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Resumo Eixo 3 Referencias tecnicas para atuação do psicologo em varas de familia

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Parte 1
PRESSUPOSTOS INICIAIS
- A atuação do psicólogo tem um estudo da psicologia e uma ética a ser seguida.
- Na área jurídica Alvarez (1992) orienta a expressão diagnóstico jurídico por trabalho psicológico jurídico, pois o termo pode acarretar uma ideia equivocada de que existiria um modelo de diagnóstico específico a ser aplicado no contexto jurídico.
- A ação do psicólogo se caracteriza por uma atitude avaliativa, compreensiva, integradora e contínua que norteia sua intervenção em qualquer um dos campos de atuação da Psicologia e está relacionado ao contexto que origina a demanda.
- Os componentes que irão ser realizados então será condições emocionais em função de uma determinação judicial.
- As pessoas na vara de família carregam vínculos e afetos, então temos que considerar que essas pessoas procuram o judiciário para resolver conflitos familiares, porque não encontraram outra forma de lidar com o sofrimento que advém deles.
- Cabe a psicologia identificar o seu campo de conhecimento e trazer a compreensão e a interpretação para o poder judiciário.
- A função do psicólogo seria lançar luz sobre os fatores psicológicos em jogo, sem responder à questão final sobre o julgamento, porque não temos pretensão de definir um arranjo de guarda ou uma regulamentação de convivência, cuja atribuição é exclusivamente do juiz.
-Algumas vezes o estado envia para psicologia determinados casos para indicar que aquele problema tem que ser avaliado e trabalhado questões de ordens emocionais.
-Há também uma diferenciação entre a clínica e o atendimento jurídico, na ala jurídica por exemplo, o atendimento com o cliente juridicialmente pode demorar para acontecer, porque temos que marcar com o aquele determinada pessoa um horário que ele possa, o que algumas vezes demora. E no processo jurídico é feito a preferência por psicólogos que já tenham contato com a clínica, pelo caso deles terem mais opções de técnicas.
-As varas de família atendem a família e seus membros, então ele não deve desprezar a dinâmica familiar. E o cliente deve ter o sigilo resguardado. E os testes psicológicos e as técnicas nem sempre devem ser usados para fazer laudo ou relatório, mas pode ser utilizado nos momentos em que o psicólogo achar necessário. E as técnicas devem ser fundamentadas na ciência psicológica, na ética e na legislação profissional.
MARCOS SÓCIO LEGISLATIVOS E ATUAÇÃO DE PSICOLÓGOS
-A demanda para atuação da(o) psicóloga(o) em varas de família se apresenta em processos jurídicos que despontam no Direito de Família, área do Direito Civil. Sendo assim, pode-se considerar como marcos legais no trabalho a ser desenvolvido nessa área a Constituição Federal da República Federativa Brasileira (1988), a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança (1989), o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), o Código Civil Brasileiro (2002), a Lei n.º 11.340/2006, Referências Técnicas para a atuação de psicólogas(os) em varas de família 49 popularmente conhecida como Lei Maria da Penha, as leis sobre Guarda Compartilhada (Lei n.º 11.698/2008 e a Lei n.º 13.058/2014), a Lei da Alienação Parental (Lei n.º 12.318/2010), o Código de Processo Civil (Lei n.º 13.105/2015), a Lei da Mediação (Lei n.º 13.140/2015), a Lei que estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência (Lei n.º 13.431/2017), entre outras.
- Hoje em dia o homem e a mulher têm os direitos iguais perante a família e os filhos (Constituição Federal de 1988, artigo 226, parágrafos 3.º, 4.º, 5.º)
SOBRE DIVÓRCIO E GUARDA DE FILHOS 
-Indicador 1:O divorcio pode ser rompido desde 1977, dando possibilidade de formar novos casais e com isso novos dilemas devem ser feitos sobre os cuidados e as atribuições com os filhos da união anterior.
-Indicador 2: A área de direito de infanto- juvenil, que é nos casos que de divórcio e onde tem que resolver a questão de guarda da criança. Antigamente acreditava que a guarda deveria ser só de um, por enquanto que o outro teria o direito de visitação. Depois foi avaliado por pesquisas que esses filhos percebiam um distanciamento com aquele que não permaneceu com a guarda.
- A pessoa que era considerada culpada pelo divorcio não tinha direito a guarda (art.10) porque eles concluíam que pelo fato dele não ser um bom marido/mãe, provavelmente então, ele não seria um bom pai/mãe.
-Então um dos motivos para os encaminhamentos dos processos eram as guarda dos filhos que na maioria das vezes era dada para mulher, e a maioria dos pais que teriam solicitado esses encaminhamentos atribuíam as mães como uma mulher com problemas psíquicos. Então o juiz solicitava uma perícia para avaliar quais dos pais tem mais condição emocional para ficar com a guarda. Mas isso gerava uma guerra entre os pais, porque eles levantavam provas um contra o outro aumentando a hostilidade e a agressividade.
-Mas também tínhamos os casais que separavam sem atribuir culpa a ninguém.
-A partir do disposto na Convenção Internacional dos Referências Técnicas para a atuação de psicólogas(os) em varas de família Direitos da Criança (1989), passa-se a indicar que toda criança tem o direito de ser cuidada e educada por sua mãe e por seu pai, independentemente do fato de estes residirem juntos ou não.
SOBRE GUARDA COMPARTILHADA (P54)
-A promulgação no Brasil da Lei n.º 11.698/2008, alterou os artigos 1.583 e 1.584 do Código Civil e instituiu a guarda compartilhada como modalidade preferencial, buscando igualar pai e mãe em relação à guarda de filhos.
- A guarda compartilhada visa a relação e a participação de ambos para a vida do filho.
- Após a promulgação da Lei n.º 11.698/2008 evidenciou-se que para alguns operadores do Direito esta modalidade de guarda representava um avanço, porém outros não viam como avanço por causa do mal relacionamento ode alguns pais.
- Entende-se que as equipes técnicas podem auxiliar os pais na estruturação, no entendimento e no cumprimento da guarda compartilhada após o rompimento da conjugalidade.
-É digno de nota que a Lei n.º 13.058/2014 fala que na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses dos filhos
SOBRE ALIENAÇÃO PARENTAL (P56)
-Em 26 de agosto de 2010, a Lei n.º 12.318 que dispõe sobre a alienação parental é uma disputa de guarda onde os pais ou 1 genitor difamam um ao outro para que o filho rejeite o genitor. Então ela é um critério de vingança, comportamento doentio e outras ideias. Ela entra no DSM como modo de problema relacional, e não como doença.
-A Lei n.º 12.318/2010 dispõe também, no artigo sexto, que diferentes medidas podem ser aplicadas nos casos em que se comprove a alienação parental, dentre elas a determinação de acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial e a inversão da guarda. E o juiz pode afastar esse genitor que está fazendo essa alienação.
-É importante frisar que a criança nesse processo pode se sentir culpada, pelo afastamento momentâneo ou o divórcio, por isso que é importante ela ser ouvida por um psicólogo.
SOBRE PERITOS E ASSISTENTES TÉCNICOS (P59)
-As informações obtidas como perito sobre o caso serão dispostas no laudo ou no relatório psicológico, uma vez que eles poderão ser um dos subsídios para a decisão judicial.
- Demanda diferente, é a que chega a uma(um) psicóloga(o) para que atue como assistente técnico de uma das partes. Nesse caso, a(o) psicóloga(o) é a(o) profissional de confiança daquela parte, cabendo fornecer a visão de sua disciplina sobre a situação encaminhada à Justiça. O assistente técnico é autônomo. O assistente técnico pode questionar os procedimentos e técnicas utilizados, os dados levantados e a conclusão da avaliação feita pelo perito.
-O CRP fez uma resolução que diz que o psicólogo assistente técnico não deve estar presente durante a realização dos procedimentos metodológicos que norteiam o atendimento do psicólogo perito e vice-versa, para que não haja interferência na dinâmica e qualidadedo serviço realizado.
Parte 2
Sobre Resolução de Conflitos 
-Em 2010 é aprovado a resolução n°125 onde se garante o tratamento adequado quanto aos conflitos de interesse, assegurando a conciliação e mediação entre partes. Aqui, o conciliador ou mediador deve estar capacitado para cumprir a mediação.
- A mediação em questões familiares é complexa, devido a todo aspecto da disputa, material e emocional, principalmente em casos em que há crianças envolvidas. Com isso, a proposta da mediação é a colaboração entre as partes, com objetivo de chegar a uma solução favorável para ambos. 
-Não é imposto aos sujeitos alguma solução, a mediação busca, junto deles, estratégias de construção de uma ambiente favorável, onde permite a escuta, onde possam falar e ouvir, buscando reestabelecer o diálogo entre as partes.
- O psicólogo deve reconhecer os aspectos emocionais na separação, visto que as emoções são parte do problema e podem ajudar a solucioná-lo, possibilitando a conciliação.
-Pode atuar como mediador a pessoa que possui capacitação e formação de mediador, em uma instituição adequada (ENFAM ou Tribunal)
-A recomendação 0502014 do CNJ são as Oficinas de Pia e Filhos, visando oferecer soluções quando as dificuldades apresentadas pelos filhos em relação a separação e ao relacionamento com seus pais.
-No Rio de Janeiro foi lançado por meio do normativo 14/2017, o projeto Casa da Família, com o objetivo de reunir diversos profissionais e ações a fim de resolver problemas familiares em fase pré-processual.
Sobre o depoimento especial
-Destaca-se a Lei n°13.431 sancionada em 2017 que ‘’estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência.’’ Aqui a criança ou adolescente será ouvida sobre a situação de violência por meio da escuta especializada e depoimento especial.
-Escuta especializada é o procedimento de entrevista sobre a situação de violência, limitando o relato estritamente ao necessário para sua finalidade.
-Depoimento especial é o procedimento de oitiva de criança ou adolescente vítima ou testemunha de violência perante as autoridades.
-O depoimento especial ou depoimento sem dano foi implantada em 2003 no TJ do Rio Grande do Sul, para interrogar crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual.
-Existem criticas quanto a lei estender o depoimento especial às varas de família, pois há muitas alegações de alienação parental, onde necessita um estudo psicossocial mais aprofundado. Pois a escuta especializada busca o acolhimento e não produzir provas quanto a alienação parental.
Sobre desdobramentos da Lei Maria da Penha nas Varas de Família
-Muitos homens recebem o impedimento de contato com os filhos, ao serem acusados de agressão contra a mulher, com o intuito de proteger os filhos, mesmo que não há ameaças contra os mesmos. 
-Essa medida é prevista pela Lei n°11.340/2006 podendo ser aplicada antes mesmo do julgamento, devido a acusação de agressão. E é visto como uma punição por muitos pais, já que não há queixa do seu comportamento para com os filhos. Outros pais lamentam que as mães não permitam esse encontro com os filhos, devido a separação.
-A Lei n°11.340/2006 prevê o direito da mulheres, porém seus desdobramentos quanto aos filhos precisam ser sempre analisados, pois os relacionamentos de pais e filhos são categorias diferentes da relação marido-mulher. E essa não diferenciação tem ajudado com o aumento de alegações de alienação parental.
-A guarda compartilhada, a alienação parental e acusações de violência doméstica podem se entrelaçar num mesmo processo, necessitando de uma cuidadosa avaliação, devido a sua complexidade.
Questões Éticas e Elaboração de Documentos Escritos
-O Código de Ética do Psicólogo destaca necessidade um posicionamento crítico profissional, atuando de forma responsável, analisando a realidade crítica e historicamente. Assim, a resolução n°06/2019 instituiu regras para a elaboração de documentos escritos como relatórios, laudos e pareceres.
-É indicado que o profissional sempre questione qual o objetivo do trabalho a ser feito, ou seja qual a demanda do caso. Ao produzir um documento escrito, é preciso ter cuidado com a escrita de termos, expressões e conceitos. Ao mesmo tempo que o documento não deve ser meramente descritivo.
-O Código de Ética visa que documentos onde há uma equipe multiprofissional, o psicólogo deve registar informações necessárias apenas para o cumprimento do trabalho.
-É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional, protegendo a intimidade das pessoas, grupos ou instituições no exercício da profissão. Lembrando que em processos da vara da família também estão sob segredo de justiça.
-Caso haja alguma determinação para que no documento seja abordada uma questão específica, que quebre o sigilo ético ou que não atribua as questões psicológicas, cabe ao profissional a explicar o motivo de não responder a solicitação.
-O relatório tem como objetivo expor de forma escrita as condições históricas e sociais da pessoa, podendo ter caráter informativo e gerar orientações quanto a situação descrita no documento. Já o laudo é o resultado de um processo de avaliação psicológica, apresentando informações técnicas e cientificas, considerando todo o contexto histórico e social da pessoa.
-O psicólogo não pode colher informações do cliente e depois se negar a conversar com o mesmo sobre suas conclusões. Entrevistas de devolução fazem parte da obrigação do psicólogo. Principalmente quando as conclusões do psicólogo são contrárias ao pleito judicial da pessoa.
-É dever do psicólogo realizar um entrevista devolutiva à pessoa atendida. Em caso de impossibilidade, o psicólogo deve explicar o motivo.
-Na elaboração de laudos, é obrigatória a informação das fontes cientificas ou referências bibliográficas.
-Lembrando que todas as conclusões produzidas pelos psicólogos devem ser no âmbito da psicologia, por isso não é nosso dever proferir sentenças ou soluções jurídicas, a determinação é estabelecida pelo juiz do caso.
-Há necessidade de ler o processo judicial afim de entender a demanda e na elaboração do documento, o psicólogo pode fazer referência a argumentos e situações descritas no processo.
-Por fim, cabe ao psicólogo dialogar com o cliente a cerca do contrato estabelecido, explicando que aquele espaço será usado em benefício de seu tratamento, havendo compromisso com o sigilo.

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