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Uma importante instituição do Estado Democrático de Direito é o Ministério Público, visto ser essa uma instituição permanente e essencial à função jurisdicional do Estado. O papel do Ministério Públic

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ATIVIDADE 1 - DIREITOS HUMANOS, CIDADANIA E 
SEGURANÇA - 51/2024 
Assessoria nos seus TRABALHOS entre em contato com a DL ASSESSORIA 
E-mail: assessoriaacademicadl@gmail.com 
 (15) 99143-3322 
 
QUESTÃO 1 
 
 
 
 
Uma importante instituição do Estado Democrático de Direito é o Ministério Público, visto 
ser essa uma instituição permanente e essencial à função jurisdicional do Estado. O papel do 
Ministério Público é o de defender o direito e a sociedade, principalmente de grupos 
vulneráveis, a exemplo dos indígenas, das pessoas com deficiência, idosos, crianças etc. Os 
representantes do Ministério Público atuam em diversas áreas do direito e possuem diversas 
funções, mas é possível afirmar que a sua principal finalidade é a proteção dos direitos e 
interesses sociais indisponíveis. Nesse contexto, questiona-se: o que são direitos 
indisponíveis? 
Os direitos indisponíveis podem ser entendido como aqueles direitos dos quais não podemos 
dispor, ou seja, abrir mão, tais como o direito à vida, à saúde, à liberdade, à intimidade, à 
educação, ao trabalho, à cidadania. Violar um direito indisponível significa violar a dignidade 
de alguém. Diante da fundamentalidade dos direitos indisponíveis, o Ministério Público 
torna-se necessário para a efetivação de direitos na realidade social, minimizando violações e 
atos desproporcionais. 
Para tornar-se mais adequando e eficaz, o Ministério Público possui ramos diversos, a 
exemplo do Ministério Público Federal, que atende situações envolvendo crimes federais ou 
casos de interesse da União; do Ministério Público Estadual, que atua em demandas 
estaduais; do Ministério Público do Trabalho, que investiga casos de violação de direitos 
trabalhistas. 
O Ministério Público do Trabalho, assim, atua na defesa dos direitos sociais trabalhistas, em 
especial, no combate à discriminação em relação ao acesso e permanência no emprego. O 
tema discriminação é bem instigante. Discriminar significa tratar diferentemente os iguais. 
Na prática, não é fácil identificar quem são os iguais. É muito comum a frase “a igualdade 
 
 
consiste em tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida em que se 
desigualam”, porém, do ponto de vista jurídico, é preciso fixar os critérios aptos a propiciar 
tratamento igual ou desigual a serem situados em posições jurídicas iguais ou desiguais 
(ROMITA, 2014). 
O fato é que pessoas em situações iguais merecem tratamento igual, enquanto pessoas em 
situações desiguais devem ser tratadas de maneira desigual, com escopo de equiparar as 
pessoas, permitindo que todas usufruam de seus direitos. Diante da complexidade da 
igualdade material, sugiro que realize uma pequisa mais detalhada e aprofundada sobre a 
temática, pois permitirá maior compreensão da aplicabiliade do direito. 
 
ROMITA, Arion Sayão. Direitos Fundamentais nas relações de trabalho. 5 ed. São Paulo: 
LTr, 2014. 
 
Considerando os exemplos supracitados, o ordenamento jurídico acabou criando direitos para 
proteger grupos específicos, os quais estão muito presente no cotidiano social. Partindo dessa 
ideia, você compreende a importância de uma tutela diferenciada para a efetividade de 
direitos? Porque os grupos vulneráveis não podem ser tratados como iguais em relação às 
demais pessoas? O desenvolvimento de políticas pública é eficaz para a concretização da 
igualdade material? 
 Em regra, as pessoas têm o direito de não serem discriminadas, pois a todos deve ser dada a 
oportunidade de se inserir nos grupos sociais e gozar de direitos inerentes à sociedade. 
Todavia, a discriminação nem sempre será negativa. Ela também pode ser positiva. Sob o 
aspecto negativo, a discriminação ocorre quando pessoas em uma mesma situação igual são 
tratadas de modo desigual. Já sob o aspecto positivo, a discriminação ocorre para favorecer 
certas pessoas que estão em desigualdade perante as demais. 
No âmbito do direito do trabalho isso ocorre, por exemplo, com algumas leis trabalhistas que 
favorecem a inserção da pessoa com deficiência no mercado de trabalho ou na proteção da 
mulher no mercado de trabalho. Tendo em vista que a pessoa com deficiência não está em 
situação igual aos demais trabalhadores, resolve-se criar uma norma discriminadora para 
permitir o seu direito ao trabalho. O mesmo ocorre com a mulher. Sabe-se que, em 
determinadas situações, homens e mulheres estão em situação desigual, logo é preciso tratá-
los de forma desigual, criando uma proteção à mulher. 
Assim, discriminar de forma positiva, portanto, é permitir que pessoas em situações 
desiguais, em relação a outras, possam ser protegidas por normas jurídicas protetivas ou por 
políticas públicas destinadas a ela. 
Pretende-se, agora, conhecer alguns exemplos práticos e reais de normas protetivas que 
celebram discriminações positivas, e como o Ministério Público do Trabalho tem atuado na 
defesa delas. Começaremos pela discussão em relação à mulher. Sabe-se que a mulher, ao 
longo dos últimos anos, tem conseguido se inserir no mercado de trabalho, porém ainda há 
muita resistência por parte da sociedade em colocá-la em pé de igualdade em relação ao 
homem. Além de receberem salário inferior em muitos casos, não é comum presenciarmos 
uma mulher em grandes cargos nas empresas, por exemplo. 
O fato é que o fator gênero (sexo) não pode ser utilizado como forma de discriminar a 
mulher. Por isso, o Brasil conta com diversas regras que proíbem a diferença de salário por 
motivo de sexo quando houver desempenho de uma mesma função laboral. A Constituição 
Federal, em seu artigo 7º e inciso XX, estatui expressamente o direito à proteção do mercado 
de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos (BRASIL, 1988). Da mesma forma, o 
artigo 5º, inciso I, do texto constitucional, proclama que homens e mulheres são iguais em 
 
 
direitos e obrigações (BRASIL, 1988). Mas já sabemos que homens e mulheres não estão em 
situações iguais, sob o ponto de vista físico e cultural. Por isso, a CLT (Consolidação das 
Leis do Trabalho) prevê normas de proteção à maternidade direcionadas a mulher empregada. 
O Ministério Público do Trabalho tem atuado também de forma significativa na defesa da 
pessoa com deficiência no mercado de trabalho, impedindo condutas discriminatórias. 
A Constituição Federal, em seu artigo 7°, proíbe a discriminação no tocante ao salário e 
critérios de admissão do trabalhador com deficiência. Essa vedação também se estende ao 
setor público. Aliás, a Lei 8.112/1990 assegura os direitos das pessoas com deficiência de se 
inscreverem em concurso público, mediante a reserva de até 20% das vagas oferecidas no 
concurso. Trata-se de mais um exemplo de discriminação positiva, pois as pessoas com 
deficiência não estão em pé de igualdade com as demais pessoas. 
Outro exemplo prático importante a ser citado diz respeito aos casos que envolvem dispensas 
inválidas de trabalhadores com doenças crônicas de suma gravidade, como câncer ou AIDS. 
Isso ocorre porque a doença crônica de elevada gravidade torna o trabalhador um ser com 
deficiência no aspecto físico, sensorial ou mental, devendo ser favorecido por uma proteção 
especial da ordem jurídica. Por isso, as empresas precisam provar que a dispensa de pessoas 
com doenças que causam estigma ou preconceito não ocorreu por motivo discriminatório. 
Nesse contexto, saiba que a Lei 9.029/1995 proibiu a adoção de qualquer prática 
discriminatória e limitativa para efeito de acesso à relação de trabalho, ou de sua manutenção, 
por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar, deficiência, reabilitação 
profissional, idade, entre outros. Se constatada a discriminação, o trabalhador poderá optar 
em pedir a reintegração ao emprego com o pagamento de todas as remunerações devidas; ou 
receber, em dobro, a remuneração de todo o período de afastamento. 
 
 
Agora que você já conheceu o papel do Ministério Público,inclusive o ramo mais específico 
do Ministério Público do Trabalho e sua atuação na proteção dos direitos humanos, responda 
os questionamentos a seguir: 
A) Qual o papel do Ministério Público como instituição essencial à função jurisdicional do 
Estado? 
B) O Ministério Público do Trabalho pode fiscalizar as empresas a respeito do cumprimento 
de cotas para pessoas com deficiência? Fundamente sua resposta. 
C) A instituição de cotas é um exemplo de ação afirmativa? 
D) Qual a relevância das ações afirmativas para a efetivação dos direitos humanos?

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