente” é acrescentado à forma feminina do adjetivo, 
para exprimir circunstância de modo. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 84 
III. Em: “direito evidencial”, o elemento “evidencial” formou-se por derivação sufixal, 
resultando em um adjetivo. 
IV. Em: “persuasão”, o sufixo “-ão” indica a noção de aumentativo. 
 
Assinale a alternativa CORRETA. 
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. 
b) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas. 
c) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas. 
d) Todas as afirmativas estão corretas. 
 
Comentários 
Afirmativa I: correta. A formação de “ilógica” está analisada, na afirmação, de forma 
correta. 
Afirmativa II: correta. A formação dos advérbios de modo terminados em “-mente” 
funciona da seguinte forma: passa-se o adjetivo para o feminino e insere-se o sufixo “-mente”, 
por exemplo, com “rápido”, que formará “rapidamente”. Dessa forma, temos uma formação 
sufixal em “certamente”. 
Afirmativa III: correta. O elemento “evidencial” é formado pela inserção do prefixo “-al” 
ao radical “evidenci-“, fundamentado no substantivo “evidência”. Perceba que temos o uso 
desse mesmo radical em “evidenciar”. “Evidência”, por sua vez, é formada por derivação 
regressiva. 
Afirmativa IV: incorreta. O sufixo encontrado em “persuasão” é classificado, nessa 
palavra, como um sufixo formador de substantivos e não de aumentativo, como apresenta a 
afirmação. 
Gabarito: B 
23. (UFC/2019) 
Ocorre derivação imprópria no termo destacado em: 
a) “fascinava-a como prodígio mecânico que era” (linhas 04-05). 
b) “avistou aquele pano branco tremulando” (linha 11). 
c) “quão indiferentes passam entre si” (linha 14). 
d) “a fim de que o objeto não chegasse sibilante como um projétil” (linhas 23-24). 
e) “a menina teve a impressão de que ele levava saudades” (linhas 30-31). 
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 AULA03 – Estrutura e processos de formação de palavras 85 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. A forma verbal “era” permanece funcionando como verbo 
dentro da oração subordinada adjetiva em que se encontra. Logo, nesse caso não temos 
formação por derivação imprópria. 
Alternativa B: incorreta. A forma nominal “tremulando”, um gerúndio, indica exatamente 
a forma como o “pano branco” está se comportando. Dessa forma, como indica a ação do 
pano, não temos modificação de classe do verbo em questão. 
Alternativa C: incorreta. O adjetivo “indiferentes” mantém-se com seu valor de adjetivo 
no trecho. Funciona, no caso, como um predicativo do sujeito, uma função sintática típica dos 
adjetivos e dos substantivos. 
Alternativa D: correta. O adjetivo “sibilante”, nesse caso, está funcionando como um 
advérbio. Essa forma de utilização é extremamente comum em relações de uso da língua. É 
bastante comum que tenhamos utilização de adjetivos como forma adverbial. 
Alternativa E: incorreta. A palavra “saudades” funciona como objeto direto do verbo 
“levava”, funcionando como substantivo, sua classe de palavra. 
Gabarito: D 
24. (UEMA/2020) 
Leia o texto que segue para responder à questão. 
Manuel Bandeira, autor de Libertinagem (1930), insere-se na primeira Geração do 
Modernismo no Brasil. Sua obra, também influenciada por sua história de vida, rompeu com 
os padrões rígidos ditados pela produção anterior ao Modernismo. Ocupa lugar de relevância 
na produção poética brasileira no séc. XX, sendo um dos poetas conhecidos e estudados na 
contemporaneidade. Especificamente, Libertinagem acompanha o ideário do grupo 
modernista da Semana de 22. 
 
Lenda brasileira 
A moita buliu. Bentinho Jararaca levou a arma à cara: o que saiu do mato foi o Veado 
Branco! Bentinho ficou pregado no chão. Quis puxar o gatilho e não pôde. 
- Deus me perdoe! 
Mas o Cussaruim veio vindo, veio vindo, parou junto do caçador e começou a comer 
devagarinho o cano da espingarda. 
BANDEIRA, M. Libertinagem. 2 ed. São Paulo: Global, 2013. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 86 
 
O termo “Cussaruim” é uma sinonímia para “diabo”, realizada a partir da aproximação com 
“coisa-ruim” ou “cousa ruim”, expressões populares de certas regiões do Brasil. 
No processo formativo de “Cussaruim”, tem-se a 
a) conversão da categoria adjetiva da palavra em substantivo. 
b) prefixação com total modificação do sentido primitivo da palavra. 
c) aglutinação de dois termos com perda da autonomia fonética de um deles. 
d) junção de termos de origens distintas para formação de vocábulo inusitado. 
e) abreviação de partes das duas palavras, mantendo o significado primitivo das palavras. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. No caso dessa palavra, percebe-se a junção entre as palavras 
“coisa” e “ruim”, com modificação fonética clara do elemento “coisa”. A ideia de conversão de 
palavra é uma relação de derivação imprópria. Perceba que se forma uma nova palavra e não 
uma relação de modificação de palavra já existente com relação à classe. 
Alternativa B: incorreta. No caso dessa palavra, percebe-se a junção entre as palavras 
“coisa” e “ruim”, com modificação fonética clara do elemento “coisa”. Não há nenhum prefixo 
sendo acrescentado em nenhuma das palavras. 
Alternativa C: correta. No caso dessa palavra, percebe-se a junção entre as palavras 
“coisa” e “ruim”, com modificação fonética clara do elemento “coisa”. Essa relação é chamada 
de composição por aglutinação, dada a modificação fonética encontrada na nova palavra. 
Alternativa D: incorreta. No caso dessa palavra, percebe-se a junção entre as palavras 
“coisa” e “ruim”, com modificação fonética clara do elemento “coisa”. Não há, portanto, junção 
de termos de origens distintas. Essa noção seria possível no hibridismo, quando utilizamos 
elementos de origens linguísticas distintas. 
Alternativa E: incorreta. No caso dessa palavra, percebe-se a junção entre as palavras 
“coisa” e “ruim”, com modificação fonética clara do elemento “coisa”. Dessa forma, não 
podemos afirmar que há relação de abreviação de partes de duas palavras, mas duas palavras 
colocadas juntas. 
Gabarito: C 
25. (FGV-SP/2019.2) 
Dizem todos, e os poetas juram e tresjuram, que o verdadeiro amor é o primeiro; temos 
estudado a matéria, e acreditamos hoje que não há que fiar em poetas: chegamos por nossas 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 87 
investigações à conclusão de que o verdadeiro amor, ou são todos ou é um só, e neste caso 
não é o primeiro, é o último. O último é que é o verdadeiro, porque é o único que não muda. 
As leitoras que não concordarem com esta doutrina convençam-me do contrário, se são disso 
capazes. 
Isto tudo vem para dizermos que Maria-Regalada tinha um verdadeiro amor ao major 
Vidigal; o major pagava-lho na mesma moeda. Ora, D. Maria era uma das camaradas mais do 
coração de Maria-Regalada. Eis aí porque falando dela D. Maria e a comadre se mostraram 
tão esperançadas a respeito da sorte do Leonardo. 
Já naquele tempo (e dizem que é defeito do nosso) o empenho, o compadresco eram 
uma mola real de todo o movimento social. 
Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias. 
 
O prefixo que entra na formação do verbo “tresjuram” expressa ideia de 
a) precisão. 
b) intensificação. 
c) contradição. 
d) atenuação. 
e) negação. 
 
Comentários 
A palavra “tresjuram” tem uma relação muito clara de intensificação. É interessante notar 
que o prefixo “três-“ pode ser entendido exatamente como uma noção numérica que 
intensifica a ideia de jurar. Na realidade, o que temos é a noção de que se jura em quantidade. 
Não é um simples juramento, mas uma relação intensificada de juramento. 
Gabarito: B 
26. (UNEMAT/2019.2) 
Cabelo 
Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada 
Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada 
Quem disse que cabelo não sente 
Quem disse que cabelo não gosta de pente 
Cabelo quando cresce é tempo 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 88 
Cabelo embaraçado é vento 
Cabelo vem lá de dentro 
Cabelo é como pensamento 
Quem pensa que cabelo é mato 
Quem pensa que cabelo é pasto 
Cabelo com orgulho é crina 
Cilindros de espessura fina 
Cabelo quer ficar pra cima 
 
Laquê, fixador, gomalina 
Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada 
Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada 
Quem quer a força de Sansão 
Quem quer a juba de leão 
Cabelo pode ser cortado 
Cabelo pode ser comprido 
Cabelo pode ser trançado 
Cabelo pode ser tingido 
Aparado ou escovado 
Descolorido, descabelado 
Cabelo pode ser bonito 
Cruzado, seco ou molhado. 
Disponível em: https://www.letras.mus.br/arnaldo-antunes/91446/. Acesso em: mar. 2019. 
 
A letra da canção “Cabelo”, de Jorge Benjor e Arnaldo Antunes, apresenta alguns versos com 
palavras cognatas. 
No texto, são cognatas as palavras: 
a) sente; gosta; cresce; pensa. 
b) tempo; vento; dentro; pensamento. 
c) cabelo; cabeleira; cabeluda; descabelada. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 89 
d) aparado; escovado; descolorido; cruzado. 
e) cortado; cumprido; traçado; tingido. 
 
Comentários 
O conceito de palavras cognatas é extremamente importante para entendermos essa 
questão. Segundo Cegalla, a ideia de “cognatas” está relacionada às palavras que surgem da 
mesma palavra, ou seja, as que apresentam o mesmo radical (inclusive, é sempre interessante 
lembrar dos famosinhos “falsos cognatos”que encontramos em línguas de origem latina, por 
exemplo, que atrapalham em alguns momentos o uso de outra língua). Tendo esse conceito 
em vista, é interessante perceber que somente na letra C temos realmente palavras com 
mesma origem. Nesse caso, a resposta estava praticamente clara no texto motivador, não é 
mesmo? Contudo, sempre faça a análise completa das alternativas. 
Gabarito: C 
27. (UnB/2017) 
[1] Há aproximadamente mil anos, no auge do Renascimento islâmico, três irmãos em 
Bagdá projetaram um dispositivo que era um órgão automatizado. Eles o chamaram [4] “o 
instrumento que toca sozinho”. O instrumento era basicamente uma caixa de música gigante. 
O órgão podia ser treinado para tocar várias músicas usando instruções [7] codificadas por 
meio de pinos colocados em um cilindro giratório. Para a máquina tocar uma música diferente, 
era só trocar um cilindro por outro com uma codificação diferente. [10] Esse foi o primeiro 
instrumento desse tipo. Ele era programável. Conceitualmente, esse foi um imenso salto 
adiante. Toda a ideia de hardware e de software se tornou [13] possível com essa invenção. 
Esse conceito incrivelmente poderoso não veio para nós na forma de um instrumento de 
guerra, de conquista ou de uma necessidade. De forma alguma, [16] ele veio do estranho 
prazer de ver uma máquina tocar música. De fato, a ideia de máquinas programáveis foi 
mantida viva exclusivamente pela música por aproximadamente setecentos [19] anos. 
Existe uma longa lista de ideias e de tecnologias transformadoras que vieram de 
brincadeiras: os museus [22] públicos, a borracha, a teoria das probabilidades, o negócio de 
seguros e muito mais. A necessidade nem sempre é a mãe da invenção. Um estado de espírito 
lúdico é fundamentalmente [25] exploratório e busca novas possibilidades no mundo ao seu 
redor. Devido a essa busca, muitas experiências que começaram como simples prazer e 
diversão, por fim, [28] resultaram em grandes avanços. 
Stephen Johnson. O paraíso lúdico por trás das grandes invenções. Internet: <www.ted.com>. 
 
 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 90 
Tomando como base o fragmento de texto acima, julgue o item. 
A palavra “busca” (l.26) é formada pelo mesmo processo de derivação a partir do qual se forma 
a palavra 
a) “programável” (l.11). 
b) “invenção” (l.13). 
c) “conquista” (l.15). 
d) “necessidade” (l.15). 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. A palavra “busca” é formada pela chamada derivação 
regressiva, em que, como vimos, são retirados elementos de um verbo para formar um 
substantivo. Como “busca” vem de “buscar”, temos regressiva. No caso de “programável”, 
temos uma relação de sufixação, uma vez que há a entrada do sufixo “vel” ao tema “programa”, 
com indicação de que se forma um adjetivo. 
Alternativa B: incorreta. A palavra “invenção” é formada por sufixação, com a entrada 
do sufixo “-ção” ao radical “inven-“. Ainda que a palavra “inventar” possa ser entendida como 
a origem desse substantivo, não é por meio da regressiva que a formação ocorre, mas por 
sufixação. 
Alternativa C: correta. A palavra “conquista”, assim como a palavra “busca” é formada 
pelo chamado processo de “derivação regressiva”. Como explicado na alternativa A, esse 
processo relaciona verbo e substantivo. No caso de “conquista”, temos a relação clara com o 
verbo “conquistar”, que perde elemento e forma o substantivo. 
Alternativa D: incorreta. A palavra “necessidade” é forma pelo processo de sufixação, 
uma vez que temos a entrada de um sufixo, “-idade”, em um radical “necess-“. Perceba que o 
sufixo “-idade” não temos nenhuma relação com a ideia de “etária”, como em alguns 
momentos vocês pensam. É um sufixo que serve para formar substantivos muito produtivo na 
língua portuguesa. 
Gabarito: C 
 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 91 
Textos para as questões de 28 a 31. 
 
Texto I 
 
 
Texto II 
Sem merenda: quando férias escolares significam fome no Brasil 
“Me corta o coração eles quererem um pão e eu não ter. Já coloquei os meninos na 
escola pra isso mesmo, por causa da merenda. Um pouquinho de arroz sempre alguém me 
dá, mas nas férias complica”, afirma Alessandra, que, desempregada, coleta latinhas na favela 
de Paraisópolis, em São Paulo, onde mora. [...] 
O drama de Alessandra não é incomum. As férias escolares, quando muitas crianças 
deixam de ter o acesso diário à merenda, intensificam a vulnerabilidade social de muitas 
famílias em todo o país. Embora variem em conteúdo e qualidade (às vezes, são apenas 
bolacha ou pão, em outras, são refeições completas de arroz, feijão, legumes e carne), as 
merendas ocupam função importante no dia a dia de certos alunos. Para essas crianças, nos 
períodos sem aulas é que a fome, uma ameaça ao longo de todo ano, torna-se uma realidade 
a ser enfrentada. [...] 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 92 
Embora não haja estudos nacionais que indiquem o tamanho da insegurança alimentar 
durante o período de férias escolares, uma série de indicadores comprova a evolução da 
pobreza no país e o modo como ela incide sobre as crianças. 
De acordo com a Fundação Abrinq, que fez cálculos, a partir de dados do IBGE, 9 
milhões de brasileiros entre zero e 14 anos do Brasil vivem em situação de extrema pobreza. 
O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional do Ministério da Saúde (Sisvan) identificou, no 
ano retrasado, 207 mil crianças menores de cinco anos com desnutrição grave no Brasil. 
A mais recente pesquisa de Segurança Alimentar do IBGE, de 2013, apontava que uma 
a cada cinco famílias brasileiras tinha restrições alimentares ou preocupação com a 
possibilidade de não ter dinheiro para pagar comida. 
Se a pesquisa fosse feita hoje, a família da faxineira Marinalva Maria de Paula, de 57 
anos, se enquadraria nessa condição. Com uma renda de R$ 360,00 mensais para três adultos 
e uma criança, ela se vê cotidianamente frente a decisões dramáticas: “Se eu pagar a prestação 
do apartamento ou a conta de água, não temos o que comer’’. [...] 
O fenômeno que acontece na casa da faxineira já havia sido identificado pelo Instituto 
Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) em 2008, quando um terço dos titulares do 
Bolsa Família declaravam em pesquisa que a alimentação da família piorava durante as férias 
escolares. [...] 
Marinalva não consegue emprego formal há quatro anos. Ela está muito longe de atingir 
a renda mínima familiar, estimada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos 
Socioeconômicos (Dieese) em R$ 4.214,62, para suprir sem carências as necessidades com 
alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência dos 
quatro integrantes da casa. O valor, calculado em julho, equivale a aproximadamente quatro 
vezes o salário-mínimo atual, de R$ 998,00. 
Fonte: IDOETA, Paula Adamo; SANCHES, Mariana. In: BBC News Brasil. 15 jul. 2019. Disponível em: 
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-48953335. Acesso em: 09 agost. 2019. (texto adaptado). 
 
28. (UFT/2020/Tarde) 
Sobre os vocábulos: “incomum” e “insegurança”, presentes no texto II, analise as afirmativas. 
e. Nos vocábulos, o prefixo “in-“ denota sentido de negação. 
II. Os vocábulos passaram por derivação parassintética, com a anexação concomitante de 
afixos aos substantivos. 
III. Os vocábulos são formados pelo processo de derivação, ou seja, quando se obtém uma 
palavra nova (derivada), pela anexação de afixos à palavra primitiva. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 93 
IV. Na formação dos vocábulos, ambos sofreram alterações em sua estrutura pelos prefixos, 
provocadas pelo fenômeno da assimilação. 
 
Assinale a alternativa CORRETA. 
a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. 
b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. 
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas 
d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas. 
 
Comentários 
Afirmativa I: correta. O prefixo “in-“, nos dois casos, indica realmente negação. Essa 
leitura é clara quando pensamos que “incomum” deve ser entendido como algo não comum, 
que foge àquilo que é entendido como comum. Da mesma forma, em “insegurança”, temos a 
inexistência da segurança. 
Afirmativa II: incorreta. No caso de “insegurança”, temos a formação ocorrendo por 
prefixação e sufixação e não parassíntese. Há entrada do prefixo “in-“ e do sufixo “-ança”, 
ambos adicionados ao radical “segur-“. Note que, mais uma vez, nosso teste de retirada 
funcionou. Em “incomum”, por sua vez, temos o processo de prefixação. 
Afirmativa III: correta. Os dois vocábulos são formados, realmente, por derivação, uma 
vez que o primeiro é prefixação e sufixação e o segundo prefixação. Esses são processos em 
que se adicionam afixos a um radical. 
Afirmativa IV: incorreta. Ainda que tenhamos realmente a entrada de prefixos nas duas 
palavras, não ocorre por assimilação. A assimilação é um processo fonético em que temos a 
modificação fonética de um elemento por proximidade a outro som, como ocorre, por 
exemplo, em “chamam-no”, forma correta de construção de “chamam-lo”. Nesse caso, a 
nasalidade do “m” obriga a transformação do L em N. Note que, em nenhuma das palavras, 
ocorre esse processo. 
Gabarito: B 
29. (Inédita – Professor Wagner Santos) 
A palavra “desperdiçado” (Texto I) é formada pelo mesmo princípio formativo de: 
a) Embora. 
b) Emagrecimento. 
c) Beijo. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 94 
d) Inconstitucional. 
e) Desclonagem. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. A palavra “embora”, em contextos como “Vou embora daqui 
agora”, é formada por composição por aglutinação, uma vez que temos uma relação de 
origem em “em boa hora”. Dessa forma, não é o mesmo processo de formação do encontrado 
em “desperdiçado”. 
Alternativa B: correta. A palavra “emagrecimento”, assim como “desperdiçado”, é 
formada por derivação parassintética. Perceba que “magrecimento” ou “emagrec” não 
apresentam existência autônoma. Nunca se esqueça do nosso teste de existência das palavras 
sem os afixos. 
Alternativa C: incorreta. A palavra “beijo” é formada a partir do verbo “beijar”, com 
perda de elemento no original e modificação somente fonética em “beijo”. Dessa forma, 
temos uma construção claramente de derivação regressiva. 
Alternativa D: incorreta. A palavra “inconstitucional” é uma construção formada por 
derivação prefixal e sufixal. Perceba que temos o prefixo “in-“, o radical “constitu-“ (de 
constituição) e o sufixo “-cional”. Como podemos ter a palavra “constitucional”, em nosso teste, 
percebemos que não é uma formação parassintética, como em “desperdiçado”. 
Alternativa E: incorreta. A palavra “desclonagem” é uma construção formada por 
derivação prefixal e sufixal. Perceba que temos o prefixo “des-“, o radical “clon-“ e o sufixo “-
agem”. Como podemos ter a palavra “clonagem”, em nosso teste, percebemos que não é uma 
formação parassintética, como em “desperdiçado”. 
Gabarito: B 
30. (Inédita – Professor Wagner Santos) 
Tendo em mente que a palavra “merenda” é derivada do verbo “merecer”, do latim merere, 
seu processo de formação deve ser classificado como 
a) derivação prefixal. 
b) abreviação. 
c) derivação sufixal. 
d) derivação imprópria. 
e) derivação regressiva. 
 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 95 
Comentários 
O substantivo “merenda”, por ter se originado do verbo “merecer”, com alteração para 
sua construção, é formado por sufixação (também chamada de “derivação sufixal”). Isso fica 
claro pelo fato de termos o sufixo “-nda”, que forma substantivos, sendo acrescido ao radical 
“mere-“. É interessante notar que é do substantivo merenda que passaremos a ter o verbo 
“merendar”, considerado, durante muito tempo, um uso coloquial e não recomendado da 
língua. Inclusive, há regiões do país em que esse verbo é utilizado em lugar de jantar com 
muita, mas muita produtividade. Na Bahia, por exemplo, é verbo corrente e facilmente 
compreendido. 
Gabarito: E 
31. (Inédita – Professor Wagner Santos) 
O verbo “enquadrar” – que significa “ser colocado em quadro”, ou seja, ser colocado em um 
determinado contexto – não apresenta a mesma forma de formação da apresentada em 
a) envernizar. 
b) anoitecer. 
c) fototoxidade. 
d) abençoar. 
e) engaiolar. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. O verbo “envernizar”, assim como “enquadrar”, é formado por 
derivação parassintética, como demonstra nosso teste maroto de retirada de afixos para 
certificar-se do processo. 
Alternativa B: incorreta. O verbo “anoitecer”, assim como “enquadrar”, é formado por 
derivação parassintética, como demonstra nosso teste maroto de retirada de afixos para 
certificar-se do processo. 
Alternativa C: correta. A palavra “fototoxidade” é formada por derivação prefixal e 
sufixal, dado que o prefixo “foto” foi adicionado, assim como o sufixo “idade”, ao radical “tox”. 
Em nosso teste, quando retiramos o prefixo “foto”, a palavra “toxidade” apresenta-se como 
uma palavra autônoma. Logo, temos uma relação de prefixação e sufixação e não de 
parassíntese. 
Alternativa D: incorreta. O verbo “abençoar”, assim como “enquadrar”, é formado por 
derivação parassintética, como demonstra nosso teste maroto de retirada de afixos para 
certificar-se do processo. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 96 
Alternativa E: incorreta. O verbo “engaiolar”, assim como “enquadrar”, é formado por 
derivação parassintética, como demonstra nosso teste maroto de retirada de afixos para 
certificar-se do processo. 
Gabarito: C 
32. (Unifor/2003) 
A série em que todas as palavras têm o mesmo radical é 
a) idoso – idôneo – ídolo 
b) doméstico – domicílio – domesticar 
c) popular – pluvioso – público 
d) senil – semelhante – senhor 
 
Comentários 
Mais uma questão em que temos a análise de palavras cognatas. Perceba que somente 
na letra B temos as palavras formadas a partir do mesmo radical. Dessa forma, temos a 
seguinte análise das palavras: 
• Doméstico: radical “dom” e sufixo “-éstico”. 
• Domicílio: radical “dom” e sufixo “-icílio” 
• Domesticar: radical “dom” e sufixo “-esticar”. 
Todas as palavras estão relacionadas com “casa”. 
Gabarito: B 
33. (Unicamp/2020) 
Leia o texto a seguir e responda à questão. 
O telejornalismo é um dos principais produtos televisivos. Sejam as notícias boas ou 
ruins, ele precisa garantir uma experiência esteticamente agradável para o espectador. Em 
suma, ser um “infotenimento”, para atrair prestígio, anunciante e rentabilidade. Porém, a 
atmosfera pesada do início do ano baixou nos telejornais: Brumadinho, jovens atletas mortos 
no incêndio do CT do Flamengo, notícias diárias de feminicídios, de valentões armados 
matando em brigas de trânsito e supermercados. Conjunções adversativas e adjuntos 
adverbiais já não dão mais conta de neutralizar o tsunami de tragédias e violência, e de 
amenizar as más notícias para garantir o “infotenimento”. No jornal, é apresentada matéria 
sobre uma mulher brutalmente espancada, internadacom diversas fraturas no rosto. Em frente 
ao hospital, uma repórter fala: “mas a boa notícia é que ela saiu da UTI e não precisará mais 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 97 
de cirurgia reparadora na face...”. Agora, repórteres repetem a expressão “a boa notícia é 
que...”, buscando alguma brecha de esperança no “outro lado” das más notícias. 
(Adaptado de Wilson R. V. Ferreira, Globo adota “a boa notícia é que...” para tentar se salvar do baixo astral 
nacional. Disponível em https://cinegnose. Blogs pot.com/2019/02/globo-adotaboa-noticia-e-que-para.html. 
Acessado em 01/03 /2019.) 
 
Para se referir a matérias jornalísticas televisivas que informam e, ao mesmo tempo, entretêm 
os espectadores, o autor cria um neologismo por meio de 
a) derivação prefixal. 
b) composição por justaposição. 
c) composição por aglutinação. 
d) derivação imprópria. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. A palavra “infotenimento” é formada, como analisado na 
alternativa C, por meio de aglutinação, uma relação de composição e não de derivação. 
Alternativa B: incorreta. A palavra “infotenimento” é formada, como analisado na 
alternativa C, por meio de aglutinação. Não temos uma relação de justaposição porque há 
alteração fonética em, ao menos, um dos radicais. Não se esqueçam de que temos 
justaposição quando somente colocamos juntos dois radicais, sem qualquer forma de 
alteração fonética. 
Alternativa C: correta. A palavra “infotenimento” une as palavras “informação” e 
“entretenimento”. Como usa dois radicais, temos um processo de formação por composição, 
com modificação fonética nos dois radicais (ainda que só precisemos de alteração em um só 
para termos aglutinação). Dessa forma, temos a construção de uma composição por 
aglutinação. 
Alternativa D: incorreta. A palavra “infotenimento” é formada, como analisado na 
alternativa C, por meio de aglutinação, uma relação de composição e não de derivação. 
Gabarito: C 
34. (PUC-PR/Verão 2020) 
Leia o texto que segue e responda à questão. 
O que você faz à noite, fora do trabalho, pode ter uma influência positiva em sua 
carreira. Pelo menos é o que concluiu uma pesquisa realizada por professores da Austrália, da 
China e de Hong Kong, publicada na revista científica Journal of Applied Psychology. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 98 
Durante dez dias, os estudiosos mapearam os hábitos de 183 funcionários chineses de 
diferentes empresas e ocupações. Os participantes precisavam responder, três vezes ao dia, 
como se sentiam em relação a seu trabalho. Os dados indicaram que os que mantinham 
hobbies noturnos mostravam-se mais proativos no dia seguinte. Já os que cumpriam 
obrigações domésticas ou levavam tarefas do escritório para casa sentiam-se mais enfadados. 
O resultado não é sem razão. “Quando você faz algo que gosta, está adquirindo 
conhecimento e experiências para se tornar um profissional melhor. São aprendizados para a 
vida como um todo”, afirma Nélio Bilate, consultor de desenvolvimento humano e 
organizacional. 
Disponível em: https://exame.abril.com.br/carreira/diga-me-seu-hobby-que-direi-o-quanto-produz-no-
trabalho/. Acesso em: 10/08/2019. 
 
Sobre a formação de algumas palavras do texto, leia as afirmativas a seguir e assinale V para 
as verdadeiras e F para as falsas. 
 
( ) “Desenvolvimento” e “enfadados” são vocábulos formados por derivação 
parassintética. 
( ) Os sufixos de “participantes”, “consultor” e “chineses” expressam o mesmo valor 
semântico. 
( ) Os substantivos “pesquisa” e “trabalho” formaram-se por derivação regressiva a partir 
de verbos. 
( ) “Científica”, “conhecimento” e “estudiosos” são adjetivos formados por sufixação. 
 
Assinale a alternativa que completa CORRETAMENTE os parênteses, de cima para baixo. 
a) F – F – V – F. 
b) F – V – V – V. 
c) V – V – F – V. 
d) V – V – F – F. 
e) V – F – F – V 
 
Comentários 
Alternativa I: falsa. Ainda que “enfadados” seja formado por parassíntese, 
“desenvolvimento” é formado por derivação sufixal. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 99 
Alternativa II: falsa. Nesse caso, temos o prefixo “-ntes” como formador de substantivo 
com valor de agente. O prefixo “-or” é considerado um formador de profissão. Por fim, o 
prefixo “-eses” é formador de elemento pátrio. Dessa forma, temos três valores diferentes, 
diferente do que se afirma na questão. 
Alternativa III: verdadeira. “Pesquisa” é formada a partir do verbo “pesquisar” que, com 
perda de elemento, dá origem ao substantivo. Derivação regressiva, nesse caso. O mesmo 
ocorre com relação a “trabalho”, oriunda do verbo “trabalhar”. Sempre é importante destacar 
que não temos problema com a troca do “a” pelo “o” como vogal temática do substantivo. 
Alternativa IV: falsa. Ainda que todos os vocábulos sejam formados por sufixação, o erro 
da alternativa está na classificação da classe de palavra a que pertenceriam. Não temos, no 
caso, todos os vocábulos como adjetivos. Somente “científica” e “estudiosos” são classificados 
dessa forma. “Desenvolvimento” é um substantivo. 
Gabarito: A 
A partir do texto a seguir, faça o que se pede nas questões de 35 a 37. 
 
Leia o texto para responder à questão. 
O leitor encontra, neste belo número da Revista Katálysis, um panorama rico, denso e 
qualificado do que vem ocorrendo no mundo do trabalho hoje, com seus traços de 
“continuidade” e “descontinuidade”, num período em que o capitalismo aprofundou ainda 
mais as penalizações que está impondo ao universo laborativo, onde o “novo” e o “velho” se 
(re)configuram a partir da nova Divisão Internacional do Trabalho (DIT), que se reestruturou 
nas últimas décadas. [...] 
Se a Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX, legou-nos um enorme processo de 
“desantropomorfização do trabalho” (Lukács); se o século XX pode ser caracterizado pelo que 
Braverman definiu como sendo a “era da degradação do trabalho”, as últimas décadas do 
século passado e os inícios do atual vêm presenciando a generalização de “outras formas e 
modalidades de precarização”, [...] aquela responsável pela geração do cybertariado (Ursula 
Huws), uma nova força de trabalho global que mescla intensamente “informatização” com 
“informalização”.[...] 
As consequências são fortes: nesta fase de desmanche, estamos presenciando o 
derretimento dos poucos laços de sociabilidade, [...] sem presenciarmos uma ampliação da 
vida dotada de sentido, nem “dentro” e nem “fora” do trabalho. A vida se consolida, cada vez 
mais, como sendo desprovida de sentido no trabalho e, por outro lado, estranhada e 
fetichizada* também “fora” do trabalho, exaurindo-se no mundo sublimado do consumo 
(virtual ou real), ou na labuta incansável pelas qualificações de todo tipo, que são incentivadas 
como antídoto [...] para não perder o emprego daqueles que o têm. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 100 
É por isso que estamos presenciando uma desconstrução sem precedentes do trabalho 
em toda a era moderna, ampliando os diversos modos de ser da precarização e do 
desemprego estrutural. Resta para a “classe-que-vive-do-trabalho” oscilar, ao modo dos 
pêndulos, entre a busca de qualquer “labor” e a vivência do desemprego. 
Este número especial da Revista Katálysis, dedicado às novas configurações do trabalho 
na sociedade capitalista, é uma contribuição efetiva para a linhagem crítica, atualizada e 
original, tanto pelos temas selecionados, quanto pela qualidadee competência dos 
colaboradores presentes, ajudando a descortinar tantos elementos que configuram a “nova 
morfologia do trabalho”, seus dilemas e desafios. 
 
Ricardo Antunes, Editorial da Revista Katálysis, n.2, 2009. https://tinyurl.com/y6nchqmr Acesso em: 19.10.2019. 
Adaptado. 
*fetichizar: ação de admirar exageradamente, irrestritamente, incondicionalmente uma pessoa ou coisa. 
 
35. (FATEC/2020.1) 
Os termos “continuidade”, “desconstrução” e “desmanche” são palavras constituídas por 
diferentes processos de formação de palavras. 
Assinale a alternativa cujas palavras são formadas, respectivamente, pelos mesmos processos 
dos vocábulos apresentados no enunciado. 
a) Idade, endeusar e venda. 
b) Vivência, rememoração e renúncia. 
c) Morosidade, entardecer e aguardente. 
d) Idealismo, vivenciamento e desmantelar. 
e) Porosidade, descontinuamente e remontar. 
 
Comentários 
Os vocábulos em destaque na questão são formados pelos seguintes processos: 
• Continuidade: é formado pelo processo de derivação sufixal, com a entrada do 
sufixo “-idade”. Mesmo processo de “vivência” (B). 
• Desconstrução: é formado pelo processo de prefixação e sufixação. São 
acrescidos ao radical o prefixo “des-“ e o sufixo “-ção”. Como a palavra 
“construção” existe, temos nosso teste funcionando para determinação de 
prefixação e sufixação. Mesmo processo de “rememoração” (B). 
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• Desmanche: é formado pelo processo de derivação regressiva. Nesse caso, é 
advindo do verbo “desmanchar”. O mesmo encontramos em “renúncia” (B), 
advindo do verbo “renunciar”. 
Gabarito: B 
36. (Inédita – Professor Wagner Santos) 
O vocábulo “desantropomorfização”, encontrado no texto em questão, é formado por 
prefixação e sufixação. A análise correta de significados é encontrada em: 
a) O prefixo “des-“ apresenta, no contexto, uma relação de negação do restante da palavra. 
b) O sufixo “-ização” é, nesse caso em específico, formador de adjetivo aplicado somente a 
humanos. 
c) A palavra, com relação à sua formação, passa a significar, no contexto, o abandono da 
humanidade da sociedade. 
d) O radical da palavra é “antrop-“ e guarda, em si, a significação de “homem”, no sentido 
humano. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. Nesse caso, ainda que o prefixo “des-“ possa funcionar como 
um prefixo de negação, no contexto passa a significar a ideia de “construir de uma outra 
forma”. Ainda que pensemos com relação à negação, o que temos é uma noção de retrocesso, 
no contexto. 
Alternativa B: incorreta. O sufixo em questão é considerado um formador de 
substantivos e não de adjetivos. Dessa forma, essa alternativa está incorreta. 
Alternativa C: incorreta. No texto, a palavra em destaque tem relação com o fato do 
trabalho perder sua condição de desempenhado por seres humanos, passando à 
mecanização e ao uso da tecnologia em substituição ao homem. 
Alternativa D: correta. O radical da palavra é, como indicado, “antrop-“, que designa a 
ideia de “homem” no sentido de ser humano e não no sentido de gênero. A alternativa, então 
se mostra como verdadeira. 
Gabarito: D 
37. (Inédita – Professor Wagner Santos) 
No texto, as palavras “informatização” e “informalização” devem ser entendidas como 
a) de sentidos diferentes, apesar do mesmo processo de formação de palavras. 
b) de mesmo significado, dado que apresentam mesmo processo de formação. 
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c) complementares, quanto ao sentido, no contexto apresentado no texto. 
d) neologismos criados pelo autor para comprovar a tese apresentada no texto. 
e) antônimos formados para marcar a incoerência do momento abordado no texto. 
 
Comentários 
Alternativa A: correta. As duas palavras são formadas por derivação sufixal, contudo, 
como apresenta a alternativa, não se aproximam quando ao significado, uma vez que em 
“informatização” significa utilizar informática para o trabalho. Por outro lado, em 
“informalização”, temos a relação de tornar o trabalho algo informal. 
Alternativa B: incorreta. As palavras não apresentam os mesmos significados, como 
indicado na alternativa. Os sentidos estão relacionados com informática e informal, 
respectivamente. 
Alternativa C: incorreta. As palavras apresentam significados diferentes e não devem 
ser entendidas como formando uma complementariedade para as ideias do texto. Perceba 
que são palavras que se encaixam na argumentação do autor. 
Alternativa D: incorreta. Os dois elementos não são neologismos criados pelo autor. 
Ainda que tenham relação direta com os argumentos utilizados para defesa da tese, não 
podemos entendê-las como neologismos. 
Alternativa E: incorreta. As duas palavras em questão não são opostas. Dessa forma, 
ainda que tenhamos palavras de sentidos distintos, não podemos classificá-las como opostas 
quanto ao sentido. 
Gabarito: A 
38. (FGV-SP/2019 – Economia – Tarde) 
Leia o texto para responder à questão. 
O sertanejo, assoberbado de reveses, dobra-se, afinal. 
Passa, certo dia, à sua porta, a primeira turma de “retirantes”. Vê-a, assombrado, 
atravessar o terreiro, miseranda, desaparecendo adiante numa nuvem de poeira, na curva do 
caminho... No outro dia, outra. E outras. É o sertão que se esvazia. 
Não resiste mais. Amatula-se num daqueles bandos, que lá se vão caminho em fora, 
debruando de ossadas as veredas, e lá se vai ele no êxodo penosíssimo para a costa, para as 
serras distantes, para quaisquer lugares onde o não mate o elemento primordial da vida. 
Atinge-os. Salva-se. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 103 
Passam-se meses. Acaba-se o flagelo. Ei-lo de volta. Vence-o saudade do sertão. 
Remigra. E torna feliz, revigorado, cantando; esquecido de infortúnios, buscando as mesmas 
horas passageiras da ventura perdidiça e instável, os mesmos dias longos de transes e 
provações demoradas. 
(Euclides da Cunha. Os Sertões) 
 
Considere as passagens: 
• Vê-a, assombrado, atravessar o terreiro, miseranda, desaparecendo adiante numa 
nuvem de poeira... (2° parágrafo); 
• Remigra. E torna feliz, revigorado, cantando... (5° parágrafo). 
 
Nos vocábulos destacados, os prefixos expressam, respectivamente, sentidos de 
a) negação, retorno e reforço. 
b) ausência, repetição e recuo. 
c) afastamento, recuo e intensidade. 
d) repetição, retrocesso e repetição. 
e) excesso, repetição e oposição. 
 
Comentários 
Os prefixos das palavras destacadas devem ser analisados da seguinte forma: 
• Desaparecendo: o prefixo “des-“ apresenta o valor de algo que deixou de 
aparecer, ou seja, algo que não mais aparece. Dessa forma, temos a construção 
de significado de negação trazida por esse prefixo. 
• Remigra: essa é a palavra pega para essa questão. Como “remigrar” pode 
parecer a ideia de migrar novamente, precisamos do contexto para que 
entendamos o valor do “re-“. A ideia apresentada, no contexto, é a de que o 
sertanejo retorna à sua terra. 
• Revigorado: por fim, o prefixo “re-“ apresenta a ideia de um vigor reforçado. 
Novamente pode parecer que temos a leitura de uma palavra com valor de 
repetição. Contudo, a ideia de reforço se apresenta mais clara, dado que o vigor 
é reforçado em quem se apresenta revigorado. 
Gabarito: A 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 104 
39. (UnB/2019) 
Os nem-nem: dois em cada 10 jovens brasileiros não estudam nem trabalham 
Uma pesquisa do IPEA (Instituto de Pesquisa EconômicaAplicada) revela que 23% (dois 
em cada dez) dos jovens brasileiros não estudam nem trabalham: são os chamados jovens 
nem-nem. A maior parte desse grupo são [5] mulheres de baixa renda. O número corresponde 
a um dos maiores percentuais de jovens nessa situação entre nove países da América Latina e 
do Caribe. Outros 49% dos jovens se dedicam exclusivamente a estudo ou capacitação, 13% 
só trabalham e 15% trabalham e estudam ao mesmo [10] tempo. 
 
Internet: www.economia.uol.com.br (com adaptações). 
 
 
O termo “nem-nem”, presente no título do texto, é formado por meio da 
a) atribuição de novo significado a palavra composta já dicionarizada. 
b) derivação de vocábulo a partir da inserção de sufixo ao segundo termo. 
c) inclusão de palavra de outra língua no vocabulário da língua portuguesa. 
d) combinação de palavras já existentes na língua portuguesa. 
 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. A palavra é um neologismo e não uma palavra composta que 
já exista na língua portuguesa. É interessante notar que a noção de dicionarização está 
relacionada diretamente à aceitação da palavra como parte da língua. 
Alternativa B: incorreta. Nesse caso, duplicamos a palavra para que tenhamos um 
significado novo. Não podemos entender a formação por sufixação, uma vez que a palavra é 
simplesmente repetida. 
Alternativa C: incorreta. Não temos relação de estrangeirismo nessa construção, uma 
vez que “nem” é uma palavra do português. 
Alternativa D: incorreta. A palavra de “nem-nem” é formada a partir de uma relação clara 
de repetição da palavra “nem”, com a construção de significado interessante de duas 
negações, relacionadas com a ideia de que não trabalham, nem estudam. 
Gabarito: D 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 105 
40. (Unit-SE/2019.1 Medicina) 
 
Sobre os elementos linguísticos que compõem o provérbio, está incorreto o que se afirma em 
a) A partícula “A” determina o substantivo “persistência”, e o artigo “o” substantiva o adjetivo 
“impossível”. 
b) As palavras “persistência” e “impossível” são acentuadas por serem paroxítonas terminadas, 
respectivamente, em -ia, ditongo crescente, e em -l. 
c) As expressões “A persistência” e “o impossível” exercem diferentes funções sintáticas, 
embora tenham como núcleos termos flexionados no mesmo número e gênero. 
d) A forma verbal “realiza” expressa uma ação contínua, pertence a um verbo regular da 
primeira conjugação, que recebe a classificação de transitivo direto. 
e) O vocábulo “impossível”, formado por derivação prefixal, no contexto frásico em análise, 
também passa a fazer parte do grupo dos chamados derivados impróprios. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. O substantivo “persistência” é feminino, como indica o artigo 
que o precede. Nesse caso, não há substantivação, dado que é um substantivo. Por outro lado, 
a colocação do artigo diante do adjetivo “impossível” indica que ele está sendo usado como 
um objeto direto. 
Alternativa B: incorreta. As regras de acentuação das duas palavras estão corretas. São 
duas paroxítonas acentuadas pelo que aponta a alterantiva. 
Alternativa C: correta. Ainda que os dois realmente tenham funções sintáticas 
diferentes, seus núcleos apresentam-se em gêneros diferentes, dado que “persistência” é uma 
palavra feminina, enquanto “impossível” é flexionado no masculino, dada a marca de artigo 
apresentada. A persistência é o sujeito da expressão verbal realiza, que seleciona, como 
objeto direto, o impossível. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 106 
Alternativa D: incorreta. A forma verbal em questão faz parte da conjugação do verbo 
“realizar”, primeira conjugação e, no texto, realmente indica uma ação repetida com 
frequência. É interessante notar que o verbo é classificado como transitivo direto. 
Alternativa E: incorreta. A palavra “impossível” é realmente formada por derivação 
prefixal. Como está substantivada pelo artigo, como visto na alternativa A, passa a ser um 
vocábulo com derivação imprópria dentro do contexto. 
Gabarito: C 
41. (EN/2019) 
Assinale a opção cujo termo destacado exemplifica o mesmo processo de formação de 
palavras observado em: “Há também os grandes clássicos, os romances que todos amamos 
e queremos ter ao alcance da mão.” 
a) Ler, sem dúvida, é uma atividade prazerosa e de estorço intelectual. 
b) Os estudantes apreciaram o vídeo com entrevistas de antigos escritores. 
c) Seria lamentável, realmente, a morte dos livros impressos em papel. 
d) Um livro escolar de boa qualidade consegue esclarecer as dúvidas dos estudantes. 
e) Acreditamos que a leitura de um bom livro seja um dos melhores passatempos. 
 
Comentários 
Alternativa A: correta. O verbo “ler” é um verbo que se apresenta em forma 
substantivada, dado que se apresenta como o sujeito da forma verbal “é”. Normalmente, essa 
substantivação ocorre por meio da inserção de um artigo diante de si. Contudo, como 
desempenha função de sujeito, uma função substantiva, podemos entender que há 
modificação de classe dentro do contexto. 
Alternativa B: incorreta. A palavra “vídeo” é um substantivo, e está sendo usada como 
substantivo no contexto, sem passar por processo de derivação imprópria, como ocorre com 
“clássicos” no enunciado da questão. 
Alternativa C: incorreta. A palavra “morte” é um substantivo, e está sendo usada como 
substantivo no contexto, sem passar por processo de derivação imprópria, como ocorre com 
“clássicos” no enunciado da questão. 
Alternativa D: incorreta. O verbo esclarecer é formado por parassíntese e no contexto 
não se apresenta em outra classe, como ocorre com a palavra “clássicos” do enunciado. 
“Consegue esclarecer” é uma locução verbal e não contém redução. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 107 
Alternativa E: incorreta. A palavra passatempos é formada pelo processo de 
justaposição e não por derivação imprópria, como acontece com “clássicos”, no enunciado da 
questão. 
Gabarito: A 
42. (Unifesp/2019) Pela extensão e por não ser necessário à resolução da 
questão, o texto utilizado foi suprimido do material. 
 
Derivação regressiva: formação de palavras novas pela redução de uma palavra já existente. 
A redução se faz mediante supressão de elementos terminais (sufixos, desinências). 
(Celso Pedro Luft. Gramática resumida, 2004.) 
 
Constitui exemplo de palavra formada pelo processo de derivação regressiva o termo 
sublinhado em: 
a) “Sabia-se confusamente que a doida tinha sido moça igual às outras no seu tempo remoto” 
b) “E a boca inflamada, soltando xingamentos, pragas, numa voz rouca.” 
c) “Os três garotos desceram manhã cedo, para o banho e a pega de passarinho.” 
d) “A doida habitava um chalé no centro do jardim maltratado.” 
e) “O sentimento de que a doida carregava uma culpa, que sua própria doidice era uma falta 
grave” 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. Nesse caso, temos um substantivo classificado como primitivo. 
A mudança de gênero não indica que temos derivação. Não é derivada do verbo “moçar”, 
que, por incrível que pareça, existe. 
Alternativa B: incorreta. Nesse caso, temos um substantivo classificado como primitivo. 
Nada indica que temos derivação. 
Alternativa C: correta. O substantivo “pega” é formado claramente por derivação 
regressiva, uma vez que temos uma relação clara entre o verbo “pegar”, que perde elementos 
para a formação do substantivo “pega”. Inclusive, faz todo o sentido o uso dos adolescentes 
com relação a “dar uns pegas”. Há explicação lógica para o uso. 
Alternativa D: incorreta. Nesse caso, temos um substantivo classificadocomo primitivo. 
Nada indica que temos derivação. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 108 
Alternativa E: incorreta. Nesse caso, temos um substantivo classificado como primitivo. 
Nada indica que temos derivação. 
Gabarito: C 
43. (PUC/PR/2018) 
Leia a seguir. 
Pergunta: Estou fazendo reeducação alimentar e incluí na minha dieta um suco detox, de 
limão com salsa. Qual sua opinião sobre os sucos detox? 
Resposta: Os sucos são cheios de nutrientes, vitaminas e minerais. Mas não existe nenhum 
artigo científico que prove que um suco pode desintoxicar o corpo. Nosso organismo tem 
mecanismos para eliminar eventuais toxinas. O fígado é um órgão extremamente eficiente 
para realizar essa função. O melhor mesmo você sabe: movimento físico regular. O resto é ter 
equilíbrio em tudo, até na hora de beber seu suco natural (e não detox). 
Disponível em: https://epoca.globo.com/saude/marcio-atalla/noticia/2017/04/os-sucos-detox-funcionam.html. 
Acesso em: 20/02/2018. 
 
A formação de palavras em nossa língua aciona vários mecanismos a que todo falante nativo 
tem acesso, mesmo sem perceber. 
Sobre esses processos e os elementos envolvidos nele em relação às palavras destacadas no 
texto anterior, assinale a alternativa CORRETA. 
a) O sufixo presente em “alimentar” é responsável pela formação de verbos de primeira 
conjugação a partir de substantivos concretos. 
b) A palavra “resto” foi formada por derivação regressiva a partir do verbo “restar”, processo 
muito produtivo em nossa língua na formação de substantivos abstratos. 
c) Podemos encontrar em “extremamente” um sufixo formador de advérbios de modo a partir 
de substantivos sempre flexionados no gênero feminino. 
d) Os prefixos presentes em “reeducação” e “desintoxicar” compartilham a mesma carga 
semântica, embora tenham passado por mudanças ortográfica e fonéticas. 
e) O processo de formação das palavras “nutrientes” e “eventuais” chama-se sufixação e, nesse 
caso, criou adjetivos a partir de substantivos comuns. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. “Ar” não é considerado um sufixo, mas uma desinência 
formadora de verbos de primeira conjugação no infinitivo. Nesse caso, temos uma relação de 
formação de palavra, mas sem ser por derivação. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 109 
Alternativa B: correta. A palavra “resto” realmente é formada a partir de derivação 
regressiva, ainda que com a modificação do “a” pelo “o”, que não atrapalha a relação dessa 
formação. 
Alternativa C: incorreta. Ainda que o sufixo seja formador, realmente, de advérbios de 
modo, essa formação não se dá com o substantivo feminino, mas com o adjetivo feminino e a 
adição do sufixo “-mente”. 
Alternativa D: incorreta. O prefixo “re-“, de reeducação, apresenta a noção de “reforço” 
ou de retificação do ato de sermos educados. No caso de “des-“, em desintoxicar, temos 
relação clara com a noção de negação, no caso, “desintoxicar” é deixar de ser intoxicado. 
Logo, não temos o mesmo valor nos dois afixos. 
Alternativa E: incorreta. Somente o substantivo “eventuais” é formado a partir de um 
substantivo, no caso, evento. “Nutrientes” é formado a partir do verbo “nutrir”. Os dois 
vocábulos são formados por sufixação realmente. 
Gabarito: B 
44. (FCMSCSP/2018) 
Leia o texto de Oliver Sacks para responder à questão. 
No meu tempo de estudante de medicina na Londres dos anos 1950, vi no Hospital de 
Middlesex muitos pacientes com delírio, estados de flutuação da consciência causados, às 
vezes, por infecções com febre alta ou por problemas como insuficiência dos rins ou do fígado, 
doença pulmonar ou diabetes mal controlado; todas essas condições podem produzir 
mudanças drásticas na química do sangue. Alguns pacientes deliravam em consequência de 
medicação, especialmente os que recebiam morfina ou outros opiáceos para aliviar a dor. Os 
pacientes com delírio estavam quase sempre nas alas médicas ou cirúrgicas, e não nas 
neurológicas ou psiquiátricas, pois em geral o delírio indica um problema médico, uma 
consequência de algo que afeta o corpo como um todo, inclusive o cérebro, e desaparece 
assim que o problema médico é sanado. 
É possível que a idade, mesmo com um funcionamento intelectual pleno, aumente o 
risco de alucinação ou delírio em resposta a problemas médicos e medicação, ainda mais com 
a polifarmácia tão frequentemente praticada na medicina atual. Como trabalho em vários lares 
para idosos, de vez em quando vejo pacientes tratados com muitas medicações, as quais 
podem interagir umas com as outras de modos complexos, e, não raro, empurrar o paciente 
para o delírio. 
(A mente assombrada, 2013. Adaptado.) 
 
“as quais podem interagir umas com as outras de modos complexos” (2° parágrafo) 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 110 
 
A palavra “interagir” é formada com um prefixo. Há um prefixo com o mesmo significado na 
palavra: 
a) insegurança. 
b) entrelinha. 
c) intransigência. 
d) enterro. 
e) integral. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. O prefixo “in-“ tem valor de negação, uma vez que 
“insegurança” tem a leitura de ausência de segurança. Em “interagir”, o prefixo significa entre, 
dando noção de ação entre elementos. 
Alternativa B: correta. O prefixo “in-“, em “interagir”, apresenta a ideia de relação entre 
elementos. Interagir é agir em conjunto, entre dois ou mais elementos. Dessa forma, o prefixo 
“entre”, encontrado em “entrelinha” funciona com o mesmo valor semântico. 
Alternativa C: incorreta. O prefixo “in-“ tem valor de negação, uma vez que 
“insegurança” tem a leitura de ausência de segurança. Em “intransigência”, o prefixo significa 
entre, dando noção de ação entre elementos. 
Alternativa D: incorreta. O prefixo “en-“, em “enterrar” tema significação de “dentro”, 
dado que a palavra significa “colocar na terra”, inserir dentro da terra um determinado 
elemento. 
Alternativa E: incorreta. A palavra “integral” é uma palavra que não apresenta prefixo 
para ser analisado. 
Gabarito: B 
45. (UFGD/2018) 
Leia o seguinte excerto. 
E bastava batesse no campo o pio de uma perdiz magoada, ou viesse do mato a lália lamúria 
dos tucanos, para o jumento mudar de rota, pendendo à esquerda ou se empescoçando para 
a direita; e, por via de um gavião casaco-de-couro cruzar-lhe à frente, já ele estacava, em 
concentrado prazo de irresolução. 
ROSA, João Guimarães. A hora e a vez de Augusto Matraga. In: ___ Sagarana. 38. ed. Rio de Janeiro: Nova 
Fronteira, 1984. Pp. 339-386. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 111 
 
Assinale a alternativa que contém palavra formada pelo mesmo processo de formação do 
verbo “empescoçar”. 
a) Casaco-de-couro. 
b) Globalização. 
c) Abalizar. 
d) Praguejar. 
e) Farmacologia. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. A palavra “casaco-de-couro” é formada por composição por 
justaposição, uma vez que colocamos dois radicais juntos sem que tenhamos alteração 
fonética em nenhum deles. 
Alternativa B: incorreta. A palavra “globalização” é formada por derivação sufixal. Não 
temos, portanto, a formação parassintética da palavra “empescoçar”. 
Alternativa C: incorreta. Tanto a palavra “empescoçar” quanto a palavra “abalizar” são 
formadas por derivação parassintética, uma vez que a retirada de qualquer um dos afixos não 
gera palavra com significação autônoma. 
Alternativa D: incorreta. A palavra “praguejar” é formada por derivação sufixal, uma vez 
que temos a entradade um sufixo “-ejar”, formador de verbos. Perceba que, diferente da 
questão anterior, não é o “-ar” que forma o verbo, mas o sufixo inteiro. 
Alternativa E: incorreta. A palavra “farmacologia” é formada por aglutinação, dado que 
temos dois radicais: “farmaco“ e “logia”. Nesse caso, teríamos a significação de “o estudo da 
farmácia”, ou seja, estudo do uso dos remédios. 
Gabarito: C 
46. (UFGD/2017) 
Era um sonho dantesco... o tombadilho 
Que das luzernas avermelha o brilho. 
Em sangue a se banhar. 
Tinir de ferros... estalar de açoite... 
Legiões de homens negros como a noite, 
Horrendos a dançar... 
 
Negras mulheres, suspendendo às tetas 
Magras crianças, cujas bocas pretas 
Rega o sangue das mães: 
Outras moças, mas nuas e espantadas, 
No turbilhão de espectros arrastadas, 
Em ânsia e mágoa vãs! 
 
E ri-se a orquestra irônica, estridente... 
E da ronda fantástica a serpente 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 112 
Faz doudas espirais ... 
Se o velho arqueja, se no chão resvala, 
Ouvem-se gritos... o chicote estala. 
E voam mais e mais... 
 
Presa nos elos de uma só cadeia, 
A multidão faminta cambaleia, 
E chora e dança ali! 
Um de raiva delira, outro enlouquece, 
Outro, que martírios embrutece, 
Cantando, geme e ri! 
 
No entanto o capitão manda a manobra 
E após fitando o céu que se desdobra 
Tão puro sobre o mar 
Diz do fumo entre os densos nevoeiros: 
“Vibrai rijo o chicote, marinheiros! 
Fazei-os mais dançar!” 
 
E ri-se a orquestra irônica, estridente... 
E da ronda fantástica a serpente 
Faz doudas espirais... 
Qual num sonho dantesco as sombras voam! 
Gritos, ais, maldições, preces ressoam! 
E ri-se Satanás!... 
ALVES, Castro. Navio Negreiro. Editora Virtual Books Online M&M Editores Ltda: 2000. (Canto IV) 
 
Assinale a alternativa em que todas as palavras são formadas por derivação sufixal: 
a) dantesco, embrutecer, enlouquecer. 
b) dantesco, nevoeiro, marinheiro. 
c) embrutecer, enlouquecer, avermelhar. 
d) desdobrar, ressoar, delirar. 
e) fantástico, irônico, enlouquecer. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. Ainda que “dantesco”, como veremos a seguir, seja formada 
por sufixação, “embrutecer e enlouquecer” são formadas pelo processo de derivação 
parassintética. 
Alternativa B: correta. Em “dantesco”, adiciona-se o sufixo “-esco” ao radical “Dant”; em 
“nevoeiro”, temos o sufixo “-eiro” adicionado a “nevo”; e em “marinheiro”, temos o sufixo “eiró” 
adicionado ao radical “marinh-“. Todas são formadas por derivação sufixal. 
Alternativa C: incorreta. As três palavras dessa alternativa são formadas por 
parassíntese, dado que, a retirada de qualquer um dos afixos não gera palavra com existência 
autônoma. 
Alternativa D: incorreta. As palavras “desdobrar e ressoar” são formadas por prefixação, 
enquanto “delirar” é uma palavra primitiva, que dá origem, por exemplo, a “delírio”. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 113 
Alternativa E: incorreta. As palavras “fantástico” e “irônico” são formadas por sufixação, 
enquanto “enlouquecer” é formada por derivação parassintética. 
Gabarito: B 
47. (FGV-SP/2017.2) 
Facebookracia 
 
É isso mesmo que você leu: “Facebookracia”. Assim como democracia quer dizer 
“poder do povo” e plutocracia quer dizer “poder dos ricos”, a palavra Facebookracia é o poder 
controlado pelo Facebook. Não é bem um regime ou um sistema político, não é uma forma 
de governo estabelecida numa Constituição, como acontece com o parlamentarismo ou o 
presidencialismo. A Facebookracia vai se instalando aos poucos, de maneira mais ou menos 
informal, até que, quando a gente olha, já tomou conta dos processos pelos quais os eleitores 
tomam decisões. A Facebookracia é a democracia entregue à lógica das redes sociais. Em sua 
exuberância cibernética até parece democracia, mas é uma deformação da democracia. 
O termo Facebookracia não é original, embora ainda seja pouco difundido. Buscando 
na internet, a gente não o encontra em português, mas ele já aparece em outras línguas 
(Facebookcracy, por exemplo). 
Eugênio Bucci, Época, 28/11/2016. 
 
Por ser composta de radicais de línguas diferentes, a palavra “Facebookracia” é um exemplo 
de hibridismo, da mesma forma que o termo sublinhado na seguinte frase: 
a) Na sentença, o juiz optou por uma decisão monocrática. 
b) Há países que são regidos por governos teocráticos. 
c) Reclama-se muito das exigências burocráticas para se abrir uma empresa no Brasil. 
d) Para os gregos, aristocracia era o governo exercido pelos melhores cidadãos da pólis. 
e) O poder exercido por anciãos era chamado de gerontocracia. 
 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. Os dois elementos utilizados são provenientes do grego. Logo, 
não temos hibridismo. 
Alternativa B: incorreta. Os dois elementos utilizados são provenientes do grego. Logo, 
não temos hibridismo. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 114 
Alternativa C: correta. A palavra “buro” é de origem latina e “cracia” é de origem grega, 
fazendo com que tenhamos uma relação de hibridismo, como em “Facebookracia”. 
Alternativa D: incorreta. Os dois elementos utilizados são provenientes do grego. Logo, 
não temos hibridismo. 
Alternativa E: incorreta. Os dois elementos utilizados são provenientes do grego. Logo, 
não temos hibridismo. 
Gabarito: C 
48. (IFRR/2017.1) 
Para responder à questão, considere o poema Ave Roraima da poetisa Eli Macuxi: 
 
Ave Roraima 
Ave Roraima que canta 
Feito pássaro mítico. 
No peito de quem se encanta 
Por seus líricos fascínios 
Correm rios, cores quentes 
Queimam lavrados ardentes 
Choram guaribas no cio. 
Mesmo quem vem do asfalto 
Do barulho e da poeira 
Quando vê é roraimeira 
Pretoneubereliakin... 
Ave Roraima que canta 
Amor que chega e suplanta 
Todos males em mim! 
 
Sabe-se que as palavras podem apresentar diferentes elementos em suas estruturas e são 
formadas por alguns processos básicos que, articulados, ampliam o léxico da língua 
portuguesa. 
Considerando essa reflexão, o seu conhecimento sobre Estrutura e Formação de Palavras, e 
tomando como referência o poema lido, assinale a alternativa correta: 
a) A palavra roraimeira é um exemplo de derivação parassintética, tendo em vista sua formação 
consistir em acréscimo simultâneo de um prefixo e um sufixo. 
b) Em mítico ocorre o processo de composição por aglutinação, haja vista a palavra de origem 
ser mito. 
c) Pretoneubereliakin é um exemplo de composição por justaposição, pois não há alteração 
fonética ou gráfica das palavras. 
d) Encanta é uma palavra formada pelo processo de hibridismo. 
e) Líricos é uma palavra derivada de lira pelo processo de redução ou abreviação vocabular. 
 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 115 
Comentários 
Alternativa A: incorreta. A palavra “roraimeira” é formada pelo processo de sufixação, 
com a entrada do sufixo “-eira” em “Roraima”. 
Alternativa B: incorreta. A palavra “mítico” sofre o mesmo processo de “lírico”, da letra 
E. Os dois são claramente formados por sufixação. 
Alternativa C: correta. A palavra Pretoneubereliakin realmente é formada por 
justaposição, uma vez que são unidos os elementos: Preto Neuber Eliakin, nome artístico do 
artista “Eliakin Rufino”. 
Alternativa D: incorreta. A palavra “encanta” é formada por derivação regressiva do 
verbo “encantar”. 
Alternativa E: incorreta. A palavra “líricos” realmente advém de “lira”. Contudo, é uma 
formação de sufixaçãoe não de redução. Para a redução, seria necessário a perda de parte 
da palavra e não o acréscimo. 
Gabarito: C 
49. (Unicamp/2017) 
 
 
Do ponto de vista da norma culta, é correto afirmar que “coisarˮ é 
a) uma palavra resultante da atribuição do sentido conotativo de um verbo qualquer ao 
substantivo “coisaˮ. 
b) uma palavra resultante do processo de sufixação que transforma o substantivo “coisaˮ no 
verbo “coisarˮ. 
c) uma palavra que, graças a seu sentido universal, pode ser usada em substituição a todo 
e qualquer verbo não lembrado. 
d) uma palavra que resulta da transformação do substantivo “coisaˮ em verbo “coisarˮ, 
reiterando um esquecimento. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 116 
 
Comentários 
O verbo “coisar” apresenta a capacidade de substituir qualquer outra construção, 
segundo o texto. Note que a definição está presenta na imagem que acompanha essa 
questão. É uma construção regional, muito utilizada no Nordeste do Brasil. Podemos usar para 
qualquer elemento: por exemplo, “Ele foi lá e coisou o carro”, com sentido de estragou ou 
bateu. É realmente um verbo universal. 
Gabarito: B 
50. (UFPR/2014) 
A palavra “reaça” é formada a partir de “reacionário”. Esse é um processo de formação 
de palavras atualmente muito produtivo no português coloquial. Observe as 
correspondências abaixo e aponte quais são formações feitas pelo mesmo processo. 
 
1. Net a partir de internet. 
2. Profissa a partir de profissional. 
3 Dinheirama a partir de dinheiro. 
4. Vestiba a partir de vestibular ou vestibulando. 
 
São formadas pelo mesmo processo que “reaça”: 
a) 1 e 2 apenas. 
b) 1 e 3 apenas. 
c) 2, 3 e 4 apenas. 
d) 2 e 4 apenas. 
e) 1, 2 e 4 apenas. 
 
Comentários: 
A afirmativa 1 está incorreta, porque “reaça” é formada a partir da redução, utilizando-
se o início da palavra. Internet utiliza-se da terminação da palavra. 
A afirmativa 2 está correta, porque, como reação é formado somente pelo início da 
palavra “reacionário”, a palavra “profissa” consegue ser formado pelo mesmo processo de 
redução. Contudo, nesse processo, temos uma relação clara de formação igual à de “reaça”. 
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 AULA 03 – Estrutura e processos de formação de palavras 117 
A afirmativa 3 está incorreta, porque “dinheirama” é uma construção de acréscimo de 
um sufixo que, no coloquial, indica grande quantidade de dinheiro. Não é o mesmo processo 
de redução encontrado em “reaça”. 
A afirmativa 4 está correta, porque, como reação é formado somente pelo início da 
palavra “reacionário”, a palavra “vestiba” consegue ser formado pelo mesmo processo de 
redução. Contudo, nesse processo, temos uma relação clara de formação igual à de “reaça”. 
Gabarito: D 
 
Na próxima aula, começaremos a analisar as primeiras classes morfológicas, as 
variáveis. Essa parte é extremamente importante para as nossas aulas de sintaxe, 
principalmente porque temos muitos vestibulares cobrando morfossintaxe nos últimos 
tempos. Preparem-se, bolas de fogo! 
Bora que só bora e um excelente estudo para vocês! 
 
 Professor Wagner 
Santos 
@wagnerliteratura 
@profwagnersantos 
 
Folha de versão: 15/01/2022 
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